quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

I SAGRADA FAMÍLIA 1.0 INFANCIA DE JESUS

I A SAGRADA FAMÍLIA, por arturjotaef.

 

 

Figura 1: Sagrada Família de Martino Altomont.

1. A GENEALOGIA DE JESUS

Mateus1: 1 Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão. 2 Abraão gerou a Isaque, e Isaque gerou a Jacó, e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos, 3 e Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá, e Perez gerou a Esrom, e Esrom gerou a Arão. 4 Arão gerou a Aminadabe, e Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom, 5 e Salmom gerou de Raabe a Boaz, e Boaz gerou de Rute a Obede, e Obede gerou a Jessé. 6 Jessé gerou ao rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias. 7 Salomão gerou a Roboão, e Roboão gerou a Abias, e Abias gerou a Asa, 8 e Asa gerou a Josafá, e Josafá gerou a Jorão, e Jorão gerou a Uzias, 9 e Uzias gerou a Jotão, e Jotão gerou a Acaz, e Acaz gerou a Ezequias. 10 Ezequias gerou a Manassés, e Manassés gerou a Amom, e Amom gerou a Josias, 11 e Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na deportação para a Babilônia. 12 E, depois da deportação para a Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel, e Salatiel gerou a Zorobabel, 13 e Zorobabel gerou a Abiúde, e Abiúde gerou a Eliaquim, e Eliaquim gerou a Azor, 14 e Azor gerou a Sadoque, e Sadoque gerou a Aquim, e Aquim gerou a Eliúde, 15 e Eliúde gerou a Eleazar, e Eleazar gerou a Matã, e Matã gerou a Jacó, 16 e Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo. 17 De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e, desde Davi até a deportação para a Babilônia, catorze gerações; e, desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações.

Lucas3: 23 E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José, de Eli, 24 e Eli, de Matate, e Matate, de Levi, e Levi, de Melqui, e Melqui, de Janai, e Janai, de José, 25 e José, de Matatias, e Matatias, de Amós, e Amós, de Naum, e Naum, de Esli, e Esli, de Nagai, 26 e Nagai, de Maate, e Maate, de Matatias, e Matatias, de Semei, e Semei, de José, e José, de Jodá, 27 e Jodá, de Joanã, e Joanã, de Resa, e Resa, de Zorobabel, e Zorobabel, de Salatiel, e Salatiel, de Neri, 28 e Neri, de Melqui, e Melqui, de Adi, e Adi, de Cosã, e Cosã, de Elmadã, e Elmadã, de Er, 29 e Er, de Josué, e Josué, de Eliézer, e Eliézer, de Jorim, e Jorim, de Matate, e Matate, de Levi, 30 e Levi, de Simeão, e Simeão, de Judá, e Judá, de José, e José, de Jonã, e Jonã, de Eliaquim, 31 e Eliaquim, de Meleá, e Meleá, de Mená, e Mená, de Matatá, e Matatá, de Natã, e Natã, de Davi, 32 e Davi, de Jessé, e Jessé, de Obede, e Obede, de Boaz, e Boaz, de Salá, e Salá, de Naassom, 33 e Naassom, de Aminadabe, e Aminadabe, de Admim, e Admim, de Arni, e Arni, de Esrom, e Esrom, de Perez, e Perez, de Judá, 34 e Judá, de Jacó, e Jacó, de Isaque, e Isaque, de Abraão, e Abraão, de Tera, e Tera de Naor, 35 e Naor, de Serugue, e Serugue, de Ragaú, e Ragaú, de Faleque, e Faleque, de Éber, e Éber, de Salá, 36 e Salá, de Cainã, e Cainã, de Arfaxade, e Arfaxade, de Sem, e Sem, de Noé, e Noé, de Lameque, 37 e Lameque, de Metusalém, e Metusalém, de Enoque, e Enoque, de Jarede, e Jarede, de Maalalel, e Maalalel, de Cainã, 38 e Cainã, de Enos, e Enos, de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus.

Mateus 1: Davi > Salomão > Roboão > Abias > Asa > Josafá > Jorão > Uzias > Jotão> Acaz, e Acaz >  Ezequias> Manasses > Amom > Josias > Jaconias >

> Salatiel

> Zorobabel

> Abiúde > Eliaquim > Azor

> Sadoque

> Aquim > Eliúde, > Eleazar

> Matã > Jacó

> José.

Lucas 3: 23 Davi > Natã > Matatá > Mená > Meleá > Eliaquim > Jonã > José > Judá > Simeão > Levi > Matate > Jorim > Eliézer > Josué > Er > Elmadã > Cosã > Adi > Melqui > Neri

> Salatiel

> Zorobabel

> Resa > Joanã > Jodá > José

> Semei

> Matatias > Maate > Nagai > Esli > Naum > Amós > Matatias > José > Janai > Melqui > Levi > Matate > Eli > José.

Deixando de lado as genealogias anteriores a David que seriam assunto para judeus discutirem, a genealogia de Jesus, só por si, deveria ter sido uma das coisas que mais deveria ter envergonhado os cristãos, seja pela sua inconsistência quer por levar a um personagem que sendo pai putativo de Jesus nunca lhe poderia estar hereditariamente ligado já que Jesus era considerado filho de Deus... ou do seu mensageiro, o arcanjo S. Gabriel.

Procurar nas genealogias dos canónicos algum indício informativo sobre a verdadeira ascendência de Jesus é pura perda de tempo. Primeiro porque são sumárias e contêm nomes impossíveis de confirmar nas fontes conhecidas. Segundo porque sendo duas e completamente divergentes constituem um dos muitos escândalos da literatura sagrada! Como é possível que o Espírito Santo se tenha equivocado tanto num assunto da máxima responsabilidade heráldica? Obviamente que foram os evangelistas que se equivocaram.

É inaceitável que Mateus e Lucas pudessem construir duas genealogias completamente contraditórias da mesma linhagem. Novamente, de Davi a Jesus, as genealogias são completamente diferentes. Até mesmo a referência a Salatiel e Zorobabel provavelmente esteja falando de pessoas diferentes com o mesmo nome. Mateus diz que o pai de Salatiel era Jeconias, enquanto Lucas diz que o pai de Salatiel era Neri. Era normal que um homem chamado Salatiel chamasse seu filho de Zorobabel por causa das pessoas famosas que tinham aqueles mesmos nomes (veja os livros de Esdras e Neemias). (…)

Levando em consideração todos esses conceitos, a maioria dos estudiosos bíblicos acredita que Lucas esteja registrando a genealogia de Maria, e Mateus a de José. Mateus está seguindo a linhagem de José (pai legal de Jesus), através de Salomão, filho de Davi; enquanto Lucas está seguindo a linhagem de Maria (parente sanguíneo de Jesus), através de Natã, filho de Davi. Não existia uma palavra grega para "genro", e José teria sido considerado um filho de Heli por ter se casado com Maria, filha de Heli. Por ambas as linhagens, Jesus é um descendente de Davi e, portanto, qualificado para ser o Messias. Registrar a genealogia através do lado materno era incomum, assim como o nascimento virgem. A explicação de Lucas é que Jesus era filho de José, “como se cuidava” (Lucas 3:23).

A falácia com que os exegetas procuram iludir o assunto propondo que uma se refere a José e a outra a Maria não colhe porque os evangelhos são explícitos ao referirem-se que são ambas genealogias pela via de José. De qualquer modo não deixa de ser interessante que as fontes judaicas refiram que a mãe de Jesus era filha de Heli que de facto aparece na genealogia de Lucas e não na de Mateus sendo portanto possível que se trate de facto de um lapso deste evangelista gentio que nada entenderia das tradições judaicas e que davam tanta ou mais importância às genealogias matrilineares quanto às patrilineares quando se tratava de reforçar a descendência real davídica, a exemplo da tradição faraónica egípcia e tal como a interpretou o Grande Herodes ao casar-se com Mariana I, filha do rei hasmoneu Alexandre Janeu.

De acordo com o Talmude, o Chagigah, uma certa pessoa teve um sonho em que viu a punição dos condenados. No sonho,"ele viu Maria a filha de Heli entre as sombras...pendurada pelas fibras de seus seios; e há quem diga, no portão, ou, como em outro lugar (Chagiga, fol. 77. 4.), a barra do portão do inferno está fixada em seu ouvido” (John Lightfoot, Commentary On the New Testament from the Talmud and Hebraica [Oxford University Press, 1859; with a second printing from Hendrickson Publishers Inc., 1995], vol. 1, p. v; vol. 3, p.55).[1]

Mas, e isso é o mais importante, a falta de inspiração dos evangelistas foi tamanha que nem sequer se deram conta de que a genealogia de José contava pouco por ser suposto que Jesus era filho putativo de José, logo sem direito legítimo à genealogia deste! Em rigor a genealogia de Jesus deveria reportar-se à parte terrena que procedia da Virgem Maria. Se tivesse havido alguma sensatez nos primeiros redactores destas piedosas genealogias e se o Espírito Santo as tivesse inspirado em exclusividade pelo menos teria feito com que elas acabassem no nome da Virgem Maria e nem em Heli que nem é suposto ser pai da virgem Maria porque a tradição da Igreja e os escritos apócrifos afirmam que os pais de Maria eram um casal de idosos, São Joaquim e Santa Ana. Mas é possível que esta lenda se referisse não à virgem Maria mas a sua mãe e avó de Jesus e que seria Mariana I (Santa Ana) e segunda esposa de Herodes.

É bem conhecido que os judeus, ao elaborarem suas tabelas genealógicas, levavam em conta apenas os varões, rejeitando o nome da filha quando o sangue do avô era transmitido ao neto por uma filha, e contando o marido desta filha em lugar do filho do avô materno. (Números 26:33).

Onde se lê "José, o filho de Heli" devia ler-se José "o genro de Heli" pois que este deveria ter sido literalmente genro já que ele não era filho por descendência natural, mas há um precedente bíblico para permitir que um genro seja chamado de filho. Em Samuel 24: 16 Davi é chamado “filho” em vez de “genro” por Saul porque ele era casado com sua filha.

De qualquer modo, o facto de as duas genealogias de Jesus serem diversas sempre se poderia dizer que uma seria do lado de Joaquim, o suposto avô materno e outra de Ana, a suposta avó materna de Jesus.

Mateus, 1: 16 Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo.

Lucas, 3: 23 E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José, (era genro) de Eli (…).

Se apenas a genealogia de José tivesse sido registrada por Mateus, poderíamos afirmar razoavelmente que Jesus não poderia ser o único prometido porque era descendente de Jaconias e porque a genealogia de José não é relevante porque não foi a sua semente que foi passada para Jesus - isto é, a descendência natural ("segundo a carne") que foi transmitida através de Maria. Assim, somente quando ambas as genealogias concordam que uma delas pode estar correcta é que os problemas de interpretação levantados por uma lista são respondidos pela outra. Claro que esta teologia moderna era no tempo da candidatura de Jesus ao trono de Israel uma questão de direito constitucional pelo que se supunham duas coisas. Em primeiro lugar que a Virgindade Perpétua de Maria não era ainda uma questão teologicamente prioritária e em segundo lugar que a natureza bastarda de Jesus ainda não era contestada pela grande maioria dos doutores da lei judaica da época. Mas resta ainda contextualizar a existência de um Heli na família da Virgem Maria. Ora o único Heli relevante conhecido pelas fontes judaicas foi Hilel, o Ancião, um célebre líder cabalista que viveu durante o reinado de Herodes, o Grande, na época do Segundo Templo de 60 a.C. a 9 da era Cristã. Estudioso respeitado em seu tempo, Hilel é associado a diversos ensinamentos da Mishná e do Talmude, tendo fundado uma escola (Beit Hilel) para ensino de mestres rabínicos. Hill-el nasceu na Babilónia, e, de acordo com a Iggeret de Rav Sherira Gaon (uma história abrangente da composição do Talmud do século X da Era Cristã), Hill-el descende da tribo de Benjamin por parte de pai e, a partir da família de David por parte da mãe. Portanto, já o pai de José seria de tradição davídica apenas pela linha materna.

O mais interessante neste momento é verificar a possibilidade de que este Heli ou Hillel seria o mesmo Ananel referido por Flábio Josefo e que Herodes, o Grande mandou vir da Babilónia para lhe dar o cargo de sumo-sacerdote.

O temor de que uma pessoa de origem ilustre fosse constituída no sumo sacerdócio levou Herodes a mandar vir da Babilónia um sacerdote chamado Ananel, oriundo de uma das mais obscuras famílias, e investiu-o nesse cargo. -- Flábio Josefo

In these Talmudic notices we hear in a midrash - a folkloric expansion - on this same Jeremiah 35 passage about Rechabites, that ‘the sons of Rechab were married to the daughters of the High Priests’ and ‘did service in the Temple’ at least in the period just preceding the compilation of the materials in question. Another Talmudic tradition reverses this claiming ‘the daughters of the Rechabites married the sons of the High Priests’. This last brings us very close to the picture in the Gospel of Luke of John the Baptist’s origins, who ‘drank no wine’ and wore a kind of clothing typical of the wilderness dwelling descendants of these ‘Potters’. However these things may be, we have in these Rabbinic notices extremely important testimony to the fact of wilderness-dwelling types like such ‘Rechabites’ - whom in other descriptions might be called ‘life-long Nazirites’, or even possibly ‘Nazoraeans’ - doing service in the Temple. -- Robert Eisenman's James The Brother Of Jesus: A Higher-Critical Evaluation

Obviamente que a exacta linha sucessória de Jesus permanecerá sempre um mistério se entretanto não forem encontradas fontes documentais inesperadas nalguma gruta do deserto da Judeia ou do Egipto. A prova do ADN ficará sempre comprometida porque o dogma da ascensão de Jesus impede a aceitação de que este possa ter morrido segunda vez e sido enterrado como um qualquer mortal. A verdade porém é que o numeroso harém de Herodes deve ter espalhado pela Judeia muitos candidatos alternativos ao trono pois teve pelo menos dez mulheres e incontáveis amantes.

