Figura 1: Cristo Crocifisso- A. Van Dick.
JESUS, O DIVINO *MANDRAGO
The document which was discovered, had been written on the evening of April 15, 70 AD, just after the Roman battering ram had compromised the fortress gate, and was pulled back, to await the Roman attack which would come at first light. The document was signed by Yeshua ben Ya'akob ben Gennesareth, who described himself as a "son of eighty years" and the last heir of the Hasmonean Maccabean) Kings of Israel. Translated, the name was "Jesus of Gennesareth, son of Jacob." This document was the 15th parchment to be discovered on Masada, and it is believed that it was smuggled out of Israel by a rogue archaeologist, and taken to Russia. The contents were allegedly revealed to the Vatican in February, 1967.
So, how could this be? There is a developing trend that purports that Jesus was not the product of a virgin birth, that He was a normal man with a messianic complex, who was part of a conspiracy to fake his own death in order to fulfill Old Testament prophecy. It is believed that the Last Supper was actually a meeting to plan a way for Jesus to cheat death. During the crucifixion, what the Bible said was a sponge soaked in vinegar, was said to actually have been a drug that made Jesus appear as though He were dead. Joseph of Arimathea then went to Pilate to ask for permission to claim the body, so that it could be interred in a tomb owned by Joseph. To substantiate these facts, it is pointed out that the place of the crucifixion had to be near the tomb.
While the other gospels state that He was crucified at Golgotha, "the place of the skull," John 19:41 says that he was crucified in a garden, where a new sepulchre had been hewn by Joseph. This garden was actually "Golgeth," the "wheel press," where olives were pressed into oil, which was the Garden of Gethsemane. Some have even theorized, that Joseph was actually the former husband of Mary, who had left Nazareth, and established himself at Jerusalem. Inside the tomb, an Essene physician was waiting to revive Jesus, thereby creating the illusion of a resurrection.
The apocryphal Gospel of Peter, discovered in an upper Nile valley in 1886, had existed as early as 180 AD, and reveals that Joseph of Arimathea was a friend of Pontius Pilate, and that Jesus was buried in the "garden of Joseph." Basilides, an Alexandrian scholar, who wrote various commentaries on the Gospels between 120-130 AD, believed that Jesus did not die on the cross. In December, 1945,an Egyptian peasant discovered a pot near the village of Nag Hammadi in northern Egypt, which contained 13 scrolls, which consisted of copies of Biblical texts, which dated to about 400 AD, and were based on writings that were no older than 150 AD, and provides a good historical reference because they were not altered by the Roman Catholic Church.
In one, the Second Treatise of the Great Seth, it talks about Jesus escaping His death on the cross through substitution, who was identified as Simon of Cyrene. An ancient document, found in the 4th century, in the library of a building used by Greek monks, said that Nicodemus and Joseph conspired to retrieve the body of Jesus so that it could be revived by Essene physicians. A document known as "The Crucifixion by an Eye Witness," which surfaced in Germany near the end of the 1800's, was said to have been copied from the original text of an Essene scribe, and revealed that Jesus was the son of Mary and an Essene teacher who was not identified. Because of the Essene medical knowledge, He was able to survive the Crucifixion, and by appearing to His disciples afterwards, making it seem as though He had risen from the dead. Prieure' de Sion.
Segunda visión: la crucufixión
Cuando dijo estas cosas, ví cómo ellos lo agarraban de aquel modo. Y dije:
—¿Qué veo, oh Señor? ¿Eres tú a quien agarran y eres tú el que te aferras a mí? O ¿quién es ese (que) sonríe alegre sobre el árbol? Y ¿hay otro a quien golpean en pies y manos? El salvador me dijo:
— Aquel al que viste sobre el árbol alegre y sonriente, éste es Jesús, el viviente. Pero este otro, en cuyas manos y pies introducen los clavos, es el carnal, el sustituto, expuesto a la vergüenza, el que existió según la semejanza, ¡míralo a él y a mí! Pero yo, en cuanto vi, dije:
— Señor, nadie te mira. Vayámonos de este lugar. Pero él me dijo:
— Te lo he dicho; deja a los ciegos solos. Y en cuanto a ti, mira cuán poco entienden de lo que dicen. Pues han expuesto a vergüenza al hijo de su gloria en vez de a mi siervo. -- APOCALIPSIS DE PEDRO, Textos Gnósticos - Biblioteca Nag Hammadi III, por Antonio Piñero.
A crença de que Jesus sobreviveu de algum modo à cruz foi uma crença muito forte desde o começo do cristianismo. Tão forte quanto o seria a estranha evidência de que Jesus, ressuscitado em carne e osso, não desapareceu depois em espírito e corpo durante a Acessão ao céu por completo, como de forma distraída pensam os cristãos actuais, mas viveu discretamente em Éfeso junto de João, o presbítero ,até à época de Trajano.
Si predicó sólo durante un año, entonces padeció cuando tenía treinta cumplidos, todavía joven y sin alcanzar la edad madura. Porque, como todo mundo sabe, la edad adulta empieza apenas a los treinta, cuando el hombre todavía es joven, y se extiende hasta los cuarenta años. [785] Luego, de los cuarenta a los cincuenta, va declinando hacia la vejez. Esta edad tenía el Señor cuando enseñaba, como dicen el Evangelio y todos los presbíteros de Asia que, viviendo en torno a Juan, de él lo escucharon, puesto que éste vivió con ellos hasta el tiempo de Trajano. Algunos de ellos vieron no sólo a Juan, sino también a otros Apóstoles, a quienes han escuchado decir lo mismo. – Livro 2, 3.2.12. Jesús Maestro, San Ireneo de Lyon, Contra los Herejes.
