quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

POTOS, o deus dos desejos, dos filtros de amor e das poções mágicas, por arturjotaef

 

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Figura 1: Pothos ("longing") or Himeros ("desire"). Later mythology made him the constant attendant of his mother, Aphrodite, goddess of love (In this version he represented lust). In most stories he was the son of Aphrodite and Ares and was represented as a winged youth armed with bow and arrows with which he shot darts of desire into the bosoms of gods and men.

Em algumas versões de mito, Pothos é o filho de Eros, ou é retratado como um aspecto independente deste. Contudo outros o chamaram o filho de Zephyrus e Íris. Ele era parte do acompanhamento de Afrodite, e levou uma videira, enquanto indicando uma conexão com o vinho ou com o deus Dionísio. Potos representa as ânsias do desejo apaixonado. [1]

Pothos = "Desire". Phoenician personification of desire as a divine primeval force.

Este deus, como muitos outros, deve ter sido copiados dos fenícios pois que existiu ali o deus Podos, em tudo idêntico ao Potos grego.

A etimologia, pela sinuosidade dos seus caminhos esta cheia de surpresas que por vezes não deixam de ser prenhes de sugestões irónicas, sobretudo quando roçamos as fraldas dos deuses do erotismo caricato por natureza!

Assim, se a deusa latina Puta era, por uma estranha forma de pronunciar o «efe», a mestra da poda, Podo / Potos era o Puto “deus menino”, filho da rainha das «putas», Afrodite…ou Eos?

A experiência precoce da relação das bebidas alcoólicas com a dependência e os desejos imperiosos pode ter sido uma das causas da relação mítica de Potos com os desejos violentos e inapeláveis que poderiam ocasionalmente levar a morte por exesso de paixão

It is likely that the motif of pothos was introduced to the Alexandrian literature by Aristobulus. Pothos means 'longing', and this was believed to be a good way to describe Alexander's inner drive. So, our sources mention that Alexander was longing to cross the Danube, untie the legendary knot at Gordium, found an Egyptian city, go to the oracle of Ammon, capture the Aornus, visit Nysa, sail the Ocean, or see the Persian Gulf (all these examples in Arrian).

Figura 5: Pothos / Delphinium (Photo Jan Pieter van de Giessen)

The word - or its Latin translation ingens cupido - became a standard description of Alexander, and perhaps one of the attractions of the idea was that pothos could also signify a desire to die: pothos was the name of the flower that Greeks placed on someone's tomb. An author who had used this word, could leave Alexander's behavior during battles and sieges and his drinking habits unexplained. Like Achilles, Alexander had chosen to be famous and die young.[2]

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Obviamente que as flores de pothos / delphinium que os gregos colocavam nos túmolos só poderiam significar as ânsias do desejo da primeira fase do luto que a morte dos entes queridos deixam nos apaixonados que ficaram entre os vivos. Picus deve ter sido uma variante latina deste deus da fertilidade agricula, tão belo que todos se apaixonavam por ele, clara metáfora das setas do olhar fulminante de Cupido.

A verdade é que a planta que leva o nome de pothos pode também chamar-se em Latim ficus < Phicus > Picus!

A sua relação deste deus silvestre com o «pica-pau» é quase sexualmente tão explícita como a veemência insistente da paixão!

*Pot < Phot < Phiat < Phiash < Kiash, lit, «filho de Ki».

                                                           > Kiku(s) > Phicu(s) > Pico.

Picus = Ancient Roman deity of agriculture. He also possessed the powers of prophecy. Circe changed him into a woodpecker when he did not requite her passion. He was Son of Saturn and Father of Sylvanus. He was so beautiful that all who saw him fell in love.

Este poderoso deus que metia de modo estranho os pés pelos o efes (porque «fode» quem «pode») era o deus dos desejos imperiosos próprios de Eos, a deusa da aurora pelo que muito mais etimologicamente correcto seria se tivera sido filho dela, mas calhou-lhe sê-lo da deusa do amor e do deus da guerra.

 

Ver: EOS (***)

 

Este deus, que foi tão primordial como Eros, era afinal *Pot ó Pta ó Tot, variantes nominais de Enki, que teve a variante conhecida dos russos de Potenkino, o divino puto de Tiamat, a Deusa Mãe primordial.

Πόσος = Lat. quanti? < ποσεία = quantidade ó ποτή = quantidade de vinho. > ποτήρ = copo de vinho > ποτής / ποτός = bebida > ποτίζω = dar de beber

=> Πότ, apocop. para ποτί (q.v.). ποτα Aeol. para ποτε, as ὄτα for ὅτε = bebedor, beberrão, bêbado; πότος = bebendo, competição de bebida, patuscada de comes e bebes. ó ποτέος = potável ó ποταμός = rio < ποταμεύς = Vento Este > ποτανός = alado < ποτή = voo. Ποταίνιος = fresco, novo.

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Figura 2: Mosaic of the Drinking Contest between Heracles and Dionysus from the "Atrium House" in Daphne, early second century AD. In the center of the mosaic is Dionysus, light-skinned and relaxed, overturning his cup to show that he has won the contest. A Silenos with white hair and beard raises his arm in triumph (right) and an Eros-type figure (middle) indicates the winner.

Obviamente que a figura tipo Eros só pode ser Potos. Este mosaico além de confirmar que Potos era o deus das bebedeiras que dava asas de Erote aos desejos dos amantes confirma a relação semântica que o termo pote tinha com os bêbados e a das festas de borracheira. O facto de Hércules, deus do poder e da força física aparecer em competicção com o deus do vinho confirma a íntima relação semântica que terá existido desde muito cedo entre a ilusão de força e poder que a embriaguez dá.

Potos não era em grego directamente água ou líquido mas deve ter sido por ter ficado ligado à água dos potes de barro que nos tempos antigos do calor mediterrânico era a única forma de as conter frescas…como as novidades!

Mas Potos teria sido durante muito tempo antes de Hebe e Ganimedes[3] sobretudo o deus que servia aos deuses o “elexir da vida eterna”, vinho que corria abundantemente como num rio nos simpósios e, por isso, acabou dando nome grego aos bêbados e às bebedeiras…e por isso foi nome de um dos erotes, Potos, que usava o vinho como “néctar de desejo” ou como lenimento para dar de beber à dor das ânsias sexuais…que dão asas de Erote aos amantes.

O mais interessante é que se não ficou ligado ao pote ficou ligado ao púcaro com um termo Ποτήρ, poter, que os latinos usaram para simbolizar o «poder» separador das águas e a aparência de força e poder do vinho!

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Figura 3: Detail of Pothos (…) from a painting depicting a bull-shaped Zeus carrying the maiden Europa across the sea to Krete. The young love god is sprinking his nectar of desire upon the pair.

O vinho, além de atiçar desejos positivos também exalta desejos amorosos perversos e negativos como a inveja e o ciúme que resultam evidentemente de uma corrupção do erote Potos degenerando no «fedorento» Fdonos.

Phthonos = The personification of jealousy and envy.

 

Ver: ENKI E O PODER SEPARADOR DAS ÁGUAS (***)

        & POTOS (***) & POTINIJAS (***) & POTNIA TERON (***)

 

Em épocas mais arcaicas Potos seria apenas um deus dos mares crretense paredro da deusa mãe *Puta-mi-da mãe das ninfas, nereides e potâmides.

Potamei-des = Naiad-nymphs of rivers.

Pitane = A Naiad nymph daughter of the Spartan river Eurotas. She was loved by Poseidon.

Como começa a transparecer a maioria das ninfas eram deidades arcaicas relacionadas com forças da natureza e por isso filhas da Grande Deusa Mãe da Natureza. O facto de terem acabado como entidades secundárias como deidades destronadas e sem culto próprio não invalida que não fossem verdadeiros fósseis míticos de deidades de culturas mais antigas, no caso quase seguramente de divindades micénicas senão mesmo minóicas. Na verdade, nas actuais tentativas de decifração do linear-a parece transparecer o nome de algumas destas ninfas que então seriam divindades tão importantes que mereceram ficaram ligadas a toponímias importantes como são as hidrográficas e orográficas.

P-T-N-A-[

PI-TI-NE-A-[

name in a list ARKH 4a. 4-5

P-T-K-R

PO-TO-KU-RO

"grand total" HT 122b. 6; HT 131b.4

P-T-M

PU3-TA-MA

word (name?) PH Wc 38

Pitane, a naide Pitane do rio Eurotes, seria a minóica PI-TI-NE-A e *Puta-mi-da seria PU3-TA-MA. PO-TO-KU-RO, o “grande total”, seriam os filhos de Dagon, o deus Kuro e, por isso, o conjuntos dos filhos da deusa mãe que seriam os Erotes que afinal teriam acabado por dar nome ao rio mais importante da Lacónia não porque fossem os deus dos amores venais mas antes o Amor dos amores, o deus protágono, quiçá o próprio Dagon / Fauno / Pan.

