IO, UMA VACA SAGRADA
Figura 1: A deusa novilha Io, dos cornos lunares, é apresentada formalmente por Pan a Ísis, em Canopus. (Mural do Templo de Ísis em Pompeia desenhado por Raoul Rochette).
Numa vã tentativa de iludir sua a esposa ciumenta, Zeus transformou a sua amante Io numa belíssima novilha branca. Se conotássemos este mito com o de Pasifai e Europa poderíamos supor que Io teria sido cretense e uma variante destas deusas. Na verdade, a mitologia de Io é, toda ela, a de uma deusa cretense em andanças por todo o próximo oriente até aportar ao Egipto onde fatalmente iria chegar às margens do Nilo. Este périplo parece o de Isis ao contrário.
Cansada de tanto sofrimento, implorou a Zeus por um fim. O deus comovido foi falar com Hera e ambos restauram Io na sua forma humana. Ali ela teve um filho, Épafo, que foi roubado pelos Curetas sob as ordens de Hera.
Éstos obedecieron, y aunque fueron descubiertos y castigados por Zeus, que los aniquiló con su rayo, no rebelaron el paradero del bebé. Así la desventurada Ío inició una nueva travesía esta vez en busca de Épafo, al que por fin encontró en Siria, donde lo amamantaba Astarté o Saosis, la esposa del rey Malcandro de Biblos.
Mãe e filho retornaram ao Egito, onde Io se casou com Telégono, rei do Egito. Io fez uma estátua a Deméter, que os egípcios chamavam de Ísis, e passaram também a chamar Io de Ísis.
Io fez um altar a Deméter porque acabava de dar a luz um filho de deus e era por isso uma legítima Deusa Mãe. De resto, a procura do filho de Io é idêntica à busca de Osíris por Ísis e também de Corê por Deméter.
Figura 2: Desenho de mural de Pompeia de Raoul Rochette identificado por este como representando Europa a Ásia e África mas muito mais provavelmente representará o altar que Io erigiu a Demeter no Egipto, tanto mais que o tema de Io parece ter sido popular em Pompeia.
Na verdade, nada obsta a que, de facto, Io seja uma versão dum mito arcaica de que derivaram o mito de Ísis & Osíris, Deméter & Dionísio, quiçá desenvolvido na época áurea de Creta minóica. Não é, no entanto, seguramente uma versão helénica do mito subjacente ao de Isis porque o mito desta deusa, à semelhança dos mitos orientais de morte e ressurreição, envolve a procura dum esposo morto, enquanto os mitos gregos envolvem a busca de filhos perdidos. Obviamente que as complexidades familiares dos mitos antigos, por vezes paradoxais ou impossíveis, subentendem quase sempre, como postulado de coerência interna, uma relação incestuosa primordial entre a Virgem mãe e o Deus menino, ora irmão gémeo, ora filho, ora esposo ou amante. Tal facto reporta-nos logicamente da cosmogonia para o paradoxo metabiológico intuitivo de não sabermos nunca se nasceu primeiro o ovo, se a galinha. (J!)
No entanto, o mito arquétipo da “Deusa Mãe com o Deus Menino” é, mais na lógica natural das relações humanas do que nas biológicas, o mais arcaico e persistente de todos os mitos e a razão de ser nuclear da própria mitologia da Deusa Mãe, hegemónica no neolítico mediterrânico mas, eventualmente, tão universal quanto intemporal. E é também o mitema que dá sentido à cultura do matriarcado. O mito da esposa que chora a perda do marido, que é quase sempre e incestuosamente o irmão gémeo ou mesmo o próprio filho, é, seguramente, um mito tardio do início do patriarcado, como parece ser o caso de Ísis / Osíris e Istar / Tamuz. Como veremos, o mito de Io tem as duas componentes parecendo assim um mito de compromisso entre a arcaica corrente matriarcal do mar Egeu e as novas correntes do patriarcado oriental.
Ver: AMAZONAS (***)
Io recuperou o menino e reinou sobre o Egipto com o nome de Ísis e foi casada com Telégono...rey del lugar, y por eso Epafo heredó este reino cuando éste murió.
Telégono foi também um herói micénico da época de Ulisses o que nos permite suspeitar que o fundo deste mito é, pelo menos, da época micénica.
Tele-| Gono < Kaunu > Ki-An > Kino > Telepino.
> Ta-re-kon > Drakon ó Dagon.
Telégono é também uma variante de Telepino, o deus Hitita da fertilidade agrícola e, por tanto, o equivalente local dos deuses pascais…e de Dagon, um deus dos mortos como Osíris.
No entanto, na primeira parte do mito de Io Épafo, “o deus menino”, não morre mas apenas desaparece com Corê, à semelhança do mito de Deméter.
Épafo se casó con Menfis, una hija del dios-río Nilo. En su honor fundó una ciudad a la que puso su nombre y que se convertiría con el tiempo en la nueva capital del reino. Con Menfis tuvo una hija llamada Lisianasa, y con la misma o con Casi-opea fue padre de Libia. (...)
Como o rio Nilo era também Osíris, Mênfis seria irmã gémea de Horus o que não deixa de ser uma complexa mistura da mitologia de Íris com a de Io. Mas é duvidoso que os helenistas não soubessem o suficiente de ambos os mitos para os terem assim deturpado tanto.
O mais provável é pensar que ambos os mitos foram autónomos durante muito tempo e quando se reencontraram reconheceram parte da sua origem comum. Os mitólogos que recuperaram o mito de Io no contexto já da supremacia de Isis conseguiram depois o impossível: fazer de ambos os mitos divergentes um mito único.
Embora se saiba que a religião nos relega para o desconhecido, por alguma razão se diz que ela nos “religa” à divindade!
Ver: RELIGIÃO (***)
Épafo era gran amigo de Faetón, al que se parecía mucho. Las bromas que le hacía su amigo, o bien las ofensas de Épafo durante una disputa, incitaron a Faetón a pedir a su padre que le dejara conducir durante un día el carro del sol, con las desastrosas consecuencias que esto tuvo y que entristecieron hondamente a Épafo.
Tras un reinado de gloria, Épafo tuvo una muerte horrible. Hera, ver al hijo bastardo de su marido convertido en rey de tan grandioso lugar encendió aún más la sed de su venganza, que decidió que Épafo debía morir mientras cazaba y convenció a los titanes para que se rebelaran contra su marido. Si bien esta rebelión resultó infructuosa, los titanes devoraron a Épafo antes de que Zeus y otros olímpicos los arrojaran al Tártaro.
This Osorapis was identified with the Hellenistic Serapis, and may well be identical with him. Greek writers make the Apis an incarnation of Osiris, ignoring the connection with Ptah.
Na verdade, o sub-mito de Épafo continua a não se parecer nem com o de Osíris nem com o de Horus tendo muito mais a ver com o de Dioniso e com o de Adónis / Atis. O que havia de comum entre ambos os mitos era apenas o fundamental, ou seja, a simbologia lunar. Ainda assim, foi a identificação de Epafo com o boi Ápis e deste com Osíris que permitiu encrostar o mito de Io no de Ísis.
