segunda-feira, 14 de abril de 2014

BRÍGIDA, A GAÉLICA FILHA DA DEUSA MÃE. Por Artur Felisberto.

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Figura 1: Brigit. Esta deusa irlandesa tem todo o aspecto de ser equivalente de Atena e Minerva.
As identificações desta deusa gaélica são feitas com a galesa Ceridwen; com a hindu Sarasvati; com a grega Atena e romana Minerva e com a egípcia Ísis e Hator.
Brighid, Brigid, Brigit, Brid: Deusa irlandesa da fertilidade e Inspiritation, filha do Dagda; chamado de "o poetisa". Muitas vezes tripla ('As Três Brigidas'). Suas características, lendas e lugares sagrados foram assumidas pelo histórica Santa Brígida.[1]
Birdu: Nome que possivelmente significapústula”. Um deus do submundo, consorte da divindade pouco conhecido Manun-gal, assimilado com Meslamta'ea, um nome de Ner-gal.[2]
Obviamente que não seria o deus Birdu que era uma “pústula” ou que derivaria o seu nome de tal indigna insignificância mas o contrário. As analogias médicas a partir dos nomes dos deuses do inferno deve ter sido de regra porque as doenças eram consideradas como sendo provocadas por demónios e supostamente os deuses dos infernos seriam os seus soberanos.
«Escara» < Lat. eschara
I. The base or pedestal of a military engine, Vitr. 10, 17, 20.
II. In medic. lang., a scar, scab, Cael. Aur. Tard. 5, 1 fin.
< Gr. eskhara, m. s.), s. f. crosta de ferida formada após uma queimadura; literalmente "lareira, recuperador de calor," de origem desconhecida.
I. the hearth, fire-place (like ἑστία), Hom.; the sanctuary of suppliants, καθέζετο ἐπ᾽ ἐσχάρῃ ἐν κονίῃσιν Od.: — a pan of coals, a brasier, Ar.
2. πυρὸς ἐσχάραι the watch-fires of the camp, Il.
II. an altar for burnt-offerings, Od., Soph.
V. Medic., scab, eschar on a wound caused by burning or otherwise, “τὰς ἐκπτώσιας τῶν ἐ.” Hp.Art.11, cf. Pl.Com.184.4, Arist.Pr.863a12, Dsc.1.56, Gal.10.315, etc.
<= Acadic. Asher-tu, esher-tu, ishir-tu, isher-tu, = santuáruo, pequena divisão da casa para cuto doméstico; ishir-tu = oferta piedosa (aos deuses) (< sha-igi-kar-ra > shagikaru) <= Ish-Kur.
«Escarificar» < Lat. scarificare, v. tr. golpear para produzir
escoamento de substâncias fluidas
ó «escar-late» = cor de sangue! => acção de escarificar = «escariar» =>?
«Escoriar» < Lat. excoriare (< ex + corium, coiro) esfolar de leve
(a pele ou uma mucosa);
Proto-Germanic *sker- "to cut" (cognates: Old Norse and Old Frisian skera, Dutch scheren, German scheren "to shear"), from PIE *(s)ker- "to cut, to scrape, to hack" (cognates: Sanskrit krnati "hurts, wounds, kills," krntati "cuts;" Hittite karsh- "to cut off;" Greek keirein "to cut, shear;" Latin curtus "short;" Lithuanian skiriu "to separate;" Old Irish scaraim "I separate;" Welsh ysgar "to separate," ysgyr "fragment".
O preconceito anti-semita, as vistas curtas dos humanistas que só sabem latim e grego ou que ignoram sumério e acádico e a vaidade orgulhosa da cultura europeia construíram o mito do indo-europeu que afinal não passa de um crioulo das arcaicas culturas egeias e do crescente fértil.
Ishkur era um deus sumério das tempestades, dos infernos e das guerras que fez muitas escaras por escoriações em combate e que na companhia de Ashera / Ishtar faziam parte dos santuários privados de todos os lares privados onde se prestava culto aos mortos nas guerras de Ishkur.
Como corolário suspeitamos que as diversas formas de Apolo Médico e deus das pestilências indiciam um passado negro neste deus solar que obviamente passava quotidianamente a noite nos infernos. Apolo derivaria de um epíteto Ap(a)lu Enlil atribuído a Negral concebido como filho de Enlil precisamente quando este foi condenado a passar pelos infernos por ter violado a jovem Ninlil como adiante se verá.
Birdu or Bubu'tu is a god of the underworld, worshipped by the Babylonians and Akkadians. He is the consort of Manungal and was syncretised with Nergal. (...).
Manungal (or simply Nungal) is a goddess of the underworld, (...). She is the consort of the god Birdu. Her title was the "Queen of the Ekur" where she held the "tablet of life" and carried out judgement on the wicked.
Com todas as insuficiências do legado sumério podemos aceitar sem grandes dúvidas que na Suméria o nome mais parecido com a deusa celta Brigit era o deus Birdu / Negral, o deus dos infernos. Sua esposa era Ma-nungal simplesmente a mãe Nungal de que Erechquigal era a equivalente “Rainha da Noite da cidade de Erech. Claro que Nungal faz pouco sentido na fonética suméria sendo possivelmente uma erro ortográfico a partir de Nin-gal, tal como Ninagal teria sido *Nino-Gal, variante de Negral enquanto deus dos ferreiros e caldeireiros.
Ningal: The 'great queen' of ancient Sumer, and consort of the moon-god Nanna. She is the mother of the sun-god Utu. In Ur, she and Sin were regarded as the parents of Shamash and Ishtar. The Phoenicians called her Nikkal.
Pensar que a mitologia suméria por ser a mais arcaica que é conhecida seria a lógica e coerente seria pura ingenuidade. Se pensarmos que a Suméria era uma civilização de cidades estados de tradição egeia e cretense entendemos que a história pessoal dos deuses era descrita de acordo com as conveniências locais de cada cidade. No belo mito de Enlil & Ninlil verificamos que das relações sexuais compulsivas deste jovem casal de apaixonados nasceram vários deuses: Suen-Ašimbabbar; Nergal-Mešlamtaea; Ninazu, Enbilulu que tanto podem ser gémeos como apenas variantes do mesmo deus.
35-53. Enlil falou com seu ministro Nuska:
"Nuska, meu ministro!"
"Ao seu serviço! O que você deseja?"
"Construtor mestre do E-kur!"
"Ao seu serviço, meu senhor!"
"Alguém já teve relações sexuais com ela?
Alguém já beijou uma moça tão bonita, tão radiante?
- Ninlil, tão bonita, tão radiante"
O ministro trouxe seu mestre através de um barco,
trazendo-lhe mais com a corda de um barco pequeno,
levando-o ao longo de um grande barco.
O senhor, flutuando a jusante (..)
- ele estava realmente a ter relações com ela,
ele estava realmente a beijá-la!
- Pai Enlil, flutuando a jusante (... ...)
- ele estava realmente a ter relações com ela,
ele estava realmente a beijá-la!
- Ele agarrou-a
- ele estava realmente a ter relações com ela,
ele estava realmente a beijá-la!
- De forma a se deitar com ela sobre um pequeno banco
( ... ....)
Ele realmente teve relações sexuais com ela,
na verdade ele a beijou. Nessa relação, neste beijo,
ele derramou uma semente de Suen-Ašimbabbar em seu ventre.
Seja como for, só assim faria sentido que Ningal fosse Nungal aceitando o que só assim se pode compreender: que o deus da lua fosse um deus masculino dos infernos na medida em que os sumérios entenderiam que a lua astral era o sol nocturno, obviamente que no pressuposto de uma cegueira colectiva de não verem, de quando em vez, a lua durante o dia ao lado do sol.
·                                 A rotação da Terra em torno do próprio eixo se realiza de Oeste para Leste, no mesmo sentido do percurso que a Lua faz em sua órbita ao redor de nós. Os tempos gastos em cada um desses movimentos são de cerca de 24 horas para o primeiro e de 27 dias para o segundo. Como eles são fenômenos independentes, a visibilidade da Lua no céu pode ocorrer em qualquer horário e está associada apenas à sua fase. Portanto, é coisa muito comum a Lua aparecer durante o dia. Não é nenhum milagre nem aviso de fim do mundo. (...)
·                                 A Lua Nova passa o dia ao lado do Sol, mas não é visível, porque sua face escura está virada para nós e porque a luz solar nos incomoda. A Lua Cheia está em oposição ao Sol e é visível apenas durante a noite. No Quarto Crescente, a Lua nasce perto do meio-dia, fica alta no céu quando o Sol se põe e cai no horizonte perto da meia-noite. No Quarto Minguante, ela nasce perto da meia-noite, fica alta no céu quando o Sol nasce e cai no horizonte perto do meio-dia.
·                                 Se você quiser ver uma Lua diurna, preste atenção nas datas da Lua Cheia. Nos dias imediatamente anteriores, ela pode ser vista à tarde, no lado leste. Nos dias imediatamente posteriores, ela pode ser vista pela manhã, no lado oeste. Basta olhar para cima e procurar por ela. [3]
Mas obviamente que os patriarcas sumérios não queriam ver a lua durante o dia e por isso a confundiam com a estrela da tarde e da manhã! A ideia de que a Lua não era feminina, ao contrário do que tem pensado o senso comum da maioria das civilizações que vieram até nós, é um caso típico de proposta patriarcal premeditada baseada no preconceito de base, que se supunha revolucionário e obtido empiricamente na actividade pastoril e na domesticação animal, de que a fertilidade dependia da fecundação enquanto deposição activa da semente do macho dominante no útero da fêmea, que passava por receptáculo passivo como o solo fértil da terra.
Pela mesma correlação acabamos por deduzir que Ninurta era também o mero epíteto deste deus da guerra e dos infernos e por encontrar a relação dos deuses infernais e vulcânicos com as actividades dos ferreiros e caldeireiros.
Ninagal: "Lord of the strong arm" name of the patron god of smiths.
Like Mars, Ninurta is patron of copper and coppersmiths, the first metalworkers on earth.
Obviamente que é também do senso comum que luz e fogo andaram associados mesmo sem ser evidente que o sol e a lua sejam astros de fogo. O sol começou a ser considerado como rocha incandescente pelos gregos mas a lua nem actividade vulcânica tem! No entanto a mitologia é o local ideal dos preconceitos e das primeiras impressões e por isso será de esperar que os deuses da luz e do fogo andassem associados entre si e com os deuses do sol e da lua e também dos infernos.
Nusku was the name of the light and fire-god in Babylonia and Assyria, indistinguishable from Girra - formerly Gibil.
Obviamente que Nusku é literalmente *Anu-isho, ou seja um mero filho do céu diurno e por isso mesmo um dos meros astros que o iluminam e que deveria ser o sol ou a lua. Pois bem, não sabemos em qual dos astros pensariam os sumérios que Nusko seria mas sabemos que o confundiam com Gerra.
Gerra: Sumerian Gibil, fire-god assimilated with Erra and Nergal, son of Anu and Anunitu.
Gi-bil in Sumerian mythology is the god of fire, variously of the son of An and Ki, An and Shala or of Ishkur and Shala. He later developed into the Akkadian god Gerra.
Não importa por ora saber a etimologia de Gerra que deverá ser procurada na mitologia de Erra / Negral.