Que as duas genealogia dos evangelhos canónicos tenham apenas Salatiel > Zorobabel em comum é pouco senão pior emenda que o soneto porque coloca Salatiel a ter dois pais e duas linhas hereditárias diversas até David.

Zorobabel é um líder israelita do Antigo Testamento que teria chefiado o retorno do primeiro grupo de judeus exilados que se encontravam no cativeiro babilónico, facto histórico ocorrido depois de 539 a. C. quando Ciro, rei e imperador da Pérsia já havia ocupado a Babilónia. Este personagem era neto do último rei de Judá Jaconias ou Joaquim que apenas Mateus refere. Se existe algum fundo de verdade nas informações recolhidas pelo gentio Lucas este estaria a referir-se à genealogia de Jesus pela linha dos Macabeus herdada por Herodes a partir de Mariana I.

Já a genealogia de Mateus, se tiver também algum fundo de verdade, pretenderia garantir a linha real reinante até Zorobabel acabando depois por seguir a linha essência do sacerdócio dissidente sodoquista iniciado por Onias.

Dito de outro modo, a única forma de salvar as duas genealogias como sendo ambas verídicas seria admitir que uma pretenderia ser da linha real asmodeia e a outra da linha sacerdotal sadoquista. Neste caso, a referência a Sadoque / Eleazar seria a parte essencial da informação implícita num código essénico de que desconhecemos a chave.

 

MARIANA I, AVÓ MATERNA DE JESUS



Mariana ou Mariane (54 a.C. — 29 a.C.) foi a segunda mulher de Herodes o grande. Seu pai era Alexandre, filho de Aristóbulo II e sua mãe era Alexandra, filha de Hircano II; Mariana e seu irmão Aristóbulo eram extremamente belos. O casamento com Herodes foi acordado em 41 a. C. e consumado a 38 a. C. Mariamna teve três filhos e duas filhas com Herodes. Alexander e Aristóbulo, foram executados, em 7 a. C., acusado de conspiração por ordem de Herodes.

Assim sendo, o nome do José referido no novo testamento seria o amante de Mari-ana I, cunhado de Herodes e casado com a sua irmã Salomé, e possivelmente mãe de Mari-ana II, a mais que provável mãe de Jesus.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2: Sagrada Família de Denys Calvaert.

Confrontando a verdade história relatada com todas as insuficiências de investigação da época com as fontes apócrifas romanescas verificamos que talvez a história da Virgem Maria possa ser recontada de forma natural no contexto da realidade social da época. Para tal bastará suspeitar que os nomes aceites pela tradição como sendo os pais da mãe de Jesus seriam pseudónimos ou nomes puramente inventados para ocultar a verdade incómoda duma relação óbvia com o odioso Herodes.

 

 

ANUNCIAÇÃO A SANTA ANA

DIATESSARON DE SHIM’ON

Infancia de Yeshua

Proto-evangelho de Ya’aqov (s. II),

Evangelho da Natividade de Maria (1800?),

Loukas,

Evangelho da infância segundo Teo’ma (pelo menos anterior ao ano 185 dC, em que o cita Ireneu de Lião),

Evangelho de Bartolomeu (Tradução da Versão Latina)

Evangelho Árabe da infância,

Evangelho Arménio da infância,

Evangelho do Pseudo – Mattithyahu,

Historia Copta de Yosef o Carpinteiro (s. II),

Historia árabe de Yosef o Carpinteiro,

Transito da donzela Maria,

Josefo e outros historiadores.

Na época de Herodes, o Grande[2], no ano de 732 em Roma, quando ele começou a reconstrução do templo, havia na cidade de Nasrath um homem chamado Jehoiakim, de quarenta anos de idade, que trouxe oferendas ao templo. Mas eles lhe disseram: Não é lícito você traze-los, porque você não gerou um filho.

Jehoiakim afligiu-se e retirou-se para o deserto. E ele jejuou os quarenta dias e quarenta noites.

E ele passou cinco meses sem ver sua esposa.

E Ana, sua esposa, lamentou dizendo: Eu chorarei minha viuvez e também chorarei minha esterilidade.

Chegou, porém, a grande festa do Senhor e disse-lhe Judite, sua criada: - Até quando vais humilhar a tua alma? Já é chegada a festa maior e não te é lícito entristecer-te. Toma este lenço de cabeça, que me foi dado pela dona da tecelagem, já que não posso cingir-me com ele por ser eu de condição servil e leva-lo ao selo real. Disse Ana: - Afasta-te de mim, pois que não fiz tal coisa e, além do mais, o Senhor já me humilhou em demasia para que eu o use. A não ser que algum malfeitor o haja dado e tenhas vindo para fazer-me também cúmplice do pecado. Replicou Judite: - Que motivo tenho eu para maldizer-te, se o Senhor já te amaldiçoou não te dando fruto de Israel?

Ainda que até aqui tudo apontasse para que se estivesse perante uma mulher de “selo real” agora o texto começa a desajustar-se por levar à insinuação de que a mãe de Maria seria uma mulher infértil!


Figura 3: Expulsão de Joaquim do Templo. (Domenico Ghirlandaio).

Ana, ainda que profundamente triste, despiu suas vestes de luto, cingiu-se com um toucado, vestiu suas roupas de bodas e desceu, na hora nona, ao jardim para passear. Ali viu um loureiro, assentou-se à sua sombra e orou ao Senhor, dizendo: - Ó Deus de nossos pais! Ouve-me e bendiz-me da maneira que bendisseste o ventre de Sara, dando-lhe como filho Isaac!

III Tendo elevado os olhos aos céus, viu um ninho de passarinhos num loureiro e novamente se lamentou dizendo: - Ai de mim! Por que nasci e em que hora fui concebida? Vim ao mundo para ser como terra maldita entre os filhos de Israel. Estes me cumularam de injúrias e me escorraçaram do templo de Deus. Ai de mim! A quem me assemelho eu? Não às aves do céu, pois elas são fecundas em tua presença, Senhor. Ai de mim! A quem me pareço eu? Não às bestas da terra, pois que até esses animais irracionais são prolíficos ante teus olhos, Senhor. Ai de mim! A quem me posso comparar? Nem sequer a estas águas, porque até elas são férteis diante de ti, Senhor. Ai de mim! A quem me igualo eu? Nem sequer a esta terra, porque ela também é fecundada, dando seus frutos na ocasião própria e te bendiz, Senhor.

IV Eis que se lhe apresentou o anjo de Deus, dizendo-lhe: - Ana, Ana, o Senhor escutou teus rogos! Conceberás e darás à luz e de tua prole se falará em todo o mundo. Ana respondeu: - Viva o Senhor meu Deus, que, se chegar a ter algum fruto de bênção, seja menino ou menina, levá-lo-ei como oferenda ao Senhor e estará a seu serviço todos os dias de sua vida.

Então vieram a ela dois mensageiros com este recado: - Joaquim, teu marido, está de volta com seus rebanhos, pois que um anjo de Deus desceu até ele e lhe disse que o Senhor escutou seus rogos e que Ana, sua mulher, vai conceber em seu ventre. Tendo saído Joaquim, mandou que seus pastores lhe trouxessem dez ovelhas sem mancha. Disse ele: - Estas serão para o Senhor. Mandou, então separar doze novilhas de leite, dizendo: - Estas serão para os sacerdotes e para o sinédrio. Finalmente, mandou apartar cem cabritos para todo o povoado. Ao chegar Joaquim com seus rebanhos, estava Ana à porta e, ao vê-lo chegar, pôs-se a correr e atirou-se ao seu pescoço dizendo: - Agora vejo que Deus me bendisse copiosamente, pois, sendo viúva, deixo de sê-lo e, sendo estéril, vou conceber em meu ventre. Então Joaquim repousou naquele dia em sua casa.

V No dia seguinte, ao ir oferecer suas dádivas ao Senhor, dizia para consigo mesmo: - Saberei se Deus me vai ser favorável se eu chegar a ver o éfode do sacerdote. Ao oferecer o sacrifício, observou o éfode do sacerdote, quando este se acercava do altar de Deus, e, não encontrando pecado algum em sua consciência, disse: - Agora vejo que o Senhor houve por bem perdoar todos os meus pecados. Desceu Joaquim justificado do templo e foi para casa. O tempo de Ana cumpriu-se e no nono mês deu à luz. Perguntou à parteira: - A quem dei à luz? A parteira respondeu: - Uma menina[3]. Então Ana exclamou: - Minha alma foi enaltecida - e reclinou a menina no berço. Ao fim do tempo marcado pela lei, Ana purificou-se, deu o peito à menina e pôs-lhe o nome de Maria. -- Proto-Evangelho De Tiago.

Os contos sobre a natividade da Virgem Maria só não são compatíveis com as desgraças de Mariana I, mulher de Herodes, porque coloca Ana como infértil. Porém, Mariana sofreria secretamente o facto de ser metaforicamente estéril por não ter filhos judeus de raça pura, já que os que tinha eram mestiços uma vez que Herodes era Idumeu. Compreendemos agora os motivos secretos que levaram Mariana I e o cunhado de Herodes a meterem-se em perigosas intrigas que acabaram tornar a vida familiar de Herodes num inferno! Afinal a razão pela qual os filhos de Herodes com Mariana I, Alexandre e Aristóbulo, terem sido condenados à morte pelo próprio pai pode ter resultado do simples facto de estes terem crescido num ambiente hostil de rejeição por parte dos críticos fariseus contra os quais Herodes terá tido muitas queixas de excesso de zelo face ao rigor da lei judaica.

Profitant de l’agonie d’Hérode, des jeunes Juifs escaladent la façade du Temple pour y décrocher l’aigle des légions romaines qui l’orne en contradiction des traditions juives. Hérode, à l’agonie, ordonne l’exécution des pharisiens qui ont commis le sacrilège contre l’aigle romain. Ils seront brûlés vifs. Dans ses derniers moments, Hérode fait assassiner Antipater, qui complotait contre lui.

A forma como este facto terá moldado o carácter e as acções futuras destes personagens trágicos da família disfuncional de Herodes só estes o poderiam dizer, se Freud os tivesse consultado!

Como estamos perante uma novela bizantina nada nos impede de aceitar que haja algum fundo de verdade nesta ficção da história sagrada! Na verdade, a versão Arménia desta história pode ser a original na medida em que é Joaquim que é colocado na situação desesperada de falta de herdeiro!

I 1. En aquel tiempo, un hombre llamado Joaquín salió su casa, llevando consigo sus rebaños y sus pastores, y fue al desierto, donde fijó su tienda. Y, después de haber permanecido allí en oración, durante cuarenta días y cuarenta noches, gimiendo, llorando y no viviendo más que de pan y de agua, se arrodilló, y, en la aflicción de su alma, rogó a Dios en estos términos: Acuérdate de mí, Señor, según tu misericordia y tu justicia, y opera en mí una señal de tu benevolencia, como lo hiciste con nuestro antepasado Abraham, a quien, en los días de su vejez, concediste un vástago de bendición, hijo de la promesa, Isaac, su descendiente único y prenda de consuelo para su raza. Y de esta suerte, con lágrimas y alma afligida, pedía piedad a Dios. Y decía: No me iré de aquí, ni comeré, ni beberé, hasta que el Señor me haya visitado, y haya tenido compasión de su siervo. 2. Y, cuando se acabaron los cuarenta días de ayuno, advino el ángel del Señor, y, colocándose ante Joaquín, le dijo: Joaquín, el Señor ha oído tus plegarias, y ha atendido tus súplicas. He aquí que tu mujer concebirá, y te dará a luz un vástago de bendición. Y su nombre será grande, y todas las razas lo proclamarán bienaventurado. Levántate, toma las ofrendas que has prometido, llévalas al templo santo, y cumple tu voto. Porque yo iré esta noche a prevenir al Gran Sacerdote, para que acepte esas ofrendas. Y, después de hablar así, el arcángel lo abandonó. Y Joaquín se levantó en seguida con júbilo, y partió con sus numerosos ganados y con sus ofrendas. 3. Y el ángel del Señor, apareciendo a Eleazar, el Gran Sacerdote, en una visión semejante, le dijo: He aquí que Joaquín viene hacia ti con ofrendas. Recibe sus dones religiosamente y conforme a la ley, como conviene. Porque el Señor ha escuchado sus ruegos, y ha realizado su demanda. Y el Gran Sacerdote se despertó de su sueño, se levantó, y dio gracias al Altísimo, diciendo: Bendito sea el Señor, Dios de Israel, porque no desdeña a sus servidores que le imploran. Después, el ángel apareció por segunda vez a Ana, y le dijo: He aquí que tu marido llega. Levántate, ve a buscarlo, y recíbelo con alegría. Y Ana se levantó, revistió su atavío nupcial, y fue a buscar a su marido. Y, cuando lo divisó, se prosternó con júbilo ante él, y le echó al cuello los brazos.

