sábado, 8 de dezembro de 2012

APKALLU, os sábios sumérios do deus Enki, por artur felisberto.

Os Ap-kal-lu eram os sete sábios da mais antiga tradição suméria. Na mitologia acádia serviam aos reis como conselheiros e clérigos. Os Apkallu seriam marinheiros que teriam surgido das águas com as suas canoas às costas e por isso foram representados vestidos com capas em forma de peixes para trazerem aos homens da suméria a civilização supostamente a partir do golfo pérsico e por isso poderiam ter origem na Abissínia. Um outro epíteto para Apkallu é por isso Annedoti. Um dos mais conhecidos foi Oannes (Adapa) filho de Ea.

Sabendo-se que Apolo só veio a ser identificado com o sol a partir de Homero importa estabelecer não apenas uma correlação fonética como também semântica com o panteão da Suméria.

Gal = «grande» e Lugal = «rei»

< lu-gal = «homem grande»!

Abgal = ab + gal = pai grande

= «sábio», então,

Gar < Kal < Kar < Kaur => Ap + kal,

ou seja,

clip_image001

Figura 2: Génio alado, anjo mensageiro de Eia ou Apkallu?

O Apkallu (acádio) ou Abgal, (suméro) são sete sábios sumérios, semideuses que se diz terem sido criados pelo deus Enki (acádio: Ea) para estabelecer a cultura e trazer a civilização à humanidade. Eles serviram como sacerdotes de Enki e como conselheiros ou sábios para os primeiros "reis" ou governantes da Suméria antes do dilúvio. Supunha-se que teriam trazido à humanidade os Me (tábuas da lei), o artesanato e as artes. Eles eram vistos como tendo a aparência de peixes que emergiram das águas doces do Apsu. São comumente representados como tendo a parte inferior do tronco de um peixe, ou vestido como um peixe.[1]

Apkal = literalmente o pai dos reis e poderosos mas metaforicamente Altíssimo, Todo-poderoso e Omnipotente Deus Pai”, pois grandes e poderosos foram os deuses, antes de tudo o mais!

De acordo com a lógica do panteão sumério Apkal deveria ser Enlil. Como este deus foi mais usado politicamente do que adorado e ainda assim apenas por uma minoria aristocrática “o rei dos reis” mais popular foi Enki de que Enlil seria mera e remota variante. O próprio mito refere Eia como aquele que enviou aos homens os Apkal-lu, lit. “os homens do (ou enviados pelo) pai dos reis”!

Kala = Costly, Dear, Expensive, Valuable.[2]

Ou seja, se o sumério tivera sido estudado por lusitanos teriam descoberto que kala era literalmente sinónimo de «caro» estando dentro da etimologia grega de Eros e Kalos.

 

Ver: KAROS (***)

 

Já em sumério existiam vários termos para definir a soberania suprema, comprovando-se assim que o sumério era já uma língua imperial que tinha absorvido conceitos de diversos dialectos provinciais.

Bara = Sovereign ruler (king)

Sar = King

Sharru = King (regulus, watcher)

Lugal = King ó Nin-Gal = Giver of kingship[3]

É pouco provável que não tenham tido todos a mesma origem étmica, sobretudo porque todos têm uma profunda analogia estrutural.

«Barão e Varão» < War-(An) > Bara.

                                                 > Ver, epíteto do deus «manda chuva»!

           Sar < Shar < Kar > Gal.

Sharru < Shar-Ur < Kar-Ur < *Kar-lu > (apa)kal-lu > gallu ó lugal.

De facto, sendo em sumério:

Shar-Ur = caçador supremo > Sharru = rei!

O conceito de rei fica assim definido como tendo sido construído logo no período arcaico do paleolítico com a conotação de chefe de caçadores que presidia à distribuição dos despojos de caça, seguramente de acordo com a sua percepção pessoal dos critérios de mérito e justiça do senso comum do grupo tribal! Pois bem, antes de vir a ter a conotação de grande e poderoso galllu, ele era, por causa destas mesmas funções de benemérito distribuidor de alimentos e «bem-estar», apenas o “homem bom” da semântica galaico-portuguesa medieval que é de faço o que acaba por significar o termo virtual *Kar-lu, suposto na génese de todos estes conceitos apolíneos, e de que deriva sem grandes alterações o nome próprio «Carlos». No limite os reis tiveram a conotação de “bravos e bons”! Depois, todas as conotações variantes que a cultura foi entretanto inventando, tais como “forte e poderoso”, implícitas no conceito de bravura, “justo e supremamente bondoso” implícitas na sua capacidade de zelarem pelo “bem-estar” do grupo!

Pepino, o Breve, conde de Heristal, estava junto da mulher. Então, um criado, saindo a correr de uma sala do palácio, estacou à porta e de lá gritou Kerl" que em alemão significa varão. Assim anunciava o nascimento, de facto embaraçante, do filho natural de Pepino. E este, de acordo com a fama que o descreve, olímpico e sereno, comentou simplesmente: -- «Pois se é varão, chame-se varão!» Deste modo surgia, segundo a lenda, um nome destinado a ribombar na história dos francos – e um miúdo bastardo que o mundo inteiro viria a conhecer com o nome de Carlos Martel.

*Kar-lu > Em alemão, Kerl ó lat. Karolus.

                > War (lu / An) > Varan < «varão»!

Assim sendo, já na origem Loxias andava semanticamente ligado com Apolo pois o deus Sumério pai dos Apkallu é muito seguramente uma das origens mais prováveis do nome deste deus. De facto, na Suméria, os sábios Apkallu apresentam fortes similitudes semânticas e funcionais com Apolo. Como «lu» significa homem em sumério, Apkallu (Ap-Kal-lu) seria, literalmente, homem de Apkal.