Ver: ERRA (***)

Inevitavelmente a raiz –bil de Gi-bil deriva de –bir de Bir-du quanto mais não seja para que a proliferação destes teónimos do mesmo deus façam algum sentido e para que a conotação fonética de Gibil com Cibele não seja inteiramente em vão, se não for por meios próprios das «torres» de «guerra» pelos menos por intermédio das muralhas das cidades da «terra».
Gi-bil < Ki- | Wir < Wer < Ker < Kur => Ish-Kur.
                              > Bir > Bir-du.
Sumer: Bir = Flácida (dito de um pênis). Luz. Despedaçar; esgarçar; espalhar; escaqueirar; murchar; rasgar; enrugar.[4]
Não se entende muito bem como é que a raiz bir- de Birdu significando luz em sumério possa ter acabado por ter conotação com a flacidez do pacífico pénis mas entende-se que os sinónimos dilacerantes que contem decorram das funções aguerridas dos deuses dos infernos que por serem senhores do fogo eram lúciferinos e portadores da luz.

«Brilhar» = de brilhar, do espanhol brillar, vindo do italiano brillare, verbo nascido do substantivo arcaico brillo, cristal trabalhado. A origem comum da palavra em todas as línguas citadas é o grego béryllos, pelo latim beryllus, berilo.
Sabendo-se que os metais e pedras preciosas eram considerados de origem infernal seguramente que o Berílio derivou o seu nome do deus sumério infernal Birdu, Giru ou Gi-bil.
Importa é dar conta que estes deuses dos infernos eram afinal Birdu ou Gi-Bil possivelmente conhecidos pelos nómadas amorritas como Amurru e seriam por isso casados com Belet-Seri, literalmente a “senhorita Cheri”, possivelmente filha da deusa suméria Sherida, mulher de Utu.
Belet-Seri (also spelled Beletseri, Belit-Sheri, Belit-Tseri) in Babylonian and Akkadian mythology is an underworld goddess. The recorder of the dead entering the underworld, she is known as the "Scribe of the Earth". It is Belet-seri who keeps the records of human activities so she can advise the queen of the dead, Erishkigal, on their final judgement. Married to Amurru, the God of Nomads, she's known as 'Queen of the Desert.
En acadio Aya es "amanecer", y durante el período acadio fue asociada fuertemente con el sol naciente y con el amor sexual y la juventud. Los babilonios a veces se referían a ella como kallatu (la novia), y como tal, fue conocida como la esposa de Shamash. De hecho, fue adorada como parte de un culto separado pero adjunto en los templos e-babbar de Larsa y Sippar.
En el período Neobabilonio (y posiblemente mucho antes), Shamash y Aya (Šherida o Sherida) fueron asociados con una práctica conocida como Hasadu, que se traduce como "matrimonio sagrado".
Assim sendo, Sherita seria a mãe de Belet suspeitando-se já que seria uma evolução fonética da cretense da deusa mãe das cobras Kertu*, antepassada de Ker e de Demeter e equivalente da lusitana Caria...e de Iria.
Kertu* > Keritu > Sheri-ta > Ta Heri > Hera => Iria.


Interessante que Hera, a deusa dos casamentos formais e possivelmente responsável pelo nome grego do herogamos seja a antepassada de Iria mas mais interessante é saber que o casamento sagrado em acádico era hasadu, ou seja assunto de casado que poderia acabar em assados, lol!
Esta deusa babilónica Belet-Seri (ou a sua mãe Šherida) seria a variante cretense Britomartis. A este respeito importa referir a freguesia duriense de Britiande, terra de Egas Moniz muito perto da Senhora do Cárquere de Resende que nada tem a ver com a etimologia do brite (avelãs) e ande tal como Pataias, onde existe uma apteira, nada tem a ver com as aias da rainha que desciam dos cavalos e iam à pata. Britiande era, como Brigandu, um dos nome lusitanos de Brígida!