Imaginemos que era o pai da Virgem Maria que se chamava José e não o velho esposo! Supúnhamos também que a tradição cristã manteve de que José nem sequer era esposo de Maria mas seu fiel guardião! Então estamos na posse de dados suficientes para suspeitar que este José era apenas o cunhado de Herodes que desesperadamente procurava um herdeiro que não fosse da Idumeia mas um Judeu para contrapor a Herodes. Na verdade, sabemos que José, o cunhado de Herodes, era casado com sua irmã Salomé mas Flávio Josefo não nos diz mais nada sobre os ascendentes deste cunhado do rei Herodes.

Então, se tudo o que os textos apócrifos dizem sobre o pai de Maria pode reportar-se ao cunhado de Herodes, Salomé seria tia de Jesus por parte do pai e tia-avó por parte da mãe. E é então que vamos encontrar nos apócrifos um tal sumo-sacerdote Eleasar que bem pode ser o acrónimo de Ezequias, o tal estranho chefe de salteadores que tanta dor de cabeça veio a dar ao Herodes e cuja morte violente mereceu que o sinédrio Judaico levasse o grande rei a tribunal.

Os evangelhos enganaram-se tantas vezes nos nomes e nas datas dos acontecimentos que descrevem que nada nos admiraria que fosse o caso. Aliás, até prova em contrário parece mesmo ser este o caso!

Ezequias / El-eazar > Easar-el => Zacari-el / el-Ze-ke(r)-i(as) > Zacarias.

                 > Gabriel.

5. Mas Joaquín, después de haber hecho sus ofrendas ordinarias, tomó un cordero, y, haciendo primero su oblación, lo sacrificó después sobre el altar. Y todos vieron por un prodigio inesperado salir de la arteria una especie de leche blanca en lugar de sangre.

Obviamente que o sacerdote responsável pelo sacrifício do cordeiro terá cortado algo que não devia mas os veterinários que o digam! O certo é que o profetismo antigo entendia todos os percalços, mesmo os erros técnicos, como augúrios que os sacerdotes, políticos da época, aproveitavam como pretexto profético para mandar recados baseados em inconfidências e intrigas palacianas.

Ante tan singular espectáculo, los sacerdotes y todo el pueblo quedaron atónitos, sorprendidos y maravillados. Porque jamás se había visto un prodigio semejante al que se verificara en tal sacrificio. Y Eleazar, el Gran Sacerdote, requirió a Joaquín para que dijese en nombre de qué había presentado en ofrenda y en sacrificio aquel cordero sobre el altar. 6. Y Joaquín respondió: Las primeras ofrendas las prometí al Señor, como un voto que debía cumplir. Pero este último cordero lo ofrecí en nombre de mi vástago futuro, y a él lo reservé. Y el Gran Sacerdote dijo: ¿Sabes lo que implica ese signo que el Señor te ha mostrado en nombre de tu vástago futuro? La leche que acaba de salir de esa arteria tiene una significación precisa. Porque lo que nacerá del vientre de su madre, será una hembra, una virgen impecable y santa. Y esta virgen concebirá sin intervención de hombre, y nacerá de ella un hijo varón, que llegará a ser un gran monarca y rey de Israel. Y, al oír estas cosas, todos los que estaban presentes, fueron presa de la mayor admiración. Joaquín se dirigió en silencio a su casa, y contó a su esposa los prodigios que habían ocurrido. Y, dando gracias a su Dios, se regocijaron, y dijeron al Altísimo: Hágase tu voluntad.

Claro que, se algum fundo de verdade existe neste conto sagrado, os sacerdotes da época profética só poderiam saber o sexo da criança se esta já tivesse nascido, pelo que podemos garantir que a Virgem Maria já estaria a salvo num reduto essénio de Qumram. Como nem o cunhado de Herodes nem Mariana I poderiam tomar conta da virgem Maria os pais desta decidiram de forma lendária dedicá-la ao serviço do Templo acabando como filha de Simeão, suposto pai de Mariana II, na verdade a mais plausível mãe de Jesus.

 

DIATESSARON DE SHIM’ON

Infancia de Yeshua

(...)

(E, depois de algum tempo, Hannah engravidou novamente e trouxe ao mundo uma garota chamada Parogithä, dizendo: Miryam será do Senhor, e Parogithü constituirá nossos prazeres (phurgäiä) em vez de Miryam.)

E ele a chamou de Miryam[4].

Miryam (tinha uma) irmã, Miryam, filha de Klofas, que o Senhor havia dado a seu pai Klofas e sua mãe Hannah, porque eles ofereceram ao Senhor Miryam, o Mãe de Yeshua. E este Miryam tinha sido chamado pelo mesmo nome que Miryam para confortar seus pais[5].

E, quando a menina completou três anos de idade, o sumo sacerdote a recebeu. E ele fez a menina se sentar no terceiro degrau do altar, e ela dançou de pé e toda a casa de Israel a amava.

E eles deixaram Miryam lá, para serem educados no complexo do templo, com as outras donzelas. E eles voltaram para casa[6].

 

Figura 4: Domenico Ghirlandaio, Apresentação da Virgem no Templo.

María consagrada al templo IV 1. Y nueve meses después, Ana dio a luz una niña, y llamó su nombre María. Y, destetada que fue al tercer año, Joaquín y su esposa Ana se encaminaron juntos al templo, y ofrecieron víctimas al Señor, y confiaron a la pequeña a la congregación de vírgenes, que pasaban el día y la noche glorificando a Dios. -- EL EVANGELIO DEL PSEUDO-MATEO.

Depois de um ano, seus pais morreram[7].

Assim, a suspeita de adultério, que os saduceus invocaram, recair sobre a mãe de Jesus quando teria ocorrido com a avó deste o que, para efeitos de legitimidade sucessória era bastante, sobretudo se entre os saduceus houvesse herodianos. Então, a Virgem Maria pode ter sido Mariana II, uma das esposas de Herodes que seria secretamente filha de Mariana I e do cunhado de Herodes, factos que este terá descoberto também secretamente mas muito mais tarde quando veio a fazer amizade com o essénio Manaém, porque este tinha profetizado que Herodes seria rei.

Capítulo 21 O povo ofereceu-lhe coroas, e também o próprio Hircano, pois o considerava então como da família, porque ele iria desposar Mariana, filha de Alexandre, filho de Aristóbulo e de Alexandra, filha de Hircano. O casamento realizou-se depois, e Herodes dele teve três filhos e duas filhas. Ele havia desposado em primeiras núpcias uma mulher de nome Dóris, que era de sua nação, e dela tivera Antípatro, seu filho mais velho.

Mas nada agia em seu favor com tanto poder, sobre seu espírito, como sua incrível paixão por sua esposa; esta aumentava todos os dias, de tal modo, que parecia insensível às ofensas que recebia. A princesa não o odiava menos do que o amava e tinha tanta confiança no afecto que ele lhe dedicava, que não temia acrescentar aos motivos que lhe dava sem cessar, de a trocar em aversão, censuras pela morte de Hircano, seu avô, e de Aristóbulo, seu irmão, que sua inocência, beleza e juventude não tinham podido preservar de sua crueldade. Ele o tinha constituído sumo sacerdote na idade de dezassete anos e as lágrimas de alegria derramadas pelo povo, quando o viu entrar no Templo, revestido das vestes sagradas, causaram-lhe tanta inveja, que ele o mandou, à noite, a Jerico, onde os gaiatas o afogaram, por sua ordem, num ataque.

A princesa não se contentava de fazer essas censuras a Herodes; ela tratava também sua mãe e sua irmã de maneira ofensiva; ele a suportava sem nada dizer, porque a violência de seu amor fechava-lhe a boca. Nada havia, porém, ao contrário, que essas mulheres, desvairadas pelo furor e pelo desejo de vingança, não fizessem para incitá-lo contra ela. Não lhe pouparam nem mesmo a honra; para fazê-la passar em sua mente por impudica, acusaram-na de ter mandado ao Egipto seu retrato a António, que todos sabiam ser o homem mais apaixonado do mundo pelas mulheres e que poderia assim fazê-lo morrer, para se apoderar da sua esposa.

O temor de que uma pessoa de origem ilustre fosse constituída no sumo sacerdócio levou Herodes a mandar vir da Babilónia um sacerdote chamado Ananel, oriundo de uma das mais obscuras famílias, e investiu-o nesse cargo. Alexandra, mãe de Hircano e viúva de Alexandre, filho do rei Aristobulo, de quem ela tivera um filho de nome Aristobulo, como o avô, e uma filha de nome Mariana, mulher de Herodes, ficou muito sentida com a injustiça que este fez ao filho, preterindo-o para honrar com tão excelsa dignidade um homem de nenhum mérito.

Ela então escreveu a Cleópatra, por meio de um músico, rogando-lhe que pedisse a António o cargo para o filho. A rainha prestou-lhe de boa mente aquele favor, mas nada pôde obter. Ao mesmo tempo, Célio, que era muito amigo de António, veio à Judéia para alguns negócios e admirou-se da beleza extraordinária de Aristobulo e de Mariana, e da felicidade de Alexandra, por ter posto no mundo tais filhos. Aconselhou-a a mandar retratos deles a António, não duvidando que ele, depois de os ter visto, faria tudo o que ela desejava. Ela acreditou, e Gélio, ao regressar para junto dele, exagerou a beleza deles, afirmando que mais pareciam divindades que criaturas humanas, e tudo fez para suscitar nele o amor por Mariana. António, porém, julgou que não seria justo obrigar um rei seu amigo a enviar-lhe a própria mulher. Além disso, temia a inveja e o ciúme de Cleópatra. Assim, contentou-se em escrever a Herodes, pedindo que lhe enviasse Aristobulo por algum pretexto honesto, se isso não lhe viesse a causar nenhuma aflição.

Estas palavras foram como um raio que feriu Herodes e acenderam no seu coração a chama do ciúme. Ele considerava sem cessar que não havia crueldade à qual a avareza insaciável de Cleópatra não fosse capaz de levar António; ela, que para ter os bens do rei Lisânias e de Malce, rei dos árabes, os fizera morrer; assim, ele não somente corria risco de perder a mulher, mas também a vida. Nessa agitação e perturbação em que viviam quando partiu para ir falar com Antônio, ordenou a José, marido de Salomé, sua irmã, que matasse Mariana, se António o fizesse morrer. José tão imprudente que revelou esse segredo a Mariana, pelo desejo de a certificar do extremo amor do rei, seu marido, para com ela, fazendo-lhe ver que ele não podia tolerar que a mesma morte os separasse.

Herodes, que se sentia culpado e receava a ira de Cleópatra, que ele sabia incitar continuamente Antônio contra ele, temia muito essa viagem. A necessidade de obedecer, no entanto, o obrigou a empreendê-la, e ele deixou o governo do reino a José, seu (tio?) cunhado, ordenando-lhe em segredo que, se Antônio o condenasse, ele deveria imediatamente matar a rainha Mariana, sua mulher, pois ele a amava com tanta paixão que não podia tolerar que, depois de sua morte, ela passasse para outro homem. Além disso, considerava que ela era a causa de sua infelicidade, pois a fama de sua extraordinária beleza suscitara havia muito o amor de Antônio por ela. Depois de dar essas ordens, ele se pôs a caminho, com pouca esperança de um feliz êxito. (...)

638. Na ausência de Herodes, José ia frequentemente visitar Mariana, quer para prestar-lhe a honra que lhe era devida, quer para tratar dos negócios do reino, e lhe falava constantemente do extremo amor que o rei seu marido tinha por ela. Quando ele notou que, em vez de mostrar que acreditava, ela se punha a zombar, e Alexandra, sua mãe, mais que ela ainda, um imprudente desejo de fazê-las mudar de sentimento levou-o a revelar a ordem que recebera, o que comprovava que Herodes não podia tolerar que a morte o separasse dela.

Como José, encontrou aqui ocasião para associar um bom relacionamento com Mariana no decorrer dos negócios governamentais, ele muito naturalmente contou-lhe o amor ilimitado que o rei sentia para ela apesar das instruções secretas que Herodes lhe tinha dado. Flábio José, que apenas relata factos, não o disse mas é óbvio para quem tem experiência da vida que sendo Mariana I extremamente bela não seria indiferente a nenhum homem que dela se aproximasse muito menos a José, cunhado de Herodes de quem teria alguma inveja ou mesmo alguma secreta antipatia. Se Herodes confiou o governo do reino a José, seu cunhado, não se entende muito bem por que razão Josefo diz que na ausência de Herodes, José ia frequentemente visitar Mariana, quer para prestar-lhe a honra que lhe era devida, quer para tratar dos negócios do reino”. É evidente que a sua esposa Salomé, irmã de Herodes, iria levar estas intimidades a mal mesmo sem motivos.

640. (...) Salomé, sua irmã, e sua mãe disso lhe falaram logo que ele (Herodes) chegou a Jerusalém e depois que António partiu em marcha contra os partos. Salomé fez ainda mais: para se vingar de Mariana, que tinha o coração extremamente grande, mas havia censurado numa contestação entre ambas a baixeza da origem da outra, ela acusou José, seu próprio marido, de ter se portado muito familiarmente com a princesa.

