domingo, 29 de março de 2020

AS ANTAS SÃO O CORPO UTERINO DA DEUSA MÃE E AS PORTAS DO CÉU...& DO INFERNO, por artur Felisberto.



Figura 1: Poulnabrone is found halfway between Kilfenora and Ballyvaughan, at the top of Corkscrew Hill at the centre of the Burren.

O nome, Poulnabrone, é traduzido como “Buraco das Dores”, e pode vir de uma memória popular do mito de Diarmuid e Grainne. Este casal de amantes míticos da Irlanda foi perseguido como caça por 16 anos por Fionn Mac Cumhail, e muitos dolmens foram nomeados em sua homenagem, pois tinham o costume de dormir em estruturas megalíticas para se esconderem de Fionn.[1] Obviamente que o nome demonstra que a cultura *famoura já era mítica com a chegada dos celtas irlandeses como o demonstra o facto de as antas irlandesas já servirem de cabana de acolhimento para pastores e caçadores. No entanto, todos os locais de sepultura são metaforicamente um “Buraco das Dores”. Mas também a vagia das mulheres enquanto canal de parto!

Deméter foi mais conhecida por Antu, a deusa mãe dos cemitérios das Antas. Sendo assim, não seria de espantar que as pedras erectas dos antepassados funerários de todos os templos fossem conhecidos na Grécia por Megarikos (> megalikos < megalithos).

Figura 2: Dolmen de Pulnabrone (< Phurna Worne < Kuran-Kuran). «Also known as a "Druid's Altar", or as a "cairn" (< Kaurn <*Kuran) it is actually a tomb or wedgetomb once covered by a mound and worn clean by the ages. This spectacular dolmen sits in a limestone field on The Burren and dates back to approximately 4000 B.C.»


«Menhir» < Min Kyr < Min Kaur = > *Min Tar > Minutauro.

                                      Min Kaur = Kaur Min

                  «Dolmen»< Thor Min < Kaur Min => Herman[2].

Na mesma linha semântica andaria o megaron micénico.


Megaron < Me Kar An > Kur Min.

Quer dizer que as Antas lusitanas seriamequivalentes aos megarons da tradição micénica, que mais não são do que variantes dos bem conhecidos dolmens.

Os dólmens são monumentos megalíticos tumulares colectivos construídos por humanos (datados desde o fim do V milênio a.C. até ao fim do III milênio a.C., na Europa, e até ao I milénio, no Extremo Oriente). O nome deriva do Bretão dol = mesa e men = pedra. Também são conhecidos por antas, orcas, arcas, e, menos vulgarmente, por palas. Popularmente, são também por vezes designados por casas de mouros, fornos de mouros ou pias.




Figura 3: Imponente Anta Grande da Comenda da Igreja de S, Montemor-O-Novo – Portugal.

O termo dólmen pode ser de origem bretã e ter a etimologia de mesa de pedra mas é já seguramente uma etimologia popular porque reporta para um termo de origem minóica mais arcaica relacionado com algo que teve o significado intermédio micénico de Tolo (túmulo ou templo circular) de Minos mas que inicialmente se repostaria para o túmulo dos guerreiros minóicos.

Claro que os megálitos (porque do final do paleolítico) são muito mais antigos do que os druidas das civilizações celtas da idade do ferro.

No entanto, esta confusão deve ser antiga pois o nome que o povo irlandês deus às suas antas megalíticas tem similitudes fonéticas com os Kurganes dos citas, povo nuclear da civilização indo-europeia de que derivariam os celtas.

De forma inesperada, mas interessante, poderíamos considerar que se trata de duas palavras derivadas do mesmo conceito composto de dois termos arcaicos que apenas variariam na inversão da sua posição relativa. Ora, esta mera inversão de posição de termos parece ter funcionado na linguagem primitiva como esboço da formação de antónimos. Neste caso, haveria uma certa antinomia de conceitos pois o menhir seria, pelos seus aspecto fálico e agressivo, uma homenagem aos espíritos masculinos e guerreiros enquanto o dólmen seria apenas o seio maternal da terra mãe, a anta ou mamoa de Antu, que acolheria o último repouso dos guerreiros!

