Figura 1: Hermes
no papel de juiz das competições de corridas de cavalos era o deus dos
equilíbrios éticos instáveis que tanto protegia os comerciantes quanto
os ladrões.
Estamos a fazer uma deriva de conveniência quando definimos o termo grego ethos como sendo a palavra que significa aquilo que pertence ao "bom costume", "costume superior", ou "portador de carácter" porque na verdade significa apenas costume, tradição, hábito devendo por isso ser lido mais no contexto antropológico primitivo do que no actual ou seja relativizado o termo ao nível do que um homem primitivo pensaria de si mesmo a da sua situação no mundo natural no contexto da vida comunitária arcaica. De facto o termo grego ethos está relacionado com o verbo grego éθω • (éthō) significando: “estou acostumado, costumo (fazer) alguma coisa”.
A origem suposta deste verbo seria indo-europeia a partir de *swé com o significado de «o próprio» mas o mais provável é que seja este conceito abstracto em si mesmo a derivar de algo mais concreto relativo ao habitat e local de nascimento, que estaria primitivamente por detrás do conceito grego de ethos.
From Proto-Indo-European *swe-dʰh₁-, from the reflexive pronoun *swé (“self”) + *dʰeh₁- (“to put, place, set”), equivalent to οὗ (hoû, “him”) + τίθημι (títhēmi, “to set”): thus the original sense is to "set as one's own". Cognates include Latin suēscō, soleō, Sanskrit स्वधा (svadhā) and Gothic sidus.
Apparenté au latin sodalis («compagnon, ami»), de l’indo-européen commun *su̯ē̆dh- («faire sien») qui donne le sanscrit स्वधा, svádhā, c'est proprement un dérivé du pronom *sue («sien») devenu σφε en grec → voir su-esco de même sens, en latin.
Selon le Dictionnaire étymologique latin, qui renseigne ce mot à l’article edo («manger»), «sodalis», dont l’étymologie n’est pas certaine, contient peut-être le même préfixe sum-, «avec» que sumere, sauf cette différence que la voyelle a été abrégée→ voir jubeo. Il suppose un primitif «*sodum ou *soda».
C'est un dérivé de se suus apparenté au grec ancien ἔθω, ἔθνος («ensemble des familiers, des proches, les siens»).
Sendo assim, o amigo «solidário» latino sodalis é correlativo do verbo latino edo de «comer» e então é possível postular que o ethos grego apelasse para a comunidade de amigos e comensais não sendo no entanto necessário vincular um conceito a outro fazendo derivar primeiro a ética do instinto de sobrevivência individual que nos levaria a comer antes de satisfazer o instinto gregário da sobrevivência da espécie quando, pelo contrário, é a ética que nos leva a confraternizar sobretudo à mesa.
Solidariedade vem do francês solidarité, passando pelo latim solidus, voz técnica da geometria que se referia, como hoje, aos corpos de três dimensões. (…)
Outras palavras de nossa língua, como soldo e soldado, derivaram-se do latim solidus "firme, inteiro, indiviso, inteiro," figurativamente "sólido, confiável, genuíno," do PIE * sol-ido-, forma sufixada de raiz * sol- "inteiro…único”…como o sol!
Se é verdade que «soldado» deriva de «soldo» este não deriva de solidus mas do «saldo» que era pré a pagar em «sal» a um soldado o que demonstra o cuidado que temos que ter para não nos perdermos nas derivas etimológicas. Ora, historicamente o solidus foi uma moeda de ouro romana de 23 quilates introduzida por Diocleciano em 301 d.C. e que seguramente seria o equivalente do soldo que devia ser pago na altura aos militares. Assim sendo ficamos na dúvida se solidariedade vem do «sol» ou do «sal» ou se a certa altura, com a introdução da moeda de ouro de Diocleciano o «soldo» ficou “solarizado” e conotado com o Sol Invictus que a soldadesca romana já adorava, a par de Mitra.
A etimologia clássica, a que se sobrepôs a teoria indo-europeia, parte do falso pressuposto de que todos os termos derivam por composição de raízes de significado genérico que teriam nascido por geração espontânea já prontas a utilizar o que, obviamente, não tem qualquer sentido lógico evolutivo.
Vejamos o caso do verbo latino emere que aparece na etimologia a propósito da etimologia do altino sodalis por sua vez considerado relacionado com a etimologia de ethos. Emō, emere, ēmī, ēmptum tem sempre o significado de comprar. No entanto a etimologia indo-europeia pressupõe que deveria significar «tomar» no sentido de quem se apropria de algo que é de outrem.
De l’indo-européen commun *em («prendre») qui donne aussi le vieux slave *imo (→ voir jímat et jmout en tchèque).
Pour comprendre le passage du sens de «prendre» au sens d’«acheter», on peut comparer certaines locutions françaises, telles que: «prendre un journal, prendre un billet de chemin de fer». Le sens «prendre» est resté dans tous les composés, exceptés redimo et coemo, interimo, → voir interficio et intereo, perimo avec per- péjoratif, comme perdo, pereo. sumo renferme un préfixe très rare en latin: sum- («avec») (syn- en grec, sam- en sanscrit) ; il est traité comme verbe simple, et donne à son tour naissance à de nombreux composés. Pareil fait a eu lieu pour pono, prendo, surgo, etc. praemium est la part qu'on prend avant les autres.
Evidentemente que quem compra adquire propriedade e por isso se apropria mas é obvio que este sentido vem depois porque apropriação sem compra é roubou coisa a que os antigos davam muito valor contrariamente às teorias modernas da apropriação comunitária e comunista. Mesmo nas comunidades em que a vida comum é primitiva e baseada na partilha comum o conceito de roubo é um dos primeiros crimes antiéticos a aparecer sempre que alguém de dentro se apropria de forma particular de um bem comum ou sempre que alguém de fora rouba bens da comunidade. Evidentemente que o que é do domínio comum não é passível de compra ou empréstimo pelo que mesmo em comunidades primitivas a compra aparece sempre que a troca temporária não faz sentido ou seja entre comunidades que não podem ter bens comuns permanentes. Então, ao crime do roubo contrapõe-se o costume da troca sempre que esta era possível e que só passa a compra quando a troca de bens comuns se faz por meios de bens simbólicos ou seja quando aparece o comércio cuja equidade obrigou ao aparecimento de regras éticas e de direito a que presidiam deuses específicos por sinal reguladores tanto do comércio como do tráfego de bens e de pessoas. Os deuses clássicos conhecidos como protectores destas actividades eram Hermes na Grécia e Mercúrio em Roma, deuses por sinal também protectores de ladrões o que nos coloca na pista de que esta actividade teria sido comum nos tempos primitivos antes de progressivamente se ter tornado antiética e passível de punição penal. Por isso é que o «pecado» cristão deriva do crime do roubo de gago, em latim pecum, de que deriva o «pecúlio» monetário. Sendo assim natural seria suspeitar que o verbo latino emere tivesse algo a ver com o deus que presidia a esta actividade e que obviamente era Mercúrio, o deus dos mercadores e mercados sendo então óbvio que emere, além de partilhar a sonoridade dos «mercados» deve partilhar também a etimologia que só pode ser encontrada na primeira sílaba de Mer-cúrio que, como ficamos a saber noutros contextos relativos ao estudo destes deusesse deve relacionar com Melkart que significaria literalmente “senhor da cidade” ou da cidadela protegida militarmente e onde se realizavam os mercados que os antigos assírios chamavam karum.
