domingo, 27 de setembro de 2015

PANTEÃO MINOICO E CRETENSE: (actualização de 27-09-2015), por Artur Felisberto.

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Figura 1: Zeus & Tifão na Titano / Gigantomaquia.[1]
Nopina, in later Greek Nymph or Maiden (particularly, a nubile maiden), whom Faure thinks is a new-moon goddess.
Ma, in later Greek Mother, whom Faure thinks is a full-moon goddess.
Siru or Serio, whom Faure calls a sun god. In later times, Greeks used the dog-star Sirius as an indicator for the beginning of summer's greatest heat, the rule of the sun. At Sirius's rising, the Athenian calendar began. Some evidence shows Sirius was worshipped as a god in later Greece, specifically in Keos, an island near Attica. (...)
Additionally, Faure identifies these other deities:
Re or Reja -- that is, Rhea. Yes, my goddess shows up by name in Minoan Crete before the presumed Mycenaean invasion of 1450 BC! (...) Rhea is indicated by the sign RE, which is either a flower with three petals or a trident, on items found in the Idean Cave and elsewhere. In later Greek myth, Rhea is the mother of Zeus and a goddess strongly associated with Crete.
Tan or Ttan -- a deity named Titan, perhaps the chief of the Titans. Judging by later myth, Ttan would be Reja's mate, named Kronos by the Greeks. Perhaps in Minoan days Titan was the name for the deity himself rather than the group of deities he led.
Ro Ma or Ros Ma -- in later Greek, Strong Mother. The inscription to Ro Ma was found at the cave of Skoteino, later a center of worship for Britomartis, whom Faure identifies as the Strong Goddess. Ro Ma's symbol is a sign like a window or a cross in a frame, shown following. This sign is also found in the storerooms at Knossos. Possibly Ro Ma is the patron deity of the Skoteino area, in northern Crete near the Bay of Mirabello. This symbol in the Knossos storerooms may flag goods from that neighborhood, or goods dedicated to Ro Ma.
Talos or Talon -- a solar deity symbolized by the Minotaur. Talos shows up in later Greek myths of Crete in two versions: an apprentice of the famous artificer Daedalus, and a bull-headed bronze man set by Minos to protect the island. In Graves's Greek Myths, the first Talos invented the saw, the potter's wheel and the compass for marking circles. (…).
Nona -- in later Greek, Grandmother. Specifically, in modern Greek, nona means paternal grandmother. The inscription to Nona is found at Mt. Juktas. -- The Minoan Deities Named: An Archaeologist Gleans Goddesses and Gods from Linear A, by Melanie Fire Salamander
Não podemos garantir a fidelidade de uma linha de tradição dinástica divina iniciada em Creta a partir destas informações esparsas e escassas sobre a mitologia cretense tanto mais que sabemos que o panteão helénico terá sido o resultado de uma manipulação teológica feita pelos hititas no reinado de Tudália IV de que terá resultado uma das primeiras guerras teológicas da história, precisamente a mítica “guerra de Tróia”.
Gaia não parece fazer parte da lista de divindades atribuídas pelo linear-a já decifrado ao panteão minóico mas poderia ser simplesmente a Deusa Mãe Terra (Ge) Primordial ou seja Ma(Ge) de que depois derivaria Maia, mãe do deus menino Hórus / Hermes. Como, com o passar do tempo, muitos elos míticos se perderam, é postulável que a deusa mãe cretense Ma fosse também chamada por (Ge)-Ma, *Ki-Ma / Tiama(t) ou Dama(-ter).
«Gema» < Lat. gemma, pedra preciosa, broto, • rebento, gomo, bolbo; • saliência carnosa no tegumento de alguns animais rudimentares, que, separando-se, constitui um novo indivíduo; • resina, que se extrai do pinheiro por meio de incisões no tronco; • a parte amarela do ovo; • qualquer pedra preciosa; • (fig.) o meio ou o centro de alguma coisa, o ponto capital ou fundamental; • aquilo que é mais puro, que é genuíno;
Gem = Old English gimm "precious stone, gem, jewel," also "eye," from Latin gemma "precious stone, jewel," originally "bud," perhaps from the root *gen- "to produce," or from PIE *gembh- "tooth, nail."
São duas as etimologias propostas para o latim gemma, Proto-indo-europeu *gembh- (prego, dente); Proto-itálico *gen (para produzir); qual delas a mais descabelada! 
