DEUSA MÃE DAS AVES AGOIRENTAS, por arturjotaef

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Figura 1: Harpia entre esfinges![1]

Na mitologia clássica, existiam formas colectivas de deusas aladas que, tanto pela etimologia como pelo facto de revestirem quase sempre a forma de triplas deusas, indiciam-nos a suspeita de que se trata de variantes da mesma entidade mítica, outrora relacionada com arcaicas deusas mães!
As mais sugestivas de todas elas foram as Harpias a respeito das quais podemos desde já avançar com a hipótese de que o seu nome derivaria de:
< Kar-Kiki, «a deus mãe lunar esposa/mãe do sol»
> Kar-ish > Ishtar, a deusa alada!
Kar-Kiki > *Kar-kihas > Harpias.
                                        > Karish(as) > «garças»!!!
Na expressiva e caligráfica iconografia egípcia as graças eram o Bennu, uma ave tão mítica quanto a Fénix grega.

Ver: BENU (***) & Fénix (***)

E ainda, se Ápis era o Ba de Ptah então seria de prever que:
Ápis <= Ba + Ptha = Wa-Phi-at < *Kakish (> Wawis
> Lat. bobis, pois Apis era «boi» > ovis ) > Hawis (> «aves») > Aphis > Apis.
Porém, já iconografia clássica das hárpias aponta para a possibilidade de se tratarem de variantes morfológicas do Ba, as almas dos mortos dos Egípcios. Já em sumério Ba tinha o significado de voo!
Assim, a primeira suspeita é que o termo Ba seria uma evolução fonética a partir dum conceito menos elaborado foneticamente e mais intuitivo e arcaico no plano metafísico como seria o Ka, que na suméria tanto significava a «boca» (enquanto o «vazio» de continuidade do corpo) como o «interior» e o «centro» dos corpos, e portanto já uma manifestação incipiente duma metafísica do «elan vital» > Pha, «a luz», manifestação do Ka de Aten, a força vital do sol > Wa > Ba, a alma, o sopro vital do espírito.
Enquanto o Ka era a figuração dum conceito mítico abstracto que poderia ser considerado como uma forma incipiente de «princípio vital», o Ba = is "probably better translated as spiritual manifestation."
Figura 2: Anzu ou Harpia masculina caldeia? Obviamente que, como se verá adiante, que as Hárpia dos caldeus não teriam barbas e seriam Istar ou a sua irmã gémea a deusa negra Ereshkigal. Neste caso, esta representação será quase que seguramente uma das muitas formas de Anzu, o pássaro da sabedoria do Espírito Santo. No entanto, a tradição dos deuses alados era uma conhecida forma de iconografia religiosa dos povos acádicos e assírios
Figura 3: Génio alado assírio com o cesto da fertilização
Ora, em *Kar-Kika podemos inferir que o conceito grego implícito no nome das aves de maus auspícios implicava uma relação da força vital com a Deusa Mãe Natureza o que para intuição nem sequer se pode considerar espantosa, dada a sua evidência! O certo é que também entre os greco-latinos o radical da vida deriva da mesma fonte natural:
Ki-Ka > Wihau > Grec. bio-
           > Witha > Lat. vita > «vida»!
Claro que as aves agoirentas, sendo a alma dos falecidos não poderiam andar à solta antes da morte, só que a lógica mítica não funcionava com esta crueza. De resto, numa elaboração posterior e mais recente as aves agoirentas já não eram dignas de serem as “almas penadas” dos humanos mas mal inumados mas apenas as mensageiras da morte tal como tinham sido nos tempos clássicos as mensageiras das pragas divinas! Entre estas temos:

1 – HARPIAS.

Então, podemos já suspeitar de que a origem do nome das Harpias andou relacionada com o culto dos mortos de que derivou o nome das «carpideiras» e os mitos das «aves agoirentas», como ainda hoje é o caso da «coruja» e do «mocho», cujo piar ao toque das trindades pode anunciar tanto o mau tempo como, sobretudo porque mais indesejável, a morte de alguém moribundo!
«Coruja» < carhuka < *karkika.
«Mocho» < makiho, < Ma-kiki, o animal totémico de Atena Promachos.
Figura 4: Uma bela Harpia helenística.
In earlier versions of Greek myth, Harpies were described as beautiful, winged maidens. Later they became winged monsters with the face of an ugly old woman and equipped with crooked, sharp talons. They were represented carrying off persons to the underworld and inflicting punishment or tormenting them. Those persons were never seen again.[2]
Sendo assim, este autor não faz mais do que confirmar a suspeita de que as harpias seriam uma espécie de corte de Istar que se transformou em corte da rainha dos infernos em resultado da evolução ideológica da mitologia dos animais voláteis de “transporte das almas”.
Esta mitologia inicialmente benigna de acordo com uma visão idílica duma crença na “morte e ressurreição solar” acabou numa visão aterradora da morte com o triunfo de mitologias relativa a uma visão desesperada da condenação às trevas eternas nas profundezas do Tártaro, seguramente que em consequência de alterações sociais mais desumanas, particularmente com o advento dos impérios militaristas como o elimina e, sobretudo, o assírio! De facto os agonizantes são, por definição, os que vão morrer no curto prazo mas que, mesmo com as ciências médicas, nem sempre se sabe quando!
Segundo Hesíodo, as harpias eram irmãs de Íris, filhas de Taumante e a oceânide Electra, e seus nomes eram Aelo (a borrasca) e Ocípete (a rápida no vôo). Higino lista os filhos de Taumante e Electra como Íris e as hárpias, Celeno, Ocípete e Aelo, mas, logo depois, dá as hárpias como filhas de Taumante e Oxomene.
Okypete, Aello (Hesiod Theogony, Apollodorus)
Podarge (Homer Iliad, Stesichorus Frag)
Oky-pete / Oky-thoe / Oky-pode, Aellopos, Nikothoe (Apollodorus)
Okypete, Podarke /Aellopos, Kelaino (Hyginus Preface, Hyginus Fabulae)
Thaumas = «Tomás» < Kau me ash, a lama das leis!
Elektra < | Hele < Here < Ker | -| Ketra < Ki-ter< Ki-Ker | <=*Kur-Ki-Kur.
1 – Oky-pete / Oky-pode / Oky-thoe / = Oky-(pete / pode / thoe) < Ophi Kete
< *Kaki-Kaki ó Phiat => Hebat > Hekate.
2 – Aello ó Aellopos < Ophis Aello < Hahello < Ka-Kel-lau ó *Sakar-ula.
3 – Nicothoe < Nico-thea, literalmente deusa Niko ou Nike.
1b – Podarge < Podarke < Pho-Thar-Ki > Ka-phor-ti
=> Afrodite, a bela *Kifura?.
2b – Kelaeno < Kali-Ano > Kali => Kilene > Silene.
2b – Íris.
Figura 5: Harpies = Hybrid monsters. They were called the hounds of Zeus.
Figura 6: The Ba was always portrayed as a human-headed bird, usually a human-headed falcon.
(Harpias) Hybrid monsters called sometimes the hounds of Zeus. They were bird-bodied and girl-faced, and snatched away both things and living beings. They were the children of Thaumas & Electra, or of Typhon, or of Thaumas  & Ozomene. -- [3].
Animals were sometimes thought to be the bau (plural of ba) of deities.
Como o mito refere as harpias como irmãs de Íris o mais que provável é que tivessem todas feito parte do mesmo cortejo das divinas aves agoirentas das borrascas que acompanhavam Iscur, o deus sumério das tempestades. A tradução do seu nome assim o sugere: Aelo (borrasca); Ocípete (voo veloz, das aves de rapina durante as tempestades); Kelaeno, a negra (borrasca) e Podargê, a que corre com os relâmpagos!
Íris ficou a ser uma mensageira de Zeus Tonitruante obviamente por ser a deusa do arco-íris que anuncia o fim das tempestades. Esta mesma relação iremos encontra-la ao analisar o nome dos Anjos de Enoc.
Nikê, uma assistente de Atena, ou sua arcaica variante, e possivelmente a equivalente funcional de Íris, ou seja, uma mera variante alternativa desta deusa.
Kelaeno = Celaeno = Kelaino < Ker-Anu > Xiranu > Sirene.
Como adiante se verá, as sirenes seriam também variantees do nome das aves de transporte das almas.
Parece assim que a hipótese de terem sido várias era já um indício de dispersão mítica obvio! Mas, outras aves podem ter sido inspiração para o nome das harpias ou vice-versa!