CASA
Então, é fácil de dar conta de que emere deriva de uma realidade objectiva fácil de identificar como sendo aquilo que teria o nome virtual de *E-Mel-Kar-tu, e que seria literalmente o templo (E = casa) de Melcarte sobre cuja protecção se realizavam os mercados. Obviamente que esta deriva lateral a propósito de emere é circunstancial mas uma coisa podemos concluir: sem explicação plausível, o étimo e- seria de origem suméria e virtualmente egeia, ou mais arcaica ainda, e deve sempre ser tido em conta como sendo significante em si mesmo possivelmente com a conotação de templo, abrigo, lar ou casa de habitação onde se adquirem os hábitos e bons costumes.
*Ish-ka, lit. da vida > *swa > *σϝε > θω + E (casa) => ἔ-θω < e-thos
< E-Thi(os).
A etimologia mítica pode sempre ter várias entradas e nada obsta a que no plano da génese do significado da ética tenham convergido duas ideias sobrepostas, uma relativa à “casa da vida” como espaço natalício e outra, mais universal ainda, relativa à «casa grande» do deus tribal.
É certo que a casa da Grécia antiga era oîkos (casa, lar, habitação).
Oîkos < ϝοῖκος = woîkos < Proto-Indo-Europ. *weyḱ-.
ó Latin. vīcus > Sansk. Viś / veśa > Gotic. weihs.
Obviamente que nem é preciso parar muito tempo a pensar que o termo luso «fogo» na conotação demográfica deriva de ϝοῖκος = woîkos e muito nos admiraria se nada tivesse a ver com o fogo das lareiras pois ϝοῖκος < pha-u-i(s)co e literalmente o *iko (< eiku < e-kiu) o «nicho» ou «ninho» onde nasce a «faísca» do «fogacho» ou seja, a pássaro Benu da luz da madeira (u)!
É frequente no estudo da etimologia miticamente comparada encontrar voltas e reviravoltas de termos como se a evolução das línguas no tempo fosse uma espécie de contradança informativa.
Então, repare-se na forma como os árabes, que têm uma língua de herança caldeia, dão nome ao ninho: عش = eash? Estranho, não é? É que, e-ash é literalmente a casa (E) do filhote (ash) e é quase o mesmo que *iko e pouco menos que o grego oikos.
Por isso é que, quando damos conta de que os postulados da etimologia indo-europeia fazem tudo para passar ao lado das línguas semitas, começamos a suspeitar que estes postulados só podem ser falsos; primeiro porque pretendem criam uma língua adulta e crescida a partir do nada no meio das estepes caucasianas depois porque esquecem o percurso evolutivo das línguas semitas mais antigas e das quais seria de suspeitar que ou descendem ou delas receberam influência. É suspeita a forma racionalista como se pensa em raízes semânticas indo-europeias aparecidas por geração espontânea de forma perfeitamente acabada quando o normal seria pensar que o pensamento humano começou de forma infantil, cheio de pensamento mágico, ignorante e aterrado pelos instintos primários da espécie.
Nest < proto-germânico *nestaz < proto-indo-europeu *nisdós (“ninho”), literalmente “onde se senta [o pássaro]”, um composto de *ni (“baixo”) (daí também Inglês nether) + o grau zero da raiz *sed- ("sentar") (onde também se sentam os ingleses).
E evidente que pensar uma raiz indo-europeia para a etimologia do ninho como sendo *nisdós com o significado virtual de “um assento baixo” é um racionalismo ridículo até porque noutro ponto destes trabalhos demos conta de que o trono e o «assento» de cátedra e cadeira foram coisas miticamente muito sérias na história do pensamento mítico e que fizerem com que a deusa Iside fosse a deusa da caderia à cabeça e possível responsável pela etimologia de sede e «assento» de cadeira pelo que a raiz sed- não é de origem indo-europeia mas egípcia, e nestas como em todas as coisas a etimologia é também dar o seu a seu dono!
Duvida-se é que na etimologia do «ninho» de pássaros esteja incluído o trono de Iside. Se suspeitarmos que na génese da etimologia do ninho estará o berço que seria do domínio da deusa do parto sumério que era Nintu, a Senhora da Natividade, também conhecida como Nix ou Nut, talvez a etimologia do ninho se torne mais fácil e intuitiva!
«Nicho» < franc. niche < ??? > lat. nīdus< *nisdós ou antes
< Nix < Nu-ish < Anu + e-ish ó Nut< Nin-tu > Ninito
> ninio > «ninho». > Ne-ush > grec. Νεοσ.
E foi do «ninho» onde a Deusa Mãe Nintu pôs o ovo primordial é que nasceu o Ano Novo e toda a novidade e não o contrario!
Quanto ao latino edo da «comida», pode ter acontecido o contrário e ter sido este que, enquanto satisfação dos instintos de sobrevivência individual, derivou do ethos egeu pela via dos instintos gregários que se satisfaziam na comunhão de refeições comunitárias. Na verdade, os romanos tinham a deusas Edesia relacionada com a alimentação e Educa com a educação alimentar das crianças de tenra idade, porque “quem dá o pão dá a educação”! No entanto, é bem possível que, agora sim, estejamos perante divindades tardias alegóricas, derivadas do nome de Atena e que, por isso mesmo, pouco acrescentariam à etimologia da ética. De facto, Edna é um nome próprio judeu supostamente derivado do sumério Edin que deu nome ao Éden Bíblico termo que antes de ter acabado a significar estepe terá significado *E-din(gir) ou seja a casa dos deuses que viria a ser o paraíso.
Notar que em sumério dingir ó diñir < di + ñar = juiz + dos que acumulam e depositam (cereais e alimentos).
Sumerian ñar; ñá: = storeroom; to store, accumulate; to deliver, deposit; to place, set down upon; to make, restore, establish.
No entanto, se o nome Edna é comum em várias línguas nórdicas não será tanto pela sua suposta origem judia mas talvez pela sua relação com o nome pessoal feminino irlandês Eithne e que significa literalmente semente ou grão o que nos recoloca na linha etimológica das deusas latinas do alimento.