A primeira porque o prego proto-indo-europeu seria mais raro de fabricar do que encontrar pedras semi preciosas que na altura tinham tanto valor como aos jóias preciosas modernas e se os dentes serviam para fabricar colares desde épocas remotíssimas não seriam facilmente confundíveis com pedras preciosas e muito menos com rebentos vegetais que parecem ter sido os primeiros conceitos, em latim, de gemma
A segunda, porque o duplo «eme» de gemma dificilmente explicaria a sua gestação a partir da raiz gen-.
O único termo latino próximo de gemma é o verbo latino gĕmo, ŭi, ĭtum de «gemer» supostamente derivado ou cognato do grego γέμω cheio pesado.
Γέμω only in pres. and imperf. 1. to be full, of a ship, Hdt., Xen.2.c. gen. rei, to be full of a thing, Thuc., etc.; metaph., Trag.
A ser assim os latinos apropriaram-se do termo grego gemo como onomatopaico para o gemido dos engonços dos travejamentos dum barco cheio de mercadoria, atracados no porto e pronto a zarpar à semelhança do chiar das rodas dum carro de bois sobrecarregado. No entanto, esta semântica onomatopaica do «gemido» dos barcos cheios não seria a original dos gregos para os quais o termo «gemo» era apena o "de barco cheio". Ora um barco assim poderia ter por metáfora a mulher grávida em geral e particularmente de gémeos, de que por outras vias os latinos receberam o conceito da gemiparidade que em grego só se aplica aos testículos como sendo didimos.

Ver: *KIMA (***)

Poderia perguntar-se que têm os testículos de S. Dídimo a ver com gémeos? O rasto etimológico, obviamente que seria de origem anterior a ambas as culturas e seria o que procuramos a partir dum proto cretense *Ki-ma, lit. Terra Mãe.
«Gemer» < latino gĕmo < γέμω < *Kima > Thema > The(o) + Dema
> Dídimo.                                                   > Gema + an > Lat. gemino.
Assim sendo começa a ficar mais clara a estranha grafia do latino gemmo, āvi, ātum, significando “despontar, borbotar, dar borbotos”, o que por natureza seria sempre coisa pequena sendo por isso estranho o diminutivo latino gemmula que faz lembrar gemela de que obviamente seria tecnicamente um falso cognato. Claro que não o podemos provar mas postular que o latino gemma deriva de um termo proto cretense *Gema-Mena faz mais sentido que as propostas etimológicas oficiais, neste caso sendo o nome perifrástico ritual de uma das deusas cretense do parto. Ainda que *Gema-Mena seja um falso cognato dum nome ibérico ainda comum, seria um nome compósito formado a partir de *Ki-Ma, a deusa mãe da terra e do fumo dos lares e de Mena / Me-Ana a deusa mãe etrusca do céu, a deusa lunar reguladora da menarca feminina e também, enquanto Mania, a deusa latina das almas dos mortos que seriam os manes. Estes deuses seriam equivalentes das queres gregas e por isso a latina Mania seria um nome alternativo de Ker, evolução em grego antigo de *Kertu, a deusa mãe não tanto e apenas das cobras cretenses, mas sobretudo dos cumes das montanhas. Ser possuído pelas almas dos mortos seria uma forma arcaica de loucura divina maníaco depressiva regida pela deusa grega Mania o que de certo modo não torna esta variante grega assim tão diferente da latina.
Lat. gemma  < Gemmna < Gemimna < *Gema-Mena
< *Kima-| Me-Ana > Minos |
               > Thima > Thema + ish > Temis.
                                            > Dema > «Dama».
Portanto, apesar da grafia e etimologias complexas a «gema» teria sido sempre por natureza uma pedra preciosa só possível de extrair do ventre prenhe da terra através de árduos trabalhos de mineiros dedicados aos cultos das cavernas como eram os adoradores de Hefesto. Por isso outra das variantes do nome da deusa mãe Gea teria sido Tema(is) ou seja, Temis.
De facto, Gea, que é a raiz dos gigantes, equivalente de Tea, que é a raiz do nome dos titãs, ainda não apareceu em nenhuma tabuinha decifrada de linear-a. No entanto é quase seguro que uma das variantes em Phi ou Pi (Õ) fosse Pytho / Pythia, a Piton de Delfos, que, como rezam as arcaicas lendas locais pertenceu a Gea / Temis e a Febe, seguramente uma variante lunar de Gea. Como nestas lendas aparece ligada a Poseidon suspeitamos que seria uma arcaica relação Pythia & Piton, em que este último deus seria nem mais nem menos que Tifon / Dagon.
