segunda-feira, 26 de maio de 2014

AFRODITE, UMA DEUSA MÃE, por Artur Felisberto.

clip_image002[1]
Figura 1: São raras as representações de Afrodite cuidando dos filhos, os Erotes.
Segundo as convenções mitológicas da época Afrodite estava reduzida às funções degradadas da prostituição sagrada transformada em prostituição comum na forma de Afrodite Pandemos. Por isso, nas intimidades de Afrodite os Erotes são filhos crescidos partilhando dos cuidados de beleza da diva. Neste caso particular, Afrodite recebe os carinhos de um dos Erotes mas o autor parece ter tido o rebate de consciência de representar a cena como sendo parte das intimidades entre mãe e filho e não uma forma velada de pedofilia como acontece nas representações convencionais de Eos perseguindo jovens adolescentes masculinos.
PLANCHE XLII. Nous voyons sur la pl. XLII le groupe amoureux de Vénus et de son fils, ou bien de Psyché et de son amant. La déesse, assise sur un rocher, est vêtue d'une tunique talaire recouverte d'un ample péplus parsemé d'étoiles. Elle a des chaussures aux pieds, un collier autour du cou, des bracelets aux poignets. L'Amour, debout devant elle, jette ses bras autour de sa mère, et, la couvrant de ses ailes, l'embrasse avec volupté. Une guirlande de perles descend, en forme d'écharpe, de son épaule droite sur le flanc gauche. Derrière ce groupe, on voit un miroir enrichi d'ornements et probablement à manche d'ivoire, commue on en trouve quelquefois dans les tombeaux étrusques. (...) En comparant ce groupe d'Aphrodite et d'Adonis à celui que nous avons sous les yeux, on comprend encore mieux ce qui a été dit plus haut sur le dogme religieux du dieu mari de sa mère, dogme que l'on retrouve aussi bien en Egypte et en Assyrie, qu'en Grèce. -- Elite des monuments ceramographiques, 4. Charles Lenormant and Jean de Witte.
Mesmo assim ainda há autores de séculos puritanos passados que consideram a cena deste vaso grego como sendo voluptuosa demais para ser maternal postulando que possa ser uma representação de Eros e Psiquete. No entanto, batas observar a cena desassombradamente para considerar que a diferença de idades é demasiada para ser de jovens enamorados. Obviamente que o dogma religioso do casamento sagrado (herogamos) da mãe com o filho é o pressuposto lógico de uma teogonia baseada na partenogénese da Virgem Mãe que por sua vez gera toda a criação acasalando com o deus Protágono, Eros / Fanes, do amor e da luz, criadores primordiais!
 
In all African and Arabian dialects, Nana and not Ishtar is the commonest term for Mother, the usual initial being Ma, Ya, Ye, Ni, and rarely Om and On; see the long list of over one hundred names given by Sir John Lubbock as those of the ‘non-Aryan nations of Europe and Asia’ and of ‘East Africa.’ There we see Ma and even Ama occasionally used for Father, perhaps because among some tribes the strange custom existed of his going to bed to protect and warm the infant as soon as born. (…). The Assyrian often represented Ishtar as the upright fish, probably because of the fecundative powers of the fish, and as the creature par excellence of water. The great mythic queen Semiramis, wife of Ninus, the founder of Nineveh or Ninus, was said to have sprung from a fish some twenty-three centuries B.C., and to be representative woman, Eva or Mary. -- Title: Fishes, Flowers, and Fire as Elements and Deities in the Phallic Faiths and Worship of the Ancient Religions of Greece, Babylon, Author: Anonymous.
Figura 2: Aphrodite Uraniana com o menino Eros.
Aphrodite is draped from hips downwards. In her left hand is an apple, her sacred fruit. Beside her stands Eros, naked, his right hand stretching up towards the apple.
Esta figura de Afrodite corresponde a uma arcaicas mitologias da Deusa Mãe com o «Deus Menino» Eros pela mão e a Quem dá a comer a «maçã de todo o carinho deste mundo».
Eros < Hero(i)s < Kerush > Ka(u)rish
< Iscur, o filho da «Sr.ª da Montanha»
(= «terra selvagem» = Ki-Ur)
que surgiu do seio de Tiamat
(< Ki-Ama-ish),
a deusa mãe do mar primordial.
 
