quinta-feira, 1 de maio de 2014

O MITO DA ATLÂNTIDA II - ATLÂNTIDA OU TRANSATLÂNTIDA? por Artur Felisberto.

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Figura 1: Frota naval cretense num fresco de Akrotir.

Espantosa é esta referência de Platão:

“Os viajantes desse tempo podiam passar dessa ilha para as outras ilhas e dessas ilhas podiam alcançar todo o continente na margem oposta a esse mar que merecia verdadeiramente o seu nome.”

O facto de logo de seguida se afirmar que havia “do outro lado, aquele autêntico mar e a terra que o cerca, a que só pode chamar-se verdadeiramente, na melhor acepção da palavra, um continente”, corresponde sem dúvida a uma grave distorção geográfica compreensível numa situação como esta em que o autor não fazia a menor ideia do que estava a descrever.

Em boa verdade, o mistério do episódio da Atlântida reside precisamente nesta terra que cerca o Atlântico do outro lado, a que só pode chamar-se verdadeiramente, na melhor acepção da palavra, um continente.

Se tanto o sacerdote Egípcio de Sais quanto os sucessivos transmissores desta tradição oral soubessem o que estavam a descrever teriam acabado por encontrar o nome e a localização exacta deste continente pois, mesmo para as insuficiências geográficas da época, um continente não passava facilmente despercebido. As incertezas descritivas de expressões como: “só pode chamar-se, na melhor acepção da palavra”, denotam alguém que estava a falar de cor, sem saber muito bem de quê!

Ora, a questão da definição geográfica da ilha é independente da identificação deste continente, facto que é muito estranho nunca ter sido evidenciado. Confundir a ilha com o continente, como fazem aqueles que falam numa Atlântida continental, não contribui para aclarar este mistério.

"Diodoro de Sicília (90-21 a.C.), 45 anos antes da era cristã, escreveu grande número de livros sobre os diversos povos do mundo; em seus escritos, designa claramente a América com o nome de ilha, porque ignorava a sua extensão e configuração. Essa expressão de ilha é muitas vezes empregada por escritores da antiguidade para designarem um território qualquer. Assim vimos que Sileno chama ilhas a Europa, Ásia e África. Na narração de Diodoro, não é possível o engano quando descreve a ilha de que falamos (Cândido Costa, As Duas Américas, 1900, pp. 108-109, citado em Artur Franco, A Idade das Luzes, Wodan, 1997, p. 113).

De resto, a questão que a identidade do continente levanta é até fácil de delimitar desde que se tenha a ousadia de não andar com rodeios. O continente que cerca o Atlântico do outro lado em relação a qualquer narrador orientalmente situado é o Continente Americano, nome com que este foi identificado como tal apenas depois de Cristóvão Colombo, a expensas das tentativas ibéricas para chegar pela via do sol posto ao mar das Índias do sol nascente. O busílis desta polémica é que Platão não poderia sonhar sequer com a América e, daí advém o facto de ter andado a navegar sem vela e à toa num “mar de sargaços” imaginários. Descrevendo de forma irreal um continente real, que nem sequer conhecia de cor, como a maioria dos europeus, acabou a sonhar com ilhas paradisíacas perdidas no mar primordial de todas as cosmologias míticas. Aliás nem sequer terá sido o único a confundir o sonho com a realidade. Diodoro de Sicília parece copiar a descrição platónica da Atlântida quando refere:

"No mais profundo da Líbia, há uma ilha de considerável tamanho que, situada como está no oceano, se acha a vários dias de viagem a oeste da Líbia. Seu solo é fértil pois, ainda que montanhosa, conta com uma grande planície. Percorrem-na rios navegáveis que se utilizam para a irrigação, e possui muitas plantações de árvores de todos os tipos e jardins em abundância, atravessados por correntes de água doce. Também há mansões particulares de dispendiosa construção, e nos jardins construíram-se refeitórios entre as flores.

Se Diodoro estivesse a falar das Antilhas teriam ficado restos destes factos para a arqueologia moderna revelar, caso não tivessem mesmo sido encontrados pelos marinheiros de Cristóvão Colombo! Ora, o mais provável é que se tratasse da civilização maia e neste caso Diodoro só poderia estar a falar do Iucatão mexicano!