La mitología dice que Delfos perteneció a diversos dioses antes de ser posesión de Apolo. Esquilo dice que perteneció a Gea, Temis; Pausanias dice que fue un oráculo de Poseidón y de Gea, que ésta dio su parte a Temis y Temis a Apolo, que más tarde obtuvo de Poseidón la otra parte a cambio de la isla de Calauria.
According to earlier myths, the office of the oracle was initially possessed by the goddesses Themis and Phoebe, and the site was initially sacred to Gaia. Subsequently it was believed to be sacred to Poseidon, the "Earth-shaker" god of earthquakes.

TIFHON / P(H)ITON
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Figura 3: Apolo e a Piton.
“The slime with which the earth was covered by the waters of the flood produced an excessive fertility, which called forth every variety of production, both bad and good. Among the rest, Python, an enormous serpent, crept forth, the terror of the people, and lurked in the caves of Mount Parnassus. Apollo slew him with his arrows- weapons which he had not before used against any but feeble animals, hares, wild goats, and such game. In commemoration of this illustrious conquest he instituted the Pythian games, in which the victor in feats of strength, swiftness of foot, or in the chariot race was crowned with a wreath of beech leaves; for the laurel was not yet adopted by Apollo as his own tree.”[2]

Ver: APÓLO PITIO (***)

Neste combate, podemos ver a imagem simbólica de um cataclismo vulcânico que teria destruído as Cíclades, deixando aos homens uma lembrança aterradora que acabaria por ficar na história como um mito de gigantesco combate entre forças divinas contraditórias. Verdade seja que, mais do que deixarem pela primeira vez a lembrança de um cataclismo vulcânico, terão feito reavivar e reviver de maneira mítica a recordação apocalíptica das iras da Terra Mãe.
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Figura 4: Zeus fulminando Tufão.
A respeito da mitologia clássica Joel Schmidt refere:
“Quando Hera soube que Leto estava gravida de Zeus, pediu à terra que gerasse um monstro, Píton, encarregado de perseguir Leto, (mãe de Apolo).” (...) “A fim de vingar os seus netos, Os Titãs, presos nos infernos por ordem de Zeus, seu vencedor, Geia deu à luz um mostro medonho, de corpo coberto de escamas, e cujas sem bocas vomitavam fogo. Tífon atacou os deuses do Olimpo. Segui-se uma luta entre os Céus e a Terra. "
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Figura 5: Tufão, ciberneticamente restaurado pelo autor a partir de foto do vaso presente no Antikensammlungen de Munique.
Tufão era maior que todas as montanhas e o seu corpo tinha asas as suas pernas eram serpentes. (Há versões que dizem que seus dedos eram cabeças de dragão com línguas pretas, que soltavam centelhas de fogo pelos olhos e gritos de animal selvagem.) Hesíodo descreveu-o assim: braços poderosos, pés infatigáveis, cem cabeças de serpente com línguas negras e olhos que expeliam fogo, e de todas as cabeças saíam simultaneamente sons terríveis (Hesíodo, Teogonia, 823-835). Outra referência: Tufão era tão alto que sua cabeça batia nas estrelas, os braços enormes um atigia o oriente e o outro o ocidente, suas asas abertas bloqueavam os raios do sol, e carvões em brasa saíam de sua boca. Havia um dragão de cem cabeças com línguas escuras em seus ombros, e de seus olhos dardejavam labaredas. Sons estranhos provinham dessas cabeças. Algumas vezes os deuses podiam entendê-los facilmente, mas em outras pareciam berros de touros enfurecidos. Às vezes rosnavam como leões, no momento seguinte como cachorrinhos.
A arqueologia moderna refere-nos que o culto da deusa mãe foi particularmente importante na ilha de Creta e nas civilizações megalíticas desde a ilha de Malta até às Canárias. O cataclismo em cauda coincide não só com o fim destas civilizações como com o início do patriarcado. Ora, tendo este cataclismo sido particularmente sentido no mar Egeu natural seria que tivesse sido entre os gregos, e depois entre os greco-latinos, que a mitologia patriarcal se tivesse tornado mais explícita.