En mitología griega, Épafo era un rey de Egipto, hijo de Zeus e Ío. Una versión minoritaria le hace hijo de Protogenia. (…) En consonancia con la deificación de su madre, que fue adquiriendo los atributos de la diosa egipcia Isis, a Épafo se le identificó con Apis, y como tal se le adjudicaron las leyendas y atributos de este dios.
David Rohl identifies Epaphus with the Hyksos pharaoh Apophis.
É-pafo (< E- | Pha-Phu < Caco) > Ap-oph-is = Apis-oph ? > boi Apis?
Mênfis < Min-| Phis < Pha-ish ó Ophis| = cobra da deusa mãe|.
Faetón < Pha(e)-Tan, lit. “cobra da luz” = sol.
O contexto do sub-mito de Épafo é, também ele, o de um deus da luz da aurora primordial que noutros mitos foi Pha, ou Phanes, o deus Protágono, filho da deusa Protogénia que Io seria enquanto variante do Caos e da noite taurina primordial.
The mythus of Io is one of the most ancient, and at the same time one of the most difficult to explain. The ancients believed Io to be the moon, and there is a distinct tradition that the Argives called the moon Io. (Eustath. ad Dionys. Perieg. 92; Suid. and Hesych. s. v. Iô.) This opinion has also been adopted by some modern critics, who at the same time see in this mythus a confirmation of the belief in an ancient connection between the religions of Greece and Egypt. (Buttmann, Mytholog. vol. ii. p. 179, &c.; Welcker, Die Aeschyl. Trilog. p. 127, &c.; Schwenk, Etymol. Mythol. Andeutungen, p. 62, &c.; Mytholog. der Griech. p. 52, &c. ; Klausen, in the Rhein. Museum, vol. iii. p. 293, &c.; Voelcker, Mythol Geogr. der Griech. u. Röm. vol. i.) That Io is identical with the moon cannot be doubted (comp. Eurip. Phoen, 1123; Macrob. Sat. i. 19), and the various things related of her refer to the phases and phenomena of the moon, and are intimately connected with the worship of Zeus and Hera at Argos. Her connection with Egypt seems to be an invention of later times, and was probably suggested by the resemblance which was found to exist between the Argive Io and the Egyptian Isis.
Assim sendo, os cornos de Io não eram senão os cornos do crescente lunar que perpassaram para todas as deusas mães subsequentes até a muitas das Nossas Senhoras católicas, particularmente ibéricas como Guadalupe e tantas outras.
Ver: VIRGEM DAS COBRAS (***)
1. Local traditions. -- The place to which the legends of lo belong, and where she was closely connected with the worship of Zeus and Hera, is Argos. The chronological tables of the priestesses of Hera at Argos placed Io at the head of the list of priestesses, under the name of Calli-rhoë, or Calli-thyia. (…)
Kallirhoe (or Callirhoe) was the Naiad Nymph of a spring or fountain of the main town of Akar-nania (central Greece). She was a daughter of the river-god Akheloios, who married the Argive prophet Alkmaion when he established a settlement in the region.
A Grécia Central foi um dos locais onde persistiram as mais arcaicas tradições da mitologia arcaica, minóica e micénica. Io foi seguramente uma destas deusas arcaicas que vieram mais tarde a ser associadas à deusa Hera do novo panteão olímpico trazido pelos Dórios.
Figura 3: Ios guardada por Argos Panoptes. (Casa de Meleagro em Pompeia, foto retocada pelo autor).
Io é um nome tão sintético que é difícil esboçar a sua etimologia mas foi virtualmente uma deusa lunar e esposa taurina de Zeus touro na antiga Arcádia.
Ἴων > Ἴωνες > Ἰάων = Ionian. Ἴώ , an exclam., chiefly in dramatic poetry.
Numa primeira aproximação Iô tria tido correlação fonética com a interjeição exclamativa Ἴώ a partir do nome duma arcaica deusa parecida primordial identificada com a vaca.
Io < Iô < Hiot < Hiwet (> Hwt-Hrw) < Kiaut < Kau-Ket > Kiwat
> Hebat, esposa de Teshub. < *Kakika
> Lat. vacca > «Vaca».
Kauket era uma deusa egípcia primordial que representava a escuridão do caos primordial ou seja, era a variante egípcia do Caos grego relacionada com a deusa do fogo latina Caca e com o termo grego Kakos para feio e sem préstimo, como é todo o que se faz em «cacos» e acaba em «caca».
Que Io teria sido uma vaca deusa do fogo parece inferir-se do seu epíteto Callithyia, Callithoe ou Callithea.
As incertezas do epíteto apontam para as pouca plausibilidade de ele ter tido uma significado preciso de "a melhor entre as mulheres quanto entre os homens" que não passará de uma tradução livremente posterior.
Supostamente teria sido a primeira sacerdotisa de Hera em Argos facto que deve ser tão lendário como Io Callithyessa ter sido a primeira sacerdotisa de Atena de acordo com Hesíquio de Alexandria. Mítico é seguramente o ter sido esta sacerdotisa a inventora dos carros de cavalos que, de acordo com a história foi um feito dos hititas. Assim, parece poder inferir-se que por algum motivo esta náiade teria estado ligada à metalurgia do ferro já que Callithea terá pouco a ver com o facto de ser a melhor entre os humanos mas ser literalmente a deusa Kalli e logo teria sido uma arcaica deusa do fogo como a homónima dos hindus e logo simplesmente a “mais bela” como a luz brilhante do fogo. Embora tecnicamente diversa Callirroê seria uma variante da mesma entidade mítica objectivamente pré-helenica.
Calli′rrhoe (Kallirroê). A daughter of Oceanus, who was the mother of Geryones and Echidna by Chrysaor. (Hesiod, Theog. 351, 981; Apollod. ii. 5. § 10.) By Neilus she was the mother of Chione, and by Poseidon of Minyas. (Serv. ad Aen. iv. 250; Tzetz. ad Lycoph. 686.)
Embora não se encontre nenhuma entidade mítica com o nome de Kali na Caldeia enquanto Kalili poderia ter sido Kur-Ili, literalmente a senhora do Kur, ou seja Nin-Hursag também conhecida em acádio por Belet-Ili.
Belet-Ili < Weret-Ili < Ker-tu-lili = Ker-ili-tu > Kalili > Kalli.
Ver: CAOS (***) & VACAS SAGRADAS (***) & KALI (***)
Assim, parece adensar-se a suspeita de que Io seria a sobrevivência de um culto esquecido da deusa mãe sobrevivente nos recantos mais arcaicos da Grécia disfarçado pelos invasores dóricos olímpicos num culto que Hera usurpou…e perseguiu. No entanto, esta deusa da lua teria sido também deusa da noite primordial como Nut, a deusa do seu nocturno estrelado dos egípcios e uma mãe primordial que foi também representada como uma vaca e, por isso, teve como variante Hator, Hwt-Hrw: Lady of Heaven, House Above e que em Argos seria identificada com a Lua Nova.