Se de facto a reacção de Salomé, que a tudo presenciou, foi extrema é porque a imprudência de José também o foi. A reacção de Herodes foi aquela que também se esperava embora o mais apaixonado que ingénuo José não estivesse à espera que Mariana I, normalmente tão sensata e prudente, viesse a ter.

Herodes, que amava ardentemente Mariana, sentiu então até onde iam os seus ciúmes. Conteve-se, todavia, embora com dificuldade, para que não percebessem que a sua paixão o fazia perder o juízo. E, em particular, perguntou a Mariana que relações ela tivera com José.

640. (...) Ela protestou com juramento, do qual uma pessoa inocente pode se servir para a sua justificação, que nada houvera entre eles que ele viesse a ter motivo para se queixar.

Então como uma explicação racional para isso temos que aceitar que José andou a cortejar a bela cunhada e as inconfidências que contou não foram senão uma forma de namoro que seguramente se terá consumado porque nem a casta Mariana I estaria acima das tentações da carne sobretudo aceitando que a ausência de Herodes foi tão longa que teve que deixar um regente a substitui-lo.

A simpatia de Flávio Josefo por Mariana I seria tão grande como era a sua antipatia por Herodes e, na ausência de provas factuais que raramente existem em assuntos de alcova, Mariana I foi ilibada em Tribunal porque Herodes assim o desejava...e Flábio Josefo também.

Porém, quando Mariana I jura a sua inocência fá-lo em situação desesperada de sobrevivência tanto mais que estaria segura de que “nada houvera entre eles que ele, Herodes, viesse a ter motivo para se queixar” porque a única prova do crime tinha desaparecido secretamente num acampamento de soldados romanos para as mãos dum sacerdote essénio que veio mais tarde a ser um sumo-sacerdote e suposto pai de Mariana II.

639. Os inimigos desse príncipe então fizeram correr a notícia de que Antônio mandara matar Herodes, depois de submetê-lo a diversos tormentos. Toda a cidade de Jerusalém ficou agitada, principalmente no palácio real e no das princesas. Alexandra exortou José a sair com ela e com Mariana, a fim de se colocarem sob a protecção das águias romanas — da legião comandada por Júlio, que estava acampada fora da cidade — e assim ficarem em segurança, caso houvesse algum tumulto, e também porque ela não duvidava de que quando António visse Mariana obteria dele tudo o que quisesse, até mesmo a restauração do trono e todas as outras honras e privilégios que o seu nascimento lhe permitia esperar. -- Antiguidades Judaicas.

No entanto os acontecimentos vieram a demonstrar que no mínimo havia má consciência entre Mariana I e José. Um falso relatório sobre a morte de Herodes começou a circular e Mariana avisadamente procurou refúgio junto das legiões romanas. Um desnorte desta natureza por parte de José só pode entender-se aceitando que nesta altura existia uma forte cumplicidade entre ele e Mariana II que, apesar dos disfarces que as mulheres tiveram que aprender a fazer por conta e risco desde que existe o patriarcado, estaria possivelmente em adiantado estado de gravidez que veio a ocorrer em pelo acampamento romano podendo ser deste estranho episódio que mais tarde relutou o boato lendário de que o pai de Jesus seria um soldado romano precisamente por confusão com o estranho nascimento de Mariana II num acampamento de soldados romanos.

Dessa forma, quando Herodes, ao seu regresso, fazia-lhe protestos de seu imenso amor e de sua paixão, afirmando-lhe que somente ela possuía seu coração, ela disse-lhe: "As ordens que destes a José, de me matar, são disso uma grande prova." Estas palavras tão estranhas fizeram-no crer que ela se tinha entregado a José, para poder ter arrancado dele tal segredo; atirou-se do leito, aceso de cólera. Agitado ainda, e fora de si, ele passeava pelo palácio. Salomé, para não perder uma ocasião favorável de acusar Mariana, confirmou-lhe as suspeitas; assim, seu ciúme, como uma torrente impetuosa, que nada é capaz de deter, fê-lo ordenar que naquele mesmo instante se matassem Mariana e José. Mas, apenas tinha dado essa ordem, arrependeu-se. Seu amor pela princesa, mais violento que nunca, triunfou sobre a cólera. A paixão dominava de tal modo sua alma e sua razão, que mesmo quando a tivesse feito morrer, não poderia crer que ela estava morta; falava-lhe, no excesso do desespero, como se ainda estivesse viva, até que o tempo fê-lo conhecer que era verdade ter ele mesmo se privado dela, por sua crueldade; então, manifestou não menor dor por tê-la perdido do que havia manifestado amor, quando ainda a possuía. Flavio Josefo Antiguidades Judaicas

Por que razão teria o cunhado de Herodes arriscado a vida ao ponto de em vez de guardar Mariana I a ter seduzido?

Quase seguramente porque teria graves motivos de dignidade e prestígio pessoal em jogo, já para não contar com a hipótese de poder vir a ser rei de Israel com maior legitimidade do que Herodes, caso fosse Judeu e aristocrata, como tudo leva a supor, pois Herodes teria usado para o casamento da irmã a mesma lógica política que usou para ele.

Joseph est un noble iduméen, frère du gouverneur de Judée Antipater et oncle d'Hérode le Grand. Il épouse sa nièce Salomé, sœur du futur roi Hérode le Grand, qui lui donne deux enfants : Joseph et Antipater. D'après Flavius Josèphe, Salomé accusa en 29 av. J.-C. Mariamne l'Hasmonéenne, la femme d'Hérode, d'avoir eu des relations coupables avec son mari Joseph. En effet, elle reprochait à Mariamne, issue de la dynastie hasmonéenne, de la mépriser en raison de l'origine humble de sa famille. Hérode fait exécuter Joseph. -- Wikipédia

É certo que há quem considere que José era idumeu baseando-se nas referências de Josefo de que seria tio de Herodes, o Grande, e que, por isso, seria irmão de seu pai Antipáter, e na passagem que o dá parente de Dositeu. No entanto há quem considere um lapso de Josefo ou erro de cópia na versão grega a referência a este José como tio de Herodes o Grande sabendo-se que este no texto de Josefo este José estava casado com a irmã de Herodes o Grande.

Hircano de início rejeitou a proposta, mas Alexandra não deixava de apresentar as probabilidades que ele tinha: de um lado, esperar chegar à coroa; de outro, temer a traição e crueldade de Herodes. Ele deixou-se convencer, por fim, à insistente importunação. Escreveu a Malque por meio de um amigo, de nome Dositeu, rogando que lhe mandasse alguns cavaleiros que pudessem levá-lo até o lago Asfaltite, distante trezentos estádios de Jerusalém. Hircano e Alexandra escolheram Dositeu por julgarem-no um homem inteiramente dedicado a eles e inimigo de Herodes, pois era parente (consanguíneo?) de José, a quem o rei mandara matar e também porque António matara em Tiro dois de seus irmãos. Ele, porém, foi-lhes infiel. Na esperança de obter vantagens, entregou a carta nas mãos de Herodes. 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 Figura 5: O casamento de S. José de Rafael Sanzio.

Pois bem, ainda que fosse muito mais novo que o pai do grande Herodes faria pouco sentido que este José estivesse casado com uma sobrinha porque este tipo de relações consanguíneas seriam tanto ou mais inaceitáveis entre os idomeus quanto eram inadmissíveis entre os judeus. Se sabemos por Josefo que este José era parente dum Dositeu mais nada sabemos dele mas, se era suposto ser amigo da confiança de Hircano e Alexandra, mãe de Mariana I, o mais natural seria supor também que este seria judeu, ainda que da casta dos oportunista que não escolhe raça dos porque, “na esperança de obter vantagens, entregou a carta nas mãos de Herodes” não se importou em trair a dinastia judaica dos hasmoneus. Por outro lado, se este José fosse tio consanguíneo de Herodes e de Salomé seguramente que a forma como foi tratada a sua morte teria sido outra porque o patos emocional e a hubris da lei natural da consanguinidade era muito mais gritante entre os idumeus do que entre os judeus. De resto, há ainda a possibilidade de este José ter sido tio de Herodes por ser viúvo de uma tia consanguínea de Herodes. De facto sabemos por Josefo que Antipater, pais de Herodes o Grande teve um irmão, também teve um irmão chamado Phalion, que foi morto em batalha contra Aristóbulo em Papirão...pelo menos um e não apenas um, podendo ter tido mais e também irmãs voltando a ser possível ser um judeu a que a família de Herodes se juntou apenas por interesses dinásticos e não por tradição e afecto familiar, que nesta história ninguém da família de Herodes revelou.

De facto, se José era um aristocrata Judeu, estaria mesmo a ser secretamente pressionado para ter um filho judeu pelos sumos-sacerdotes judeus. Estes mesmos judeus terão escrito no Talmude uma versão ainda mais rebuscada do que a dos evangelhos.

É óbvio que os judeus acabaram por fantasiar ainda mais a história de Jesus até porque tinham no início toda a vantagem em criarem intrigas e lançarem a confusão sobre o movimento nascente dos Notzrim. E nestas fantasias misturaram factos ocorridos no tempo do nascimento do movimento Notzri na época do refúgio de Joshua ben Perachiah no Egipto (durante as perseguições dos Fariseus de 88-76 BCE por ordem de Alexandre Janeus) com a tomada do poder do sumo-sacerdócio pelos Macabeus em detrimento da linha sadoquista tradicional com factos que terão ocorrido no tempo de Herodes datado como de tempo posterior, ou seja, no tempo da Rainha Helena da Arménia pouco antes da queda de Jerusalém. O simples facto de haver mistura de datas e semelhanças com a história de Herodes, Mariana I e José já é um forte indício de que a história contada por Josefo também andou muito mal contada pelo Talmude.

Recontada a história, que seria afinal da época do rei Herodes, ficamos a saber que o José que traiu Herodes seria da casa de David. Neste caso, Celso teria algum fundo de razão se considerarmos que o nome de José / Joaquim fazia parte da lenda da primeira geração de Mariana I. Porém, a alcunha de ben Pandera terá aparecido quando Herodes, pai ou Antipater o filho, engravidou a provável filha desta que estaria a cargo do Sumo-sacerdote (e não Rabi) Simeão Boéthos, como adiante se verá.

Com tanta insuficiência de meios históricos relativos a genealogia real de Jesus, as conjecturas que o aproximarem mais das linhas dinásticas mais bem posicionadas para reinarem serão as mais viáveis. De facto, não se pode acreditar que em matéria de rigor dinástico os Judeus fossem mais desleixados que os modernos. Afinal a via dinástica era a forma mais conhecida de legitimar o poder naqueles tempos. Pilatos nunca teria crucificado Jesus com o labéu de “Rei dos Judeus”, resistindo às críticas dos saduceus que lhe pediram para que o não fizesse, se não tivesse uma forte convicção de que este candidato messiânico era um rival credível dos herodianos.

Maldición de Joaquín (José) por Isachar - II 1.Y, como se aproximase la fiesta de la Dedicación, Joaquín (José), con algunos de sus compatriotas, subió a Jerusalén. Y, en aquella época, Isachar (¿??) era Gran Sacerdote. Y, habiendo visto a Joaquín con su ofrenda, en medio de sus conciudadanos, lo miró con desprecio, y desdeñé sus presentes, preguntándole por qué él, que no tenía hijos (judeus), se atrevía a estar entre los que eran fecundos. Y le advirtíó que, habiéndolo Dios juzgado indigno de posteridad (judia), no podían serle aceptos sus presentes, por cuanto la Escritura dice: Maldito sea quien no engendre hijos en Israel. Y lo conminó para que se librase de esta maldición, creando una progenitura (judia), porque sólo entonces le sería lícito acercarse, con sus ofrendas, a la presencia del Señor. -- El Evangelio De La Natividad De Maria

Como as fontes talmúdicas nunca mencionam os essénios, mas mencionam os Boetosianos, enquanto as fontes gregas (incluindo Josefo) nunca mencionam os Boetosianos como tais, mas mencionam os essênios como um grupo proeminente, e como os essênios são frequentemente identificados com a seita que produziu Os pergaminhos do Mar Morto, que de fato têm alguma semelhança com pontos de vista atribuídos aos Boetosianos pelo Talmud, a sugestão foi feita que os dois grupos eram mais ou menos idênticos, a palavra "Boetosiano" sendo uma corrupção de "Beit Essaya" ou "Casa dos essênios". Esta é, reconhecidamente, uma posição altamente especulativa com pouca evidência real para apoiá-la, mas às vezes é vista como a explicação mais provável no mínimo. – Wikipédia.

Pois bem, nem por acaso o pai histórico de Mariana II veio a ser Simon, ben Boethus de Alexandria um dos primeiros betosianos e, portanto, um eminente essénio como se comprova noutros pontos deste estudo.

Outro caso conveniente é que não é conhecido o nome da esposa deste Sacerdote nem muito menos uma informação a contradizer a possibilidade de que se trataria de uma filha adoptada desde o nascimento.

655. (...) A princesa, não obstante ser extremamente sensata e muito casta, era de mau génio e abusava de tal modo da paixão que ele (Herodes) sentia por ela que o tratava às vezes com desprezo, chegando mesmo a ofensas, sem ter em consideração o respeito que lhe era devido. (....)