O rio Eurotas é um rio grego, o mais importante da Lacónia, com cerca de 82 km de comprimento. Nasce no monte Borée, corre pelo vale de Taigeto e desagua no golfo da Lacónia. A cidade de Esparta ficava nas suas margens. O seu nome deu origem ao nome de um herói homónimo.

The classical Eurotas was changed to Iri in the Middle Ages and only changed back to Eurotas in recent times. Eurotas, however, is not the most ancient known name of the river. It does not appear in the works of Homer, which purport to recount the stories and geography of Mycenaean Greece. In that legendary time, the Dorians are not known to have been present in the Eurotas Valley. At some time prior to being called Eurotas, the river was the Bomycas and the Himeras.

One etymology derives the word Euro-tas from the ancient Greek euro-s, "mold." The adjective, euro-eis, "moldy," is genuinely ancient, used as an epithet of Hades in Homer. It is, however in the Ionic dialect.

Εὐρώς = bolor, húmidade, mofo, bafio.[4] > Εὐρώεις, epith. de Hades.

Εὖρος = vento Este; extenso, largo.[5]

Εὔροια = bom fluxo, passagem livre, Plat. II. fluência, id=Plat. III. Bom, id=Plat.[6]

Sabemos que antigamente os rios eram deuses pelo que muito pouco provavelmente este importante rio da Lacónia derivaria o seu nome da mera “humidade” comum nas margens dum rio pantanoso como parece ter sido este rio da Lacónia, mas que no sul mediterrânico nem sequer seria intensa e, por isso, relevante, pelo que o mais provável seria derivar esta local de temporária humidade do nome do rio Eurotas, “largo e extenso” e por isso “de bom fluxo e de passagem livre” ou de Euros, o vento Este…se é que não seriam a mesma entidade.

Se o vento Este era Euros que era o Sr. do Kur como todos os restantes deuses dos infernos e da aurora, então era uma variante de Enki que, enquanto Hormaku, foi Hermes. Mas…ποτα-μεύς significava também Vento Este!

Another summit near Taletum was called Evoras (Εὐόρας, Belvedere, Paus. l.c.), which Leake identifies with Mt. Paximádhi, the highest summit next to St. Elias, from which it is distant 5 1/2 geographical miles. The ancient names of none of the other heights are mentioned. -- [7]

Evoras < E-wa-uras > Ew(a)ruas > Euros deus = *Euro-te > Erotes.

De *Euro-te a Eurotas terá ido um pequeno passo que terá sido dado por este rio ser de facto identificado e por isso denominado em tempos arcaicos como Himeras, seguramente variante fonética de Himeros, o Erote dos desejos, ou seja, Potos. A relação dos rios com a sede e os desejos nem é preciso explica-la bastando apelar para ela em tempo de sequia e canícula como era o Verão mediterrânico.

Não foi possível encontrar a etimologia de Bomycas podendo no entanto ser tentada.

Βωμικός = [definition unavailable] < Βώμιος = do altar < βωμῖτις

= consagrado = “Cornos da consagração”!

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Figura 4: “Cornos de consagração”

Os tradicionais "cornos de consagração" cretenses, presentes no alto dos palácios minóicos e dos principais santuários de Creta, são uma representação estilizada dos chifres de um touro, imagem importante na religião minóica que, parece, seriam o símbolo de Poseidon e, então, a possível origem formal do tridente! Mas eram também o símbolo dos montes da Aurora primordial.

Bomycas < Bô-Mykas, literalmente o “boi (sacrificado por) Micas, (a Deusa Mãe)!

 

Ver: BUCRANEO (***)

 

Señor de los Vientos, vivía en la isla flotante de Eolia con sus seis hijos y sus seis hijas. Zeus le había dado el poder de controlar los vientos, Eolo los tenía encadenados en un antro profundo, donde los gobernaba con un dominio absoluto, apresándolos o liberándolos a su antojo, ya que todos los vientos liberados podrían provocar graves desastres en el cielo, la tierra y las aguas.

(…) La paternidad de este tercer Eolo es atribuida a Hípotes, el cual según Diodoro Sículo es hijo de Mimas, uno de los hijos del Eolo Helénida.

Erotes < Rio Euro-| tas < tes | = deuses Euros, ou seja do Kur onde

Eolo > E-auro ( / Enlil) os guardava > E-Úros = Vento Este < E-Kur.

Os ventos eram filhos de e Astreu e de Eos, a deusa dos amores compulsivos matinais pelo que podem ser uma mera variante dos Erotes, a progenitura de Afrodite que seriam os deuses Euros por antonomásia!

Euro (en griego antiguo Εύρος, Eúros) era la deidad que representaba al funesto viento del este. Se creía que traía calor y lluvia, y su símbolo era una vasija invertida derramando agua (¿). Su equivalente en la mitología romana era Vul-turno (no confundir con Volturno *), un dios-río tribal que más tarde pasaría a ser la deidad romana del río Tíber.

* - No entanto, Volturno é o principal rio do centro-sul da Península Itálica que teria dado origem ao nome do deus tribal Vulturno.

(?) – Parece que o pote invertido era Notos ou Argestes e Euros tinha por símbolo a manta!

Bem vistas as coisas parece que rios e ventos andaram confundidos na origem até porque nos vales dos rios sopram brisas que são variantes suaves dos ventos das tempestades. Por outro lado ficamos a saber que a o “bolor” que pareceria ter dado nome ao rio da Lacónia Eurotas e que carece de calor e humidade decorria da acção do vento Euro que era um servo de Eolo e era E-Uro também, filho de Hi-potes e que por isso seria pais de Potos também ou apenas um dos Erotes esvoaçantes como brisas de Zéfiro, o que transportava a terra (Ki) ou o ka da vida eterna e irmão do bravio Bóreas, apesar de tudo foneticamente aparentado com ele.

Bóreas < Wau | < Kau > Hau | > Áureas > Euro.

A relação do deus das águas doces com a cerveja seria inevitável, embora quase que seguramente esta tenha sido uma invenção culinária da deusa Mãe.

 

Ver: CERES (***)

 

No entanto, não deixa de ser um facto que todas estas realidades andaram sempre mais ou menos relacionadas. Não havia boa vinha sem boa poda, nem boa «foda» sem bom vinho e boa «puta», que, na origem não era tão prostituta quanto isso, mesmo quando se dedicava à prostituição sagrada em nome da potinija das potinijas que foi Istar, a deusa que embebedou o pai para lhe roubar os segredos divinos, tal como as filhas de Noé! Assim, ficamos com a suspeita de que as mulheres inventaram as bebidas alcoólicas num delírio de artes culinárias para soltarem a língua aos homens e deles aprenderam os segredos de estado! De qualquer modo, depois das noites de bacanal vinham, nove meses depois, a “dores de parto” que, quem sabe se não seriam aliviadas por uma boa bebedeira! O certo é que em tempos arcaicos tudo teria sido possível pois que ainda até há bem pouco tempo a cerveja era utilizada como tónico pediátrico. Não admira portanto que a deusa romana das poções pediátricas fosse Potina, uma potinija seguramente especializada nas “sopas de cavalo cansado”!

Potina = The Roman goddess associated with the first drink of children or children's potions. "Drink" Potina is the goddess of drink.

Micenic.Potinija > Crec. Potinia > Lat. Potina.

A descoberta da “fermentação alcoólica” das uvas de que com muito trabalho resulta o vinho e sobretudo da cevada de que mais facilmente resulta a cerveja, pela sua própria natureza química teria que se tornar inevitável na história humana. Mesmo assim este facto histórico deve ter tido um impacto social de tal magnitude que quase todos os povos antigos têm um mito qualquer que reportam o início da cultura da vinha aos sobreviventes do dilúvio.

Uma possibilidade explicativa simples para este mito pode ser a que resultaria da aceitação do facto virtual de entre os refugiados da catástrofe telúrica que destruiu a civilização minóica se encontrarem os primeiros enólogos na qualidade de xamans possuidores dos mistérios báquicos ou mais seguramente de sacerdotisas da deusa mãe dos mistérios do vinho e da agua e do fogo, Potkina, antecessora da deusa micénica Potinija e da deusa do fogo hitita, Tapkina, esposa de Enki!

Potinija < Potinisha < *Pot-Anat

                                 = *Pot-Atan < Pot-A(n)kina

          Pot-(En)Kina óTaukina > Tapkina.

Porém, muito tempo antes a “poção mágica” inicial não terá passado duma qualquer bebida fermentada com poderes mais espirituosos do que espirituais. É certo que a urina de veado era uma forma natural de obter uma bebida psico-modificadora com fins xamânicos mas as migrações para sul deixaram os xamans sujeitos à importação do cogumelo seco e logo à necessidade de lhe arranjar substituto o que só terá vindo a acontecer com a descoberta da água-ardente.