Figura 7: (à direita), Harpia Grega. Figura 8: (à esquerda), deusa alada da mitologia caldeia supostamente considerada como a variante Suméria da judia Lilite mas que seria apenas a forma lunar e obscura de Inana / Ishtar, ou seja, a rainha dos infernos Ereshkigal.
Na verdade as asas de borboleta fazem com que esta deusa disfarce mal, com os seus pés de galinha, o seu aspecto de animal volátil e de «transporte das almas».
Os instrumentos de escrita que expões em ambas as mãos são seguramente as tábuas do destino que Inana roubou a Enki, os dois leões são os animais totémicos da Deusa Mãe que na Grécia seria Deméter, mãe de Koré. Como esta foi também Atena, a deusa dos mochos, estamos perante Anat, uma variante negra de Ashera.
O facto de serem consideradas irmãs de Gaia (que era nem mais nem menos do que Ki, a esposa e/ou mãe de Enki) faz destas deidades variantes negativas da rainha dos infernos, Ereshkigal, tia e madrasta de Inana / Ishtar e daí o seu aspecto monstruoso e repelente possivelmente relacionado com visões delirantes de animais voláteis, nocturnos e lunares, de transporte das almas!
Também o demónio etrusco Tuchulcha deve pertencer a esta série de Hárpias de cabelos serpentinos e arrepiantes!
Tuchulcha < The(os)-| Kurkia < Kur-kika < Karphiha > Karish ó Ishtar|.
                   ó Tu-Ker-la < Tu(h)ellas = Harpias < Kar |< Ki > Phi | + an
= karenkia => Kor-anu-kia > korunwa >columba > «pomba».
Tuchulcha is an Etruscan demoness of the underworld. It is a horrible, winged creature with snake-hair and vulture's beak, he drags his terrified Victims into EITA.
Figura 9: Tuchulcha da tomba dell'Orco.
Figura 10. Tuchulcha fantasiada.
Demon tortionniere des enfers
Tal como se encontra, em muito mau estado de conservação, na tomba dell'Orco, de Tuchulcha só se pode ter a certeza do nome.
Supostamente Tuchulcha teria o corpo humano de cor amarelado e do cabelo desgrenhado saem-lhe cobras como às gorgónias. Teria bico (talvez de abutre), orelhas de burro e patas e asas de ave de rapina.
As interpretações fantasistas de Tuchulcha decorrem da ideia que dele se tem feito a partir da imagem da figura 2286 do "Dictionnaire des Antiquités Grecques et Romaines de Daremberg et Saglio" que pelo aspecto de divindade que empunha a cabo supostamente dum machado duplo poderia ser Charum e não Tuchulcha.
No entanto, a relação desta entidade com as Erínias permite facilmente aceitá-lo como fazendo parte do cortejo das aves agoirentas e de rapina que acompanhavam Iskur, o deus sumério dos infernos e das tempestades tanto para fertilizar a Terra como para castigar com a morte os “pecados mortais” dos humanos. Sendo assim uma ave de rapina ou necrófaga seria também uma deidade de transporte das almas e um deus psicopompo e por isso de nariz adunco como o bico dos abutres.
Seja como for, à medida que os laços dos etruscos com os colonos da Magna Grécia se estreitaram a velha iconografia etrusca de origem anatólica, ou quiçá local de origem cretense, aceitou a evolução olímpica da crescente hominização dos deuses mas na transição alguns desvios entre ambas são patentes como sejam a persistência de botas aladas de sete léguas na maioria destes deuses que de facto tinham já na mitologia grega a característica de terem pés ligeiros como as rajadas das tempestades e dos relâmpagos que acompanham as borrascas, como Ocípete e Podargê.
O cortejo dos deuses infernais alados é também muito maior do que o grego que se limitava a Tánatos & Hipnos.
Figura 11: Cortejo de anjos psicopompos etruscos onde não se distingue Charun (Caronte) de Tuchuchulcha (Erínias). (Retirado da obra “Monumenti etruschi o di etrusco nome” de Francesco Inghirami)
Na maioria das representações que nos ficaram dos deuses etruscos dos infernos confirmamos que quanto muito eram todos alados, alguns eram brancos e graciosos e outros negros e simiescos e de nariz adunco como o bico de aves de rapina.
Existe um vaso etrusco em que o autor representa um mito grego de acordo com a mitologia tipicamente etrusca revelando-nos assim parte da particular concepção destes povo sobre os deuses do seu submundo.
Este vaso refere-se ao mito tipicamente de morte e ressurreição solar de Admeto e Alcetes.
Alceste é, na mitologia grega, uma princesa célebre pelo amor por seu marido. (…) Seu pai a prometera àquele que fosse até ele num carro puxado por leões e javalis. Admeto, rei de Feras a quem Apolo estava comprometido a servir durante um ano, executa a tarefa com a ajuda do deus e ganha a mão de Alceste. Porém, durante o sacrifício da festa de casamento, Admeto se esquece de Ártemis, e encontra seu quarto cheio de cobras. Apolo sugere que ele tente apaziguar a deusa, e consegue fazer com que as Parcas o poupem, com a condição de que, no momento de sua morte, outro se sacrifique voluntariamente por ele. Admeto não se preocupa muito com essa condição pensando em todos seus servos que lhe deviam favores e que gostavam muito dele e fica muito alegre com a nova esperança. No momento de sua morte, porém, ninguém se habilita, nem seus velhos pais; apenas Alceste oferece-se como substituta. Admeto tinha muito amor à vida, mas não desejava mantê-la a tal custo. Porém a condição das Parcas fora satisfeita e enquanto Admeto ia recuperando as forças, Alceste adoecia. Hércules, que passava por lá ouve o lamento dos servos que não queriam perder uma querida senhora e tão dedicada esposa, espera na porta do quarto de Alceste a chegada da Morte. Quando esta chega Hércules a agarra e obriga-a a desistir de seu intento de roubar a vida de Alceste. Assim ela vai se recuperando e pôde continuar a viver ao lado de seu amado marido.
Figura 12: Alcestes, perseguida pela fúria vigilante de Tuchulcha / Erínia, defensores das leis imperiosas da Natureza, despede-se de seu marido Admeto a caminho do outro mundo, neste caso o Eita dos etrusco que era o Hades dos gregos, onde o espera Charun com o machado duplo, possivelmente equivalente da foice com que a Morte ceifa a vida.
The winged, snake-waving Tuchulcha is also easily recognizable in this scene on an Etruscan vase from a tomb in Vulci. Here he is paired with the guardian demon of Hades, Charun (= the Greek Charon, ferryman of the dead), who wields a large wooden hammer or key to unlock the gates of the Underworld and imprison Alcestis, the heroine of the Greek tragedy of that name who offered to take his place in Hades so that he does not have to die right away. Here the couple bid each other a fond farewell. A typical "departure" scene on Etruscan tomb art. Note the wings on the sandals of both demons, adopted by the Etruscans from the winged sandals of the god Hermes, who conducted the souls of the dead into Hades. [4]-- Tuchulcha, the Etruscan Bird-Man from Hades, Dionysia Xanthippos.