Ali os habitantes passam o tempo durante o Verão, já que a terra proporciona em abundância tudo quanto contribui para a felicidade e o luxo. A parte montanhosa da ilha está coberta de densos matagais de grande extensão e de árvores frutíferas de todas as classes, e para convidar os homens a viverem entre as montanhas há grande número de vales acolhedores e fontes. Em poucas palavras, esta ilha está bem provida de poços de água doce que não só a convertem num deleite para quem ali reside senão também para a saúde e vigor de seu corpo. Há igualmente excelente caça de animais ferozes e selvagens de todo o tipo e os habitantes, com toda essa caça para as suas festas, não carecem de nenhum luxo nem extravagância. Pois o mar que banha as costas da ilha contém uma multidão de peixes, e o carácter do oceano é tal que tem em toda sua extensão peixes em abundância, de todas as classes. Falando em geral, o clima desta ilha é tão benigno que produz grande quantidade de frutos nas árvores e todos os demais frutos da estação durante a maior parte do ano, de modo que parece que a ilha, dada sua condição excepcional, é um lugar para uma raça divina, não humana.

O relato de Diodoro de Sicília parece ser mais realista do que o da Atlântida porque aproxima a descoberta das Antilhas da época Fenícia. No entanto (e de forma espantosa!) este autor parece situar os factos num mundo do “jamais vu” duma “raça divina”. Ainda que, segundo este, tenham sido fenícios a descobrir as Antilhas foi de Cádis que partiu a armada fenícia como muito mais tarde seria o caso das armadas espanholas! Se a oportunidade faz o ladrão, a geografia faz o resto!

Explicada a situação dos andicapes culturais dos narradores, como explicar as alusões crípticas às Américas?

No caso do relato platónico apenas da única forma possível: Sendo a civilização minóica a que em Platão levava o nome de Atlântida além das qualidades descritas como míticas para a época platónica, mas que são hoje razoavelmente aceitáveis para essa civilização, teremos que atribuir-lhe, como corolário do mito do continente perdido com a ilha da Atlântida, o mérito de a talassocracia cretense ter tido relações, (seguramente irregulares já que, de outro modo, as rotas da sua localização não se teriam perdido e teriam deixado rastos mais objectivos nos relatos da história antiga), com as Américas.

Na antiguidade, esta ilha não estava descoberta devido à sua distância do mundo habitado, mas foi descoberta mais tarde pela seguinte razão: os fenícios comerciaram desde muito tempo com toda a Líbia, e muitos o fizeram também com a parte ocidental da Europa.

E como suas aventuras resultaram exactamente de acordo com suas esperanças, acumularam uma grande fortuna e planejaram viajar além das Colunas de Hércules, para o mar que os homens chamam Oceano. E, em primeiro lugar, à saída do Estreito, junto às Colunas, fundaram uma cidade nas costas da Europa, e como a terra formava uma península chamaram à cidade Gadeira (Cádiz).

Nelas construíram muitas obras adequadas à natureza da região, entre as quais se destacava um rico templo de Hércules (Melkart), e ofereceram magníficos sacrifícios que eram conduzidos segundo o ritual fenício...". (Arthur Franco, A Idade das Luzes, Wodan, 1997, p. 114)"

De factos não existiram motivos de ordem técnica que impedissem a possibilidade de intrépidos navegantes antigos utilizarem as correntes do golfo e os ventos alísios para navegarem no atlântico com o mesmo à vontade com que outras civilizações da polinésia, muito menos desenvolvidas, navegavam no Pacifico em épocas pré-históricas.

Pelo contrário, a realidade natural da “corrente do golfo” torna a possibilidade da existência de rotas marítimas no centro do Atlântico como inevitáveis.