Nos antecedentes do mito de Io existe uma estranha entidade chamada Argos Panoptes que nos pode fornecer informações adicionais sobre aspectos obscuros do mito de Io.
Dans la mythologie grecque, Argos ou Argus (en grec ancien Ἄργος / Árgos et en latin Argus), fils d'Arestor et de Mycène (ou du dieu fleuve Inachos, ou d'Argos (le fils de Zeus), ou de Gaïa selon les versions), est un Géant.
Argos Panoptes (Πανοπτης, Argos ‘de todos los ojos’) era un gigante con cien ojos. Era por tanto un guardián muy efectivo, pues sólo algunos de sus ojos dormían en cada momento, habiendo siempre varios otros aún despiertos. Era un fiel sirviente de Hera. Su gran servicio al panteón olímpico fue matar al monstruo ctónico con cola de serpiente Equidna cuando ésta dormía en su cueva (Homero, La Ilíada ii.783; Hesíodo, Teogonía, 295ff; Apolodoro, ii.i.2). El último trabajo de Hera para Argos fue guardar de Zeus una ternera blanca. «Ata esta vaca con cuidado a un olivo en Nemea», le encargó Hera que sabía que la ternera era en realidad Ío, una de las muchas ninfas con las que Zeus se estaba apareando para establecer el nuevo orden.
Como se vê, os cristãos não foram os primeiros adaptar mitos antigos ao contexto das novas convicções em moda! Os gregos reinterpretavam do mesmo modo arcaicos mitos da época minóica de acordo com a nova retórica olímpica sendo assim obrigados a misturarem inevitavelmente mitos e lendas.
Os poetas olímpicos foram os responsáveis teóricos desta nova ordem aprendida nas cortes hititas ou, depois da queda desta, nos locais de refúgio do que restava da casta sacerdotal erudita que se teria refugiado em cidades que vieram a ser mais tarde colónias gregas da Anatólia. No entanto, esta nova Ordem já vinha a ser esboçada desde a queda do império minóico nos templos da caldeia onde o mito babilónico da criação do mundo, a epopeia de Enuma-Elich, já descrevia uma espécie de Titanomaquia em que o dragão Marduque venceu sua avó, a serpente Tiamat do mar primordial, facto que só pode ter sido uma metáfora da viragem geopolítica decorrente da derrocada catastrófica da talassocracia minóica que suportava, a ocidente, o equilíbrio geoestratégico da ordem arcaica neolítica.
Figura 4: Hércules lutando com o deus rio Aquelao na forma de Minotouro, como Gelas. | Figura 5: Aquelao na forma de serpente marinha, mas sempre cornudo e com cabeça humana barbuda masculina. |
Para já Argos Panoptes e Ios parecem ser irmãos. Ambos são eventualmente filhos de Inaco, um deus rio que num mito de Callirhoe é o rio Aquelaio que “was portrayed in Greek art in one of three forms. In vase painting he was depicted as either a "merman," with a coiled fish tail descending from below his chest, or as a large man-headed bull.”
Akheloios was sometimes represented as the god of fresh water in general, rather than merely the god of a river. (…) "From Oceanus and Tethys [were born] the Oceanides ... Of the same descent Rivers: Strymon, Nile, Euphrates, Tanais, Indus, Cephisus, Ismenus, Axenus, Achelous, Simoeis, Inachus, Alpheus, Thermodon, Scamandrus, Tigris, Maeandrus, Orontes." - Hyginus, Preface.
Figura 6: Oceano no desfile do casamento de Pelueo. (Art attique. Sophilos : Dinos à figures noires Les noces de Thétis et Pélée Vers 580 avant J.-C. Londres, British Museum. Restauro cibernético do autor.) Notar que a forma como o autor representou alegoricamente o deus-rio Oceano em nada se diferencia da que o autor da Figura 3 usou para representar o grande rio Aquelao.
No mínimo, Aquelau era irmão de Inaco e eram todos filhos do Oceano, que não foi senão Enki. No entanto, a genealogia mítica parece ser quase sempre uma forma metafórica de filiação etimológica pois, na verdade, por vezes, é difícil saber se estamos perante filhos semanticamente diversos ou avatares e heterónimos da mesma entidade primordial.
O Caso de Inaco é flagrante pois pela etimologia é o mesmo que Enki, ou filho deste. Funcionalmente Aquelau é o mesmo que Enki, o deus sumério das águas frescas.
«Oceano» < Grec. Ôkean(os) < Kau-Kian = Kian-kau = E-Anauco >
Inaco < grec. InacoV = I-Na-Xus (> Lat. I-na-Tius)
Achelous < Aker-hau-us < Sakur-Kakus < Ishkur-Caco lit. “o filho da *Kaphura de fogo, por analogia com um rio de lava vulcânica???
"Io, the daughter of Iasos, went to Aigyptos (Egypt)." - Pausanias, Guide to Greece 2.16.1
"From Inachus and Argia [was born] Io. - Hyginus, Fabulae 145
"He [Apollonios of Tyana] reached the ancient city of Ninon [Nineveh in Babylonia], where he found an idol set up of barbarous aspect, and it is, they say, Io, the daughter of Inakhos, and horns short and, as it were, budding project from her temple." - Philostratus, Life of Apollonius of Tyana 1.19.
Mas como o pai de Io ora é Inachos ora Iasos podemos postular que ambos são elementos da evolução do mesmo nome.
Inachos < I-Na-Xus < Nin-Achos > Sr. Achos ó Iachos.
Ísis < Au-set < Ashet < Sumer. Ishat > Ichos => Ios.
Como se verá adiante este facto permite desde já postular que Ino poderia ser uma variante de Io e ambas variantes da suméria Ninana / Inana filhas de Enki, pai de Marduque e logo esposo de Ia que deste modo pode ter sido na Argólida a forma arcaica importada da mesma cultura que deu origem ao epíteto da mãe de Marduque. Por outro lado, o facto de Ihu ser no Egipto a deusa do sistrum, que fazia parte do culto de Ísis, terá facilitado a identificação de Io com Ísis.
Sumer. Ia = (epíteto da) mãe de Marduque, gorda, <= farta < I = canal + A = água. Hu = pomba;
Ihu = (Ehi) The Egyptian god of the sistrum (the sacred rattle).
Su alcuni papiri dell'isola di Elefantina, vicino ad Assuan, databili intorno al 410 a.C., viene citata la dea Iahu-Anat, adorata nel tempio di Yahweh in Gerusalemme.
Iahu secondo una discussa ipotesi di Robert Graves, sarebbe stato un titolo onorifico che i Sumeri avevano attribuito alla dea creatrice dell'uovo cosmico. Secondo i moderni seguaci del neopaganesimo tale titolo sarebbe quindi passato al dio biblico e ne sarebbe derivato il nome Yahweh. Secondo la discussa ricostruzione del mito pelasgico di Graves, "Iahu", che in lingua sumera significherebbe "divina colomba", dovrebbe essere ricollegata alla dea Eurinome. Nell'archivio dei testi in scrittura cuneiforme di Ebla (Siria), il titolo "Iahu" era associato alla dea Anat.