No Egipto o nome da Deusa Mãe era mesmo Anta.

Anta (Anat) = Considered by the Egyptians to be a daughter of Ra, Anta is an aspect of Ishtar.

Se o nome da deusa mãe deu o nome às antas a verdade é que estas deram também nome aos templos primitivos gregos.

O arranjo das colunas determina a classificação dos tipos de plantas do templo grego, que foram transmitidas por Vitrúvio. (De architectura, 3,2):

Caput Secundum [1] Aedium autem principia sunt, e quibus constat figurarum aspectus; et primum in antis, quod graece naos en parastasin dicitur, deinde prostylos, amphiprostylos, peripteros, pseudodipteros, hypaethros. Horum exprimuntur formationes his rationibus. [2] In antis erit aedes, cum habebit in fronte antas parietum qui cellam circumcludunt, et inter antas in medio columnas duas supraque fastigium symmetria ea conlocatum, quae in hoc libro fuerit perscripta. Huius autem exemplar erit ad tres Fortunas ex tribus quod est proxime portam Collinam. [3] Prostylos omnia habet quemadmodum in antis, columnas autem contra antas angulares duas supraque epistylia, quemadmodum et in antis, et dextra ac sinistra in versuris singula. Huius exemplar est in insula Tiberina in aede Iovis et Fauni.

Uma anta (pl. antæ) (latim, possivelmente de ante, ‘antes’ ou ‘na frente de’), ou às vezes parastas ou parastade é um termo arquitectónico que descreve os postes ou pilares de cada lado de uma entrada ou entrada de um templo grego – os pilares ligeiramente salientes que terminam as paredes dos naus. Difere da pilastra, que é puramente decorativa, e não tem a função de suporte estrutural da anta.

Assim seno o termo «anta» não é grego mas antes, latino sendo quase seguro que é a preposição ante e a antiguidade que decorre do nome da anta e não o contrário. Quer isto dizer que o termo anta nasceu a ocidente, possivelmente na Ibéria e norte de África tendo ido daqui para oriente onde ficou foneticamente intacta na região de Itália, no meio do mediterrâneo, na de forma abstracta da preposição de anterioridade mas já deformada foneticamente alterada na Grécia no nome dos seus templos que eram «naus», de que derivou o nome das naves das catedrais e, por mui antiga metáfora, das «naves» e «naus» de navegar no mar.

Os templos gregos (grego antigo: ναός, romanizado: naós, lit. 'habitação', semanticamente distinto do templum latino, "templo") eram estruturas construídas para abrigar estátuas de divindades dentro de santuários gregos na religião grega antiga.

O naiskos (em grego ναΐσκος "templete", diminutivo de ναός naós "templo") é um pequeno templo ou templo de ordem clássica, com colunas ou pilares e frontão.

O diminutivo do templo gregos eram os naiscos muito comuns na arquitectura funerária.



Figura 4: Dioscuro no seu naisco funerário. (Antiquités étrusques, grecques et romaines, tirées du cabinet de M. Hamilton, envoye extraordinaire et plenipotentiaire de S .M. Britannique en cour de Naples. Gravées par F. A. David, avec leurs explications, par D'hancarville.)



Figura 5: Uma construção típica «in antis»: O Tesouro ateniense de Delfos foi construído pelos atenienses para abrigar dedicatórias e ofertas votivas feitas ao santuário de Apolo em Delfos.