Ver: EROS / KAR(o)
 
clip_image004[1]
Irnini (Irnina): Goddess of war assimilated with Ishtar.
Irnini < Irnina < Urnina < Urinanna < Ur + Innana > Uraniana.
Ora bem, a tradição de Afrodite Uraniana vem precisamente do nome desta deusa.
clip_image006[1]
Figura 3: Afrodite, a deusa mãe dos Erotes esvoaçantes como anjinhos no céu, filhos do mesmo cisne divino que emprenhou Latona.
Apenas judeus lúbricos poderiam encontrar erotismo preverso em tais cenas e, por isso, um dos equívocos bíblicos da venalidade feminina foi a fruta sagrada das deusas do amor, a maçã (lat. malum), que parece ter dado o nome ao mal do “pecado original” que por causa do deus menino (Dionísio) veio ao mundo e que, em boa verdade, nada tem de erótico tal como as representações de Isis, ou da deusa Eirene
(> Irene, cuja representação vem de seguida) ou, de facto, Eros só se torna suspeito de erotismo pedófilo com a decadência antiga e com o moderno classicismo.
Figura 4: Eirene, ou a «Nª.Sª. da Paz».
Em mitologia grega, Eirene ou Irene estava a deusa que personificou paz. Embora ela não fez um papel ativo em muitos mitos, Eirene ainda era uma fonte de inspiração para vários artistas antigos, escritores, e poetas. Em mito grego, o Horae seja deusas das Estações. O poeta Hesiod, no Theogony dele, reivindicações que estas deusas são as filhas de Zeus e Themis. Hesiod nomeia a Legalidade de Estações (Eunomia), Justiça (Dique), e Paz (Eirene).
Irnina acabou como Eirene (do mesmo modo que Urinana acabou como Urania, a musa da astronomia) já não deusa da guerra, que os gregos, emburguesados pela prosperidade do comércio marítimo começavam a abominar, mas, então, da paz.
Elaine = In Celtic mythology, Elaine (Lily-Maid) was a virgin goddess of beauty and the moon. She was the matron of road-building and a loveable leader of hosts.
Eir ("ayuda" o "piedad") es, en la mitología nórdica, una Ásynjur; conocía las propiedades medicinales de las hierbas y era capaz de la resurrección. Solo las mujeres podían aprender el arte de la curación en Escandinavia. Era buena amiga de Frigg.
clip_image008[1]
Elaine < Eraine < Eir + ene < Irnina.
                          > Irl. Eiru > (Santa) «Irene» > Iria.
 
Ver: ISIS & DEUSAS MÃES DOS HINDUS (***) & IRIA (***)
 
clip_image010
Figura 5: Deméter & Triptolemos ladeados por Perséfona e Hecate num cortejo eleusino.
A forma atestada mais antiga do nome de Deméter é Da-ma-te, escrito em Linear-b Micénico). O seu carácter como deusa-mãe é identificado no segundo elemento do seu nome meter (μήτηρ) derivado PIE "mater" (a mãe). Já na Antiguidade foram apresentadas diferentes explicações para o primeiro elemento do seu nome. É possível que Da (Δα) (o qual se tornou no Ático De (Δη)), seja a forma Dórica Ge (γή); o antigo nome da ctónica deusa terra e Demeter seja a Mãe-terra. Esta raiz também aparece na inscrição em Linear-b E-ne-si-da-o-ne, “tremor de terra", como um aspecto do deus Poseidon. Porém, o elemento da- não é assim tão simplesmente comparado com "terra" de acordo com John Chadwick: [1]
[Chadwick, The Mycenaean World, Cambridge University Press, 1976, p. 87) "Every Greek was aware of the maternal functions of Demeter; if her name bore the slightest resemblance to the Greek word for 'mother', it would inevitably have been deformed to emphasize that resemblance. [...] How did it escape transformation into *Gā-mātēr, a name transparent to any Greek speaker?" Compare the Latin transformation Iuppiter and Diespiter vis-a-vis *Deus pāter.]
O elemento De pode ser relacionado com Deo, um sobrenome de Demeter que provavelmente derivou da palavra cretense deai (δηαί), jónio zeai (ζηαί) significando "cevada", de forma que ela é mãe do cereal e a doadora de comida em geral.
Quando os eruditos são teimoso e só vêm o que está em cima das suas cátedras existe a tendência para o culto das explicações mais rebuscadas que por consenso tácito inter pares permite a coexistência das mais variadas em volta do mesmo erro.
La terre, étant comme le sein qui reçoit les germes de la vie, ils lui donnent le nom de Mère. C'est pour une raison analogue que les Grecs l'appellent Déméter, nom qui diffère peu du mot Ghemeter (terre mère), par lequel on désignait anciennement la terre. C'est pourquoi Orphée a dit: «De tout être la terre est mère et bienfaitrice». -- DIODORE DE SICILE. BIBLIOTHÈQUE HISTORIQUE. TOME PREMIER : LIVRE I. Traduction française : FERD. HOEFER
No entanto teria bastado tropeçar no micénico Da-ma-te para se suspeitar que este seria de origem arcaica e cretense, como se sabe ser a raiz Da, e por isso seguramente próximo do conceito que chegou até a suméria como Tiamat por meio da língua franca cretense de que o sumério seria mera variante.
Tiamat < Ki-Ama-At > | Ge > Te > De | mat
> Micenic. Da-ma-te + Ur > Deméter.
 
