SELKET
Ninkarak = (Nin)-karak < *Kaurash ó Ishkur > Ishtar.
> Kalaki + at > Salkiat > Salquet.
Sirsasa era o nome do mote Hermon no Líbano o que sugere que Selket podia ter tido na Anatólia um nome parecido com *Sirsasha ou *Sarkisha e *Salkusha depois de ter tido o nome de Nin-Karak na Caldeia.
Gula was a Babylonian goddess, the consort of Ninib. She is identical with another goddess, known as Bau, though it would seem that the two were originally independent. (…) Other names borne by this goddess are Nin-Karrak, Ga-tum-dug and Nm-din-dug, the latter signifying "the lady who restores to life", or the Goddess of Healing.
Nin-karak: Deusa suméria e babilónica da cura que cuidava das maleitas humanas, como a grega Hegeia.[1]
Sendo assim, Nin-Kar-ak não será senão uma variante do nome desta mesma deusa numa variante que teve num ponto do tempo e do espaço sumério um culto particular de cura e conforto de enfermos. No entanto, o núcleo semântico -Kar-ak afigura-se como o mesmo de *Ker-et, deusa egeia do culto dos mortos e que será o elo mediterrânico da egípcia Salket, por intermédio de Istar e Astoret. Imediatamente se entenderá que Nin-Kar-ak seria a senhora *Kur-et, a que veio a ser Korê, filha da deusa mãe das cobras cretenses, Medusa ou Deméter.
Figura 1: Detail of boundary stone, showing Gula with feathery crown attached to her conical headdress and a scorpion-man with bird feet. Drawing © Stephane Beaulieu, after Pritchard 1969b: 176, #519. A parte final da história babilónica de Adapa, comparado a Adão que perdeu a imortalidade para os humanos, decretou: |
…Esta doença que ele [Adapa] trouxe ao género humano,
[E] as doenças que ele trouxe aos corpos dos homens,
Estas Nin-Karrak [assim] acalmará (Speiser em Pritchard).
Indubitavelmente esta deusa não só era benfazeja, mas também poderia infligir as misérias que, normalmente, as pessoas lhe pediram que curasse. Como as outras deusas curativas, Nin-Karak esteve associações aos infernos do Kur, como demonstra o seu título: Senhora de Nin-E-ki-siga ou seja, Senhora "da Casa das Ofertas aos Morto". Isto refere-se a um ritual em honra do morto, um ritual para o qual a deusa poderia ter tido uma relação especial. Na Mesopotâmia, não só fez com que o morto recebesse enterro adequado, mas que eles adquirissem rituais funerário regulares e ofertas de comida e bebida. Um Vigilante, normalmente um membro da família, devia assegurar que a família se lembrava completamente dos mortos não só alimentando-os, mas tendo também os seus nomes invocados ritualmente. Compartilhando banquetes com o morto reforçavam a família em que antepassados, vivos e descendentes formavam uma longa cadeia de interdependência. -- Traduzido de "Going to the Dogs": Healing Goddesses of Mesopotâmia, by Johanna Stuckey.
De facto, Istar / Ishara e a deusa que semântica e foneticamente se aproxima mais de Salket.
Figura 2: Ishara no sopé do Kudurru kassita Melishipak II. Ishhara: diosa del amor semita, fue asimilada posteriormente por Ishtar. Išhara también aparece como diosa guerrera en otras tradiciones. A veces aparece como esposa del dios Dagan, dios semita agricultor inventor del arado. |
Su culto tuvo una gran importancia en la región de Anatolia y entre los hurritas. En un principio, parece que era representada por serpientes, pero a partir de la época Cassita su símbolo sería el escorpión. Precisamente, figuraba en el firmamento gracias a la constelación Girtab ("el escorpión"), de donde procede nuestro Escorpio. Como deusa, Ishara poderia infligir severos penas aos que violavam os contratos, em particular ascite (veja Hittite juramento militar). Neste contexto, ela passou a ser vista como "deusa curandeira" cujo piedade era invocada em caso de doença. Havia até mesmo um verbo, isharis - ser afligido pela doença de Ishara ".[2] => «escara».