Como é fácil de ver e compreender, poderiam ter sido uma grosseira deformação mítica decorrente dum qualquer mal entendido doutrinário relacionado com preconceitos relativos às sacerdotisas do amor que acompanharam alguns exércitos.
De facto, em algumas representações arcaicas as harpias teriam sido confundidas com esfíngicas «comedoras de jovens» seguramente que em resultado duma conotação metafórica tomada à letra!
Figura 13: Uma Esfinge, análoga a uma Hárpia, «devoradora» de jovens guerreiros para poder ser «transportadora das (suas) almas», ou metáfora dos «mortos em combate»!
De facto as Harpias eram tanto funcionalmente (porque sendo animais de grande voo se poderiam aproximar do «sol alado») animais de “transporte solar e das almas” e seriam etimologicamente as esposas de Kar, o deus solar dos exércitos!
Figura 14: Uma Hárpia sendo afastada da comida de Fineu pelos ventos da comitiva dos argonautas.
Na história de Jasão, as harpias foram enviadas para punir o cego rei trácio Fineu, roubando-lhe a comida em todas as refeições. Os argonautas Zetes e Calais, filhos de Bóreas e Orítia, libertaram Fineu das hárpias, que, em agradecimento, mostrou a Jasão e os argonautas o caminho para passar pelas Simplégades.
Desde logo porque a mãe destas tem um elo etimológico com conotações relativas à prostituição sagrada:
Elektra < El | Ketera > Hetera, a “hetera” do Sr. ou seja a prostituta divina
< Kar, *Kiphura, a esposa ofídia do sol!
Mais do que uma dúvida dos mitólogos estamos diante de uma prova evidente de que se tratava de uma prol arcaica da Deusa Mãe primordial e das cobras cretenses que foi Typhon.
< Kiphi-an ó *Kiphura, o mesmo que Tiamat, a cobra primordial que Apolo / Zeus / Marduque mataram. De facto,
Ozomene < Haushimene < *Ki-Ishmenia
> Ti-Ama-ash (+ An) > Ti-am-at.
Pelo menos a mãe das harpias era Tiamat a mesma Deusa Mãe primordial que era Ceto, a deusa do fogo infernal Kiku, esposa de Kako, mãe da Medusa, a daí paredro de Thaumas > Tamuz / Enki, o pai das Harpias!
Their bodies were those of birds, the heads women's, and their manner of punishing a wrongdoer was to carry off all his food, or failing that, to foul it so that the criminal could not eat it. One such person who received such treatment from the Harpies was Phineas, a king of Thrace, who was eventually freed of the curse of the triple sisters by the Argonauts.
Figura 15: Hárpias perseguidas pelos ventos o que demonstra o quanto estas entidades míticas faziam parte do cortejo dos deuses “manda chuva” das tempestades.
Homer, Odyssey 1: "But no, the Harpyiai (Harpies, Storm-Spirits) have snatched him [Odysseys] ingloriously away."
Homer, Odyssey 20: "[Penelope laments:] ‘Or else if a Thuella (Storm-Wind) [i.e. a Harpy] might snatch me up, carry me on through dusky pathways and cast me down at the issuing-place of backward-flowing Okeanos (Oceanus)”.
Homer, Odyssey 10: "[The Harpyiai (Harpies) were possibly numbered amongst the Winds commanded by Aiolos in the Odyssey:] Aiolos (Aeolus), son of Hippotas; the deathless gods counted him their friend. His island is a floating one; all round it there is a wall of bronze, unbreakable, and rock rises sheer above it. Twelve children of his live in the palace with him; six are daughters [perhaps the Thuellai, Storm-Winds], six are sons [perhaps the Anemoi, directional Winds] in the prime of youth; moreover the king has given his daughters as wives to his sons”.
Personification of storm winds. Daughter of Gaia? One of the two mentioned by Hesiod. [5]
De facto, as Hárpias teriam na origem executoras das sentenças dos juízes dos mortos e, por isso, deusas das “penas do inferno” como as Erínias e próximas dos deuses infernais que nos primórdios dos tempos eram os deuses de morte e ressurreição solar, como Osíris/Tamuz.
O reverso da medalha das vitórias aladas, patrocinadas por Atena Nikê, era precisamente a mortandade dos heróis e dos vencidos cujas almas seriam levadas aos milhares pelas aves da morte e daí o estranho conceito homérico do Ker!
Aretia - In Armenian belief, the earth, venerated as holy.
Aretia < Hare-Thia < Har-Ki(a) > Harphia > Harpia.
Tanto sob o ponto de vista etimológico como semântico, as Valquírias, da mitologia nórdica, devem ser conotadas com as Hárpias.
Valkyrie = 1768, one of 12 war-maidens who escorted the brave dead to Valhalla, from O.N. valkyrja, lit. "chooser of the slain," from valr "those slain in battle" (see Valhalla) + kyrja "chooser," from ablaut root of kjosa "to choose," from P.Gmc. *keusan, from PIE *geus- "to taste, choose" (see gusto). O.E. form was Wælcyrie, but they seem not to have figured as largely in Anglo-Saxon tales as in Scandinavian. Ger. Walküre (Wagner) is from O.N. Valhalla = heavenly hall in which Odin receives the souls of heroes slain in battle, 1768, from O.N. Valhöll "hall of the battle-slain;" first element from valr "those slain in battle," from P.Gmc. *walaz (cf. O.E. wæl "slaughter, bodies of the slain," O.H.G. wal "battlefield, slaughter"), from PIE base *wele- "to strike, wound" (cf. Avestan vareta- "seized, prisoner," L. veles "ghosts of the dead," O.Ir. fuil "blood," Welsh gwel "wound"). Second element is from höll "hall," from PIE base *kel- "to conceal" (see cell). Reintroduced by 18c. antiquaries. Figurative sense is from 1845.
The Valkyries, a band of warrior-maidens that included Svava and Brunhild, served Odin as choosers of slain warriors, who were taken to reside in Valhalla (< War Kalla < Karkalla < *Kur-kur-ja, lit. «a terra dos montes gémeos da aurora»).
Valkyries < Oud-Noors. Valkyrja < *War-Kurisha ó Kur-kur
Valkyries < War Kyries, lit. “jovens guerreiras” de Wer
< *Kar Kaurias > Herkalias, companheiras de Hércules > Her-Kalli >
ó War-Kur-an > Walkuren > Valkyren <                 (Wer-) Kurisha
Houris < *Koras > Horas > Korê, a jovem Perséfone.
> Iscur => Ishtar e a sua corte de filhas do deus dos infernos.
Brunilde < Waranuret < Hauraur-et > *Aralu(-na).
Quer dizer que as funções das hárpias teriam sido originariamente mais nobres do que as que vieram a ter. De facto, se as Valquírias faziam parte do grupo dos deuses psicopompos, “os pombos de transporte das almas”, a que Hermes pertencia e que por isso mesmo seriam seres angélicos como Íris, também as Hárpias teriam sido aves de transporte das almas e só uma banalização de mortes desonrosas, como eram afinal as mortes naturais, pode ter dado origem à depreciação da função das Hárpias. Brunilde poderia ser Lelaino e Svava, Ocypete. Em qualquer dos casos estamos perante um mito de cultos de morte e ressurreição em que o transporte das almas seguia o trajecto do sol culminando com a ressurreição nos montes gémeos da aurora!