Ver: TIAMAT
 
Quem estiver à espera de ver o nome de Deus ou da Deusa escrito nas estrelas para acreditar neles mais facilmente levará o criticismo cínico ao limite da dívida de os não ver onde eles estão. Obviamente que Deméter foi Deo porque foi a Deusa por antonomásia tal como foi a Deusa Mãe por excelência não apenas dos cretenses e micénicos mas também de todos os gregos contemporâneos destes com variantes e dialectos bem como de todos os que vieram depois com novidades teonímicas que a estas tiveram que se adaptar.
Quando à «cevada» cretense ser a causa do nome de Deméter por ser deai como era em jónio zeai só por pura blasfémia, ilógica e absurda, se pode postura tal coisa. Obviamente que foi a cevada que tomou o nome da deusa mãe de todas as coisas, incluído particularmente o alimento dos humanos que era o cereal que teve Ceres por patrona, porque era uma variante latina do culto de Deméter.
«Cevada» < *cibata < Lat. cibare, alimentar
< Lat. cibu, m. s.
< Ceva < Ki-Wa > Ziua > zeia.
                                       > Tea > Dea.
 
 


[1] The earliest attested form of Demeter's name is Da-ma-te, written in Linear B (Mycenean Greek). Her character as mother-goddess is identified in the second element of her name meter (μήτηρ) derived from PIE "mater" (mother). In antiquity, different explanations were already proffered for the first element of her name. It is possible that Da (Δα)  (which became Attic De (Δη)), is the Doric form of Ge (γή); the old name of the chthonic earth-goddess and Demeter is "Mother-Earth". This root also appears in the Linear B inscription E-ne-si-da-o-ne, "earth-shaker", as an aspect of the god Poseidon. However, the da- element is not so simply equated with "earth" according to John Chadwick:
The element De may be connected with Deo, a surname of Demeter probably derived from the Cretan word deai (δηαί), Ionic zeai (ζηαί) meaning "barley", so that she is the Corn-Mother and the giver of food generally.

CADCHU, a deusa hitita de Cadech, por Artur Felisberto.

clip_image002
Figura 1: Stele of the scribe Ramose, from Deir el-Medina, Dynasty XIX
The scribe Ramose, "Scribe of the Tomb" dedicated to the gddess Qadesh, shown naked on a lion, her sacred animal and to Reshep & Min. In the bottem register next to Ramose is his wife Mutemwiya.
CADCHU, foi a deusa de hitita de Cadech que conquistou o coração dos Egípcios por ser equivalente de Hator.
Qadesh ou Qetesh, est une déesse de la mythologie égyptienne importée de Syrie. Durant le Nouvel Empire, les cultes extérieurs furent adoptés par les égyptiens et connurent un succès.
La déesse est représentée nue de face, coiffée d'un disque lunaire, et souvent sur un lion. Elle empêche les conflits et se représente parfois sous les traits de la déesse de la beauté, Hathor. Son nom signifie "sainteté".
Elle est souvent représentée le bras plié, avec dans les mains des fleurs de lotus et des serpents. Elle est entourée de Min, dont elle est l'épouse, et Reshep.
Son culte aurait été implanté autour de Memphis par des prisonniers asiatiques qui lui demandaient protection contre les animaux venimeux.
Le fait qu’elle soit représentée de face est une manière de montrer que c'est une déesse d'origine étrangère.
Dans la mythologie égyptienne, Reshep est un dieu venu du pays des Cananéens. Dieu belliqueux, il porte une lance. Son culte est introduit comme ceux de ses compatriotes divins (c'est-à-dire Qadesh, Astarté, Baâl,...) à partir du Nouvel Empire. Il est adoré, entre autres, à Memphis et à Deir el-Médineh.
Possivelmente era a esta deusa que Heródoto se referia com o nome de Afrodite estrangeira.
Otras grafías: Kadesh, Qatesh, Qadeshet, Qetesh, Qudshu, Quodesh.
Altar no Dicionário Bíblico de Fausset: O primeiro de que temos menção foi construído por Noé depois de deixar a arca (Gênese 8:20). Altar (do latim) significa uma elevação ou lugar alto: não o local, mas as elevações que neles poderiam ser construídas ou removidas (1 Reis 12:7; 2 Reis 23:15). Assim era o bomos grego, e bamath hebreu. Mas o próprio mizbeach de nome hebreu é "o lugar de sacrifício"; thusiasterion de Septuagint.
Lat. Altar = Grec. bomos < Kau-mish > «cume».
                                                             > ka-Ma-at > ba-math,
Se o termo Cadshu / Codesh se tratasse de facto de um termo moderno vulgar, desde logo não teria o significado de “santidade, pureza ou piedade”, a menos que se referisse apenas à piedade já seria difícil de entender que a pureza virginal moderna pudesse fazer parte numa dos atributos duma deusa venal da prostituição sagrada de origem caldeia. Seu nome qds^ (Kodesh) refere-se a um lugar santo e alto ou bamath.
Está demonstrado que a pureza dos lugares altos e perto do céu ou de picos vulcânicos era um aval da pureza dos deuses que aí eram adorados.
De facto, Codech, era a senhora de céu por estar associado com a santidade das águas altas, do bamath, literalmente a água da verdade de Maat, ou seja, o banho de purificação que restituía a verdade ritual.
Ora, na época romana havia perto do santuário de Codech várias fontes vindas de uma caverna para uma piscina, referida como “banhos”.
 