656. Assim terminou a sua existência essa princesa tão casta e corajosa, porém muito altiva e de natureza muito áspera. Sobrepujava infinitamente em beleza, em majestade e em graça todas as outras mulheres de sua época, e tantas e tão raras qualidades foram a causa de sua infelicidade, pois, vendo o rei seu marido tão apaixonado por ela, julgou que nada tinha a temer, perdeu o respeito que lhe devia e não teve receio de confessar o ressentimento que conservava por ter ele mandado matar o seu pai e o seu irmão. Semelhante imprudência tornou também a mãe e a irmã do soberano (Herodes) adversárias suas e por fim obrigou ele mesmo a tornar-se também seu inimigo. -- Antiguidades Judaicas, Josefo.

Assim, a putativa “castidade” de Mari-Ana I é o único óbice a que esta tenha sido a Santa Ana virtual e causa de toda a trama secreta de Jesus ao ser a putativa avó de Jesus por ser a virtual mãe de Mari-ana II, a Virgem mãe. No entanto, as outras qualidades de Mari-Ana I (sensata e corajosa) e defeitos (de mau génio, altiva e de natureza muito áspera) aliada à sua imprudente falta de respeito pelo marido, que julgava preso de paixão, e que a levava a sentir desprezo por ele e desejo de o ofender foram seguramente motivos bastantes para ter sentido que poderia vingar-se de Herodes sendo-lhe infiel. Ora, no momento em que seu cunhado José seria um judeu legítimo a tentação de ter com ele um filho judeu foi grande ao pensar que seria a sua oportunidade de restaurar o trono dos hasmoneus. Por outro lado a tendência que princesa tinha de seduzir os josés que se atravessavam no seu caminho com ordens secretas de Herodes para a matar eram grandes.

Quanto a Mariana, que não se acertava com Cipro nem com Salomé, ele a colocou com Alexandra, sua mãe, no castelo de Alexandriom, cuja guarda confiou a José, seu tesoureiro, e a Soeme Itureu, em quem desde o começo de seu reinado depositara sempre a sua inteira confiança. Tomou como pretexto querer prestar às princesas essa honra, mas deu a esses dois homens ordens secretas, caso a viagem lhe corresse mal: deveriam matá-las logo que tivessem notícias de sua morte e depois ajudar Feroras com todas as suas forças a conservar o reino aos seus filhos.

652. (...). Elas julgavam, com razão, que não era para cuidar de sua segurança que ele as encerrara naquele castelo, e sim para mantê-las prisioneiras, pois não tinham liberdade para dispor do que quer que fosse. Mariana, além disso, estava convencida de que o grande amor que ele lhe demonstrava era simulação, que ele apenas a julgava útil aos seus interesses. Como sempre se recordava da ordem que ele dera a José, pensava nisso com horror, pois, mesmo que ele viesse a morrer, ela não esperava continuar vivendo depois da morte dele. Assim, não havia meios que ela não empregasse para conquistar os guardas, particularmente Soeme, de quem ela sabia que dependia a sua morte ou a sua vida.

No começo, ele era muito fiel a Herodes, mas pouco a pouco os presentes e a cordialidade das princesas o conquistaram. Ele não imaginava que Herodes, mesmo evitando o perigo que o ameaçava, viesse a conquistar tão grande autoridade. Julgava também que podia esperar mais das princesas do que dele e que a gratidão que elas lhe demonstravam por tão grande serviço o manteria não somente na estima em que se achava, mas aumentaria ainda o seu prestígio. E, ainda que sucedesse a Herodes tudo o que este poderia desejar, a sua incrível paixão por Mariana o tornaria omnipotente. Tantas considerações, juntas, levaram-no a revelar às princesas o segredo que lhe fora confiado. Mariana ficou fora de si de despeito e de cólera ao ver que os males que ela devia temer não tinham limites, e fazia continuamente votos de que tudo fosse contrário a Herodes. Nada agora lhe parecia mais insuportável que passar a vida com ele, e esses sentimentos fizeram tal impressão em seu espírito que ela já não os podia dissimular. (...)

654. Quando a mãe e a irmã de Herodes, que odiavam mortalmente Mariana, viram-no sob aquela agitação, julgaram ter encontrado uma ocasião mais que favorável para destruí-la. Não houve calúnias de que não se servissem para aumentar a irritação do príncipe e inflamar cada vez mais os seus ciúmes. (...)

655. (...) Ele amava tão ardentemente Mariana que não se lê em história alguma que outro homem tenha sido mais arrebatado que ele por um amor ilegítimo a sua própria mulher. A princesa, não obstante ser extremamente sensata e muito casta, era de mau gênio e abusava de tal modo da paixão que ele sentia por ela que o tratava às vezes com desprezo, chegando mesmo a ofensas, sem teimem consideração o respeito que lhe era devido. -- Antiguidades Judaicas, Josefo.

Obviamente que haveria outras maneiras de fazer romance histórico usando como fonte de inspiração as novelas bizantinas apócrifas.

Por entonces vive en Nasrath, aldea de Galilea cercana a Séforis, un matrimonio, Hannah y Jeohiakim. A pesar de tener una edad, cuarenta años, por entonces considerada como avanzada, aún no tienen hijos. Al no haber engendrado descendencia, no le era lícito a Jeohiakim ofrecer sacrificios en el Templo de Jerusalén, por lo que, acercándose la fiesta de los Tabernáculos (1° de octubre), Jeohiakim, hombre algo simple dedicado al pastoreo, se queda junto a sus rebaños, mientras su esposa Hannah acude a la obligada visita al templo. Existía tradicionalmente la posibilidad, para las mujeres sin hijos, de acudir a éste, vestidas de su traje nupcial, y ser fecundadas por un sacerdote en una de las cámaras anexas al templo interior. Así sucede; Hannah es fecundada por Klofas (Klofas será más adelante Caifás, sumo sacerdote en tiempos de Jesús (tengo alguna duda sobre la coincidencia del nombre). Caifás fue Sumo Sacerdote entre el 18 y el 36 dC. Si tiene 20 el 21 aC, tiene 40 el 1aC, 41 el 1dC, 58 el 18 dC y 76 al morir. jesús, nacido el 6 dC, tiene 33 el 26 dC.) , joven sacerdote de unos 20 años, hacia finales de octubre del 20 aC. Al regresar a su aldea, Jeohiakim no nota nada hasta que a los cinco meses, Hannah le comunica que está encinta. Da a luz una niña, a la que llama Miryam, en abril del año 733 (21 aC). Cuando Miryam cumple los tres años (736 / 18 aC), Hannah la entrega a los sacerdotes.

(O quizá porque, dado su origen, deba entregarse al primogénito, o al la primera niña. Esto explicaría el nacimiento posterior de Paroghita, y la no entrega de Yohanan por parte de Elisheba)

En el templo de Jerusalén servía un cuerpo de vírgenes, que se educaban dentro del recinto sagrado y que permanecían en él hasta cumplir los catorce años. Al poco tiempo de dejar a Miryam, Jeohiakim, el marido de Hannah, muere. Tiempo después Hannah se traslada a Jerusalén, y engendrará de Klofas a otra hija, a la que pone el nombre de Miryam Parogitha (María Consolación), que permanece con su madre. – Comentarios ao Diatessaron de Shim’on.

A proposta apresentada como corolário do chamado Diatessaron de Shim’on é tão delirante como qualquer outra que tem aparecido seja como romance assumido seja como falsa inspiração gnóstica seja como tentativa falhada de reconstrução histórica. De quáquer modo, o autor desta novela, anexa ao chamado Diatessaron de Shim’on, tem dois inconvenientes:

O primeiro é pressupor que se praticava no templo de Jerusalém uma forma de prostituição sagrada masculina o que embora seja contra toda a tradição judaica conhecida poderia ser prática oculta não oficial o que portante não chega a ser um inconveniente muito grave. Ou seja, dizer que “havia tradicionalmente a possibilidade de as mulheres sem filhos chegarem a ele (templo), vestidas com o vestido nupcial, e serem fertilizadas por um sacerdote em uma das câmaras anexadas ao templo interior é audácia demasiada. Uma tradição escandalosa como esta exige ónus da prova documental que não estando presente obviamente que todo o que dela decorre é no mínimo suspeito senão mesmo de nulo valor.

O segundo muito mais grave é que se Clopas dos evangelhos, identificado noutro ponto destes estudo como Cleópatra de Jerusalém, fosse Caifás e avô biológico de Jesus dificilmente se entenderia que, considerando-se este sabedor e cúmplice desta cabala, fosse também ele a sentenciar o neto à morte. Obviamente que Herodes fez coisas bem piores a filhos legítimos e, não se sabe, se terá feito coisas ainda muito piores a seus filhos bastardos ocultos. Mas, só mesmo os monstros não têm respeito e amor pelos netos e duvida-se que um sumo-sacerdote temente a Deus, como seria Caifás, fosse capaz de julgar sequer o seu secreto neto ou que a Virgem Maria, mãe de Jesus, não tivesse entretanto sabido de quem tinha engravidado a sua mãe Maria Ana I e não tivesse ido junto de Caifás, seu suposto pai biológico, interceder de forma alarmante e publicamente notória pelo seu filho Jesus.

Já uma história de Jesus em que sua mãe seria Maria (Ana) II só parece não pode ser verídica porque teria ocorrido muito cedo em relação à data provável do nascimento e da vida de Jesus. Mas será isso o grande óbice? As próprias fontes lendárias judaicas colocam Jesus quase cem anos antes da época aceite pelos cristãos!


 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 6: Natividade da Virgem Maria por Murillo.

Por outro lado, costuma-se dizer que “não há fumo sem fogo”! Mariana I e José, cunhado de Herodes, foram mesmo amantes razão pela qual, Mariana teria fugido com ele já grávida para junto dos romanos ao pensar que Herodes tinha morrido e José iria cumprir a sua ordem secreta. O centurião que a recolheu e protegeu até poderia ter tido o nome de Pantera porque na verdade parece ter existido um general com este nome à época de Jesus mas este facto afigura-se acessório à lenda judaica de Jesus Ben Pantera. Esta criança adulterino de Mariana com José teria nascido entre os romanos e entregue aos essénicos que já estavam habituados a recolher crianças ilegítimas rejeitadas pela roda da fortuna.

E esta criança pode ter sido a Virgem Maria que veio a ser criada no templo porque teria sido dada a guardar a um sumo-sacerdote por ser de elevado estatuto real e um trunfo político inestimável.

Se este nascimento clandestino tivesse ocorrido em 34 a. C., a criança teria, em 23 a. C., cerca de 12 anos e, portanto, seria ainda Virgem.

Ora, existe uma Mariana II que foi rainha consorte de Herodes de 23 a. C. a 5 a.C. e sua 3ª esposa Mariana I, filha do sumo-sacerdote Simeão. Neste caso, tudo isto teria acontecido cerca de uma dúzia de anos antes do suposto nascimento de Jesus o que já começa a ser razoável.

 

MARIAMNE II, MÃE DE JESUS

Mariana II, filha de Simon ben Boeto, foi uma das várias esposas de Herodes, o Grande. Ela foi a mãe de Herodes Filipe, Herodes II ou Herodes Boeto, que se casou com sua sobrinha, Herodias, e por ela teve uma filha, Salome. Mariana II foi implicada na conspiração de Antipater em 4 a.C. e Herodes divorciou-se dela, removeu seu pai de sumo-sacerdote e Herodes II foi removido da linha de sucessão no testamento de Herodes.

Hacia el año 740 de Roma (14 aC), Herodes da por finalizada la reconstrucción del templo exterior. El interior, al cual no puede acceder Herodes por estar reservado a los sacerdotes, es terminado éstos en un año y medio más; en el año 742 (12 aC, Miryam tiene ya 9 años) se dan por finalizadas las obras y se celebran fiestas con motivo de la inauguración.

Herodes, que mantiene una relación cambiante con el sacerdocio, deja construido sin embargo un pasadizo que comunica la torre Antonina, unida al palacio real, y el templo interior, para permitir el acceso en caso de asedio. A partir de entonces, alguno de los hijos de Herodes (o incluso el rey mismo) comienza a visitar a las niñas (presentándose como "el señor"), y pronto se prenda de Miryam, tal vez la más atractiva, y seguramente la más simple.

El año 13 aC, los hijos de Mariamne I, Aristóbulo y Alexander, regresan a Jerusalén después de pasar un período de educación en la casa del emperador en Roma (20 a 13 aC). Su juventud y energía (deben tener en torno a 17 - 18 años) les hacen populares entre el pueblo, aunque también comienzan a dar muestras del turbulento carácter de su padre.

Por entonces, hacia el año 10 aC, los sectarios del Q'mran, protegidos de Herodes, abandonan las instalaciones y vuelven a Jerusalén. Aunque hay rastros arqueológicos de un incendio y/o terremoto en la fortaleza por esas fechas, no parece haber sido esta la causa, sino que más bien se trata de una vuelta voluntaria dado el ambiente favorable desde la realeza.

Hacia mayo del año 746 (8 aC) Miryam ha cumplido ya trece años. Es una niña cumplidora aunque quizás algo simple. Apenas há sido educada en algo más que tejer la púrpura y probablemente no sabe leer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 7: Mariamne, Wife of King Herod, and Her Children going to Their Execution by E.W.J.Hopley.

(Lo que, en cualquier caso, genera envidias entre sus compañeras, pues era el tejido más apreciado. Quizá sí tenía habilidad manual.)