Como este nome teve várias grafias e formas anteriores que incluem Ethnea, Ethlend, Etnen, Ethlenn, Etnenn, Eithene, Etne, Aithne, Enya, Enna, Etna, Eith-nenn, Eith-lenn, Eithna, Ethni, Ed-lend, Ed-lenn é assim possível suspeitar da existência, possivelmente entre os celtas, de uma divindade arcaica com este nome que não andaria longe do das deusas latinas alegóricas antes referidas nem do nome da deusa do monte Etna que sendo Aitna derivará do nome de Atena. Agora entendemos porque é que Ari-Adne casou com Dionísio que seria uma arcaica variante de Atena.
No entanto, se assim for, também se pode suspeitar que a etimologia do nome da grande deusa Atena deve ser revista podendo ter sido *Etana em Creta precisamente com o significado de “casa (E) das cobras (tan)”, em referência à sua égide ou à sua relação telúrica com o vulcão da ilha de Tera, tanto mais que se pode postular, sem muito receio de errar, que a filha de Urano e de Geia que decidiu a disputa das terras de Cible na ilha da Sicília entre Hefesto e Deméter era ela, a deusa que em Atenas era Core, a filha de Deméter e possível esposa de Hefesto.
Aitna (Etna) é uma montanha em Sikelia (Sicília), em homenagem a Aitna, filha de Ouranos (Céu) e Ge (Terra), de acordo com Alkimos (Alcimus) em seu trabalho em Sikelia (Sicília). Simonides diz que Aitna decidiu entre Hefesto e Deméter quando brigaram pela posse desta terra. Simonides, Fragmento 52 (de Scholiast em Teócrito 1.65).
Edna < Irl. Eithne < Aitna < *Atina > Atena< *E-tan > Atinet
Aitnê < Atinet < *E-tan + at > (E)Tanit < Ti-Anat
> Tianita de Loulé.
De acordo com múltiplas fontes, Etna (latim Aetna) poderia derivar do grego aitne, aithō (αἴθω) que significa "eu queimo", ou de atuna, termo fenícia que significa “fornalha”.
Αἴθω, do proto-indo-europeu * h₂eydʰ- ("queimar; fogo"). Cognato com o latim aestus, aestās e aedis, e sânscrito धे्द्धे (inddhé, “ascender, incendiar”).
Derivar aitne de um possível fenícioatuna faria sentido e iria ao encontro da etimologia acima proposta se postulássemos primeiro que o termo derivaria dos cultos infernais de Tanit, a variante cartaginesa da suméria Tiamat. E obviamente nem vale a pena continuar a insistir no contra-senso de protocolo que é fazer derivar o nome dos deuses de banalidade da vida real. De facto, só mesmo por distracção é que não se derivam várias das inflexões do verbo clássico grego aithō do nome dos infernos dosgregos, o Hades já que aitne só muito remotamente se relaciona foneticamente com as várias inflexões de aithō o que reforça a pouca credibilidade que há em fazer derivar o nome divino do monte Etna dum verbo comum do grego clássico aparentado.
Na verdade, nem por mero acaso, o equivalente masculino do nome pessoal feminino irlandês Eithne é Aodhán com o significado de fogo ou o que transporta o fogo dos infernos porque parece derivar do nome do deus dos infernos da mitologia irlandesa, Aed, ou Aodh, nome que só não ressoa ao Hades grego e ao Adad caldeu a quem for surdo! Claro que nesta linha etimológica se teria que concluir que Atena / Anat foram deusas infernais, o que já se suspeitava, mas sobretudo que Hades seria então um nome egeu mais arcaico que Adad e que neste caso seria corruptela de deus grego dos internos *Ka-Dis, literalmente deus da vida.
Aita - The Etruscan god of the underworld. He is identical with the Greek Hades and the Roman god Pluto.
Aita < Aytha < Hadaj < Hades < Hadad.
< «Hakad»< Hakath <= Kakak(i) < filho do “fogo infernal”, que foi Kaka.
Como o Hades é mais o nome do inferno que do seu deus é ainda mais plausível que este fosse o *E-Hadis / *E-Ka-Ti-ish / Hecate.
Aodh < Aed < Eads < Hades < *E-Hadis <*E-Ka-Ti-ish > Hecate.
Claro que não é imediata a relação do Hades com o verbo latino para comida mas se repararmos que o deus do Hades era também chamado Pluto por ser um deus da riqueza das minas junto a montes telúricos, como o Etna onde Hefesto tinha a forja, e se recordarmos que as terras de cinzas vulcânicas recentes são sempre altamente férteis teremos aqui motivo para relacionar o Etna com Ceres / Deméter, razão que agora explica o mito que faz da titânide Etna aquela que “decidiu entre Hefesto e Deméter quando brigaram pela posse desta terra”.
Os edis (do latim aedīlis curules), da plebe na Roma Antiga eram eleitos pelos Conselhos da Plebe, em número de dois (que aumentou depois) e executavam as ordens dos tribunos, guardavam o templo de Ceres (onde se achavam os arquivos da plebe) e protegiam os plebeus contra os patrícios.
Dada a função de guardas do templo de Ceres dos edis é facilmente aceitável que o seu nome estivesse relacionado com a função de defenderem os celeiros e garantirem o abastecimento dos mercados que primitivamente teriam permitido a realização de refeições comunitárias.
«Edil» < aedīlis< ad-edi-lu, liter.“o homem (lu) que está junto dos comestíveis (edi)” ou seja, o guarda do celeiro ou seja, o e-dil guardava o celeiro tal como o pastor guarda o re-dil.
Na Grécia temos ainda o termo aedo com outro conceito foneticamente próximo destes e que analisamos de seguida.
Um aedo (em grego clássico ἀοιδός / aoidos, do verbo ᾄδω / aidô, "cantar") era, na Grécia Antiga, um artista que cantava as epopeias acompanhando-se de um instrumento de música, o forminx.
Se aparentemente um bardo teria pouco a ver com um membro da polícia municipal, defensor dos celeiros e mercados públicos, a verdade é que este serviço acabaria por ser a maior parte do tempo enfadonho e propício à prática das artes do canto e do encanto que seriam sobretudo apreciadas durante os banquetes comunitários como era o caso dos bardos celtas. De facto, ἅδος, ἄω foi, antes demais, sinónimo de “satisfação, saciedade, decreto judicial favorável” relacionado com ἁνδάνω (< ϝαν-δάνω) / ἁδῶ, “ser aceitável, favorável” e só depois passou a ἀεί-δω (ἀϝεί-δω) / ᾁδω com o significado genérico de cantar…porque seria esta uma das funções dos guardas dos celeiros dos templos e das cidades. A reminiscência do papel de guardião aparece no significado de decreto favorável de ἅδος, ἄω. Por outro lado, parece comprovar-se que as conotações finais de nomes e palavras resultavam da confluência de várias realidades que se iam misturando no perfil temporal evolutivo das palavras. Neste caso temos ἀϝεί-δω < ἀ *ϝan-δω <ϝαν-δάνω, onde se vislumbra a flauta de Pan, a luz primordial de Fanes e alegria campestre de Fauno e pelo meio e a quase certeza de este último deus latino correspondia ao nome mais original destes deuses do amor primordial e da alegria rústica.