Quem era então este Apkal?

Em Sumério “Ab, the father of the waters” era o deus das águas doces que vivia em Apzu / Absu que era também “home of Ea and of the Seven Sagese “also the name of Ea's temple in Eridu” então Ab = Ap, que na forma antonomásica seria Eia, o deus das águas primordiais que cercavam o mundo.[4]

Ora, Em Sumerio Apalu = resposta, (de Enki por meio dos sábios Apkallu)!

Pelo menos na cultura caldeia, a par dos anjos (espiritos celestiais ou Eons) existiam os demónios infernais que em sumério eram os Gallu (< Kal lu), "a term which originally referred to police officers."

Dito de outro modo, como foi o deus dos exércitos que presidiu ao começo da história todas estas referências míticas que marcam tanto o começo da linguagem como da cultura revelam-nos, de forma recorrente e repetida, que a organização heróicas dos guerreiros primitivos da época da caça foram o embrião institucional mais primitiva que sustentou o desencadear do processo evolutivo da civilização humana que nasceu com a marca da ambivalência como pecado original de todas as instituições de poder, tão amadas e respeitadas quanto temidas e odiadas!

Apolo e Palas Atena, têm relações com a sabedoria e as mesmas funções mânticas de magia e encantamento das pitonisas.

Eia < En-Ki / Ki-ush > Zeus.

Interessante é reparar na correlação fonética com o termo que designa um dos animais solares que é o «galo» (< Lat. gallu, s. m. género de aves galináceas) que tanto anuncia a entrada triunfal da aurora como a porta nocturna da traição de S. Pedro! O animal totémico de Apolo era a serpente solar, razão pela qual andou com as cobras ao barulho! Mas, se o «galo» não foi explicitamente um animal de Apolo poderia tê-lo sido tanto mais que uma variante do seu nome pode ter sido Upojo, lit. “o galo gordo”? > “polho”, que significa frango em castelhano.

Na verdade, Apolo pouco mais terá feito de que herdar destes deuses os cultos solares, ofídios e proféticos (pro + phi + etic), depois da passagem dos micénicos pelo santuário de Delfos pois, Apôllon (< Apol An), já o era entre os etruscos sob o nome de Aplu < Ap (| < hal < kal |) lu. lit. «homem do pai».

Porém, este facto sugere, tanto pela fonética como pela personalidade de deus solar da sabedoria, relações com a divindade sumério Apkallu = homem de Apkal, o deus Enki. Assim uma das primeiras possibilidades para a origem do nome deste deus poderia ter sido:

Apkal + lu = Ap ki al lu => Apphaillu =>

                              Apolo < Aphaulu > Apullu

Aphulu + Anu > Apulun hit.

Apulun > Apôllon > Apolo.

As dúvidas em matéria desta natureza e antiguidade serão sempre mais e muitas! No entanto, estas dúvidas decrescem se supusermos que partes delas se relacionam com a própria origem étmica de Apkallu. Teimo supor que este termo se relaciona com a génese do nome de Apolo mas, só o tempo e o estudo pode fixar as antigas rotas étmicas mas não me admiraria que se viesse a demonstrar que múltiplas rotas podem confluir num mesmo étimo, já que a inversa é mais do que evidente pois só assim teria sido possível a plural complexidade linguística.

Ora, seria partir da relação deste deus com a sabedoria que se viria a referir ao nome de Apolo, precisamente pela via dos seus sete mensageiros angélicos que os divinos sábios, afinal, eram porque o conceito sumério do me era também uma forma de referir tanto as leis divinas do destino quanto os princípios das técnicas, das artes e da sabedoria em geral.

Não era por intermédio de anjos que Deus falava com os homens, desde Abraão à Virgem Maria e, por intermédio desta aos videntes de Fátima?

Então, «anjo» (< Lat. angelu < Gr. ággelos, mensageiro) < *A(n)ki ka(r)lus > Aphi Kal lu[5] > Ap Kal lu > Ap Phal ly + Anu [6]> Aphaullaun > Apôllon > Apolo.

Outra possibilidade, bem mais simples, seria pressupor que o arcaico nome de Apolon fosse, muito simplesmente = Ap + El +Anu = Senhor «pai solar». (Phielanu ?=> Apolon). Porém, esta variante acaba por ser equivalente a (1), que pressupõe a existência de Apkal.

Ou então, Baal + Anu, senhor filho de deus (solar) > Baelenus > Abelanus > Aphealun > Apolon. Esta via é, obviamente, rebuscada demais para ser verídica.

No entanto, sabemos que:

Bar is an Aramaic word meaning "son, while Bat is the Hebrew word for "daughter." The plural of Bar is B'nai, while the plural of Bat is B'not.

Sendo admissível que Apkal seja a chave suméria da compreensão do nome de Apolo e ainda mais naturalmente que Bar- < War- < Phar- < Kar, teríamos que os Apkallu não teriam sido senão os príncipes enquanto os varões (lu) filhos (kar) do pai (apa). Então, pelo menos semanticamente, os angélicos Apkallu seriam assim apenas uma espécie particular de demónios ou seja, literalmente homens do Senhor ou seus delegados e mensageiros, e formalmente uma forma de mediação entre os deuses e os homens, tantos os do altíssimo céu como do lado inverso do mundo, ou seja e muito mais adequadamente os denominados «génios» ou homens alados, tal como os consagrou a iconografia grega.

A semântica do nome dos Apkallu, com o seu significado de homem sábios ao serviço do Altíssimo, Todo-poderoso e Omnipotente Deus Pai” reporta-nos também para o conceito teológico hebraico El-Elyon.

Existem indícios de que os génios alados assírio-babilónicos eram entidades mensageiras de Enki, o deus da sabedoria de que Apolo seria o representante helénico.