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Figura 6: Ares, Apolo & Afrodite na Titanomaquia.
Tufão, deus grego da seca e dos tufões (filho de Tártaro e de Gaia), simbolizava o elemento Ar em sua forma mais furiosa, os furacões. Foi criado em Delfos e era inimigo hereditário dos deuses, principalmente de Zeus, a quem tinha um ódio cruel. (Há versões que contam que Hera, esposa de Zeus, foi ludibriada por Gaia, visto Gaia saber que a deusa queria destronar o marido. Hera teria recebido uma semente de Gaia e, tendo-a plantado, Tufão teria nascido da terra.) Tífon foi o último filho de Gaia, tão horrendo que foi rejeitado por todos, até seus irmãos, os Titãs.
Alguns mitógrafos relatam que, inicialmente, Zeus foi vencido e aprisionado por Tífon em uma gruta, sem os músculos e os tendões. Hermes e seu filho Pã enganaram, no entanto, o dragão que vigiava os músculos e tendões de Zeus e conseguiram devolvê-los ao pai dos deuses e dos homens. Revigorado, Zeus enfrentou Tífon novamente e desta vez conseguiu vencê-lo e soterrá-lo arremessando-lhe o Monte Etna (costa leste da Sicília). As chamas que saem periodicamente do Etna provêm, sem dúvida, do fogo do derrotado Tífon...
No caso de Tufão “de corpo coberto de escamas, e cujas cem bocas vomitavam fogo (hecatonquires < hecatoncaures = cem touros) é uma mistura da visão reptilínea da deusa mãe HECATE com a visão taurina de cem vulcões a vomitarem lava.
O facto de o monstro que gerou o nome dos tufões ser marinho sugere a reminiscência do tremendo maremoto que terá seguido a expulsão da ilha de Kalisté (Karisté)[3]. O próprio nome da ilha sugere o culto de Ka(u)r, o filho solar da deusa mãe, que seria comum nestas civilizações megalíticas.
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Figura 7: Outra versão de restauro do vaso de Munique relativo ao mito de Zeus fulminando o Tufão.
Parece assim um facto que a primeira divindade foi uma Deusa Mãe que então, com todas as probabilidades, teria descendido das divindades matriarcais das ilhas mediterrânicas de que pouco ou nada sabemos para além do que pode ser inferido do megalitismo maltês!
Tufão >< Piton => *Te-Fion < Tele-phion => Telepinus.
Esta verificação de que o nome virtual do deus Phi(an) andou associado com um epíteto enfático *tele-, designativo de distância, de que estes dois nomes foram uma das variantes, abre a pista para a compreensão da origem de étimos como *fil- (no pt. «fila» v.g., e no inglês «file» v.g.) *pil- (no lat pilum = lança, coluna etc > no Pt. «pila, pilão, pilastra e pilha etc.» [4]) e *fit- (no pt. «fita etc.») *pit- (no Pt. «piteira» v.g.). «Fiel» < fidel < Phi Tel >*f/pil- > f/pit-.
Tudo isto faz de Kian / Phian o deus mais antigo da humanidade de que se terá originado o étimo *kan- presente no conceito de deus e senhor dos povos siberianos e orientais (mongólico e sino-japoneses). Do mesmo modo o étimo *ka- “do espírito vital e da alma animal” da cultura egípcia e do conceito de “centro vazio => boca, entranhas e âmago” dos povos semitas herdeiros acádicos da cultura Suméria.
Além de Dama e Temis, *Tifona / *Fitona, Quitana, Pipituna, etc. seriam variantes locais de Gea, a deusa mãe ctónica das cobras cretenses e o macho destas deidades seria Titã, Tifon ou Dagon. Notar que Dagon faz parte da etimologia de Poseidon reportando toda esta mitologia proto helénica para Creta.
Noutras variantes fonéticas Gea seria Quitana, um dos epítetos de Afrodite e uma possível titânide sendo assim suspeita de ser com Gea a deidade feminina correspondente à cretense T(i)tan.
A relação fonética Titan ó Piton ó Tifon é clara e obviamente unívoca até porque semanticamente estes nomes nos reportam para os deuses das cobras cretenses anteriores a titanomaquia.
No caso do mito de Delfos chegamos mesmo a suspeitar que o próprio Apolo teria sido, como Afrodite, um deus titânico, ou seja, uma variante olimpicamente correta de Tifão.