 
Obviamente que devemos estar em presença de um epíteto antigo, não de Ishtar mas de Innana ou mesmo da deusa mãe, Ki.
Ora bem, Cadchu < *Kaukia-Chu > Qodesh => Quetesh.
Ruha D'Qudsha = Chief demonic goddess of the Mandean Gnostics.
Ruha D'Qudsha ó Ruath | < Ra-et, esposa de Rá | -Qadshu.
*Kaukia-Chu, literalmente “poder de fogo” de Kuki manifestado nas sarças ardentes das queimadas da Primavera provocadas pelas trovoadas e pelos raios de Chu, seria um a óbvia referência a uma “deusa do fogo” e a um deus «manda chuva». O masculino deste nome seria Kukia-Chu, de que derivaria, por equivoco ou provável erro ortográfico, Qadshu, nome relacionado tanto com os seus poderes sobre o fogo como de esposa taurina do deus da guerra Chu, transformado em deus autónomo da guerra debaixo dos divinos olhos brancos (e santos) da deusa, também no Egipto. Seria interessante referir a relação minóica desta deusa que, sendo esposa dum deus Minotauro da fertilidade teria que ter andado relacionada com o deus telúrico Teshub. Porém, Afrodite parece ser bem menos taurina mas pode ser que tudo não passe de mera aparência resultante da perda de influência politica da mulher na cultura do início do patriarcado helénico.
O facto de ser improvável que o nome de Afrodite derive do nome da vaca sagrada do Egipto, Hathor, não invalida que não possa ter derivado de um qualquer outro nome de deusa do Nilo.
Qodesh-&-Amrur - pescador de Athirat. Mensageiro de Baal para Kothar-&-Khasis. É também empregado de Athirat.
Kothar-&-Khasis - hábil e inteligente, chamado também Chousor e Heyan (Ea) e identificado com Ptah. É um deus artesão. É requisitado por EL para construir um trono para Yam.
Qadshu - uma deusa síria, que muitas vezes é representada nua, é uma deusa da fertilidade.
Qadshu = Also spelled Qodesh, meaning 'holy', and used as an epithet of Athirat. She had been identified with the Egyptian Qetesh. [1]
Qadshu < *Ki-Phiash [2](< Ki-Ki-at), literalmente “a amada de *Pot / Phiat / Ptah”, o deus do «fiat lux» e do fogo > Qodesh > Qothesh > Qetesh.
clip_image004
Figura 2: Qetesh. An Egyptian stele, where Egypt and Syria are shown brought together by Quetesh (goddess of the high waters) to share a border at Kadesh in the mountains above the lands of El under the auspices of the Goddess Anat.
Abover her head is the inscription: High goddess of the high place. On Respu's side: Anpu the god himself thanks the skys rulers goddesses for protection. On Mins side: Min the great god rejoices, from his double plumes, the heavens reward my face. Above the serving girls bringing provisions to Anat: Give the land of the goddess sustenence (suckel)this heavenly Anat rain down from on high the peoples lands make green every house of this people every son of Syria's peoples lands! Above Anat: Anat every goddess in heaven Behind her protection life strength control the lands everyone.
Dito de outro modo, Qadchu deve ter sido uma variante de Pasifai / Ariadne precisamente por intermédio do nome do Cu, o protótipo egípcio dos deuses «manda chuva».
Qadshu < *Kaukia-Xu > Qodesh => Qetesh.
                  *Kaukia-Xu, ó Hit. Kauska…
...literalmente «poder de fogo» de Kuki manifestado nas sarças ardentes das queimadas da Primavera provocadas pelas trovoadas e pelos raios de Chu, seria um óbvia referência a uma «deusa do fogo» e a um deus «manda chuva».
Mishkan Kodesh = A tenda de Kodesh.
A palavra tabernáculo vem do latim tabernaculum, "tenda", "cabana" ou "barraca" e designa o santuário portátil onde durante o Êxodo até os tempos do Rei David os israelitas guardavam e transportavam a arca da Aliança, a menorá e demais objectos sagrados. Em hebraico se chamava mish-kan, "moradia". Também se denominava mow'ed, "Tenda da Reunião".
É estranho que o templo itinerante dos israelitas do tempo do nomadismo pastoril hebraico tivesse o nome da deusa Cadchu da venalidade semita. Para obviar a estes encontros desagradáveis os judeus são mestres em traduções criativas e por isso dizem que Mishkan Kodesh significa Santuário de Israel quando nem é preciso saber hebreu para descobri que não pode ser assim. Kodesh está muito longe de ser sinónimo de Israel. Quanto muito significaria «santo» porque a santidade de Cadchu era a mesma dos sumérios e caldeus: ou seja, meramente ritual quanto muito simbolizada por metáforas purificadoras como eram a lavagem e a incineração pelo fogo. É evidente que para que fosse possível a uma deusa da prostituição sagrada ser santa e pura teria que se considerar também a sexualidade como santa sobretudo quando fazendo parte da prostituição sagrada o que «malgré tout» foi sendo aceite até ao advento do cristianismo no culto de Afrodite e sobretudo bem antes da invenção do pecado original do patriarcado atribuído ao conluio de uma mulher com uma serpente o que flagrantemente denota uma reacção contra o culta da deusa mãe das cobras cretenses ou seja, uma óbvia reacção política contra o poderio da talassocracia cretense enfraquecido com a sua destruição simbolizada na, da Torre de Babel, de Sodoma e Gomorra, e perpetuada no mito do fim da Atlântida.