Claro que Apolo foi teologicamente um génio alado filho de Enki que acabou no panteão helénico consagrado em deus olímpico mas, de facto, os Kallu eram tanto do sexo masculinos (ex. os erotes) como femininos (ex. Nike, forma alada de Pallas Atena).

Osiris, like Apollo, was identified with a wolf god (Khenti Amenti), and like Saturn he was Lord of the West, the regent of the dead who ruled the Elysian Fields (cf. 5.High Priest and 11.Time), another enclosed garden. He is the spirit of regenerated of Nature. (Cooper s.v. garden; Larousse 17) [7]

Ap-Kallu < Apa-Kal (= gande pai) + lu

   Kur > *Kar > Kal > Gal, o rei!

                    Her-Kal > Herkales, filho de *Herkal, lit. «o pai dos guerreiros»!

                    Her- < Ker > Ger(ra) => «guerreiro»! > Erra > Wer.

Apolo | Diradiotes  < Thura Theiotes ou Erotes dos infernos do Kur,

ou seja da serra

 

clip_image003

Figura 1: Um dos Erotes ou Apolo Deiradiotes.

Apolo, por ser filho de Leto, quase que seguramente a mesma deusa que Afrodite, pode ter sido assim apenas um dos Erotes e, por isso mesmo, quando jovem adulto, um deus do Amor no masculino. De facto, as características asas angelicais destes deuses está fora dos cânones habituais da iconografia com que os artistas gregos e helenistas representavam o panteão olímpico. No caso concreto da figura este deus parece ter numa das mãos um disco solar ou um astrolábio enquanto na outra parece segurar um estilete como algumas representações Sumérias de Ishtar.

Gerra = Sumerian Gibil, fire-god assimilated with Erra and Nergal, son of Anu and Anunitu.

Lat. Porto-Cale < Portugal = Porto-Gal = Porto-rei = porto real, ou grande porto!                   Cale ó Gaia =>

Kali < Cale < Galya ó Talya > Gaja > «Gaia».

*Ka-lu > Gajo > « Gaio»

Ø  Kaju > Kau > Cu.

Apa-Kal-lu > Apkallu > Aphallu > Apalu > Apolo.

*Kaka Kallu => Aka kallu ó Apakalu.

Apakal(lu) > Pakal, o rei maia do túmulo de Palenque!

Se os maias não foram colonos minóicos então a linguística é o reino das coincidências sistemáticas!

Entre as etimologias propostas (para a etimologia do nome de Apolo) encontra-se a divindade hurrita e hitita, Aplu, que foi amplamente invocada durante os "anos de peste". Assim, Aplu, sugere-se derivar do acadiano Aplu Enlil, que significa "filho de Enlil", um título que foi dado ao Negral, deus, que estava ligado a Shamash, deus babilônico do sol[8]e que era também um deus das pragas.

Aplu < Apa-lu = homem do pai, como era o Sr. do Kur que viria a ser Apolo!

=> Apkallu = Grande homem do pai ou homem do pai grande, que era Eia.

 

Ver: ETIMOLOGIA E ORIGEM DE APOLO (***)

clip_image004

Figura 3: Um Querubim assírio ou a alma do Sol Sakar, o boi Apis, vista pela imaginação mesopotâmica e por isso também suposta representação do deus dos infernos, Negral.

Apkallu: According to Mesopotamian traditions, known only from indirect references and from Berossus, Ea sent seven divine sages, Apkallu, in the form of "puradu"-fish (carpas) from the Absu to teach the arts (Sumerian "me") of civilization to mankind before the fl ood.

They were:

1 Adapa

(U-an, called Oannes by Berossus),

o próprio filho de Eia.

2 U-an duga,

3 E-me-duga,

4 En-me-galama,

5 En-me-bulaga, < gabula > hapula

> Apolo?

6 An-Enlida,

7 Utu-abzu.

Each is known by other names or epithets, and is paired with an antediluvian king, hence their collective names "counselors", "muntalku". In this capacity they were credited with building walled cities. Responsible for technical skills, they were also known as craftsmen, "ummianu" a word which puns with Adapa's name U-an.  Some of them were traditionally poets composing the epics of Gilgamesh and Erra.  They were banished back to the Absu forever after angering Ea. After the flood, certain great men of letters and exorcists were accorded sage-status, although only as mortals.

A verdade é que o termo sumério "ummianu" poderia ser um trocadilho tanto de U-an (Duga) como também de E-me-(Duga) pois na verdade estamos apenas diante de epítetos significantes e, por isso mesmo passíveis de tradução.

1 - U-an Adapa = («João» < Ienes < Janes < Joanes <) Oannes < U-an-ish, lit. “filho de U-An”, seguramente um epíteto até agora despercebido de Ea

=> U-an Adapa = Adapa (= Ada, «pai» + pa, «bastão»)

= “o que tem ou é amparo do pai”.

U-An, que não é senão uma fórmula relativa à qualidade de Enki enquanto o Sr. do Tempo ou Crono.

U = 10; idade; ar, aberto; e; escova; luz do dia; dia; época; ovelha; gordura; lenha; olhar; erva; lenha; monte; período; plantas; passeio; temporada; tempestade; tempo; tempo (em geral); vara de uma jarda.

2 - U-an duga = sinónimo do anterior em que Du-Ga = “palavra de comando”!

3 - E-me-duga = O que fala (=templo que guarda) das tábuas-da-lei que contêm a «palavra de comando»!

4 - En-me-Galama (< Galem = High standing < Gal-ama = “a grande mãe”, a «avó», à boa maneira anglófona de compor o sentido das coisas) = senhor das “tábuas-da-lei” inteligentes!

