quarta-feira, 16 de junho de 2021

VII TEOLOGIA & MÍTICA CRSTÃ - 7. GNOSTICISMO HERÉTICO CRISTÃO Ironia de Justino Mártir a respeito dos gnósticos, por arturjotaef

«J'avais annoncé que des docteurs de mensonge viendraient en mon nom et au nom des prophètes et des apôtres, et j'avais ordonné à mes disciples de vous donner les mêmes avertissements. J'avais confié une fois pour toutes à mes apôtres l'évangile et une doctrine d'un contenu identique. Mais comme vous n'y croyiez pas, il m'a paru bon d'y faire des changements. J'avais promis la résurrection de la chair; à la réflexion, j'ai craint de ne pouvoir tenir ma promesse. Je m'étais montré né d'une vierge; ensuite cela m'a paru honteux. J'avais dit que mon Père est celui qui fait le soleil et les pluies; mais un autre père meilleur m'a adopté. Je vous avais défendu de prêter l'oreille aux hérétiques; mais je me suis trompéCe sont là des énormités bien dignes de ceux qui s'écartent de la route et ne se gardent pas du péril qui menace la vraie foi.-- Cap XLIV- 8-12 – Prescrissões.

clip_image002

Figura 1: Jesus Abermentho, o galo da capoeira, mosaico do sec. IV na ilha de Wight em Inglaterra.

Aberamentho: A name used for/by Jesus, in the Sethian text ”Pistis Sophia,” describing him as merged with Thoth-Hermes because Jesus calls on God while standing upon the water. It is a trajectory that merges the Hebrew ‘abyr mym’ (power of waters) with the Greek form of the Egyptian God Thoth and is found in Book IV of the Codex ”Askewianus.”

Obviamente que o nome de Aberamento não pode ver do Hebreu porque é uma entidade mítica tipicamente Egípcia. Assim pouco ou nada terá a ver com o poder das água a menos que se reporte ao poder separador da água de Enki que este deus seria enquanto variante do galo de Jano. É evidente que quando esta mitologia veio do Egipto para a comunidade citadina de Roma foi assimilada aos cultos locais e de pelicano Tote passou a ser o galo de Jano.

Ora, parece que um “deus menino” com cabeça de galo já existia na cultura etrusca com o nome de Tages ou Tageto e que seria uma variante infantil de Jano.

clip_image003

Figura 2: Dagon em vaso coríntio. Deus alado tifónico e marítimo que tinha o golfinho e o pelicano como animais de transporte e por isso seria equivalente de todas as serpentes solares aladas como Tote.

According to their legends their sacred books, were given to them by the god Tages, who sprang forth from the plowed field as a boy. He conversed with the Etruscans and thought them various things from foretelling the future to the proper way of doing things. For even things like finding the best location and orientation of building they had specialists.

Tages < Tha-Ge + An > Dagon ó Oanes / Enki ó Jano ó Tote.

São às centenas as palavras relativas a acção terminadas em -mento, correlativa do advérbio do modo em –mente, derivadas seguramente do conceito minóico da força activa do deus ictifálico e taurino Min, filho da deusa mãe do Céu que os etruscos chamavam Mean. Sendo assim será perder tempo procurar no egípcio ou no hebreu a origem do nome de Jeus Aberamento, até porque no eteocretense mais dificilmente ainda será encontrada.

Aberamentho < Ha-Wer-Mento < Ka-Pher-Mento > Sacramento,

literalmente a acção sagrada que é capaz de trazer a vida (eterna)…

e ressuscitar!

A famosa querela dum Cristo homoousios com o Pai ocorreu assim:

Segundo Basilides, de Deus (todo-ser e todo-não-ser e que e Sigé, puro silencio) ejacula-se uma semente de que nascem três entidades. A primeira é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai – e o termo empregue é o famoso homoousios, que suscitara a disputa do arianismo e a ruptura com Bizâncio. O segundo termo da trindade é o pneuma, o Espírito, centelha divina mergulhada na matéria. A terceira raspadura do esperma divino, não é senão o corpo, a terra, substancia vil, felizmente iluminada pela chama espiritual. Reinando o Pneuma no oitavo céu, ou Ogdoade, surge do Logos Spermaticos um arconte que ira reinar nas sete outras esferas celestes, ou Hebdómada. Desenvolveu-se uma magia basilidiana em torno do nome divino Abrasax, cujo valor numérico é 365, número de dias que tem o ano. Abrasax (cujos talismãs são chamados abraxas) permite a alma evitar as ciladas do mundo material que o Demiurgo de Hebdómada vai erguendo no caminho dos que tentam atingir o universo do Deus bom, o Ogdoade. Princípio solar da salvação, Abrasax tornar-se-á o protótipo do Christos-Hélios, identificado a Mitra e a Jesus.

Evidentemente que, à luz do catolicismo moderno estamos perante uma heresia óbvia. No entanto, é duvidoso que à luz do cristianismo emergente não fizesse sentido grande parte deste discurso que tem também obviamente um componente helenístico expressivo porque mistura a mitologia grega com a teologia egípcia heliopolitana.

Assim, ficamos a suspeitar que a Ogdoade osiríaca seria de origem grega por via ptolomaica:

Ogdoade < oc-tau-at > octeto

Hebdómada < Hep-tau(ma)-at >

clip_image004

clip_image005

ABRAXAS, Com este nome queremos indicar esse conjunto de pedras gravadas, usadas especialmente pelos integrantes da escola de Basílides, conhecidas dos padres e hoje dispersas pelos museus da Europa. São designados com o nome de Abraxas, porque quase todas trazem esse nome. As figuras simbólicas, as palavras estranhas, as aliterações bem combinadas, mostram que tais pedras serviam de talismã. As inscrições são sempre redigidas em grego e, em geral, são uniformes. Lê-se nelas, IAÔ, Sabaoth, Adonai, Anúbis, Ísis, Mitras. Nessas pedras, ora estão inscritas as vogais gregas aeêioyô, da direita para a esquerda ou vice-versa; consoantes sem significado; sílabas incompreensíveis;

palavras indecifráveis, derivados do grego, do copta, do hebraico, do siríaco, longos vocábulos que se podem ler começando indiferentemente da direita ou da esquerda, como ABLANATHANALBA; frases vazias de sentido. Ora representam figuras nuas em posturas eróticas, personagens simbólicas, por exemplo, uma cabeça de galo, com braços e bustos humanos, pernas formadas por duas serpentes, de escudo numa das mãos e, na outra, um açoite; ou então, uma mulher sem cinto, com uma estrela na cabeça, um açoite na mão esquerda, a direita apontando para a boca, sentada numa flor de lótus, símbolo freqUentíssimo da fecundidade. -- E. Buonainti – Gnose dezembro 1936

According to Basilides, Abrasax, the supreme divinity of the lower, visible world, comprised within himself the 365 gods who presided over the days of the year. In one system of numerology, the Greek letters of Abrasax have a mystical value of 365. Abrasax is identifiable with Osiris, the god of the Nile, because the Greek for Nile, Neilos, has a numerological value of 365. The Gnostic sect, Mithras, a delineation of Persian theology, has a mystical value of 365. Gnostics believed that this numerological equivalency of Mithra to Abrasax proved the divinity of both. Mithra is the spiritual intermediate principle of Persian Dualism identified as the sun god of Persia.

Abrasax, also defined as one of the guardians of the Aeons (supernal powers and eternal realms), is depicted on engraved gems with the head of a cock and legs of a serpent. Abrasax is associated with Aberamentho of mystical texts, who has the head of a cock. Worshipped by a Seth-Typhon cult in Egypt, and portrayed by then as having an asses head and a serpent's body, Aberamentho is identified by this cult as Jesus, who they said transported himself and his followers into the upper realms of the universe to celestial ships manned by fantastic beings and flying in space. After the crucifixion of Jesus, Roman graffiti was found portraying Jesus on the cross as a man with the head of an ass. Another account of this animal-headed divinity involves Zacharias, who was struck dumb in the Temple at Jerusalem when he had a vision of a being with a human body and the head of an ass. When he reproached the Jews for worshipping such a god, they put him to death. After his terrible vision, the high-priests were instructed to carry little bells whenever they went into the temple. That way, God would hear the tinkling of the bells and have enough time to hide himself and not be caught in that ugly shape and figure.

Into this tangled Judaic/Egyptian/Roman/Persian quarternity of Abrasax – Aberamentho – Jesus - Mithra came the Gnostics, who cleared up (?) the confusion by identifying Aberamentho - Abrasax as Ialdaboath, the son of the god of the Old Testament, and Mithra as an Aeon, and Jesus as a divinized human, a man Christified by the Cosmic Christ force who merged with him.