«Escara» = Lat. eschara < Gr. Eschára = crosta de ferida.
Lat. ascite < Gr. askít # es < askós, odre), s. f. hidropisia abdominal ó ashi®ites < Ishari-tes
Sirsasa < Shyr-Ki-ash < *Kyr-ki-at.
Serket < Selket < Selkis < Selchis < Selkish < *Sirsasha < *Sarihsa
> Salusha <= *Kyr-ki-at > Tarish > Ishtar ó Ishara
<= Ishkur-ki > Ishkurphi > Escorpi + an > «Escorpião»
< Lat. scorpione < Gr. Skorpíos < Ish-Kur-Kius
De facto, as equações propostas confirmam a teoria que as suporta na medida em que, posteriormente a esta análise se verificou que, se não se pode confirmar arqueologicamente a existência de *Salusha, confirma-se pelo menos que existiu uma deusa hitita de nome Salgusa, afinal com terminação no típico sufixo anatólico em –usa, herdado por Medusa.
Salgusa = She guards the bones of the dead and makes new souls in her 'oven'.
Salgusa < Salgusha < Salg-ish ó Salquet.
O facto de Salgusa ser uma deusa guardiã dos ossos correlaciona esta deusa com as funções mortuárias de Salquet e permite antever a relação do sal com estas deusas na medida em o seu culto, em conjunto com os ritos de conservação dos corpos dos mortos, poderia ter estado relacionada com o salitre, bem como com o sal que conserva a carne impedindo a decomposição dos corpos mortos. A relação entre o escorpião e o sal...eis uma relação metafórica que por hora nos escapa mas que poderá ter tido motivações associativas tão banais como as que resultariam duma imprecisa e confusa alquimia baseada na subjectividade dos sabores e nos efeitos empíricos de ácidos e venenos primitivos.
Enquanto deusa do escorpião Selket era seguramente uma N.ª Sr.ª da Saúde como Higeia. Mas teria estado relacionada como todas as outras deusas da saúde com a constelação do escorpião que, de forma espantosa é conotada com este animal em quase todas as civilizações antigas mesmo as de mais inacessíveis relações.
Escorpião = O acádicos chamvam à constelação do Escorpião, Girtab, significando o Seizer, ou Stinger, e "Lugar onde as pessoas se curvam”. De acordo com Allen (Starnames: Their Lore and Meaning) alguns tradutores antigos dos textos cuneiformes traduziram este nome por "espada de duplo gume”. Para os habitantes posteriores do Rio de Eufrates, representava a escuridão. Seu aparecimento indicava o declínio do poder do sol depois do equinócio outonal que por altura içava localizada nesta constelação. "Sempre proeminente nesta astronomia, Jensen pensa que esta foi identificada cerca de 5000 A. C. e pintada tal como é agora; talvez também na forma semi-humano de dois homens-Escorpião, o antigo Altar circular, a lâmpada, por vezes representada agarrada com as Garras destes. Os Maias também viam esta constelação como um escorpião".[3]
Many world cultures identify the same series of bright stars that the Greeks and Romans, by way of the ancient Near and Middle East, called "Scorpius". His own example of the Big Dipper illustrates my point well: different cultures interpreted the *same set of stars* in differing ways. In ancient India the stars of Scorpius were identified as a scorpion, though it's unclear whether this is due to contaminating Greek influence. The ancient Chinese saw a dragon. In the ancient New World it was also seen as a scorpion: the Mayan word for the group of stars is "Zinaan ek", translated as "The Stars of the Scorpion", according to R. Burnham in Burnham's Celestial Handbook (1978), quoting earlier work by V.W. von Hagen.
Ek Chuah, mayan scorpion god, patron of travelling, merchants and cacao planter and god of war. Concerned himself primarily with those who died in battle. Participants were not allowed to get drunk at his festival as they did at others. He is often called God M.