A verdade é que a história antiga nos revela o encontro de duas tradições religiosas distintas no início da história. Uma, matriarcal de origem mediterrânica, ou talvez mais arcaica ainda e de origem africana, centrada nos cultos fálicos da cobra e da deusa mãe sem casta sacerdotal hierarquizada e na qual se enraízam as tradições civilistas e outra, patriarcal centrada no culto dum deus da guerra representado primitivamente pelo veado e depois por animais substitutos de tipo taurino representada pelo xamanismo de que resultaram todas as castas sacerdotais.

Pois bem, foi na promiscuidade do xamanismo com o culto dos ideais guerreiros que surgiu a primeira fundamentação socialmente funcionante do primeiro uso abusivo das drogas enquanto “poções mágicas”. Do mesmo modo que a estratégia do culto dos troféus de guerra, alicerçado na filosofia do sucesso social a qualquer preço, serviu para que a sociedade conseguissem prender os guerreiro aos desígnios políticos das sociedades heróicas também a “poção mágica”, enquanto capazes de anestesiarem o guerreiro, dando-lhe ilusão de imunidade à dor e aumentando a resistência à fadiga, acabariam por se tornarem em poções mágicas de omnipotência. Logo que tecnicamente possíveis e disponíveis, surgiram como risco de perversão inevitável para em urgências de tempo de guerra ajudarem o guerreio a ter força e coragem muito para além do que lhe seria humanamente exigível.

O abuso destas poções na calmaria da caserna em prolongado tempo de paz acabaria inevitável! Quer isto dizer que a questão do “doping” não é de facto uma questão marginal decorrente da degenerescência do ideal Olimpo a não ser na medida em que este foi introduzido nas sociedades modernas de forma artificialmente sublimada e à revelia da tradição social vigente. De facto, nem o espírito olímpico grego terá sido tão angelical e ético como se pretende que o seja na modernidade nem as elites aristocráticas onde foi introduzido correspondiam à alma social vigente. O resultado foi que com a massificação desportiva moderna as vantagens inerentes às vitórias deixaram de ser um mero ramo de loureiro a engalanar de forma diletante o rosto de, nem sempre belos, meninos bem para passarem a ser o ouro que permite comprar o sucesso social tanto ao mais comum dos mortais quanto aos mais mal paridos pela sorte!

A filosofia da estratégia dos troféus regressou às arenas da vida social moderna e o risco da necessidade das “poções mágicas” regressou na forma de drogas diversas! Por estas e por outras regressões históricas deste tipo é que as sociedades pós-modernas se debatem com o problema do «doping» dos desportistas e da «droga» das estrelas decadentes, dos falhados do sistema educativo e de todos os vencidos da vida!

Pois bem, a “droga e o doping”, que faz hoje parte dum fenómeno tão cínica, hipócrita e ingenuamente malvisto, chamar-se-ia a “poção mágica” das Potinijas nos primórdios da história!

Seja como for, o denominador comum destes fenómenos culturais trans-históricos tem residido na necessidade mítica que a decadência da juventude, quando sujeita à pressão alienante da competitividade social desenfreada, acreditar na existência de “tónicos de juventude”. Como corolário, são os homens de saber, outrora xamans e hoje profissionais da saúde e das indústrias química e farmacológica, que acabam por ceder às angustias da juventude com soluções mediadoras, outrora ritualizadas em torno do caldeirão mágico e hoje medicalizadas quando não piquiatrizadas. Porém os mesmos recursos legais ou socialmente aceitáveis, medicamentos legais ou drogas leves, podem acabar por descambar no abuso que outros sabedores de menores escrúpulos que facilitam senão mesmo substituem por drogas mais activas e duras no pressuposto de que o que importa é de facto o resultado imediato em termos competitivos. Se certas substâncias psico-modificadoras, ao produzirem ainda que apenas a sensação de vigor anímico ou a ilusão de força física, estimulam e auxiliam o atleta na busca da vitória que tendência estatística lhe poderia resistir por muito tempo se é certo que tudo o que é possível acaba por acontecer independentemente da insensatez dos resultados?

Aceitando que o étimo *pot – deriva etmicamente dum deus fálico protágono de toda a epifania mística e a quem se reporta o paradigma da potência sexual enquanto referência mítica do poder e da força em geral a verdade é que a “poção mágica” veio a receber um reforço étmico adicional que fez com que este se viesse a reportar ao conceito de tudo o que corresponde ao elemento líquido e à água, porque poderosos eram os deuses “manda chuva” das tempestades e dos mares!

O uso xamânico vulgarizou-se a tal ponto que terá levado a que o consumo de “poção magica” em formas comuns de bebidas espirituosas do tipo da água ardente ou a cristianíssima “água viva” (Franc. «au de vie») se tornasse tão comum que o termo “poção” passou a ser sinónimo tanto de água como de força. Esta dualidade não foi generalizada a todas as línguas e pode permitir utiliza-lo como marcador da propagação geográfica de fenómenos culturais. De facto *pot- tem conotações com a “força” na tradição latina e com a “água” na tradição grega mas o nome dos deuses das águas destes dois povos manifesta uma nítida reunião desses dois significantes no étimo *pot- = “força” + “água” = água-ardente.

Ora, o único semantema que conjuga estes dois sentidos (*pot- = “força” + “água”) é a “poção mágica” cuja existência real só pode corresponder às bebidas espirituosas, particularmente à “água ardente”!

Claro que as misteriosas águas quentes termais também podem ter tido a sua influência no correlacionamento entre os deuses do fogo e a água e do uso balsâmico que estes teriam no repouso reparador bem merecido do guerreiro.

No entanto, o primeiro óbice a estas especulações reside na dificuldade da obtenção de bebidas de alto teor alcoólico apenas por fermentação. Dito de outro modo, estariam as civilizações pré-históricas apetrechadas com tecnologias rudimentares de destilação? A arte refinada de perfumaria reconhecida aos egípcios parece exigi-lo. A arqueologia confirma-o.

L'invention de l'alambic est attribuée aux arabes, aux alentours du Xe siècle. Ainsi Abu Al-Qasim (Aboulcassis), un des plus grands chirurgiens arabes, passe pour en être l'inventeur. Mais le principe existait déjà bien avant, et les grecs le connaissaient. Le mot alambic vient d'ailleurs de l'arabe al anbiq, lui-même emprunté au grec tardif ambix (= vase). On aurait même retrouvé des traces de l'invention de l'alambic par les égyptiens en mésopotamie vers -3500 avant JC. L'alambic fut d'abord utilisé pour fabriquer des parfums ou des médicaments, avant de permettre la production d'eaux-de-vie par distillation de jus de fruits fermentés. -- Wikipédia

Obviamente que as “poções mágicas” ou elixires foram, como as tisanas e os cremes os primeiros medicamentos da humanidade.

A maioria dos termos portugueses com radical *pot- reportam para conceitos de poder mas alguns existem que guardam velhas referências aos líquidos que sugerem a “poção mágica”.

«Pote», (lat. *pottu); «potabilidade» (= que pode ser bebido); «potério» (greco-latino = copo); «potassa»! Para uns deriva do germânico potasch, = «cinza do pote?»[8]. Porém, é bem possivel que este termo constitua uma palavra fóssil falante por já ter significado eventualmente potash = “água de fogo”, conceito que tanto pode ser reportado à “água ardente” como à solução aquosa de potássio. Na verdade, estas semânticas já andaram juntas na Suméria, como se vê nos termos seguintes:

Sumer. Nañ, na: = to drink; to water, irrigate; drink.

       Naña: = alkali, potash (used as soap) (nañ + a).

Em boa verdade estes exemplos sumérios são ainda dum maior arcaísmo do que o termo germânico potasch porque nos reportam directamente para o nome do deus das águas primordiais Nañ < Naun < *Nanu > Egipt. Nun. Este deus *Nanu não seria senão Enki, o filho da deusa mãe primordial que por ter sido um deus lunar foi também conhecido como Nana na caldeia.

 

Ver: NUN (***)

«Potreia» (= bebida desagradável); «potra» (= bolha de água); «potagem» (sopa francesa).

É certo que o português revela influencias linguísticas poliglóticas mas, para que em tantas destas referências, sejam elas francesas germânicas ou gregas, surjam indícios de que o étimo *pot- significou tanto o continente quanto o conteúdo de líquidos, ou seja tanto o «pote» quanto a «bebida», é necessário pressupor uma situação em que ambos os conceitos possam ser permutáveis. Ora, isto costuma acontecer quando a bebida é de tal modo importante que nem sequer é necessário referi-la já que para bom entendedor meia palavra (e um bom contexto retórico) bastam! A expressão tão vulgar de andar nos copos com o significado de andar a beber...vinho é o exemplo acabado desta figura de estilo e do poder que ela pode ter tido na perversão dos sentidos semânticos ao longo da história! Claro que o falso purismo linguístico ajuda a manter o equívoco pois quem usar a simplificação “beber um copo de vinho” recebe por reprimenda a indicação de que os copos podem ser de vidro, ou de outro material, mas nunca de vinho!