"And it was in the place of the Darkness, and the fire, and the power of the mind, and the light, that human beings came into existence." (The Paraphrase of Shem, Gnostic papyri)

Abraxas < Ha-Wer-Ash < Ka-Pher-at

> Taveret, a que transporta o ka da vida, a Deusa Mãe Primordial.

clip_image006

Figura 3: Virgem Maria Theotokos

Como se pode facilmente intuir, o gnosticimo era uma espécie de compromisso helenístico do politeísmo místico de mistérios, longamente fermentado em todos os recantos da sofrida e conturbada religiosidade oriental, com as tendências monoteístas, que nunca teriam chegado a ter uma expressão clara e fanática, como nos teísmos modernos, nem mesmo no judaísmo pré-cristão.

clip_image007

Gnosticismo designa o movimento histórico e religioso cristão que floresceu durantes os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga gnose (palavra grega que significa conhecimento), com influências do neoplatonismo e dos pitagóricos. Este movimento reivindicava a posse de conhecimentos secretos (a “gnose apócrifa”, em grego) que, segundo eles, os tornava diferentes dos cristãos alheios a este conhecimento. Originou-se provavelmente na Ásia Menor e teve como base as filosofias que floresceram na Babilônia, Egito, Síria e Grécia.

O gnosticismo combinava alguns elementos da Astrologia, mistérios das religiões gregas, ritos de iniciação ao culto das deusas agrícolas Demeter e Perséfone, que se celebravam em Elêusis (localidade da Grécia próxima a Atenas), bem como elementos do hermetismo e da doutrina do cristianismo. Em seu sentido mais abrangente, o gnosticismo significa “a crença na salvação pelo conhecimento” (segundo Joan O’Grady). Mas não apenas um conhecimento racional, científico, filosófico, teórico e empírico, mas de caráter intuitivo e transcendental (sabedoria). É usado para designar um conhecimento profundo e superior do mundo e do homem, que dá sentido à vida humana, que a torna plena de significado porque permite o encontro do homem com sua essência eterna, centelha Divina, maravilhosa e crística, pela via do coração. É uma realidade vivente sempre ativa, que apenas é compreendida quando experimentada e vivenciada. Sendo assim, jamais pode ser assimilada de forma abstrata, intelectual e discursiva.

Os cristãos gnósticos constituíram, nos primeiros anos dessa nossa era, uma comunidade fechada, iniciática, que guardou os aspectos esotéricos dos Evangelhos, principalmente das parábolas do Divino Mestre Jesus de Nazareth, apresentando um cristianismo muito mais profundo e filosófico do que o daqueles cristãos que ficaram conhecidos como a ortodoxia. Dentre os grupos mais ativos nos dois primeiros séculos de nossa era destacam-se os Naasenos (palavra em aramaico com o mesmo significado de Ofitas, de origem grega), Perates, Sethianos (de orientação judaica), Docéticos, Carpocrátivos, Basilidianos e os Valentinianos. -- Conteúdo Rosa-Cruz.

O gosticismo cristão foi o cordão umbilical que ligou o Cristo eterno das arcaicas religiões de mistérios do paganismo antigo ao misticismo barroco católico, à ritualidade beata e supersticiosa do cristianismo ortodoxo.

Na verdade, ainda longe do monoteísmo que apenas os islâmicos mais fanáticos e integristas alcançam sem grandes constrangimentos, à custa duma completa anulação do feminino e total sujeição social da mulher, o judaísmo clássico seria apenas o culto do deus de Israel, tornado zeloso e ciumento pelos resquícios levíticos duma antiga tradição herdada de deportados egípcios do tempo da heresia de Akenáton, recentemente purificado por uma corte angelical sob a influência do masdeismo persa. Na verdade, esta influência persa viria novamente a manifestar-se no gnosticismo cristão precisamente numa teologia de suporte astrológico de pendor espírita que já teve a primeira grande oportunidade histórica no culto imperial de Mitra. Hoje em dia é inquestionável que sob o ponto de vista histórico o unitarismo foi o grande rival religioso do cristianismo no baixo-império que teria naturalmente acabado por ser a religião de estado do decadente Império Romano se não tivesse acontecido o divino acaso de Constantino ter sido filho de Santa Helena, uma fervorosa cristã que subtilmente acabou por obter do filho os favores políticos necessários à subida ao poder dos cristãos numa altura em que estes quiçá seriam menos merecedores já que andavam feridos de morte numa das suas mais dilacerantes dissensões internas ocorridas precisamente em torno da questão da divindade de Cristo posta em causa pelo arianismo. Santa Helena alcançou uma vitória de dois em um: conquistando Constantino para o lado cristão conseguiu que este levasse ao extremo os interesses de estado impondo a unidade religiosa do estado romano promovendo a derrota dos arianos no concílio de Niceia. Assim começou o cristianismo moderno, purgado por mera decisão política de toda a sua tradição gnóstica primitiva que, por intermédio deste, lhe permitiria manter a ligação expressa do monoteísmo puro e duro com o substrato do misticismo politeísta arcaico. Em vez dele preferiu-se uma visão menos claramente monoteísta por força do peso da tradição trinitária egípcia revelando-se assim a força que a cultura alexandrina teve na formação da síntese do judaísmo com o misticismo através da teologia católica.

 

Ver: SANTÍSSIMA TRINDADE (***)

 

Segundo Ário só existe um Deus e Jesus é seu filho e não o próprio.

(...) O Concílio de Niceia (325 D.C.) condenou esta doutrina após uma grande controvérsia e declarou-a herética. No entanto, visões semelhantes e em alguns casos revivificação do nome, ocorreram desde então.

Porém, há evidência que muito outras visões amplamente discrepantes da natureza de Cristo foram sustentadas entre os crentes Cristãs na Igreja primitiva. Só depois de a disputa com Ário ter politizado o debate é que uma solução universal e "católica" foi trazida ao debate, garantida por uma maioria estrategicamente escolhida entre os que defendiam a posição trinitária, é que a posição de Ario foi declarada heterodoxo. Há um pouco de ironia nisto tudo uma vez que a Igreja católica romana canonizou Luciano de Antioquia como um santo primitivo, brilhante e talentoso, líder e mártir, embora Luciano ensinasse uma forma muito parecido do que depois seria chamado Arianismo. Ario era um estudante da academia privada de Luciano em Antioquia. Os Ebionitas, entre outros grupos de cristiãos primitivos, também podem ter mantido doutrinas semelhantes que podem ser associadas com as formulações de Luciano e da Cristologia Ariana.[1] ·  Wikipédia

As posições anti-trinitárias foram acusadas como sendo politeístas pelos ortodoxos por criarem 3 divindades diferentes quando a verdade que acabou por fazer tal coisa foi o catolicismo ao inventar o recurso teológico do mistério paradoxal a um só Deus único numa só substancia mas em três pessoas distintas.

A relação de Abraxax com um deus solar permite identificar o Cristo-Hélios com Adonai e Hórus. Sendo assim, o gnosticismo fornece o elo perdido da ligação do cristianismo ao paganismo antigo por intermédio das religiões de mistérios que proliferavam durante o helenismo e também durante o baixo-império que antecedeu a sedimentação e consolidação do cristianismo. Claro que seria um anacronismo relacionar a anualidade de Abraxax com «one revolution of our planet around the Sun” porque seria pressupor uma previsão gnóstica do heliocentrismo que só viria a ser estabelecido com a visão científica de Galileu e Copérnico. No entanto esta relação já era intuída quando os latinos lhe chamaram anus, em nome de Anu, o deus sumério do céu! A ”eneada heliopolitana” teria esta mesma origem.

A relação do gnosticismo com os cultos ofídeos dionisíacos é já bem conhecida! Nunca se tinha era percebido como pudesse estar mascarada no nome de Abraxax. Afinal esta entidade não era senão uma variante de Pan / Phanes, o deus do Amor Protágono, que veio a ser também Mitra, o mais sério rival de Jesus Cristo antes do milagre do aparecimento na cena histórica de Costantino. Todos estes cultos eram, afinal, simultaneamente cultos (tão dionisíacos quanto osiríacos) de morte e ressureição solar e também cultos de Amor!