Ha tenido poco contacto con el mundo exterior, pues ha vivido siempre en el templo; sólo ocasionalmente sale del recinto a buscar agua del pozo.

El primogénito del rey, Antípater, que ha permanecido hasta entonces apartado de la corte, observa el carácter inconstante de Aristóbulo y Alexander, y ve en ello la oportunidad de volver al favor del monarca. Con la complicidad de su tía Salomé, alimenta rumores de deslealtad y a pesar de las dudas del rey, que los perdona varias veces, consigue finalmente que éste los acuse de alta traición, condenándolos a muerte (7 aC). Son ejecutados cuando apenas han cumplido los 24 -25 años.

A partir de entonces, Antípater actúa como co-regente, dado el empeoramiento paulatino de salud de Herodes. Sin embargo, la antipatía del pueblo hacia el primogénito es muy notoria.

Al cumplir los catorce años de edad (antes de cumplir los quince) todas las vírgenes al servicio del templo debían dejarlo y desposarse con un varón elegido por los sacerdotes. Miryam, por tanto, debe abandonar el templo antes de abril del año 748 (6 aC). Sin embargo, desde hace un tiempo comentan que recibe todos los días, después de la hora de nona, a servidores del señor que la alimentan y a los que trata con gran afecto. Las vírgenes, compañeras de Miryam, comienzan a murmurar.

Los emisarios, que acceden al recinto interior por el pasadizo, anuncian un día a Myriam un día la llegada del señor, en persona, para cubrirla. Y así sucede, sin que ella apenas entienda nada de lo que sucede, a inicios de marzo del año 748 (6 aC), poco antes de que Miryam cumpla los quince años. Al llegar el día de su salida, acusada por sus compañeras, se descubre que la virgen Miryam ya no lo es.

No se sabe, sin embargo, que está además embarazada.

Los servidores del señor comunican a Klofas, sacerdote y padre de Miryam, la posibilidad de que ésta pueda estar embarazada de un futuro heredero real, por lo que es encargado de custodiarla hasta saber si nace de ella un varón. Klofas, con ya 35 años cumplidos, y cuya carrera por entonces sugiere que pueda aspirar en el futuro al puesto de sumo sacerdote, no puede hacerse cargo personalmente de la joven.

Con el fin de no levantar sospechas, decide asignarla a un viudo (Es decir, un hombre a su vez no virgen.) procedimiento habitual en estos casos. No pudiendo entregarla directamente al candidato que ha propuesto al emisario, su tranquilo hermano mayor Yoseff, antiguo sacerdote del templo, se ve obligado a pasar por la prueba de las varas a todos los viudos de Nasrath.

A pesar de que dicha prueba demuestra que la de Yoseff es la más pequeña, es la única que, tras la larga noche de la prueba en las cámaras del templo interior, es capaz aún de demostrar su fecundidad (en la punta de la vara de Yoseff nace una flor blanca), como Klofas se encarga de señalar. Yoseff es por tanto el elegido.

Yoseff, tío carnal pues de Miryam, era padre ya de tres hijos (Yehuda, Yosef y Shim'on) y dos hijas (Lisia y Lidia) (171 Se suele añadir a Ya'akov el menor a esta lista, pero tiene más lógica que sea hijo posterior de Miryam. Lisia (Asia) y Lidia pueden indicar un origen no hebreo para la esposa de Yosef.), que aunque pasaban a ser hijastros de Miryam tenían algunos casi su misma edad.

Por ello, Yosef, que desconoce el embarazo de Miryam, la ve demasiado joven y sugiere a su hermano guardarla hasta que uno de sus hijos se pueda casar con ella. Klofas le amenaza ("Teme al señor"), y Yosef se ve obligado a aceptarla. – Diatessaron de Shim’on. Comentarios.

Mais uma vez, uma proposta apresentada como corolário do chamado Diatessaron de Shim’on é tão delirante como qualquer e desta vês poucos seriam os óbices a levantar contra a plausibilidade desta proposta se nela não voltasse a aparecer Caifás com os mesmos graves impedimentos referidos atrás. No entanto esta mesma proposta histórica do Diatessaron de Shim’on passa a ser inteiramente plausível se substituirmos Caifás pelo pai histórico de Maria-Ana II, o sumo-sacerdote Simeão.

No Evangelho de Bartolomeu a ingenuidade e loquacidade proverbial das mulheres esteva prestes a deitar por terra tanto a virgindade perpétua de Maria, coisa que à época seria ainda de somenos, como sobretudo a legitimidade do nascimento de Jesus e, eventualmente também, a origem angelical do seu nascimento em que os gnósticos sempre colocaram a sua maior fé!

O que pretenderia a estranha literatura de Bartolomeu com a expressão: “porque se o fizerdes no dia de hoje sofrerá a criação inteira um cataclismo”?

Seria uma espécie de raciocínio de ficção científica em que as viagens ao passado podem determinar cataclismos no futuro ou uma hipérbole apocalíptica que mais não queria que a insinuação de que a revelação seria tão escandalosas que poria em risco tanto a legitimidade messiânica do Bom Salvador do Mundo como a pureza da divindade sacerdotal e messiânica de Jesus Cristo que legitimava a Igreja emergente! Na verdade, o nascimento ilegítimo de Jesus teria sido uma das razões pelas quais os judeus ortodoxos rejeitaram o messianismo de Jesus. No entanto, o que mais se estranha neste remate escatológico de Bartolomeu é precisamente a suspeita de que a proverbial leviandade da tagarelice feminina nos deixou a todos enganados com o brilho excrementício de tamanha verdade porque se, afinal, o mundo não acabou naquele dia, que se presume ter sido o do Pentecostes, é porque o mistério da paternidade de Jesus continuou por desvelar.

Mantendo a questão em aberto suponhamos que a Virgem Maria era Mariana II, a filha adoptiva do sumo-sacerdote Simeão e que foi cobiçada por Herodes ainda de terra idade, como já tinha acontecido com Mariana I.

Mariana II que herdara a beleza da mãe, já era casadoira e começou a andar nas bocas da alta nobreza de Jerusalém e a ser cobiçada por toda a aristocracia de Jerusalém antes mesmo de Herodes a ter conhecido.

123. Parecia que os espíritos de Alexandre e de Aristóbulo andavam vagando por toda a parte, para descobrir as coisas mais ocultas e obter testemunhas e provas, da boca daqueles que estavam mais afastados das suspeitas, pois os irmãos de Mariana, filha de Simão, sumo sacerdote, foram torturados e veio-se a saber pelas suas confissões que ela era culpada daquela conspiração. Herodes castigou nos filhos o crime da mãe: riscou do testamento o nome de Herodes, que dela tivera e que ele tinha declarado seu sucessor. -- Josefo, Antiguidades dos judeus, Livro Book XVII, Chapter 4:2.

Herodes terá pretendido conhecer esta jovem e terá solicitado os préstimos do seu amigo essénio Menaém. De facto, sabemos por outras fontes que os sacerdotes essénios tinham nomes metafóricos de acordo com a hierarquia dos anjos razão pela qual andavam sempre vestidos com túnicas da mais resplandecente das alvuras! O arcanjo Gabriel poderia assim ser o rei Herodes disfarçado de sumo-sacerdote!

In this instance, special dispensation for the birth was granted by the archangel Simeon who at that time held the distinction of "Gabriel", being the angelic priest in charge. Both the Dead Sea Scrolls and the Book of Enoch (which was excluded from the Old Testament) detail that the "archangels" (or chief ambassadors) were the senior priests at Qumran, retaining the traditional titles of "Michael", "Gabriel", "Raphael", "Sariel", etc. --  The Hidden History of Jesus and the Holy Grail

Mulherengo como era Herodes ou algum dos seus emissários essénicos (anjos) disfarçado de arcanjo Gabriel terão encontrado primeiro a esposa do sacerdote Ezequias / Zacarias junto da qual, secretamente, indagado dos aposentos da virgem Mariana.

Como Elisabete não seria assim tão velha como a pintam, nem Herodes tão novo que isso o incomodasse muito, seduziu a quarentona também ou esta se fez seduzida aproveitando a oportunidade única de finalmente se livrar do opróbrio que era para uma mulher judia ser estéril.

Hubo en aquellos días un sacerdote llamado Zekaryah, casado con una mujer que se llamaba Elisheba, prima de Miryam. No tenían hijos, porque decían que Elisheba era estéril, y los dos de avanzada edad.

Pero sucedió que concibió Elisheba. Y se mantuvo oculta durante cinco meses diciendo: “Esto es lo que ha hecho por mí el Señor en los días en que se dignó quitar mi oprobio entre los hombres”.

Cuando se enteró Zekaryah, dejó de hablar, porque había visto a un emisario del Señor en el Santo de los Santos. Y cuando se cumplieron los días de su servicio en el templo, se fue a su casa.

Y, cuando tuvo lugar la anunciación del emisario a Miryam, el embarazo de Elisheba duraba ya desde su comienzo seis meses. -- Diatessaron de Shim’on.

Se, “quando teve lugar a anunciação do emissário (anjo essénico) a Maria, a gravidez de Elisabete já ia em seis meses” é porque, sendo Herodes ainda mais velho que Elisabete ambos se terão envolvido durante o tempo que Herodes levou par admirar de longe a beleza da Virgem Maria e decidir-se a pensar no que devia fazer para casar honrosamente com ela.

665. Ele pensou então em casar-se novamente e, como não procurava prazer nesse ato, quis escolher uma pessoa em quem pudesse depositar todo o seu afecto. Assim, recebeu uma jovem apenas por amor, do modo que vou narrar. Simão, filho de Boeto, Alexandrino de família nobre e que era sacerdote, tinha uma filha de tão extraordinária beleza que só se falava disso em Jerusalém. A notícia chegou até Herodes, e ele quis vê-la. Jamais houve amor maior à primeira vista que o que ele sentiu por ela. Mas julgou que não devia usar de seu poder, tomando-a, como teria podido fazer, para não passar por tirano. Pensou que devia desposá-la. E, como Simão não era de posição bastante nobre para tal aliança e nem tampouco de condição desprezível, elevou-o então, para torná-lo mais ilustre: tirou o sumo sacerdócio de Jesus, filho de Fabete, e entregou-a a ele, desposando-lhe depois a filha. -- Josefo, Antiguidades dos judeus, Livro XV, Capítulo 9: 3

Porém, entretanto algo se precipitou ou alguém se antecipou e a bela e desejada Virgem Maria engravidou sem que ninguém soubesse como.

 

DIATESSARON DE SHIM’ON

Infancia de Yeshua

Proto-evangelho de Ya’aqov (s. II),

Evangelho da Natividade de Maria (1800?),

Loukas,

Evangelho da infância segundo Teo’ma (pelo menos anterior ao ano 185 dC, em que o cita Ireneu de Lião),

Evangelho de Bartolomeu (Tradução da Versão Latina)

Evangelho Árabe da infância,

Evangelho Arménio da infância,

Evangelho do Pseudo – Mattithyahu,

Historia Copta de Yosef o Carpinteiro (s. II),

Historia árabe de Yosef o Carpinteiro,

Transito da donzela Maria,

Josefo e outros historiadores.

[Josefo]: E quando Miryam tinha sete anos, o templo estava terminado (por volta de 740). Como Herodes não era sacerdote, ele não pôde entrar no terceiro complexo (o Santo dos Santos), por isso foram os próprios sacerdotes que completaram o templo interno, em um ano e seis meses (742). E foi comemorado com grandes festas.

E Antipater, filho de Herodes, tinha então dezoito anos (745).

E seu pai[8] havia construído uma passagem escondida entre a torre Antonina da cidadela e o templo interno.

E Maria permaneceu no templo como uma pombinha, recebendo alimento pelas mãos de um anjo.

Desde o amanhecer até a terceira hora, ele permaneceu em oração. Desde a terceira hora até a nona hora, ele estava envolvido em tecelagem.

Na hora nona ela orou novamente e não parou de orar até o momento em que um emissário do Senhor apareceu e ela recebeu a comida de suas mãos. Os emissários eram vistos com frequência conversando com ela com o carinho de verdadeiros amigos.

E um dia Miryam saiu para ir à fonte buscar água e começou a falar desta forma: "Estando eu no templo de Deus, aonde recebia alimento das mãos de um anjo...e eis que uma voz foi ouvida”. E ela olhou em volta. E, toda tremendo, ela voltou-se. “E eis que certo dia um emissário do Senhor numa figura que me pareceu ser angélica.

Mas seu semblante era indescritível, e não levava nas mãos nem pão nem cálice, como o anjo que anteriormente tinha vindo a mim. 14 “E eis que de repente, rasgou-se o véu do templo e sobreveio um grande terramoto. Joguei-me por terra, não podendo suportar o semblante do anjo”.

15 "Mas ele estendeu-me sua mão e levantou-me. Olhei para o céu e vi uma nuvem de orvalho que aspergiu-me da cabeça aos pés. Mas ele enxugou-me com o seu manto. E entrou para perto dela, fechando depois as portas fechadas, dizendo-lhe: Miryam, donzela muito agradável ao Senhor, o Senhor está aqui com você.

16 "E disse-me: 'Salve, cheia de graça, cálice da eleição.' Então, deu um golpe com sua mão direita e apareceu um pão muito grande, que colocou sobre o altar do templo. Comeu em primeiro lugar e em seguida deu-o a mim também.