Grec. Pan < Phan < Pha-Anu > Grec. Fanes >Lat. Fauno.
E então, se é verdade que entre a flauta e a cítara só esta permite acompanhar o canto do bardo, também é um facto que primitivamente não haveria canto e os aedos usariam apenas o som da flauta para se distraírem enquanto guardavam os celeiros, como quem guarda rebanhos, e alegravam os amigos e vizinhos nos Komos comunitários. Ora, se o faraó era o guardião da «casa grande» do Egipto o edil latino teria tido o mesmo papel enquanto guarda do E-thos grego que afinal ainda não sabemos bem o que seria em concreto mas que tudo aponta para que fosse exactamente ou a “casa grande” do povo ou o seu celeiro adjacente ou seja, quase seguramente o templo do deus da comunidade.
O conceito do edos
como casa comunitária seria tão arcaico que pode ter sido levado pelos
marinheiros egeus minóicos para o Japão onde ficou com a semântica de enseada
ou porto de abrigo e depois deu nome a Tóquio e ao período histórico Edo.
Figura 4: Kitagawa Utamaro – Serão ao luar no Dozo Sagami.
O período Edo é um período da história do Japão compreendido entre os anos de 1603 a 1868.
Edo (literalmente: entrada da baía,
"estuário"), também romanizado como Yedo ou Yeddo, é o antigo nome da
capital japonesa Tóquio, e era a sede do poder do Xogunato Tokugawa, que
governou o Japão de 1603 a 1868, chamado período Edo. Nesta época se desenvolveu a cultura do "mundo flutuante", em oposição à cultura budista do "mundo doloroso",
“em Yoshiwara, uma zona de meretrício em Edo (atual Tóquio) que tinha
permissão para receber membros do shogunato e onde havia inúmeros
bordéis, casas de chá (Chashitsu) e teatros kabuki, lugares frequentados
pelos chonin, membros da crescente classe dos comerciantes da época”.
O período Edo ficou marcado como um longo período de paz no país, após séculos de guerras civis recorrentes e de muitos conflitos internos.
De facto, para povos de marinheiros do
mar Egeu, chegar a um porto de abrigo era como chegar a casa de regresso
da faina do mar. Mas é possível que aqueles que por várias razões
ficavam em terra por cobardia física ou moral também ficariam privados
da prosperidade que a abundância marítima providenciava bem como da
glória e prestígio inerente às lutas com o mar ficando então condenados a
uma indignidade e pobreza crónicas e progressivamente a tornarem-se
párias da sociedade e sobretudo a não poderem comer peixe a terem que
viver como os povos montanheses, de caça e pastorícia e abate de animais
doméstico. Parece então ser isso o que aconteceu no Japão onde esta
classe social tinha o nome Eta e que, por coincidência ou
não, tinham um trabalho estritamente relacionado com abate de animais e
outros assuntos relacionados com cadáveres e mortos: açougueiros,
carniceiros de animais, agentes funerários, executores de penas de morte
e curtimento de couro. Por imposição ou aceitação da tradição o
xintoísmo considerava estas actividades como repugnante e vis. Eta significa em japonês literalmente "os sujos ou repugnantes". Por isso os Eta
não deveriam viver junto de "pessoas normais" e deveriam ficar em áreas
de desperdício, terras áridas não cultiváveis, ou perto de cemitérios e
lixeiras.
Voltando ao mediterrânio, além de pressupormos que o ethos grego é cognato do latino edo deveríamos pensar na etimologia de «edificar».
«Edificar» < latín “aedi-ficāre“; compuesto de “aedes”, edificio, y del sufijo “ficar” del latín “ficāre” de la raíz de “facĕre” que significa hacer.
Claro que dizer que edificar vem de edifício é uma espécie de petição de princípio porque o latino aedes antes de ser um «edifício» seria um *a(d)-edes, ou seja algo junta à ao edes que para os latinos seria o celeiro e para os gregos seria o templo da comunidade ou seja, a «casa grande» comunitária.
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Figura 1: Reconstrução da cidade ibérica de Edeta, tipicamente anatólica.
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Figura 2: Guerreiro edetano tipicamente egeu.
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Aedēs and aedis = [Aedis domicilium in edito positum simplex atque unius aditus. Sive ideo aedis dicitur, quod in ea aevum degatur, quod Graece αἰών vocatur, Fest. p. 13 Müll. Curtius refers this word to αἴθω (< αἶθος), aestus, as meaning originally, fire-place, hearth; others, with probability, compare ἕδος, ἕδρα, and sēdes.]. I. Sing., a dwelling of the gods, a sanctuary, a temple (prop., a simple edifice, without division into smaller apartments, while templum is a large and splendid structure, consecrated by the augurs, and belonging to one or more deities). II. A dwelling for men, a house, habitation, obode (syn. domus; usu. only in the plur., as a collection of several apartments; but in the earliest period the sing. also may have had this signif., though but few certain examples of it have been preserved in the written language).
Αἶθος < From Proto-Hellenic *áitʰos, from Proto-Indo-European *aydʰos. Cognates include Latin aedes and Sanskrit एध (édha).
Originally Proto-Italic *ais, aið- (“place with a hearth”), from Proto-Indo-European *h₂eydʰs, from *h₂eydʰ- (“burn; fire”).
Lat. aedes = Templo, túmulo, casa grande, mansão < *a(d)-edes
ó E-adis < E-| Hades, a casa do fogo dos infernos
< *Ka-Dis, literalmente deus da vida > «Cádis».
Los sedetanos o sedesquios “habitantes de Sedeis” (gen. Setes-kien) en lengua indígena, fueron un pueblo íbero del siglo III a. C. situado en el valle medio del Ebro, en España.
Edetanos es el gentilicio de las personas que vivieron en el territorio de Edeta. Y se conoce así tanto a los íberos edetanos como a los romanos de la ciudad de Leiria (actual Liria).