(…) Again, his disciples said: "Tell us clearly how they came down from the invisibilities, from the immortal to the world that dies?" The perfect Savior said: "Son of Man consented with Sophia, his consort, and revealed a great androgynous light. His male name is designated 'Savior, Begetter of All Things'. His female name is designated 'All-Begettress Sophia'. Some call her 'Pistis'. (…) The Perfect Savior said to them: "I want you to know that Sophia, the Mother of the Universe and the consort, desired by herself to bring these to existence without her male (consort). But by the will of the Father of the Universe, that his unimaginable goodness might be revealed, he created that curtain between the immortals and those that came afterward, that the consequence might follow ... [BG 118:] ... every aeon and chaos - that the defect of the female might <appear>, and it might come about that Error would contend with her. And these became the curtain of spirit. From <the> aeons above the emanations of Light, as I have said already, a drop from Light and Spirit came down to the lower regions of Almighty in chaos, that their molded forms might appear from that drop, for it is a judgment on him, Arch-Begetter, who is called 'Yaldabaoth'. -- The Sophia of Jesus Christ, Translated by Douglas M. Parrott

Yaldabaoth < Jaldaba-eth < Xar-| dewa-et < |  Kar-Kaka-

                                                                         > Zewaush > Zeus.

«O Filho é-o não ao modo pelo qual os poetas e mitógrafos falam dos filhos dos deuses nascidos por união carnal, mas enquanto "Verbo imanente" que desde sempre está no coração de Deus. E quando Deus deliberou fazer o que desde sempre desejou, engendrou o "Verbo emitido" como primogénito de toda a criação, que não é senão o "Verbo imanente" agindo na criação»Três Livros a Autólico II, 22, Teófilo de Antioquia.

 



[1] However, there is evidence that very widely differing views of the nature of Christ were held by Christian believers in the Early Church. Only after the dispute over Arius politicized the debate and a "catholic" or general solution to the debate was sought, with a great majority holding to the trinitarian position, was the Arian position declared to be heterodox. There is some irony in that the Roman Catholic Church canonized Lucian of Antioch as a brilliant and talented early Christian leader and martyr, although Lucian taught a very similar form of what would later be called Arianism. Arius was a student of Lucian's private academy in Antioch. The Ebionites, among other early Christian groups, also may have maintained similar doctrines that can be associated with formal Lucian and Arian Christology.