Muitas tentativas foram procuradas para entender este mistério de solução impossível no contexto do pensamento da época. O que vingou foi a crença mais pueril na linha do paganismo helénico. A dum Cristo Rei Ressurrecto em que Jesus passou de mestre de salvação a Messias Salvador do Mundo e por isso é que a teologia iria transformar Jesus Cristo em Filho Unigénito de Deus, consubstancial ao pai, etc.!
Na verdade, o pensamento gnóstico surgiu no seio do pensamento religioso oriental, teologicamente já mais evoluído, que pressupunha a possibilidade metafísica da morte de Deus, ou mesmo do filho de Deus.
É certo que os caldeus eram um pouco resistentes a crenças na vida depois da morte, forma de pensar herdada pelos saduceus durante o cativeiro da Babilónia, mas que não terá permanecido nos judeus remanescentes, que seriam os essénicos, e que eram crentes neuróticos na morte e no julgamento dos mortos, à semelhança do tribunal de Osíris dos egípcios.
Na verdade, muitos foram os que “morreram e ressuscitaram” antes de Jesus, na vida de Jesus, e, os mesmos milagres, fizeram os seus apóstolos e primeiros santos e cristãos milagreiros. As “mortes aparentes” eram nos tempos antigos tão frequentes e inevitáveis por falta de critérios científicos de diagnóstico de morte que o medo de ser sepultado vivo subsistiu até aos nossos dias na forma de mitos urbanos. No século dezanove foi tal a histeria colectiva de alguns casos reais e sepultados em morte aparente que os governos se viram obrigados a criar leis de saúde pública que impediam o enterro antes de se passarem 24 horas dum diagnóstico médico ou administrativo competente!
Que Jesus tenha utilizado outros meios para reforçar as suas hipóteses de sobrevivência eis algo que, se pode diminuir os seus méritos éticos de praticante de magia branca, aumenta a genialidade da sua perícia técnica e da sua argúcia táctica, ou seja, faz de Jesus um mestre da magia, da sensatez política e da racionalidade justificando asim em parte a razão pela qual tem sido o campeão do humanismo cristão e o padrão que antecedeu a racionalidade moderna.
A nossa tese é assim a de que Jesus se socorreu de todos os melhores cuidados e recursos médicos do seu tempo tanto na preparação da crucificação como na sobrevivência depois do enterro num «sepulcro novo cavado na rocha».
Antes de ser preso Jesus em vez de jejuar, como seria previsível a quem quisesse garantir todas as hipóteses de morte real e efectiva na cruz, teve uma última ceia o que só lhe permitiu entrar no processo da paixão como um atleta, cheio vigor e preparado para resistir à mais difícil das provas que era a de sobreviver à cruz. Durante a paixão, a morte foi antecipada para que não viesse a haver a surpresa duma morte natural por asfixia durante a suspensão na cruz pelo uso de venenos indutores de morte aparente.
Então, se não foi para pedir o remédio das cobras que Cristo gritou, nem foi por Elias, também não faria sentido que “o filho de Deus Todo Poderoso” confessasse ter sido abandonado pelo seu divino Pai numa altura decisiva em que cumpria o sacrifício supremo da doação da própria vida por toda a humanidade presente, passada e futura!
Assim, há que entender as suas últimas palavras, já há época tão ininteligíveis, que quem logo no local as ouviu de longe pensou que Jesus chamava por Elias e nem os diversos evangelhos canónicos ou escritos apócrifos se entendem quanto a elas!
EL EVANGELIO DE SAN PEDRO: 2. Y uno de ellos dijo: Dadle a beber hiel con vinagre. Y, habiendo hecho la mezcla, se la dieron a beber. 3. Y consumaron todas las cosas, y acumularon sobre sus cabezas sus pecados. 4. Muchos circulaban con lámparas encendidas, pensando que era ya de noche, y se ponían a la mesa. 5. Y el Señor clamó, diciendo: Mi potencia, mi potencia, me has abandonado. Y pronunciadas estas palabras perdió la vida. -- (Fragmento griego de Akhmin).
Pedro que negou Jesus três vezes não foi aqui a melhor testemunha nem da impotência divina nem na morte de Jesus! A estranha relação de Pedro com o radical helenista que foi Paulo, resultado duma recôndita e mesquinha vendeta contra o primeiro bispo de Jerusalém, Tiago o irmão de Jesus, não permite dar grande crédito a este seu evangelho que os gnósticos guardariam na sua biblioteca precisamente para melhor o combaterem. Na verdade, a sua descrição dos factos é pueril e boçal típica dum pescador analfabeto que, por ter enriquecido facilmente à custa da sua amizade com o cobrador de impostos da lota de Cafarnaum, que seria Mateus, entendeu que poderia não apenas ser um pescador de homens como o chefe dos nazorenos. Mesmo assim, neste ponto o evangelho apócrifo de Pedro diz-nos que a mistela que colocou Jesus em morte aparente foi preparado no local seguramente por um criado da botica de José de Arimateia.
EL EVANGELIO DE NICODEMO 2. Y hacia la hora de nona, Jesús clamó a gran voz: Hely, Hely, lama zabathani, lo que significa: Dios mío, Dios mío, ¿por qué me has abandonado? 3. Y en seguida murmuró: Padre mío, encomiendo mi espíritu entre tus manos. Hechos de Pilatos (Acta Pilati).