2 – ÍRIS.

Figura 16: Iris sem asas.
Goddess of the rainbow, a daughter of Thaumas and Elektra and a sister to the Harpies, Iris was also the personal messenger to Zeus and Hera (in this she differed from Hermes, who was messenger to all the gods of Olympus). She was also looked on, like Hermes, as a guide and an advisor, and she travelled with the speed of the wind, from one end of the world to the other, could penetrate to the bottom of the sea, or even to the Styx. She was believed to charge the clouds with water from lakes and rivers, so that the rain might fall and fertilise and refresh the land. Contrary to Christian myth, when her rainbow appeared in the sky it was taken as a sign of rain, welcomed by farmers.
Represented as a beautiful virgin with wings the colour of the rainbow itself, Iris was said to ride on the rainbow, sometimes with a nimbus on her head, in which the colours of the rainbow were reflected.
Harpias < karphias > *Carpias.
As Harpias eram as aves «carpideira» de rapina e mau agouro que presidiam ao transporte dos mortos e antecediam as tempestades como perdigueiros de Zeus!
Se outras razões não bastassem para justificar a má fama das Harpias, que eram uma deusa plural apenas por equívoco alegórico, esta etimologia virtual seria mais uma das achas explicativas. Assim se entende que Íris, visto ter sido também filha de Thaumas & Electra, tenha sido irmã das Harpias.
Claro que, ter sido irmã das três (ou várias!) Harpias sem ter sido uma delas deve ter sido coisa difícil de aguentar no campo da volatilidade mítica!
No entanto, o nome Íris não figura no elenco das harpias a menos que se considere que Iris é uma variante de Aiello.
Iris < Herish, lit. «filha de Hera» < Kur-ish, lit. «filha de Nin-Kur(sag) >
Kyrish < Ishtar < Kaukiura > Hauhiula > Auhilau > Aiello?
Figura 17: Íris.
Iris - Many were the progeny of the sea; some of them we shall meet later in saga, for example the Graeae, Gorgons, and the Harpies. Progeny of the sea often appear grotesque or fantastic. At this point, however, we single out only Iris [eye'ris], a beautiful descendant of Pontus and Gaia. Iris, fleet-footed and winged, is the lovely goddess of the rainbow, the meaning of her name. She is also (like Hermes) a messenger of the gods, only Iris often becomes the particular servant of Hera.
As confrontações míticas têm por uma das suas virtualidades a de poderem revelar sentidos ocultos. Sendo assim, e sendo quase seguro no plano etimológico que Íris foi filha de Hera com a qual tinha uma particular relação então Hera foi Gaia sendo o elo de ligação semântico a suméria Nin-kur-sag.

Ver: HERA (***)

Seja como for, pelo menos Iris foi seguramente uma metamorfose de Istar, já conhecida na caldeia como Irinini > Iri-(ish)-Nini => Iris.
Entre os clássicos Iris teria sido uma variante matutina de Istar que acabou por se especializar em deusa do arco-íris e mensageira do bom tempo, em contraponto com as borrascas anunciadas pelas suas irmãs!
No entanto, ainda na mitologia clássica, ela era representada como parédro funcional de Hermes, ou seja uma mensageira da morte e como este deus, condutora das almas!
Sob o ponto de vista estrito do naturalismo as Harpias teriam sido, no mar, uma referência às: «gaivotas e albatrozes» (< Alba tarkias, as harpias brancas) e, nos céus continentais, aos
«corvos» negros de Hermes que levavam as almas dos mortes e, sobretudo nas noites de luar, às agoirentas «corujas» (< Kaurukias), as harpias carpideiras por excelência.
Figura 18: Íris, paredro funcional de Hermes.
Corvus – Italian Messenger of the Gods
Lat. Corvus < Kaur-wius < Kar-Kius => Harpia.
«Águias» < aquilas < a-kiwiras < Enki-uras => harkyas?
De qualquer modo também as águias, aves por excelência do deus supremo que na Grécia era Zeus, podem estar relacionadas com as raízes étmicas das deusas lunares que eram as Harpias.
Etimologicamente Iris teria sido uma variante intermédia entre Irnini (= Kur + Inana) e Istar.
Istar <= Tarish < Kur-ish, lit. «filha do Kur como a Aurora» > H(a)urish
> Uriz > Iris.
Figura 19: Íris, a deusa do «arco da aliança» que acompanha o deus das tempestades para anunciar o bom tempo e o fim das tormentas e calamidades, prepara-se neste vaso para apagar o fogo celeste das tempestades!
Eurial era uma das gorgónias. Como adiante se verá, funcional e etmicamente as hárpias e as gorgónias teriam sido no começo dos tempos as mesmas entidades. Sendo que Íris era irmã das Hárpias então, é admissível que também Íris e Eurial sejam, tal como a fonética o sugere, variantes do mesmo mito dos deuses da aurora e do fogo das tempestades.

Ver: HARPIAS (***) & ANJOS / IRIS (***)

Na verdade, já Eos era a latina Aurora e Euriale será seguramente uma das variantes do nome da esposa hercúlea do sol, Herkallia.
Segundo Apolodoro, [6]Euriale era mãe de Orion cujo pai seria Poseidon. Sendo Poseidon o equivalente clássico de Enki, estamos diante de um dos filhos astrais deste deus com Ishtar, “estrela da manhã”, a sua filha predilecta.
Por sua vez, Orion era "A hunter whom Artemis killed, annoyed at his advances towards Eos".
Quer isto dizer que pode bem ter sido por suspeita de incesto que Orion foi morto, num ataque de cegueira e raiva lunar, pela própria Deusa Mãe, quiçá na forma de Kali, numa das suas manifestações de terrífica deusa do fogo lunar das Gorgonas. Em qualquer dos casos, Orion seria filho e senhor de Kali!
Orion < Aurian < Kaurian > Kali-an.
Zéfiro < *kaphur < Ka-kur > Sacar
Em poemas tardios Íris é esposa de Zéfiro e mãe de Eros o que pode significar a descoberta duma antiga verdade que relacionava esta deusa com a aurora, e as antigas deusas do amor.
Figura 20: Zeus e os seus dois mensageiros, Hermes e Íris.
Quanto ao plácido e quente vento sul que era Zéfiro existiu sempre a suspeita de se tratar de um deus do ciclo do amor ofídio, seguramente o próprio Enki, na variante esforçada e veloz do deus mensageiro por excelência que foi o clássico Hermes! É até plausível que vários deuses, Hermes / Artemis = Íris = Eos / Istar, tenham feito parte do par de «deuses da aurora» de que Zéfiro, o vento matutino que antecede a aurora, tenha acabado por ser uma das transfigurações! De angélico Hermes costuma ter pouco, além dos apêndices alados remanescentes no chapéu nas sandálias e no caduceu. Se pensarmos que Hermes é, sob o ponto de vista semântico, o heterónimo Hermachis de Hórus, Íris acaba por ser um nome da mesma etimologia fonética. Ora, Horus era de facto um deus alado como uma ave, mais precisamente ele era um deus falcão! Mas ele era também o «deus menino» solar dos Egípcios! Ora, sendo o sol Kar, dele derivou o nome Wer do deus da guerra. Então, Eos era Íris?
Hórus < Kur(us) > Kyrus > Hyris > Íris.
Íris <= *Her + ish, lit. «filha de *Her / Wer, o deus da guerra e do Kur»
= Ish-Her, lit. «filha de Hera, a guerreira» < Ishtar < Ish-Kar
º Iscur => Harish > Ares.
Natural seria que estas deusas, dos amores ocasionais em tempos de paz (ou de guerras de alcova) bem como dos amores efémeros e furtivos em tempos de guerras, se viessem a enfrentar com o mesmo amante caso se viessem a desencontrar nos mitos, como viria a acontecer!

3 – GORGONAS.