Nada obsta a pressupor que a «copa» castelhana (< lat. cupa), tal como o «copo» português tenham tido em latim o «pote» equivalente que degenerou no moderno pote de barro também eufemismo do «bacio» (< lat. baccino). De facto, Dioniso andava sempre nos copos e de copo na mão. Como tinha também o nome de Baco, ao seu «cântaro» de libações passou a chamar-se báquico (< «baquiano» => baccino) e com a queda em desgraça do paganismo degenerou no bacio de mesinha de cabeceira ou vaso de noite! Porque seguramente os copos latinos eram de barro e seguramente de maior capacidade do que os actuais, pois que então os vinho serias mais baptizados, os «potes» (Prov. Pot- < Lat. * pottu, s. m. = grande cântaro para conter líquidos) referir-se-iam não à «cratera» das libações mas ao continente da bebida! Pelo menos no caso dos «copos» assim foi pois as cubas de que descendem tinha a capacidade de mais de duas pipas (cupa < cuba)! Na transição dos tempos do baixo latim o «pote» terá sido ora o vasilhame ora o copo, porém entre os gregos cedo terá passado a ser apenas o conteúdo inicialmente licoroso relacionado com a deusa micénica Potinija e depois com os líquidos em geral e com a água por antonomásia. Na verdade, o grec. Potamos, literalmente equivalente a «liquidame» tomando *-amos como o equivalente do sufixo português *-ame de pluralidade de coisas. Assim, entre o «pote» continente e a potabilidade do conteúdo se desenvolveu a história deste étimo o que tem implícito o pressuposto dum período em que a ambiguidade foi não apenas possível como naturalmente frequente. Como no étimo de *pot aparece um significante de «poder» que não está implícito nem no conceito aguado do conteúdo nem no fragilidade de barro do continente há que colocar a hipótese de a força semântica derivar dum conceito intermédio que só pode ter sido o conceito e termo «poção» mágica que os arianos utilizavam com o nome de Soma em rituais liberatórios de iniciação guerreira, antepassados remotos das actuais bebidas espirituosas e outras drogas estimulantes.

 

Ver: HEBE (***) & TIAMAT (***)



[1] In some versions of myth, Pothos is the son of Eros, or is portrayed as an independent aspect of him. Yet others called him son of Zephyrus and Iris. He was part of Aphrodite's retinue, and carried a vine, indicating a connection to wine or the god Dionysus. Pothos represents longing or yearning.

[2] Alexander the Great: the 'good' sources, by Jona Lendering ©

[3] Se é que não foram variantes das mesmas entidades.

[4] mould, dank decay.

[5] the East wind; breadth, width

[6] I. a good flow, free passage, Plat. II. fluency, id=Plat. III. successful progress, id=Plat

[7] Dictionary of Greek and Roman Geography. William Smith, LLD. London.

[8] (= po-tasch > «tacho»???).

ENKI E O PODER SEPARADOR DO POTE DAS ÁGUAS DOCES, por arturjotaef

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Figura 1: Belíssima simetria num selo caldeu representando os dois assistentes do deus do pote das «aguas vivas», Enki,. Esta rara representação dum deus nu faz lembrar a divindade egípcia equivalente, o deus Nun ou Nu.

Seria do nome da nudez do caos que surgiu o termo português «nu» < Lat. Nu-du < Nu-Di(o) => Nu-dim-mud: nome sumério de Enki / Ea enquanto criador e mod(lador)?

POTERE. 1

FACK & FODER. 3

SOMA E A POÇÃO MÁGICA.. 8

Ver: CERES / CERVEJA.. 12

 

Encantamento da Água!

As Águas que no Abismo são firmemente estabelecidas,

A nobre boca de Ea brilha nelas.

Os Filhos do Abismo, são Sete ao todo.

Águas, que lustrais; águas brilhantes; águas luminosas.

Na presença de Ea Vosso pai,

Na presença de Vossa mãe, Damequina,

Possa esta água ser lustral, possa esta água brilhar, possa esta água iluminar.

--- de from Budge, Ernest; "Incantation to Fire and Water", from Records of The Past, p. 135

 

POTERE

Nephôtês, ou, ho, epith. of Zeus in Egypt, prob. = Nefr-hotep, OGI 676 (ii A.D.).[1]

Zeus (Jupiter) In Egypt he was usually identified with Sarapis, Ammon and Re. At Silsilis, he was identified with the god Nephotes. He was gradually superseded in importance, to some extent, by Sarapis. Later feeling that Zeus was perhaps no more than an aspect of Sarapis was best exemplified by the Emperor Julian's statement that Sarapis was "one with Zeus, Hades and Helios." – The coinage of Roman Egipt: A Survey, col. James W. Curtis.

For the Greek transcription of the Egyptian name Nfr-htp as Nephotes, see Heinz J. Thissen.

As suspeitas de que Zeus e Poseidon terão sido a mesma deidade em tempos arcaicos são muitas, ao ponto de chegarem a partilhar epítetos que ressoam a relações semânticas comuns com a deidade suprema dos antigos cretenses! A hipótese duma relação com Nefr-hotep deve ser pouco mais do que circunstancial. Pensando melhor, até o nome de Neferotep pode ter tido origem numa fonte etimológica comum, ou seja, este nome egípcio pode ter sido na fonte um nome em parte equivalente a Nephôtês, por intermédio da equação seguinte:

Nephelê < Nepher < En-ker < *Enkur / Enki > Nephi > Nephos.

                               => Nefr-hotep.               Nephôtês <= Nephos.

Nephos, eos, to, cloud, mass of clouds. Nephelê, hê, (nephos) cloud, mass of clouds.

Claro que Nephôtês teria pouco a ver com Nefr-hotep mas quase tudo terá tido com Nebo, o deus sumério do discurso e da escrita (sendo por isso o seu símbolo um estilete), podendo ser chamado igualmente de Nabu. Era ele que apontava as dívidas de cada pessoa para as relatar no juízo realizado após a morte. Estava casado com Tashmetum, cujo nome significa sabedoria.

Originally, Nabu was a West Semitic deity, mentioned among the Ebla gods. By the beginning of the second millennium BCE, the Amorites had introduced him to Mesopotamia, probably at the same time as Marduk. The two gods continued to have close connections throughout their history (well into the Persian period and beyond). While Marduk became Babylon´s main deity, Nabu resided in nearby Borsippa in his temple E-zida. He was first called the "scribe and minister of Marduk", later assimilated as Marduk´s beloved son from Sarpanitum, Marduk´s consort. Nabu is accorded the office of patron of the scribes, taking over from the Sumerian goddess Nisaba. His consort is Tashmetum, whose name derives from the Akkadian "shamu", meaning something like "the granting of requests", thus being a merciful mediator, protector against evil and goddess of love and potency. Astronomically, Tashmetum is identified with the sign of Capricorn. It is important nevertheless to point out that in Sumer the goddess of writing was Nisaba / Nidaba, not Nabu. Thus, He represents a futher stage of perception of knowledge

Obviamente que estes seriam uma evolução do nome de Enki. Claro que Zeus era o deus «manda chuva», logo das nuvens, e daí nephos, nepheles.

Se um destes epítetos do nome de Zeus foi Nephôtês, ao procurar um étimo para o (termo) «poder» passamos necessariamente por um dos epítetos de Poseidon que foi Déspota.

Nepot/Despot = (Ne / Des)-pot.

Os déspotas eram deuses poderosos e Senhores da vitória possivelmente casados com Vica Pota.

Vica Pota = An ancient goddess of victory.

Vica | Kika > Wika + tura > Wictaura > Victória | Pota.

E é então que se tropeça no (termo) «pote» que fica de tal modo em cacos e pedaços de arcaicos “deuses do fogo” que dele apenas se consegue aproveitar o conceito de «capacidade» comum tanto às do humanismo filosófico quanto às ciências físicas, mas ausente no âmbito do poder, pelo menos em alguns dicionários.

«Capacidade» = • (Lat. capacitate), s. f. âmbito interior de um corpo vazio; • bojo; • vão; • qualidade de satisfazer a certo fim; • idoneidade; • habilitação; • aptidão; • «poder» = • (b. Lat. potere, calcado nas formas potes, potest < posse), v. tr. ter a faculdade, a possibilidade de ou a autorização para;• ter força para;• ter ocasião de;• estar arriscado ou exposto a;• dispor de força ou autoridade;• possuir força física ou moral para;• s. m. possibilidade.

«Poder» do latim < potere (= *pot-ere) permite reconhecer o étimo *pot-.

De facto, verificamos que o «poder» corresponde já de per si a um conceito intuitivo simples, não sendo possível descobri-lo por decomposição linguística, embora seja fácil encontrar-lhe o sentido por análise contextual do seu étimo. Definir fora do terreno da semiologia o conceito de «poder» redunda em tautologias do género «poder» = ter possibilidade de = estar habilitado a, ter a faculdade para a posse de => enfim, «querer é poder» quando há força de alma!