[1] Canaanite/Ugaritic Mythology FAQ, ver. 1.1. by Christopher B. Siren
[2] «Coquet»!

NOSSA SENHORA DA NAZARÉ, por Artur Felisberto.

clip_image002
Figura 1: Nossa Senhora do Sítio da Nazaré. As virgens negras costumam ser feitas de barro preto ou de pedras ou madeiras escuras o que não parece ser o caso de Virgem de Nazaré que, por ser «uma imagem com cerca de 800 anos de idade pode ter enegrecido pela grande quantidade de velas que lhe foram acesas» porque a erosão do tempo parece revelar que a estátua original foi feita numa substancia branca, o que parece desencantar os ocultistas e fãs de virgens negras. O que não se pode contestar é que é, de facto,  Ísis, a deusa padrão das virgens negras, foi representada amamentando Hórus Harpócrates.
A deusa suméria Anet, que amamentava dos príncipes sumérios, seria também uma deusa mãe cretense e como estas teria a particularidade de ser vestida com sete saias.
Existe uma cidade portuguesa onde as mulheres têm o estranho costume de usarem sete saias. Outras são as particularidades estranhas desta terra, como sejam as suas artes chávega de pesca, o seu gosto particular pelas touradas, a sua fisionomia, o seu falar sui generis e outros costumes deste povo, que o tornam suspeito de remota origem, mais cretense do que fenício. De resto, os fenícios foram os continuadores filisteus das tradições mercantis da talassocracia cretense. Os sacrifícios humanos, particularmente infantis, poderão ter sido herdados dos cretenses uma vez que o mito do tributo anual dos atenienses de sete jovens de cada sexo aos reis  de Creta para dar de comer ao Minotauro encobrir mal as tradições de  sacrifícios humanos a um deus taurino, possivelmente em touradas sangrentas em recintos labirínticos. Claro que os fenícios abreviavam o ritual atirando os jovens ao fogo como os astecas, arrancando-lhes o coração, mas o princípio era o mesmo. No entanto, a brutalidade dos fenícios tem chocado mais do que os requintes sádicos dos minóicos supondo-se que apesar de tudo os jovens teriam alguma defesa nas touradas rituais como foi o caso de Perseu. É duvidoso que a população permitisse a morte do deus taurino assim como o perdão dos sacrifícios ao seu deus supremo.
Esta cidade de nome Nazaré tem ainda a particularidade de ter uma virgem negra por padroeira que é a Senhora da Nazaré que parece ter sido trazida da cidade homónima da palestina. Esta é também homóloga da cidade iraquiana de Nasiryah!
Iphis < Hikis < *Kikus
                        ó Kiki-ush => Ishat.
                                > Na-Zur-| Ishat > ijat > iyak | > Nasiriyah.
Nazaré < Nazaret < Anaxareth < Anastart < An Istar = Deusa mãe do céu!                                                        < An Asharet, Senhora da lenha.
Anaxareth = Uma moça da ilha de Chipre que pertenceu à antiga família de Teucer. Ela permaneceu cruelmente impassível às propostas de amor e aos lamentos de Iphis que, em desespero, acabou por se enforcar à porta da residência da jovem. Quando a mocidade do infeliz ia a ser enterrada, ela olhou com indiferença da janela dela para a procissão fúnebre; mas Vénus [Afrodite] castigou-a transformando-a numa estátua de pedra que foi preservada em Salames no templo de Vénus Prospiciens da ilha Chipre. (Ov. Se encontrou. xiv. 698, &c.) Antoninus Liberalis (39), que relaciona a mesma história, chama à jovem Arsinoe, e ao seu amante Arceophon.
Ishat era também uma prostituta divina vingativa e cruel pelo que se a Nossa Senhora da Nazaré fosse efectivamente negra, como não parece ser o caso, estaríamos seguramente no domínio das virgens rainhas da noite como Erexquigal, que eram nocturnas e cruéis pelo seu lado lunar e por serem deusas do parto e da morte!