"A letter found in a mound northwest of the modern town of Ta'annek written in the fifth century B.C. proves that 'Yah' was a deity of the Canaanites. Yah is associated with the Canaanitish Mother-goddess, Ashtart-Anat as seen by the Father-Mother titles of the deity of the Jews at Elephantine. There, the title of Anat-Yaw is seen as well as Ashim-Bethel and Afat-Bethel where the titles of Astarte are combined with the Sun-god, Bethel. At Gaza, Yah appears as a Sun-god on a coin and coins were frequently inscribed with the figure of Ashtart-Yaw, Anat-Yaw, and Anat-Bethel, which corresponds to the Phoenician Melk-Ashtart and Eshmun-Ashtart" - The Mythology Of All Races, Vol. 5, p. 44.
Yaw < Iahu > Iau > Io.
< Jaku < Ash-Ki ó Kiash ó Ki-aush => Eos => Vesta.
Obviamente que Jaco nos reporta para Baco, o deus menino da Deusa Mãe Ki, que foi bezerro de ouro antes de ter sido o Minotauro, pelo que Io terá sido sua irmã gémea, Korê, Atena e Anat.
Existe a suspeita de que Io teria sido também, pela via da variante fonética de Istar, Íris / Eoster, aparentada com Eos.
O interessante no mito de Io é o de ela ter sido uma bezerra como Istar e Juno Sospita, tudo apontando assim para um encesto místico de Zeus / Ea-Enki com sua filha Aia / Istar / Io.
Ver: EOS (***) & IRIS (***)
Ele era uma serpente para os que lavravam o mar e um touro para os que aravam a terra! Por isso a Creta minóica o adorava tanto como serpente como touro. As versões que fazem de Aquelau uma cobra chifruda não fazem mais do que a síntese da ambivalência congénita deste Deus criador filho de Tiamat / Equidna.
When Theseus returned home from the Calydonian chase he was invited and hospitably received by Achelous, who related to him in what manner he had created the islands called Echinades.
Echidna < Echidnades ó Echina-(des) = Ech-ina ó Ina-esh > Inachos.
Inachos, a river god and king of Argos, is described as a son of Oceanus and Tethys. By a Melian nymph, a daughter of Oceanus, or, according to others, by his sister Ar-geia, he became the father of Phoron-eus and Aegialeus, to whom others add Io, Argos Panoptes, and Phegeus or Pegeus.
Inacheiê, Inachiônê, frequently occur as surnames of Io, the daughter of Inachus. (Virg. Georg. iii. 153; Ov. Fast. iii. 658, Met. ix. 686; Aeschyl. Prom. 591; Callim. Hymn. in Dian. 254.) Epaphus, a grandson of Inachus, bears the same surname (Ov. Met. i. 753); and so also Perseus, merely because he was born at Argos, the city of Inachus. (Ov. Met. iv. 719.)
Phorônis, a surname of Io, being according to some a descendant, and according to others a sister of Phoron-eus. (Ov. Met. i. 668 ; Hygin. Fab. 145.)
Resumindo, da complexidade mitológica podemos inferior que Inaco, se não era irmão gémeo de Io poderia ter sido e, como Ianco era irmão de Aquelao ou um mero avatar de Enki, Io seria pouco mais do que *Ina(k)iona ou seja, Inana.
«Inácia» < Ina′Chia < I-(A)na-Ki-| ha < ka| < I-Ana-kika > I-Anat.
Phor-ônis < Kaur-| aun < Anu|-ish, lit. “Filha de Crono”, logo titã e crónida como Zeus > Coronis, uma da estrelas da constelação das I-ades.
Notar que o prefixo “I” já aparece no nome da suméria Inana e da babilónica Ia, epíteto de Damkina, a mãe de Marduque.
HÍADES
Las Híades en la mitología griega son las ninfas hacedoras de lluvia, al menos esto es lo que parece que significa su nombre. En un principio las híades eran unas estrellas que aparecen en primavera; de las que se decía habían sido unas ninfas transformadas por Zeus en constelación por los grandes servicios que realizaron cuidando a Dioniso. (...) En una versión más tardía, se hacía de las Híades unas muchachas; hermanas de Hiante, que, desoladas por la muerte de éste, murieron de pena, siendo transformadas en constelación. En la mitología romana a las híades se les identifica con las Súculas.—Wikipedia.
O pensamento mítico é uma forma esquizofrénica e neurótica de superar as contradições da realidade social que, por falta de controlo da realidade, acaba na redundância das antinomias, nos paradoxos e na inefabilidade dogmática. Não sabemos se no plano das coisas míticas a fertilidade «suculenta» (< Lat. Succul-entu = “que tem suco” <= Súculas) das nuvens teria que ser intrinsecamente absoluta. Porém, sabemos que noutros mitos as nuvens eram as vacas de Apolo e noutros o esperma fertilizador feito espuma dos deuses “manda chuva”, das tempestades e da guerra pelo que as contradições do mito das Híades teriam inevitavelmente que acabar num paradoxo qualquer.
Na mitologia grega, as Híades, significando "as chuvosas”, são uma irmandade de ninfas que trazem chuva. Eles não se aparecem na mitologia romana onde Pluvius é um epíteto de Júpiter, como sendo" aquele que e manda-chuva".[1]
Quer isto dizer que as Súculas romanas já pouco ou nada teriam a ver com a mitologia das Híades embora possamos suspeitar que o nome que os romanos davam a estas mesmas estrelas tivesse derivado dum mito idêntico, arcaico e matriarcal, que os patrícios romanos já haviam esquecido, facto de que se pode suspeitar na análise do nome das Híades gregas.
Pois bem, na etimologia deste nome podemos destacar o sufixo –iades, referida a propósito das Plêiades, com o significado genérico de deidades o que nos permite inferir que estas deusas seriam originalmente filhas da Deusa Mãe Terra, Hy, Xi, ou Ki, esta sim, Virgem Mãe de fertilidade autognética, como Tiamat, Artemisa e Atena! Por outro lado, se a Virgem Mãe pode em tese dispensar marido não dispensa o filho, o deus menino que os mitos sugerem ter sido Dioniso que etimologicamente pode ter sido filho de Dione e não de Semele, ou esta ter sido um mero epíteto daquela. Ora, Dione era uma das Híades. Quer dizer que, mais uma vez se confirma que os mitos de morte e ressureição solar foram primeiro mitos relativos ao arquétipo da “Deusa Mãe com o Amado Deus Menino” e só depois que o deus se tornou rapaz espigadote é que este se transformou, por divino incesto, no Amantíssimo esposo da Virgem Mãe! Claro que a corte das Híades mais não seria do que um cortejo dos teónimos da Deusa, dentre os quais se destaca o de Corone e Dione e... Prodice, uma antepassada étmica de Afrodite.
> Phe-hi > Feo.
Fésile < Phé-Xi-la > Pha-Hu-la > Phaola.
> Pho-lixa > Polixo.
< Kau-Kur(a) > Ku-ku-la => Lat. Súcula.
Prodice < Pró-Xi-The < Kaur-Ki-te < (A)frodite.
Corone < Kaura(-una) < Kaur | < Kur | -a > Kira > Xi-la.