Two instances of relevant American Indian notions are worth mentioning without discussion. The important thing is that the tradition is there, more or less intact. Among the Sumo in Honduras and Nicaragua their "Mother Scorpion“ is regarded as dwelling at the end of the Milky Way, where she receives the souls of the dead, and from her, represented as a mother with many breasts, at which children take suck, come the souls of the new born." [n6 H. B. Alexander, Latin American Mythology (1916), p. 185.]. Whereas the Pawnee and Cherokee say [n7 S. Hagar, "Cherokee Star-Lore," in Festscbrift Boas (1906), p. 363; H. B. Alexander, North American Mythology, p. 117.]: "the souls of the dead are received by a star at the northern end of the Milky Way, where it bifurcates, and he directs the warriors upon the dim and difficult arm, women and those who die of old age upon the brighter and easier path. The souls then journey southwards. At the end of the celestial pathway they are received by the Spirit Star, and there they make their home." One can quietly add "for a while," or change it to "there they make their camping place." Hagar takes the "Spirit Star" to be Antares (alpha Scorpii). The place where the December solstice sun crosses the Milky Way is precisely the location of the "dark-rift in the Milky Way...'Xibalbá be' - the road to the underworld."
Perante o carácter fragmentário da informação relativa à mitologia antiga apenas podemos inferir o que se torna óbvio do conjunto de todas as crenças que misturavam todo o conhecimento que as sociedades dispunham nessa época. Para a cultura actual começa a ser evidente que do conhecimento objectivo que o naturalismo empírico proporcionava aos povos primitivos, a constância dos fenómenos astrais na sua relação com as estações do ano e com o clima permitiram relações analógicas de causa e efeito que culminaram na astrologia e verificamos assim que o culto do escorpião aparece relacionado com a relação que esta constelação tinha com a “via láctea” e o equinócio do Outono.
Figura 3: A scorpion god (note the tail); possibly read as Ah Tzul (dog?). Shown in the Madrid on page 80a. No name glyph known. Ixchel = Jaguar goddess of midwifery and medicine. | Figura 4: No codex Maia Tro-Cortesianus encontra-se a “velha deusa com aspecto de escorpião. Na Nicarágua e Honduras, a mãe escorpião, que habita na cauda da via láctea e descrita como tendo múltiplos seios. |
Assim, começamos a entender que, não sabendo ainda o nome que os maias davam à deusa mãe escorpião esta seria apenas uma variante de Ixchel. O seu parédro masculino seria Ek Chuah que nos reporta quase inconscientemente para o guanche Gua-yota.
Este teria dado origem noutros mitos esquecidos ao deus de uma das múltiplas criações da civilização reconhecidas pelos maias, Hun Hunahpu.
Hun Hunahpu = A Mayan fertility god. He fathered the twins Hunahpu and Ixbalangue on a virgin. During a ballgame in the underworld Xibalba he was beheaded. His head was attached to an infertile gourd, which immediately started to bear fruits. His sons avenged his death by killing the responsible demons.
Se os deuses maias do escorpião seriam ou não meras variantes dos deuses gémeos guardiães das portas dos infernos e da aurora não e caso para grandes preocupações pois se o não foram poderiam ter sido.
De qualquer modo reconhecemos facilmente nestes nomes algumas sílabas de Abel & Caim. De facto Hunahpu é quase Anpu / Anubis.
Hunahpu < Kunaphu < *Kunaniku > Anu-phu > Anpu / Anubis.
Em Ix-bal-angue < *Ish-Bal-Enki, encontramos ressonâncias com Apolo e Enki. Obviamente que os maias tinham um deus para a medicina.
Ah Uincir Dz'acab = One of the gods of healing and medicine.
Mas até este tem ressonâncias fonéticas com os acádicos Gaqrabuamelu e Girtab. A medicina teria assim estado por alguma relação com a deusa Galacteia, que mais não seria que a deusa Gala-Ki ou Gula, com os cultos dos mortos, com que todos os cultos estiveram inicialmente relacionados e com a astrologia do escorpião por razões que vamos ver terem estado relacionadas com a identificação da estação do Outono como começo da caça e da guerra!