Fosse como fosse a verdade é que os deuses do poder eram “manda-chuvas” como Zeus, poderosos senhores da força das tempestades e dos tremores de terra, e por isso relacionados com o pote das aguas doces de Enki, e com a potência fecundante das chuvas! No entanto, se a semântica do pote deriva de Enki a fonética terá derivado primeiro de Nebu e posteriormente da sua variante egípcia do deus Nuno, senhor do pote também chamado Ptanu.

Ptah, the high god of Memphis was deemed creator. At some point Ptah was even declared to be Nu (thus placed above Atum, high god of Heliopolis). The Ennead of Heliopolis was said to be merely a manifestation of Ptah. This displacement of Heliopolitan cosmogony was necessary to establish and maintain the Memphite superiority.

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Figura 2: Nefertum,.

Nefertum ou Nefertem era um deus da mitologia egípcia, originário do Baixo Egipto, que estava associado à beleza e aos perfumes. O seu nome significaria, de acordo com os vários autores, "Lótus", "Perfeição absoluta" ou "Atum, o belo". É um deus antigo, já mencionado nos Textos das Pirâmides (século XXIV a.C.). 

Na cosmogonia de Heliópolis o deus era associado a Atum, sendo visto como a manifestação deste deus como criança que saiu da flor de lótus que apareceu no monte primordial que emergiu das águas. De acordo com o relato, as lágrimas derramadas por este menino deram origem à humanidade.

Na cidade de Mênfis formou a partir do Império Novo uma tríade (agrupamento de três deuses) com os deuses Ptah e a deusa Sekhmet, sendo porém frequentemente substituído nesta tríade pelo arquitecto Imhotep.

O Deus egípcio *Ne-pho-tes só aparece relacionado com a necromancia e, por isso, deve corresponder a uma interpretação tardia do helenismo, seguramente relacionada com o parédro masculino de Néftis que poderia ser uma variante de Apuat / Ofois, irmão gémeo de Anúbis, por sinal filho de Neftis. De resto, este nome seria seguramente a variante egípcia de Nebo. Por outro lado, a confusão de Nephotes com “formosa satisfação” de Neferotep passaria pelo nome de Nefertum, literalmente (o “deus menino”) que transporta a «bela-luz» do sol, Atum e que era filho de Ftá na tríade tebana.

Então que começa a entender-se a razão pela qual os gregos ptolumaicos, que interpretaram o epíteto de Zeus Nephotes, o confundiram com Neferotep, a “formosa satisfação”, dos pais, seguramente.

Neferhotep I, fue un faraón de la dinastía XIII de Egipto, que reinó de c. 1705 a 1694 a. C. Este soberano figura en el registro VI,25 del Canon Real de Turín como Jasejemra Neferhotep, con un reinado de once años y un mes.

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Era el hermano mayor de Neferkara (Sebekhotep IV) y disfrutó de un reinado relativamente largo, en comparación con los faraones de su dinastía, de más de once años.

Como o nome de Neferotep tinha conotações semânticas com o de Nefertum que por sua vez era confundido com o arquitecto Imhotep em resultado de uma ressonância fonética Neferotep foi confundido com Nefertum e este por sua vez mal identificado com desconhecido Nefotes, que não seria senão uma alusão arcaica ao poderoso deus dos mares cretense que deus nome ao latino Neptuno que na Caldeia era ora Nebo ora Marduque e que no Egipto teria acabado por ser identificado com o próprio Nilo.

 

Ver: ABUNDANS / FUNDO (***)

 

FACK & FODER

«Faculdade» < Lat. Fa-cul-tate, s. f. força física ou moral que torna a pessoa capaz de actuar e de produzir certos efeitos; • propriedade; • permissão; • aptidão; • capacidade; • direito, potência moral ou psicológica; • autorização de fazer alguma coisa; • qualidade; • facilidade; • destreza; • s. f. pl. posses; • bens; • riquezas; • possibilidades; • meios de acção. <= Facultare = • v. tr. tornar fác-il; <= facere

«Facûndia» < (Lat. Facun-dia, s. f. eloquência; • facilidade de discursar; • loquela, verbosidade. ó Facundia ducit Amorem.

«Fecundo» (Lat. fecundu), adj. capaz de procriar, de produzir ou de reproduzir; • fértil; • criador;

Fac-undia ducit Amorem > Amorem fac-ere > Amor fec-undus.

«Falar» < Lat. Fab-ulare <= Fab- < Faw- < *Phak-

Interessante será analisar a relação do étimo *Fac-, de «faculdade», com o «poder» verificando que ressoa a sexualidade e a conotações com a «potência jecundi» assemelhando-se em demasia com o calão anglo-saxónico «fuck» (fac/fec/fuc > f?c).

O palavra fuck tem correlativos em outros idiomas germânicos, como ficken alemão (se copular), fokken holandês médio (empurrar, copular, ou criar), fukka norueguês (copular), e focka sueco (golpear, copular) e fock (pênis).

Isto aponta a uma possível etimologia onde fuk germânico Comum–, por aplicação da lei de Grimm, teria como seu provável o antepassado indo-europeu *pug– que se aparece no latim com o significado de “briga” e a palavras grega para "punho". Em roto-germânico a palavra era no princípio provavelmente usada como uma gíria ou substituição eufemista para uma palavra mais antiga para cópula, e então se tornou a palavra comum desta.

Outras possíveis conexões são a futuere latino (quase exatamente o mesmo significado como o verbo inglês para "fuck"); mas teria que ser explicado como a palavra chegou à Escandinávia por contacto romano, e como é que o t se tornou k.

É obvio que o étimo fa(e,i,o,u)c- é anterior à romanidade e teria sido comum ao ocidente europeu quase que seguramente com a conotação de acto sexual explícito! A variante latina acabou por ter a forma fonética fut-uere.

De «futuere» vieram «foutre» francês, «fotre» catalão, «fottere» italiano, «futere» romeno, o espanhol, peninsular vulgar «follar», e «joder», e o «foder» português).

É óbvio que só o francês e os romenos mantiveram a proximidade fonética já que as restantes línguas românicas se aproximam mais da sonoridade do mesmo verbo latino «fodere».

Futuō, futuere, futuī, futūtum = penetrar

ó cavar = fodeo, fodere, fodui, fossum.

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Figura 3: Detalhe infernal do tríptico “O jardim das delícias” de H. Bosch. O louco e a gaita-de-foles; a luxúria e a folia caricata num delirante negativo à luz da culpabilidade cristã medieval.

«Folgar • < Lat. follicare, v. tr. dar folga a; • dar descanso a; • alargar; • desapertar; • pôr à vontade; • v. int. ter descanso; • divertir-se; • «foliar»; • gozar;

«Folia» • (Fr. folie, loucura), s. f. dança rápida ao som do pandeiro em que entra muita gente; • pândega; • folguedo.

Fool (n.) c.1275, from O.Fr. fol "madman, insane person," also an adj. meaning "mad, insane," from L. follis "bellows, leather bag," in V.L. used with a sense of "windbag, empty-headed person". Cf. also Skt. Vat-ula- "insane," lit. "windy, inflated with wind." ó  «fút-il» / «Vaz-io».

E é então que termos tão primários e primitivos quanto comuns ao género humano levantam dúvidas insanáveis nos linguistas teimosos adeptos do indo-europeu.

Porém, há dúvida considerável e nenhuma linhagem clara para estas derivações. Estas raízes, até mesmo se cognatos, não é a palavra indo-europeia original para se copular, mas Wayland Young (que concorda que estas palavras estão relacionadas) discute que eles derivam do *bhu indo-europeu ou *bhug– ("ser", "vir a ser"), ou como causativo "criar" [veja Jovem, 1964]. UM possível intermediário poderia ser uma 4th-declinação latina substantivo verbal *futus, com possíveis significados inclusive " ato de (pro)creating ".

Do que os eruditos são capazes quando teimam evitar a evidência da falta de razão e no disparatado que é teimar numa via etimológica baseada em leis fonéticas que não existem porque, se palavras as leva o vento, a verdade é que nada há de mais volátil do que a fonética. Mesmo dentro dos mesmo falares existe a possibilidade de alterações fonéticas inesperadas! Para passar de «foder» (> *hoder >) a «joder» não há nenhuma regra fonética românica comum, nem mesmo nas línguas ibéricas.

Por outro lado «folhar» é um neologismo a partir do jogo de palavras relativo a uma ridícula comparação entre os movimentos da acção de dar ao fole com a cópula na posição de missionário de mistura com conotações brejeiras com «foliar» e «folgar», eufemismo este possivelmente imposto pelo puritanismo das cortes castelhanas dominadas pela inquisição! Notar que as conotações são, como as associações de ideias, erráticas, recorrentes e refluentes! A conotação de folga e vazio decorre inevitavelmente também da experiência universal de esvaziamento vaginal durante o coito que pode provocar ruidosas e ridículas sensações semelhante ao peido! A relação do ridículo e do riso com o gozo da sexualidade pode demonstrar se recorrendo ao deus latino Príapo!