Em contraste com colunas ou pilares, os antae estão diretamente conectados com as paredes de um templo. Eles devem sua origem aos postes verticais de madeira empregada nos primeiros e mais primitivos palácios ou templos da Grécia, como em Tirinto e no Templo de Hera em Olímpia. Eles eram usados como estruturas de suporte de carga para transportar as madeiras do telhado, já que nenhuma confiança poderia ser colocada em paredes construídas com tijolos não queimados ou em alvenaria de entulho com argamassa de barro. Mais tarde, eles se tornaram mais decorativos, pois os materiais usados para a construção de paredes se tornaram suficientes para suportar a estrutura.

Obviamente que importa contextualizar a relação entre a anta megalítica e a anta grega e só o poderemos fazer com uma imagem da mais magnifica das antas ibéricas, a cova de Menga em Antequera.


Figura 4: Cova da Menga. Notar as fortes lagues verticais de cada lado da entrada que suportam a grande lage de cobertura da entrada e que desde sempre seria o mais visível duma anta e que por isso mais impressionariam quem as via e nunca mais esquecia e que por tudo isto ficara para sempre na memória comum que chegou até ao templos in In antis referidos por Vitrúvio.

A Cova da Menga, ou dólmen da Menga, é um sepulcro megalítico em forma de galeria, localizado em Antequera, Espanha. Tem 25m de profundidade, quatro metros de altura e foi construído com 32 megálitos. Na actualidade, no interior, descobriu-se um poço, cuja origem se desconhece..

Como nos parece claro as antas foram inicialmente construídas em locais descampados, à imitação de cavernas naturais, precisamente onde estas não existiam, como locais de culto e enterramento pelas mesmas culturas que usavam as cavernas desde o paleolítico até ao neolítico de Creta. Ora, para escandalizar os positivistas que acreditam que os nomes das coisas são imotivados não resistimos a ver nos nomes da Cova da Menga& Antequera a memória da sua origem.

Menga < Men-ka que sem mais delongas nos reporta para a vida de Men / Min / Minos, o deus dos touros mortos cujo culto iniciado na Anatólia se espalhou por Creta e por todo o mediterãneo antigo que tinha por tradição a procura da sepultura do Sol a ocidente e que acabava por pensar tê-lo encontrado na Andaluzia ou na Lusitânia, terras que têm no seu nome a memória alusiva a deusa Mãe das Antas. Quanto a Antiquera, uma região da Andaluzia onde ficam outras sepulturas megalíticas importantes como a «cueva de El Romeral» e a «cueva de Viera».

Pois é claro que Antiquera ou é literalmente a *antiqueira, o local onde abundam as antas ou, o que teria sido inicialmente mais plausível, o local das antas dos heróis (Ker > kouros) mortos.

O que é ainda mais interessante é verificarmos que todos estes termos parecem minóicos quando na verdade e, pelo contrário, nos deveria parecer que a civilização megalítica se teria desenvolvido em paralelo com a civilização minóica, mas em regiões mediterrânicas opostas.



Figura 5: Antaios desafiando Hércules para uma luta livre até à morte. (Desenho adaptado ciberneticamente pelo autor a partir de imagem de Crátera de Eufrónios apresentado na obra «Griechische Vasenmalerei» de Adolf Furtwängler und K. Reichhold. Notar que na cratera de Eufrónios o nome de Antaios está escrito ao contrario e de forma incompleta como sendo ZOIAT(NA).

Ateu era na mitologia grega e líbia (Antée (no grego antigo Ἀνταῖος / Antaîos) filho de Gaia (a Terra) que ela gerou sozinha...ou com Poseidon.


«Anteu» < lat. Anta-eus < Grec. Ἀνταῖος / Antaîos < Hiber. Anta-ijos

< Proto Ling. Anta-isho > Antaito > Ante-et > Berber. Antée.

Assim sendo, Ateu era literalmente filho de Anta e figurativamente um autóctone filho e defensor da sua Terra Natal que foi Geia.