Escorpião ou Scorpio é o oitavo signo astrológico do zodíaco, situado entre Libra e Sagitário e associado à constelação latina Scorpius cujo símbolo é um escorpião. Forma com Câncer e Peixes a triplicidade dos signos da Água. O escorpião foi o animal enviado por Artemisa para matar Orionte, que costumava atrapalhar as suas caçadas. As estrelas de Órion desaparecem realmente no Ocidente quando as de Escorpião nascem no Oriente por isso esta associado com o reinos dos mortos, Hades, e com o deus da Guerra, Marte, cujo domínio começava no Outono com o começo da caça e da preparação para a guerra, nas comunidades guerreiras. Artemisa seria assim a sobrevivente da deusa mãe da caça e da guerra da época matriarcal antes do aparecimento do patriarcado e dos deuses marciais.
A deusa de múltiplos seios justificava a “via láctea” e parece reportar-nos para Artemisa de Éfeso e a maia Ixchel para *Chel-ish que não é afinal senão uma variante muito pouco corrompida de Sel-ket.
A unidade da mitologia antiga implicava uma origem cultural comum e obviamente um fundo linguístico comum algures perdido num dos muitos dilúvios a cataclismos que precederam a dispersão dos povos!
De qualquer modo, a tradição de deuses escorpiões com funções de guardiães das portas do outro mundo encontra-se também presente na tradição Suméria! Este facto levanta a suspeita que já não será de espantar, que estas deusas são meras variantes de outras tantas relacionadas com cultos de morte e ressurreição solar e da aurora!
Gaqrabuamelu (Girtablilu) - scorpion-man, the guardians of the gates of the underworld. Their "terror is awesome" and their "glance is death". They guard the passage of Shamash. They appraise Gilgamesh and speak with him.
Gaqrabu < Kagarbu < Ka-Kaur-wi < *Ka-Kur-Ki | ame | lu | = Gaqrab-uame-lu |
Girtab < Targib < Ka-Kaur-wi < *Ka-Kur-Ki | li | lu | = Girtab-lilu |
O acádico Gaqrab-uame-lu seria quase literalmente “homem de Artemisa” e revela-se, à decomposição étmica, quase o mesmo que o sumério Girtablilu.
Selk-et < Shelki | Asher-Ki < *Ka-Kur-Ki | < *Aker-At, esposa de Aker os leões que guardavam a aurora.
She was the patroness of magicians who dealt with poisoness bites. Suprisingly though, it was usually Isis who was invoked in spells against scorpion stings. But ... she sent seven of her scorpions to protect Isis from Set.
Porém, aparentemente o escorpião só era um símbolo de saúde junto destas deusas porque na maioria de casos era a cobra do caduceu, de Esculápio e de Salus. De qualquer modo parece certo que o veneno da cobra e do escorpião teriam uma função importante nas terapêuticas mágicas e empíricas dos alvores da história de tal modo que estes animais eram permutáveis enquanto símbolos universais de saúde. Tudo isto implica a conclusão de que Selket seria uma deusa da saúde de que iria derivar a Salus latina.
Em ambos os casos, as deusas escorpiões eram guardiãs das portas dos infernos permitindo a passagem tranquila do sol pelas sombras mortais da noite promovendo uma boa e bela aurora. Salquet, enquanto esposa de Ra seria uma deusa solar como Arina e por isso participaria da virtude de vida que eram suposta existir no Ka dos raios solares que permitiam secar a carne e torna-la incorrupta. Selket, ao ser guardiã dos vasos canópicos era assim uma garantia de incorruptibilidade dos órgãos. No seu país de origem que terá sido uma das ilhas do mar Egeu esta deusa teria sido a esposa do deus dos mares e dai ter dado nome a Salácia, uma deusa latina.