 

Ver: PRÍAPO (***)

 

O follar de verbo espanhol tem uma origem diferente: de acordo com etimólogos espanhóis deriva por fuelle ("foles") de folle(m latino) <*bhel indo-europeu–; o folgar de verbo espanhol antigo (atestado no 15º século) derivou de follicare latino, também no final das contas de follem/follis.

A raiz indo-européia original para copular é provavelmente algo parecido com *h3yebh ou *h3eybh– o que é atestado no sânscrito yabhati, Russian ебать (yebat'), Polish jebac e o sérvio јебати (jebati) entre outros: compare-se o verbo grego οιφω e o substantivo grego ζεφυρος (ref. uma convicção grega que o vento ocidental causou gravidez).

Outras suposições sobre etimologia de fuck incluem: o céltico: compare-se o irlandês bot e o bwoid de Manx (pênis), *bactuere, céltico comum (perfurar), da raiz buc – (um ponto). O latino facere = "fazer". [2]

Estranhas raízes indo-europeias que servem apenas para justificar a relação etimológica entre o sânscrito e as línguas eslavas! Ora, reparando bem, o céltico comum *bac-tuere permite inferir que é quase o latino Lat. bat-tuere (> bater) e que, por tanto, a referidas raízes indo europeias são afinal um comporto.

*Je-bat ó bat-je + ure ó | bat ó but ó bot | -Ker > Lat. bat-tuere > célt. *bac-tuere < | Wat < Phat > *fuk- / *fac- | taur => Futuere > Fodere.

Claro que o verbo grego οιφω tem tanta fonética vocálica com «coito» e a «coifa» prepúcial como de consonântica com «foder». Obviamente que a capacidade de Zéfiro para emprenhar as mulheres gregas resultava apenas duma confusa associação de ideias que iam da relação deste deus, das brisas matinais que precediam a chegada de Eos, a Aurora, e das erecções matinais, com a chegada das chuvas primaveris e do tempo das folias pascais dionisíacas.

O étimo *fuk- ou *fac- tem assim, muito para dar quando o deixássemos expor-se livremente, sem peias estéticas nem preconceitos éticos. Desde logo, deve ter tido relações promíscuas com uma qualquer divindade ofídia (= *Ophi-deus) pela via de um provável conceito muito mais remoto do tipo *Kauphi- + ash = literalmente «filho de Ops», a Deusa Mãe das cobras cretenses e outras.

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Figura 4: Rito de iniciação com veneno de cobra num vaso maia.

É evidente que *fac-, com a evolução do tempo e das vontades, acabou por deixar o terreno da pura sexualidade para se fixar no campo dos factos como se fora também da mais elementar das evidência que a mesma qualidade que permite atravessar o Rubicão dos tortuosos meandros da sedução também permite passar a vias de facto na vida real. Ora, antes de desvendar todo este contexto significante que pode ser extensivo ao étimo *pot- verificamos que sobre o ponto de vista filosófico o conceito de poder corresponde a uma realidade subjectiva universal descoberta pelos sujeitos na intimidade da sua consciência a quando da expressão da sua força volitiva. Assim sendo, e resultando o poder de algo que não corresponde na origem a uma realidade objectiva externamente manipulável, esta também não pode ser definida por decomposição dos seus componentes semânticos. Sabe-se que a acção pressupõe o poder ou seja, que existe uma relação essencial entre acção e o «facto» já pressentido no termo faculdade (fac-ul-tate = enquanto qualidade de quem ultima os factos). Porém, para definir «poder» pela acção não é possível faze-lo sem o recurso a redundâncias sinónimas pelo que a sua compreensão se fica pela mera explicitação analógica das entidades alternativas, ocultas por detrás das ideias de poder. De todas as analogias comuns do poder, a mais fortemente expressiva é precisamente a que corresponde ao termo «força» que, quando objectivo, pode ser tratado experimentalmente pela física formal. Ora, toda a sabedoria seria vã se, sabendo-se que «força» é condição do poder, tal não implicasse a conclusão de que, mesmo para alem das situações passíveis de tratamento objectivo, este não fosse o conceito mais próximo da entidade oculta por detrás do conceito de poder.

Em conclusão: «ter poder» º «ter força», seja esta de que qualidade e natureza, no sentido intuitivo de «capacidade para a acção». Porém, para o homem primitivo a «força» era, antes de mais, sentida como da «força fecundante» no sentido do conceito actual de potência sexual.

 

*POT-

Então, o étimo *pot- pode ter constituído o semantema proto-latino de fixação do conceito de força subjectiva que permite a acção sexual reforçada pela comparação com a força e vigor físico inerente à acção e à idade jovem do guerreiro! E, por ser este étimo seguramente proto-latino, devemos procura-lo entre a cultura hitita. Ora, a intuição fonética aponta para a possibilidade duma relação intima entre *pot- e *at-, quase que seguramente pela via do fonema *Phiat < Phiash  = poder da deusa Phi ó Ki.

Pot/fot < Pheat < *Phiat < Kiash > Phi-ish => «pico / picho / piço».

Dius Fidus  = The Roman god of oaths. Is of Sabine origin.

Fidus < Phitus < Kikus ó Kiash > *Phiat.

                       > Phikus > Picus.

Ora, desde logo se dá conta de que tendo o deus *Phi encarnado numa cobra este poder teria que ter sido objectivado como expressão de potência sexual na figura de falos ou dos estranhos «piços com olhos» que povoaram a iconografia dos povos pré-históricos. Mas, sexualizar demasiado o subconsciente pré-histórico da humanidade pode ser uma forma de meter a pata na «poça» da psicanálise! Porém, como entender que este mesmo étimo apareça ligado a um dos quatro elementos, a água precisamente, pelo étimo que vai de «piço» a «poço»?

Potamos é rio e fluxo em grego e origem do nome da Mesopotâmia, pais entre os grandes rios, Tigre (< Tikar < *Ki-Kur, que corre dos montes para a terra”) e Eufrates (< kau Phi(u)rates < *Kikur-at, filho da esposa dos montes *Ki-Kur < Sacar ó Saturno = En-kur, o deus da sabedoria que paira sobre as água primordiais, o guerreiro).

O «pote» muito português foi, antes de ter degenerado em contentor de resíduos excretores humanos, um pote de água, possivelmente de barro, por influência do sul helenizado de Portugal!

POT hupuwai- is of Hurrian origin, possibly from hupuwa- (T 299). The initial syllable hup- is common in vesselnames, e.g. huppar- ‘bowl’ (cf. Gk. κύπελλον ‘goblet’, Pisani, Paideia 19 [1964]: 282), huprushi- ‘censer’ (cf. Gk. ὄβρυζα, Lat. obrussa ‘assay’, HIE 126-31), and of unknown meaning huppi-, huphuphi-, hupurni-, hupulli-, and has likely sources in both Hurrian and Sumerian (T 292). -- Hittite Vocabulary.

Hupuwai < hupuwa- < hup- < Kup > «Copo».

                                            hupulli- ó Lat. poculu > «púcaro».

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Hieróglifo de Nut.

Figura 5: Nut.

The most common form of Nut depicts her as a woman carrying a round water pot on her head. Nut had a close association to water even though she was a sky deity. The water pot is symbolic of gestation and the uterus.”

Mas, o pote é precisamente o símbolo de Nut, a deusa Egípcia da noite primordial, variante de Mut, a deusa que paria o sol quaotidianamente com a aurora para o devorar ao por do sol.

Nut era assim a senhora Deusa Mãe detentora das águas primordiais de que a nascente do Nilo se alimentava e donde transbordavam as suas cheias anuais.

Se entre a força e os caudais dos rios existe metaforicamente muito de comum, o certo é que, foram necessários muitos séculos e alguns de investigação científica para que se tivesse chegado à energia hidráulica, enquanto capacidade ligada à “quantidade de movimento” dos efluentes.

Admitindo que *pot- foi uma raiz comum às línguas grega e latina é possível admitir que correspondeu a um semantema que andou ligado a algo de muito mais concreto e plausível do que a abstracção da força hidráulica, a algo mais familiar e menos prosaico e comum do que a força das correntes dos grandes dos rios! Não se estranhará portanto que alguns deuses dos mares apresentem no seu nome este étimo. Importa saber que foi o étimo que entrou no nome dos deuses do mar na forma de epíteto uma vez que este étimo teve, como se viu, evolução autónoma em relação ao nome mais antigo do deus das águas, Enki, com o qual seria alias, difícil correlacionar foneticamente o étimo *pot-!