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Figura 2: Esquema da «corrente quente do golfo» exposta num painel dum museu etnográfico das pirâmides das Canárias para exemplificar a possibilidade de relações remotas entre aquelas ilhas e o «Novo Continente»

Os marinheiros mais prevenidos da antiguidade poderia ser apanhados por tempestades e vir a entrar, sem disso se aperceberem, na “corrente do golfo” e acabarem por aportar nas Antilhas com o mesmo espanto que tiveram os primeiros portugueses que encontraram o Brasil num desvio de rota do caminho marítimo para a Índia! A ciência naval dos cretenses era superior à egípcia e esta não era muito inferior à fenícia que hoje se sabe ter permitido a circum-navegação da África ao serviço do Faraó Neão II cerca de 600 a.C. ( ou seja na época do Sólon referido na história da Atlântida de Platão).

"No ano 590, antes da encarnação de Cristo, partiu de Espanha uma armada de mercadores cartagineses feita à sua custa, e foi contra o ocidente por esse mar grande ver se achavam alguma terra: diz que foram dar nela. E que é aquela que agora chamamos Antilhas e «Nova Espanha», que Gonçalo Fernandes de Oviedo quer que nesse tempo fosse já descoberta." Ora, o nome Antilhas – pré-colombiano – bem deve derivar de "Atlantilhas" ou ainda de "Ilhas dos Antis". (António Galvão, Tratado dos descobrimentos antigos e modernos, Lisboa, 1731, pag. 8). Galvão não apenas afirma que os antigos conheciam a América, mas que sua primitiva população é oriunda da Ásia. --- Extraído, com alterações, de Arthur Franco, A IDADE DAS LUZES, WODAN, 1997, Porto Alegre.

Os gregos não aceitaram a verdade possível (verosímil) da Atlântida porque Aristóteles não a quis aceitar, em parte por equívocos xenófobos e sobretudo por equívocos temporais que reportavam a mito da Atlântida para épocas imcompatíveis com qualquer data relacionada com o nascimento da história helénica. Porém, o principal óbice residia, sem dúvida, no “argumento de realidade” resultante da impossibilidade que era «passar dessa ilha para as outras ilhas e dessas (...) alcançar todo o continente na margem oposta a esse mar que merecia verdadeiramente o seu nome.».

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Figura 3: Seguindo a correntes oceânicas atlânticas a Lusitânia ficava mais perto das Antilhas do que da Fenícia. Sendo assim, os fenícios que andaram pelas costas atlânticas em demanda do estanho das ilhas Britânicas facilmente teriam descoberto as Américas quando mais não foram por se terem enganado nas rotas ou delas desviado por forças de tempestades e das correntes marítimas acabando por aportar às Américas. Se terão conseguido sempre regressar ou se acabaram por criar rotas de comércio regular com as Américas é coisa que ficou no segredo dos deuses que na altura era a alma dos negócios, sobretudo e também ultramarinos.

Ora, o óbice desta questão, que parece ser de mera natureza civilizacional, revela-se em realidades de tipo exclusivamente cultural. Que limitações tecnológicas tiveram os gregos que os impediram de descobrir as Américas que os portugueses, com menos recursos, iriam redescobrir 2 mil anos mais tarde? Possivelmente as mesmas que os impediram de acabar com a desumanidade do esclavagismo, de descubrirem a física e de inventarem o motor de combustão. Se, para cada caso, não foram especificamente as mesmas causas culturais foram seguramente da mesma natureza.

Na verdade, a descoberta das américas não seria globalmente rentável nem economicamente sustentável para a época na medida em que as relações comerciais com a Iberia e com o mar do norte só então começavam a ser regulares. Os gregos só haviam esquecido as rotas ameríndias, bem conhecidas até aos micénicos, como sugere Platão, porque o eixo do mundo se havia inclinado para o lado dos impérios orientais, primeiro o assírio e depois o persa comos quais os gregos tiveram que se preocupar particularmente a quando da colonização da Ásia menor!