Por Anteu ter sido autogerado por sua mãe faz sentido aceitar que  Anta era Antu, Anat ou mesmo Atena que no mito de Eritónio tem uma relação ambígua com Geia...e em geral com Poseidon que sabemos ter sido o deus protector de Atlântica e seguramente de Creta. Por outro lado sabemos que Atena era supostamente de origem Líbia e que a deusa de Cartago era Tanit, que enquanto Deia Celestis não era senão uma variante de Diana Lúcia.

Anteu desafiava e matava qualquer estrangeiro que cruzasse os seus domínios, jurando construir um templo a Poseidon com as ossadas humanas. Ele sempre ganhava as suas lutas, já que toda vez que ele caía no chão ou a tocava, Gea lhe dava forças novamente. Deste modo, ele também desafiou Hércules que o tentou matar três vezes  em vão porque a sua mãe Terra o ressuscitava sempre que tocava nela. Hércules percebeu isso e levantou-o na posição vertical para impedir que ele recebesse o fôlego de sua mãe, conseguindo sufocá-lo.


Figura 6: Luta de Hércules contra Anteu. (Restauro cibernético a partir de «Auserlesene Griechische Vasenbilder» 2, Friedrich Wilhelm Eduard Gerhard).

Pseudo-Apollodorus, Bibliotheca 2. 115: "Ele [Hércules] passou pela Líbia, que era governada pelo filho de Poseidon, Antaios (Anteu), que forçava os estrangeiros a lutarem com ela para depois os matar. Quando Hércules foi forçado (à luta), ele segurou Antaios nos braços, levantou-o no ar e o enfraqueceu." e o matou. Por acaso Antaios era mais forte quando seus pés estavam no chão, e é por isso que alguns disseram que ele era filho de Ge (Gaia, a Terra)."

Porque Gaia era Ge, esta era etimologicamente a deusa Suméria Ki.

Alguns estudiosos questionam se Ki era realmente uma divindade, já que não existem resíduos de seu culto e o seu nome aparece apenas num grupo limitado de textos sumérios relativos de criação.

Na verdade, por estes critério nem Gaia seria uma deusa já que não tinha culto relevante na Grécia uma vez que não fazia parte do panteão Olímpico e segundo Pausânias teria apenas três templos na Grécia.

[13] A pouca distância dos Krathis, vai encontrar um túmulo à direita da estrada, e na lápide um homem parado ao lado de um cavalo; as cores da pintura desapareceram. Desde o túmulo vai uma jornada de cerca de trinta estádios até ao que é chamado de Gaeus, um santuário da (deusa) Terra, com o sobrenome Grandes Seios (Mamuda), e cuja imagem de madeira é uma das mais antigas. A mulher que de tempos em tempos é sacerdotisa a partir de desse momento permanece casta e, antes de sua eleição, não deveria ter tido relações sexuais com mais de um homem. O meio de prova é beber sangue de boi. Qualquer mulher que não fale a verdade é imediatamente punida como resultado deste teste. Se várias mulheres competem pelo sacerdócio, muitos são sorteados para esta honra. -- Paus. 25.25.13.[3]

Pelo nome da cidade de Crátis (e das ruínas do túmulo antigo em ruínas) se pode inferir que esta Gaia Mamuda seria uma tradição arcaica cretense e desde já um indício porque é que as antas são mamoas em português.

[8] Os Lacedaemonians têm um altar da Apolo Acritas e um santuário, com o sobrenome Gasepton, da Terra. Paus. 3.12.8.[4]

S. Wide em Lakonisch Kult, pg. 91 sugere que este Apolo Acritas seria Apolo Carneu mas muito mais provavelmente seriam variantes do Apolo cretense.


Apolo | Acritas < Karitas > Crátis > Creta |.