Eu-| dora < Thaura < Kaur-a ó Edra > Adra > Atla > Atlas.
Ambrósia < Am-Werau | Kaur | -shia
Dione < | Thi < Ki | Ana > Dian / Atena / Anat ó Ti-Amat.
Os Hiantes, descendentes de Hías — ou antes das Híades, porque a fertilidade das ninfas da chuva não têm necessidades de nenhum consorte masculino — eram indígenas (Pelasgian ") da Beócia de onde foram expulsos pelos seguidores de Cadmus (a História Natural de Peck' Pliny, iv.12). (...)
Hías ou Hiantes, na mitologia grega, era um filho do Gigante Atlas e Edra (uma do Oceânidas). Ele era um arqueiro notável que foi morto pela presa que ele perseguia. Algumas histórias dizem que morreu depois de tentar roubar um leão de seus filhotes. Alguns que foi morto por uma serpente, mas comumente é dito com tendo sido despedaçado por um javali selvagem. As irmãs dele, as Híades, lamentaram a sua morte com tanta veemência e dedicação que morreram de aflição. Zeus, em reconhecimento do amor do seu amor familiar, teve pena delas e transformou-as em estrelas da constelação das Híades– colocando-as na cabeça de Taurus onde o seu aparecimento anual se faz acompanhar de chuvas abundantes. [2]
É obvio que estamos em presença de mais uma versão dum mito de morte e ressurreição, mas agora na variante adulta do deus masculino, tal como teria sido conhecido na época pelágica da Beócia. Na verdade, este mito parece ser um derivado extemporâneo do das Híades mas tal não explicaria a lenda beócia dos hiantes. Por outro lado, a parte do mito das Híades, suposto nuclear e original, de “ninfas transformadas por Zeus em constelações pelos grandes serviços que realizaram cuidando de Dioniso” é precisamente aquele que nos permite suspeitar que estas deidades aparecem nos confusos e complexos “mitos de Dioniso” para encobrirem a sua verdadeira identidade e a real natureza e importância que as Híades tiveram em épocas arcaicas nos mitos pascais.
"Hermes took him [the infant Dionysos] to the Nymphai of Asian Nysa, whom Zeus in later times places among the stars and named the Hyades." - Apollodorus, The Library 3.29
"The Nymphae which are called Dodonides (others call them Naides) ... On Mount Nysa these obtained a boon from their foster-son [Dionysos], who made petition to Medea. Putting off old age, they were changed to young girls, and later, consecrated among the stars, they are called Hyades (rainy ones)." - Hyginus, Fabulae 182
According to Pherecydes, they brought Liber [Dionysos] to Thebes and delivered him to Ino, and for this reason Jove [Zeus] expressed his thanks to them by putting them among the constellations." - Hyginus, Astronomica 2.21
As Lamides eram Ninfas Naiades do Rio Lamos em Kilikia (Anatolia) ou Beócia (na Grécia central). Elas eram as amas do deus Dioniso. (…) Eram provavelmente idênticas às Nisiades que também foram identificadas com as Híades, Dodonidas, e ninfas Naxias, outras amas do deus Dioniso.[3]
Sumariamente então, podemos concluir que as Híades foram ninfas asiáticas chamadas Lâmidas, Dodonidas, Naidas, Naxias ou Nisíades, que foram substituídas por Ino (irmã de Semele, segundo Ovídio) no papel de amas de Dioniso.
Lamni-des < Urmi-tes < Carma, Carmentas.
Dodoni-des < Dau-Doni-tes < Dio-Dion ó Dion.
Nai-das < Ina > Ino.
Naxias < Nachi-as ó Inach(os) = Io.
Nisía-des < Nysa < Nusha > Nut.
"[ A imortalizada Semele para Hera:] 'Veja [o bebé] Dioniso ao colo da vossa própria mãe [Rhea], onde fica em braço carinhoso! O Dispenseirodo universo eterno, o primeiro rebento a despontar dos deuses, a Mãe de tudo, tornou-se na ama de Bromios [Dionysos]; ela ofereceu ao pequeno Baco o peito que o Alto e Poderoso Zeus chupou! (...) Mas esta Cibele [Rhea], que é chamado Vossa mãe, gerou Zeus e amamentou Baco no mesmo colo! Ela cuidou de ambos, o filho e o pai ". - Nonnus, Dionysiaca 9.206[4]
“He [Dionysos] entered Maionia, and stood before Rheia his mother, offering royal gifts from the Indian Sea." - Nonnus, Dionysiaca 43.440
Assim, os nomes das diversas amas de Dioniso são meros teónimos da Deusa Mãe, razão pela qual se suspeita que os mitos que falam de Reia / Cibele como mãe deste deus sejam de facto os que se reportam à verdadeira paternidade original deste mito pascal.
Por outro lado, a imprecisa mitologia das Híades resulta da própria complexidade da mitologia em geral e da de Dioniso e da Deusa Mãe em particular, quer por força dos compromissos culturais da geo-politica grega antiga a que os mitos gregos, sobretudo os mais importantes, estiveram sujeitos quer em virtude da ruptura com a tradição mítica Grécia arcaica esteve sujeita na chamada Idade das Trevas que se situa entre 1100 a. C e 750 a. C e durante o qual se perdeu o uso da escrita, que só voltaria no século VIII a.C.
O uso mitológico de Hías, aparentemente uma formação a partir das Híyades, pode simplesmente ter sido para prover uma figura masculina para consorte das arcaicas ninfas da chuva, as Hyades, um valete responsável pelo bom comportamento destas, tal como todas as irmandades arcaicas — até mesmo as Musas — precisaram de ser controladas debaixo da nova ordem olímpica (Ruck e Grampos). Na realidade entre os poetas é irrelevante se Hyas é descrito como o pai ou como irmão destas. E a morte deste deu a estas chorosas ninfas da chuva um pretexto para o seu pranto, pois serem carpideiras dum homem era um papel feminino aceitavelmente passivo na cultura patriarcal do Helenos. Hías não teve nenhuma existência separada excluir como progenitor/guardião dos Hiantes, nem na narrativa de mítica nem no ritual, pois mesmo as histórias alternativas do seu falecimento são um pouco convencionais e intermutáveis: compare-se com a morte de Meleagro ou Acteião.[5]
Ora bem, é bem possível que, onde os estudiosos não vêm senão uma figura secundária extraída, por mera convenção de protocolo patriarcal, do mito arcaico das Híades, resida a essência deste mito astronómico, esse sim, demasiado intelectual para ser arcaico.
"Some say they [the Hyades] are so called because they bring rain when they rise, for to rain is hyein in Greek." - Hyginus, Fabulae 192.