VII TEOLOGIA & MÍTICA CRSTÃ - 6 MARIA, A SEMPRE ETERNA VIRGEM MÃE PRIMORDIAL, por arturjotaef

clip_image001
17. Alguns dizem que Maria concebeu do Espírito Santo. Esses se equivocam. Não sabem o que dizem. Quando alguma vez, mulher concebeu de mulher? Maria é a virgem que não foi manchada por potência alguma. Isso é grande anátema para os hebreus, isto é, paro os apóstolos e seus discípulos. Esta virgem, não manchada por potência alguma, é superior àqueles que as potências mancharam. O Senhor então não teria dito: 'Pai meu que estás nos céus'. Se não tivesse tido outro pai, ele teria dito simplesmente: 'Pai meu'. -- O EVANGELHO GNÓSTICO DE FELIPE.
ESTE Zârâdôsht é Baruque, o escriba. Quando ele estava sentado junto à fonte de água chamada Glôshâ de Horin, onde o banho real tinha sido construido, ele disse aos seus discípulos, o rei Gushnasaph e Sasan e Mahîmad: 'Ouçam, meus amados filhos, pois eu vou revelar-vos um mistério a respeito do grande Rei que está prestes a vir ao mundo.
No final do tempo, e na dissolução final, uma criança deve ser concebida no ventre de uma virgem, e deve ser formada nos seus órgãos, sem nenhum homem se aproximar dela. E ele será como uma árvore com folhagem bonita e carregada de frutos, de pé em uma terra seca, e os habitantes dessa terra serão reunidos para arrancá-lo da terra, mas não será capaz. Então eles vão levá-lo e crucificá-lo em cima de uma árvore, e o céu e a terra reúne-se em luto por causa dele, e todas as famílias das nações ficarão tristes por causa disso. Ele vai começar a descer para as profundezas da terra, e da profundidade que ele será exaltado à altura, então ele virá com os exércitos da luz, e ser transportado para o alto em cima de nuvens brancas, porque ele é uma criança concebida por Palavra que estabelece naturezas".
Gushnasaph diz-lhe: "De onde isso acontece, de quem tu dizes essas coisas, o seu poder? Ele é maior do que tu, ou és tu maior do que ele?" Zârâdôsht diz-lhe: "Ele descenderá da minha família, eu sou ele, e ele sou eu, ele está em mim, e eu estou nele.
Quando o início da sua vinda aparecer, poderosos sinais serão vistos no céu e a sua luz superará a do sol. Mas vós, filhos da semente da vida, que vieram diante dos tesouros da vida e da luz e do espírito, e foram semeados na terra do fogo e da água, para vocês que se reúnem aqui para assistir e dar atenção a estas coisas que eu falei para vocês e que esperam a sua vinda, pois vocês serão os primeiro a perceber a vinda desse grande rei, que os prisioneiros aguardam para serem libertos.
Agora, meus filhos, guardai este segredo que eu revelei a vocês, e que seja mantido nas casas do tesouro de vossas almas. E quando a estrela de que falei aparecer no céu, mandai embaixadores com ofertas enviadas por vocês, e deixai-os oferecer-lhe adoração. Observai e tomai cuidado e não o desprezeis porque ainda que ele destrua vos com a espada, ele é o rei dos reis e todos os reis recebem as suas coroas dele. Ele e eu somos um. "Estas são as coisas que foram faladas por este Balaão segundo, e Deus, segundo o Seu costume, obrigou-o a interpretar estas coisas, ou ele pulou de um povo que estavam familiarizados com as profecias a respeito de nosso Senhor Jesus Cristo, e declarou-os antes. - CAPÍTULO XXXVII, a profecia de ZÂRÂDÔSHT SOBRE NOSSO SENHOR. - O Livro da Abelha editado e traduzido por Earnest A. Wallis Budge, MA[1]
Another example is the concept of the Virgin Birth. Our English-language Gospels tell us that Jesus' mother Mary was a virgin; they keep telling us that she was a virgin. Well, let's consider the word "virgin". We understand the word; it tells us that this was a woman with no experience of sexual union. But this was translated not from the Greek initially but from the Latin. That was easy because the Latin called her virgo; Mary was a virgo. It didn't mean the same thing at all! Virgo in Latin meant nothing more than "a young woman". To have meant the same thing as "virgin" does to us today, the Latin would have been virgo intacta, that is to say, "a young woman intact".
Let's look back beyond the Latin text; let's see why they called her virgo, a young woman. Maybe they actually got something right which we've got wrong later on. We discover that the word translated to mean virgo, a young woman, was the old Hebrew word almah which meant "a young woman". It had no sexual connotation whatever. Had Mary actually been physically virgo intacta, the Hebrew word used would have been bethula, not almah. -- The Hidden History of Jesus and the Holy Grail, From a lecture presented by Sir Laurence Gardner, Kt St Gm, KCD Author of Bloodline of the Holy Grail at The Ranch, Yelm, Washington, USA 30 April 1997.
Mateus: 1: 23 Eis que a “virgem” conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (Emanuel traduzido é: Deus connosco).
Idou h parqenov en gastri ecei kai tecetai uion, kai kalesousin to onoma autou Emmanouhl, o estin meqermhneuomenon Meq' hmwn o qeov.
Is 7:13 : hrh hml(h heNh tw) ekl )Wh ynd) aeTy aekl
`Almah = virgin, young woman of marriageable age maid or newly married (There is no instance where it can be proved that this word designates a young woman who is not a virgin). Parthenos a virgin; a marriageable maiden, a woman who has never had sexual intercourse with a man, one's marriageable daughter. The International Standard Bible Encyclopedia.
A nota de que “não há nenhum exemplo onde se possa provar que esta palavra designa uma jovem que não seja virgem” é obviamente tendenciosa porque vai ao encontro da tradição católica! Claro que a posição oficial do Vaticano pós-conciliar é já um pouco mais mitigada!
In the Hebrew text this prophecy does not explicitly foretell the virginal birth of Emmanuel: the word used (almah), in fact, simply means "a young woman", not necessarily a virgin. Moreover, we know that Jewish tradition did not hold up the idea of perpetual virginity, nor did it ever express the idea of virginal motherhood. The Lord himself will give you a sign. In the Greek tradition, however, the Hebrew word was translated "parthenos", "virgin". In this fact, which could seem merely a peculiarity of translation, we must recognize a mysterious orientation given by the Holy Spirit to Isaiah's words in order to prepare for the understanding of the Messiah's extraordinary birth. --- L'Osservatore Romano, February 7, 1996
As subtilezas dialécticas com que o poder papal (e qualquer outro que decorra de meras aparências) contorna as evidências objectivas da razão de forma a coloca-las de acordo com a subjectividade da fé são exemplos fantásticos de manipulação ideológica dignos dos mais exímios advogados do diabo!
Mas a herança vem de longe!
Justin Martyr, Irenaeus, and others claimed that the rendering neanij was an intentional corruption of the original version of the Septuagint (LXX – the Greek Old Testament). The early Fathers also argued that if this reference were merely to a young woman giving birth in the ordinary fashion that this would not constitute a sign. This particular argument was repeated for centuries after. But Jerome argued differently. -- The Virgin Birth of Jesus Christ, By Kerry A. Shirts
Claro que mais uma vez a ignorância foi atrevida e, como uma desgraça nunca vem só, tivemos que esperar pelas mentiras desastradas de Orígenes para começarmos a suspeitar de que Deus nem sempre apoiam os que o seguem e escrevem por caminhos tortuosos!
It was Origen who first took the argument back to the original text of the Hebrew. To his time the argument was based on the Greek text alone. Origen noted that the Hebrew hml (and not the Greek word neanij is used of a virgin in Deuteronomy. Notice it is the same argument as the Greek Fathers were using. The only conclusion that one can legitimately draw from the Greek text of Deuteronomy 22:23-29 is that the word neanij does not exclude the meaning ‘virgin’, not that it must have that meaning in Isaiah 7:14. Eusebius stated his case this way. In this same way Origen’s argument here is that "almah" does not exclude the meaning ‘virgin’ because it is clearly applied to a virgin in Deuteronomy 22:23-26. He does not state that this is the only meaning of the term or that it must have this meaning in Isaiah 7:14.
The problem for Origen in his argument going to the Hebrew text is: the Hebrew word "almah" does not appear. The Hebrew words used are "bethula" and "na’ara." One can learn nothing about the word "almah" from Deuteronomy 22, since it is not used there as Origen claimed. [2] -- The Virgin Birth of Jesus Christ, By Kerry A. Shirts.
Porém, para nos deliciarmos com a forma como a ortodoxia iria dar a volta aos textos para os colocar a favor da “virgindade perpétua de Maria” teríamos que esperar pelo pedantismo argumentativo de S. Jerónimo
Now we get to Jerome and his argument. Jerome uses philological arguments for this prophecy in Isaiah, and bases his argument on the Hebrew text, not the Greek text as the early Greek Fathers and Origen did. First he agree with the Jewish argument that the word hml( (almah), which underlies the Greek parqenoj/neanij in Isaiah 7:14 is not the normal word used for virgin. The other normal word used for virgin is the Hebrew hlwtb (bethula). This is the Hebrew word which indicates a woman has had no sexual relations with a man. But he then argues that neither is the Hebrew word "almah" the normal word for young woman (adolescentula), which is properly signified by the term hr(n (na’ara). He has given the Jews a dose of their own medicine! His positive (???) contribution to what "almah" means runs like this. He shows the etymological meaning of "almah" (hml() stems from the Hebrew root "alm" (Ml(), which means to "hide" or "conceal." He noted, as well, that Aquila translates "almah" with apokrufoj (…).
Jerome then notes to the Jews that "abscondita" involves another condition as does "almah" which also involves another condition. The virginity of such a girl who is "abscondita" is guaranteed as there is no opportunity for her to know a man in the literal sense, let alone in the biblical sense. In other words, being hidden means cloistered. Even though the term "almah" itself does not mean virgin, it necessitates virginity. So "almah" does not of itself mean virgin, but it entails more than virginity in Jerome’s argument. (…) Jerome actually used Punic and Latin to demonstrate the concept of loan-words in Hebrew. Thus "almah" could be a loan-word, and in fact, is exploiting the view of lexicographers that "alma" could be defined as "sancta." Not that Jerome says the Latin "alma" means virgin, but it has certain connotations of virginity. It is used in connection with chastity, such as the vestal virgins. Jerome associated "almah" with the "sancta virgo" of 1 Corinthians, thus connecting the two in scripture. Hence Jerome claims that the word "almah" is always used of virgins in the Hebrew Bible. Since "almah" is always used of virgins in the Bible, the female described at Isaiah 7:14 must be a virgin. Jerome, in contrast to Origen, claims not that there are cases where "almah" is used of a virgin, but that it always is. And in fact, in the final form of his argument he showed that even if "almah" is used as a mere substitute term for "na’ara – young girl," it still can indicate virginity, because "na’ara" can be used in this sense. Jerome used considerable philological acumen in showing his argument can be worked from the Hebrew text of the scriptures, not just the Greek. (...)
And in fact, this argument of Jerome’s is further strengthened when we note that "almah" is used in the Hebrew Bible at Genesis 24:43; Exodus 2:8; Proverbs 30:19; Iaiah 7:14, demonstrating Jerome’s contention, that, indeed, every time "almah" is used in the Bible, it definitely means virgin. Hence, Jesus was born of a virgin, which is how the Isaiah prophecy was applied messianically to Jesus by the Gospel writers. -- The Virgin Birth of Jesus Christ, By Kerry A. Shirts. Ver:
http://www2.ida.net/graphics/shirtail/3january.htm
Gênesis 24:37 Ora, o meu patrão fez-me prometer solenemente que não deixaria que Isaque casasse com uma canaanita, com uma das raparigas da terra em que habitamos, (…) Gênesis 24:43 Eu fico aqui junto da fonte, e direi a uma das raparigas que vier buscar água: 'Dá-me a beber um pouco de água do teu cântaro'.
Êxodo 2:8 Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois, a moça e chamou a mãe do menino.
Na passagem do Géneses 24:43 chega mesmo a ser obrigatório entender que o autor sagrado se referiria a uma donzela casadoira porque se referia à primeira de entre as muitas possíveis que viessem àquela fonte, fossem elas virgens ou não, tudo dependendo dos costumes daquele tempo. De qualquer modo, se o autor sagrado pretendesse oferecer ao filho de Abraão, Isaac, uma virgem perfeita teria usado o termo adequado bethula…mas, como poderia o mordomo de Abraão comprovar tal estado anatómico a não ser pressupondo que uma rapariga casadoira de família honrada seria ainda também anatomicamente virgem…de contactos com homens!