As gorgónias tiveram este mesmo destino particularmente a Medusa que de tão bela foi amante de Poseidon no templo da deusa Atena que por tal motivo a condenou ao opróbrio e à má fama depois de lhe ter mandado cortar a cabeça e roubar os poderes! As Gorgonas, de que Medusa era a mais conhecida é suspeita de ser uma variante da arcaica deusa mãe das cobras de que Atena teria herdado o escudo e a eagis assim como parte dos cultos da Deusa Mãe já que a representante oficial dos cultos maternais seria Deméter.
Figura 21: Medusa duplamente alada


Figura 22: Atena Glaucopi.[7]
Uma das raras representações de Atena alada. Tipicamente Pallas Atena na postura, no aegis de víboras e no elmo ela é uma gorgonia na sua arcaica natureza alada, e dai o se considerar aqui como sendo Atena Glaucopi.
Que Atena teria tido asas permite-o pressupor o facto de ser um avatar de Nikê assim como a referência homérica do I canto da Odisseia em que se refere que «ditas estas palavras, Atena Galucopi levantou voo, como uma ave que desaparece da vista».
As Gorgonas seriam uma forma de deusa tripla de que Medusa seria a mais velha e, por isso, já mãe de duas irmãs:
Stheno < Ish-tan, lit «filha da cobra» > Seth Ana
=> Athena (< Seth Ana >Keki Ana > Anacaki
=> Nix, a noite que precede a aurora)
= Nike, a vitória da noite quando o sol desponta!
Euryale < Aury Hale < Her Kale | < Kali, esposa de Hércules ou seja, Hebe.


Figura 23: Medusa alada, seguramente uma reprodução do frontão do templo de Artemisa em Corfu, segurando no braço direito o Pegaso, o seu mítico cavalo alado.[8] Nesta postura ela era a antepassada de Hipona.
E tanto é assim que um dos epítetos de Atena foi Sthenias com a conotação de «forte»[9]. Este epíteto é seguramente uma reminiscência das arcaicas épocas caça em que as gorgonas eram poderosas amazonas e deusas mães caçadoras.

4 – ERÍNIAS

Figura 24: Como quase todos os deuses arcaicos as eríneas também perderam as asas. (desenho de vaso grego extraído da obra Pitture di vasi fittili, esibite dal cav. F. Inghirami per servire di studio alla mitologia ed all storia degli antichi popoli).
 As Erínias são representadas normalmente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais. Aparecem sempre empunhando chicotes de cobras e tochas acesas, correndo atrás dos infractores dos preceitos morais.
Erinys <= lat. Diras < Thyrash < Kur-ish => Ishtar => Fúrias!
Figura 25: Eríneas.
"Una in praecelsa consedit rupe Celaeno,
infelix vates, rumpitque hanc pectore vocem:
'Bellum etiam pro caede boum stratisque iuvencis,
Laomedontiadae, bellumne inferre paratis,
et patrio Harpyias insontis pellere regno?
Accipite ergo animis atque haec mea figite dicta,
quae Phoebo pater omnipotens, mihi Phoebus Apollo
praedixit, vobis Furiarum ego maxuma pando."
Aeneidos -- Liber Tertius -- P. Vergili Maronis.
As Fúrias, sendo mensageiras do Kur, o rei dos infernos, eram anjos infernais e por isso candidatas a mensageiras diabólicas da morte! Na verdade, após o cristianismo a morte só passou a ser temida enquanto possibilidade de morte em pecado, ou seja de morte eterna nas profundezas terríveis das cadeias dos infernos! Notar nos pés de ave de rapinas das deusas sumérias tomadas por representações de Lilit mas que não serão mais do que manifestações semi-zoomórficas de Inana/Istar, a deusa mesopotâmica da aurora.
Ishtar < Ishkar < Kur Kaki(as) > Hurphiahs > Phurahs > Furias.
                                                         Hurphiahs > Harpias.

Ver: ISTAR (***)

The Furiae were attendants of Hades and Persephone.
Their parentage is much discussed, being held by some to be the daughters of Night, by others Earth and Darkness, while still others ascribe to them Kronos and Eurynome as their parents. The Erinys were attendants of Hades and Persephone, and lived at the entrance to the Underworld. Their first duty was to see to the punishment of those who had committed some crime in the world above, but had arrived at Hades without obtaining absolution from the gods. Sometimes this duty extended to the world of men, where the Erinys (also called Dirae, Furiae, Eumenides or Semnae) would pursue criminals, at the behest of Nemesis, permitting the fugitive no rest. (...[10]).
Em boa verdade os infernos foram sempre uma metáfora dos calabouços deste mundo e o “julgamento de Osíris” uma manifestação de esperança numa última instância de justiça divina depois da morte!
Eram forças primitivas da natureza que actuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue parental derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida. Porém, posto que o castigo final dos crimes é um poder que não corresponde aos homens (por mais horríveis que sejam), estas três irmãs se encarregavam do castigo dos criminosos, perseguindo-os incansavelmente até mesmo no mundo dos mortos, pois seu campo de acção não tem limites. As Erínias são convocadas pela maldição lançada por alguém que clama vingança. São deusas justas, porém implacáveis, e não se deixam abrandar por sacrifícios nem suplícios de nenhum tipo. Não levam em conta as atenuantes e castigam toda ofensa contra a sociedade e a natureza, como por exemplo, o perjúrio, a violação dos rituais de hospitalidade e, sobretudo, os assassinatos e crimes contra a família.
Supunha-se elas serem muitas, mas na peça de Ésquilo elas são apenas três, que encarregavam-se da vingança e habitam, segundo as versões, o Érebo ou o Tártaro, o inframundo, onde descansam até que são de novo reclamadas na Terra. Viviam nas profundezas do tártaro, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente.
Os seus nomes são:
*Alecto, (a implacável), eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infractor sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz.
*Megaira ou Megera, que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior sanha, fazendo a vítima fugir eternamente. Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera.
*Tisífona, a vingadora dos assassinatos (patricídio, fratricídio, homicídio…). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os. A marginalidade das Eríneas e a sua necessidade de reconhecimento popular são o que, segundo conta Ésquilo, levou as Erínias a aceitarem o veredicto de Atena, passando mesmo por cima da sua inesgotável sede de vingança.
Figura 26: Nesta representação duma Erínia (num sarcófago romano) é óbvia a relação desta figura mítica com uma deusa das cobras cretenses pelo que pode tratar-se de Euriale, uma das gorgónias.
Alekto < Halekito < KarKito < *Kertu.
Tisphone < Te- | Ishphone < Ish-Kian, lit. “filha da Sr, Terra.”
Megaera < Mekara ó Macarena.

Ver: MACARENA (***)

In Greek mythology, the being which detects and punishes crime is the Erinys, the prototype of the Latin Fury, figured by late writers as a horrible monster with serpent locks. But this is a degradation of the original conception. The name Erinys did not originally mean Fury, and it cannot be explained from Greek sources alone. It appears in Sanskrit as Saranyu, a word which signifies the light of morning creeping over the sky.
And thus we are led to the startling conclusion that, as the light of morning reveals the evil deeds done under the cover of night, so the lovely Dawn, or Erinys, came to be regarded under one aspect as the terrible detector and avenger of iniquity. Yet startling as the conclusion is, it is based on established laws of phonetic change, and cannot be gainsaid.[11]
Figura 27: o descanso da Erínia ou uma “pena suspensa”!
Light of heaven (the sun) = Sumer. Uru-Anna < Haur-an-an < *Kur-An-an, lit. “o Sol saído do Kur” e que vai da terra ao céu”, ou seja, a descrição gestual e geográfica do meio dia???
Um dos trunfos do cristianismo que iriam marcar o seu sucesso estrondoso foi a possibilidade de os padres poderem ter o poder de perdoar em vida os pecados que nem Osíris, na sua rigorosa justiça, teria podido perdoar depois da morte!
Aceitando que em tempos se tratou de um epíteto efectivo do sol poderíamos inferir que Urano teve por esposa Urania mais conhecida por Ki-Ur-Anna.
Em qualquer dos casos, e sem necessidade destes rodeios étmicos sabemos que Kar foi nome do sol pelo que não nos espanta que Ishtar, “a estrela da manhã” = *Kar-Inana, a luz da alvorada”!
Ora, Saranyu, talvez um dos nomes da lua, leva-nos às Erínias!
Saranyu < Karan hi(u) < Kur ki(as) + An > Har-Hy-ana ou *Kar-Inana
> Karyna, talvez um dos nomes da lua > Aryna(ish) > Erínias!
A analogia funcional das Fúrias mais comummente aceite seria maior com as Erínias que eram também anjos “oficiais de justiça” dos infernos! Mas, a autoridade de Virgílio deve ser tomada em conta pelo que Fúrias = Harpias = Erínias!
A verdade é que para se chegar às Erínias a partir das Harpias basta muito pouco que é passar por Arina a deusa hitita do sol e rainha do céu dos Hattis.
Kur ki(as) > Hurphias > Harpias.
Assim, seriam variantes próximas do mesmo nome as Eumenides (< Kimean | hikas < Kikas) e as Semnae (Semina < Kime An) que eram seguramente quase as mesmas Kikas!
A Irinini da mesopotâmia é a principal antepassada semântica destas deusas.