"But Zeus made them [the sisters of Hyas] into the stars which are called Hyades. Hesiod in his Book about Stars tells us their names:' Nymphai like the Kharites, Phaisyle and rich-crowned Kleeia and lovely Phaio and long-robed Eudora, whom the tribes of men upon the earth call Hyades." - Hesiod, Astronomy Frag 2 (from Scholiast on Aratus 254)
"The Pleiades (Many) were so named, according to Musaeaus, because fifteen daughters were born to Atlas and Aethra, daughter of Oceanus. Five of them are called Hyades, he shows, because their brother was Hyas, a youth dearly beloved by his sisters. When he was killed in a lion hunt, the five we have mentioned, given over to continual lamentation, are said to have perished. Because they grieved exceedingly at his death, they are called Hyades. The remaining ten brooded over the death of their sisters, and brought death on themselves; because so may experienced the same grief, they were called Pleiades. Alexander says they were called Hyades because they were daughters of Hyas and Boeotia, Pleiades, because born of Pleio, daughter of Oceanus, and Atlas." - Hyginus, Astronomica 2.21
O facto de a mitologia helénica ter tratado este mito com pouco entusiasmo só prova que o compreenderia mal. Na verdade as Híades, enquanto pronuncio da época das chuvas eram inevitáveis deidades de cultos de fertilidade agrícola. Por outro lado, Hías é sempre irmão desta e nunca pai. Normalmente o irmão bem-amado costuma ser o benjamim da família e nada no mito justifica fazer do jovem Hías um “valete de copas” pois só o tardio Ovídio o considera romanescamente como primogénito da família atlântida. Com muitas ou poucas irmãs gémeas Hías era o “deus menino”, deste mito pascal, possivelmente bem mais antigo do que os congéneres tardios, Meleagro ou Acteião, por ser literalmente um filho de Ki, a Deusa mãe Terra. A chuva grega recebeu dele o nome porque obviamente este foi um deus “manda-chuva”, numa época arcaica da Beócia.
`UaV `UhV = Hyas < Hyês (Chuvoso ó hyô, hyetos) < Ki-ash, lit. “filho de Ki”, como Atis.
INO
Ino foi uma deusa “manda-chuva” que teve ralação certa com a deusa das nuvens, a ninfa Nefélia.
En la mitología griega Néfele (en griego Νεφέλη, de νεφος nephos, ‘nube’) era la diosa de la nubes (...).
Se casó con Atamante, pero éste se divorció de ella por Ino. Frixo, hijo de Atamente y Néfele, junto su gemela Hele, eran odiados por su madrastra, Ino, quien urdió una malvada trama para librarse de ellos, tostando todas las semillas de las ciudades para que no crecieran. Los granjero, temerosos de la hambruna, pidieron ayuda a un oráculo cercano. Ino sobornó a los hombres enviados al oráculo para que mintieran y le dijeran a los demás que éste exigía el sacrificio de Frixo. Sin embargo, antes de que éste fuera sacrificado, él y Hele fueron rescatados por un carnero dorado volador enviado por Néfele, su madre natural. Hele se cayó del carnero en el Helesponto (bautizado así en su honor, pues significa ‘Mar de Hele’) y se ahogó, pero Frixo resistió todo el camino hasta la Cólquida, donde el rey Eetes le acogió y le trató amablemente, dándole a su hija, Calcíope, en matrimonio. Como agradecimiento, Frixo dio al rey el vellocino de oro del carnero, que Eetes colgó de un árbol.
Figura 7: Nephele, Phrixus e Helle.
Como é patente, o mito de Nefele reporta-nos para o conceito egípcio Nefer relacionado com as filhas de Enki, a nuvens brancas como «nubentes» que foram também as vacas leiteiras de Apolo.
Ver: NEFER (***)
A mitologia grega é uma mistura confusa e complexa de mitos e lendas e a sua riqueza e complexidade não tem paralelo noutras mitologias antigas precisamente porque os gregos, a partir das invasões gregas que deram origem à “idade das trevas” deixaram de ter uma casta sacerdotal que zelasse pela unidade e integridade dos seus mitos. Por outro lado, as mesmas invasões que determinaram a ordem nova do panteão olímpico, possivelmente imposto durante a unificação do panteão hitita ordenada por Tudália IV, nunca conseguiram dominar inteiramente a Grécia arcaica por vicissitudes geográfica deste rincão balcânico, formado por uma miríade de ilhas, penínsulas e zonas montanhosas de difícil acessos, facilitadores do desenvolvimento de “pequenas unidades culturais”, locais e regionais
Figura 8: Ino com Dioniso ao colo, uma comum Virgem Mãe de Deus. In Greek mythology Ino (/ˈaɪnoʊ/ Greek: Ἰνώ [iː'nɔː][1]) was a mortal queen of Thebes, who after her death and transfiguration was worshiped as a goddess under her epithet Leucothea, the "white goddess." Alcman called her "Queen of the Sea" (θαλασσομέδουσα),[2] which, if not hyperbole, would make her a doublet of Amphitrite. In her mortal self, Ino, the second wife of the Minyan king Athamas, the mother of Learches and Melicertes, daughter of Cadmus and Harmonia[3] and stepmother of Phrixus and Helle, was one of the three sisters of Semele, the mortal woman of the house of Cadmus who gave birth to Dionysus. The three sisters were Agave, Autonoë and Ino, who was a surrogate for the divine nurses of Dionysus: "Ino was a primordial Dionysian woman, nurse to the god and a divine maenad" (Kerenyi 1976:246) |
A transmissão da tradição oral está, como se sabe, mesmo quando não sujeita a apertados controlos institucionais de tipo sacerdotal, desde logo sujeita aos processos intuitivos auxiliares da memorização, facilitadores mas redutores, como sejam a simplificação até ao essencial com substituição do supérfluo por esteriótipos descritivos de acordo com retórica descritiva em a moda. Por sua vez, é função da tradição, mais do que a transmição da memória fundadora, manter a chama da utopia deixada pelos míticos fundadores o que quase sempre passa pelo sacrifício da verdade factual em detrimento da verdade imaginada. As instituições tendem sempre a escreverem e reactualizarem as fantasias da sua memória de acordo com as suas miragens actuais já que raramente almejam outro futuro que não seja um apocalipse pior do aquele que precedeu a sua fundação!
À margem das instituições guardiãs, a tradição oral fica sujeita tanto à rápida degradação da memória e da atenção quanto a lenta deturpação e distorção do seu conteúdo, nem sempre pela má fé a soldo dos supremos interesses do estado, mormente pela mera necessidade de exaltação épica, mas sobretudo pela simples tendência natural colmatar as lacunas da memória com a imaginação. Tal facto impõe restauros espontâneos das lacunas da tradição oral, acumulada pelo seu uso e abuso, por processos metafóricos de invenção seja com recurso à analogia e ao paralelismo ou, mais raramente, por pura invenção ou má fé! Quanto muito, os aedos faziam de improviso floriados ao gosto das suas audiências e adaptavam nomes e situações de mitos antigos de acordo com as tragédias ou vilanias vingadas do momento. Assim, o passado tendia a justificar ou a exorcizar o presente que por sua vez poderia ser mote para exaltação revivalista do passado inevitavelmente revisitado na perspectiva do presente.
Figura 9: Ino & Dionísio. Interpretação neoclássica de John Henry Foley.