Britomartis = A Minoan (Crete) goddess depicted as a hunter, often accompanied by a baby and/or a snake.
Com este nome esteve seguramente o nome de Beirute, possivelmente uma antiga colónia cretense, como aliás terá sido toda a fenícia pré filisteia. Na verdade os filisteus foram os derradeiros emigrantes cretenses no corredor sírio, pelo menos até à colonização grega da Ásia menor e até ao helenismo.
Beruth = Earth mother goddess of the Phoenicians. Today's Beirut is her city.
«Beirute» < Beruti < Wer tu < *Kertu < *Kartu
< Kur-ish, lit «filha do Kur»
> Iscur!                                                  > Virtu(s) > Writu > Brito-.
Afinal, nesta época de matriarcado e regime de “macho dominante” todas as fêmeas férteis acabavam «Virgens Mães» porque ainda não existia o regime do casamento patriarcal.
Seja como for confirmamos que Britomartis seria afinal uma Brito-Matres. Na Lusitânia não encontramos de forma explícita uma deusa Brito mas Matres era uma Deusa-Mãe supostamente de origem oriental mas, afinal, quiçá de arcaica origem mediterrânica. Mas encontramos o representante de Birdu na forma de Brigo.
Brigo (Brigus) – Deus da Criação. É um Deus protector e fomentador da civilização humana. É o destruidor do caos, das trevas e do inferno, está ligado à criação do Cosmo.
Longo-Brigu - Deus adorado no norte da Lusitânia pelos Calaicos.
Tameo-Brigo (Tameobrigus) – Deus poderoso, protector dos doentes e acompanhante dos defundos. Também é adorado como um Deus guerreiro da guerra, da caça e das florestas dos Calaicos.
Os lusitanos terão respeitado o secretismo que estava envolvido no culto desta divindade infernal e terá sido a razão por que não ficou registado nas lápides. De facto
Según ciertos autores, los kallaikoí son ateos; mas no así los keltíberes y los otros pueblos que lindan con ellos por el Norte, todos los cuales tienen cierta divinidad innominada, a la que, en las noches de Luna llena, las familias rinden culto danzando, hasta el amanecer, ante las puertas de sus casas.-- Estrabon III-4
Pelo que sabemos da epigrafia os galegos eram tanto ou mais piedosos do que os seus vizinhos celtiberos e não faz sentido trata-los por ateus nem porque fossem monoteístas ou seguissem os cultos fenícios ou judaicos como algum opinaram nem porque não representassem por imagens os seus deuses mas pura e simplesmente porque Estrabão falou de cor e estando mal informado deus largas ao seus preconceitos contra povos distantes de que nada sabia o que tristemente ocorre com todos os redactores e jornalistas de todos os tempos e locais demasiados comprometidos com o seu sistema de vida.
Tales rasgos denotan cierto salvajismo en sus costumbres; mas otros, sin ser propiamente civilizados, no son, sin embargo, salvajes. Así, entre los kántabroi es el hombre quien dota a la mujer, y son las mujeres las que heredan y las que se preocupan de casar a sus hermanos; esto constituye una especie de "gynaikokratía" (*281), régimen que no es ciertamente civilizado -- Estrabon III-4.
*281. Éste es otro famoso párrafo de Strábon, muy interesante desde el punto de vista etnológico, ya que describe varios rasgos típicos de la forma cultural llamada "matriarcado"; vale como decir preponderancia de la mujer sobre el hombre en la familia; es lo mismo que "gynaikokratía", palabra que emplea el mismo Strábon con gran propiedad al comentar y tratar de definir estos rasgos culturales. Añadiendo a los de este párrafo otros contenidos líneas antes (vide núm. 278), tenemos las siguientes particularidades matriarcales propias de los cántabros:
a. el hombre dota a la mujer;
b. la herencia se transmite por línea femenina;
c. las mujeres buscan matrimonio para sus hermanos;
d. las mujeres trabajan en el campo;
e. las mujeres son combatientes juntamente con los hombre en la guerra.
f. la misma "covada" es fórmula de origen propiamente matriarcal.
Para la Callaecia (Galicia) hay referencias de otros autores que implican también un régimen más o menos puro de matriarcado (Trogus Pompeius, Silius Italicus, Diogenes), tal como el "amazonismo". – Comentado por Antonio García y Bellido.
Parece que para Estrabão o matriarcado não seria uma marca de selvajaria mas de incivilidade. Ora, este tipo de organização seria comum aos galaicos porque aos minhotos era seguramente pois que assim se manteveram até à extinção dos morgadios em época recente.
O preconceito do século XVII de que os índios da patagónia pertenciam aos confins do mundo e da humanidade e que, quiçá por isso, só falavam por gestos e não tinham cultura nem religião, ainda tem ecos actuais na enciclopédia Britânica onde passam por serem quase ateus.
Inhabitants. They live in small groups, every meniber of which is connected by family ties; between these groups, as in the case of the Yagans and Alakalufs, the vendetta is common. They have no gods, though certain legends are preserved. – Encyclopædia Britannica/Tierra del Fuego.
As frequently happens within hunter-gatherer peoples, the social structure was very simple and egalitarian, without a leader who represented the authority. The various groups were composed of nomadic families, which were founded on monogamous marriage and united by ties of kinship. The only figure with some authority was the shaman, who embodied the double figure of the healer and that of an intermediary between humans and otherworldly beings (De Agostini, 1955). -- Tierra del Fuego, (…), Università di Roma La Sapienza, Piazzale Aldo Moro, 5. I-00185 Roma.
Dizer que os povos da patagónia não tinham deuses é quase o mesmo que os considerar ímpios ateus o que é uma grande injustiça porque partilhavam com as nossas aldeias rurais o igualitarismo social e com o catolicismo o seu mais antigo ancestral, o xamanismo. O mais interessante é verificarmos que os povos mais primitivos do mundo parecem ter vivido no matriarcado até a uma época recente pois têm um mito ingénuo relativos ao fim do matriarcado.
·                                 Long ago the women ruled the men, who then performed all the duties today allotted to the women. The weaker sex had gained their power by the kina ceremony. Painted fantastically and disguised by masks, they terrified into subjection their men folk, who believed they were looking at supernatural spirits controlled by their wives. At that time Hanuxa, the moon, was the leader  of the women and chief oppressor of the men.
·                                 Lom, the sun, was the ablest hunter and bravest of the men. One day, as he was returning from a successful hunt, he hid behind some bushes and listened to the talk of two girls who were bathing, and from them he learned the whole kina secret: there were no ghosts or spirits, only the women themselves. Then a great rage seized Lom, and with other men whom he quickly aroused he rushed into the kina hut and killed all the grown women, so that only young and ignorant girls remained living. Since that day the kina ceremony has been celebrated by and for the benefit of the men, who thus keep the women in subjection. According to Martial (p. 213), this event transpired near Ushuaia at a time when the Ona were encamped there, so that the two tribes uprooted their social systems together.
·                                 Hanuxa, the leader of the women, escaped the general massacre, but she was badly beaten and immediately went to the sky where she became the moon, and today the result of her beating shows in the spots on her face. Discomfited and angry at what had transpired she planned revenge, and so she sent a great flood which covered all the earth except a few mountain-peaks where some people managed to survive.
O mais interessante neste mito patagónico do fim do matriarcado parece residir no seu fundo de verdade quase legendário relativo à cultura cretense de que derivará como de resto toda a cultura pré colombiana. No culto matriarcal não haveria deuses mas apena o culto da grande Deusa, que era a lua, Hanuxa, e do seu filho Lorn, o “deus menino”, que era o sol. Sem grandes dúvidas Hanuxa é Inana / Anat e Lorn é, como a «glória», a «aurora» e o «loureiro», uma das muitas variantes de termos do culto solar.
Lorn < Laur-an = Sr. e deus O-Lor => Olorun.
The chief god in the Yoruban pantheon, Olor-un is the master of heaven, active in celestial and terrestrial affairs. He can see and do all things, and he knows everything. He created the universe, appointed night and day, arranged the seasons, and fixed the destinies of men. Death was introduced by Olorun to his people, at their request, since they did not die at the beginning, but remained on, old and feeble, begging for release.
·                                 Later Lorn took to the heavens and became the sun; his father Taruwa Lorn, became a star (Venus?); his brother, Akainix, became the rainbow. -- THE IN TIERRA DEL FUEGO SAMUEL KIRKLAND LOTHROP
Importa pouco tentar relacionar Taruwa com a constelação do touro que não seria visível no hemisfério sul mas relacionar este deus com os cultos taurinos de Creta de que os habitantes da terra do fogo não teriam qualquer equivalente local mas que revelam a persistência de um teónimo que era frequente entre os celtas da idade do ferro e na Lusitânia.
Quanto ao costume dos celtiberos, e de outros povos celtas do norte, de celebrarem uma deusa inominada no momento da Lua Cheia dançando em volta de uma grande Rocha Sagrada para garantir a fertilidade do solo e das mulheres, obviamente que estamos perante referências vagas e preconceituosa de um autor que nunca esteve no Galiza nem fazia intenções de vir a estar. Quanto muito podemos suspeitar que Estrabão se esqueceu de referir a altura do não em que este estranho culto ocorria para o incluir num dos quatro festivais sazonais gaélicos. Parece que o Imbolc ou Imbolg se realizava na primeira lua cheia de Fevereiro e poderia ser a este festival que Estrabão se referia.
Es posible asegurar que la inclusión por parte de Schulten del término Oóetu - sólo debido a la erudición de Coray - carece de base textual alguna: el fragmento de Estrabón en su transmisión genuina, es sano y comprensible de por sí. Este Dios anónimo podría estar aludiendo a una de las deidades más importantes de los celtas, llamada Dagda en los textos insulares: el Dis Pater cesariano, padre de todos los celtas. Su naturaleza obvía - su estrecha vinculación con el mundo druídico - y, por tanto, con el ciclo lunar y el calendario podrían constituir argumentos sólidos para rebatir la vieja idea de un dios-Luna cuyo nombre sería tabú. -- El anonimato de un dios de los celtíberosaportaciones críticas en torno a Estrabón III, 4, 16, Autores: Gabriel Sopeña Genzor, Vicente Ramón Palerm.
O autor quase que teria toda a razão para pensar que seria assim se tivesse demonstrado que Dagda era um deus lunar, o que seria possível sendo um deus infernal. No entanto seria a prova de que o interdito ritual não funcionou porque a identidade de Dagda é bem conhecida podendo mesmo relacioná-la com um deus que foi abertamente e largamente proclamado e adorado durante o terceiro milénio do alto Eufrates como Dagon. Assim, a alternativa terá que recair no culto de uma deusa lunar e infernal cujo nome foi reconhecidamente inefável por antiquíssimo tabu que foi a ovelha negra do rebanho de Deméter, Depoina, a deusa dos mil epítetos senhora da noite, da morte, dos infernos e do inverno.
Despina (ou Despoina), na mitologia grega, era uma deusa, filha de Posídon e Deméter. Tem um irmão gêmeo chamado Árion, um eqüino. Foi abandonada pela mãe ao nascimento, sem receber sequer um nome, pois a deusa estava muito preocupada em achar sua filha perdida Perséfone, que havia sido raptada por Hades.
Claro que o mito de Despina < Dis- Kina, literalmente a mulher de Hades ou Enki / Dis-Pater como Damkina, é uma mera falsa desculpa para o interdito da inefabilidade do nome da filha de Deméter que os judeus copiaram no mandamento de não pronunciar o nome de Deus em vão, o que deixa a suspeita de Javé ser um deus madianita vulcânico e infernal! Na verdade, o nome de Perséfona ou de Prosérpina era uma metáfora para o nome verdadeiro da deusa, como possivelmente os nomes equivalentes em diferentes panteões, que só era revelado aos iniciados e que por isso nunca viremos a saber quem foi a menos que viermos a ser iniciados também o que parece difícil na medida em que a cadeia iniciática se deve ter quebrado durante a idade Média.
A razão deste interdito parece ser um corolário da magia simpática. Saber o nome verdadeiro de alguém era ter poder para o intimar em tribunal.
Tratando-se de um deus era o mesmo que invocar o seu poder o que, no caso de deuses do inferno, era meio caminho andado para ir lá parar sem caminho de regresso. Os próprios cristãos medievais multiplicavam os nomes do diabo para não terem que pronunciar o de Lúcifer que na Galiza teria o nome inefável de Carallius razão porque Estrabão considerava ateus os galaicos.
Já verificamos que um nome provável para esta deusa na Lusitânia pode ter sido Atégina.

