Zecharia
Sitchin é um dos muitos pseudo historiadores que se servem da ciência
para inventarem a mitologia dos deuses como astronautas e que, por ser
baseada em falsas evidências, é mera decepção e embuste.
Começa ele por confundir o determinativo sumério genérico para divindade que era Din.Gir ou Dinhir com os Anunnaki. Depois, traduzindo literalmente o nome destes deuses, alternativamente escritos como "a-nuna", "a-nuna-ke-ne, ou "a-nun-na", por "aqueles que vieram do céu" em vês de aqueles que vieram de Anu, que sendo o deus do céu era pai dos deuses que este teve com Ki, particularmente Enki e Enlil.
Depois de ter cometido a insensatez de ter levado à letra o conceito de
entidades que vieram do céu como seres reais e não meras entidades
teológicas começa a acreditar que só poderiam ter sido astronautas
extraterrestre caindo nos erros mais elementares da interpretação
histórica que são: o anacronismo e aplicação errada do “princípio das
causas actuais” aceitando que se “pode explicar-se o passado a partir do que se observa no presente”
ignorando que este principio só é válido se cumprir escrupulosamente
outro principio de que as causas semelhantes só têm consequências
parecidas se, e apenas se, ambas condições de acção das causas forem
também semelhantes. Ora, as condições tecnológicas actuais do auge da
revolução industrial que permitem a existências de astronautas não têm
qualquer semelhança com a tecnologia emergente do Neolítico que permitiu
o esboço da primeira escrita e o registo das mitologias da época.
Ora, se nada existe de extraordinário em aceitar que os Anunnaki,
enquanto entidades teológicas filhas do Pai do céu, são no plano mítico
entidades vindas do céu, admitir que estes seriam astronautas só
respeitaria o “princípio das causas actuais” ou “princípio do
actualismo” se ainda hoje fosse assim, ou pelos menos se só actualmente
fosse evidente que os astronautas fossem reconhecidamente
extraterrestres, o que está longe de ser verdade. Pelo contrário, é a
mitologia moderna dos extraterrestres que se serve da moderna tecnologia
para tentar explicar com causas naturais o que no passado era pura
mitologia.
Voltando aos argumentos de Zecharia Sitchin e simpatizantes verificamos:
Another one of the enigmas of Mesopotamia is the Din.Gir. The name Din.Gir
is Sumerian meaning “righteous ones of the bright pointed objects”. The
Sumerians were referring to the Anunnaki, the pantheon of their gods.
They used this two part symbol to designate the Anunnaki collectively.
When looking at how the Sumerians wrote this symbol it is not apparent
from this two dimensional drawing that it represents a three dimensional
object. It’s only when you look at the solar winged disk
that you see it as the three dimensional object that it is. This disk
has been presented in a variety of styles from the mechanical to one
much more bird like. There is another translation of Din.Gir as "The Righteous Ones of the Blazing Rockets". What is the word in Sumerian which means "Blazing rockets"?
This is a Sitchin mistranslation and unfortunately has been carried
over to other web sites as well. The myths of the sun god both
Mesopotamian and Egyptian have the sun god traveling across the sky in a
boat, the vehicle of choice. What follows is speculation on the Gir –
what seems to be a capsule of sorts – that sharp pointed object.
No entanto, ao procurar na sumeriologia os sumeriogramas para Din.Gir não encontramos nada que confirme a existência de pictogramas para Din.Gir que confirmem poderem ter a leitura de “Os Justos dos Foguetes Flamejantes”!!!
O mais parecido que encontramos é dos dicionários acádicos.
Diĝir [DEITY] (1837x: ED IIIb, Old Akkadian, Lagash II, Ur III, Early Old Babylonian, Old Babylonian) wr. Di(n)ĝir; dim3-me-er; dim3-me8-er; dim3-mi-ir; di-me2-er, "deity, god, goddess" Akk. Ilu, iltu.
[1]
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diĝir (dingir)
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[2]
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dim3-me-er (ES)
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[3]
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dim3-me8-er (ES)
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[4]
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dim3-me-ir (ES)
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[5]
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di-me2-er (ES)
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Como se constata, o pictograma mais parecido com um foguetão é de facto este:
Ainda assim nada parecido com o que este autor refere como prova.
E ainda assim transliterando-se como Dim.me.ir que ainda que algo semelhante a Din.gir
dele difere muito sendo declaradamente a junção do pictograma Dim +
me-ir, ou seja, um termo literariamente construído para significar
divindade no vago sentido de algo que se aproxima (dim) das leis (me)
poderosas (ir).
Por
mais que se procure não se consegue encontrar o sumeriograma para GIR
que desenharia “um objecto longo, em forma de seta, dividido em várias
partes ou compartimentos» e seria o pretexto para postular a cabeça dos
foguetões dos extraterrestres. Aliás, a existir algo parecido seria mais
fácil identifica-lo como sendo uma ponta de seta que é hoje o que mais
se assemelharia a um objecto deste tipo e bem conhecido dos sumérios. No
entanto é mais que provável que se trate de uma das muitas
mistificações destes adeptos dos extraterrestres algures
reconhecidamente como sendo uma adaptação de uma imagem por sinal de
origem egípcia rodada a 90º.
Alguém
acredita que esta simples manipulação de imagens nos convence que, por
um lado a figura central destas imagens representavam, no Egipto Antigo,
os deuses sumérios Din.Gir e, por outro, que ambas representam um foguetão espacial?
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