Figura 28: Ulisses & Sirenes (Acheloides)[12]. Como se pode ver nesta representação, as Sirenes em nada se distinguiam formalmente das Harpias.
Era outro conjunto de divindades aladas que se tornaram famosas como cantoras marítimas de «charme» a cujos encantos Ulisses só resistiu supostamente amarrado pois é muito possível que o que de facto aconteceu tenha sido outra história.
Thay were daughters of the river-god Achelous and a Muse. They had been nymphs and playmates of Persephone, and for not protecting her when she was carried off by Pluto, they were transformed into beings half-woman and chalf-bird by Demeter. [13]
No entanto, na tradição clássica portuguesa as sirenes gregas são denominadas sereias e estas são representadas como Nereides, metade donzela e metade peixe. Dito de outro modo, é bem possível que a evolução linguística de «sirene a sereia» tenha tido a influência ressonante do nome das Nereidas de quem os portugueses receberam parte da morfologia mítica. Tanto assim terá sido que o nome das nereidas surgiu seguramente por via erudita directamente do latim enquanto o nome das sereias terá surgido por via popular a partir das costas mediterrânicas, algarvias e/ou andaluzes onde a arcaica influência egeia era predominante.
«Sereia» = s. f. ser mitológico, metade mulher e metade peixe, cujo canto era tão suave que atraía os navegantes para os escolhos, onde naufragavam e morriam.
Nereide = s. f. cada uma das filhas de Nereu, deus marinho;
Nereida < Lat. nereide < Gr. ners < Nereu-ish.
 Lat. sirena < Gr. seirén < She-Hir-An < *Sa-Kur-Ana.
                                        > Seir-ika > seiriha > Seirija > sereja > Sereia.
Figura 29: Ulisses e as Sirenes.[14]
Etimologicamente a grega tem ressonâncias sacarídeas enquanto a variante latina tem conotações lunares com as aves nocturnas da morte e do mau agoiro e, por isso, variantes do mito da Noite.
Sirenes < Shirene < Kyrene < Kelenes > Selenes.
Acheloides < Achelo-ithes ó Achelos < Hakeros < *Kakauros
> [15] Sacar.
A variante Acheloides, que as faz filhas do rio Achelos, é uma iniludível homenagem ao deus dos «aceiros» da madrugada.
Figura 30: Representação arcaica das Sirenes atacando o barco de Ulisses como aves agoirentas da «borrasca» do tipo das gaivotas e dos albatrozes!
De Kauranas > Karinias > Kali-Ana > Kyrenes => Sirenes.
                                                      =>Kylenes => Silene.
                                                                        => Helena de Tróia...
... ou Deusa Mães Kali se chegaria facilmente às Erínias demonstrando que ambas seriam variante do nome de Kali na forma de esposas ou concubinas de Kar. Esposas de Kar eram também as Harpias.
Figura 31: Representação das sirenes de Ulisses num vaso grego.
Como o mito das Erínias se aparenta muito ao das Gorgonas e este pode ser considera como deturpação caricaturada da antiga deusa mãe do fogo na versão de deusa das cobras cretense, podemos considerar que todos estes nomes são apenas variações do mesmo mito de arcaicas deusas mães dos mistérios do fogo nocturno!
Figura 32: De acordo com Ovídio (Metamorfoses V, 551), as sereias eram companheiras da jovem Perséfone às quais foram dadas asas por Deméter para procurarem a sua filha Perséfone quando esta foi raptada por Hades. No entanto, a Fabula de Higino faz com que Demeter amaldiçoe as sereias por não terem impedido no rapto de Perséfone.
Na mitologia grega, as sereias eram originalmente mulheres com o corpo de aves da cintura para baixo com a característica de terem uma voz melodiosa e musical, maravilhosamente atraente e hipnótico capaz de adormecer qualquer moral. A sua origem, provavelmente ligada ao mundo dos mortos.
Figura 33: Concerto Olímpico de sirenes de que deriva o nome das «serenatas»?!
«Serenata» < It. serenata < sera, noite, s. f. concerto musical de noite, ao ar livre.
A etimologia do termo «serenata» leva a um típico “falso cognato” que como sempre só o é enquanto não se souber mais sobre o termo. Na verdade, é o termo «sera» para a noite italiana à revelia da tradição latina que introduz equívocos na etimologia da «serenata» que já poderiam existir nas cantadas dr sereias bem antes do termo ter sido musicalmente popularizado. Na verdade as sereias eram aves nocturnas agoirentas, como a coruja e o corvo, e filhas de Ker, a deusa mãe da noite e da morte negra de que deriva o nome italiano da noite. Na verdade, a «serenata», até porque a tem um ene que a noite italiana não tem, bem poderia ficar a dever mais ao Lat. serenu das calmas noite Verão propícias a catadas de luar vigiadas por guarda nocturno, o «sereno» = (pop.) guarda nocturno, do que à buona sera italiana.
As mais antigas representações artísticas de sereias na Grécia são monumentos e oferendas funerárias o que faz destas deidades seres ctónicos relacionado com os cultos da deusa mãe tendo o aspecto de aves agoirentas porque representariam os espíritos dos mortos. Para os gregos as sirenes seriam aves de rapinas responsáveis pelo transporte de almas para Hades.

Figura 34: grifo da sala do trono de Knossos.
The Gryphon myth originates somewhere in the Near or Middle East. It is found depicted in ancient Babylonian, Assyrian, and Persian paintings and sculptures. It is believed the myths found life around 3,000 B.C. to be the Pharoah's companion in Ancient Egypt, and later became sacred guardians in Minoa. -- [16]
Eram aves lendárias com cabeça de águias e corpo de leão.
Estas quimeras guardavam os tesouros de Apolo no pais dos hiperbóreos em terras da Cítia, e podem ter, apesar disso, a mesma origem étmica que outras aves míticas.