17 "Deu outro golpe com a ourela esquerda de sua túnica e apareceu um cálice muito grande e cheio de vinho. Bebeu em primeiro lugar e em seguida deu-o a mim também. E meus olhos viram um cálice transbordante e um pão.

No temas, porque concebirás. E Miryam, que já conhecia bem a aparência dos emissários e estava acostumado a receber a luz do céu, não se esquivou do enviado. E Miryam respondeu: Se devo conceber, darei à luz como toda mulher dá? E o emissário do Senhor disse: Não tema Miryam. Você não conceberá por vontade de um homem, mas o Senhor habitará em você e fará com você como bem entender.

[Evangelho segundo Filipe] 17. Alguns dizem que Maria concebeu do Espírito Santo. Esses se equivocam. Não sabem o que dizem. Quando alguma vez mulher concebeu de mulher? Maria é a virgem que não foi manchada por potência alguma. Isso é grande anátema para os hebreus, isto é, para os apóstolos e seus discípulos. Essa virgem, não manchada por potência alguma, é superior àqueles que as potências mancharam. O Senhor então não teria dito: “Pai meu que estás nos céus”? Se não tivesse tido outro pai, ele teria dito (como disse) simplesmente: “Pai meu”.

A virtude do Senhor te cobrirá com a sua sombra [9] e o ser que nascerá de você será chamado Yeshua [10]

18 (...) “Ao cabo de três anos, eu te dirigirei novamente minha palavra e conceberás um filho pelo qual será salva toda a criação.

Tu és o cálice do mundo. A paz esteja contigo, minha amada, e minha paz te acompanhará sempre.”

19 "E nisto desapareceu de minha presença, ficando o templo como estava anteriormente."

20 Mas, ao terminar de falar, começou a sair fogo de sua boca. E, quando o mundo estava para ser destruído, apareceu o Senhor que disse a Maria: "Não desveles este mistério, porque se o fizerdes no dia de hoje sofrerá a criação inteira um cataclismo." Os apóstolos, consternados, temeram que o Senhor pudesse irar-se contra eles.

 

Figura 8: Anunciação de Fra Filippo Lippi.

Havia um certo libertino, parasita inútil, de nome Josá Pandera, da desqualificada tribo de Judah. Ele era um homem de boa figura e rara beleza, mas passava o tempo a divertir-se e a roubar. Ele viveu em Belém da Judea. Ali perto vivia uma viúva que teve uma filha cujo nome era Miriam, de quem são feitas várias menções no Talmud, como sendo uma “cabeleireira de mulheres”. --- Sepher Toldoth Yeshu

Obviamente que a fantasia, e a mistificação retórica não são apanágio só dos escritores beatos cristãos. Quando de origem judaica é até de esperar que esta mistificação seja mordaz e malevolente e o retrato feito em nome de José Pandera caberia perfeitamente em Herodes que teria passados os seus dias a roubar o povo com impostos e passaria grande parte do seu tempo a divertir-se.

Por outro lado, quem parece que seria cabeleireira de mulheres era Maria Madalena mas também é verdade que não sabemos qual seria o ofício de Maria, mãe de Jesus.

Herodes ficou logo apaixonado pela jovem Mariana II assim que a viu nos aposentos privativos que teria no templo onde aconteceram os factos relatados no Evangelho de Bartolomeu. Esta paixão de “velho da horta” que fez de Herodes um jovem enamorado poderia ser explicada precisamente não apenas pela grande beleza de Mariana II mas porque seria extremamente parecida com a sua mãe, Mariana I e ter evocado no íntimo da alma empedernida deste déspota a nostalgia do seu primeiro grande amor.

O certo é que Herodes parece ter rejuvenescido depois de conhecer Mariana II. Mariana II fora o grande amor da vida de Herodes e a sua morte a causa de todos os seus desgostos e infortúnios. Ao encontrar esta jovem tão parecida com o seu primeiro amor decidiu render-se inteiramente aos seus encantos e aos caprichos da família casando na maior das pompas e sacralidade!

Obviamente que um trunfo de alcova tão ciosa e cuidadosamente guardado pelo sacerdote teria que render os devidos frutos na devida altura e não se pode exclui que tenha sido apenas a iniciativa de Herodes a querer enriquece a família do pai da jovem. Quem pode garantir que Mariana não tenha sido instruída com suaves artimanhas pelo seu pai adoptivo para fazer delongar o noivado e Herodes não tenha sido alvo de sigilosas chantagens emocionais que o levaram aos extremos das generosidades, contados por Josefo?

Esta história aproxima-se ainda mais da lenda se suspeitarmos que o pai adoptivo da jovem Mariana II, de que Josefo não encobre a ambição, teria já combinado o seu noivado precisamente com o sumo-sacerdote Jesus que teria também muito a ganhar com tal união.

Assim, Herodes, ou então o seu filho primogénito Antipater, ter-se-á antecipado disfarçado de sumo-sacerdote, o noivo prometido a Mariana II por seu pai, e entrado nos aposentos da Virgem Mariana no templo.

A Anunciação, também conhecida como Anunciação da Virgem Maria, é uma celebração cristã do anúncio pelo Arcanjo Gabriel para a Virgem Maria, que seria a mãe de Jesus Cristo. Apesar da virgindade, Maria milagrosamente conceberia uma criança, que seria chamada de Filho de Deus. Gabriel também disse a Maria que deveria chamar a criança de Jesus ("Salvador"). Muitos cristãos celebram este evento na festa da Anunciação, em 25 de Março, exactamente nove meses antes do Natal. De acordo com a Bíblia (em Lucas 1:26), uma Anunciação ocorreu no "sexto mês" da gravidez de Isabel, prima de Maria e mãe de João Batista.

Os equívocos milagrosos da Anunciação de Maria, um dos temas mais glosados pela arte cristã, são o núcleo centrar do dogma católico dos quais depende a transferência para a mitologia cristã da mítica arcaica da sempre eterna Virgem Mãe e por outro lado a legitimação do dogma fundamental dos cristão que é a possibilidade da divinização de Jesus.

Mateus 1: 18. Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida (pela acção do Espírito Santo).

 

Lucas 1: 26. Quando Isabel não estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus em uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27. uma virgem prometida em casamento para um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria.

Lucas 1: 28. O anjo entrou onde estava e disse:

Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”.

29. Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30. O anjo, então, disse:

“Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. 31. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe darás o nome de Jesus. 32. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus abrirá o Davi, seu pai. 33. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e seu reino não terá fim ”.

34. Maria, então, perguntou ao anjo:

“Como isso acontece, se eu não conheço homem?” 35. O anjo respondeu:

“O Espírito Santo desce sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este é o sexto mês que foi atingido, 37. pois para Deus nada é impossível ”. 38. Maria disse:

“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra ”. E o anjo se aposentou.


 

 

Figura 9: Anunciação a Maria do pintor flamengo Robert Campin, Museu do Prado, Madri.

No entanto e em boa verdade, só o evangelho de Lucas refere a anunciação do anjo Gabriel a Maria o que permite a suspeita de que tenha sido S. Paulo o responsável pela mitologia cristã por ter sido o único a acreditar na versão que, mais tarde Maria, a mãe de Jesus viria a contar no meio da bebedeira do Cenáculo pentecostal e que Bartolomeu registou de uma forma muito mais grandiloquente.

Assim se entenderiam algumas lendas judaicas que referem que a mãe de Jesus teria pensado que estaria a ser possuída pelo seu noivo prometido quanto afinal foi fecundada por um tal Pantera que mais não era senão Herodes.

"Esta filha tinha sido prometida em noivado a um jovem muito puro, delicado e piedosa de nome Jochanan. Entretanto aconteceu que ocasionalmente aquele Joseph passou pela porta de Miriam e a viu. Então ele começou a ter um grande afecto profano para ela. Assim ele começou a andar para cá e para lá naquele lugar e cumprimentando-o a mãe disse-lhe: “Porque estás tão magro?” Ele respondeu: “eu estou loucamente apaixonado por Miriam”. Então, disse a mãe, “eu não me importo de o favorecer; veja se ela está disposta, e faça como ela quiser”. Obedecendo a esta decisão, José Pandera passou a frequentar a casa, mas não encontrou um momento satisfatório antes duma noite de Sábado, em que aconteceu ele encontra-la sentada na soleira da porta. Então ele entrou na casa com ela, e ambos se sentaram em um dormitório perto da porta, porque ela pensou que ele era o seu noivo, Jochanan".

Foi numa noite na véspera dum Sábado sagrado, quando ele passou bêbedo junto à sua e entrou. Mas ela pensou no seu coração ele era o seu noivo Jochanan; ela ficou envergonhada e escondeu a cara... Ele abraçou-a; mas ela disse-se-lhe: não me toque, porque estou menstruada. Ele não teve cuidado algum, nem fez caso das suas palavras e persistiu. Ela concebeu dele... --- Sepher Toldoth Yeshu.

Deste encontro fugaz entre o velho Herodes, subitamente fogoso, qual rei sol da época, ou mais provavelmente de seu filho Antipater tão jovem fogoso quanto inexperiente e ainda dado a ejaculações precoces com a jovem noiva do sumo-sacerdote, que seria extremamente fértil, terá resultado uma gravidez por mero "coito ante portas" e assim surgiu o mito da sua virgindade!

Josefo não nos diz quanto tempo durou o noivado mas, a forma majestosa e magnânima como descreve os seus preparativos, faz prevê-lo longo e, por isso, dentro dos três anos da lenda contada no Evangelho de Bartolomeu.

Herodes em fase avançada de “velho da horta” decidiu não incorrer na condenação a que o profeta Daniel votou os juízes da casta Susana e desta vez decidiu fazer um casamento de espavento digno da juventude da virgem, com todos os rigores sacramentais e de atavio, dignos da futura mãe do seu herdeiro decidindo por isso que só voltaria a encontra-la dai a três anos.

Depois de três meses, disseram a Jochanan que a sua noiva estava grávida. Em grande agitação, ele foi falar com o seu mestre, Simon ben Shetach, e falando-lhe sobre o assunto, perguntou-lhe o que deveria fazer. --- Sepher Toldoth Yeshu.

De acordo com o Talmud, Simon ben Shetach era "príncipe" do Sinédrio, o tribunal supremo de Jerusalém em 90 A.C., e também o irmão da Rainha Salomé, a esposa de Alexander Janeu. No entanto o Talmude confunde muitas vezes as datas e as diversas histórias que comenta apenas com fins didácticos e morais e não com fins de registo histórico.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 10: Visitação de Maria a Santa Isabel. (Master MS, Marten Schwartz - The Visitation, from Selmecbánya).

O mestre perguntou-lhe: Suspeitas de alguém? Jochanan disse: “de ninguém, a não ser de José Pandera que é um grande libertino e vive por perto. O mestre disse-lhe: “Meu filho, siga o meu conselho e mantenha-se silencioso porque se ele tem estado lá seguramente irá lá novamente. Então, sê sábio e arranja uma testemunha de forma que o possas trazer diante do Sinédrio. O jovem foi para casa e ficou extremamente preocupado durante a noite. Ele pensou para si: “Quando estas coisas forem conhecidas as pessoas dirão que fui eu o culpado. Então, para evitar a vergonha e desgraça, ele fugiu para a Babilônia e por lá ficou a residir. --- Sepher Toldoth Yeshu.

Mas o devasso de Herodes já tinha engravidado antes a mulher do sumo-sacerdote sadoquista Zacarias recentemente eleito pelos seus pares como refere Santiago, tradição que viria a ser adoptada pela Igreja cristã.

3. En aquel año, murió Eleazar, el Gran Sacerdote. Y los hijos de Israel, siguiendo las reglas del duelo, lloraron por él treinta días. Y, después de todos estos acontecimientos, tuvo lugar una asamblea de los sacerdotes, de los ancianos del pueblo y de otros notables, que resolvieron designar un Gran Sacerdote del templo, consultando la suerte. Y la suerte recayó sobre Zacarías, hijo de Baraquías. Todos los sacerdotes lo impusieron, y lo nombraron soberano ministro y Sumo Pontífice del santo altar. E Isabel, esposa de Zacarías, y Ana, eran parientes, y ambas a dos infecundas. Y, desde el embarazo de Ana y el nacimiento de María hasta el momento en que Zacarías comenzó a ejercer sus funciones de Gran Sacerdote, habían transcurrido catorce años. -- EL EVANGELIO ARMENIO DE LA INFANCIA, Relato de Santiago, hermano del Señor

Havendo algum fundo de verdade no que diz Santiago a virgem Maria teria 14 ou 16 anos quando engravidou de Herodes ou de seu filho Antipater.

Por outro lado, Herodes, ao engravidar a já madura Isabel acabou por fazer mais um bastardo potencialmente candidato messiânico sadoquista ao trono de Israel...de linha herodiana.

Y Miryam, muy gozosa, fue a visitar a Elisheba a su casa en la región montañosa. Y Miryam, confidencialmente, le relató por orden todo lo que había visto y oído del emisario. Y pasó tres meses con Elisheba. Y, de día en día, su embarazo avanzaba, y, poseída de temor, volvió a su casa, y se ocultó. Y tenía dieciséis años.