E assim se renova a polémica da origem do topónimo da cidade de Nazaré que tudo aponta para a sua inexistência na época do nascimento de Jesus Cristo. Assim sendo, o nome de Nazaré não seria senão uma dedicatória à Deusa mãe do céu, ou seja um termo que todas as pessoas piedosas do oriente sabiam estar relacionado com a deusa mãe! Por confusão com Genesareth ou por falta de informação a cidade da vigem Maria passou a ter este nome, que a cidade homónima portuguesa já teria desde a época fenícia, pelo menos!
A legendary leader from the tribe of Dan who fought the Philistines is described in the Old Testament as Samson. The Book ofJudges 16:17 describes Samson as a Nazirite. The Nazirites according to some scholars were originally a Canaanite fertilitycult.
Now they were a movement of holy men who worshiped Yahweh. Chapter 6 of the Book of Numbers describes the Nazirites as engaged in ecstatic frenzies and abstaining from wine, strong drink and cutting their hair. The Nazirites were zealous, and if they were strong enough they were inclined to take the lead in combating people they detested -- and they detested the Philistines for having refused circumcision. As described in the Old Testament, Samson was both a leader in the fight against the Philistines and had a weakness for Philistine women.
Nazirites < Anaxaritas < Ana Ishtar (itas), lit. “devotos de Isthar”.
A esta deusa da fertilidade os homens consagravam a sua virilidade exaltando os caracteres sexuais secundários não cortando o cabelo (nem particularmente a barba) e cultivando a força física e as actividades marciais. Os aspectos específicos dos “ecstatic frenzies”, típicos dos cultos idênticos à deusa mãe Cíbele, parecem incompatíveis com uma abstinência absoluta de vinho. É que os cultos dionisíacos seriam os equivalentes helénicos destes mistérios secretos onde o vinho corria em abundância pelo que seria de concluir que o que se passava era uma abstinência relativa fora dos períodos rituais festivos e de culto.
The Book of Judges describes Samson as burning Philistine crops and killing a thousand Philistines in a place called Ramathlehi, which means with "the hill of the jawbone." Judges 15:17 describes this as the place Samson killed Philistines with the jawbone of a donkey. According to the Samson legend, the Philistine woman Delilah learned from Samson that he was a Nazirite and that if his hair was cut he would lose his strength. As Samson slept, Delilah cut his hair. Here was a lesson for Yahweh worshipers about the dangers of foreign women.

TANIT, A SENHORA DAS COBRAS FENÍCIAS, por Artur Felisberto.

 

clip_image002

Figura 1: Tanit.

...One of Her names in both Phoenicia and North Africa, means Serpent Lady, from "tan" = serpent, with a feminine ending "-it". Scholar Saul Olyan gives an especially cogent argument concerning this later Punic/ Carthaginian goddess as a form of ´Asherah. One of the symbols of Tanith is often referred to as a caduceus, what looks like two ribbons on a pole. It is actually two serpents on or twined around a tree or asherah-pole. A Punic stele has a complex grouping of symbols. At the top is an up-turned crescent, representing the heavens, and a wreath, possibly of snakes. Below is Tanith in a triangular garment from shoulders to feet, Her arms bent upward and outward, holding in each hand a cornucopia, out of which come a pomegranate on Her left and a bunch of grapes on Her right. On each side of Her, below Her waist and arms, is a dove.