Ver: DEUSES DA LUSITÂNIA – ATÉGINA (***)

Voltando atrás, verificamos que se o nome dos deuses dos deuses do fogo dos infernos se perdeu com Birdu sumério na cidade de Beirute parece que na Península Ibérica ficou omisso por interditos rituais. No entanto podemos suspeitar que a deusa dos infernos seria a esposa de Brigo que deu nome aos castros lusitanos e celtiberos. Suspeitamos também que, Braga e Bragança devem nome a esta deusa que teria outros nomes como Broenia, deusa do culto dos cerrais e da panificação porque terá dado nome à «broa» de milho e de centeio,
Broeneia (Broeneiae, Broenea) - Divindade adorada pelos lusitanos célticos do sul.
Erbina (Erbine Iaedi) – Deusa Igaeditana adorada no interior e nos campos da Lusitânia.
Erbina seria uma outra variante desta deusa mas pelo lado da sua semelhança com Atena e Min-(W)er-vina
Importa de passagem dar conta de que a raiz Wer- típica das estações do ano a que presidia a rainha dos infernos era também raiz do nome da deusa hipopótamo do Egipto, Taveret, deusa do parto...e também da morte na forma de crocodilo vigilante à psicostasia das almas que rapidamente devorava quando eram gordas e pesadas.
Como se pode ver o núcleo étmico central dos vários nomes desta deusa celta foi Wer.
Bright > Brig- > Brid < Bir-du | Wyr | <= Kur-kiki < Ishkur
ó Kurish > *Kar-tu > Wer-tu > Birdu.
                                                   > (Ta)wer-et.
E de Birdu e Brigo chegamos à gaélica Brigid.
O problema da interpretação da mitologia celta é o facto de as crónicas onde ela aparece terem sido escritas por monges medievais que a tinham ouvido de cor de druidas que nunca a tinham escrito, deformando-a de acordo com o princípio racionalista duma interpretatio latina mas agora pela óptica bíblica  e cristã.
Brigid (Bridget, Brighid, Brigindo)
Breo Saighead, Brid, Brighid [Eriu],
Brigh means 'Power'
Brighid of the Green Mantle
Lady of the Shores
Brighid-Sluagh (or Sloigh): Brighid of the Immortal host
Brighid-nan-sitheachseang: Brighid of the Slim Fairy
Folk christian name: Muime Chriosd: "Foster-Mother of Christ.
Breo Saighead, or the "Fiery Arrow or Power," is a Celtic three-fold goddess of the:
(1) Fire of Inspiration as patroness of poetry,
(2) Fire of the Hearth, as patroness of healing and fertility, and
(3) Fire of the Forge, as patroness of smithcraft and martial arts. She is mother to the craftsmen. Sons of Tuireann: Creidhne, Luchtaine and Giobhniu.
Like the Arthurian Avalon, or "Isle of Apples," Brigid possessed an apple orchard in the Otherworld to which bees traveled to obtain it's magickal nectar. Brigid, which means "one who exaults herself," is Goddess of the Sacred Flame of Kildare (derived from "Cill Dara," which means "church of the oak") and often is considered to be the White Maiden aspect of the Triple Goddess.
(…).
An ancient Irish story tells of how on the eve of this day, The Cailleach, or White Lady, drank from the ancient Well of Youth at dawn. In that instant, she was transformed into her Maiden aspect, the young goddess called Brigid. Wells were considered to be sacred because they arose from oimbelc (literally "in the belly"), or womb of Mother Earth. Because of her Fire of Inspiration and her connection to the apple and oak trees, Brighid often is considered the patroness of the Druids.
                           > Bri(gi)d > Bride [Alba] + An > Britan <?> Britannia.
Brigit < Brigid < Brighid < Bri-Ki-te < Wer-ki-te => Afrodite.
              Brigid + Anu > Brigidanu > Brigadun > Brigandu > Brigindo.
               < Brigantis < Brig-An-tia < Brigan-thu < Brigan-du > Brigan.
Brigindo, Brigandu [Gaul],
Brigindo = Name of the Celtic goddess Brigid in eastern France.
Brigan, Brigantia, Brigantis [Briton],
Brigantia = During the Roman occupation she was associated with the Roman goddess Caelestis as Caelestis Brigantia.
Brigantia era uma divindade das antigas religiões galo-romana e romano-inglesa, avistada em vários lugares na Grã-Bretanha e na Europa. Era a protectora dos brigantes no norte da Grã-Bretanha (atual Yorkshire) e dos brigantes do Lago de Constança, na Áustria (atual Bregenz). O nome é na sua origem um epíteto significando "Elevada [deusa]".
São encontrados cognatos na língua germânica dos Burgúndios (Proto-Germânico *burgundī, Bornholm), no Sânscrito br̥hatī, e no Avéstico bǝrǝzaitī, ambos adjectivos femininos designando "elevado" (Sânscrito Brhati, também designando um nome próprio no feminino tal como no Alto-alemão antigo Purgunt). O etónimo brigantes pode ser deste modo, traduzido como "elevados, da nobreza" ou ainda "das terras-altas" (IEW, s.v. "bhereg'h-").
Bride [Alba].
Britannia = A Romano-Celtic (British) tutelary goddess.
The first writer to use a form of the name was the Greek explorer and geographer Pytheas in the 4th century BC. Pytheas referred to Prettanike or Brettaniai, a group of islands off the coast of North-Western Europe. In the 1st century BC Diodorus Siculus referred to Pretannia, a rendering of the indigenous name for the Pretani people whom the Greeks believed to inhabit the British Isles. Following the Greek usage, the Romans referred to the Insulae Britannicae in the plural, consisting of Albion (Great Britain), Hibernia (Ireland), Thule (possibly Iceland) and many smaller islands. Over time, Albion specifically came to be known as Britannia, and the name for the group was subsequently dropped.
Se Brigide era uma forma de Perséfona quem era então a deusa mãe dos Irlandeses ou seja a mãe desta deusa ou pelo menos a esposa do pai que já sabemos ter sido Dagda.
Brea = A Irish god of minor importance. He is a member of the Tuatha Dé Danann.
O deus supremo do panteão celta parece ser Dagda (mas em certas regiões e épocas sua consorte Danu parece ocupar essa posição).
En la mitología celta, Danu o Dana, también llamada Anu o Ana es el nombre irlandés (Dôn en galés) de la madre de Dagda (el Buen Dios), por lo que por nacimiento pertenecía a los dioses de la vida, la luz y el día. Era compañera del Bile irlandés, que parece corresponderse con el Dis Pater latino, dios del que creían descender los galos. Sus seguidores eran conocidos como Tuatha Dé Danann.
Se la consideraba diosa de la literatura y también recibía el nombre de Brigit. Más adelante ya en época cristiana, para acabar con la tradición celta, los cristianos la convirtieron en Santa Brígida. Madre de: Govannon, Llud, Amaethon, Gwydion y las diosas Erin Tuatha Dé Dannan y Arianrod. Igualmente es relacionada con Santa Ana la madre de Maria.
Ana foi uma deusa mãe na crença gaulesa.
A deusa celta Ana (Dana, Danu, Ana, Anna, Anu, Dôn ou Danann) é de um certo modo a equivalente de Gaia para a cultura grega. Representa a mãe das deidades celtas e ao mesmo tempo a mãe dos seres humanos. Deu seu nome à grande tribo da mitologia celta, Tuatha Dé Danann. O culto, muito vivo no oeste, foi recuperado mais tarde no culto cristão à Santa Ana.
Há qualquer de errado na referência que considera Danu uma deusa da literatura e equivalente de Brigit porque Danu era mãe de Dagda e esta filha deste o que faz de Brigit uma neta de Danu.
Dagda fue progenitor de Bodb Dearg, Cermait, Midir, Aine y Brigit, así como hermano de Ogma.
Mas, se aceitarmos que mãe (Danu) e filho (Dagda) foram amantes, como era comum nas mitologias primordiais, então estes tiveram uma filha que era irmã e filha do deus supremo.
She is identified in Lebor Gabála Érenn as a daughter of the Dagda and a poet. The same passage mentions that she has two oxen, Fe and Men, that graze on a plain named after them, Femen.
Para obstar a este imbróglio familiar os poetas inventaram uma paternidade Brígida ainda mais estranha do que a já tinha ocorrido com Atena e Dionísio nascidos respectivamente da Mente e da Cocha de Zeus. Pelos vistos os Irlandeses foram mais longe nos delírios homossexuais do patriarcado e fizeram de Brígida uma deusa de dupla paternidade filha do deus supremo e...de um poeta, seguramente o mesmo que inventou esta história estranha.
She (Brigid) is the Daughter of Dagda and the Morrighan and sister to Ogma, a Sun God and the creator of Ogham, another source specifies she is the daughter of the Dagda and Boann (from whom the river Boyne was named). Or she may be the Dagda’s sister, and daughter of Danu and Bel. In some lore, she is the Dagda’s wife. -- BRIGHID THE GREAT by Rhiannon.
A deusa Boann (ou Boand) da mitologia irlandesa é o rio Boyne, em Leinster, na Irlanda.
Comentaristas dos dias modernos e neopagãos às vezes identificam Boann com a deusa Brígida ou acreditam que Boann seja a mãe de Brígida; entretanto não existem fontes célticas que a descrevem como tal.
Seu nome é interpretado como "vaca branca" (irlandês bó fhionn; irlandês antigo bó find) no dinsenchas. A Geografia do 2o. século de Ptolemeu mostra que na antiguidade o nome do rio era Bubindas,6 que pode derivar do *Bou-vindā proto-céltico, "vaca branca".
Boand, another local goddess, but most likely a derivation of Brigid, is a good example of some of the symbols associated with her role as a fertility goddess. This white cow goddess, whose name is given to the Irish River Boyne, was also a lover of the Dagda. Cows are one of the animals most often associated with Brigid along with serpents and vultures. According to legend, the different colors of the cows of Boand each symbolized a different phase of the moon (Smyth, 20). The Triple Spiral often representative of Brigid's trifold nature, is also a metaphor for the phases of the moon..
As indefinições a respeito da genealogia de Brigid são quase de certeza a prova de facto de que ela seria uma variante da Grande Deusa primordial, a sempre eterna Virgem Mãe. Por isso é que os católicos Iralandeses cometeram a blasfémia de considerarem Santa Brigida como mãe adoptiva de Jesus Cristo.
Porém, em ambos os casos estamos perante uma deusa da fertilidade e semanticamente mais próximos de Afrodite do que de Atena / Artemisa.
Ora bem, "Brigith is known as Caridwen (Cerridwen) in Wales." ou seja, < Karite Wen de que Cliodna (Gaelic Goddess of beauty and the otherworld) seria uma variante do mesmíssimo nome da latina Cloaquina!
Cerridwen = Nourisher of Life
Cerridwen < Ker-®ith-Wen < *Kertu-Wen(us) < Kur-at-kian.
Cloaquina < Cluauthina < Cliodna < Criothina < Kar(i) At Kina
=> Karite Wen, um possível epíteto da Vénus infernal de que se derivou a deusa hindu Kali (< Kar ya)
Brígida era deusa do fogo, e por isso do sol-posto ue supostamente provocava o fogo na terra, de quem era responsável pelo parto quotidiano, logo, era seguramente uma variante de *Kertu.
Em nenhuma outra deusa do fogo se pode encontrar uma tão rica mistificação da simbologia do fogo. Pois bem, se nesta mística se inclui o fogo pentecostal da sabedoria que inflama os espíritos aquecidos pelo fervor da antecipação poética dos preliminares do amor a verdade é que o fogo das entranhas da terra só tem paralelo no fogo da sexualidade fértil e criativa e no fogo da lareira de que a forja do ferreiro é a manifestação mais óbvio.
«Brigida» é seguramente um nome virginal que comporta no seu seio o semantema da verga varonil. Ora, a «verga» (< wirka), que  que entre os celtas minhotos não era a vara juvenil mas a verde cana”, tem por metáfora a «cobra» que era a kafura > kawura, do cabrão dos infernos que era Vulcano (< Wurki an), o marido das deusas do fogo e do ardor sexual que foi Afrodite.
«Brígida»[5] < Brigit < Brighid < Wirg(a) | < Phurga => Frigga | hith
                 ou Brigit < Brug-et < Ki-Wur-et > Taweret.
                                                                       > Ka-Phur-kiki <
         Brigindu < Brigantia < Birk An Thia < An Phur Kiki
ó Ha-Kur-Kika => Afrodite!
O nome da deusa celta Brigantia é obviamente uma composição invocativa a partir do nome de Bright!
Brig-ith + An = Brigan-tia, que é o mesmo que dizer que Bragança foi a terra da N.ª Sr.ª Brigida, a Afrodite / *Kafuriquita, a cobra e meia-lua do céu!
Ou ainda a variação tribal deste mesmo nome Breo Saighead
< Phreo Kai Kiat > Ka Phro Kite > Afrodite.
E ainda a variação tribal muito mais deformada que é Sheila-na-gig.
Sheila-na-gig < Keyra-An-Giga <= Kaur-An-Kika
=>An-Phur-Thitha > A-Phru-Dita > A fro dite.
Sheila-na-gig = The goddess of fertility in British-Celtic mythology. She is prominently displaying her genitals in an attempt to allay the power of death. With the advent of Christianity she is portrayed (even on the outside of English churches) as a female demon to ward off evil.
Os celtas são os únicos a manifestar uma variante fonética próxima de Venus, o que se compreende pela proximidade geográfica e pelo facto de se suspeitar que parte dos itálicos derivava dum mesmo ramo celta.
Brownie = The brownie is a spirit popular in Scottish folk-lore. Brownies haunt houses, and if treated well will help with the drudgery of the housework while the occupants sleep.
Branwen < W(a)ran Wen(us), Venus Urania dos Welsh, ou mais seguramente a Venus de Bres, o esposo de Brigith.
Claro que a “caridade é amor” o que nos deixa no terreno de Afrodite mas, também é verdade que Kar era Urano e este era Bres entre os celtas pelo que é mais do que evidente estarmos diante de epítetos da mesma divindade do fogo e do amor. Aliás, outro epíteto desta deusa seria Berecyntia, que além de nos revelar a origem centro-europeia dos celtas franceses nos reporta também, tal como reza a tradição para os irlandeses, para a sua identidade com os citas. De resto, Berecyntia é a mais afrodisíaca das deusas celtas sob o ponto de vista semântico.
Bres = The Irish-Celtic god of fertility and agriculture. He is the son of Elatha, a prince of the Fomorians, and the goddess Eriu. When king Nuada lost his hand in the first battle of Mag Tuireadh, he was deemed unfit to rule the Tuatha Dé Danann. Although the Fomorians were their enemies, as an act of reconciliation the Tuatha Dé decided to name Bres as their king. The goddess Brigid became his wife. Bres, however, proved an unworthy ruler. Besides being tyrannical, he raised taxes to a near unbearable level and let the Tuatha Dé work as slaves. When Nuada had his hand replaced by a new, silver one, Bres was quickly disposed of. He fled to exile and rallied the Fomorians to battle. Again they were defeated and Bres was captured. His live was spared when he promised to instruct the Tuatha Dé in the art of agriculture and make of Ireland a fertile land.
Bres < Wres < Ures < Urash / Urat ou, mais presumivelmente Wer
> *Anu-Kur > Na-wer (> Lat. Naveritas, esposa de Neptuno = Enki)
< Nepher < An Kar,
ou seja o próprio Enki / Kur enquanto o deus que “desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou”, razão pela qual este deus acabaria por confundir-se com os deuses do fogo vulcânico como aconteceu no mundo clássico em que este deus acabou por ser também Hefesto ou Vulcano.
Porém, este deus já tinha sido na Suméria um deus agrícola e primaveril de nome Urash, possivelmente um heterónimo de Tamuz ou Nergal!
Berecyntia = A Gaulish goddess, probably the same as Brigid (qv).
Na verdade,
Berecyntia < *Wer(e)-Ki-Antu-a < *Kur-Ki-Antu> Pher-Ki-An-Ti = An -Phre-Ki-Ti => Afrodite.
De facto, voltando a Brigith:
Brigith + An = Brigantia teremos < Kur Ki Kika
> Wer Ki Antu, onde Kika é de facto a deusa mãe suméria Antu
=> Bere Shyntia, a Primavera, no sentido de deusa venal da fertilidade agrícola, dos citas.
Por isto mesmo se suspeita que outro epíteto tribal da deusa celta do amor teria sido Cordélia, a deusa dos menhires.
Cordelia = In Welsh celtic mythology, Cordelia was the daughter of Llyr. She has two lovers, Gwynn and Gwythr, who fight for her on the 1st of May each year and will continue to do so until the day of doom when one shall be victorious and marry her.
Lat. Cardeia < «Cordeira»
<= corderia < Cordelia < Carderia < Karta-uria, possível variante taurina de Cariotina.
Sabrina = The Celtic river goddess of the river Severn (southwestern Great Britain).
Sabrina < kaprina < Kaphurina outro possivel epiteto celta de Afrodite.
Artemisa < Artemikia < Kar tem [ >*Artim ] Isis.
Artimpasa < Artim Phaka < Artim | Kaka = KiKi => Isis|
Claro que a semântica do nome de Artemisa nos reporta para os deuses marciais de que a deusa teria sido parédro enquanto foi Ki, a deusa mãe e que teve o nome de Artimpasa entre os citas. Porém, uma obvia variante negra e lunar da deusa mãe pelo lado guerreiro e caçador de Artemisa foi Arduina.