5 - En-me-Bulaga = senhor das «tábuas-da-lei» de (| Bulaga > Ga-balu, «o cavalo que tranporta o Ga > (Helio)-Gabalo > Kapula >) Apolo?

6 - An-Enlida = Sr. Enlida (< Enlitu, nascido de Enlil, o que reforça a suspeita de Enki e Enlil terem sido a mesma entidade)!

7 - Utu-abzu = lit. «sol que ilumina os abismos», uma típica metáfora!

O conceito mítico dos sete sábios tornou-se num termo lendários de várias culturas antigas como no caso dos sete sábios da Grécia clássica um dos quais foi Sólon, uma figura reconhecidamente histórica e avô de Platão. No corredor Sírio parece que este mesmo conceito mítico relativo aos Apkallu veio a ter o nome de Kothar-&-Khasis.

 

Ver: ISTAR (***)

 

KOTHAR-&-KHASIS.

Kothar-&-Khasis ["skillful and clever", also called Chousor & Heyan (Ea) and identified with Ptah.] He is the craftsman god and is identified with Memphis. He is ordered by El to build Yam's throne. He upbraids Yam for rising against Baal and threatens him with a magic weapon. He gives Baal the magic weapons Yagrush (Chaser) and Aymur (Driver). He crafts Baal's bribe for Athirat, a temple serving set of gold and silver. He build's Baal's second house and insists over Baal's objections on including a window. He constructs a bow and arrows set for Aqhat, presenting them first to Daniel and staying for a feast. -- Canaanite/Ugaritic Mythology FAQ, ver. 1.1. by Christopher B. Sirenstanding full face on a lion, holding a bunch of flowers in one hand and a snake in the other.

Kothar-&-Khasis < Kau-Kur & Kakis > Sacar & Caco.

Neste texto não parece claro que este conceito mítico seja expressamente relativo ao dos «sete sábios» antigos, quase tão universal como o dilúvio, mas outros contextos confirmam que, pelo menos o termo Kothar, significava entre os semitas canaaneus o mesmo que na babilónia teriam significado os Apkallu. É possível que Kothar-&-Khasis fosse uma evolução linguística traduzível precisamente por "skillful and clever" (= «habilidoso + inteligente» = técnico + cientista = sábio ou espertalhão) que eram as qualidades essenciais de Enki na Caldeia, de Ptah no Egipto e de Hermes / Mercúruio, a partir dos termos mais arcaicos e mitificados referidos:

Chousor < Shau-Saur < Chu-Kaur < Ish-Kur > Escur.

Babil. Ea < Hit. Aya < Hey-an < Kei An = An-Kei < Enki.

 

Kothar (< Kau-Kar) < *Ki-kur

<= Chousor (< Shau-Shaur ) < Kau-Kur

< *Ki-kur

&

&

Khasis (< Kaish < Ishki <) *Kaku

<= Heyan = Kaj-(An) < Hahu < *Kaku

 

A propósito da evolução deste conceito mítico, seria caso para estudar se o animal totémico destes sábios míticos seriam os que vieram a corresponder aos Arcanjos da cultura judaico cristã, seguramente que a partir da evolução simplificadora do zoroastrimo.

 

NEPHILIM

Na bíblia, no logar dos Apkallu ficou o conceito dos Nephilim.

Nephilim < Pl. de Nephyr < *En-kur, um dos epítetos virtuais de Enki, “deus pai” dos Apkallu.

The Apocryphal books tell us this: Originally the angels, or Sons of God, all surveyed the world and its beings from on high, and among them were those called the Grigori or Watchers. "The Watchers" can be translated with several shades of meaning, and depending on the translator means "observers" or "sentinels, sleepless ones"; whether they are vigilant or simply curious, they watch. Some texts say they were tempted by the beauty of human women ("the Sons of God saw the daughters of men, that they were fair..."), while others grant them a compassionate Promethean urge to guide and teach or a touching desire for family and companionship; there were, we're told, no female Watchers. Whatever their motive, two hundred of the Watchers, led by the great angel Semjaza-Azazel, defied divine direction, descended to Earth and took a personal hand in humankind's education. Crafts and sciences, arts and letters, and the many skills of magic - all of which are described as "secrets...made in heaven", intended only for the Celestials to know - were shared with our distant ancestors.

1-"And Azazel taught men to make swords and daggers and shields and breastplates...bracelets, and ornaments, and the metals of the earth, and the art of making up the eyes and beautifying the eyelids (...angels invent eye shadow...) ...

2-Amezarak taught all those who cast spells and cut roots;

3-Armaros the release of charms, spells, and magical skills;

4-Baraqiel, astrology...

5-Asradel, the path of the moon...

6-Penemue: this one showed the sons of men the bitter and the sweet; he taught men the art of writing with ink and paper, and through this many have gone astray."

7-Even reproductive choice was granted: "Kasdeyae: this one showed the sons of men the blows which attack the embryo in the womb so that it miscarries." -- LEVIATHAN CHAINED: The Legend of the Nephilim and the Cthulhu Mythos, by Paula O'Keefe.

Os arcanjos nefilim tiveram várias variantes na mitologia judaica o que em parte se explica pela violenta censura a que o politeísmo tradicional terá sido sujeito na época de Ciro.

Semjaza-Azazel | < Semisha < Chamaz, deus do sol | Azaz-el < Ashash < At-at > Hadade.

Obviamente que o chefe dos nefilim teria que corresponder no panteão caldeu de que derivam a entidades supremas que, de facto, Chamaz e Hadade foram.

 

Ver: ANJOS (***) & QUERUBIM (***)

 

Kasdeyae < Kasdeaje < Kash-diasho, lit. “filho de deus Khasis”.