Salacia = Water: ocean deeps; Wife of Neptune.
Ashiakle = Ghanian (Africa) goddess of wealth, and of the sea.
Salacia < Salaxiha < *Salakixa < *Kur-kiat => Sahal-qet > Selket.
O carácter navegante desta deusa acabaria por fazer dela um dos símbolos da deusa da aurora que desponta lá para as bandas das terras africanos.
Ashiakle ó Ashiakel < Kelastia ó Selket.
Ver: *KAFURA/CAFRES, ÁFRICA, ÁFER & AFES (***)
Uma das minas de sal mais primitivas, tanto em métodos de trabalho quanto em antiguidade de exploração, é a mina do Sara denominada Taodeni.
Taodeni, salt mined 350 miles to the north of Timbuktu in Mali.
Este nome ressoa como *Taldonite, o que seria bom demais pois é quase o mesmo que dizer lugar das «dunas das talas (de sal)» < *shalthonite < salk-(an)-ite, lit. da Sr.ª Salquet. A verdade é que o contexto permite tais fantasias etimológicas pois que existem nestas paragens topónimos tais como Talohos, Taodeni, Taouardei e Tarazat, etc.
Ora, Taodeni ó Taouarde(n)i < Tawar-deni < Toaldeni ó
Tal-deni(t) < Tal-Thanit < *Tal-Tanit
Tal-ohos < Tal-oshos
Tal-ash-et > Tal-azat.
Uma eventual relação entre Talos e Tanit não será assim tão espantosa no plano da semântica mítica porquanto Talos nos reporta para o lado telúrico e mineral do sal-gema enquanto Tanit nos reporta para o lado químico do sal, de sabor salgado e efeitos alimentares eventualmente venenosos, tão útil na preservação dos alimentos contra a putrefacção quanto elemento de esterilidade dos solos. A relação de Tanit com o sal seria tão reconhecida e implícita que Cipião o Africano mandou arrasar Cartago e esterilizar o seu solo com Sal. Ora, Tanit era uma deusa do veneno das cobras supostamente salgadas e, como tal, matronas da saúde tal como as deusas dos escorpiões. A relação destes animais de mortíferos venenos com a saúde permanece misteriosa e confusa mas pode resultar tanto das práticas rituais e de magia simpáticas para tratar os efeitos das suas mordeduras quanto da utilização dos seus venenos tanto para poções de magia branca quanto como filtros de magia negra (a prática do envenenamento era ainda na época romana a forma mais comum do assassinato político).
Ver: TALOS (***)
SALUS
Figura 6: Moeda de Antoninianus Probus: Reverse Inscription: SALVS AVG, V in left field, * in right field, TXXI in exergue, Salus standing right feeding serpent held in arms. Catalog Numbers: Sear s3367 Cohen c584 ric558. Salus Publica Populi Romani ("goddess of the public welfare of the Roman people") she had a temple on the Quirinal, built in 302 BC. Later she became more a protector of personal health. Her attribute was a snake or a bowl and her festival was celebrated on March 30. Salus is identified with the Greek Hygieia. |
Seguramente que por analogia simpática Selket teria acabado como deusa da salgadura e entrado na formação do nome do «sal». De facto,
«Sal» < Lat. sal, salis < salix > Eng. «Salt».
< Grec. hals, halos <= skelet-euô, o que ressoa a esqueletização artificial obtida por salgadura mumificante < Ish-Kel-et (> «esqueleto») < *Kyr-kiki-at <= *Kur-kiki + Ki > *Ishkur-kiki (> Esculápio).
«Sal» < Lat. sal, salis < salix < *Salish < *Kur-Kiki => Hit. *Salush > Salus.
=> *Kur-Kiki + Ki > > Sel-ki(ki)-at >
Salquet. => *Kur-Ki = Ki-Kur > Ki-Wer > Kuber.