Ver: ARIADNE (***)

Gruagach : ('The Long-Haired One') Scottish. Female fairy to whom the dairymaids used to pour libations of milk into a hollow stone.
Gruagach < Kura Kak < (An) + Kaur Kaki < A(n) Phôr Tati
=> Afrodite
Glaisrig, Glaistig: A Scottish Undine, beautiul and seductive, but a goat from the waist down (which she hides under a long green dress). She lures men to dance with her and then sucks their blood. Yet she can be benign, looking after children or old people or herding cattle for farmers.
Glaisrig < Glaistig < Krais Tiki < Aphris Tite <= Afrodite.
Obviamente que não, tanto mais que tudo leva a crer que Bres é que estaria na posição de ser o equivalente de Enki.
Assim sendo, *Thagitha teria mais a ver com Tajo, o deus do Tejo ibérico e, sobretudo, o mesmo deus etrusco da sabedoria.
Tages = an Etruscan deity who possesses wisdom. He appeared from a groove when a field was newly ploughed and taught the gathered Etruscans the skills of divination and augury. Tages is portrayed as a young man with two snakes as legs.
    Kar + Tago => Cartago.
Tages < Tagish, lit «filho de *Thago» | + An(u) | => Dagon.
              Tagish < Thagi-at < Caco-Kiko > Dagita > Dag(i)da.
Quer dizer que, duma forma ou de outra, Dagda seria o mesmo que Tages e ambos variantes de Dagon, a forma reptilinea ou piscícola de Enki. Ora, como Enki era o “filho de sua mãe” Tiamat é bem possível que esteja mos perante a mesma confusa indeterminação mítica que já era suspeita entre Enki, o deus do Kur que era também o reino dos abismos de Abzu, deus primordial que engravidou Tiamat.
Claro a lógica mitológica do começo da criação a partir da unidade maternal auto-gerada teria que pressupor o postulado do “incesto primordial” e então Abzu seria apenas um heterónimo de Enki adulto, o pai Ku (< Apa-Zu > Abzu) simultaneamente Ka-Ku, a vida no masculino e arcaico deus do fogo dos infernos do Kur, e por isso mesmo deus pai e deus filho primordiais? Dito de outro modo, Enki enquanto “deus pai” primordial foi Abzu, Dagon, Tages e Dagda.
Porém, enquanto “deus filho” foi Urash, Tamuz e Wer. Claro que só no reino da mitologia é que o pai poderia ser filho de si mesmo e ainda por cima ter nascido antes do próprio pai! Quer dizer que o mais provável é que com a evolução da reflexão mítica do tempo patriarcal o conceito de “filho de deus” herdado dos tempos em que tinha sido “filho da mãe” primordial teria que ter evoluído para um novo conceito de “filho verdadeiro do próprio pai” já numa 2ª geração, ou seja na forma de Iscur.
Porém, não existe certeza quanto a uma evolução do nome de Wer a partir de Iscur!