Arab traditions hold that the Jinn or Djinn were a race of superhuman beings which existed before the creation of humankind. The Djinn were created from fire. Some traditions make them a lesser race than human beings, but folk-tales invariably endowed them with unlimited magical powers, and the Djinn survive to this day as the genies of the Arabian Nights and Disney's Aladdin. Islam has subordinated the Djinn to the Koran, and like elves and fairies they have lost their dark and extremely sinister qualities with the passage of time. In Alhazred's time the older and darker traditions of the Djinn were still current, and Arab magicians ("muqarribun") would attempt to gain forbidden knowledge and power through commerce with the Djinn. -- Information obtained from The Book of the Arab, by Justin Geoffry, Starry Wisdom Press, 1979, This version edited September 1995, bay Colin Low , cal@digital-brilliance.com 1991-1995

Djinn < Jinn < Lat. Genius < Kienius < Ki-En-ush < Enki-ush.

 

Ver: JUNO / GENIUS (***)



[1] The Apkallu (Akkadian) or Abgal, (Sumerian) are seven Sumerian sages, demigods who are said to have been created by the god Enki (Akkadian: Ea) to establish culture and give civilization to mankind. They served as priests of Enki and as advisors or sages to the earliest "kings" or rulers of Sumer before the flood. They are credited with giving mankind the Me (moral code), the crafts, and the arts. They were seen as fish-like men who emerged from the sweet water Apsu. They are commonly represented as having the lower torso of a fish, or dressed as a fish. – Wikipedia.

[2] ©1995-1996 Twin Rivers Rising.

[3] ©1995-1996 Twin Rivers Rising.

[4] Ver capitulo dos deuses das águas.

[5] De Kar lu veio o nome Carlos.

[6] Abshalluan => Absalão, primogénito de David.

[7] V. Pontifex Maximus - Archiereus - High Priest (5), Pythagorean Tarot homepage. 72747.154@compuserve.com

[8] Among the proposed etymologies is the Hurrian and Hittite divinity, Aplu, who was widely invoked during the "plague years". Aplu, it is suggested, comes from the Akkadian Aplu Enlil, meaning "the son of Enlil", a title that was given to the god Nergal, who was linked to Shamash, Babylonian god of the sun.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ATENAS GORGORI & GORGOPHONE, UMA DAS GORGÓNIAS, por Artur Felisberto

clip_image001

Figura 1: Atena com o seu Egis de serpentes e a caraça duma Gorgónia assiste à luta de Hércules e Apolo pela posse do trípode de Delos. Como «quem não quer ser lobo não lhe veste a pele», esta postura de Atena tem muito de psicanalítico e mascara mal os antecedentes cretenses desta deusa.

A relação de Atena com as Gorgónias, tanto no plano etimológico da nomenclatura como no da iconografia do seu Egis, um «peitoral de cobras» entrelaçadas como malhas de cota de ferro, como no das vicissitudes da mitologia são de tal modo constantes e flagrantes que é quase inevitável não suspeitar que Atena tenha sido uma delas. Senão a Medusa pelo menos Stheno.

Como um outro epíteto de Atena era Sthenias (strong) é quase certo que esta foi a Gorgónia Stheno (Might) irmã de Euryale (Wide Flowing Sea).

Stheno (Might) < Seth-An ó Ki-at-Ana ó Ishtan < At-an > Atena.

Euryale (Wide Flowing Sea) < Ary Are < Herkali.

Neste caso Atena acompanha a tradição síria que fazia de Anat uma mera variante de Ishtar/Astoret o que reforça a ideia de que Atena deixou de ser Afrodite por estranha confusão mítica relacionada seguramente com uma traumática perversão na tradição doutrinária a quando da passagem dos centros de poder ideológicos de Creta para a Hélade. O mito de Perseu deve ser uma das comprovações de que terão havido graves conflitos políticos entre Creta e Atena ao ponto de Atena ter acabado por mandar matar, no plano mítico, a mãe pátria com uma sangrenta guerra de secessão. Deste trauma reformulado simbolicamente resultou o mistério que fez com que Atena acabasse incorporando a mãe, vestindo os seus atributos, poderes e funções, ou seja, tornando-se uma medusa sublimada, tão estéril quanto virgem, tão bruxa quanto sábia e má quanto, guerreira.

Quanto ao epíteto de Atena Gorgopi, “de rosto severo”, que parece ser literalmente sinónimo de “olhos de Gorgonias”, é correlativo do mesmo equívoco semântico que levou ao nome Gorgofona, ou seja, a que fala, e mata, como Gorgónia, tem que estar relacionado com mito das Gorgónias!

clip_image002

Figura 4: Perseu depois de degolar a Medusa!

Furthermore, Dionysius was bull-headed (tauropos), and as Schliemann concludes, from certain idols found at Ilios, that glaucopis Athena does not mean blue-eyed, but owl-headed, we may infer that she was a totem goddess of a savage tribe, whose women had the habits of Amazons, and who recognised the owl for its ancestor. -- Paul Lafarge.

Grec. glaux = «coruja».

Esta ave era também denominada skôps por causa dos seus olhos vigilantes na escura noite. A palavra lusa «coruja» parece não ter etimologia segura!

«Coruja»  = • s. f. ave nocturna de rapina; • (fig.) mulher velha e feia;

«Mocho» • (Lat. murculu ou mutilu), s. m. (Ornit.) ave de rapina nocturna muito vulgar em Portugal;

Ao grupo das aves agoirentas pertenceria também o «corvo» pois este teve nome grego de coronis. Ora, Coronis foi mãe de Asclépio e muitos gregos consideravam que esta não era senão Atena, por ser este um seu epíteto, coisa que os atenienses negaram sempre por causa da virgindade perpétua da sua patrona[1]. Aceitando que a taxinomia do «mocho» seria confundida pelos antigos com a da «coruja» podemos aceitar que a coruja e o corvo seriam as duas aves agoirentas de Atena enquanto sobrevivência ática da grande deusa mãe (feia e velha) da morte e da noite!