Então, se não parece oferecer muitas dúvidas de que os Setesquinos eram guerreiros do deus Sete, já os Edetanos ou *edes-kinos poderiam ser um nome equivalente deste por queda do “esse” inicial ou então um topónimo que confirmaria a possibilidade de ethos ter sido um termo genérico, como oikos, para designar localidades como a ibérica Edeta que progressivamente deu nome à federação tribal dos edes-quinos que os romanos chamaram por edetanos mais não seriam do que emigrados egeus aguerridos durante a época dos povos do mar e seguintes e que deram o nome a Edeta precisamente no contexto de grande anexo da casa dos deuses onde se guardava o celeiro e o tesouro da cidade ciosamente guardado pelos guerreiros edetanos representados na figura seguinte em termos formais idênticos aos das pinturas de vasos gregos primitivos.
Figura 3: vasos dos guerreiros edetanos de estilo tipicamente egeu primitivo.
Em conclusão e a propósito do nome de do deus Sete presente no nome dos setesquinos próximo do edesquinos podemos postular que o nome de *Se-tis se reportaria à «sé» ou sede dos deuses e *E-des à casa dos deuses o que nos levaria a recordar novamente o nome de deusas como Sedna e Edna.
Sedna é uma das principais deusas inuit, é conhecida como a Mãe dos Animais Marinhos. Várias são as lendas sobre a origem de Sedna e todas têm em comum o fato dela ser uma bela jovem humana vivendo com seu pai.
A importância isolada da raiz Sed- a preceder o nome de divindades levar-nos-ia ao nome da deusa do rio Sena, Sequana que os latino transliteraram do termo Se-koa-ana de Ptolomeu seguramente pensando no termo latino aqua para água e ambos a partir dum nome pré celta que estaria presente em outros rios como é caso do afluente do Douro onde ficam as arcaicas gravuras do Vale do Côa, relacionado como o verbo luso «coar» o leite ou outro líquido que se faz «escoar» por um pano para que fique limpo e a deusa Soucona.
Souconna é uma deusa céltica, a deidade do rio Saône em Chalon-sur-Saône, a quem a invocação epigráfica foi feita.
Souconna < Sauc-Onna< Sakuona ó Sequana <*Se-kina => Seteskinos.
Mas a Deusa celta Satiada tem de forma mais explícita o nome do deus Sete.
Satiada era uma deusa céltica cultuada na Britânia romana. É conhecida por uma única pedra de altar sem adorno dedicada a ela em Chesterholm (Vindolanda).[1] A inscrição diz:
DEAE / SAIIADAE / CVRIA TEX / TOVERDORVM / V·S·L·M
"À deusa Satiada, o conselho de Textoverdi de bom grado e merecidamente cumpriu seus votos." O nome na pedra pode alternativamente ser lido como Sattada (a forma usada por Jufer e Luginbühl), Saitada ou Saiiada.
Ora bem, até à muito pouco tempo qualquer aldeia rural era definida não de forma banal como o local dos próprios vizinhos mas de acordo com o patrono, orago ou padroeiro que era o santo ou anjo a quem é dedicada uma localidade, associação ou templo (capela, igreja etc.).
A própria palavra aldeia é de etimologia duvidosa porque este termo sendo suposto de origem etíope e com o significado de pastagem por intermediação árabe na verdade só existe na Península Ibérica onde é tão comum na Andaluzia quando sobretudo nos dialectos nortenhos galegos, aragoneses e das Astúrias.
«Aldeia» < Al-dea< arábico Al + dayea < aḍ-ḍayʿa (= “fazenda, propriedade rústica”) < por empréstimo do Ge'ez (Etíope) ፂዖት (= ṣ́iʿot) “campo, pastagem” termo muito mais próximo do «chiote» luso, veste de burel, áspera e fria...própria de gente rústica. Não se entende muito bem como o fonema arábico aḍ-ḍayʿa seja reconhecível no rude e áspero ṣ́iʿot etíope mas se os gramáticos os dizem…fica por esclarecer como foram os árabes buscar este termo, relativo a propriedades rústicas que nunca dominaram, porque pertenciam a um país cristão que lhe resistiu até hoje. O mais provável é que o chiote etíope nunca tenha tido nada a ver com a aldeia que os árabes terão encontrado já perfeitamente estabelecida na península ibérica como propriedade rústica possivelmente apenas nas terras do sul de origem ibérica ou berbere e que depois propagaram por toda a península com tal sucesso que foi sobretudo a norte que este termo vingou e prosperou porque os árabes a conotaram com coisa que existia no seu léxico como al-day-iyla com o significado de coisa pouca e pobre como sempre foi toda a riqueza do rústico.
A verdade é que o termo árabe que hoje traduz a palavra ibérica aldeia é al-qaryat quase seguramente presente no nome de muitas Alcarias, Alqueidões, Algares e Algueirões das terras lusas do sul.
Assim é quase seguro que estamos perante uma etimologia que não sendo popular é erudita e de origem arabizante. Por alguma razão é que dizem os Galegos:
“Por mal que che va, vive na cidá.
A aldea Dio-la dea».
No entanto, é bem possível que a «aldeia» que os galegos preferem ao deus dará, a deusa a deu pois este termo seria mesmo popular e comum a toda a península ibérica, ou pelo menos ao sul da península e por isso pré árabe significado, nem mais nem menos que ido a *A(l)-Deia ou deusa enquanto povoado onde era adorada uma deidade particular tal como ainda hoje tem a sua padroeira e o seu orago.
Claro que se suspeita que tanto os locais como os invasores árabes manipularam o nome da aldeia de acordo com o que lhe foi parecendo até que a institucionalizarem localmente. De facto, suspeita-se que a aldeia ibérica tenha afinal a mesma origem da equivalente árabe moderna al-qaryat, termo que já se encontrou enrolado como o nome da suposta aldeia judaica de Judas Iscariote, porque há quem considere que este sobrenome derivaria do nome da aldeia judaica de Qaryat...como se entre semitas tudo fosse parecido como os macacos e os asnos.
Al-qaryat < Qaryat < Kar-yató Kartea > Caldeia > Hal-Deia > «Aldeia».
> Cartago > Cartagena > Cartaxo.
De passagem se notará que o nome da aldeia passou pelo conceito dos couros e kauroi que guardavam os «castros» e cidadelas que eram na fenícia os kartum de Melkart e pela grande cidade de Cartago pelo que da aldeia à cidade foi sempre apenas mais um passo de progresso ou decadência, passos estes acentuados pelo tempo e pela geografia.