Apolo se convirtió en delfín para atraer a un barco cretense, del que quería utilizar a la gente como sacerdotes; los cretenses desembarcaron y fundaron Crisa y se les encargó ser sacerdotes del templo y que adorasen al dios bajo el nombre de Apolo Delfinio para rememorar su conversión en delfín, de donde vino el nombre de Delphi.
Obviamente que este mito só faz sentido enquanto forma remanejada de uma arcaica tradição que faria do oráculo de Delfos (Pudô) uma criação cretense. Apolo, ainda que possivelmente assim denominado tardiamente por influência hitita, sempre teria sido um príncipe e Delfim cretense não carecendo de qualquer transformação espúria.
The Homeric name of the oracle is Pytho (Πυθώ).
Crisa ou Kerissa seria uma espécie de nova Creta e Πυθώ derivaria de Pythia literalmente a Puta madre de Creta, ou seja a deusa da terra (cretense) ou seja, Phi < Ki(-ta). Notar que estamos a utilizar como referente o termo sumério Ki, que era literalmente a terra mãe de a-qui! Este conceito seria no Egipto a deusa da dupla terra adiante referida, por exemplo como Raet-Tawy.
Por outro lado, quando o mito fala em sacerdotes cretenses está quase seguramente a referir-se a um anacronismo porque nesta ilha a tradição sacerdotal era feminina. De resto a pitonisa de Delfos foi sempre uma mulher inicialmente virgem e posteriormente uma mulher adulta e sabida mas vestida como jovem e virgem. Depois o estranho nome de Apolo Delfínio que deu nome ao oráculo de Delfos reposta-nos tanto para os delfins que eram conhecido animais de transporte de Dagon / Poseidon, deus dos mares da talassocracia cretense, curiosamente também um dos nomes de Piton.
Otra propuesta acerca del origen del topónimo de Delfos es la que propone que viene de Delfine (Δελφινης), que era el nombre del dragón mitológico que custodiaba el oráculo antes de la llegada de Apolo.
Por outro lado o nome de Delfos reporta-nos para os irmãos adelfos nascidos do mesmo útero da deusa mãe.
The name Delphoi comes from the same root as δελφύς delphys, "womb" and may indicate archaic veneration of Gaia at the site.
De facto, atendendo à genealogia de Apolo estranhamos que este deus do sol do panteão olímpico seja tido como de 4ª geração, filho de Zeus e de Leto, esta filha da mais bela das titânides que era Febe. Claramente a história de Apolo andou mal contada porque este deus era para os gregos tanto o mais resplandecente do que Zeus sobretudo enquanto Febo. Na verdade Apolo seria em Creta micénia o deus Paião (Pajawon < Pajawo) um deus xamânico e pitonísio.
De facto, Apolo Paião ou Apolo Pítio é quase Pitão.
Apolo sempre foi a grande cobra solar alada Titan ó Piton ó Tifon e só mitologicamente se poderia suicidado renegando o seu passado matriarcal como Atena se matou na gorgónia para a trazer ao peito na sua égide como tributo ao patriarcado vencedor. Aliás o meso se tinha passado com o dragão de Marduque que claramente um denuncia como um dos arcaicos dragões da deusa mãe Tiamat da tradição matriarcal cretense.
Assim sendo, Apolo teria sido irmão da mesma titânide que foi Febe, e por isso teria com ela partilhado o oráculo de Delfos desde tempos imemoriais. Naturalmente ele seria então um golfinho real e por isso um Delfim cretense que além de Paião ou Pajawo seria o próprio sol cretense quer como Siru / Serio / *Kerio > Hélio(s), quer como Talo ou Talon, supostamente duas variantes do nome do sol cretense. São vários os epítetos toponímicos de Apolo com a raiz Kir- ou Kil- de Ker-.
Apolo | Ker-doös ó *Kerio |
Killaios = from Killa, Aiolia
Kirrhaios = from Kirrha, Phokis
Klarios = from Klaros, Ionia
Korypaios = from Korypai, Thessal
E também são vários os epítetos apolíneos relacionados com a raiz de Talos um deles, como se verá adiante, claramente derivado de Talos como o de Apolo Telquinio de Rodes.
Telkhinios = associated with the Telkhines, the magicians of Rhodes.