Será que o étimo *At (> Ad < ab, Aba?) tem a ver com pai ou com filho? Pelo menos enquanto étimo do poder teria tido bastante sobretudo numa época patriarcado mas não nesta forma mas na de Phiat ou *po-t que terá sido um termo de construção intrinsecamente crioula em relação à civilização acádica, ou seja indo-europeia, nada tendo tido com o aba sumério que se reportava ao deus Enki dos Abismos. No entanto, aceitando a lógica evolutiva, e sendo Enki-Kur o Sr. das águas primordiais dos abismos, o reservatório celeste das águas doces das chuvas, filho de Ki, a Deus a Mãe Terra, e fácil postular que foi *Ki-asho, e o resto fruto de pura evolução semântica, incluindo o aba, pai do ab-Zu.

An Ki => Enki > An Phi > Phi an + ash > Phi-at an => Ptah

Kiash => Phi-at > Phi-ot > *pot- => Dot > Thot.

Bom, como ficou demonstrado atrás, não há dúvidas de que *pot- deriva do conceito da poção mágica da agua ardente. Dito de outro modo, o núcleo semântico está contido na ideia de «poção mágica»!

«Poção» = potcio[3] < possia => «poça»

Lendo o p como se fora f teremos «poça» = «fossa» que não e semanticamente muito diferente. Sabendo que a etimologia do verbo latino fodeo nos reporta para os deuses ofídios[4] temos aqui a hipótese de ter encontrado o elo de ligação da poção mágica com Eia por meio do deus ofídio.

Esta hipótese fascinante necessita de ser fundamentada mas não deixa por isso de ser altamente provável e poder vir a sair reforçada pelas virtualidades que ajuda a reforçar! De facto, uma das hipóteses será a de que por detrás da «água ardente» esteve sempre o deus das águas doces…e dos elixires de amor.

Pothos = Greek god of the anxieties of love.

 

Ver: ABZU (***) &

        ENKI E O PODER SEPARADOR DAS ÁGUAS (***)

 

SOMA E A POÇÃO MÁGICA

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Figura 6: Soma Hindu.

Haoma = Deus da planta do mesmo nome que era usada para fazer um licor (o mesmo que o Soma da Índia). É considerado como o filho de Ahura Mazda, ainda que de forma muito vaga. Este deus regia todas as ervas medicinais e poderia conceder imortalidade.

Assim, os participantes desta comunhão absorviam com a mistura a imortalidade do deus, enquanto ficavam imunes de doenças e infecções. Esta associado com a purificação de fogo, e também se acreditava que tinha o poder de prover maridos às mulheres solteiras. Haoma é assim o elixir mágico de vida, tal como a Amrita na Índia. Noutras referências é comummente preparado no “caldeirão do revigoramento”. Haoma é um elixir sagrado de vida (como o Soma " índio ") que deu a imortalidade de deuses e toda a forma de inspiração. Ou é considerado muito alcoólico ou muito narcótico. Era extraido de uma planta do mesmo nome cujo fluido lácteo branco se torna amarelo ao fermentar.

Têm sido tecidas muitas interpretações mais ou menos fantásticas a respeito da verdadeira natureza da planta de que se extraía o Haoma mas a verdade é que se podem fazer licores dos mais variados sucos açucarados e o facto de “ou é considerado muito alcoólico ou muito narcótico” em nada nos impede de inferir que estamos perante uma descrição mítica do processo de “fermentação alcoólica”, uma vez que são precisamente as bebidas espirituosas que têm estas mesmas características consoante a dose e o respectivo teor alcoólico.

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Figura 7. A divina trindade aquática: Anfitrite, Nikê (Atana potinija) e Poseidon![5]

Na verdade existem por uma grande variedade de culturas e povos bebidas alcoólicas das mais variadas origens e a mais parecida com a descrita no texto seria o licor de coco! Como o engenho do homem primitivo era tão arguto como o de hoje natural seria que depois de descoberto o segredo da “fermentação alcoólica” esta tivesse sido experimentada nas mais diversas situações sobretudo em resultado de alterações da flora local o que permite concluir que o conhecimento da “fermentação alcoólica” é anterior à revolução agrícola do neolítico, precisamente como conhecimento xamânico das ervas medicinais. Aliás, a revolução do neolítico deve ter acontecido precisamente sob pressão dum fenómeno psicossocial do tipo das toxicodependências ao álcool que teriam levado ao aumento da procura. A agricultura intensiva da cevada e da vinha para o fabrico pré-industrial de grandes doses vinho e cerveja apareceram assim como resposta à escassez natural das matérias-primas com que os povos do paleolíticos fabricavam as sua bebidas espirituosas caseiras. O resto dos sucessos da agricultura apareceu colateralmente e por meio acréscimo deste fenómeno.

Aparece na religião hindu como Amrita e na Grécia antiga como Ambrósia, a comida dos deuses. Nas mitologias Célticas e germânicas é achado por vezes como o “hidromel da inspiração”' que poderia dar grande sabedoria, eloquência, e superior habilidades poéticas ao que o bebesse. Também poderia curar o doente ou ferido e até mesmo devolver o morto à vida. Os deuses escandinavos, entretanto, comiam quotidianamente as maçãs dadas pela deusa Idun [(< Hithuna < Kitana > Atana (Potinija)].

Fernando Pessoa poderia explicar melhor esta relação dos bardos com as bebedeiras, mais ou menos socializadas e/ou colectivas, de outros tempos! Sabemos que o álcool ainda hoje é um dos elementos básicos da farmacopeia moderna, tem fama de dar vigor aos moribundos e ressuscitar os mortos. Há ainda quem cure gripes com bebedeiras e inalações de ponche ardente. Não há alcoólico que não acredite que o vinho protege das infecções e é um facto que o álcool desinfecta dos ferimentos e anestesia as dores, particularmente as, de dentes!

    Amarita < Amwaritu < *Kima-Karisha

Ambrosia < Ambraujia ó An-war-isha < Anphur-isha < Ankurish, lit. «bebida preparada por Anfitrite º Inana/Istar, a filha e esposa de En-kur, do Sr. dos infernos e das fornalhas dos alambiques[6]».

   «Âmbar» < Ár. anbar ó Ambaritu > «camarinhas», frutos das dunas de que ainda hoge os nazarenos fazem vinho!

«Elixir» < Ár. al aksir ou el iksir, a essência <= Ishkur, o deus do fogo!

Âmbar = s. m. substância resinosa e aromática fossilizada, que tem a consistência de cera, derivada de uma espécie extinta de pinheiro;

O muito provável que antes de ter dado o nome ao moderno âmbar fossilizado tenha dado nome as «gomas»[7] resinosas de amendoeiras e pessegueiros, etc., que, segundos alguns autores permitia produzir bebidas fermentadas, pelo menos no caso dos freixos do Yggdrasil! Notar que, sem ter forçado a etimologia, estes termos nos aproximaram das ânforas que iriam conter os elixires da “longa vida” bem como da deusa de todas as água, Anfitrite, a filha e esposa de Enki / Poseidon, o deus tanto das “aguas doces e potáveis quanto das “doces águas” que eram o sumos de frutos, o mosto e os licores[8].

 

Ver: HEBE / NÉCTAR (***) & POTOS (***)

 

O facto de os mitos relativos a um processo de químico primitivo de “fermentação alcoólica” ter sido descrito com mitos muito semelhantes não significa nem falta de imaginação, que era naturalmente fértil e até muito menos controlada do que é hoje, nem necessariamente uma referencia a uma mesma substância mítica. Obviamente que estamos perante uma forma primitiva de falar do genérico antes de o ter compreendido inteiramente!

Angra Mainyu procurou destruir a árvore do Haoma e enviou um grande lagarto do oceano para lhe roer as raízes. Do memso modo, uma serpente roeu uma raiz da «Árvore do Mundo» dos Nordicos. Para prevenir isto, Ahura Mazda enviou 13 peixes para nadarem as ao redor das raízes mantendo o lagarto ocupado. Normalmente, 13 é o número associado com a deusa do céu na mitologia IE, e assim os peixes representam treze sereias. No mito escandinavo, as deusas triplas conhecidas como as Nornas cuidavam da Árvore Mundial. No mito grego elas eram as Hesperides que cuidavam da macieira de Hera no seu jardim do além. No mito Arturiano elas eram as moças de Avalon. Tal como a serpente que ruía o Yggdrasil, eventualmente o lagarto de Zoroastrian matará um dia Árvore de Haoma Branco.[9]

Sabemos que o Yggdrasil teria sido o freixo e o mito do jardim das Hespérides se não é uma referência à cidra vulgar pode ser e recordação mítica distante duma qualquer fruta tropical, que sabe se não seria uma referência a cocos ou a tâmaras? Aliás o mais provável seria que o Haoma fosse feito com tâmaras ao com a seiva viva de alguma planta sub-topical do mesmo género existente na flora da antiga Pérsia! Os roedores das raízes destas árvores não passam duma forma quase infantil de descrever uma praga subterrânea qualquer de tantas que podem contaminar qualquer cultura, particularmente em regime artificial de agricultura intensiva. Dito de outro modo, o mito reflecte já a evidência de que as pragas são uma das primeiras consequências da agricultura, sobretudo em regime se monocultura.