DECLARACIÓN DE JOSÉ DE ARIMATEA -- Y añadió: «Márchate ahora y di a los querubines y a las potestades, que están blandiendo la espada de fuego y guardan el paraíso del que Adán, el primero de los creados, fue arrojado, después de haber vivido allí, por haber prevaricado y no haber guardado mis mandamientos: Ninguno de los primeros verá el paraíso hasta que venga de nuevo a juzgar a vivos y muertos. Habiéndolo escrito así Jesucristo, el Hijo de Dios, el que descendió de las alturas de los cielos, el que salió inseparablemente del seno del Padre invisible y bajó al mundo para encarnarse y ser crucificado para salvar a Adán, a quien formó, para conocimiento de los escuadrones de arcángeles, guardianes del paraíso y ministros de mi Padre. Quiero y mando que penetre dentro el que está siendo crucificado conmigo, y que reciba por mí la remisión de sus pecados, y que entre en el paraíso con cuerpo incorruptible y engalanado, y que habite allí donde nadie jamás puede habitar». Y he aquí que, cuando hubo dicho esto, Jesús entregó su espíritu.
O evangelho de Nicodemos é uma novela bizantina parafraseada já a partir dos evangelhos que eram correntes na época e neste ponto prece seguir o Diatessarão Sírio que seria uma harmonização impossível dos desencontros dos canónicos. Na verdade, este evangelho só não veio a substituir as patentes e incómodas incoerências dos canónicos porque esta obra foi compilada muito cedo por Tatien le Syrien, escritor cristão do II século, nascido na Síria (Mésopotamia) por volta de 110/120.
Tatien, mauvais rhéteur qui prend soin de nous avertir qu'il a appris la rhétorique, recherche l'affectation du style, il aime les tours obscurs et les métaphores inattendues. Ses exposés qui sentent le sophiste, la plupart du temps, tournent court dans des digressions qui veulent arracher la conviction du lecteur en mettant en regard l'absurdité des païens sur le même sujet. Ce contempteur des Grecs met de plus une évidente coquetterie à déverser dans son écrit toutes ses connaissances mythologiques, philosophiques et historiques. Sa complaisance enfin à se dire «barbare» en toute occasion, d'exiger, de ces Grecs dont il méprise tout, attention et respect pour la «philosophie barbare», finissent par lasser. Tatien donne parfois l'impression d'être vraiment un «barbare», venu du tiers monde de l'hellénisme, qui règle ses comptes avec une culture dont il est resté un marginal.
Como, apesar de um Pai da Igreja, acabou por ser considerado herético pelas igrejas ortodoxas e católicas por ter sido um dos primeiros a por o dedo na ferida de velhas rivalidades culturais entre o helenismo e a velha cultura mesopotâmica, o Diatessaron acabou no lixo em 423.
Theodoret, bishop of Cyrrhus on the Euphrates in upper Syria in 423, suspecting Tatian having been a heretic, sought out and found more than two hundred copies of the Diatessaron, which he "collected and put away, and introduced instead of them the Gospels of the four evangelists".
Ver: CANIBALISMO SAGRADO
E OS SACRIFÍCIOS HUMANOS (***)
De tantas interpretações cabalísticas que foram feitas sobre o significado místico da paixão de Jesus esta seria apenas mais uma.
João 19:28 – 28 Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. 29 Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. 30 E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Não pode haver relato mais claro de alguém suposto testemunha ocular. Obviamente que o evangelista não poderá garantir que a esponja ensopada em vinagre não tivesse mais qualquer coisa mas a verdade é que Jesus depois de ter bebido uma mistela de vinagre apenas disse: Acabou-se...e de imediato inclinou a cabeça e...aparentemente morreu! Actualmente, depois de vinte séculos de presença em funerais, onde nem os mais agnósticos recusam ir prestar as últimas homenagens aos parentes, amigos, e ilustres conhecidos (ou desconhecidos, conforme o que é politicamente correcto), ouvir, a frase bíblica “entregou o espírito”, é o mesmo que ouvir dizer: morreu!
Mas, na verdade, o autor do 4º evangelho era um gnóstico para quem o espírito poderia ser entregue também em vida, ou seja, não poderemos saber se o que ficou escrito significava o que hoje ali lemos ou se João Evangelista, em vez de usar o termo do koinê para morrer preferiu usar um eufemismo, quiçá porque não acreditasse que o filho de Deus pudesse morrer, ou simplesmente porque lhe pareceu que Jesus apenas serenamente adormeceu ou ficou como morto! Obviamente que teria sido mais inspirado pelo Espírito Santo um autor que tivesse explicitamente dito como os restantes, simplesmente que Jesus morreu. Mas o 4º evangelho não o diz!
Neste ponto da narrativa da Paixão o evangelista Lucas, que deveria ser o médico a atestar a morte oficial de Jesus apenas refere que Jesus, depois de ter pedido desculpas a quem o crucificou obtendo por agradecimento insultos regados com vinagre e teria depois exclamado que entregava o espírito ao Pai! Mas não disse que efetivamente morreu, mas, somente que expirou o que é pouco mais do que uma variante hipocrática de quem dá o último suspiro e entregar o espírito!
Mais nenhum evangelho refere que Jesus se entregou ao pai pelo que não seria de espantar se Lucas tivesse feito confusão com o relato da morte de Estêvão que vai fazer nos actos.
Lucas 23: 34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (...) 36 E também os soldados escarneciam dele, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre, 37 e dizendo: Se tu és o Rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. (...) 46 E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.