Figura 35: Grifo em marfim cananeu com desenho micénico![17]
O país dos hiperbóreos costuma ser confundido com a ilha da Grã-Bretanha quando na verdade deverá reportar-se a toda a vasta região circumpolar árctica junto da qual, por causa dos seus rigores de fome e frio, se veio a desenvolver a civilização paleolítica. Segundo Myriam Philibert no seu «Dictionaire Ilustré Des Mytologies» parece que para os povos pré-históricos europeus o grifo teria sido o monstro que devorava o sol nos eclipses.
Figura 41: Belo grifo numa moeda grega.[18]
Uma variante caldeia deste mito terá sido o que fez com que Anzu se tivesse transformado numa ave malvada ao ter roubado as “tábuas do destino”, que permitiam ao sol conhecer as leis astronómica do seu regresso e ressurreição!
A verdade mais provável é que todos os antigos mitos de «morte e ressurreição» solar nos «ritos de passagem» pascoal não seriam mais do que variante evolutivas e adaptadas da grande experiência traumática e assustadoras que teriam sido as longas noites de Inverno circumpolares.
Quando antigos Lapões terão descido para terras da caldeia, para contribuírem para o seu enriquecimento e pour cause, o da cultura suméria, ter-se-á então procedido a uma ritualização descontextualizado e anacrónica razão pela qual teria sido metaforicamente incluída no período de 40 dias de luto de Inana pela morte de Damuz de que surgiu a «Quaresma».
Figura 37: leões aladas persas, seguramente variantes tanto dos Grifos quanto dos Aker egípcios.
Figura 36: Grifo Caldeu enquanto deus metamórfico relacionado com as aves da fecundação das palmeiras.
Many Christians had already reserved a period prior to Easter for fasting, confession, and schooling candidates for baptism on Easter Eve. But the time frame was never fixed, rules never formalized. Different groups of Christians followed different customs--some fasted for several days, others several weeks. Some observed a total fast for exactly forty days (minus the Lord's day, Sunday), a feast called Quadragesima, which would evolve into Lent.Thus, by mid-fourth century, the duration of Lent--the word itself means "lengthening spring days," from the Indo-European langat-tin, "long"+ "day" -- became more or less fixed at forty days, less Sundays; the time frame did not become official, though, until the eighth century. In the Western Church today, Lent begins six and a half weeks before Easter, providing forty fast days when Sundays are excluded. In the Eastern Church, however, Lent begins eight weeks before Easter, since fasting is excluded on Saturdays and Sundays. Today, too, a fast can be as slight an inconvenience as abstaining from chocolate or ice cream for the duration.
A token fast. -- Sacred Origins of Profound Things, by Charles Panati, copyright 1996, published by the Penguin Group, page 206.
A indefinição do número destes “longos dias” circumpolares seria o responsável pela indefinição original do número de dias da Quaresma que os sumérios teriam fixado em 40 por mera costume quiçá relacionado com uma das primitivas tentativas para acertar o calendário lunar no ano solar!

Ver: MACHA/QUARESMA (***)

Este mito teria tido implícita a preocupação pelo parto solar e a consequente criação de monstros guardiães da aurora, que era também a Deusa Mãe primordial, e daí a sua natural transformações em monstros quiméricos a que Tiamat andou associada na gigantomaquia de Marduque.
Estes deuses guardiães da aurora eram no Egipto os Aker, que não eram senão os irmãos gémeos Apolo & Hermes, de que resultou por confusão compósita Horus Hermachis, e que derivaram as esfinges e os grifos. Este mesmo mito iria gerar a epopeia da grifomaquia no reino cita das amazonas.
Figura 38: Leões protectores da árvore da vida decorando um vaso grego!
Assim as formas mais simples destes mitos são as de meros leões ao lado do trono da deusa mãe, como os das representações ornamentais seguintes onde são guardiães da “árvore da vida”!

Ver: AKER (***)

Figura 39: Grifos num «alfinete» dos citas em que se fica sem saber se o Grifo do alfinete da Figura 6 era o devorador ou o devorado!
Etimologicamente falando os «grifos» eram também deuses solares do mesmo étimo de *Alfeu e dos «alces».
Ironia à parte, pois, tanto na metáfora como no poema camoniano, “transforma-se o amor na coisa amada”[19], à experiência traumática das longas noites polares somar-se-ia uma maior vulnerabilidade das renas aos seus predadores naturais tais como tigres brancos e, quando vulneráveis depois de velhas ou feridas, a águias e os milhafres.
Lapões ou não, pois que a realidade genética do começo da história tem menos importância do que o seu componente cultural mais ou menos geograficamente localizado, o certo é que o xamanismo teria tido origens nesta experiência de que o culto dos cervídeos de algumas culturas antigas seriam a reminiscência e como que o marcador cultural.
Alem das civilizações da Anatólia, mais antigas, os citas foram um, dos povos que manifestaram esta reminiscência, ou seja esta ligação a uma arcaica cultura hiperbórica comum tanto às arcaicas civilizações centro europeias (ditas indo europeias) como ameríndias. Tudo isto nos reporta para épocas muito arcaicas e recuadas, do período glaciar do paleolítico, anteriores ao começo das primeiras civilizações agro-pastorís peri-mediterrânicas. Sendo os citas um povo já da época histórica clássica, somos forçados a concluir que estes se comportaram como se de verdadeiros fosseis vivos culturais se tratassem. De facto, este mito específico tem fortes ralações com a civilização cita.
«Alfinetes» < Alphian-et, lit. «”adorno da) esposa de Elphian.
«Grifos» < Kyrphos < *Kur-ki(kos).
Os grifos eram particularmente apreciados pela estética deste povo aparecendo em «alfinetes» de ouro com a forma estranha de renas, animais totémicos do deus solar *Elphian / *Alfeu.
O certo é que o «grifo» seria uma metáfora do sol precisamente por ser um animal mítico e alado, única forma de poder voar no céu e ser sol alado!
Figura 40: *Grifomaquia no país dos citas e das amazonas.
Depois, os grifos citas lutavam com populações míticas que tinham o nome de Arimaspos (< Karma-ashos) literalmente “pássaros de fogo”, guerreiros de Artemisa, a deusa mãe?) nome que não deixa de ser uma sugestiva confusão com o nome da deusa lunar Artimpasa situação típica dum contador de histórias em segunda mão. Porém, neste equívoco exemplar de como se teceram as confusas e complexas malhas da mitologia o mais interessante ainda é o de verificar que a unidade mitológica referida para os indo-europeus se deve estender aos citas, considerados aliás como relacionados com a linhagem dos persas já pelos historiadores antigos, e a partir dum fundo mítico muito anterior aos indo-europeus na medida em que se reporta às tradições míticas inferidas para os cretenses das épocas mais arcaicas.
Figura 42: Apolo regressa em paz a casa do país dos hiperbóreos montado num grifo, guardião do tesouro, que seria o ouro das Hespérides do sol.
Em boa verdade a mitologia antiga deveria ser tanto ou mais universal do que o monoteísmo moderno.Só que, a unidade nos conteúdos era mais difícil de manter uma vez que a variedade de mitos, característica do politeísmo, não era compatível com a fragilidade dos suportes mnésicos, próprios da oralidade, se é que não foram estas mesmas razões, essencialmente linguísticas porque relativas à proliferação das variantes das nomenclaturas míticas, a principal responsável pelo politeísmo.
Figura 43: Grifo atrelado ao carro do sol. A representação deste vaso grego refere-se a um óbvio mito arcaico do «grifo» como animal de transporte do pequeno sol nascente condenado a ser devorado pela própria mãe, a aurora que o deu à luz.
A este grupo pertencem os grifos e as esfinges e o deus grego da esperança[20] Elpis.
O certo é que os grifos teriam sido na origem apenas uma metáfora descritiva do sol alado ou dos seus animais totémicos de transporte, que na mesopotâmia guardavam a árvore da vida e na Grécia guardavam os tesouros de Apolo no país dos hiperbóreos.
Elffin, pescador do ciclo Arturiano que salvou um recém-nascido Taliesin de ser afogado pela própria mãe! Etimologicamente falando este deus de transporte solar faz parte do grupo etimológico dos deuses hiperbólicos Alfeus.
Alpan, Alpanu, Alpnu: Deusa Etrusca cujo nome é idêntico ao Etrusco "de boa vontade".
Figura 44: Amor entre Memésis, a justa retribuição, e a Esperança de Elpis numa boa ajuda da Fortuna e Sorte.