A oralidade, mais do que inventada, era reactualizada até à exaustão à luz das angústias da época sendo assim inevitável que o resultado final fosse uma mistura intrincada de falsas glórias do passado com as negras ansiedades do presente. Sem história escrita, mito e lenda eram partes da mesma memória colectiva mas a sua distinção, quando possível, era a única nuance que podia sugerir a diferença entre memórias, mais ou menos vagas, genuinamente vividas e a tradição mítica fundadora, quase sempre tão disruptora e cataclísmica como era sentida a situação presente. De facto, os mitos trágicos e a violência absurda parecem dominar a pequena mitologia grega com que mais tarde a Grande Tragédia Grega se veio a saciar. Tal acontecia porque foi assim que sempre aconteceu: as pessoas querem saber o que se passa à sua volta, não tanto para se poderem também divertir a contarem como foi na casa dos outros, mas sobretudo para sentirem que sabem com o que podem esperar dos tiranetes de casa já que da tirania divina nem Zeus se livrava.
Assim, por falta comunicação entre as pequenas unidades, ainda que o panteão olímpico se tenha formado por uma espécie de compromisso tácito entre os novos deuses impostos pelos dóricos e os deuses locais mais respeitados, os pequenos deuses de tradição local multiplicaram-se a partir de velhos teónimos de deidades que outrora teriam sido comuns. A acrescentar a esta realidade de que o conhecimento comum extrai as causas da prosperidade e independência das cidades estado, bem como o gérmen cultural do liberalismo moderno, a prolongada perda do uso da escrita pelos gregos durante a idade das trevas fez prevalecer a oralidade como meio exclusivo de transmição da tradição em que mito e lenda se misturam numa simbiose levada ao um extremo do delírio que nenhuma outra cultura antiga conhecida alcançou. Se por um lado é fácil de ver que quase toda a mitologia grega tem um fundo de verdade histórica reconhecível por outro, aos estudiosos é quase impossível saber onde começa a lenda e acaba o mito bem como onde é que este é pura invenção ab inicio, quer durante o processo de transmissão oral, quer na fase precoce fixação escrita, quer mesmo na da recolha crítica tardia. Na fase sincrética helenística e romana a contaminação pelas mitologias dos povos integrados nos impérios de Alexandre e de Roma fizeram sobretudo estrado estragos aos deuses olímpicos pois, como seria de esperar pouco terão alterado no que respeitava às tradições locais. Ainda assim, em virtude da apetência cultural desta fase de helenismo e prosperidade imperial, globalizada pela pax romana, a recolha crítica de mitos intensificou-se até aos tectos da biblioteca alexandrina, sendo esta aquela em que mais interpolações e correcções racionalistas e comparativas se terão verificado. À semelhança da moderna indústria de entretenimento moderno que usa e abusa da ficção é possível que as pequenas e epopeias mitológicas dos clássicos, bem como formas menores de teatro, como mimos e pantominas, se tenham deliciado a inventar novos mitos em secula e a refazerem velhos mitos ao gosto da moda.
Inw = Inô = Of the Ionian (Sea) = Qalasso-medoisa = Thalassomedoisa = Sea Queen = Bynê (a cervejeira)
"Kadmos’ daughter, slender-ankled Ino who is also Leukothea; once she had been a mortal and spoken with human voice, but now she lives in the salt seas and the gods give her the honour that is her due." - Homer, Odyssey 5.333
"Ino Thalassomedoisa (queen of the sea)." - Greek Lyric II Alcman, Frag 50.
Losna was the moon goddess, and was also associated with the ocean and tides. She is probably the same as the Greek Leukothea.
Ino < Inô < Io-Naut < Jau-Nut => Io-Nut
> Jauno > Juno.
Leuko-thea < Reuho-deia > Dea-Reia.
< Eurkau < Urki, “a lua”.
Thalasso-medoisa = deusa mãe Talassa.
Figura 10: Hermes confia Dioniso a Ino.
Depois, Ino, irmã de Semele, levou para casa Dioniso, causando uma grande raiva em Hera que a descarregou sobre Adamas enlouquecendo-o ao ponto de este matar Learco, um dos seus filhos. Ino, para escapar à perseguição assassina da loucura do marido, lançou se ao mar com o seu filho Melicertes. Foram adorados ambos depois como divindades marinhas, Ino como Leucothea, Melicertes como Palaimon.
The Romans identified Palaemon with Portunus (the harbour god). No satisfactory origin of the name Palaemon has been given. It has been suggested that it means the "wrestler" or "struggler" and is an epithet of Heracles, who is often identified with Melqart, but there does not appear to be any traditional connection between Heracles and Palaemon. Melicertes being Phoenician, Palaemon also has been explained as the ?burning lord? (Baal-haman), but there seems little in common between a god of the sea and a god of fire. -- Encyclopædia Britannica
> «Faraó».
Palaemon < Phar-| a-he < ake ó acu ó atu | -mon
< *Phar | atumaun > Atum-Anu < tu-m(a)nu
*Kartu-Min + ish => Kaurtumnus > Phortumnus > Portunus
ó Kartu Mer(i) > Mal-Kart(-ish) º Hércules.
> Meli-kert-ish > Melicertes.
Figura 12: Freixo & Helena, os filhos de deusa Nefele salvos do sacrifício por Hermes Crióforo num moral de Pompeia. Talvez não tenha sido por mero acaso que os mito de Io e de Ino tenho tido particular aceitação nesta antiga e trágica cidade romana.
Athamas was the son of Aeolos (God of the Winds) and Enarete, while his brothers were Kretheas, king of Iolkos, Sisyphos, king of Korinthos, Salmoneas, and Peieres king of Boeotia. From his first wife, Goddess Nephele (= cloud) he had two children: Phrixos and Helle. Falling in love with Ino, daughter of the Theban king Kadmos, Athamas left Nephele and Thessaly, to marry Ino and become king in her city of origin. There, she bore him two sons: Learchos and Melikertes. Ino hated Nephele’s children and deeply wished to get rid of them. She thus concocted a terrible plan. She convinced women to secretly roast the seeds before planting them on the pretext that their potency would be enhanced. The famine that ensued led King Athamas – her husband- to seek answers from the oracle of Delphi. Ino bribed the emissaries, who delivered her own oracle that the king had to sacrifice his firstborn son, Phrixos, on the altar of Zeus. Athamas had no choice before his desperate subjects. However, as Phrixos lay on the altar ready for the sacrifice, his mother, Nephele, filled the space with a deep cloud. In the awe and confusion that followed, Hermes’ Golden-fleece Ram appeared next to the boy, who grabbing his sister Helle by the hand, got on the Ram that carried them off into the skies.
Figura 11: Freixo foge de Ino. Notar que esta transporta o machado duplo das sacerdotisas amazónicas cretenses. --- Amphora Munich 2335 Painter, c. 440 BC, Naples 270.
Ino era uma Deusa Mãe violenta e mafiosa como todas as matriarcas mediterrânicas e como grande parte das míticas sacerdotisas gregas arcaicas que cometeram assassinos lendários seriam na verdade seguidoras da tradição cretense de praticarem a justiça sagrada por suas próprias mãos.