[1] Brighid, Brigid, Brigit, Brid: Irish Goddess of Fertility and Inspiritation, daughter of the Dagda; called 'the poetess.' Often triple ('The Three Brigids'). Her characteristics, legends and holy places were taken over by the historical St Bridget.
[2] Birdu: Name possibly means "pimple" An Underworld god, consort of the little-known deity Manun-gal. Assimilated with Meslamta'ea, a name of Nergal.
[3] Roberto F. Silvestre. Jornal Correio - 25/08/2001
[4] Sumer: Bir = Flaccid (said of a penis); Light; Rip to pieces (to); Roll up (to); Scatter (to); Shred (to); Shrivel (to); Tear (to); Wrinkle (to).
[5] Beatriz < We Atrix < Ki Anphorkia < An kur kika => Afrodite.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

PANTEÃO LUSITANO - AIRE ou SANTA IRIA, por Artur Felisberto


SERRA D´AIRE OU DA IRIA

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Figura 1: A serra de Aire vista de Torres Novas para Norte.

Serra de Aire = Ad Septem Ares. Ad | Septem < 7 = septem < septa

< septata > setada / serrata < «serra» | + Ares > Ares.
Eis o que pode revelar-se como prova de um óbvio equívoco de geógrafo mal informado! Por confusão com algum termo luso com o significado explicito de “serra”, e reconhecido como tal pelo povo de Mira Daire e seus arredores e traduzida pelos romanos como «serra» de serrar pela simples razão de que em latim a «serra», enquanto acidente orográfico, é sempre monte (mons) e nunca serra!
É reconhecido que o conjunto orográfico da serra de Aire e Candeeiros separam o mar do interior condicionando o clima e os ares húmidos desta zona da Estremadura portuguesa. Os locais identificariam a serra de Aire como sendo o que ainda hoje é “a serrada da Iria” ou seja uma metáfora descritiva da silhueta dentada, como que por uma serra de serrar, da deusa da Aurora (Iria).
Espantosamente a «serra» de serrar em gaélico é sabh e serrada é sàbhta.
Sabendo-se que a Irlanda se chama em gaélico Eyre, Eire, or Eiriu por ser a terra da deusa Eiru e suspeitando-se que o gaélico era uma língua galaica decorrente de imigrações galega pré-históricas podemos concluir sem surpresa que à época dos romanos já se falava gaélico na Lusitânia e a serra de Aire seria já isso mesmo a “sàbhta Eira”.
É também reconhecido que os romanos consideravam as terras húmidas como insalubres. Sendo assim, os romanos eruditos que por aqui passavam e perguntavam pelo nome da serra ouviam o que queriam entender. Como achavam a serra de Aire um local escalvado como que varrido pelo vento que tudo leva e pouco mais deixa além de “sete (maus) ares”, quando os indígenas lusitanos se referiam a “sàbhta Eirs só ouviam o que queriam ouvir e por isso entendiam sàbhta como se fosse septe(m) = 7, numeral.
Assim, a Serra da Iria, por ser considerada por puro preconceito romano de maus Aires, passou a chamar-se em latim, Ad Septem Ares = A dos sete Ares em vez de ser apenas o que é, a serra (silhueta) da Iria.
No entanto, as ideias míticas surgem como as cerejas num açafate e de repente lembramo-nos que a serra da Iria poderia ser o arco-íris, a ceitoira do crescente lunar com que esta deusa faria as cegadas às searas da Primavera ou o caduceu de mensageira de Hera.
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Figura 2: Uma Tridiva Irlandesa: Banba, Fotla and Eriu, as três Horai das estações do ano.
Nesta representação são teluricas como Hermes da esfinge de Gizé
Quando os Milesianos chegaram da Espanha, cada uma das três irmãs pediu ao bardo Amergin que seu nome fosse dado ao país. Ériu (Éire, e em sua forma dativa Éirinn, resultando no inglês Erin) parece ter vencido a disputa, mas os poetas consideram que todas as três tiveram seu desejo satisfeito, e assim Fodhla é por vezes usado como nome literário para a Irlanda, da mesma forma que Banba.
Diz a lenda que santa Iria foi raptada da sua casa por um hóspede nocturno e foi degolada num outeiro. Sete anos mais tarde, o seu assassino regressa àquele local, onde já se ergue uma ermida em memória da sua vítima. Ele pede perdão mas, numa atitude pouco cristã, a sua vítima nega-lho. Por isso nunca viria a ser uma deusa canónica. Segundo outras lendas santa Iria nasceu na aldeia da Torre da Magueixa, concelho da Batalha. Posteriormente partiu para Tomar onde tinha família e onde seguiu carreira religiosa.
Seguramente que nenhuma, destas lendas, é verdadeira porque seria uma deusa lusitana e pré-grega que veio a dar origem a irlandesa Eiru. É representada a segurar uma "panela de manteiga” em Magueixa (Batalha) e com uma colher de pau na Faniqueira (Batalha) o que permite supor que Eiru seria primitivamente uma deusa de pastoreio e do fabrico da manteiga.

SANTA IRIA
Santa Iria: esta santa não goza de grande culto popular, mas é frequente encontrá-la na toponímia. associada à ideia de cidade, é um topónimo de origem euskera ou proto-euskera, como Irun, Iruña. A freguesia de Tomar onde se situava o primeiro assentamento populacional chama-se Santa Iria. É provável que este termo esteja presente também em Santarém e em Leiria e que a santidade (sacralidade) provenha do lugar. A antiga Iria Flávia prescindia da santidade, apesar de estar intimamente ligada à lenda de Santiago.[1]
La denominación "Iruña" provendría probablemente de la palabra vasca (h)iri ('ciudad') y un segundo elemento que no está claro del todo, pero que podría ser on ('buena'): 'la buena ciudad' (algunos etimologistas hablan de 'la gran ciudad'). Este concepto se puede apreciar en otros municipios de Vasconia como por ejemplo Iruñea, Irunberri (Lumbier) o Irún. Curiosamente, Iruña de Oca, Irún y Pamplona fueron posiblemente los tres asentamientos urbanos romanos más importantes en la zona norte del País Vasco y Navarra.
Obviamente que para se chegar ao segundo elemento de Irunha ser teria que fazer derivas este topónimo de Irunia.
Iruña < Hirunia < Kur-| In-ana > Irnini|.
Irnini (Irnina): Goddess of war assimilated with Ishtar.
Suspeitando-se que o basco tem tanta ou mais antiguidade que o sumério correspondendo à cultura que outrora dominou toda a Europa Ocidental e Norte de África e pode ter sido a origem da cultura do alto paleolítico que veio a desenvolver-se no neolítico no Médio Oriente começamos então a entender que Irnina seria a deusa Senhora (ana) das cidades Ibéricas como Cibele e por isso a que criou a tradição das torres como símbolos heráldicos de poder militar.
Conta a história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem. Desde cedo, Iria descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro. A região era governada pelo príncipe Castin-aldo, cujo filho Brit-aldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro. Um dia, Brit-aldo viu Iria e ficou perdidamente apaixonado por ela. Ficou doente de amor e, em estado febril e desesperado, reclamava a presença da jovem. Temendo o pior, os pais foram buscá-la. Iria pediu-lhe que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus. Britaldo concordou sob a condição de que ela não pertencesse a mais nenhum homem. Passados tempos, Brit-aldo ouviu rumores infundados de que Iria tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Furioso, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão, apunhalou-a e atirou o seu corpo à água. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo. Foi encontrado junto da cidade de Scalabis (Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e, a partir de então, a cidade passou a chamar-se de Santa Iria, mais tarde Santarém. Cerca de seis séculos depois, as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje se encontra na Ribeira de Santarém.
Fica assim talvez explicada o nome da humilde Torre de Magueixa que ainda lhe presta culto na região da Batalha.
Na mitologia irlandesa, Ériu, filha de Ernmas dos Tuatha Dé Danann, era a deusa epônima padroeira da Irlanda. Seu marido era Mac Gréine ("Filho do Sol"). Foi mãe de Bres com o príncipe Elatha dos Fomorianos. (...) Ériu, Banba e Fódla são interpretadas como as deusas da soberania.
A mitologia Ibérica de Irnina teria chegado à Ibéria por via cretense porque parece ser essa a informação que os irlandeses guardaram no nome do pai da deusa Eriu, Ernemas.
Ernmas < Ernimas < Her-Minos => Hermes / Enki, pai de Inana / Istar.
O marido da deusa Eriu era o pastor de gado andaluz, Gerião e o filho o deus Bres que ficou na Ibéria como Brigo, o deus das cidades lusitanas. Quer dizer que a torre que esta deusa sibilina da Torre de Magueixa poderia ter tido na cabeça era o próprio filho e pai das cidades lusitanas.
Magueixo = T. de Turquel (instrumento de ferro ou de outro metal à maneira de tesoura ou tenaz; • (Bras.) torquês.) Alça, que se coloca na dianteira de um carro, carregado de pranchas ou toros compridos, para que não toquem nos bois. Cada um dos dormentes, que se colocam no leito do carro, para assento de pipas, ou de vasilhas semelhantes.
Aparentemente o «magueijo» ou magueixo era a tenaz ou *maquico com que Eriu lidava o fogo da lareira e do forno o que nos permite suspeitar que esta deusa tinha relações com Brígida quiçá por ser a mãe dela como foi de Brigo. Estas entidades deixaram rasto no nome do amante de Iria, Brit-aldo.
 Acerca da designação do lugar da Torre da Magueixa existem algumas opiniões diferentes em relação ao topónimo Magueixa. Diz-se que o lugar da Torre da Magueixa se dava antigamente o nome de Torre da Magagia que, no português antigo, significava Torre da Magia ou da Feitiçaria por ter pertencido a um mágico ou feiticeiro. (…)

"... a Ermida da Magueixa era da invocação de Santa Maria (Sancte Marie de Magueiga) e não de Santa Iria. Houve aqui, segundo cremos uma mudança de padroeira: Santa Maria cedeu lugar a Santa Iria em data posterior ao primeiro quartel do século XIII.
Quanto ao vocabulário Maguieja ou Magueixa, diremos que não é exclusivo da região de Leiria, pois também existe no aro de Lamego uma Magueija, já mencionada num documento de venda de 1163.
Num documento de 1277, inserto no livro de D. João de Portel (p. 133), alude a uma herdade na Magueija, junto do Reguengo, o que parece significar que esta Magueija do termo de Leiria nada tem que ver com a Magajia de Santa Catarina da Serra, ao contrário do que se lê na nota manuscrita do exemplar de "O Cruzeiro" existente na Biblioteca de Leiria.
Magueigia é uma localidade da freguesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, com cerca de 400 habitantes. (...) O nome da localidade é muitas vezes conhecido ou referido como Magagia, apesar de não ser o nome correcto.