 

Ver: «ARVORE DA VIDA» / YGGDRASIL (***)

 

Não deixa de ser interessante que o sumo da «árvore da vida eterna» já era um filtro do amor nos tempos primordiais da humanidade! O facto de se confirmar que os persas identificavam o deus da árvore da vida com as plantes medicinais coloca-nos na pista certa de toda a mitologia do soma ter estado relacionada com a manipulação xamânica do poder narcótico e medicinal das plantas desde os alvores da química e da medicina.

Há que suspeitar também da influência xamânica das poções magicas e reportar o fenómeno da loucura guerreira para um possível fenómeno de toxicodependência primitiva, generalizada e religiosamente instituída.

De facto, os guerreiros de todas as épocas costumaram ser grandes beberrões em tempo de paz que é como quem diz, grandes consumidores de tóxicos psico-modificadoeres.

Ora, é possível suspeitar que tal não tenha acontecido apenas por causa do ócio da paz tal como a ociosidade do desemprego costuma andar associada à toxicodependência moderna. Sendo sensato pensar que antes do abuso sói o uso pudemos admitir que as drogas apareceram na história precisamente pela sua nobre utilidade de darem animo e coragem aos guerreiros que tinham que ir para a frente de batalha. O abuso terá aparecido mais tarde como consequência secundária dos fenómenos naturais inerentes às drogas descobertas e utilizadas por feiticeiros, xamans e druidas! A cocaína terá sido responsável pela particular violência dos cultos guerreiros centro-americanos, nomeadamente dos “sacrifícios humanos”, de que o horror da amolação de crianças só teve paralelo entre os fenícios.

Entre os indo-europeus o Soma foi mais lendário que o Graal.

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Figura 8: O Golfinho mític cavalgado pelo filho da Deusa Mãe, Pothos(?).

The oldest coin of Greece bore the impress of an ox. Hence a bribe for silence was said to be an “ox on the tongue.” Subsequently each province had its own impress: Athens, an owl (the bird of wisdom). Boeotia, Bacchus (the vineyard of Greece). Delphos, a dolphin.-- © Bibliomania.com Ltd.

O Soma teria que ser substituído por outros produtos á medida em que os indo-europeus se fixavam junto ao mediterrânico onde o vinho “laetificat cor hominis“, veio a ser a droga institucional. Nas zonas temperadas foi a cerveja que teve esse papel de vício popular.

 

Ver: CERES / CERVEJA

 

Há quem pense que o Soma védico era um alucinogénio extraído da Amanita faloide de que os veados se alimentam e expelem pela urina que, quando bebida, se tornava num alucinogénio relativamente seguro, por corresponder a um fluido de origem animal. O veado foi o animal totémico por excelência dos indo-europeus o que não terá sido pela prosaica motivação decorrente do papel das renas na vida dos homens do norte. Mas, o cavalo também foi o animal indispensável entre os citas e nunca foi divinizado!

Une grande bataille eut lieu entre les dieux et les démons (les Daitya-s sorte de géants monstrueux) qui barattèrent l'Océan Primordial en compagnie du démon Rahu. C'est pendant cette bataille que naquirent d'une part les éclipses de lune et le médecin des dieux : Dhanvantani et d'autre part la célèbre Amrita : l'eau qui assure aux mortels la vie éternelle.

Amrita < Enkurita < Am(ph)rita > Amphir(ti)t. De facto,

«veado» = *Elen- < El An = Senhor Deus.

*Telphian > Telepinus > «Delfim e Delfos» e *El-Phi-An > Alef

> «Alce» < «Alex».      Qerubim < Keru-phi-an > Keurphi-an

> «Golfinho».

E um deus tão importante que os seus adoradores indo-europeus se vieram a auto-denominar Alanos, como adiante se verá. Se acrescentarmos ao epíteto divino a fórmula “Senhor Deus da Sabedoria = Divino Espirito Santo” teríamos nas suas versão mais arcaica:

 

 



[1] Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon.

[2] The word fuck has cognates in other Germanic languages, such as German ficken (to copulate), Middle Dutch fokken (to thrust, copulate, or to breed), dialectical Norwegian fukka (to copulate), and dialectical Swedish focka (to strike, copulate) and fock (penis). This points to a possible etymology where Common Germanic fuk–, by application of Grimm's law, would have as its most likely Indo-European ancestor *pug–, which appears in Latin and Greek words meaning "fight" and "fist". In early Proto-Germanic the word was likely used at first as a slang or euphemistic replacement for an older word for intercourse, and then became the usual word for intercourse. Other possible connections are to Latin futuere (almost exactly the same meaning as the English verb "to fuck"); but it would have to be explained how the word reached Scandinavia from Roman contact, and how the t became k. From futuere came French foutre, Catalan fotre, Italian fottere, Romanian futere, vulgar peninsular Spanish follar and joder, and Portuguese foder). However, there is considerable doubt and no clear lineage for these derivations. These roots, even if cognates, are not the original Indo-European word for to copulate, but Wayland Young (who agrees that these words are related) argues that they derive from the Indo-European *bhu– or *bhug– ("be", "become"), or as causative "create" [see Young, 1964]. A possible intermediate might be a Latin 4th-declension verbal noun *futus, with possible meanings including "act of (pro)creating". The Spanish verb follar has a different origin: according to Spanish etymologists, it (attested in the 19th century) derives via fuelle ("bellows") from Latin folle(m) < Indo-European *bhel–; the old Spanish verb folgar (attested in the 15th century) derived from Latin follicare, also ultimately from follem/follis. The original Indo-European root for to copulate is likely to *h3yebh or *h3eybh, which is attested in Sanskrit yabhati, Russian ебать (yebat'), Polish jebac, and Serbian јебати (jebati), among others: compare the Greek verb οιφω, and the Greek noun ζεφυρος (ref. a Greek belief that the west wind caused pregnancy). Other guesses as to etymology include: Celtic: compare Irish bot and Manx bwoid (penis), Common Celtic *bactuere (to pierce), from the root buc– (a point). [citation needed] Latin facere = "to make, to do".

[3] potcio < podsio < dopsio < dipsoi?

[4] Ver deuses ofídios.

[5] Quadrangulação cibernética do autor.

[6] Ár. alanbiq < Gr. al + ambix, vaso de beira alta < Tel-Amphi-ish < Kur-Enki-ish, o que significa que a destilação do alcool ja deveria ser reconhecida pelos sumérios e recebida pelos gregos da Anatólia hitita.

[7] (< Lat. gummi < Kómmi < Kaumami ó *Kime).

[8] Lat. Liquore < Uru-aqua-haure, lit. «a agua forte» da aurora, ou seja o «hidromel» que arranha (como um animal selvagem) a garganta (dos guerreiros)!

[9] Haoma = God of the plant of the same name used to make liquor (same as the Soma plant of India). He is regarded as the son of Ahura Mazda, though he is very vague. He also ruled over all medicinal herbs and could grant immortality. Thus, the partakers of this communion imbibe with the mixture the immortality of the god, becoming immune from disease and infection. It is associated with the purification of fire, and was also believed to have the power of providing husbands for unmarried women. Haoma is thus the magical elixir of life found as amrita in India. Elsewhere it is commonly brewed in the 'cauldron of regeneration'. Haoma is a sacred elixir of life (like the Indian "Soma") which gave the gods immortality and all manner of inspiration. It is considered either very alcoholic or very narcotic. It is pressed from a plant of the same name, whose milky white fluid turns yellow while fermenting. It is found in Hindu religion as Amrita and in ancient Greece as Ambrosia, the food of the gods. In the Celtic and Germanic mythologies it is found variously as the 'mead of inspiration' that could bestow great wisdom, eloquence, and superior poetic skills on its drinker. It also could heal the sick or wounded and even bring the dead back to life. The Norse gods, meanwhile, daily ate the apples given them by the goddess Idun.Angra Mainyu seeks to destroy the Haoma tree. He sent a great lizard of the ocean to gnaw on its roots. Similarly, a serpent gnawed a root of the Norse World Tree. To prevent this, Ahura Mazda sent 13 fish to swim around the roots and keep the lizard preoccupied. Thirteen is a number normally associated with the celestial goddess in IE mythology, and the fish thus represent thirteen mermaids. In Norse myth, the triple goddesses known as the Norns tended the World Tree. In Greek myth they were the Hesperides who tended Hera's apple tree in her Otherworldly garden. In Arthurian myth they were the maidens of Avalon. As with the serpent gnawing on Yggdrasil, eventually the Zoroastrian lizard will kill the Tree of White Haoma.