[3] Quando Teseu uniu num único estado os muitos povoados atenienses, ele estabeleceu os cultos de Afrodite Pandemos (Comum) e de Persuasão (Πειθώ). (...) Há também um santuário da Terra (Gaia) Kουροτρόφος (Lactante), e de Demeter Chloe (Verde). Paus. 1.22.3.[5]

Para além destes santuários existiam altares dedicados a Geia em vários outros santuários. Perto do santuário de Eileithyia, havia um altar de Gaia / Geia em Tegea, cidade cujo nome lhe é dedicado e em as povoações de Flua e Murrinos tinham um altar de Geia sob o nome The-a Me-gale (Grande deusa).

A sobrevivência de arcaísmo culturais na Grécia decorre da sua política de cidades estado, da sua cultura social de independência e liberdade e da geografia feita de ilhas, penínsulas e locais montanhosos isolados. Afirmar que Gaia era segundo James Mellaart, Marija Gimbutas e Barbara Walker, uma forma posterior de uma Grande Mãe pré-indo-européia, venerada nos tempos neolíticos é tão óbvio que nem merece polémica. Assim sendo, na suméria as coisas terão começada também como um culto à Grande Terra Mãe mas depressa se evoluiu para um panteão imperial unificado onde Samuel Noah Kramer identifica Ki como sendo Ninhursag e por fim em Antu dos babilónios, consorte de Anu (o Sumério An).

Portanto, Gaia era também Antu na Suméria e seria Anta nos países dos ocidentais de onde a cultura neolítica derivaria por evolução do megalitismo do paleolítico final e que tinha desenvolvido com a cultura rupestre das regiões peri-pirenaicas durante a glaciação e que, com a súbita melhoria da economia das comunidades de caçadores, que de forma súbita passaram à pastorícia dirigida no Vale do Côa e do Águeda e ao começo da cultura da cevada para produção de cerveja, espalharam esta inovação por toda a parte gerando a primeira vaga de expansão marítima da história iniciada nos finais do paleolítico.
 É muito provável que Anta tivesse sido na Grécia a deus Anteia, literalmente em proto linguagem a senhora deusa das flores e grinaldas florais. Ela era uma aia da deusa Afrodite, ou seja uma arcaica variante desta deusa do amor primaveril. Esta deusa Anteia seria a esposa foneticamente legítima de Anteu que terão gerado Anteros o funesto deus grego do amor de morte não correspondido, armado com um arco e flechas de chumbo. Pois bem, nem por acaso existe um estranho mito de do titã Anito contado por Pausânias que parece explicar tudo isto.
Pausânias, Descrição da Grécia 8. 37. 1: "[De Akakesion na Arkadia], são quatro estádios até o santuário de Despoina. Nos dois lados do trono [da deusa] há imagens. Ao lado de Deméter, está Artemis. Na cena de Despoina está representado Anytos como um cavaleiro com armadura. Os que estão no santuário dizem que Despoina foi criado por Anytos, que era um dos titãs".
Pausânias, Descrição da Grécia 8. 37. 1: "[No santuário de Despoina, perto de Akakesion:] A história dos Kouretes (Curetes) está representada sob as imagens, e a dos Korybantes (Corybantes), uma raça diferente dos Kouretes, esculpida em relevo na base, eu sei , mas passe por eles".
Ou seja, este titã Anito poderia ser Dioscuro ou um dos Couretas e por isso tão arcaico como Antaios e por estar relacionado com Despoina e com Anteia poderia ser uma forma de Anteu. O facto de Pausânias colocar Demeter (cuja etimologia teria sido Ge-Meter) no centro destes mitos deixa-nos a convicção de que fizeram parte de rituais de passagem pascal em «festas dos rapazes» em volta de mitos de morte e ressurreição solar que sempre se realizaram em paralelo com rituais funerários e que sempre resultaram da crença muito arcaica na ressurreição.