Ba'alat Tanith is the Great Mother and she takes many forms. Her appearance may vary with the seasons as in the fallow of the year she is "`Almana" meaning, "The Widow." In this form she wears a black hooded cloak and can be seen weeping for all those who have passed on. Her hair is touched with grey but her face is still beautiful. During the growing season she appears in green surrounded by dark, luxurious forests. In this form she may be a huntress equipped with bow and accompanied by hounds to defend her forests from all who would harm them. But most often she is `Ashera, the Mother of all. Tanith is Queen of the mysteries. She represents the ultimate reality knowable to humans without crossing over. She is the patroness of witches and shamans. She is the guardian and revealer of transcendental knowledge. She offers the fruit of knowledge to those who would dare taste it and her dragons protect her domain from those who are unready.

Tanit pode ainda escrever-se como Tanith, Tennit, Tent ou Tinnit. Os gregos davam-lhe o nome de Tanis ou Tanaís.

Demeter,

                                                        > Warkit > Brigith > Brigid,

Parvati < Phar-Wat < Kar-Ki-at ó *Kartu,

Ø    Kar-()-at > Kor-et > Koré > Kore,

Ø                                   > (St.ª Maria) Goret,

*Ki-Ana > Thiana > Diana,

    Tana < «Tania» ó Thania > Thana > Dana, Donna, Danu, Don,

Eve, < Hebe < Hiwe < Heka + at > Hekate

                                   > Kiw + el > Cíbele.

Gaddah, < Kathi-Thaki < *Kaki-Kaki.

Nephthys < Enki-Kiki > Newi-Thite > Nebethet.

Tanetu = Light goddess, a form o f Hathor.

«Tania» > Thania > Diana < *Ti-Ana + (at) < Ki-Antu =

Ki-Anat > Tianaita  > Tiantu > Tanitu > Tanetu > Tanith >

Tennit > Tinnit > Tent > Tanit > «Tianita» =

Tanit-Pene-Baal < Tanit-Wen(us)-Baal.

Kanikanihia < Ka-nikanihiha, lit. «Ki, a deusa do niknik J»! > Tanitanitita > Tanit.

Kanikanihia = Hawaiian goddess of Love

Again from finds from the Sinai, She is called Dat ba'thani, Lady of the Serpent. Another name of Asherah in the first milleneum BCE is Chawat, which is Hawah in Hebrew and Eve in English. Her full title is Rabat Chawat ´Elat, Great Lady Eve the Goddess, and is associated with the serpent. Thus, Chawa / Eve is probably a form of Asherah as a Serpent Goddess. As a snake goddess, She was also represented by bronze serpent forms, examples of which have been found in archaeological excavations in the Levant. In fact the Nehush-tan, literally the Bronze Serpent which in traditional Jewish myth is associated with Moses, is much more likely an emblem of Asherah. It too was removed from the Jerusalem temple the same time as the asherah objects.

clip_image004

Figura 2: Sacerdotes sírios (ou levitas da deportação babilónica dos israelitas) preparando-se para sacrificar um chibo a Nehushtan, o deus «cobra» com cabeça de «cabra», ou seja a «víbora de cornos».

Nehushtan < Neshustan < An-Zu-Satan < Enki-Phiton.

Horned serpent: Akkadian basmu, mythical monster created in the sea, 60 leagues long with multiple mouths and tongues. Symbol of Ningishzida.

Also called: Tanith, Tent, Thinit, Tinnit, Rat-tanit; Tanis is the Greek version of Her name. She was called "Lady of Carthage", "Lady of the Sanctuary", and "the Face of Ba'al". The Romans called Her Dea Caelestis, "the Heavenly Goddess", Virgo Caelestis "the Heavenly Virgin", and Caelestis Afrorum Dea, "the African/Carthaginian Heavenly Goddess", as well as the assimilated name Juno Caelestis.

She was identified with Aphrodite, Demeter, and Artemis by the Greeks and with Juno by the Romans, especially their Juno Lucina, Goddess of Light and Childbirth. The Romans also associated Her with the Magna Mater, the Great Mother, Rhea or Kybele.

 

Ver: GÉMEOS (***)

 

(...) Noteworthy here is the fact that numerous epithets and attributes of the great goddesses-hitherto mysterious and unexplained-receive immediate clarification if indeed the cataclysmic fall of the great goddess occurred in the form of a comet-like object. An epithet of Semele, tanuetheira - "with the stretched out hair" - has an obvious significance if a comet was the source of reference.