Figura 7: Kubera. Kubera = The Hindu god of wealth. He is also known as Dhanapati, "lord of riches". O deus hindu Kubera habitava numa cidade fantástica denominada Alcamanda, lit. “a alta mandala” porque situada nos picos dos montes Kailas dos Himalaias, numa altura do «camando»[4]! Dhanapati < Dhana-pati, onde Dhana nos reporta para o português «don» ou «dono» e pati < Phati < Caco, o deus infernal das riquezas conquistadas por Pluto ??? |
Salus + Higeia = *Kur-kiki + Kikeiha => *Kur-(kiki + Kik)eiha.
=> *Kartu-Keia > Hind. Kartikea.
Ver: SET (***)
Mas, como além de Salus / Higeia existem outras variantes de nomes de deuses da medicina com Apolo/Esculápio e Artemisa/Sekmet é possível propor para as deusas femininas da saúde mais variantes:
*Kur-kiki => Ma + *Kur-kiki => Artemisa e, da variante
*Kikeiha => Ma + Kikeiha => Sekmet.
A relação semântica inevitável das deusas da saúde com o sal teria que dar-se pelo menos por dois grandes motivos:
1º. Sendo esposas do deus dos mares, como se comprova para a deusa Salacia e para a deusa do Gana Ashiakle, teriam que ser salgadas.
2º. O sal enquanto produto que impede a putrefacção da carne acabaria suspeito de ter poderes mágicos de protecção contra a morte e de ter sido promotor de saúde nos tempos anteriores aos frigoríficos. Como tal, começaram a fazer parte dos talismãs e amuletos dos rituais de passagem e logo mais tarde nos rituais do baptismo!
São inúmeras as referências ao sal na história da humanidade. Na Mesopotâmia partilhava-se o sal à mesa como símbolo de convivência amistosa. Para gregos e romanos, o sal era uma das oferendas mais apreciadas. Estes ofereciam a mola de sal aos lares, espíritos divinizados. O rei da Síria cobrava tributo de sal sobre as explorações adjacentes ao Mar Morto e as grandes minas de sal da Índia setentrional já eram exploradas no tempo de Alexandre. No Tibete usaram-se “pães de sal” como moeda de troca e, no sistema fiscal do Oriente tiveram importância e nome os impostos sobre o sal. Heródoto narrava sobre as caravanas que se dirigiam aos oásis do sul do deserto líbio transportando o sal, tráfico que se mantém na Saara de hoje. A bíblia está repleta de referências ao sal, entre as quais as alusivas a rituais religiosos com e sem sacrifícios.
No Mediterrâneo, desde o antigo Egipto à dominação árabe, passando por fenícios, gregos e romanos, a produção e o comércio do sal estiveram na vanguarda das relações entre os estados. O sal constituiu monopólio em muitos deles. Em Roma, as salinas eram do estado, que as arrendava. Nos exércitos distribuíam rações de sal a que chamaram salário, um procedimento que, mais tarde, no tempo do Império, foi substituído por um soldo para comprar sal. A importância deste produto era tal que se construíram estradas – Via Salaria – para transportar o sal das salinas litorais para a região dos sabinos. Tiveram o nome o “Sal de Palmira” traficado entre o Golfo Pérsico e os portos da Síria, e o “Sal de Tadmar”, entre as costas do mar Egeu e as da Rússia, no mar Negro.
Na Arábia praticava-se a “comunhão de sal”, comendo sal em companhia, o que era considerado uma cerimónia sagrada. No Sião e no Laos, as parturientes lavavam-se com água e sal para se protegerem contra o sortilégio e em Marrocos deitava-se sal nos lugares escuros para afugentar os maus espíritos. Nos países nórdicos colocava-se sal junto ao berço das crianças para as proteger do mal e, entre os teutões os juramentos eram pronunciados metendo um dedo no sal. A sua importância está ainda patente no “Tabu de sal” que consistia na abstenção de sal imposta em determinadas ocasiões.