Ther-mios = warm
Thor-ates = engendering
Thurios = from Thurium, Boiotia
Thyr-aios = door, entrance; where his altars were often placed
Tri-opios = from Triopium, Caria.
Na verdade, Leto, Leda ou Latona seriam variantes de *Retu, ou seja de Re / Reja / Rea.
Ora, Re ou Reja, que no Egipto sobreviveu apenas no nome de Rê, seria na Grécia literalmente Reia esposa de Crono.
Embora Crono não apareça explicitamente como um deus cretense já perfeitamente definido pode inferir-se que ele seria Serio que seguido do designativo divino -an daria *Serian ou seja *Kerian / Cernuno / Saturno.
É muito estranho que no Egiptoseja um deus autogerado e gerador da criação apesar de ser uma representação do sol considerado em todos os panteões arcaicos como um deus filho da mãe...ou do pai, primordiais. De facto a mitologia egípcia é em muitos aspectos uma espécie de matriarcado virado do avesso o que reforça a suspeita de ser uma mitologia de origem cretense de matriz matriarcal neolítica que evolui no contexto fechado do patriarcado emergente no começo da história. Por isso é que este mito não é dos mais arcaicos do Egipto porque aparece apenas a partir da 5ª dinastia e a partir da sua identificação com o deus hermafrodita Atum porque em noutros mitos o deus autogerado e supremo criador era Ptá seguramente uma corruptela de *Ki-at, literalmente a senhorita da Terra.
Uma reminiscência de que não teria sido um deus criador sem esposa é o facto de existir uma deusa considerada sua esposa.
Raet-Tawy = Raet or Raet-Tawy was a female aspect of Ra; she did not have much of importance independently of him. In some myths she was considered to be either Ra's wife or his daughter.
Gramaticalmente a parte do nome Raet desta deusa era literalmente o feminino de enquanto Tawy significa apenas as duas terras do Egipto. Esta deusa não seria outra que não Hator com a qual em tudo se parecia, razão porque acabou por ter pouca importância tanto mais que andaria ofuscada pelo deslumbramento solar de . No entanto é prova bastante que ao lado de Ra andou uma mulher quiçá anterior a este porque tudo leva a querer que derivará o seu nome Reja cretense.
No panteão sumério esta deusa foi seguramente Uraz!
Uraš o Urash, na mitologia suméria, foi uma deusa ctónica e uma das consortes de Anu e mãe de Nin'insima.
The name Uras even became applied to Anu himself, and acquired the meaning "heaven".
Como a guerra dos sexos no começo da história era uma titanomaquia que ia dos céus aos infernos os sexos dos deuses criadores podia inverter-se quando transitava de um panteão para outros de acordo com as vicissitudes políticas e sobretudo com a época cultural que tem vindo a acentuar o patriarcado até à época actual.
Rea < Reja < Raeja < Uraz > Urat > Ra-et ó .
                                              > Ur-ano.
A diferença entre Gea e Rea não deveria ser muita na incipiente mitologia matriarcal cretense porque pela analogia mais adequada Reja seria Urânia, esposa de Urano.
Ro Ma ou Ros Ma seria uma mera variante de Reja, enquanto Deusa Mãe. Não saberemos nunca se teve algum papel na génese da cidade de Roma embora seja suspeito de que esta tenha sido filha duma loba que é uma metáfora de Vénus, uma variante da deusa mãe enquanto divina prostituta das casernas militares, que Roma era na sua fundação.
Os delfins cretenses, além de terem dado nome aos simpáticos mamíferos que serviram de animais de transporte a Dagon, parecem ter etimologia comum com os telquines, uma raça mítica de caldeireiros relacionados com Creta.
En la mitología griega, los telquines (en griego Τελχίνες, ‘difamador’) eran nueve hermanos, mitad marinos, mitad terrestres, con cabeza de perro, la parte inferior del cuerpo en forma de cola de pez o de serpiente y los dedos de las manos palmeados. Eran conocidos como niños-peces hijos de Ponto y de Talasa, y fueron, junto con sus hermanos, los primeros habitantes de la isla de Rodas, que entonces se llamaba Τελχινίς Telquinis en su honor. (...)
Como cultivadores de la tierra y ministros de los dioses, y como tales marcharon de Creta a Chipre y de ahí a Rodas, o siguieron desde Rodas a Creta y Beocia. (...)