Sendo assim, ficamos na incerteza se ethos significaria apenas a «casa grande» comum aos «seus» vizinhos ou se seria antes a casa do deus adorado em comum como patrono de todos os «seus» vizinhos e comensais como seria o caso de oicos e de «aldeia» enquanto variantes entre muitas mais que se poderão descobrir noutras línguas, do mesmo mitema. Assim, em vez de raízes semânticas duma língua primitiva devemos procurar semantemas míticos e as suas variantes de acordo com as virtualidades de cada língua actual. O fogo permite ainda, obviamente, cozinhar os alimentos e daí: Lat. vescu, comestível.Do mesmo modo e porque uma «aldeia» é demograficamente um conjunto de fogos activos, não apenas no sentido metafórico, é que o Lat. vicu, aldeia< Wiasho < *Ki-kako. Pois bem, outras variantes linguísticas de locais habitados, ou vigiados ou defendidos, seriam possíveis em torno do étimo dos arcaicos deuses do fogo, dos quais o mais comum na Lusitânia teria por étimos -coso e -cosa relacionados comcoisas tão genéricas e comuns precisamente como «coisa» e «casa»!
Erechtheion = The sacred serpent (oikouros ophis), which was believed to be an incarnation of Erechtheus, dwelt in one of the western chambers and acted as guardian to the city. Well looked after, it was regularly fed with honey cakes.
Oikouros = oicos + ouros
ó oi-kouros, literalmente “o kouro de guarda à casas” = Oikouros ophis.
A identificação da cobra como guardião do lar era uma crença que ainda percistia nas zonas rurais do Alto Douro da década 50 do século XX dizendo-se que todas as casas tinham uma cobra debaixo da lareira onde chegava atraída pelo calor do fogo. Uma mitologia tão forte e tão arcaica tem que ter uma ligação da cobra com o fogo e da etimologia da casa com o da cobra.
Οὖρος (oûros) = guarda < hau-uros < Kauros
= ka-uros, literalmente «boieiro» ou cauboi
> koruos > *sorwos ó Lat. servus.
Lat. urus = auroque, bos primigenius.
Οὖρος (oûros). From Proto-Indo-European *wer- (“to note, sense”) or from Proto-Indo-European *sorwos (“guardian”). Cognate with Latin servus.
Os indoeuropeístas, a proposito da etimologia do auroque, que em latim era urus e que Julio César julgava de origem Celta, formam dicertações derivatívas contraditórias.
Auroque < ūro (< *ūrô < *ūraz, “auroque”) + ohso (“ox”, boi).
Auroque < Kauroco < *kaur-Kauco < Ka-Ur-Ush > haurocho > Auroch.
Ox < ohso < Kauco > Ku > Sumer. Gu.
É obvio que incluir *ūrô< *ūraz na equação derivativa do «auroque» é meter o definido na definição o que constitui uma petição de princípios porque *ūraz, a ter existido, era já fonética e semanticamente o «auroque».
Aurochs = Borrowing from German Aurochs, an early variant of Auerochse, from Middle High German ūrochse (“aurochs”), from Old High German ūrohso (“aurochs”), a compound consisting of ūro (“aurochs”) (from Proto-Germanic *ūraz, *ūrô (“aurochs”)) + ohso (“ox”). Akin to Old English ūr (“aurochs”), Old Norse úrr (“aurochs”), Middle Low German ūrosse (“aurochs”), Old English oxa (“ox”).
Old English oxa "ox" (plural oxan), from Proto-Germanic *ukhson (source also of Old Norse oxi, Old Frisian oxa, Middle Dutch osse, Old Saxon, Old High German ohso, German Ochse, Gothic auhsa), from PIE *uks-en- "male animal," (source also of Welsh ych "ox," Middle Irish oss "stag," Sanskrit uksa, Avestan uxshan- "ox, bull"), said to be from root *uks- "to sprinkle," related to *ugw- "wet, moist." The animal word, then, is literally "besprinkler."
Lat. Ops < Greg. Ophis < Aukish < haukis < *Kau-Ki-ish > *Kauka < Kaka
Oic(os) < Hauh < *Kauka > Huaca, logar sagrado em ameríndio.
ó *Kauka > *cauza >Lat. casa > «casa».
> hausa > Engl. house < OE Hūs, < Hūsian, f. Gmc.[1])
House, from Middle English hous, hus, from Old English hūs (“dwelling, shelter, house”), from Proto-Germanic *hūsą (compare Scots hoose, West Frisian hûs, Dutch huis, Low German Huus, German Haus, Danish hus, Norwegian Bokmål hus and Swedish hus possibly from Proto-Indo-European *(s)kews-, from *(s)kew- (“to cover, hide”).
Nelle lingue di ceppo germanico, in alto tedesco antico la parola per casa era hus, in olandese huis, antico inglese hus, tutte derivano dal proto-germanico husan da cui deriva la parola inglese house. Per i Goti la parola per casa che era razr (polacco rodzina = famiglia?) mentre la parola hus era riferita solo al tempio sacro guþ-hus dimora di Dio.
Mi ricordo che in una delle mie prime lezioni di inglese al British Institute of Florence, la mia insegnante una certa Miss Bliss, spiegandomi le parole base della lingua inglese disse che per noi fiorentini era facile pronunciare la parola "house" in quanto eravamo avvezzi alla c aspirata che diventava quindi h, così che noi pronunciamo hasa e non kasa. Forse questa peculiarità fonetica non è un caso ma il segno del nostro retaggio ancestrale germanico.
A palavra “casa” tem a sua origem no latim “CASA”, que por sua vez designava uma barraca, cabana, choça, edificação rural de pequeno porte, tugúrio. Originalmente, o vocábulo não era utilizado para designar moradas de boa qualidade. Com o tempo, no entanto, ele foi sendo assimilado para residências térreas, independentes e de qualidade.
La palabra casa viene del latín casa. San Isidoro1 explica que casa es una habitación hecha de estacas y ramas que sirve para protegerse del frío o calor. Según Covarrubias2, la palabra latina casa viene del hebreo כסה (kisá = tejer y cubrir) porque las primeras casas eran ramadas, o tiendas de campaña.
No confundir la palabra latina casa con la palabra capsa, que dio caja en castellano, chasse en francés, cassa en italiano y caixa en portugués. Capsa viene de una raíz diferente relacionada con verbo capere, el cual forma parte de tantas voces españolas: cable, campo, capacidad, etc.
«Caixa» < caja < it. cassa < lat. cap-sa > «cápsula».
Lat. caput < *kaput < kap-tu < cap-isha > cap-ica < lat. *cap-ipa
Lat. Cap-pa > «capa». < *cap(-ere) < cawe< Kaka.
Caput = From Proto-Italic *kaput, from Proto-Indo-European *kauput-, *káput (“head”). Cognates include German Haupt and English head.
Lat. Casa = Possibly from either Proto-Indo-European *kat- (“to link or weave together; chain, net”) (compare catēna (“chain”)), or Proto-Indo-European *ket- (“hut, shed”) (compare Old English heaþor (“restraint, confinement, enclosure, prison”), Avestan (kata, “chamber”), Mazanderani کَت (kat, “wall”)), likely through borrowing from another Indo-European language rather than inheritance.