Ver: BARABÁS (***)
Marcos, que deve ter sido também uma das testemunhas oculares por ter sido o jovem que foi apanhado na noite da vigília no Getsémani “envolto num lençol”, ou, melhor, nu depois de lhe terem tirado o lençol com que se cobria ao dormir com o seu divino mestre (que a respeito destes assuntos íntimos seria tão liberal quanto Dionísio) teima em usar uma expressão que ainda ninguém demonstrou se significava os que os evangelistas dizem ou seria uma espécie de código para ser entendido apenas por quem estava dentro do complô montado pelo próprio Jesus para iludir a morte na cruz!
Marcos 15:34 – 34 E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lemá sabactâni? Isso, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 35 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias. 36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, dizendo:
Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo. 37 E Jesus, dando um grande brado, expirou. | Mateus 27: 46 E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Este chama por Elias. 8 E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo. 50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. |
46 Cerca da hora nona, bradou Yeshua em alta voz451, dizendo: “Meu El, Meu El, por que Me abandonaste?” (*) Para estra frase, temos duas leituras propostas no hebraico para a última palavra. Shem Tob propõe a leitura “ אלי אלי למה עזבתני ” (Eli Eli lamá azavtani), isto é, “Meu El, meu El, por que me abandonaste?” – uma leitura literal do Sl. 22:1. DuTillet, todavia, apresenta a leitura “ אלי אלי למה שכחתני ” (Eli Eli lamá shachachtani), isto é, “Meu El, meu El, por que Me esqueceste?” – a leitura de DuTillet na realidade combina o Sl. 22:1, com o Sl. 42:9. O Sl. 42:9 diz: “Direi a El, minha Rocha: por que me esqueceste? למה שכחתני) )”. O esclarecimento vem do aramaico, que traz: “ שבקתני ” (shevactani) como tradução de “ עזבתני ” tanto no Sl. 22:1 quanto neste trecho – que o grego igualmente preserva de forma transliterada. Provavelmente, o copista de DuTillet foi influenciado pelo conhecimento da versão grega, e tentou corrigir a citação no hebraico, desconhecendo o fato de que o grego transliterou o aramaico, ao invés do hebraico. Isso fica ainda mais evidente pelo fato de que o Codex Bezae e alguns manuscritos no latim trazem “zaptani” – mostrando que alguns manuscritos do grego foram traduzidos do hebraico, e outros do aramaico, cada qual transliterando a frase segundo sua fonte. -- Sefer Matitiyahu, Evangelho do Hebreus Traduzido por Sha’ul Bentsion.
Duas testemunhas contra uma a confirmarem a estranha expressão «Eli, Eli, lama sabachthani» que, por nunca ter sido cabalmente compreendida por nenhum autor antigo, como correspondendo a qualquer língua antiga identificável, permaneceu tal como a autoridade da fé a sustentava e traduzia!
Salmos, 22: 1 Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? Por deixaste de me auxiliar, e (de escutar) as palavras do meu bramido?
Ou seja: deve haver quem saiba como se escreve e pronuncia em aramaico o primeiro verso do salmo 22 e estranha-se que ninguém o tenha feito explicitamente para que se pudesse duma vez por todas saber onde estão as diferenças e as semelhanças!
v34: The writer's rendering of "E'lo-i, E'lo-i, la'ma sabach-tha'ni?" most closely resembles Aramaic, but appears to be a mixture or perhaps a non-standard transliteration, a common problem when languages do not have standard transcription methods (see Brown 1994, p1051-1053 for discussion). The wording also varies in certain manuscripts. For example, Codex Bezae has Elei, Elei, lama zaphthani, while Codex Vaticanus omits the second "my god." Bezae also has the unusual "why have you reviled me?" instead of "Why have you forsaken me?" found in Western manuscripts. It is not easy to settle which tradition is correct. Brown (1994, p1055) also notes that Mark may have been interpreted in some western Latin traditions to be rebuking the sun for leaving him in darkness, seeing the Greek "helion, helias" for Eli as referring to the sun.
O facto de o verso 34 de S. Marcos levantar dúvidas tanto de tradução como textuais só pode provar a quem não sabe aramaico que muito provavelmente o salmo 22 não começará exactamente assim como os evangelhos referem. De resto, nem se entende porque é que Jesus teria a este ponto recitado este Salmo, como se o filho de Deus pudesse ser abandonado pelo Deus Pai ou que sendo isso necessário o Deus Filho se tivesse revoltado com essa decisão por Este escolhida premeditadamente. Por alguma razão Lucas escolheu nem pensar neste assunto omitindo este desabafo suspeito de Jesus.
Lucas 23:44-49. E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; E rasgou-se ao meio o véu do templo.
E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.
E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.
É confrangedor ler os exegetas cristãos meter os pés pelas mãos para defenderem o indefensável.
Essa frase diz respeito ao inimaginável sofrimento da separação do Pai que o Filho teve de experimentar. Por toda a eternidade o Filho havia desfrutado do mais perfeito e pleno amor em seu relacionamento com o Pai, mas na cruz Ele teve de ser abandonado. Aqui algumas pessoas equivocadamente dizem que o Pai não suportou ver o sofrimento do Filho na cruz e por isso virou seu rosto. Mas isto não passa de um emocionalismo barato! (???) A frase “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?” não é uma declaração romântica. Quando Jesus pronunciou essas palavras Ele realmente estava abandonado. Ele estava completamente separado do Pai! Se alguém pode dizer que sabe o que realmente significa o desprezo de Deus, essa pessoa é Cristo. O Pai o abandonou porque naquele momento Jesus Cristo havia sido feito pecado, e o pecado implica na separação de Deus. A Bíblia diz que a santidade de Deus é tamanha que seus olhos não podem contemplar a iniquidade (Habacuque 1:13). Isso explica por que Jesus provou do abando divino. “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?” foi a genuína declaração daquele que suportou o horror da ira do juízo de Deus sobre o pecado. No lugar de todo o seu povo, Jesus suportou a terrível maldição merecida pelo pecado.