Como artistas, pues se decía que había inventado artes y tradiciones útiles y que habían sido los primeros en fabricar imágenes de los dioses. Trabajaban el latón y el hierro, y fabricaron la hoz con la que Crono castró a Urano y el tridente de Poseidón, ambas armas ceremoniales. En este sentido se les identificaría con los cíclopes, representantes posteriores de la metalurgia.
Os telquines são funcionalmente parecidos com os Oanes e Anedotes de Berosus e devem fazer parte da mesma mitologia dos missionários do neolítico saídos da ilha de Creta com a missão de civilizarem o mundo. A mitologia contraditória destas entidades deve ser o resultado de equivalente atitude ambivalente dos povos que sofreram a sua nem sempre pacífica intervenção civilizadora à semelhança da reputação nem sempre benevolente que os marinheiros e missionários ibéricos tiveram no século das descobertas europeias.
Seja como for, os telquines devem ter sofrido a interferência fonética do nome dos delfins porque primordialmente teriam sido *taloquines, ou seja, o mesmo que os azetecas apelidaram de tlaloques!
Na mitologia asteca, Tlaloc é o deus da chuva, o senhor do raio, do trovão, do relâmpago, senhor do inferno (Tlalocan). (...) As chuvas que Tlaloc mandava pelos os seus filhos, os Tlaloques, fecundavam os campos, onde o deus Xipe, o deus Cintéotl e o deus Xochipilli, se ocupavam.
A única diferença é que os tlaloques azetecas eram seres divinos de acções meramente sobrenaturais ou atmosféricas enquanto os telquines eram sobretudo seres de acções humanas, particularmente relacionadas com a metalurgia a que Hefesto mais tarde irá presidir. Este deus do fogo dos infernos vulcânicos como Tlaloc, que veio a ser o ferreiro dos olímpicos, era seguramente um deus cretense da cidade de Festos, ou seja um epíteto toponímico de Talos ou Talon.
Festo (em grego: Φαιστός; transl.: Phaistós) é uma cidade antiga da ilha de Creta.
Que Talos era uma variante de Hefesto já os clássicos o suspeitavam e que Dédalo seria uma racionalização de ambos ficou demonstrado ao tratar da mitologia da suástica. De passagem deve notar-se que da mesma forma que Talos seria uma variante apolínea cretense também Ícaro, filho do equivalente mortal que foi Dédalo acabou morto por ter desafiado o poder solar, como no mito de Faetonte.

Ver: SUASTICA II E A CÓPULA SEXUAL (***) & TALOS (***)

Finalmente de Nona apenas o panteão latino manifesta reminiscências do nome de uma das deusas do destino, ou seja, fadas. Nona era uma deusa da boa data do parto por isso associada ao nono mês da gravidez. Em tempos posteriores, ela foi associada com as deusas Morta e Decima e formaram a Parcas, as deusas fatídicas romanas. Os romanos manifestam em muitos aspectos dos seus indigestes uma memória residual muito forte da tradição cretense e de facto além de Nona manifestam ainda deuses como Nodens, Nodutus e Nondina.
Nodens - Deus latino da cura.
Nodutus - "atado" - deus romano que foi responsável por fazer os nós nos molhos de cereal.
Nondina, Nundina - "nove dias", deusa romana que presidia ao rito na qual as crianças recebem o nome.
Se em grego nona apenas significa avó paterna em cretense significaria a avó materna e mãe dos deuses e dos homens porque tem todo o aspecto de ser o feminino de Nuno, o deus egípcio das águas primordiais e possível equivalente no masculino desta deusa mãe cretense que na suméria viria a ser Ninana ou Inana.
A latina Nondina parece ser Srª *Ondina, uma variante aquática desta deusa cretense deixando a suspeita de que as crianças latinas seriam em épocas cretenses nomeadas durante um ritual público de lavagem e emersão como viria a ser o futuro baptismo cristão que afinal mais não seria do que a recuperação de um ritual sumério muito arcaico herdado dos cretenses por via da missionação do Oanes, os sábios com corpo de peixes, cujo nome tem, por sinal, ressonâncias com o nome de João (Baptista). *Ondina seria esposa de Nodu-tus, deus dos complicados nós de marinheiro de que os agricultores neolíticos terão copiado os de atar os feixes de cereal.