Claro que a arrogância cultural de S. Jerónimo tinha a mesma força com que as legiões de Tito derrubaram a cidade de Jerusalém, assim como é ainda mais claro que nem todos os autores modernos seguem o terrorismo filológico de S. Jerónimo porque a irmã de Moisés era uma moça (Exodo 2:8), que, se seria ou não virgem isso pouco importaria para o caso!
Provérbios 30:19. Três coisas me parecem maravilhosas e há até uma quarta que eu não compreendo: O caminho da águia no céu, o caminho duma serpente deslizando nas rochas, o caminho dum navio no alto mar e o desenvolvimento do amor entre um homem e uma moça.
Quanto aos provérbios 30:19 não é possível saber se a maravilha que o autor sagrado desconhecia relativa aos “caminhos de um homem com uma donzela” se referissem à virgindade porque os autores sagrados costumavam ser menos ignorantes em coisas de sexualidade do que os fazem pois, como é óbvio por definição, tais caminhos são impossíveis a uma virgem verdadeira o que faz de S. Jerónimo um erudito mais manhoso do que verdadeiramente entendido nas coisas da vida! Afinal, que autoridade cultural poderia permitir a S. Jerónimo, um latinista, utilizar a linguística hebraica contra os próprios judeus, filhos zelosos e aplicados desta tradição e cultura?
Sendo assim, e como ignoramos o original hebraico de Marcos e Mateus de que derivou Lucas, deveríamos ainda assim seguir a tradição linguística judaica evitando traduzir o termo grego parthenos por “virgem” dando-lhe sobretudo a conotação de donzela que era também e a que afinal já tinha no original grego desde a Homero antes de se ter afeiçoado aos padrões de vida sexual casta de Atena e Artemisa que não eram senão uma evolução mítica desvirtuada da crença original da Virgem Mãe Primordial.
A “virgindade perpétua da Virgem Maria” mais do que uma questão teológica específica do catolicismo é uma herança do paganismo que vem dos primórdios dos cultos da Deusa Mãe primordial Tiamat, Atena / Anat / Diana foi sempre virgem, ou seja concebeu o “deus menino” primordial, o divino Amor Protágono, muito antes da existência de qualquer macho ou seja, por partenogénese mística!
Παρθένος = I. criada, jovem solteira, menina, casta, virgem, Hom., etc. da moça solteira também "γυνὴ παρθένος" e até mulheres solteiras que não são virgens.
2. Παρθένος, como nome de Atena em Atenas, de Artemisa, de Perséfone, de Ifigênia Taurica, de Hécate, das Musas, da Esfinge, etc.
II. como adj. solteiro, virgem, casto, πάρθενον ψυχὴν ἔχων Eur:. metaph, π.. πηγή Aesch;. παρθένοι τριήρεις solteiro, i. e. novos navios, AR.
III. como masc., παρθένος, um homem solteiro.
De etimologia incerta. Lacon. Παρσένος.
Παρθένιος: a river in Paphlagonia, Il. 2.854†.
Παρά, παραί, πάρ: ao lado, por.
Δεννάζω de δέννος abusar, ultrajar. < Δέννος = vergonha, desgraça, Hdt.
A etimologia incerta do nome permite-nos divagar em torno da origem politicamente pouco correcta do termo πάρθενος.
Παρθένος < Lacon. παρσένος < *παρσέννος < πάρ + δέννος.
Assim sendo, *παρσέννος seria uma referência ao instituto ancestral “do direito de pernada” que terá começado pelo uso de jovens virgens colocada em casas nobres para abuso dos seus senhores ou seja, perto do ultraje e da desgraça uso este paralelo com o voto arcaico de virgens primogénitas aos domínios dos templos onde ficariam como escravas sagradas ou, como no caso de Efigénia, reservadas a sacrifícios humanos em honra da Deusa Virgem Mãe Artemisa.
Assim, um cânon do quarto concílio de Cartago, confirmado por uma capitular de Carlos Magno, rezava que os noivos permanecessem virgens na noite de núpcias por reverência à bênção recebida do sacerdote. Entretanto, os fiéis que consideravam essa prescrição muito severa, comutavam-na por alguma boa obra ou esmola em dinheiro. Essa taxa é que figurou no plano religioso durante a Idade Média como jus primae noctis. Como diz Anatole de Barthélemy, "só a má fé pôde dar outro significado a tal imposto que era resgatado em dinheiro, em prestações ou levantado durante o banquete nupcial". Do ponto de vista civil, o maritagium era o imposto pago pelos vassalos ao senhor por causa do casamento de estranhos com moças do domínio ou de dependentes do mesmo domínio. No primeiro caso, o imposto era pago no momento da celebração das núpcias; e no segundo, em certos dias de festa no ano seguinte ao casamento. Isto se explica devido ao fato de o servo da gleba estar ligado à terra e não poder abandoná-la para se estabelecer noutra, a não ser que o senhor da terra recebesse uma compensação. O cardeal Cerejeira explica muito bem esse direito feudal: "Resultava, daqui, os casamentos entre pessoas de terras diferentes estarem sujeitos à licença senhorial. Por tais licenças se estabeleceu muitas vezes um imposto que era percebido a título de "direito do senhor"; o próprio casamento entre pessoas dum mesmo senhor deu também lugar por vezes à recepção desse imposto. Este direito do senhor, que ele se arrogava sobre os homens da sua terra, traduzia-se às vezes por símbolos ou por palavras que chocam a sensibilidade moderna mais apurada. Mas não tem nada que ver com o aviltante costume que se disse. Que tivesse havido abusos por parte de senhores brutais, basta conhecer a natureza humana para o acreditar; e até o direito feudal nesses casos cominava contra o senhor, muitas vezes, a perda da autoridade sobre o servo (que ficava livre). Mas direito reconhecido, não". Esta última observação feita por Cerejeira é de importância capital, pois foram os abusos cometidos por senhores prepotentes e pervertidos que ensejaram o boato do direito da primeira noite. Sempre houve libertinagem e violência entre os homens. No regime feudal foi por ato injusto de força e por corrupção condenável que alguns senhores se apropriaram de uma serva ou da mulher de um vassalo na noite de núpcias ou em outras ocasiões. -- Rui Afonso da Costa Nunes HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
Portanto, em plena Idade média ainda temos indícios da existência de uma duplicidade de costumes relativos por um lato ao voto de castidade imposto pelos poderes religiosos e por outro à tendência para o abuso dos poderes traduzidos “às vezes por símbolos ou por palavras que chocam a sensibilidade moderna mais apurada”. Obviamente que os símbolos apelam sempre para realidades reformadas e alteradas e os usos e abusos clandestinos para essas mesmas realidades em épocas em que seriam regra comum.
De facto, nenhum documento medievo comprovou existência real de tal direito. No entanto existem indícios que não são meramente simbólicos de que terão existido práticas consuetudinárias que por serem contrárias ao direito canónicos nunca foram escritas acabando por ser tratar mais de um abuso do que de um direito.
Assim, na Idade Média a “pernada” seria já mais uma prerrogativa simbólica do que um “direito que assistia ao senhor feudal de desvirginar as noivas na noite da boda ('ius primae noctis' na designação latina). Apesar de ser típico das sociedades feudais, sobreviveu noutras em épocas que já não fazem tecnicamente parte da Idade Média mas que mantiveram vínculos de tipo senhorial (na França até à revolução de 1789, na Sicília e no Brasil até ao século XIX). No Brasil chamava-se 'direito das primícias'.
O mais curioso é quando se trata de hábitos e costumes, como são as regras morais antes de serem normas éticas religiosas ou de direito, estas podem manter-se fora da esfera do direito na forma de tradições mais ou menos ocultas porque interditas e mal toleradas mesmo por sociedades repressivas e autoritárias.
Embora entre nós não tenha existido um regime feudal no sentido puro do termo, o certo é que os grandes possidentes agrários criaram aqui um sistema, a que podemos chamar senhorial, sistema esse que oprimia e explorava todos aqueles que, à semelhança dos antigos servos da gleba, trabalhavam nas suas terras. Dos muitos abusos que a classe mais humilde foi vítima, até meados do século XX na província do Alentejo, conta-se, como já disse, o tal "direito de pernada" ou, como se dizia em latim, "jus primae noctis" (…seja, do abuso que os grandes latifundiários das terras de Além-Tejo cometiam em relações às jovens camponesas na sua noite de núpcias.) -- Senhores e Servas - Um estudo de antropologia social na Alentejo da primeira metade do séc. XX de MORAIS, J.A. David de recenseador: Mário Braga, 2005.
Nestas circunstâncias de abusos de poder senhorial vindos até aos nossos dias acredita-se que muitas vezes os poderosos não se tenham limitado a uma atitude simbólica!
Lo que yo he leído es que tal derecho no existía para lo dicho, el hecho sí. El señor feudal no lo limitaba a circunstacia alguna: aquí te pillo, aquí te mato, sin que sea necesario que la sierva haya contraído matrimonio recientemnete.
O estranho nome do "direito de pernada” algum o atribuem à parte da rês sacrificada aos deuses correspondente ao senhor em cada matança: um pernil…que, no caso da festança dum casamento, seriam vários!
De qualquer modo o simples facto do “direito de pernada” ter tido fama sem muito proveito legítimo não demente a possibilidade da sua existência ainda que tão lendária como as práticas sanguinárias do conde Drácula.
Obviamente que haverá sempre piedosos beatos que em nome da cristianíssima santidade medieval acreditarão que o ‘direito de pernada’ é um exemplo impressionante da teoria da conspiração histórica.
O direito de jormariage arrasta a interdição de se casar fora do domínio senhorial quem se encontrar adscrito, ou, como se dizia, ‘abreviado’; mas a Igreja não deixará de protestar contra este direito que atentava contra as liberdades familiares [destaque nosso], e que se atenuou de fato a partir do século X; estabelece-se então o costume de reclamar somente uma indemnização pecuniária ao servo que deixava um feudo para se casar em outro; aí se encontra a origem desse famoso ‘direito senhorial’, sobre o qual foram ditos tantos disparates: não significava outra coisa senão o seu direito de autorizar o casamento dos servos; mas como, na Idade Média, tudo se traduz por símbolos, o direito senhorial deu lugar a gestos simbólicos cujo alcance se exagerou: por exemplo, colocar a mão, ou a perna, no leito conjugal, donde o termo por vezes empregado de direito de pernada, que suscitou tantas interpretações deploráveis, de resto perfeitamente erradas. [...] Perante certas interpretações, fundadas em jogos de palavras (cf. ‘Bel-Prazer’, ‘Emparedamento’, ‘Feudalismo’), das quais o ‘direito de pernada’ é um exemplo impressionante, poderemos perguntar-nos se a Idade Média não terá sido vítima de uma conspiração de ‘historiadores’” -- Pensamento mágico e bom senso (VIII), Carlos Nougué. [3]
Por outro lado, o mito escatológico e salvífico do sacrifício do filho da Virgem Mãe pendurado na “árvore da vida” era tão arcaico como universal! Jesus, o salvador teria de ser o Cristo porque o messias judaico também tinha que ser filho duma virgem e, já agora, obedecer a outras particularidades que o contexto profético da bíblia o exigiam como por exemplo, chamar-se Manuel, nome que afinal só teve uma única vez nos canónicos!
Lucas: 1: 26 E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
Como se referiu já, a “virgindade perpétua de Maria” decorre do mito intemporal da Virgem Mãe e constitui uma herança politeísta irrecusável sobretudo quando o cristianismo enveredou de forma irreversível pela deificação de Cristo. Na verdade, à data deste texto este dogma já era assunto irreversível entre a totalidade da cristandade incluído particularmente os manicaista reputados precisamente pelo seu catarismo! Sendo assim, natural será pensar que o início da manipulação da verdade histórica de Jesus com vista à criação da suspeita de que os evangelhos assim pensavam ab início pode ter começado muito cedo também!
Obviamente que a “virgindade perpétua de Maria” é um acto de fé, um produto teológico e não um fenómeno natural pelo que tentar discuti-lo como se dum facto histórico se tratasse com critérios racionais é mera estultice que só prejudica a procura da verdade histórica sobre Jesus.
Uma série de ilustres comentaristas católicos, incluindo São Tomás de Aquino, sustentam, na verdade, que a Virgem Maria tinha feito um voto formal de virgindade perpétua juntamente com St. Joseph. Um voto de virgindade ajudaria a explicar por que a Virgem Maria ficou tão perplexa depois de o anjo Gabriel lhe anunciar que ela estava prestes dar á luz o Messias. - Dogmas de Nossa Senhora, Robert M. Haddad.[4]
Enquanto os teólogos católicos continuarem a argumentar como que para mentecaptos irão arriscar ter por ouvintes cada vez mais gente de apenas pouco entendimento como parecia ser o caso dos discípulos de Jesus antes que o Espírito Santo da Sabedoria lhes tivesse abertos os olhos, infelizmente mais da fé do que da razão, pelo que o resultado está à vista!