«Coruja» < Kor-usha

«Corvo» < Kor-| wio < kiko > isho | Kor-isho.

Grec. Glaux < | Gla < Kra < Kaur < Kor | -ush < kor-ush.

Kor era a filha de Demeter (literalmente a deusa mãe de Ter / Ker), ou seja Persefone.

Atena teve também o epíteto Kor, ou seja, a virgem negra como Ker, tal como foi também Coronis, a Sr.ª do corvo, e Niquete, a virgem alada do génio da vitória. Obviamente que a verdade estará sempre no meio-termo.

 

Ver: APOLO CARNEO / CORONIS (***)

clip_image003

Figura 2: As duas gorgónias que não perderam a cabeça por Perseu.

Atena Glaucoris significará apenas e tão-somente a dos olhos de coruja, seguramente por ser este o animal totémico de Atena e por ser esta uma ave nocturna como foi primordialmente Atena a deusa mãe da Noite primordial.

Gorgona < Kar Cona, literalmente a deusas do sexo feminino, de Kar <

Karkauna < Kar Ki Ana.

No entanto, a conotação de olhar severo que este epíteto concede a Atena só pode ter tido uma conotação mítica posterior e revela, como é suspeito, que Atena fosse ela mesma uma das Gorgónia. Como estas seriam inicialmente belíssimas donzelas, o significado de deusa de olhos glaucos não lhe fica despropositado.

Neste caso, teria sido também esposa do deus supremo da guerra, que aliás era o deus dos mares chamado outrora Nereu na tradição grega, mas que teria sido An Horus (> Urano) nos tempos minóicos, o mesmo que assim ficou na tradição Egípcia onde teria sido o deus minóico e estrangeiro Seth/Nefis esposo de Neftis, e, por ser Enki, deus da “vida eterna” (egit. Ankh) e da sabedoria como Atena era, ou seja, a que fala pela “boca de Kar” pois, Kar e Enki eram o mesmo deus.

Dito de outro modo, o mito das Gorgonas é uma variante deturpada de arcaicos cultos das deusas mães do fogo telúrico e da morte “dos campos santos”, atestado por este epíteto de Atenas que foi também chamada por isso de Gorgofona.

Before taking up her habitation in the towns, and dwelling in the temples, Athena had climbed the mountain-tops, and lived in caves, in attestation whereof we have her epithet Agraulos, wild, rustic, and the Orphic hymn. She was then “the goddess who strikes doubt and terror into the souls of men”; she resembled the Eumenides, these antique goddesses who, later on, were to choose her for umpire in their quarrel with Apollo, the new god, who violated the ancient usages. (Æschylus, Eumenides). Zeus and the gods of the new Olympus had had for predecessors other divinities that successively had been dethroned and consigned to inferior functions or simply suppressed. The savage Athena and the Eumenides belonged to those antique divinities that had been compelled to submit to Zeus. – Paul Lafarge

Em qualquer dos casos Atena está relacionada com as deusas dos cabelos desgrenhados, como serpentes, pelo mito de Perseu. O facto Atena, a deusa das tácticas por causa da sua particular destreza no manejo da arma do pensamento, ter pensado no usado do seu escudo luzidio como espelho deixa algumas suspeitas psicanalíticas no ar! Desde logo o espelho enquanto alegoria da reflexão especulativa. Depois fica-nos a impressão de que Atena usaria o seu escudo de metal polido para se mirar. Não será de estranhar que tenha sido Afrodite a casar com Hefesto, o deus ferreiro, e tenha sido Atena a ficar-lhe com o apelido de Hefaistiana?

Perhaps the most novel explanation of Athena's birth was that offered by Immanuel Velikovsky, who saw in the myth an ancient cataclysm associated with the planet Jupiter (Zeus), one in which the planet Venus (Athena) was born from the giant planet in comet-like form. Velikovsky's thesis, presented in 1950 in the book Worlds in Collision, inspired an extensive and often vitriolic debate, one which shows little sign of abating.(...)

In order to understand the myth of the warring goddess it is necessary to answer the following question: Against whom or what is the goddess' belligerence directed? This question, rarely asked, is directly related to another: Was the goddess associated with war simply because she was favored by a war-like people? Or does the goddess' bellicose character stem from her participation in a particular war, a particular event(s) in time? The wealth of evidence bearing on this issue supports the latter interpretation.

Na verdade, tudo aponta para que Afrodite, tal como Atena, seja uma evolução clássica do nome e de parte das funções essenciais da deusa mãe cretense das cobras mas, no caso da deusa do amor, à escala helénica. Na verdade o manejo das cobras, símbolo universal de sensualidade, não poderia deixar de fazer parte da panóplia de sugestões sexuais das deusas do amor e da sedução.

Da relação de Afrodite (< *An-Kur-Kika) com o fogo dos infernos das paixões nada mais há a acrescentar que não esteja na etimologia do nome e na tradição do mito de Innana que, como se viu, foi repetido com Perséfone, a filha de Deméter.

clip_image004

Figura 3: Uma das representações clássicas da cabeça de Medusa.

Algol, the "Demon Star", the most famous of the eclipsing variables. Magnitude 2.15 (variable); Spectrum B8 V; Position 03049n4046. The name is from the Arabic Al Ra's al Ghul, "The Demon's Head". To the writers of classical times the star represented the head of Medusa held by Perseus in the mythological outline of the constellation.