Se le cumplió a Elisheba el tiempo de dar a luz, y tuvo un hijo. Y al octavo día fueron a circuncidar al niño, y querían ponerle el nombre de su padre, Zekaryah, pero su madre dijo: “No; se ha de llamar Yohanan75”. Le decían: “No hay nadie en tu parentela que tenga ese nombre”. Y preguntaban a su padre cómo quería que se le llamase. El dejó finalmente su mudez, y dijo: “Yohanan es su nombre”.

El niño crecía y su espíritu se fortalecía; vivió en los desiertos hasta el día de su manifestación a Israel. -- Diatessaron de Shim’on.

Como é óbvio Herodes sabia bem de quem era o filho de Elisabete e por isso tudo fez para o recuperar porque um bastardo à solta seria um inevitável fonte de sarilhos sucessórios, na complicada família dos herodianos.

Y Herodes buscaba a Yohanan, y dijo a Zekaryah: ¿Dónde has escondido a tu hijo? Y él repuso: Permanezco constantemente en el templo del Señor, e ignoro dónde mi hijo está. Y entonces Zekaryah fue muerto (749). -- Diatessaron de Shim’on.

Como entretanto a jovem (virgem) Mariana II engravidou, os pais adoptivos que pensaram como o carpinteiro José dos evangelhos e temeram a ira de Herodes resolveram tomar o conselho dos anjos essénios.

Desde el día de los desposorios de Miryam, habían transcurrido ya tres meses, y había comenzado el cuarto. Y llegó el sexto mes, y Yosef volvió de sus trabajos, y la encontró encinta. Y decía: La recibí pura de los sacerdotes del templo, y no he sabido guardarla. Pero ella lloró, diciendo: Estoy pura y no he conocido varón. No sé cómo esto ha ocurrido.

Y las jóvenes que con Miryam estaban le dijeron: Nosotras sabemos que ningún hombre la ha tocado. Porque ha permanecido siempre orando con nosotras. A diario un emisario conversaba con ella, y a diario recibía su alimento de manos de ese emisario. Y nadie la ha puesto encinta, si no es el emisario del Señor. Pero Yosef dijo: ¿Por qué queréis hacerme creer que quien se ha unido a ella es un emisario de Jehova? ¿No parece más seguro que un hombre haya fingido ser un emisario de Jehova, y la haya engañado?

Y Yosef se alejó de Miryam, y se preguntó cómo obraría a su respecto. Como hombre justo, no quería entregarla, y, como hombre piadoso, no quería infamarla, haciendo recaer sobre ella sospecha. Y Yosef dijo: La repudiaré secretamente. Y dijo a Miryam: No te haré ningún mal, pero esta noche te sacaré de casa y te despediré, para que vayas adonde quieras. Pero he aquí que el emisario del Señor apareció, y le dijo: No temas. Dará a luz un niño, y llamarás su nombre Yeshua. Y Yosef, conforme a la orden del emisario, continuó guardando a Miryam.

Y el sumo sacerdote se lamentaba: ¿Por qué has hecho esto, Miryam? Pero ella lloró, diciendo: Estoy pura, y no conozco varón. Y el sumo sacerdote dijo a Yosef: ¿Por qué has hecho esto, Yosef? Y Yosef dijo: Me hallo libre de todo comercio con ella. Y el sumo sacerdote insistió: Tú has consumado a hurtadillas el matrimonio con ella. Y Yosef se calló.

Y los dejó marchar. Y Yosef volvió con ella a su casa. [Mateo] Y no la conocía hasta que ella dio a luz.

En aquellos días, Herodes puso una figura de oro con forma águila en el atrio del templo para agradar al César, enfureciendo a los sacerdotes (Josefo). -- Diatessaron de Shim’on.

Por que razão queria Herodes enfurecer os sacerdotes? Possivelmente porque soube que queriam casar a jovem Maria com um deles, José, o tal irmão de Simão Beto, possivelmente para fazerem render o peixe e tornarem o negócio do casamento de Mariana II com Herodes mais rendoso.

2. E, estando nestas ruminações, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho e disse a José, filho de David, não temas, nem imagines que a virgem tem algo de que se envergonhar, porque o que nela nasceu, e que agora angustia o teu coração, não é o trabalho de um homem, mas do Espírito Santo. Entre todas as mulheres, só ela é que permanecendo virgem, vai trazer o filho de Deus ao mundo. E darás a esta criança o nome de Jesus, isto é, Salvador, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.

3. E José, segundo o mandamento do anjo, levou Maria como (se fosse) sua esposa. E, venha o final do nono mês de gravidez, José, levando consigo a Virgem e outras coisas que eram necessárias, partiu para a cidade de Belém, onde nasceu. Foi o que aconteceu durante a sua estada naquele lugar, chegou o tempo do nascimento de Maria, que trouxe ao mundo como os evangelistas têm ensinado seu filho primogénito, nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina com o Pai e com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. -- Evangelho da Natividade de Maria.

Assim, uma hipótese que pode ser retirada do texto apócrifo do “evangelho da natividade de Maria” (supostamente escrito por S. Jerónimo, autor da Vulgata) e que pode ser aplicado a este caso com alterações mínimas que mais não são do que explicitações óbvias, seria esta: os essénios pela companhia do pretendente sacerdotal à mão de Mariana II, que imediatamente entenderam que tinham em mãos a semente dum rei que poderia continuar o seu sonho dum Messias rei e sacerdote e Salvador do mundo judeu, acolheram a jovem a dar à luz um filho em segredo, sabe-se lá se numa qualquer choupana dum reduto essénico dos arredores rurais da Galileia, quiçá em Qumran ou, mais estrategicamente, ainda numa das casas rurais dos essénios dos arredores de Belém, que a jovem criada nas magnificências do templo sempre terá considerado como tão rústica quanto uma gruta.

"Os essénios repudiam os prazeres como um mal e consideram como virtude a continência e a resistência às paixões. Eles desprezam, para si mesmos, o casamento; mas adoptam os filhos dos outros numa idade ainda bastante tenra para receberem seus ensinamentos: eles os consideram como se fossem de sua família e os moldam de acordo com os seus costumes" -- Flávio Josefo.

A especulação de que todas estas coisas aconteceram por causa dum recenseamento geral da população decretado por César Augusto deve ser uma interpolação justificativa posterior para tentar dar credibilidade ao nascimento de Jesus em ambiente rural. A escolha de Belém, terra natal da dinastia davídica de Israel, seria também apenas mais um acrescento retórico para dar credibilidade profética à pretensão messiânica de Jesus, como se referiu já.

No entanto a explicação saiu pior emenda que o soneto e terá ocorrido em época, lugar e por meio de alguém que nada sabia das regras da administração imperial romana.

Quirino, o governador romano que segundo Lucas ordenara o censo, só governou a região a partir de 6 depois de Cristo, quando Jesus já teria entre dez e doze anos de idade. Ao contrário do que pensava Lucas, Quirino não foi contemporâneo de Herodes, o Grande, aquele que teria mandado matar as criancinhas numa tentativa de assassinar Jesus. Não houve censo romano na época do nascimento de Jesus. Alem disso, segundo o historiador inglês Robin Lane Fox, não é verdade que os chefes de família tinham que se apresentar ao censo em seu local de nascimento: cada um era recenseado onde vivia, onde tinha propriedades, onde ganhava o seu sustento. José seria recenseado, por conseguinte, em Nazaré, e não em Belém. Por fim, os romanos não realizavam censos em regiões de governo autônomo, como a Galiléia, terra de José e Maria. Os habitantes de tais regiões não pagavam impostos diretamente a Roma, mas ao governo regional, que, por sua vez, pagava tributos a Roma. O objetivo dos censos romanos era exclusivamente tributário, e o Império só fazia censos onde recolhia os tributos diretamente. Se as razões apontadas pela Bíblia para Jesus ter nascido em Belém são falsas, pode-se concluir com boa margem de segurança, que também é falso seu nascimento naquele local. Assim fechamos o firo: o ano é falso, o dia e o mês são falsos, o lugar também é falso. -- Jesus não nasceu em Belém, por Gilson Gondim.

Seguindo as conclusões de Gilson Gondim, “tanta falsidade não surpreende: a humanidade vive submersa num oceano de lendas, mitos e mentiras”. No caso, as mentiras justificar-se-iam porque o nascimento oculto de Jesus deve ter sido um segredo de estado bem guardado pelos essénios que decidiram infiltrar na sua estratégia messiânica sadoquista um potencial herdeiro ao trono de Herodes de que estavam excluídos desde que os fariseus foram massacrados por ocasião das perseguições de João Hircano I.

Tudo indica que quando o macabeu Jônatas assume o sumo sacerdócio em Jerusalém começa a crise. Como sabemos, os assideus lutam lado a lado com os Macabeus contra a aristocracia filo-helênica, a partir de 167 a.C. Mas quando estes, que não são sadoquitas, se apossam do sumo sacerdócio, um sacerdote sadoquita do Templo, conhecido nos manuscritos apenas como Mestre da Justiça (Môreh hasedeq) rompe com os Macabeus e lidera um grupo de sacerdotes e assideus que se afasta de Jerusalém. -- [11]

Deste noivado, Herodes não poderia sair beliscado. Porém, a sacralidade do futuro messias também não deveria conter nenhum incumprimento da lei mosaica.

O noivo difamado, Jesus, o sumo-sacerdote no papel de José carpinteiro, que terá recebido o aviso dum anjo essénio para que não abandonasse neste momento aquela que as parteiras confirmaram como virgem, pois dela iria nascer o futuro rei de Israel, evitou entrar em litígio com o pai desta que entretanto iria ocupar o seu posto no sacerdócio supremo. Por isso mesmo, a versão muito mais bem informada de Mateus que seria a da casa da rica família dos Boetos, acabará por ser a mais sensata na medida em a anunciação do anjo que descreve é a S. José e não a Maria. De facto, só assim se entende que o evangelho fosse o único aceite pelo Hebreus e pelo Ebionistas da tradição da Igreja judaizante de Jerusalém onde Jesus nunca foi divinizado.

Mateus 1: 19. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. 20. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.

22 Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus conosco). 24 E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher, 25 e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogénito; e pôs-lhe o nome de JESUS.

Ora, dizer que não a “conheceu até que deu à luz seu filho, o primogénito” tem muito que se lhe diga porque se aceitarmos que esta jovem mãe era Mariana II ela terá acabado por casar com Herodes e José só a voltará a ver muito mais tarde, talvez apenas na qualidade de José de Arimateia.



[1] According to the Jewish Tractate of Talmud, the Chagigah a certain person had a dream in which he saw the punishment of the damned. In the dream, "He saw Mary the daughter of Heli amongst the shades..."

[2] Herodes poderia ser um título (Senhor, se é que não seria a época o senhor por excelência da Judeia)? Logo, anjo do senhor = emissário do rei?

[3] Não se indica que ela era de Jeoiakhim.

[4] Os pais da igreja consideraram este Klofas o irmão de Joseph e o pai de James; ele seria o mesmo que o sumo sacerdote (18 a 36 dC) quem condenou Yeshua - seu sobrinho - e perseguiu os cartazes? Se ele tivesse 52 anos quando foi nomeado sumo sacerdote (70 em 36 DC), ele teria 29 quando Yoshua nasceu e 15 quando Miryam nasceu, para que pudesse ser pai de Miryam Parogitha, se sim, ele seria tio de Yeshua e também de Yehuda De Karioth - então irmão de Yeshua? -).

MIRYAM CONSOLACIÓN ou PAROGHITA (maría consuelo). Espasa, Klofas, pai de Myriam, "primo" da mãe de Yeshua. Hegesipo diz que Klofas era irmão de Yosef (São José) e pai de São Shimon (apóstolo) e Ya'akov o mais novo. Não se sabe se o mesmo discípulo Klofas a quem Yeshua aparece em Emaús. Miryam de Klofas (espasa): Mãe de Simón (celotes?), Judas, José (Bernabé?) E Santiago (a menor). Mt 6,3 e 13, 55-56 falam das irmãs (plural) de Yeshua. Embora Mc. não nomeie José, Mt. sim. Mas suas frases não significam que ele estava vivo.

[5] Coparar com: [Atos dos Apóstolos (Loukas)] Então Yosef, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé (que é traduzido, filho da consolação), levita, um nativo de Chipre, como ele tinha uma herança, ele a vendeu e trouxe o preço e deu aos apóstolos.

[6] É verdade que a história de Joaquin / Ana parece ter sido tirada de Zacarías / Isabel (ou Abraham / Sara, ou Samuel...(ou dos muitos casais estéreis que atormentava o natalismo dum povo que tanto dependia dele como o hebreu em guerra e mortandade constante com os povos vizinhos). Justificação Ana / Klofas?

[7] Talvez apenas Joaquím. Alguns apócrifos disseram que Ana, depois de se tornar viúva, se casou mais duas vezes e teve mais duas marias.

[8] Mariana "mary", esposa de Herodes (Cleópatra "de Jerusalém" - ou a famosa?). Mariana I teve 5 filhos (= Miryam) em 7 anos. É assassinado por Herodes; tinha 25 anos Ela era filha do sumo sacerdote (Klofas? Não, Simão Boeto).

[9] "O poder do Altíssimo o cobrirá" - outra palavra-chave, Altíssimo.

[10] Ou seja, Yeshua bar Yosef. Yeshua não é "o Salvador", mas "os salvos" ou "salvos". Isaías (Yesaías?) É "salvação de Deus". Se mantivermos o nome, Yeshua não veio para salvar, como diz Mateus (mas veio já salvo).

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