Mas quem é que pode afirmar que a aberração do voto de castidade perpétua poderia ter acontecido, no contexto da cultura judaica, entre pessoas comuns? Mesmo no pequeno e marginalizado mundo dos essénicos tal coisa só poderia acontecer entre pessoas separadas e quase que seguramente apenas entre homens. Na verdade, a ideia que os judeus faziam da moralidade feminina era de tal modo misógina e dependente da vontade do marido que um voto de castidade invocado por uma mulher seria sempre um rematado disparate! Por outro, lado um voto de castidade entre casados seria sempre tão inacreditável quanto ridículo senão mesmo aberrante e contrário à suprema lei da procriação!
Obviamente que a argumentação católica não passa de uma convicção a priori que expressa apenas o que os católicos acreditam que tenha acontecido sem fundamento algum nos textos sagrados nem muito menos nos costumes locais da época! O argumento de reforço desta petição de princípios morre pela base na medida em que o espanto de Maria poderia residir mais na responsabilidade de vir a ser mãe do Messias do que nos riscos sociais que correria se este viesse a nascer sem a ajuda do seu legítimo marido! Obviamente que a proposta dum filho do Espírito Santo poderia ser motivo de muitos espantos alguns dos quais meramente ideológicos!
XVIII. Mi espíritu es cual un desecho por razón de la Cruz, que es una piedra de tropiezo para los que no creen, pero para nosotros salvación y vida eterna. ¿Dónde está el sabio? ¿Dónde está el que disputa? ¿En qué se glorían los que son llamados prudentes?, Porque nuestro Dios, Jesús el Cristo, fue concebido en la matriz de María según una dispensación de la simiente de David, pero también del Espíritu Santo; y nació y fue bautizado para que por su pasión pudiera purificar el agua. -- EPÍSTOLAS DE IGNACIO 1 A LOS EFESIOS.
IX. Sed sordos, pues, cuando alguno os hable aparte de Jesucristo, que era de la raza de David, que era el Hijo de María, que verdaderamente nació y comió y bebió y fue ciertamente perseguido bajo Poncio Pilato, fue verdaderamente crucificado y murió a la vista de los que hay en el cielo y los que hay en la tierra y los que hay debajo de la tierra; el cual, además, verdaderamente resucitó de los muertos, habiéndolo resucitado su Padre, el cual, de la misma manera nos levantará a nosotros los que hemos creído en El —su Padre, digo, nos resucitará—, en Cristo Jesús, aparte del cual no tenemos verdadera vida. – EPÍSTOLAS DE IGNACIO 3 A LOS TRALLIANOS.
I. Doy gloria a Jesucristo el Dios que os concede tal sabiduría; porque he percibido que estáis afianzados en fe inamovible, como si estuvierais clavados a la cruz del Señor Jesucristo, en carne y en espíritu, y firmemente arraigados en amor en la sangre de Cristo, plenamente persuadidos por lo que se refiere a nuestro Señor que Él es verdaderamente del linaje de David según la carne, pero Hijo de Dios por la voluntad y poder divinos, verdaderamente nacido de una virgen y bautizado por Juan para que se cumpliera en El toda justicia, verdaderamente clavado en cruz en la carne por amor a nosotros bajo Poncio Pilato y Herodes el Tetrarca (del cual somos fruto, esto es, su más bienaventurada pasión); para que Él pueda alzar un estandarte para todas las edades por medio de su resurrección, para sus santos y sus fieles, tanto si son judíos como gentiles, en el cuerpo único de su Iglesia. – EPÍSTOLAS DE IGNACIO 6 A LOS ESMIRNEANOS.
Seu nome masculino é "Mente Gerada Perfeita ". E seu nome feminino (é) " Sophia Toda-sábia Geradora." Também é dito que ela se parece com seu irmão e consorte. Ela é a verdade incontestada; porque abaixo está o erro, que existe com a verdade e a contesta. -- 'A Sophia de Jesus, o Cristo de Deus'
Os católicos têm por hábito desculparem-se com costumes culturais judaicos assunto sobre o qual não são, obviamente, os mais abalizados para falar. No entanto, esquecem sistematicamente que os judeus não são uma cultura do passado, que teria desaparecido com o novo testamento, e evitam sempre pedir a opinião dos judeus sobre assuntos que ainda hoje poderiam ser confirmáveis, orgulho típico duma doutrina dominante!
Na época romana tal poderia ter resultado do pedantismo subconsciente dos cristãos romanos que assumiam a mera rivalidade inter-judaica dos primeiros cristãos (que em rigor não passavam de dissidentes essénicos, ou seja, duma das muitas seita judaica) com forma mitigada de zelo antijudaico primário que não era senão mera variante da arrogância do helenismo em ralação a todos os estrangeiros considerados liminarmente bárbaros extensiva a todos os semitas e orientais, incluído os egípcios. Esta sobranceria antijudaica era obviamente o reflexo do orgulho judaico enquanto povo eleito mas terá aparecido entre os grego desde muito cedo primeiro porque estes admiravam os fenícios que eram inimigos dos judeus. Depois, por causa da herança grega das guerras pérsicas, durante as quais os judeus eram aliados dos persas, que chegou até aos sucessores de Alexandre o Grande, finalmente com a questão judaica que culminou com a destruição do templo no reinado de Tito. Em rigor, o sucesso de Maomé, ficou a dever-se em grande parte ao facto do anti-semitismo romano nunca ter permitido uma boa integração dos orientais no império. Este anti-semitismo perdurou e desenvolveu-se no ocidente até ao nazismo, de forma particular contra judeus e ciganos! Constantino tentou superar este facto deslocando a sede do poder para Constantinopla o que provocou a divisão do império romano mas a sua tentativa foi tardia e apenas permitiu aos gregos readquirirem uma certa hegemonia durante o período bizantino. As querelas religiosas e as guerras iconoclastas não eram senão a premonição do que viria a ser a grande divergência entre a cultura semita revitalizada pela liderança dos árabes e o império romano moribundo reduzido a oriente à resistência duma ortodoxia lentamente envelhecida.
Os iconoclastas podem ter sido influenciados por conceitos judaicos e islâmicos, e é significativo que três anos antes da primeira erupção da iconoclastia no Império Bizantino, o califa maometano Yezid tinha ordenado a remoção de todos os ícones de seus domínios, mas a iconoclastia não foi simplesmente importado de fora; mesmo no cristianismo sempre existiram posições "puritanas," que condenavam os ícones porque parecia haver nas imagens uma latente idolatria. Quando os imperadores isaurianos atacaram os ícones, encontraram bastante apoio dentro da Igreja. Exemplo típico dessa posição puritana foi a atitude de São Epifânio de Salamis (315-403) que, ao encontrar, numa igreja do interior da Palestina, uma cortina de pano com a figura de Cristo, a rasgou com indignação. Esta atitude foi sempre violenta na Ásia Menor, e alguns afirmam que o movimento iconoclasta foi um protesto asiático contra a tradição grega. Mas há dificuldades em tal ponto de vista; a controvérsia foi realmente uma divisão dentro da tradição grega. (???) A controvérsia iconoclasta que durou por volta de 120 anos, deu-se e em duas fases. O primeiro período iniciou-se em 726 quando Leão III começou o seu ataque aos ícones, e terminou em 780 quando a Imperatriz Irene suspendeu a perseguição. A posição dos defensores dos ícones foi mantida pelo sétimo e último Concílios Ecumênico (787), que se reuniu (como o primeiro havia feito) em Nicéia. Ícones, proclamou o concílio, devem ser mantidos nas Igrejas e honrados com a mesma relativa veneração como outros símbolos materiais, como "a cruz preciosa e vivificante" e o Livro dos Evangelhos. Um novo ataque aos ícones, começou, com Leão V, o Armênio, em 815, e continuou até 843 quando os ícones foram novamente reintegrados, desta vez permanentemente por outra Imperatriz, Teodora. -- Excertos da "Igreja Ortodoxa" pelo Bispo Kallistos Ware, Traduzido por Padre Pedro Oliveira
Como se vê, a vitória dos defensores dos santos ícones muito se ficou a dever a imperatrizes bizantinas o que levanta a subtil impressão de, entre outras, o cristianismo ortodoxo ter tido por aliado profundo o remanescente cultural do matriarcado mediterrânico contra o patriarcado tipicamente semítico expressivamente mantido no culto mariano, particularmente no da Virgem Maria que sempre foi a Deusa Mãe primordial desde a suméria Tiamat, passando por Artemisa de Éfeso, que tinha por variante grega a sempre virgem Atena.
According to contemporary Jewish custom, marriage was in two stages. The first stage, or betrothal, was when the marriage was effectively made. The Virgin Mary and St. Joseph had concluded this stage. Sexual relationships after this point were not considered as fornication. However, we know that nothing of this kind had yet taken place between the Virgin Mary and St. Joseph ("How can this be, since I am a virgin?" [St. Luke 1, 34]). The second stage of marriage was the social formality of the public celebration. The Virgin Mary and St. Joseph in all probability had to forego this second stage due to their flight to Egypt, nevertheless, this fact did not impugn the validity of their marriage.
Mas seria mesmo assim ou, mais exactamente, a segunda fase do casamento judaico implicava a demonstração da consumação efectiva do casamento pela apresentação dum gravidez visível? Ora, quando isto aconteceu, José “intentou deixa-la secretamente” o que lhe era permitido por lei nesta primeira fase do casamento que tinha precisamente por finalidade provar tanto a fertilidade quanto, como mandaria o senso comum, a fidelidade da esposa!
Mateus 1:18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. 19 Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
A estranha gravidez de Maria comprovava a primeira, mas não a segunda condição! Ora, se o tal voto de castidade inventado por S. Tomas de Aquino fosse plausível teria que ser agora referido porque, S. José, além do referido teria agora mais motivos para denunciar o casamento por falta de palavra e quebra de um voto por parte da esposa. Obviamente que S. José, que não seria tão tolo como o fazem os Evangelhos e seria já de idade avançada, teria pensado que Maria teria encontrado partido mais novo e, deixando-a secretamente, permitiria a esta refazer a sua vida! Os cristãos, ao quererem defender a virgindade perpétua de Maria nos evangelhos acabaram por realçar a suspeita que sempre andou debaixo da língua dos inocentes que gritam, quando podem, que o “rei vai nu” e a Virgem Maria seria, afinal uma virgem leviana ou incauta! Muito provavelmente (os judeus que o digam!) a expressãoconcebido do Espírito Santoseria um eufemismo latino para filhos ilegítimos coisa que, longe de ser a tragédia que era até há bem pouco tempo na cultura tradicional católica, seria uma alternativa para casais estéreis e, sempre e de qualquer modo uma bênção para o povo de Israel e uma forma de fazer prevalecer o princípio natalista do monoteísmo hebraico! Obviamente como os judeus entendiam que o Espírito Santo era uma pomba, do sexo feminino, nunca poderia ter sido pai de Jesus como se refere no evangelho de Filipe. Assim, a versão alternativa seria Jesus ser filho dum anjo, neste caso o arcanjo Gabriel, como aconteceu em algumas seitas gnósticas. Na verdade, os gnósticos não faziam mais do que multiplicar as metáforas dos paradoxos teológicos até ao delírio místico da loucura divina como única forma de evitar a insanidade mental das fantasias de beatos ingénuos e das tolices dos crédulos de pouca fé!
Further Protestant objection is founded on St. Matthew 1, 25 which states that St. Joseph "had no marital relations with her until she had borne a son; and he named him Jesus." It is argued that this passage implies that the Virgin Mary had other children by St. Joseph after giving birth to Jesus. It would be well here to reproduce the footnote commentary on St. Matthew 1, 25 from the Douai-Rheims version of the New Testament: "St. Jerome shows, by divers examples, that this expression of the Evangelist was a manner of speaking usual among the Hebrews, to denote by the word until, only what is done, without any regard to the future. Thus it is said, Genesis 8, 6 and 7, that Noe sent forth a raven, which went forth, and did not return till the waters were dried up on the earth. That is, did not return anymore. Also Isaias 46, 4, God says: I am till you grow old. Who dare infer that God should then cease to be?...God saith to his divine Son: Sit on my right till I make thy enemies thy footstool. Shall he sit no longer after his enemies are subdued?"
Then Bartholomew said to him: "How (is it that) <he> was designated in the Gospel 'Man' and 'Son of Man'? To which of them, then, is this Son related?" The Holy One said to him: "I want you to know that First Man is called 'Begetter, Self-perfected Mind'. He reflected with Great Sophia, his consort, and revealed his first-begotten, androgynous son. His male name is designated 'First Begetter, Son of God', his female name, 'First Begettress Sophia, Mother of the Universe'. Some call her 'Love'. Now First-begotten is called 'Christ'. Since he has authority from his father, he created a multitude of angels without number for retinue from Spirit and Light."