This is the gorgoneum Caput of Vitrivius and the Caput Gorgonis of Hyginus; Minilius, in the days of Augustus, called it Gorgonis Ora. The Hebrews, according to R.H. Allen, knew the star is Rosh ha Satan or "Satan's Head", but in some other traditions it is identified with the mysterious and sinister Lilith, the legendary first wife of Adam. On 17th Century maps the star often appears with the label Caput Larvae, "The Spectre's Head". Ancient and medieval astrologers considered Algol the most dangerous and unfortunate star in the heavens, which seems to suggest that its strange variability might have been noticed in antiquity; this reasonable conjecture, however, remains unsupported by any other real evidence.

Algol < Hargol < *Gargul (> «gárgula») -Ur + Na => Gorgona!

                             *Gargul  < Karkul < *Kur-Kur > Herragal

> Hergala, lit. esposa de Hércules ó Her(-esh-Ki-)gal

«Gargarejar» < Lat. gar-gar-izare < Gr. gar-gar-izeîn), v. tr. e int. agitar um líquido na «garganta» < do tema onomat. garg. (???), s. f., onom. a parte anterior do pescoço, no fundo da boca, onde estão situadas a faringe e a laringe;

«Gárg-ula» < do tema onomat. garg. (???), s. f. bica saliente nos beirais dos telhados, pela qual as águas pluviais caem distanciadas das paredes dos edifícios.

«Es-gar» = careta de escárnio; • trejeito de rosto; • momice.

«Es-Ganar» < (de «gana»?), v. tr. matar por sufocação.

«Gana» < (Cast. gana ?, m. s.), s. f. grande desejo, grande vontade, ânsia.

«Ganacha» < (It. ganascia, maxila), s. f. maxila inferior do cavalo.

Gargle 1520s, from M. Fr. gargouiller "to gurgle, bubble" (14c.), from O. Fr. gargole "throat, waterspout," perhaps from garg-, imitative of throat sounds, + *goule, dialect word for "mouth," from L. gula "throat." Related: Gargled; gargling. The earlier, native, form of the word was M. E. gargarize (early 15c.).

É óbvio que a maioria da etimologia clássica é pura fantasia de académicos que raramente saem a rua para ouvir as pessoas…e sobretudo lerem-se uns aos outros. De facto, por mais onomatopaico que seja o som dos «gargarejos» e «gorgolejos» a verdade é que o grego antigo já os ouvia assim no verbo gar-gar-izeîn e parece ser também óbvio que é deste som que derivam termos como «goela» e «garganta». No entanto, a onomatopeia não fixa de forma intuitiva, universal e constante a semântica das palavras, nem sequer das suas raízes que no caso seria mais gar-gar- que garg- o que leva a pressupor que a onomatopeia é apenas um ponto de partida que só cria palavras na medida em que esta sugere relações conotativas com realidades mais gerais e míticas que virão a ser o verdadeiro suporte de fixação semântica.

Assim a forma simples da «real gana» derivaria do desejo que nasce na «garganta» com a fome e a sede o que leva a suspeitar que a raiz gan- de «gana» e «ganacha» teria sido uma forma elíptica comum mediterrânica da «goela» e da «garganta» relacionada com Gu, o deus dos Guanches e dos rios e das águas doces que saciavam a «gana» de beber água fresca.

Gu ó Gua (> L. gu-la > «go-ela») ó Guan ó Gana > «ganacha» < «esganar».

Mas pelo meio deste périplo etimológico ficaria o «esgar» maléfico das Gorgónias que parecem pouco ou nada deverem às «goelas» a não ser pela via da morte de uma delas, a Medusa, às mãos de Perseu ao serem por ele «degoladas».

«Tagarela» = pessoa muito faladora e indiscreta < Ta-| < gargla < Gar-Gula |

< Te Gárgura um dos possíveis nomes de Medusa!

Pela mera comparação das traduções do epíteto árabe Al Ra's al Ghul (= «cabeça do demónio») e judeu Rosh ha Satan (= cabeça de Satan) ficamos a saber que a conotação demoníaca era implícita ao nome das gorgonas desde muito cedo, seguramente por estarem relacionadas com a deusa mãe Hereshkigal enquanto “rainha dos infernos”! O mito da decida de Ishtar aos infernos não é senão uma forma complicada de dar a volta ao complexo mítico que permitia entender a Lua como deusa mãe que tanto era Sr.ª do céu diurno como do nocturno em resultado da evidência astronómica de que, se o sol nunca parece à noite a lua pode aparecer de dia!

Caput Larvae, a deusa que deu nome às «larvas» dos cadáveres e que seriam as crisálidas de que ressuscitariam as almas dos mortos!

 

Ver: VENUS / ACCA LARENTIA (***)

 

Vitrivius < Wi-Triv < Ki-Trivia = Ki(An) | < Thi-An < Diana | Tivia.

Caput of Vitrivius (relativo a Diana Trivia???) = Caput Gorgonis, o que implica que a relação linguística entre a cultura latina e grega no que respeita às gorgonas teria sido que *Vitrivius = Gorgonas, tendo, no caso da cultura latina, Diana por implícita a relação lunar.

Ora, Satan < *Ish-tan < *Ki-at-an, a «cobra da terra mãe

<= Saturno < *Kaphurano, o supremo deus «cabrão» da época dourada do império minoico < *Ki-At-Uran > Iscuran

=> Kurki-Ana, esposa de *Kaphurano > Gurganu > Gorgaun > Gorgonas!

Nagini < naki(ura)ni < *Ana-Kur-Ana, lit. a divina cobra mãe do crescente lunar que ia de céu a céu com o deus menino solar no ventre!

Quanto a Artemisa, a sua estátua de Éfeso, de deusa coroada de morcegos, já deixava antever a sua relação cavernícula e, por isso, infernal com o universo telúrico da luxuriante e agressiva fecundidade das deusa mães da Natureza que Artemisa de Éfeso ainda sugere na profusão de animais que lhe adornam as vestes mas, digamos que mais numa postura de regresso feliz duma farta caçada!