O grito de Jesus em Mateus 27:46 desafia todo o estudante da Bíblia. Há várias interpretações para o texto, e devemos ser cuidadosos para não sermos dogmáticos sobre nosso entendimento de tais textos difíceis. Ao mesmo tempo, o desafio de entender tais versículos frequentemente nos ajuda a apreciar mais plenamente a grandeza do amor e da graça de Deus. Este versículo não é exceção.
Mais tarde aprendemos que a morte é uma separação. A morte física é a separação do espírito do corpo (Eclesiastes 12:7; Tiago 2:26). A morte espiritual é a separação do homem de Deus, que acontece por causa do pecado (Isaías 59:1-2; Efésios 2:1,12). O salário do pecado do primeiro casal foi sua separação de Deus. Sofremos a mesma consequência hoje: "O salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23).
Jesus veio para pagar o preço por nossos pecados. Ele morreu em nosso lugar. Sua exclamação em Mateus 27:46 parece mostrar que a verdadeira tortura de seu sacrifício vai além da dor física. Por causa de nosso pecado, ele sofreu separação de seu Pai. Ele morreu.
Todas estas exegeses explicam bem a razão do abandono que Jesus sentiu mas explicam mal que Jesus tento sentido e sabido desde abandono o tenha questionado? Este questionamento sofrido é que foi o verdadeiro pecado mortal de Jesus que nos redimiu a todos do pecado da fraqueza humana?
Mais uma vez o esoterista maçónico Robert Ambelain especula o seguinte:
E no Gólgota, perecido na cruz da infâmia, será outra vez ao Elias a quem se dirigirá: «Para a nona hora, exclamou Jesus com voz forte: "Eli, Eli, lamma sabachthani?..."» (Mateus, 27, 46.) Os escribas anônimos que redigiram os pseudo evangelhos não deixam jamais de traduzi-lo por: «Deus meu! Deus meu! Por que me abandonaste?» Mateus, 27, 47.) Mas os judeus que assistiram à crucificação e que o ouviram, não se equivocaram quando disseram: «Está chamando Elias...» (Mateus, 27, 48.)
Alguns exegetas e linguistas, especialistas em línguas mortas, consideraram que esta frase era fenícia, e que significava: «Senhor! Senhor! As trevas... As trevas...», o qual tinha explicação, dado que se tratava de um agonizante, cuja vista se ia apagando pouco a pouco, ou que, por causa de um fenómeno mediúnico suscitado pelo último estado, distinguia formas terríficas, como as descritas pelo Livro dos Mortos tibetano, ou pelo apócrifo Livro de José, o Carpinteiro, e que não seriam a não ser fantasmas interiores, que se liberariam do subconsciente do agonizante. -- JESUS OU O SEGREDO MORTAL DOS TEMPLÁRIOS, Robert Ambelain.
Se alguma relação linguística com o fenício existe será precisamente por intermédio de Tanit, a deusa da vida e da morte e do veneno das cobras que aliviavam as dores de parto e que em grande dose provocavam a morte.
Consultando um dicionário aramaico confirma-se que o salmo 22 deve ser em aramaico parecido com o que é referido no texto evangélico, mas, se os estudiosos têm dúvidas é porque as semelhanças se ficam mesmo por isso!
ʾLh, ʾlhʾ (ˀălāh, ˀĕlāh, ˀă/ĕlāhā) n.m. = deus + lmh (lmā) conj. porquê + šbyqw, šbyqwtʾ (šbīqūṯā) n.f. = abandono + ʾnt (ˀant., ˀatt) pron. tu (m.) = ˀĕlāh ˀĕlāh, lmā šbīqūṯā-ˀant.
Ou seja, Jesus disse em aramaico algo que nem os latinos nem os gregos entenderam, embora se estranhe que os judeus não tivessem entendido!
ʿWll, ʿwllʾ (ˁullāl, ˁullālā) v.n. = trazer já! lṣʿm n.m. = veneno +sm, smʾ (samā) n.m. = remédio => | laʿma = lahma + swd, swdʾ (suwdā) n.m. = medida de vinho / sbyk (sabbīk̠) adj. = vinho xaroposo | => xarope + tnyn, tnynʾ (tannīn, tannīnā) n.m. cobra-do-mar!
Enfim, no local exacto, justa cruxem, pelo menos alguém entendeu o que Jesus em altos berros de aflição disse:
E'lo-i, E'lo-i, la'ma sabach-tha'ni = ˁullālā | lama <Rama
< Harma Karma < => Lamashu > lasma > Lahma > o «remédio»
+ sabbīk̠ = “xarope” ou suwdā = “dose de vinho” + tannīn
<= Ba'thani = Tanit, “(Srª) das cobras”.
=> lit. “Tragam-e já (antes que morra por asfixia dependurado na cruz),
uma dose do vinho de Tanit / o xarope das cobras do mar!
*ˁUllālā! lahma sabbik'thani! o que (traduzido do aramaico) quer dizer,*Tragam-me já (a dose de) o Tanino!
E um deles (que entendia bem o aramaico e estava previamente avisado) correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber.