De forma interessante, Magueigia poderia ser Magagia a partir de uma proto linguagem ibero-berbere porque nome semelhante subsiste, qual fóssil linguístico na tribo dos haussás que povoa o Sahel ocidental com o significado de princesa herdeira, sacerdotisa...ou mulher dedicada ao comércio. Parece assim que a semântica original mais arcaica seria a de uma sacerdotisa votada à prostituição sagrada. Assim sendo, a etimologia popular que acredita que no português antigo a Torre de Magueixa significava a Torre da Feitiçaria só estaria incorrecta por a condição de pertencer a um feiticeiro quando se sabe que na Idade Média a magia e a feitiçaria pertencia às bruxas que a Iinquisição punha na fogueira da intolerância.

Magajiya (also Magagia). High priestess of Bori and leader of the free women (now considered as prostitutes) who run the cult. – Historical Dictionary of Níger, Abdourahmane Idrissa, Samuel Decalo.

Magajiya translates to "Successor" in English. It is common with the Hausa tribe in Nigeria and primarily used by Females. Ilustração[1].

This school was located in Tungan Magajiya, which means, “a place where a trader woman sells her wares”. From Football to Freetown, Jake; Ruth Schierling.

Na verdade a linguística cada vez nos revela mais que não existem coincidências etimológicas, nem possivelmente falsos cognatos porque mageuixa se poderia decompor em ma-gueixa resultando assim que seria uma espécie de deusa mãe «gueixa», termo relativo a uma forma de prostituição aristocrática japonesa equivalente da hetera grega. Para sustentar esta comparação teríamos que aceitar que o Japão não foi descoberto apenas pela primeira vez por «gajeiros» portugueses quinhentistas mas que foi regularmente visitada deste o alto paleolítico senão a ocidente por povos ibéricos pelo menos a oriente a partir do corno de África por berberes.


 A palavra gajo não tem relação com gajeiro, o marinheiro da gávea nos veleiros antigos. Gajeiro deriva do italiano gaggia, «gávea».[1]

Supostamente «gajeiro» nada teria a ver com «gajo» mas suspeita-se que assim não será porque a proposta de deriva do italiano gaggia não é sustentável porque em italiano gaggia é apenas uma árvore: a acácia.
Então, o mais provável é que o cesto da gávea tenha tido denominação mais arcaica em algo próximo de *gaijeiro por ser o local para onde iam de castigo os «gajos» que mais não seriam que os marujos que se portavam mal.
Por outro lado, como se suspeitaria, gávea não tem etimologia segura porque é suposto derivar do latim medieval gabia, quando se sabe que este latinório era, as mais das vezes, uma transliteração em baixo latim dos falares locais. Outros supõem que derivaria do clássico cavea, “jaula, gaiola” que a gávea não é por ser um cesto aberto como a «gaveta» (antes de fechada) com que terá maior relação e que deriva do latim gabata, “escudela de madeira”.
Em conclusão, o mais possível é que o cesto da gávea tenha sido antes denominado *gaijeiro e posteriormente sofrido alteração compressiva para *gágija / gaggia, primeiro e depois, alterada para gávea por ressonância com «gaveto».
Na verdade tende a ser entre marinheiros que as tradições e falares arcaicos mais se mantêm em virtude do reconhecido isolamento da vida de marinheiro tanto no mar como em terra. Por outro lado, o termo «gajo» é hoje informal no português corrente porque esteve muito tempo perdida porque seria um termo pré-romano que os bem-falantes da latinidade primeiro e depois do baixo latim perderam e que apenas ficou no calão dos ciganos.

A etimologia da palavra gajo é a derivação regressiva de gajão ou ganjão. Gajão tem origem no caló espanhol gachó, do cigano ou romani gadjó, «homem». Na língua dos ciganos ou roma espanhóis gachó é um camponês ou homem adulto; gachó (masculino) e gachí (feminino) referem-se a pessoas que não são ciganas. [2]

Ora bem, o facto de o termo parecer ter derivado do calão cigano não significa que aí tenha sido criado porque é bem possível que se tenha passado com os ciganos o que soi passar-se com os marinheiros que pelo seu isolamento cultural tendem a guardar arcaísmos.

A origem da palavra romani gadjo, ou gajo, é desconhecida, mas poderá significar «camponês» ou «homem» e ter a mesma raíz de gav, «aldeia». Outra teoria deriva gajo de Ghazi, um reino na Pérsia e Afeganistão do século XI.

Em escocês, assim como no Ulster e no nordeste da Inglaterra, gadgie ou gadge significa «homem». Na Bulgária гадже (gadje) significa «namorado ou namorada». Em romeno gagic e gagică significam «namorado» e «namorada» e também «rapaz» e «rapariga» («garota, moça», no Brasil). [3]

Se nas língua gaélicas gadgie ainda significa «homem» então é natural que nos falares pré latinos ibéricos assim fosse também, ou seja, gajo é um termo ibérico de origem pré-romana aparentada com o gaélico. Já os termos búlgaros e romenos equivalente podem ter sido para ali levados pelos ciganos muito mais tarde. Ora bem, é bem possível que nos falares arcaicos «gajo» já fosse um pouco pejorativo por ser próximo de «gueixo», o bezerro da gueixa, ou seja, um chulo ou um bastardo.
Na verdade, sabemos que pelo menos no Egipto a deusa mãe da prostituição sagrada era a vaca Hator...que possivelmente deu nome às heteras gregas. Ora, nem por acaso, nos Açores o «gueixo» é um bezerro.


[1] http://palavrasvertendo.blogspot.pt/2015/03/gajo.html
[2] http://palavrasvertendo.blogspot.pt/2015/03/gajo.html
[3] http://palavrasvertendo.blogspot.pt/2015/03/gajo.html

Sabemos que pelo menos no Egipto a deusa mãe da prostituição sagrada era a vaca Hator...que possivelmente deu nome às heteras gregas. Ora, nem por acaso, nos Açores o «gueixo» é um bezerro.
Então começamos a entender porque é que em Turquel magueixo é “a alça, que se coloca na dianteira de um carro de bois para que a carga não toque nos bois”.

Magueixo = T. de Turquel (= instrumento de ferro ou de outro metal à maneira de tesoura ou tenaz; • (Bras.) torquês.) Alça, que se coloca na dianteira de um carro, carregado de pranchas ou toros compridos, para que não toquem nos bois. Cada um dos dormentes, que se colocam no leito do carro, para assento de pipas, ou de vasilhas semelhantes. sinónimo de: malhal, mangual, omado.
Turquel = instrumento de ferro ou de outro metal à maneira de tesoura ou tenaz; • (Bras.) torquês.

E agora vem a parte arriscada dos saltos mortais etimológicos.
O nome de Turquel, que ainda hoje é terra de ferreiros e metalúrgicos, reporta-nos para a tenaz dos ferreiros que nas pinturas dos vasos relativos ao regresso de Hefesto ao Olimpo pela mão de Dionísio tinha a forma de uma «macaca» que é seguramente a representação mais arcaica da Deusa Mãe da Natureza como tipicamente aparece na forma de gorgónia de Medusa.
Há outros indícios que nos levam a aceitar que existiu uma ligação íntima entre o termo «magueixa» de Turquel e a tenaz dos ferreiros que é o termo «magujo», “instrumento, para extrair das juntas da embarcação a estopa velha”, ou seja, uma torquesa.
Assim, aparentemente o «magueijo» ou «magueixo» era uma das hastes da tenaz ou *maquico com que Eriu lidava o fogo da lareira e do forno o que nos permite suspeitar que esta deusa tinha relações com Brígida, quiçá por ser a mãe dela como foi de Brigo. Estas entidades deixaram rasto no nome do amante de Santa Iria, Brit-aldo. Quer dizer que a Torre de Magueixa que esta deusa sibilina poderia ter tido na cabeça era o próprio filho e pai das cidades lusitanas.
Porém, como a acção humana era, para os povos primitivos, uma imitação da cópula sagrada, criar e gerar era uma imitação do acto criativo dos deuses que tinha necessariamente que ser sexual. Ora, o símbolo mágico mais secreto desta cópula divina era o caduceu que na suméria era a representação do deus Ninguizida na forma de duas cobras entrelaçadas. Por isso podemos suspeitar que «magueixa» era também a cobra fêmea das cobras entrelaçadas em cópula sagrada na tenaz dos deuses do fogo.
Porém, como «maguilho» significa macieira brava *Maguilha ó Magueixa poderia ser só e apenas uma mata sagrada de «car-queija» / «tojo» em volta duma macieira enquanto árvore do paraíso que era o jardim das Hespérides e que a Serra Daire seria, durante o Verão pelo menos, na última glaciação.
Magueixa < Ma-queija <  Ma-*Ki-ash-a
ó *maquico = Macaquito < «Macaca».
«Tojo» < < Gal. Toxo < Ta-usho < Ka-usho < *Ki-ash.
MA = mãe; Ki = terra; asha = fogo ou filha.
*Kiash e um termo virtual que esta presente no nome de Vesta, Hestia e na «giesta» com que faz a «festa» do fogo e que por isso se relaciona com lenha ou mato ou qualquer tipo de planta do monte. Assim sendo tudo leva a crer que Magueixa fosse um matagal cheio de lenha, tojo e giestas. Uma espécie de floresta sagrada comunitária. A lenha além de alimentar o fogo eterno e sagrado da Lareira da aldeia servia para alimentar a forja já na época do calcolítico razão porque a Magueija de Lamego fica ao lado da aldeia de Bigorna.