A facilidade com que a palavra para a casa rústica latina, tugúrio, cabana ou choupana, chegou aos povos ibéricos demonstra que era esta a sua habitação comum, pelo menos aos olhos soberbos dos conquistadores que já se tinham esquecido das choupana dos seus heróis fundadores e segue a regra que transformou o caldo verde com rodelas chouriço e pão centeio ou broa de milho que era o prato principal e único dos pobres de antigamente no manjar de desenjoo dos banquetes dos novos-ricos hodiernos.
Ki + «a»> Kia > ka, vida ó ha > «a», água da vida!
Egipt. Bet < Wet < Ki-et >*Kat.
Ket< Het > Ed > Sumer. «E».
Relativamente ao sumério «E» é difícil tanto postular a sua etimologia virtual como decidir que se pode tratar de um termo imotivado nascido na origem da linguagem a par de «a» para água, que pode não ser imotivado e derivar do ka da vida!
Do mesmo modo, é difícil saber a etimologia da preposição latina ex.
Lat. ex ó Greg. Ant. > ἐξ (ex) < E-ish > Irl. Ant. ess-, a, ass > Lituan. ìš
> Ig.Ant. Islav. из (iz) > *iko > grec. O-icos.
De facto, podemos apenas opinar que ex ou literalmente em português «e-is» significaria “(fora) da casa” onde o conceito de ausência estaria implícito, tal como aqui derivaria de e-ki e significaria na terra (ki) da casa (e). Do mesmo modo, como acabamos de saber mais acima que o grego oicos derivaria de uma raiz que seria *iko, a sua etimologia seria afinal algo agora parecido com «cobra» de casa onde esta estaria quase subentendida em «O» de o-phis ou no O < Au < hau < kau, o animal totémicos dos lares, como também vimos antes a propósito do conceito mítico fundador atenienses, oikouro
A propósito de os povos pobres
serem também os mais arcaicos e primitivos ocorre-nos falar da etimologia
destes dois termos que nos aprecem por esta mesma vicissitude cultural
aparentados.
«Povo» < povoo < poboo < *pobolo > poblo > pobro
*Pobolo < *Powlos ó
πουλύς < Phoulos < Kouros < Kur.
< Lat. populus + ikos > *poplos > *pop.likos
Do latim
antigo populus (desde meados do séc. II a.C.), de poplus anterior, de
poplos ainda anteriores (atestado já desde o início do séc. V a.C.), do
proto-itálico *poplos (“exército”), origem posterior desconhecido; talvez do etrusco ou da raiz de pleō. Veja também plebes.
Plĕo, ēre, v. n., I.to fill, to fulfil,
the root of plenus, q. v., com-pleo, ex-pleo, sup-pleo: “plentur antiqui etiam
sine praepositionibus dicebant,” Fest. p. 230 Müll.
Pleō, plēre, plēvī, plētum ó
< πλέω • (pléō) velejar (em um barco), flutuador
< πληρόω • (plēróō) encher, encher
terminar, completar para cumprir
< πλήρης < ??? <
πλή ó Lat.
plus < proto-itálico *plous < grego
antigo πολύς
Πολῠ́ς • (polús) m (πολλή feminino, πολῠ́
neutro) = muitos, (com substantivos de multidão) grande (de quantidade, com
substantivos de massa) muito (raro, de uma pessoa) grande, poderoso (de som)
alto (atributivamente, adverbial) fortemente, totalmente (de espaço) largo, grande
(de distância) longe (de tempo) longo; atrasado
Plus < Do latim antigo plous, do
proto-itálico *plous, do proto-indo-europeu *pleh₁-,
*pelh₁u- (“muitos”). Cognato com o grego antigo πολύς (polús, “muitos”), o
inglês antigo feolo (“muito, muitos”). Mais em fele.
O derivado grego mais conhecido de Πολῠ́ς
/ Plus é Polis, a cidade, e a forma épica, seguramente seria também
a mais arcaica πουλύς (poulús). Por outro lado, a declinação de πολύς (polús) é formada por dois radicais, πολ-
(pol-) e πολλ- (poll-) < πολϝ- (polw-) o que aponta para um termo anterior
que seria *powlos ó πουλύς de que derivou o proto-itálico *plous de que derivou o plus latino.
Ora a origem egeia deste *powlos ó
πουλύς só pode ser o que mais sugere a semântica
deste termo que só pode ser o nome da montanha do Kur. Este conceito parece ter
significado em etiocretense a totalidade e ter carradas e montes de razão!
*Powlos
ó πουλύς < Phoulos
< Kouros < Kur.
«Plebe»
< Plebes < Plewe <
Pelek < πλή > πλήρης.
> Peleg < Phelek < Keret.
> Pelágios.
Do velho
latim plēbēs, de proto-itálico *plēðwēs (de onde oscan plífriks,
"plebeiano", nom. Sg.) Via * plēðros), de proto-indo-europeu * pl̥h₁dʰwḗh₁s
~ * pl̥h₁dʰuh₁és
(de onde a antiga grega πληθῡς (plēthūs, “multidão”) de *pleh₁-
(“encher”), daí pleō.
Ou seja, é quase seguro que a origem do
nome do «povo» luso é egeia e a forma latina estaria próxima das fonéticas
ibéricas que já teriam influências egeias antes de romanizadas o que quer dizer
que pupulos deriva de um termo anterior que seria *powlus
«Público»
< latim antigo poplicus < antigo poplus < do proto-itálico *poplos
de origem desconhecida.
«Paucus»
< proto-itálico *paukos, do proto-indo-europeu *peh₂u-kos,
de *peh₂w- (“poucos, pequenos”) + *-kos
(-cus). Veja também saxão antigo fā
(“poucos”), alto alemão antigo fao, fō (“poucos, pouco”), nórdico antigo fár
(“poucos”), gótico (faus, “poucos”) para o primeiro elemento.
«Parvus» < ??? proto-itálico *pauros (“poucos, pequenos”) com metátese relacionada
à hierarquia da sonoridade, do proto-indo-europeu *peh₂urós,
forma sufixada de *peh₂w-. ó grego antigo παῦ-ρος (paûros), o
armênio antigo փոքր (pʿokʿr), e os cognatos germânicos
sob o proto-germânico *fawaz.
Parvus < parwus
< Lat parcus < Proto-Italic *pe-arkōs < pher + | arco <
arceo <
ἀρκέω
(arkéō |.
Parcus = poupado, avaro, frugal,
apoucado, cauteloso, lento.
Parcō, parcere, pe-per-cī / parsī, parsum.
Parco, parcere =
agir com moderação,
poupar, reservar, resalvar, abster-se de, usar moderadamente.
«Arceō» =
(transitivo) afasto, rejeito, repelo (transitivo) eu evito, impeço (transitivo)
Eu confino, mantenho perto. (transitivo) eu defendo, protejo (de). (transitivo)
Afasto-me, afasto-me, afasto-me, alieno.