Elpis, del griego antiguo (ἐλπίς), deidad griega que personifica la esperanza, algunos dicen que fue hija de Nyx o de Zeus, también la hacen madre de Feme (fama).
Ella es descrita como una joven mujer usualmente cargando flores y la cornucopia. Su equivalente romano es la diosa Spes.
Taliesin < Tharyes-anu < *Kar-kianus, o fogo solar.
Kar-Ki > Alphi-ish > Elpis > Spes.
Kar-Ki + an > Etrusc. Alpan.
                     > Harpias => Apcharas.
A este propósito o Grifo faz lembrar o deus hindu Garuda que era a águia quimérica de transporte de Vishnu.
Garuta < Kar-Utu, «o que transporta Uto, o sol» > Karitu
ó Kariku > Garipho > Grifo
Elpis < Elphis < *Har-kis > Elvis > Elves > Elben.
Estes últimos determinaram na mitologia nórdica o aparecimento dos Elfos seguramente derivados dum antepassado semita comum com os Serafins (< Keraphim < *Karki-Ama > Harpheim >) Alfheim.
Figura 45: Grifo ou ave mítica como motivo decorativo dum vaso grego
Alfs Light Alfs and Dark Alfs are creatures with their own worlds similar to human kind. These worlds are Alfheim (Ruled by Frey) and Svartalfheim. The Alfs are usually seen as allied to the Gods and Goddesses. The Alfs sometimes visit Midgard (The world as we know it).

7 – GRAIAS & GRALHAS.

As Graias seriam outra caricatura, agora na forma de 3 velhas, das três Marias clássicas: Atena, Hera e Afrodite.
Graias < Karhias < Kar-ki(as) > Harphias > Harpias.
Dino < Thi-Ana > Dina > Diana / Atena.
Enyo < Enjo < Enkio > Anzu > «anjo», e
Pefredo < Phephrithu < *Kaphurki(ka) => Afrodite.
O mito das Graias pode ter sido recolhido pelos autores clássicos em algum lugarejo cretense, em decadência cultural, mas que guardaria uma antiga recordação de uma próspera civilização que teria conhecido a capacidade de certas gemas de cristal polido poderem servir de lentes para velhas com presbiopia. Deste facto verídico teria derivado o mito da esfera de cristal como capacidade divinatória de velhas sabidas. A mesma plausibilidade, dum suporte objectivo para este mito, encontramo-la no mito de Belerofonte que teria ido a Creta procurar as ninfas dos mares do norte junto de velhas gralhas e calhandras. A chantagem deste herói que se apossou da luneta, gema de cristal, das Graias para as obrigar a falar, é digna de mais uma variante de deuses solares, como Apolo, Hércules, e de heróis lendários como Teseu e Perseu, das antigas guerras micénias com os cretenses.

8 – Ver: AVES MÍTICAS (***)


9 – Ver: ESFINGE (***)


10 – APSARAS.

Figura 46: Apsaras.
Apsaras = In classical Hindu mythology are Angels: •Legions of Kali = •Angels of Light. Heavenly nymph of great beauty, often represented as a musician or dancer at the court of Indra in svarga, his heavenly kingdom. Apsaras are frequently depicted, with the gandharvas, their heavenly consorts, in early Hindu sculptures and also appear in Buddhist art, such as the frescoes at the Ajanta caves.[21] The swan-maiden has also been supposed to summon the dying to her home in the Phaiakian land. The Valkyries,  with their shirts of swan-plumage, who hovered over Scandinavian battle-fields to receive the souls of falling heroes, were identical with the Hindu Apsaras; and the Houris of the Mussulman belong to the same family. Even for the angels, -- women with large wings, who are seen in popular pictures bearing mortals on high towards heaven,-- we can hardly claim a different kinship.[22]
Mesmo sem correspondência étmica explícita podemos concluir que as hárpias eram ma espécie de corte infernal dos deuses da guerra.
Na simbologia iconográfica das Apsaras não existem asas mas turbilhões de vento. A mitologia oriental fixou, com esta mesma conotação de deidades voláteis, as Apsaras como as manifestações mais análogas a este conjunto de manifestações do espírito da feminilidade!
Quer dizer que, a oriente o vento acabou por ser uma a analogia mais expressiva de tudo o que, sendo espiritual e pneumático, seria também leve e invisível como o ar do céu e as nuvens, nos cumes nevados das altas montanhas!
Figura 47: Apsaras de Ankor.
Apsara < Ap-shar-ra[23] < Ap-kal-la
< Apa-Kalli > Apakarja
> karapya > Harpia.
Literalmente as Apsaras eram as damas de companhia de Istar, a filha do pai e de Kalli. Sendo assim, as apsaras são reminiscências dos tempos em que os Apkallu eram conselheiros reais. No entanto, enquanto acompanhantes de Indra, as Apsaras seriam as dignas equivalentes das Hárpias clássicas que perseguiam os exércitos, como as gaivotas, os navios. Neste frenesim de festival bélico os Gandharvas, enquanto músicos e consortes das Apsaras, teriam sido como que uma fanfarra militar. Porém, tanto na fonética quanto na morfologia e semântica, eram as «Cinírias», enquanto mulheres aladas, as entidades divinas hindus mais parecidas com as Harpias.
Huyairya = A pre-Zoroastrian goddess, one of the Pairikas ('Fairies')
«Cinírias» < Kinaris (< Kian Haras < *An-Kar-Ki => Harpias
Pairikas < Phaurija < Kaurisha > Iscur > Ishtar
Huyairya < Kujairija < Kishar-isha, filha de Istar.

Ver: QUIMERAS (***)



[1] Rectificação cibernética do autor.
[2] Myths and Myth-Makers: Old Tales and Superstitions Interpreted by Comparative Mythology,by John Fiske --Section II.
[3] By Carlos ParadaAuthor of Genealogical Guide to Greek Mythology
[4] http://www.ancientworlds.net/aw/Post/1236754
[5] The Harpies, Horae, Erinyes, Gorgons, etc. of Greek Mythology created by PJCriss.
[7] http://www.geocities.com/Athens/Acropolis/8669/athena-cup.gif
[8] Restauro de um relevo em terracota: circa 625-600 B.C. Museo Archeologico Regionale di Siracusa.
[10] An example of the above is the tale of Agamemnon's son, Orestes, who slew his mother, Klytaemnestra, in revenge for his father's death. Orestes was pursued tirelessly and unceasingly by the Erinys, and only finally freed himself of them by bringing, on the advice of an oracle, an image of Apollo from Tauros to Argos.
[11] Myths and Myth-Makers: Old Tales and Superstitions Interpreted by Comparative Mythology,by John Fiske --Section II.
[12] Adaptação do autor por planificação cibernética de foto de um vaso grego.
[13] Myths and Myth-Makers: Old Tales and Superstitions Interpreted by Comparative Mythology,by John Fiske --Section II.
[14] Planificação cibernética do autor a partir de desenho de vaso grego (Late Archaic, ca. 500 B.C. - 480 B.C.da colecção London E 440: British Museum).
[15] > Waqueros, «vaqueiros»?)
[16] Pages copyright © 1998-2001 The Gryphon's GuildTM.
[17] Restaurado ciberneticamente pelo autor.
[18] Manipulação cibernética gráfica do autor.
[19] Luis Vaz de Camões.
[20] E provavelmente da ajuda e socorro em situações aflitivas, de que terá derivado o Engl. help!
[21]"Apsaras," Microsoft® Encarta® 97 Encyclopedia. © 1993-1996 Microsoft Corporation. All rights reserved.
[22] Myths and Myth-Makers: Old Tales and Superstitions Interpreted by Comparative Mythology by John Fiske.
[23] «Pachorra» < Cast. Pachorra = • fleuma;• lentidão, despreocupação; • paciência; • indolência.