Os romanos falavam de sal sapientia como símbolo da sabedoria, na continuação de um conceito antigo. No baptismo cristão e por influência dessa tradição, o padre, ao colocar sal na boca do catecúmeno, diz: “ Recebe o sal da sabedoria; que ele seja para ti uma propiciação para a vida eterna. Amen!” -- [5]
Hoje o sal já não dá saúde a ninguém, pelo contrário, os hiperstensos que o digam, mas não seria assim nos tempos em que a «salmoira» (Grec. halmuros = sal marinho) era um dos poucos processos higiénicos de conservar o pescado e a «salgadura» um dos melhores métodos para conseguir conservar o presunto, ainda que com alho, vinagre e loureiro se conseguissem melhores resultados! «Salgadura» < salicatura, [6] => salgado < *salicatu < Lat. * salicare ??? A verdade é que no latim clássico não aparece este termo ainda que apareçam outros com este mesmo sentido[7] e alguns com a salsa na mão!
Ishtar < Kur-Kiki > *Kartu
=> Talish > Talos.
«Saúde» < Lat. salute < Shalut < *Kartu > Shulat.
Salus < Salvs < Salwish < *Karkish > N.ª Sr.ª do Carque em Resende.
> saluish > Lat. salix > «sal».
No entanto, facilmente se aceita que ao lado de salitura pode ter havido *salicatura, em qualquer dos caso já mais próximo de da deusa egípcia da saúde e do escorpião, Salquet.
O temo inglês «health» (< Grec. hals) para saúde ainda faz jus ao sal mas por via helenista!
Figura 8: Salus em postura de deusa da Piedade ritual ou de Vesta. O termo português «saúde» < Sal-ute é um latinismo quase literal relacionado com o sal. O nome da deusa Escorpião pode vir em nossa ajuda já que é muito provável que as medidas curativas relativas às mordeduras deste animal poderiam despertar os mesmos cuidados mágicos e religiosos que os relativos às mordeduras de cobra, que se suspeita terem estado na principal origem, pelo menos no plano metafórico, da medicina. |
De qualquer modo, a relação das “deusas da saúde” com as “deusas do fogo” seriam também inevitáveis porque a química do veneno das cobras era conotada com o fogo, que seria utilizado como tal para queimar a ciática no lobo auricular e em defumadouros para a cura mágica de vários males! Sendo assim fica explicada a relação semântica de Salus com Vesta.
Figura 9: Sá = hieróglifo com o significado de Protecção. A origem deste hieróglifo é incerta mas o seu significado é definitivamente o de "protecção". Este motivo era usado no desenho de joalharia onde era repetido, presumivelmente para ampliar o seu efeito. Frequentemente o sinal de sa era usado junto com outro hieróglifos como o ankh e neb (cesta) para formar a expressão "vida e proteção". O seu poder para repelir o mal fez com que este sinal fosse usado em caixões, tanto só como com os sinais djed ou tiet. [8] Se este sinal, pela sua forma gráfica, deriva em concreto dum machado paleolítico, protecção ofensiva de quem o usava, se dum saleiro neolítico, se duma máscara funerária protectora do ka do morto, cabe aos investigadores imaginativos descobri-lo. O certo é que o Sá poderia ter sido o que parece, ou seja, uma protecção funerária do ka de que pode ter evoluído foneticamente. |
Ba, alma do morto < Wa < Ka > Sha > As, protecção do ba do morto!
Assim, temos todos os elementos para compor a substância étimica do nome da saúde e da sanidade. Lat. Salus < Sa-lu-ish, literalmente o guerreiro guarda costas tanto do Sa como do ka do humanos! A fusão protectora óbvia que o sal revelou ter nos ritos de mumificação fez com que Salus e o «Sal» tenham tido afinal a mesma etimologia original, afinal mais próxima da suméria Gula do que poderíamos imaginar de inicio! Kalu <=> Kula > Gula. A sanidade e a santidade terão tido semelhante origem lembrando que tanto Kur como Kian nos reportam para a “Sr.ª do Monte” e para todos os montes «santos, sadios e salutares» de todo o mundo!