Obviamente que muitos outros seriam os deuses cretenses que não ficaram registados em linear-a, que se perderam com a civilização cretense ou não foram nem serão nunca encontrados mas que terão deixados ratos que importa seguir, indagar e interpretar nas mitologias ocidentais particularmente latinas, etruscas, ibéricas celtas e ameríndias.

IQE-KURJA = *Kertu
Using what previous studies have shown about Cretan hieroglyphics, and the scripts Minoan Linear A and Mycenaean Linear B from ancient Greece, the researcher was able to identify three key words:
IQEKURJA, which may mean "pregnant mother" and/or "goddess."
IQE, which may mean "mother" and/or "goddess" and which appears repeatedly on the disk.
IQEPAJE or IQE-PHAE, which may mean "shining mother" or "goddess."
Owens concluded that the disk may contain a prayer to a Minoan goddess.
"The goddess mother has been suspected for a century because of what we think we know about Minoan religion, but the point was to prove it linguistically," Owens said in the email. "The proof is in the pudding." -- [5]
Iqe foneticamente ike é parecido com o etrusco Ati que significa mãe e pode explicar melhor a raiz da lusitana Ate-Gina (/Cina).
Aja = The Babylonian dawn goddess and consort of the sun god.
Aka = The mother goddess in ancient Turkey.
IQE-KUR-JA faz todo o sentido e seria então a mãe Kurja < kurisha < kertu.
Kur é montanha em sumério e nome da deusa mãe cretense aparece como senhora do monte em muitas representações ao ponto de já se ter ousado propor nestes textos o nome virtual *Kertu, ainda muito parecida com a deusa grega Ker.
Kur-ja revela-se, afinal, mais próxima do sumério onde Kur é montanha e inferno e seria literalmente a deusa *Kurija.
Noutros contextos sabemos que Gina < Kina tem o mesmo significado de «Cono», o monte primordial morfologicamente equivalente a Kur, ou seja Kur = (equivalente) a Kina / Gina / Diana o que faria de qualquer senhora do monte equivalente tanto a Nin-kur-Sag como a Atena / Diana / Anat. Ora, pode ser ousadia, mas IQE-KURJA parece suspeito de ser “uma mãe «coruja»” (frase idiomática para mãe zelosa e possessiva) como Atena, ou seja, ser a origem etimológica do nome da «coruja» o animal totémico de Atena porque, como ela, seria uma Cor-usha, ou seja uma filhota de Deméter, a deusa mãe Kur / Ker ou serja Thema-Ker.
*Kurija < Kaur-usha > Cor-usha > «Coruja».
                                  > Kor-et > Corê.
IQEPAJE or IQE-PHAE seria então a mãe Paje ou Phae, raiz do micénico nome de Apolo, Pajawon, de Phaon e de Phanes. Faz lembrar a esposa de Minos, Pasífae.
«Pasífae» < Πασιφάη, Pás-i-pháē < *Ipas | < Ipha > Ika > Ike | - Paje.
Para entender melhor o nome de Pasífae temos, então, que indagar sobre a raiz Pasi- que imediatamente encontramos num dos epítetos de Perséfone.
Perséfone < Perse-phonē < Perse-pho-neia
                                             Perse-pho-essa < Perse-phassa < Phere-papha
 < Ker – | *Ephapa > *E-Kaka => i-pháē > *Ipa => Min. Ike.
Artimpassa, sendo a deusa da lua e do amor seria seguramente uma forma de Artemisa de Éfeso e, portanto, uma Virgem Mãe da Natureza farta e fecunda, de origem cretense mas que os gregos teriam adulterado na forma da casta Artemisa caçadora.
Então, a raiz deste nome seria afinal uma forma «gaga» do minóico que se situaria entre o micénico Paje e o clássico Phae para luz brilhante.



[1] Restauro cibernético do vaso calcídio presente no Antikensammlungen de Munique a partir de desenho a preto e branco da obra «Griechische Vasenmalerei» de Adolf Furtwängler & K. Reichhold.
[2] Thomas Bulfinch, in THE AGE OF FABLE OR STORIES OF GODS AND HEROES
[3] E foi a memória imortal de Karist que veio a ressucitar em Jesus Cristo.
[4] Se no lat. «domus» < *dom- e o *pil- > «pilum» =>grande  casa (megaron) das colunas => *dom + *pil = dompilum > demplum > «templum».
[5] http://www.huffingtonpost.com/2014/10/28/ancient-cd-rom-phaistos-disk-code_n_6055178.html