Atamas, com a culpa do assassinato do seu filho, foi obrigado fugir para a Beócia. Fo-lhe ordenado pelo oráculo para se instalar num lugar onde ele deveria receber a hospitalidade de bestas selvagens. Isto que ele encontrou em Ftiotis na Tessalia onde ele encontrou de surpresa alguns lobos que comiam ovelhas e que; na aproximação fugiram dele deixando-lhe os ossos. Atamas, considerando isto como o cumprimento do oráculo, resolveu ficar por lá casando com uma terceira esposa, Temisto (filha de Xoineus). Depois disto o logar foi chamado “planície Atamaniana. Quando Atamas voltou à segunda sua esposa, Ino, Themisto procurou vingar-se vestindo as suas crianças com roupa branca e Ino de preto. Ino trocou as roupas deles sem o conhecimento de Temisto, e ela matou as próprias crianças.[6]
Athamas < Athamnus > Ataminus > Tamuz < Tamisho > Themisto.
> Thaumas
Thaumas was an old god who personified the wonders of the sea.ncient sea god. He presided over the wonders of the sea. From him were born Harpyiai (storm gusts) and Iris (rainbow).
Ino (Inô), a daughter of Cadmus and Harmonia, and the wife of Athamas, who married her in addition to his proper wife Nephele, but according to some, not till after the death of Nephele. After her death and apotheosis, Ino was called Leucothea.
A relação de Ino com Io volta a aparecer como plausível ao ser também ela como vítima dos ciúmes de loucura divina trazida por Hera por ter sido ama de Dionísio, outro filho ilegítimo de Zeus. O termo de união subjacente de ambos os mitos aparece também na relação de ambas estas deusas com cultos arcaicos de morte e ressurreição solar no caso de Io pela relação de Epafo com Ápis / Osíris e Ino com Dionísio.
Other traditions state that Athamas, when Hera visited him and Ino with madness for having brought up Dionysus, killed Learchus, one of his sons by Ino, and when he was on the point of killing also the other, Melicertes, Ino fled with him across the white plain in Megaris, and threw herself with the boy (or, according to Eurip. Med. 1289, with her two sons) into the sea. Melicertes is stated in some traditions to have previously died in a cauldron filled with boiling water. (Eustath. ad Hom. p. 1543; Plut. Sympos. v. 3; Ov. Met. iv. 505, 520, &c.; Tzetz, ad Lycoph. 229.) According to Plutarch (Quaest. Rom. 13), Ino killed her own son, as she had become mad from jealousy of an Aetolian slave, of the name of Antiphera, and Plutarch recognized an allusion to that story in a ceremony observed at Rome in the temple of Matuta, who was identified with Leucothea; for no female slave was allowed to enter the temple of Matuta at her festival, with the exception of one, who received a box on the ears from the matrons that were present. Hyginus (Fab. 2; comp. Paus. ii. 44. § 11) states, that Athamas surrendered Ino and her son Melicertes to Phrixus to be killed, because she herself had attempted to kill Phrixus. But when Phrixus was on the point of committing the crime, Dionysus enveloped him in darkness and thus saved Ino. Athamas, who was thrown by Zeus into a state of madness, killed Learchus ; and Ino, who leaped into the sea, was raised to the rank of a divinity, by the desire of Dionysus. Others relate that Leucothea placed Dionysus with herself among the gods. (Plut. de Frat. Am. in fin.)
[1] In Greek mythology, the Hyades, meaning "the rainy ones" are a sisterhood of nymphs that bring rain. They do not appear in Roman mythology, where Pluvius is an epithet of Jupiter, as "he who sends rain".
[2]The Hyantes, descendants of Hyas—or rather of the Hyades, for the fertility of rain-nymphs needs no male consort— were the original ("Pelasgian") inhabitants of Boeotia, from which country they were expelled by the followers of Cadmus (Peck' Pliny's Natural History, iv.12). (…) Hyas, in Greek mythology, was a son of the Titan Atlas by Aethra (one of the Oceanids). He was a notable archer who was killed by his intended prey. Some stories have him dying after attempting to rob a lion of its cubs. Some have him killed by a serpent, but most commonly he is said to have been gored by a wild boar. His sisters, the Hyades, mourned his death with so much vehemence and dedication that they died of grief. Zeus, in recognition of their familial love, took pity upon them and changed them into stars - the constellation Hyades - and placed them in the head of Taurus, where their annual rising and setting are accompanied by plentiful rain. -- Wikipedia, the free encyclopedia.
[3] THE LAMIDES were Naiad Nymphs of the River Lamos in Kilikia (Anatolia) or Boiotia (central Greece). They were nurses of the god Dionysos. (…) They were probably identical to the Nysiades, and were also closely identified with the Hyades, Dodonides, and Nymphai Naxiai, other nurses of the god Dionysos.
[4] "[The immortalised Semele to Hera:] 'See [the baby] Dionysos in the arms of your own mother [Rhea], he lies on that cherishing arm! The Dispenser of the eternal universe, the first sown Beginning of the gods, the Allmother, became a nurse for Bromios [Dionysos]; she offered to infant Bakkhos the breast which Zeus High and Mighty has sucked! (…) But this Kybele [Rhea] who is called your mother brought forth Zeus and suckled Bakkhos in the same lap! She dandled them both, the son and the father." - Nonnus, Dionysiaca 9.206.
[5] The mythological use for a Hyas, apparently a back formation from Hyades, may simply have been to provide a male figure to consort with the archaic rain-nymphs, the Hyades, a chaperone responsible for their behavior, as all the archaic sisterhoods— even the Muses— needed to be controlled under the Olympian world-picture (Ruck and Staples). In fact among the poets it is immaterial whether Hyas is described as their father or their brother. And his death gave these weepy rain-nymphs a cause for their weeping, mourning for a male being an acceptably passive female role in the patriarchal culture of the Hellenes. Hyas had no separate existence except as progenitor/guardian of the Hyantes, neither in mythic narrative nor in rite, even the alternative accounts of his demise being somewhat conventional and interchangeable: compare the death of Meleager or Actaeon. -- Wikipedia, the free encyclopedia.
[6] Later, Ino raised Dionysus, her nephew, son of her sister Semele, causing Hera's intense jealousy. In vengeance, Hera struck Athamas with insanity. Athamas went mad and slew one of his sons, Learchus; Ino, to escape the pursuit of her frenzied husband, threw herself into the sea with her son Melicertes. Both were afterwards worshipped as marine divinities, Ino as Leucothea, Melicertes as Palaemon.
Athamas, with the guilt of his son's murder upon him, was obliged to flee from Boeotia. He was ordered by the oracle to settle in a place where he should receive hospitality from wild beasts. This he found at Phthiotis in Thessaly, where he surprised some wolves eating sheep; on his approach they fled, leaving him the bones. Athamas, regarding this as the fulfilment of the oracle, settled there and married a third wife, Themisto (son: Schoeneus). The spot was afterwards called the Athamanian plain.
When Athamas returned to his second wife, Ino, Themisto sought revenge by dressing her children in white clothing and Ino's in black. Ino switched their clothes without Themisto's knowledge, and she killed her own children.