«Tanino» < Fr. tanin< Gaul. Tann, carvalho < ???), s. m. substância adstringente que se encontra na casca do carvalho, do eucalipto e noutros vegetais e empregada na indústria de curtumes e na produção de corantes e tintas.
Obviamente que, até prova em contrário, é possível que os gauleses tenham tomado por analogia o nome do tanino do termo aramaico, até porque no Alto Douro este mesmo nome se dá ao raspado dos cascos de carvalho das pipas e túneis de vinho e se diz que o pé do bagaço amargo dá gosto a tanino ao vinho tinto! Notar que os taninos naturais, presentes na casca de muitas plantas, frutos e também na parra da videira são poderosos adstringentes que permitem a dissolver proteínas como as do veneno das cobras-do-mar!
Chá (Camelila sinensis, contém catequinas e outros flavonóides), vinho (sobretudo condensados, mais nos tintos que nos brancos), romã (sobretudo hidrolisáveis, punicalaginas predominantes), dióspiros (devido aos taninos algumas variedades só são comestíveis já muito maduras).
É também espantosa a relação semântica da acção dos taninos e dos efeitos adstringentes! Assim sendo, o nome dos taninos deve ter tido mais a ver com a alquimia oriental e o emprego de diversos adstringentes naturais na preparação de venenos a partir das cobras-do-mar do que com a casca de carvalho dos gauleses, que terão recebido o nome de empréstimo.
A maioria das bagas (arando-vermelho, morango, mirtilo) contém ambos tipos de taninos. Adstringente é o produto que contrai, estreita, reduz, produz constrição, união, ligação; que contrai os tecidos e vasos sanguíneos, diminuindo a secreção das mucosas; contrai ou recobre os tecidos orgânicos, diminuindo as secreções ou formando camada protetora; contraem os tecidos, combatendo diversas moléstias inflamatórias da boca, garganta, intestinos, orgãos genitais; provoca contração das mucosas, dos vasos e dos tecidos. – Wikipédia.
Ver: LAZARO (***)
Ora bem até, há muito pouco tempo, era consensual aceitar que a língua comum do tempo de Jesus era o Aramaico. Seguramente que esta convicção nunca foi fundamentada numa tradição evidente porque a investigação moderna provou o contrário (Brian Knowles [1]): os textos que têm sido encontrados na Palestina, como os rolos do Mar Morto, são maioritariamente em hebreu, os sinópticos são quase uma transliteração do hebraico e só assim se compreendem as raras frases de Jesus em aramaico (como o talitha qumi, “levanta-te menina” da ressurreição da filha de Jairo) que os evangelistas recolheram como exemplos duma obscura linguagem ritual. Ora, todas as evidências apontariam no sentido de que o aramaico de Jesus era apenas ritual se não tivesse sido muito precoce o preconceito anti-judaico dos cristãos que tudo fizeram para destruírem o seu cordão umbilical com os hebreus e judeus
Assim, já estamos a começar a compreender porque é que nem os evangelistas, nem os Doutores da Igreja descobriram esta versão incompreensível do primeiro verso do salmo 22.
Obviamente que mesmo sem o preconceito anti-judaico (que sempre os levou a nunca perguntarem aos judeus aquilo que eles, melhor do que ninguém, saberiam das suas tradições que pudesse esclarecer a cultura de Jesus e do seu tempo) os cristãos nunca poderiam entender esta frase em aramaico no seu verdadeiro sentido porque então o mito da ressurreição de Jesus teria abortado à nascença! Sendo assim, a ignorância preconceituosa dos primeiros cristãos em língua mortas, como era já o aramaico, não lhe permitiu entender a expressão realmente proferida por Jesus traduziu-a de forma liberal com o significado que lhe parecia mais conforme com o contexto!
No entanto, a expressão de João, pelo seu laconismo parece ser a tradução da semântica mais próxima do que realmente foi dito por Jesus nesse momento crucial! «Tenho sede» era, para este discípulo da Verdade, o significado pragmático desta estranha frase arcaica, que ele não sabia ser uma espécie de código que tinha como destinatários os seus cúmplices essénicos, que bem conheceriam a língua em que Jesus se exprimia numa hora tão dramática; que era a senha para que lhe fosse dado a beber o «veneno da cobra» que seria apenas uma metáfora do suco da mandrágora. As toxinas das víboras são hemotóxicas e, portanto, de escasso valor terapêutico ou iniciático! Dito de outro modo, o “veneno das cobras-do-mar” deu nome aos venenos que vieram a ser usados nos cultos de morte e ressurreição pascal porque teriam sido os mais místicos e primordiais usados pelos cretenses nos rituais das “deusas das cobras” e ainda usados pelos seus herdeiros fenícios nos cultos de Tanit.
Evidentemente que a tradição cultural de curandeiro de Jesus era da raiz fenícia e egípcia que já pouco ou nada teria a ver com a arcaica tradição da Deusa Mãe das cobras cretenses mas temos uma tradição recolhida por Santo Isidoro de Sevilha nas suas Etimologias sobre o sagmen, a “erva sagrada” dos romanos, e que diz:
Sagmen vocabant antiquitus romani berbenam quasi sanctimen eo quod sacerdotes in expiandis templis ea utebantur, ut titus livius libro primo ob hoc greci gerobotanum .i. sacram herbam vocant et cetera.