HUIXTOCIHUATL
Se honraba a la diosa de la sal, Huixtocíhuatl. Se sacrificaba a una mujer ataviada como la diosa, y en la vigilia de la ceremonia las mujeres iban asidas de unas cuerdas cortas que llevan en las manos, la una por el un cabo y la otra por el otro, y con guirnaldas hechas de flores de cempoalxóchitl e iztáuhyatl cantaban y danzaban, guiadas por los ancianos. En medio de la procesión de mujeres iba la mujer imagen de Huixtocíhuatl, y que habría de morir sacrificada. O termo ibérico «chiste» já não tem explicitamente a conotação de sal mas anedotas sem chiste são como sopa sem chispe! Dito isto, é bem possível que tenha sido a graça que tenha apanhado o sal dos arcaicos povos ibéricos e não a inversa! |
Huixtocíhuatl = Huixtoci | hua-tl < coatl | < Kuisht-oci < Wiash-Oka
<= Aka Vesta??? > «xisto» > «chiste»!!!
Hu-ixtoci-hua, literalmente “mulher do chiste e do sal”?
Quanto ao «xisto». Na representação azeteca, esta «mãe do chiste» era um pássaro como Istar dos caldeus e deveria ser vistosa como as graças e as flores da primavera. Espantosa é a cobra que acompanha os ritos das deusas da saúde! A relação com Vesta não se fica pelo seu lado vistoso e vai mais longe pela possível relação que as línguas ibéricas, que deram origem ao azeteca, terem sido aparentadas com a língua Basca, o que faz deste povo filhos de Vesta!
Bascos < Vas-| cos | Wash < Viast > Vesta
> Wi-ash > Ash-Ki > Ashti-| cos > Aztecas.
Os Bascos teriam assim, tido relações com os Tuaregues e o «xisto» com as pedreiras de «sal»?
Ver: OS DEUSES DA SAUDE – II (***)
[1] Ninkarak: Babylonian and Sumerian goddess of healing who nursed sick humans, like the Greek Hygieia.
[2] As a goddess, Ishara could inflict severe bodily penalties to oath breakers, in particular ascites (see Hittite military oath). In this context, she came to be seen as a "goddess of medicine" whose pity was invoked in case of illness. There was even a verb, isharis- "to be afflicted by the illness of Ishara".
[3] The Akkadians called the constellation we know as Scorpio, Girtab, meaning the Seizer, or Stinger, and "Place Where One Bows Down." According to Allen (Starnames: Their Lore and Meaning) some early translators of the cuneiform text rendered its name, "the Double Sword." For later dwellers by the Euphrates River, it stood for darkness. Its appearance indicated the decline of the sun's power after the autumnal equinox which in those times was located in it. "Always prominent in that astronomy, Jensen thinks that it was formed there 5000 BCE, and pictured much as it now is; perhaps also in the semi-human form of two Scorpion-men, the early circular Altar, or Lamp, sometimes being shown grasped in the Claws. The Maya also saw this constellation as a scorpion."
[4] «Camandro e escamandro» são epresões da gíria portuguesa que só circunstâncias como estas permitem entender! Escamandro reporta-nos para o rio humérico que pode ter etimologia mítica deste tipo.
[5] Lisboa, 5 de Dezembro de 2003, A. M. Galopim de Carvalho, Museu Nacional de História Natural, Conferência pronunciada na abertura da Feira dos Minerais, Gemas e Fósseis, de 2003
[6] apolectus.
[7] salsamentarius, salsamen, salio, salarius, praesulsus, melandryum, horaeus, gerres, cybium.
[8] Sa = Protection The origin of this hieroglyph is uncertain but the meaning is definitely "protection". The motif was used in the design of jewelry where it was repeated, presumably to amplify its effect. Often the sa sign was used in conjunction with other hieroglyphs such as the ankh and neb (basket) to form the expression "all life and protection". The power to ward off evil meant that the sign was used on coffins, either alone or with the djed or tiet signs. -- vivart.co.uk/hieroglyphs_s.htm