Ver: GNOSTICISMO HERÉTICO CRISTÃO (***)

Impor o dogma católico da “virgindade perpétua de Maria” é ficar a meio passo deificação da Mãe de Deus que só não aconteceu nos primórdios do cristianismo porque este papel cabia ao espírito Santo ou à divina Sofia e porque os primeiros cristãos ora eram misóginos ora não seriam inteiramente ingénuos!
Kali Ma is known as the black or dark mother. Kali is the Hindu goddess and venerated life force. She is the mother or virgin, great goddess, and ultimate reality. Kali is the ideal image of birth and death, as she both gives life (as the womb) and reclaims it (as the tomb).
O mito da “virgindade perpétua de Maria” se não resultou inteiramente duma mui atávica tradição mítica resultou também dum equívoco de tradução:
The phrase "a virgin" which we find in our English Bibles does not appear in the original Hebrew text. The word used is 'almah {al-maw'} meaning "a young woman of marriageable age". The Hebrew word for "virgin" is bthuwlah {beth-oo-law'}. When the Hebrew text is translated into Greek in the NT, it uses the word parthenos {per-then'-os}, which has a dual meaning; a young girl or a virgin. The translators have mistakenly chosen the latter. More recent and accurate versions of the Bible such as the Revised Standard Version present this verse as follows:
"Therefore, the Lord Himself will give you a sign. Look, the young woman is with child and shall bear a son, and shall name him Immanuel"
Tudo para que os evangelhos constituíssem uma confirmação das profecias de Isaías que estipulava que Emanuel fosse gerado por uma rapariga!
"Therefore the Lord himself shall give you a sign; Behold, a virgin (?) shall conceive, and bear a son, and shall call his name Immanuel (God is with us)." - Isaiah 7:14.
No entanto Jesus nunca foi sequer chamado pelo nome de Emanuel o que permite a dúvida de esta profecia só se ter cumprido em parte sem que os cristãos nunca tenham dado muita importância a isso, como é seu hábito alias, pois em regra só realçavam as coincidências proféticas omitindo sistematicamente as promessas falhadas como foi o caso da Parusía que os primeiros cristãos acreditavam ser messiânica e ainda em vida de alguns apóstolos mas que após o falhanço desta passou a ser reservado para as calendas gregas do milenarismo. Passados mil anos desde a primeira ressurreição, a Bíblia professa uma terceira vinda do Senhor à Terra. A Santa Cidade, conhecida como Nova Jerusalém, desce dos céus para se estabelecer na Terra e nela está o trono de Deus. (Apocalipse 21:2)