Assim, o termo grego gerobotanum que Santo Isidoro de Sevilha descreve como sendo o que Tito Lívio dizia ser atribuído pelos gregos ao sagmen latino seria afinal um termo grego genérico para berbena ou “erva sagrada” ó hiero-b(i)o-tanum mas que especificamente seria Gr. σεσα-γμένος, termo afinal mais próximo do latino sagmen e que pela relação com a sagina, seria uma coleção de erva medicinais de que o Hyssopus officinalis faria parte.
Ver: KAR, «ET VERBUM CARO FACTUM EST!» (***)
João 19: 29 Havia ali um jarro cheio de vinho acre. Então puseram uma esponja cheia de vinho acre numa haste de hissopo e a ergueram até à sua boca.
Então, é possível encontrar ressonâncias fonéticas distantes no la'ma sabach-tha'ni fenício ou aramaico como o gerobotanum das ervas sagradas com que foi preparado o vinagre que colocaram no hissopo que o soldado, previamente pago para o efeito por José de Arimateia, levou à boca de Jesus.
A relação das cobras com a ressurreição começou por ter sido meramente mítica.
Snakes or serpents display an appearance and movement that promotes a primeval fear in many of us” Depending on the civilization, snakes have been seen as demons, monsters, gods, ancestors, or sacred protectors." 1. ”Their ability to move without limbs, swallow prey in one piece, inflict venomous bites, constrict, ever-open eyes, and changing skin set them apart from other animals." 2. Serpents have symbolized every theme from immortality to death. [2]
No entanto, as cobras cretenses seriam cobras de água marinha e então, a possibilidade de o seu veneno ter sido utilizado na medicina dos tempos arcaicos é quase seguro porque a regra desses tempos era a de que tudo o que existe na natureza tem um propósito e deve ser aproveitado.
Should we limit ourselves to the Atlantic and Caribbean or the Mediterranean, which is too salty and lacks food for the sea snake? On paper they seem extremely deadly. Sea snake venom is the deadliest of all snake venoms. Snake venoms are an evolutionary success also aiding in digestion. One drop (0.03mi) of venom from the beaked sea snake can kill 3 men. A single beaked sea snake carries enough venom to kill 52 people. This neurotoxin is 4 times more deadly than a cobra's. Neurotoxins affect the nervous system, especially respiration and the heart. The victim of an untreated, highly venomous bite can expect convulsions, paralysis, respiratory failure and death. The neurotoxins in sea snake's venom prevents the binding of the neurotransmitter, acetylcholine which blocks nerve impulses. -- [3]
Em conclusão, as neurotoxinas das cobras marinhas são venenos naturais de efeito anticolinérgicos. Mas desde muito cedo que se terá sabido utilizar o efeito dos venenos naturais com proveito e um dos mais conhecidos é o curare ameríndio, um veneno natural típico dos que produzem bloqueie da placa muscular por efeitos anticolinérgicos.
Curare, a South American poison, has its effect because it inhibits the action of an enzyme, cholinesterase. The effects of curare are muscular and respiratory paralysis.
Como é altamente provável que a cultura dos ameríndios derive de uma arcaica cultura comum com a minóica podemos inferir que já então estaríamos em presença dum esboço duma prática arriscada de medicina natural baseada no conhecimento dos efeitos de certos venenos naturais. Por outro lado, ficamos também a entender que o culto das “cobras cretenses” não teria sido meramente metafórico se aceitarmos que este se centra, sobretudo, na mestria da utilização do veneno das cobras marinhas. Ora, se o curare foi uma das alternativas naturais encontradas nas Américas pré-colombianas no ocidente a beladona foi até hoje o veneno similar mais conhecido.
A presença em elevadas concentrações de alcalóides derivados dos tropanos (hiosciamina, atropina, escopolamina) convertem a beladona numa planta venenosa, capaz de provocar estados de coma ou “morte aparente” se bem administrados.
La atropina es una droga anticolinérgica natural compuesta por ácido tropico y tropina, una base orgánica compleja con un enlace ester. Parecida a la acetilcolina, las drogas annticolinérgicas se combinan con los receptores muscarínicos por medio de un lugar catiónico. Las drogas anticolinérgicas compiten con la acetilcolina en los receptores muscarínicos, localizados primariamente en el corazón, glándulas salivales y músculos lisos del tracto gastrointestinal y genitourinario. La introducción de los bloqueantes neuromusculares ha revolucionado la práctica anestesiológica y ha trascendido a otras áreas del quehacer clínico y terapéutico.
A atropina e/ou escopolamina reproduzem os efeitos anticolinérgicos do veneno das cobras marinhas. Seria assim similar aos curarizantes e à beladona.
A acção da atropina e da hyoxiamina actuam de modo semelhante paralisando as terminações nervosas do parassimpático; dilatam as pupilas; provocam salivação, secura da garganta, perturbação da deglutição, do vago cardíaco, e aceleram o pulso, as terminações intestinais, paralisia do intestino e dos nervos sudoríparos. Empregada principalmente contra a asma faz cessar o espasmo brônquico, e a sudorese.
De acção semelhante à beladona são a: Hyoxyamus niger, Dartura stramonium e Atropa mandragora.
Ver: TANIT / MANDRÁGORA (***)
De facto, o que se terá passado foi algo muito mais sério tanto no plano da doutrina como na estratégia messiânica de renovação dos arcaicos ritos de passagem. Na verdade, a morte impossível do filho de Deus, só pode ser interpretada com realismo de dois únicos modos:
Ou, quase inteiramente à margem da tradição, admitindo que fazia parte duma cínica táctica política para “iludir a cruz” e salvar a pele do herdeiro messiânico ao sumo-sarcerdócio sadoquista e ao trono dos judeus, que assim teria sido preso a contra-gosto por verdadeira traição duma oposição interna liderada por Judas.