Deste cortejo mítico em torno do culto de Anteia e Anteu fariam parte muitas as ninfas e gigantes de cultos ainda mais arcaicos de que destacamos os relacionados foneticamente com Antu:

Ante-d(i)ona era uma ninfa de Beócea, que relaciona Anta com Diana/Diona.
Antracia (< Anthrakia < Anti-| thrakia < δράκαι-να| = "brasas de carvão") era uma das ninfas da Arcádia que cuidaram do fogo perene de Zeus infante e, por isso, relacionada com os Curetas.
Anti-fatos era o rei dos gigantes de Lestrigonia que foram encontrados por Odisseu nas suas viagens e cuja xenofobia antropofágica o aproxima de Anteu.
 
Uma coisa é certa: por esta altura a cultura ibérica seria a mesma do norte dos berberes de Norte de África fosse porque o estreito de Gibraltar estaria fechado fosse porque com a sua abertura em finais da glaciação teria incentivado o início da actividade marítima em canoas à vela no Algarve e na Andaluzia.

Na Europa, há dólmens nas zonas costeiras do Mediterrâneo e do Atlântico e também no litoral do Mar do Norte e do Mar Báltico. Há também monumentos megalíticos semelhantes no Norte de África, na Síria, na Pérsia, e na Índia. Na Península Ibérica, também é no litoral que se encontram dólmens em maior número. (...) É na Andaluzia e no Sul de Portugal que, no entender dos arqueólogos, se situa o centro de onde irradiou a chamada cultura dolmênica ou megalítica.



Segundo a tradição mitológica greco-romana, Tinjis (ou Tinge), que deu o nome original à cidade, era a esposa do gigante Anteu, rei líbio filho de Posídon e Gaia, que depois de vencido e morto por Hércules este casou depois com Tinjis e dessa união nasceu Sufax, que fundaria a cidade, à qual deu o nome da sua mãe.

O mito indica que Anteu teria sido enterrado em Tânger em um monte de terra na forma de um falso homem. Dizia-se também que se a terra fosse removida do túmulo, começaria a chover até não parar enquanto o buraco não fosse coberto, numa velada alusão ao mito do dilúvio que terá fechado a passagem entre a Ibéria e a Líbia.

Segundo Plínio e Plutarco, a tumba de Anteu estava localizada em Tingi e tinha sessenta côvados de comprimento (cerca de 27 metros). Possivelmente por equívoco com estes valores Plutarco relata que o general romano Quintus Sertorius, duvidando da plausibilidade da lenda, aproveitou uma expedição levada a Tingi para abrir o seu túmulo. Então, ele teria encontrado ali um o sarcófago no qual estavam os ossos de Anteo de um tamanho enorme e horrorosamente ordenou que imediatamente enterrassem os ossos e os cobrissem novamente com a terra fechado religiosamente a tumba. Obviamente que mesmo os autores clássicos teria suspeitado ser estranho que os ossos tivessem o mesmíssimo tamanho da tumba que sendo o Cromlech de M'zora teria cerca de 55 m de diâmetro médio.

Msoura (também Mzoura, Mezora, Mçora, M'Zorah, M'Sora ou Mzora) é um sítio arqueológico de um círculo de pedras no norte de Marrocos. Está localizado perto da vila de Chouahed, 15 quilômetros a sudeste de Asilah, e consiste em 167 monólitos em torno de um tumulo de 58 m de comprimento, 54 m de largura e 6 m de altura. Um dos monólitos, conhecido como El Uted (o pino), mede mais de 5 m, com a altura média dos monólitos sendo de 1,5 m. A lenda afirma que é o túmulo do gigante Antaeus. Datado do século IV ou III aC, o local e sugere provavelmento início do Reino da Mauretânia.

The site itself is a Neolithic ellipse of 168 surviving stones of the 175 originally believed to have existed. The tallest of these stones is over 5m in height. The ellipse has a major axis of 59.29 metres and a minor axis of 56.18 metres. At the centre of the ring, and quite probably a much later addition, is a large tumulus (the tomb of Antaeus?). Not much remains of this tumulus today, the bulk of the damage to it seems to have been done by excavations undertaken in 1935-6 by César Luis de Montalban. It was he who cut across the mound in two intersecting trenches leaving the distinctive ‘X’ shaped scar visible today (Temple, Robert (2010). Egyptian Dawn. London: Century. p378).