Ver: PAI BIOLÓGICO DE JESUS (***)

Porque é que as pessoas acreditavam que a mãe de Jesus se chamava Maria e o seu marido se chamava José? Porque é que os não cristãos acusavam Maria de ser uma adúltera enquanto que os cristãos acreditavam que ela era virgem? Para responder a essas questões teremos que examinar algumas das lendas sobre Yeishu. Não se pode esperar obter a verdade absoluta sobre as origens do mito de Jesus, mas podemos mostrar que existem alternativas razoáveis para a aceitação cega do Novo Testamento.
O nome José para o nome do padrasto de Jesus é fácil de explicar. O movimento Notzri era particularmente popular entre os Judeus Samaritanos. Enquanto que os Fariseus estavam à espera de um Messias que seria um descendente de David, os Samaritanos queriam um Messias que viesse restaurar o reino nortenho de Israel. Os Samaritanos enfatizavam a sua descendência parcial das tribos de Efraim e Manassés, que descendiam do José da Tora. Os Samaritanos consideravam-se como sendo “Bnei Yoseph”, ou seja, “filhos de José”, e como acreditavam que Jesus tinha sido o seu Messias, teriam assumido que era um “filho de José”. A população de língua Grega, que tinha pouco conhecimento de Hebreu e das verdadeiras tradições Judaicas, poderia facilmente ter mal entendido este termo e presumir que José era o nome verdadeiro do pai de Jesus. Esta conjectura é fortalecida pelo fato que de acordo com o Evangelho segundo S. Mateus, o pai de José se chama Jacob, tal como o do José da Tora.
Mais tarde, outros Cristãos que seguiam a idéia de que o Messias seria um descendente de David, tentaram seguir o curso de José até David. Chegaram a duas genealogias contraditórias para ele, uma registrada no Evangelho segundo S. Mateus e a outra no Evangelho segundo S. Lucas. Quando a idéia de que Maria era virgem desenvolveu, o mítico José foi relegado para a posição de ser simplesmente o seu marido e o padrasto de Jesus.
Para se perceber de onde a história de Maria veio, teremos que nos virar para outra personagem histórica que contribuiu para o mito de Jesus, e que é ben Stada. Toda a informação que temos sobre ben Stada advém novamente do Tosefta e do Baraitas. Há ainda menos informação sobre ele do que sobre Yeishu. Algumas pessoas acreditavam que ele tinha trazido encantamentos do Egito num corte da sua carne, outros pensavam que ele era um louco. Ele era um trapaceiro e foi apanhado pelo método da testemunha escondida, sendo apedrejado em Lod.
No Tosefta, ben Stada é chamado ben Sotera ou ben Sitera. Sotera parece ser a forma Hebreu-Aramaica do nome Grego Soteros. As formas “Sitera” e “Stada” parecem ter surgido como más interpretações e erros de soletração (yod substituindo vav e dalet substituindo reish.)
Como havia tão pouca informação acerca de ben Stada, muitas hípoteses surgiram sobre quem ele era. É conhecido da Gemara que ele era confundido com Yeishu. Isto provavelmente resultou do fato de que ambos foram executados por ensinamentos traidores e estarem associados à feitiçaria. As pessoas que confundiam ben Stada com Yeishu tiveram que explicar o porquê dele também ser chamado ben Pandeira. Como o nome “Stada” se parece com a expressão aramaica “stat da”, que significa “ela se desencaminhou”, pensou-se que “Stada” se referia à mãe de Yeishu e que ela era uma adúltera. Consequentemente, as pessoas começaram a pensar que Yeishu era o filho ilegítimo de Pandeira. Estas idéias são de fato mencionadas na Gemara e são provavelmente mais antigas. Como ben Stada viveu nos tempos Romanos e o nome Pandeira se assemelhava com o nome Pantheras encontrado entre os soldados Romanos, assumiu-se que Pandeira tinha sido um soldado Romano estacionado em Israel. Isto certamente explica a história mencionada por Celso.
O Tosefta menciona um caso famoso de uma mulher chamada Miriam bat Bilgah que casou com um soldado Romano. A idéia de que Yeishu tinha nascido de uma mulher judia que tinha tido um caso com um soldado Romano provavelmente resultou da confusão entre a mãe de Yeishu e esta Míriam. O nome “Míriam” é, claro, a forma original do nome “Maria”. É de fato conhecido através do Gemara que algumas das pessoas que confundiam Yeishu com ben Stada acreditavam que a mãe de Yeishu era “Míriam, a cabeleireira de mulheres”.

Ver: AS TRÊS-MARIAS NA VIDA DO “DEUS MENINO” (***)

Aduziu-se, a respeito, o exemplo do que acontece em qualquer maternidade humana: a mãe dá ao filho o corpo, não a alma que é infundida diretamente por Deus. Contudo não digo que minha mãe é mãe do meu corpo, mais simplimente que ela é minha mãe, mãe de todo meu ser, porque em mim o corpo e alma formam uma única natureza ou realidade. Assim analogamente , Maria deve ser chamada Mãe de Deus, ainda que tenha dado a Jesus só a humanidade e não a divindade, porque nele a humanidade e a divindade formam uma só pessoa.



[1] THIS Zârâdôsht is Baruch the scribe. When he was sitting by the fountain of water called Glôshâ of Hôrîn, where the royal bath had been erected, he said to his disciples, the king Gûshnâsâph and Sâsân and Mahîmad, 'Hear, my beloved children, for I will reveal to you a mystery concerning the great King who is about to rise upon the world. At the end of time, and at the final dissolution, a child shall be conceived in the womb of a virgin, and shall be formed in her members, without any man approaching her. And he shall be like a tree with beautiful foliage and laden with fruit, standing in a parched land; and the inhabitants of that land shall be gathered together to uproot it from the earth, but shall not be able. Then they will take him and crucify him upon a tree, and heaven and earth shall sit in mourning for his sake; and all the families of the nations shall be in grief for him. He will begin to go down to the depths of the earth, and from the depth he will be exalted to the height; then he will come with the armies of light, and be borne aloft upon white clouds; for he is a child conceived by the Word which establishes natures.' Gûshnâsâph says to him, 'Whence has this one, of whom thou sayest these things, his power? Is he greater than thou, or art thou greater than he?' Zârâdôsht says to him, 'He shall descend from my family; I am he, and he is I; he is in me, and I am in him. When the beginning of his coming appears, mighty signs will be seen in heaven, and his light shall surpass that of the sun. But ye, sons of the seed of life, who have come forth from the treasuries of life and light and spirit, and have been sown in the land of fire and water, for you it is meet to watch and take heed to these things which I have spoken to you, that ye await his coming; for you will be the first to perceive the coming of that great king, whom the prisoners await to be set free. Now, my sons, guard this secret which I have revealed to you, and let it be kept in the treasure-houses of your souls. And when that star rises of which I have spoken, let ambassadors bearing offerings be sent by you, and let them offer worship to him. Watch, and take heed, and despise him not, that he destroy you not with the sword; for he is the king of kings, and all kings receive their crowns from him. He and I are one.' These are the things which were spoken by this second Balaam, and God, according to His custom, compelled him to interpret these things; or he sprang from a people who were acquainted with the prophecies concerning our Lord Jesus Christ, and declared them aforetime. -- CHAPTER XXXVII, THE PROPHECY OF ZÂRÂDÔSHT. CONCERNING OUR LORD. -- The Book of the Bee edited and translated by Earnest A. Wallis Budge, M.A.
[2] Origen was trying to Hebraize an already existing argument which originally was formulated on the Greek text alone. The reason Origen fails in his argument is because we read the Hebrew word "na’ara" instead of "almah" in Deuteronomy 22:24 and twice in Deuteronomy 22:26, in which places the LXX render neanij. Origen’s error lay in his assumption that there was only one Hebrew equivalent for the Greek neanij which he claimed was "almah." He assumed that underneath the Greek word neanij in the passages in Deuteronomy just mentioned lay the same "almah" which underlays the Greek neanij in the recentiores in Isaiah 7:14, and so consequently the Hebrew word could designate a virgin.
[3] http://contraimpugnantes.blogspot.pt/2008/11/pensamento-mgico-e-bom-senso-viii.html.
[4] A number of distinguished Catholic commentators, including St. Thomas Aquinas, actually hold that the Virgin Mary had made a formal vow of perpetual virginity together with St. Joseph. A vow of virginity would help explain why the Virgin Mary was so perplexed after the Angel Gabriel announced to Her that She was about to bear the Messiah. -- Dogmas of Our Lady, Robert M. Haddad.