Ou, aceitando a lógica mística da tradição, acreditando que fazia parte duma estratégia ideológica muito mais subtil de renovação da mística dos “ritos de passagem” no contexto dos mistérios de morte e ressurreição de Baal Adónis e Dionísio doravante aplicados a soldados da fé dos novos tempos, agentes messiânicos dum reino de Deus Universal, Católico e Apostólico, no contexto dum helenismo, já então sufocante devido à hegemonia dum imperialismo de novos-ricos, ou seja, a futuros sacerdotes e a combatentes ideológicos da “Igreja universal do reino de Deus” e não a guerreiro de profissão a soldo dos imperadores deste mundo.
Então, estando fora de causa um auto-sacrifício real, também o milagre da ressurreição teria que ser meramente virtual e resultar duma “morte aparente” em consequência de uma entrega voluntária às teias dum destino previsível e premonitório, tal como tinha sido nos “ritos passagem” da iniciação guerreira dos tempos arcaicos!
Todos os evangelistas referem que Jesus bebeu vinagre. Dar esta bebida a um condenado à morte poderia ter sido prática corrente o que seria irrelevante. Porém, seria o excipiente mais provável para administrar um veneno como o da cobra ou de mandrágora.
João 19:29 – 29 Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. 30 E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Mateus 27:48 – 48 E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo. 50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.
Marcos 15:36 – 36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo -a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo. 37 E Jesus, dando um grande brado, entregou o espírito.
Lucas 23:36 – 38 E também,
Certamente que todas as sugestões evangélicas referem uma saúde magnífica: Jesus vive ao e dorme muitas noites ar livre e tem e resistência dum judeu errante; ele tem a vida ocupada que às vezes não tem tempo para comer (Mc 3, 20 e 6, 31); os doentes procuram-no até altas horas da noite (Mc 3, 8). Ele dorme profundamente mesmo no meio duma tempestade e num barco desconfortável e, ainda assim, Jesus pode continuar a rezar mesmo em horas de angústia quando outros caem exaustos. A sua alma e o seu corpo eram fortes: o próprio Pilatos que já estivesse morto tão cedo, quando José de Arimateia lhe foi vai pedir o corpo; mas o procurador viu logo o que era um galileu forte.
Por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS. 39 E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. 40 Respondendo, porém, o outro, repreendia -o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? 41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. 42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino. 43 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. 36 E também os soldados escarneciam dele dizendo: Se tu és o Rei dos judeus, salva-te a ti mesmo, 37 e (um deles) chegando-se a ele, apresentou-lhe vinagre, 46 E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, entregou o espírito. 44 E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, 45 escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo.
O texto corrente de Lucas, além de desarrumado manifesta interpolações, seguramente por erros na transmissão oral dos sinópticos já escritos, sendo no entanto fácil e intuitivo o ordenamento da sequência da narrativa.
Em todos os evangelistas a morte segue-se imediatamente à toma do vinagre o que deveria ter sido considerado estranho desde sempre porque ainda que ácido está longe de ter alguma vez provocado um tal choque de paladar que se lhe pudesse imputar o poder de acelerar a morte de alguém!
«Vinagre», é claro, era simplesmente vinho tinto azedo com alto teor alcoólico, mas o que mais poderia ser o «fel» senão um derivado da linda «papaver somniferum» ou ópio? -- A Outra História De Jesus, Donovan Joyce.
A probabilidade de um vinho tinto azedo ter alto teor alcoólico é baixa porque o ácido acético resulta precisamente da acidificação fermentativa do álcool do vinho. No entanto, como D. Joyce estaria a pensar no laúdano seria caso para investigar se este teria tido, como excipiente do ópio, o vinagre. Na verdade, o láudano num xarope de morfina, ou seja, “tintura de ópio”, teria apenas álcool como dissolvente.
Tincture of Opium: Contains opiate alkaloids and morphine (10 mg/ml) and Alcohol (17-21%)
Assim sendo, fosse veneno da beladona ou da mandrágora o resultado viria a ser o mesmo: coma atropínico.
Symptoms: Pupil dilation, mouth and skin dryness, hallucinations, tremors, paralysis and coma.
Desta vez, Lucas, o médico, se sabia do que falava com a sua comprometida economia de palavras, não referiu o que devia porque o segredo médico não lho permitiria, já que ele próprio nada sabia (!J!).
Da sintomatologia própria dum efeito atropínico agudo nada foi referido, precisamente porque, qualquer um destes efeitos externos visíveis (a dilatação pupilar, por exemplo) dificilmente teria sido apreciado à distância, mesmo a qualquer um dos restantes evangelistas, nas condições de pendurado numa cruz em que Jesus se encontrava e a salivação excessiva teria ficado disfarçada e confundida pela mancha de vinagre que naturalmente teria ficado a escorrer da boca de Jesus. No entanto, o facto de todos os evangelistas referirem que Jesus gritou em voz alta, quase como um louco, devia ter sido considerada coisa estranha a todos os que nãos sabiam que poderia ser o resultado alucinatório deste efeito atropínico. O facto é que Jesus entrou rapidamente em morte aparente, evitando-se assim que lhe quebrassem as pernas.
Por isso, foi ainda mais rapidamente recolhido da cruz por José de Arimateia, o boticário, e por Nicodemos depois de requerido ao seu amigo Pilatos que ainda assim, como já se referiu, estranhou que já estivesse morto.
Ir para: DEPOSIÇÃO DE JESUS DA CRUZ (***)
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