Figura 5: Nagini. India, state of Bihar, ca. 100. Gray terra-cotta. Lent by the collection of Anupam and Rajika Puri.

Despite its diminutive size, the image conveys a striking impression of strength and immensity. The two serpents that casually wind themselves around the body of this superb, although partly damaged, terra-cotta figure suggest her affiliation with semidivine serpent beings, the nagas and naginis.

The exact identity of this serpent-related deity is difficult to establish. She seems to be an early prototype of a snake goddess and might be a protective deity invoked for protection again snakes as also against evil and poisons of other kinds.

clip_image005

Que se trata de uma deusa mãe revela-o a presença tutelar do leão à sua direita. Que esta Deusa Mãe das cobras se manifesta numa das suas facetas de caçadora é mais do que evidente na sua postura mais de cadela de caça com a língua de fora a salivar-se gulosa e expectante sob o cheiro a sangue e carne crua da próxima caçada do que agressiva e ameaçadora pois quase que semi acocorada chega a ser burlesca!

Aspecto e postura desta deusa, particularmente o cinto de cobras, é em tudo semelhante à representação da deusa mãe no frontão oeste do templo de Artemisa em Corfu, o que não pode deixar de ser uma informação subliminar de que estamos diante da Sr.ª do «Poente» a Deusa mãe lunar da noite e da morte! Como o templo era de Artemisa devemos entender que a divina Medusa era ainda encarada pelos gregos arcaicos como sendo a deusa o lado escuro da lua, seguramente a mais evidente e universal das deusas mães primordiais, e esposa e mãe do sol!


clip_image006

Figura 6: Medusa, uma das Gorgonas, deusa da Ira total e deusa mãe por ser leonina.

In some traditions she was a serpent goddess of the Libyan Amazons and represented female wisdom. In others she was an Anatolian Sun Goddess. Medusa is identical with the Crone or Destroyer aspect of the dark Egyptian goddess Nieth; she was also one member of the triple personae of the North African goddess An-Ath. When that goddess was imported by the Greeks as patroness of Athens, Medusa's fierce visage was embossed on Athena 's shield. That her wrath turned men to stone may be a folk memory of the theft of wise woman culture by the patriarchy.

An allomorph of Kali, this image with her sword and lion guards the goddess temple at Corfu. -- page created by Tom Laudeman for JBL.  Copyright1996.

Deméter, Artemisa e Atena eram assim variantes evolutivas da deusa triforme que foi Hecate e Diana Lucina. No caso das Gorgonias gregas pode subentender-se ter sido a deusa Artemisa, nas suas variantes mais telúricas e arcaicas, a deusa do panteão olímpico que escondia nos seus ritos secretos a tradição infernal da Deusa mãe. Porém, ao lado pacífico e maternal de deusa das mil mamas sobrepõem-se os aspectos agressivos das arcaicas deusas da caça em postura predadoras como era o caso de Kali.

Ora, ao ver na Figura 6 uma representação de Medusa num frontão dum templo de Artemisa ficamos pasmados com a sua semelhança com representações de Kali. Claro que as Gorgonas eram Amazonas, ou seja as filhas da deusa mãe Tiamat que acompanhavam os exércitos de Kar. Como deusa do fogo Tiamat era afinal Ceto sem dúvida esposa de seu irmão Phorcys.

clip_image007

Figura 7: Reconstituição do frontão oeste do templo de Artemisa em Corfu.[2]

Sendo guerreiras e caçadoras eram divas ferozes e, porque, com a evolução cultural da história e da cultura humana, esta faceta da deusa mãe se tenha tornado pouco consentâneo com a maternidade, tais posturas guerreiras acabaram por parecer pouco femininas, quiçá caricatas e, assim, com um pouco de exagero por parte de sacerdotes rivais dos cultos telúricos e ancestrais da deusa mãe, as Gorgonas, que foram inicialmente belas, particularmente no caso de Medusa, acabaram por ser consideradas feiticeiras horrendas e maléficas.

No capitulo sobre os deuses do fogo esta relação ambígua entre a deusa mãe de que Atena teria herdade a parte hefaística dos poderes do fogo e a faceta negativa das Gorgonas é referida como sendo suspeita de encobrir, de forma mítica, antigas rivalidades entre os micénicos da jónia e os cretenses, onde o cultos ofídios da deusa mãe eram preponderantes, e que as invasões dóricas só vieram agravar.

Quem se espanta com a omnipresença de deusas das cobras nos achados cretenses na arqueologia cretense e Egeia anda distraído no que respeita à iconografia divina pré-clássica onde a presença de cobras sagradas é uma monótona constância mesmo entre os deuses olímpicos. De facto nem Zeus escapa a uma morfologia ofídia ele que terá sido “a ave-do-paraíso”, a Fénix que deu origem ao mito ameríndio da “cobra emplumada” mas que no período clássico já tinha sido paternalisticamente sublimada e transformado numa águia! No entanto, de vez em quando Zeus metamorfoseava-se em Cisne, que com o seu colo reptilíneo era seguramente como o pelicano e o Benu Egípcio um símbolo arquétipo do sol alado, a serpente emplumada dos ameríndios!

 

Ver: MEDUSA (***) & SR.ª DA SAUDE (***) & KALI (***)



[1] Esta teimosia veio a redundar na virgindade perpétua da virgem Maria inicialmente proposta pelos cristãos ortodoxos.

[2] Manipulação cibernética a partir de fotografias de reconstrução arqueológica do museu de Corfu e de desenho das mesmas ruínas de autor desconhecido.