Figura 7: Aerial view of Mzora Stone Circle from Google Earth.



As hinted at by Geoffrey of Monmouth above, Mzora, incredibly, appears to have been constructed either by the same culture that erected the megalithic sites in France, Britain and Ireland or by one that was intimately connected with them. The ellipse is constructed using a Pythagorean right angled triangle of the ratio 12, 35, 37. This same technique was used in the construction of British stone ellipses of which 30 good examples survive including the Sands of Forvie and Daviot rings.

Of the use of Pythagorean triangles in British sites Professor Alexander Thom remarked: “The remarkable thing is that the largest, the 12, 35, 37, was known and exploited more than any other with the exception of the 3, 4, 5.” Thom, Alexander (1967). Megalithic Sites in Britain. Oxford: OUP. p.27.[6]

Furthermore it appears that the same unit of measure, the megalithic yard (or something remarkably close) used in the construction of the British sites surveyed by Thom, was also used in the construction of Mzora:

“If a ‘megalithic yard’ of 0.836 metres … [is used] … then the major axis and the perimeter of the ring take on values nearly integral.”Temple, Robert (2010). Egyptian Dawn. London: Century. p379.

Thom proposed that achieving a circumference measured in whole numbers was of paramount importance to the builders of megalithic rings:

“When Megalithic man set out a circle with a diameter of 8 units he found the circumference very nearly 25 units but in general he could not get nice whole numbers like these for both the diameter and the circumference simultaneously. Probably the attraction of the ellipse, and we know of over 30 set out by these people, was that it […] was easier to get the circumference near to some desired value.” Thom, Alexander (1967). Megalithic Sites in Britain. Oxford: OUP. p.31.








[1] The name, Poulnabrone translates as Hole of the Sorrows, and may come from a folk memory of the myth of Diarmuid and Grainne. This pair of mythical lovers were hunted around Ireland for 16 years by Fionn Mac Cumhail, and many dolmens are named after them, as they had a habit of sleeping in megalithic structures to hide from Fionn


[2] Hermês. Boeot. and Dor. nom. Hermas, gen. a, Corinn. Supp.2.57, Pind. P. 2.10, etc., voc. Herma A.Fr.384, acc. Herman IBID=au=A. Fr. 273: also Hermaôn [a_], Hes. Fr.23, Bion Fr.7. au=Bion Fr. 8, AP4.3b.au=AP 4.3b64=lr(Agath.):-- Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek.


[3] [13] At no great distance from the Crathis you will find a tomb on the right of the road, and on the tombstone a man standing by the side of a horse; the colors of the painting have faded. From the grave it is a journey of about thirty stades to what is called the Gaeus, a sanctuary of Earth surnamed Broad-bosomed, whose wooden image is one of the very oldest. The woman who from time to time is priestess henceforth remains chaste, and before her election must not have had intercourse with more than one man. The test applied is drinking bull's blood. Any woman who may chance not to speak the truth is immediately punished as a result of this test. If several women compete for the priesthood, lots are cast for the honor. -- Paus. 7.25.13


[4] [8] The Lacedaemonians have an altar of Apollo Acritas, and a sanctuary, surnamed Gasepton, of Earth. -- Paus. 3.12.8.


[5] [3] When Theseus had united into one state the many Athenian parishes, he established the cults of Aphrodite Pandemos Common and of Persuasion. (…). There is also a sanctuary of Earth, Nurse of Youth, and of Demeter Chloe Green. 1.22.3


[6] https://heritageaction.wordpress.com/2011/01/27/the-mysterious-moroccan-megalithic-menhirs-of-mzora/