«Arceō, arcēre,
arcuī, arcitum» < proto-itálico
*arkeō, do proto-indo-europeu *h₂erk-. Os cognatos incluem o antigo armênio արգել
(argel, “obstáculo”) e o grego antigo ἀρκέω (arkéō).
«ᾰ̓ρκέω» •
(arkéō) afastar, afastar (+ dativo) defender ajudar, socorrer bastar, ser
suficiente (para), satisfazer ser forte o suficiente, aproveitar, aguentar
(passivo) estar satisfeito com.
«Arcar» = 1.
Arquear. 2. Guarnecer de arcos. 3. Dar a forma de arca a. verbo intransitivo 4.
Lutar. 5. Dar arcadas (respirando). 6. Tomar sobre si.
«Arcar» < arc + -ar ou possivelmente do latim vulgar *arcārius, alteração de
arcuārius (“fabricante de arcos”), do latim arcus.
Pt. Ant.
«populo» > pobro > «pobre» < *pau-ber < pavpair
< ?Proto-Italic
*pawoparos < *pawi-per < *pauwiper < pau-(ci < Ki)-pher.
O «pobre» era etimologicamente
o que transportava poucas coisas...na bagagem.
De facto se em regra
os «pobres» são povo o seu nome luso não deriva do latino populus mas, a
sua fonética derivativa teve ressonância na forma evolutiva da via popular do
latino pauper. E mais pobre que o povo pobre era as crianças.
Pubes < puber < pu-er, pū-pa, pū-sus, pu-tus.
Lat. puer < Proto-Italic *puweros <
Proto-Indo-European *ph₂weros< *peh₂w-.
ó with
Oscan puglum), Ancient Greek παῖς (paîs, “criança”)
< Pu-ber < Phu-pher < Ku-pher
Ver: LARUNDA, a deusa cobra dos lares latinos (***)
ESTÉTICA
Estética deriva «do francês esthétique», que, por sua vez, vem «do grego aisthêtiké, forma do adjectivo aisthêtikós», que significa «que tem a faculdade de sentir ou de compreender; que pode ser compreendido pelos sentidos».
Greek aisthetikos "of or for perception by the senses, perceptive," of things, "perceptible," from aisthanesthai "to perceive (by the senses or by the mind), to feel," from PIE *awis-dh-yo-, from root *au- "to perceive."
«Estética» hewisd- < *h₂ew- (“ver, perceber” ) > ἀΐω (aḯō). Cognatos incluem sânsc. आविस् (āvís, “aberto, manifestamente, evidentemente”), latim audiō (“eu ouço”) e Hitita, u-uḫ-ḫi (“vejo”).
Quando um português rústico mal falante diz que tem «visto e *ouvisto» começa a gaguejar e a dizer *ouvo por «ouço» o que, além de falta de cultura gramatical, significa que estes dois sentidos se confundiriam facilmente no valor perceptivo da realidade dos falantes primitivos que facilmente confundiriam as brisas com sopros de espíritos e auras sobrenaturais. Por isso, não repugna muito fazer derivar a estética mais da percepção auditiva do que da visual ainda que tenha sido na visão que ela se tenha fixado em definitivo. No entanto não é convincente que o grego aísthēsis tenha muito a ver com o proto-indo-europeu *hewisd-.
Lat. Auris < proto-indo-europeu *h₂ṓws. ó Inglês Antigo ēare (inglês ear), grego antigo οὖς (oûs) ó antigo eslavo eclesiástico, uxo ó (??? Chamorro, uho) ó irlandês antigo au.
Lati. Aura < Greg. αὔρα (aúra, “brisa, vento suave”) < Proto-helênico *auhrà < proto-indo-europeu *h₂éwsr̥h₂ (“ar da manhã”) < *h₂ews- (“amanhecer; leste”) > ᾱ̓ήρ (āḗr).
Na verdade, se era a Aurora latina que trazia consigo os primeiros raios de luz na forma da «aura» invisível dos corpos que Eos, a equivalente grega, trazia consigo e com o vento Zéfiro a brisa da manhã a que chamavam aura. Na verdade, nos tempos da mitologia de transmissão oral o ouvido era mais importante que a visão mas muita informação se perdia pelo caminho ao ponto de a primitiva mitologia da Deusa Mãe anatólica Aruru, de que os romanos receberam o nome da Aurora acabar entre os gregos como nome das auras. O resto do esforço de pesquisa a respeito das línguas proto indo-europeias é pura treta. De facto incluir nestas pesquisas a língua chamorro de base austronésia e malaio-polinésia, com influência espanhola falada na ilha de Guam e nas ilhas Marianas do Norte, na Oceânia e rematado disparate que denota o desnorte dos investigadores. Evidentemente que a etimologia do nome da deusa grega da aurora não é fácil de descobrir mas não ver no suposto *h₂ews- (“amanhecer; leste”) o nome de Eos e precisar de uma contracção a martelos de prensa para ir da raiz da aura *h₂éwsr̥h₂ao ar grego ᾱ̓ήρ são saltos de trampolim demasiado perigosos para serem dados pelo comum dos mortais.
De facto, o grego clássico era um produto acabado resultante de uma longa evolução linguística que teve a última manifestação escrita no micénico anterior à idade das trevas gregas sabendo-se pouco do que aconteceu entre ambas e praticamente nada, dos falares minóicos que seriam muitos e variados espalhados por todas as ilhas do mar Egeu.
Ora, se ais-than-esthai significa “sentir” tal como se encontra no seu contrário que é a “anestesia” e que deu aisthêsis como sendo “sensibilidade ou sensação” é fácil de verificar que pelo caminho se perdeu -than- por contracção. Ora, tal deve ser uma parte importante da etimologia dum termo que na origem seria virtualmente *ais-than-esthêsis. De facto, quem nos pode garantir que a primeira sílaba deste termo, longamente aglutinante na sua origem, não fosse um mero onomatopaico relacionado com a sensação primária da dor na forma dum grito universal, Ai!
Ishtanu (Hittite sun god) < Ish-Tan, lit. "a cobra de fogo" ou “filho da cobra lunar” < *Kaki-Kian.
Então, o termo virtual *ais-than-esthêsis deveria ser Ai-sthan-esthêsis, onde, para «estesia», se deveria procurar à parte uma etimologia própria e para –sthan- já temos o astro e deus de toda a luz que era Ishtanu, o deus esposo de Arina (Hattic Eshtan, lit. “a casa de Ishtanu), a deusa do sol do país e dos povos dos Hatis e possivelmente uma contração do nome de Aruru-Ana.
Ver: OSÍRIS, O OLHO DE DEUS NO FUNDO DAS TREVAS (***)