[1] http://www.onlinenigeria.com/nigeriannames/ad.asp?blurb=19664.
Parece que Iria seria a deusa das éguas das represas e das cisternas seguramente porque era esta a única forma de ter água nas regiões calcárias da Cova da Iria.
Transpondo para a realidade Nabantina o dito e sabendo que a lenda de Iria é indissociável da designada “cisterna de Santa Iria”, outrora conhecida e referida como “Pego de Santa Iria”, excepção se faça à crónica dos monges franciscanos que no século XVIII a referem como cisterna, poderemos pensar ser esse o lugar por excelência, determinante para a localização da lenda e posteriormente, do recolhimento e convento das monjas de Santa Clara na planície de Tomar, ou seja, o sítio que continha em si alguma particularidade que levou à sua consagração, tendo em conta que a lenda é falaciosa, não obstante eventualmente a lenda conter algum acontecimento real mas bastante diferente do que se veio a fixar muito tardiamente na hagiografia da Santa.[2]
Desgraçadamente Eyreia (Iria, ou Irene) não deixou rasto lapidar na Lusitânia, nunca foi santa canónica, mas ficou eterna no Arco-Íris.
De facto, a deusa Eiru / Iria teve várias representantes na Grécia:
Eris, deusa da discórdia.
Eirene, one of the Horae; her name means peace.
Ery-theia One of the Hesperides.
Eury-ale, one of the Gorgons.
Eury-nome
1. In one account she is the goddess of all creation, and ruled the Titans (with Ophion) before Cronus.
2. In another she is the daughter of Oceanus and Tethys, and the mother, by Zeus, of the Graces.
Iris-rainbow. Iris was the personification of the rainbow. She was also the messenger of the gods.
A polissemia dos teónimos gregos é fruto da variedade de cultos que evoluíram logo tempo separados durante a prolongada idade das trevas da Hélade em recônditos locais da sua retalhada geografia.
Da vasta mitologia grega em torno da etimologia da deusa que na Caldeia foi Irinina e Iria em Portugal, podemos concluir que ela foi Dis-Cor-Dea, a filha de Deméter que desceu aos infernos e por isso foi uma das gorgónias. Esteve relacionada com o culto do pôr-do-sol porque na Irlanda foi esposo dele e por isso foi a deusa Ery, uma das Hespérides que terá sido esta variante que chegou à Ibéria. No entanto seria também uma deusa da Aurora enquanto Iris, ou pelo menos do fim das tormentas que anunciam a paz dos deuses sobre a terra e por isso também deusa da paz enquanto Eirene e uma das estações do ano, a Primavera.
Santa Iria é celebrada a 20 de Outubro, em pleno Outono, pelo que seria ela a deusa da discórdia como o seu martírio o revela.
Aliás existe em Tomar um provérbio que denuncia essa íntima relação com o touro...o pastoreio e a sementeiras: "Pela santa Eyreia, lavra e semeia"
Compreendemos então a voltas e reviravoltas que as deusas do calendário dão à volta do sol onde a mesma deusa passa de deusa das discórdias durante o inverno como Eris e acaba na Primavera como deusa da paz ou Eirene.
Claro que os gregos que foram politeístas de vistas curtas durante muito tempo não deram conta de que todas estas entidades eram meras facetas da mesma deusa que as vicissitudes da geografia grega autonomizaram. No entanto, o facto de outros panteões ligados por Creta terem apenas uma deusa com nome idêntico comprova que terão que ser necessariamente a mesma entidade mítica.
Não deixa no entanto de ser tentador relacional Leiria como um culto começado no cova da Iria e que desceu pelo Nabão até Tomar e pelo Zêzere até Santarém e depois veio pelo Tejo até Santa Iria da Azóia. A norte terá tido culto pelo menos em Castro Daire.
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Figura 3: Lenda do Lis e do Lena”, da autoria de Augusto Mota que decorava o café Colipo de Leiria.
Reza a lenda, que o rio Lis e o seu afluente rio Lena, se perderam de amores, e que um dia... à saída da cidade, onde os dois se juntam, celebraram casamento para unirem seu amor... num só rio.
A região da Cova da Iria, particularmente a da Serra de Mira Daire, é rica em topónimo em Al- como Alcobaça, Alveiázere; Alcaria, Alqueidão, Alvados; etc.
«Leiria» < Leireia < *Al-Eyreia = Al-Iris > liris > Lis > «Lis».
Al-Irena             > Lirena > Liena > «Lena».
Assim sendo, além de deusa das águas presas Iria seria também deusa das Águas Livres do rio Alviela e outros que nascem na Serra da Iria ou D´aire.

NOSSA SENHORA D´AIRES.
Existem duas lendas contadas pelo povo.
Uma que relata que naquela herdade, chamada dos Vaqueiros, morava um lavrador rico, supõe-se que Martim Vaqueiro, que possuía uma manada de bois. Na herdade existia um curral onde todas as noites os bois eram recolhidos. A certa altura os empregados do lavrador repararam que durante a noite os bois saiam do curral para irem pastar, mas que no outro dia de manhã estavam todos lá dentro, com a porta fechada. Foram então contar o mistério ao patrão que se dispôs a ir dormir uma noite à porta do curral. Nessa noite apareceu-lhe em sonhos Nª Senhora, que lhe disse que era Ela que abria a porta aos bois e que era de Sua vontade que fizessem naquele local uma casa de Deus e que para isso Ela própria o ajudaria. O lavrador tratou logo de juntar os materiais necessários para dar início à igreja e como era preciso muito dinheiro vendeu alguns dos seus bois. Porém, quando os voltou a contar, após a venda, tinha na manada a mesma conta, tendo sido um milagre de Nª Senhora.
O aparecimento da imagem da Senhora d'Aires também tem uma lenda, e encontra-se expressa numa inscrição na portada do Santuário. É um verso em latim, que relata que após a expulsão dos mouros destas terras, um lavrador arava o campo quando encontrou dentro de um pote de barro a imagem que se vê no altar. Sobre esta lenda, diz-se que a imagem foi descoberta por Martim Vaqueiro quando este lavrava o campo.
Há muitos anos atrás era obrigatório os rapazes fazerem a Tropa e também eram obrigados a ir combater em guerras fora do nosso país. Certo dia, um pobre soldado, onde andava a combater, viu-se envolvido com uma monstruosa e enorme cobra, ele pensou mesmo que ia ser devorado por ela. Veio-lhe ao pensamento pedir a nossa Sra. Da Visitação e também a nossa Senhora D’Aires que o acudisse, se isso acontecesse ele iria esfolar o monstruoso bicho e oferecia metade da pele a cada uma das Santinhas. Com o lhe correu bem é claro que cumpriu a sua promessa, por isso existe em cada uma das igrejas metade da pele, que para terem volume foram enchidas com pa lha e cosidas. Parecem reais, estão expostas ao longo da parede de cada igreja.
A relação da Virgem Maria com as cobras foi reconstruída pelo catolicismo partir de uma interpretação abusiva, como são sempre todas as extrapolações mitológicas por conveniência, com uma maldição divina sobre a mulher proferida por Jeová a quando da expulsão de Adão e Eva do paraíso.
(Gênesis 3:15) - E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Obviamente que os crentes lêem nos textos sagrados tudo menos o que lá está. Alguns vêm nesta mulher a Igreja que pisa a cabeça do diabo das Igrejas opositoras. Na verdade o texto apenas revela a tradição do culto da cobra que até ao início do patriarcado que Génesis fundamenta era de uma relação amigável como o culto das cobras cretenses o demonstra arqueologicamente.
A Senhora da Visitação poderá ter uma ralação pagã anterior ao cristianismo porque quase todas as intrusões pagãs no evangelho ocorreram nos evangelhos da Infância. A Visitação seria uma mera alegoria do começo da Primavera. Então, Conservando o culto popular uma relação entre a Sr.ª da Visitação e a Senhora D’Aires podemos inferir que ambas estariam relacionadas com o culto arcaico das cobras reforçando a ideia de que Iria seria uma Irínias e por isso seria uma manipuladora de cobras como muitas outras Nossas Senhoras que pisam a meia-lua.

Ver: GUADALUPE (***)
Ver: EXCALIBUR (***) & PANTEÃO CRETENSE (***)



[1] http://toponimialusitana.blogspot.pt/2005/12/os-santos-tm-escolha.html
[2] http://blog.thomar.org/2011/12/santa-iria-de-thomar-parte-i.HTML