Tan, Cret. for Zeus (q.v.). Tanu-etheira, hê, long-haired, with flowing hair, Semela Pind. O. 2.26. Tanuô,(…) stretch, strain. Etheira, hê, hair, poet. Noun, Hom. only in Il., and always in pl., either of a horse's mane. [1]

Como se vê os gregos esqueceram o significado original de Tan que entre os semitas ainda era sinónimo de cobra. No entanto este termo teria feito parte do vocabulário comum dos antigos cretenses que o reservavam ainda para o deus supremo que teria deixado de ser o deus dos mares da talassocracia cretense para ser Zeus de todos os helenos.

 

Ver. MADALENA (***) & MANDRÁGORA (***)

 

O nome da «mandrágora» terá tido alguma coisa a ver com Mertseger?

Pois bem, se a Deusa Mãe dos canaaneus se chamou no Sinai Dat ba'thani porque já tinha sido no Egipto a deusa cobra das pontas das pirâmides Ta-Dehnet, uma forma de Mertseger, também chamada, Ta Tehnet.

clip_image006

Figura 3: Meretseger.

Meretseger o Merseger = «La que ama el silencio», era la diosa cobra en la mitología egipcia. Simbolizaba lo ctónico y por eso también se la conocía como «Señora del Oeste», o Ta Tehnet, la que moraba en el Occidente, el lugar donde estaba localizado el Más Allá. Estaba encargada de la justicia y la medicina y se la invocaba para protegerse de la picadura de los ofidios. Era denominada «la que ama el silencio» o «amada por el silencio», pues velaba por la seguridad de las necrópolis tebanas.

Enquanto Senhora do oeste, região do poente e do sol-posto seria também senhora dos “povos do mar” que viriam das ilhas e domínios da talassocracia cretense.

Ta Tehnet > Tatnet > Tanet > Tanit.

Meretseger < Mer(e)-(t)se-ger ó Net-ger

Neste contexto de deusa do “silêncio de morte” seria equivalente da deusa egípcia Mut de que derivou a latina Muta ou Mutina, deusas Mães da aurora e das flores de morte ou seja, das plantas medicinais da morte aparente, quiçá da «mandrágora».

A serpente venenosa da Europa é, na actualidade, apenas a víbora mas, outrora poderiam ter existido outras espécies, e seguramente que existe e existiram cobras capelo nos países mediterrânicos de tal modo que a tradição dos domadores de cobras venenosas do deserto subsiste ainda em Marrocos como atracão turística nacional. Mesmo assim, o complexo de toxinas proteicas e enzimáticas do veneno de serpentes só costuma ser mortal em pessoas debilitadas e em idades extremas da vida o que significa que a sua típica sintomatologia de paralisia respiratória, convulsões e vómitos seguidos de coma nem sempre seriam seguidos de morte entre as 8 e 72 horas (= 3 dias). [2]

Os juízes eram deuses dos infernos guardados por Cérbero! A presença das cobras aladas de Triptolemos nesta cena não seria um mero enfeite retórico! Seriam as «mordeduras de víbora» parte integrante das provas místicas destes misteriosos «ritos de passagem» em que o desafio simulado da morte roçaria a realidade? De qualquer modo, o núcleo central destes mistérios, para candidatos a temerários heróis, seria precisamente esta experiência xamânica que, por nem sempre ser bem sucedida, exigiam absoluto silêncio e cumplicidade de todos os iniciados?

clip_image008

Figura 4: Iniciação de Hércules nos “mistérios eléusicos” em que, na sequência dos efeitos de drogas se terá processado a suposta descida do herói aos infernos em busca de Cérbero. Será uma mera ironia referir que quase todas “as viagens” narcóticas se processam em torno da falta de juízo, ou seja, numa «busca do cérebro perdido» que quase sempre acaba no «juízo final»?

Ora, a constatação dum estado de coma em consequência de “mordeduras de víbora acidentais”, que pode ir até 3 dias como de autêntica “morte aparente”, deve ter sido responsável pela verosimilhança do mito da “morte e ressurreição ao 3º dia” em consequência de «mordeduras de cobra intencionais” em rituais de passagem em que alguns heróis mais destemidos se deixavam possuir de “loucura divina” arriscando a extrema prova mística dum confronto com a morte tentados pela vertigem da decida aos infernos das experiências xamânicas da “transfiguração e do transe”, desde cedo muito mais narcótico do que meramente encantatório e espiritual.

As poções mágicas incidentalmente descobertas pelo xamanismo mais arcaico terão tido na sua composição uma mistura de venenos de que invariavelmente faria parte o veneno das víboras e o suco da «mandrágora»!

 

Ver: PAIXÃO DE JESUS / JESUS, O MANDRAGO (***)

 



[1] Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Gree.

[2] (Medicina Interna, Arrison)