Ora, se a circum-navegação da África pelos portugueses do sec. XV se tornou à posteriore especulativamente lúcida, para grande mérito pos-mortem de ousados pioneiros como o infante D. Henrique, foi apenas porque demonstrou economicamente compensadora por vir a revelar-se como sendo a única estratégia para escapar ao cerco que os povos islâmicos faziam aos europeus ao impedir-lhes o acesso directo às rota da seda e das especiarias e de que só os venezianos e genoveses sabiam tirar algum proveito indirecto! Claro que, bem vistas as coisas, a seda e a pimenta seriam apenas a parte visível e mais comum do comércio com o oriente porque o que viria a tornar o ocidente verdadeiramente dependente do oriente, exaurindo os cofres dos estados, seriam, senão sobretudo pelo menos também, outras drogas bem mais poderosas, como o ópio e o açúcar. De qualquer modo, o importante é notar que a fortuna veio sempre do Levante como a Aurora!

O equívoco, hoje quase anedótico, da descoberta das índias ocidentais por Colombo só comprova o quanto os fluxos históricos prosseguem a lógica geral da busca de mercados de baixo risco que tem como corolário a aposta nas oportunidades de negócios seguros e conhecidos!

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Figura 4: Como se pode ver, das várias correntes marítimas do mundo relacionadas com a geofísica do planeta terra, a do norte do atlântico é de facto a mais pequena e, por isso mesmo a que mais cedo teria sido descoberta e utilizada com eficácia. Como se pode também facilmente inferir, é mais fácil ir da Europa às Américas por água e climas quentes do que regressar por terras e aguas inóspitas a norte, razão porque durante muito tempo as viagens da Europa para as Américas seriam sem regresso e porque só, quanto muito na época dos povos do mar, houve ameríndios na Europa.

O “medo do desconhecido” que os antigos navegantes teriam relativamente à sobrevivência de mitos arcaicos relativos aos monstros dos abismos que cercavam o mundo só impediam as aventuras para ocidente. Bem vistas as coisas, as culturas ameríndias revelaram-se, de facto, incapazes de fornecerem uma boa oportunidade de negócio. As Américas só se tornaram num verdadeiro “El dourado” com as culturas intensivas recentemente introduzidas nas suas terras virgens as quais só se tornaram verdadeiramente competitivas com a introdução da escravatura negra nos negócios das companhias das índias ocidentais. A introdução da cultura da cana-sacarina na Madeira e depois no Brasil revelou-se de tal modo mais barata e mais próxima dos mercados europeus que retirou por completo o mercado do açúcar das rotas tradicionais das especiarias.

813/14 a.C. – Fundação de Cartago, segundo as evidências mais aceitas, no auge da expansão de Tiro no Mediterrâneo. Um dos motivos advogados para a expansão foi a opressão assíria, que olhava avidamente para estes ricos reinos. A exemplo dos Fenícios, seus fundadores, os Cartagineses fundaram também diversas cidades nas margens da Líbia, do lado do oceano. Hanon, almirante cartaginês, fez uma viagem desde o estreito de Gadesh até a entrada do golfo arábico, contornando a África (Plínio, Hist. Nat., lib. 2 De rotunditur terrae); embarcou, em 60 navios, 30 mil pessoas de ambos os sexos para servirem à fundação dessas cidades e colonias cartaginesas. A frota de Cartago era de 200 navios. Ao tempo das guerras púnicas, chegará a 500. (...)

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Figura 5: Um barco fenício que é quase como que uma «caravela de marear» dos portugueses faltando-lhe apenas a vela latina, que, como é óbvio, teria que esperar pelo triunfo de Roma sobre Cartago.

O facto descrito por Patão no sec VII a.C. só é compatível com relações marítimas com o continente americano na época mais plausível para a construção do mito da Atlântida ou seja por volta do sec. XV a.C., aquando da talassocracia cretense.

De resto, a ciência naval da época das caravelas era quase a mesma dos fenícios. Se com esta tecnologia só era possível navegar em segurança com a costa à vista nada teria impedido desvios arrojados de rota, por acidentes de navegação ou tempestades, e depois, por ousadia, caso alguma parte das frotas perdidas tenha regressado.

Referiu-se acima que os contactos antigos com as Américas terão sido irregulares. Porém, ainda que tivessem tido a lenta e demorada regularidade propria da época em que, mesmos os contactos com pontos mais próximos como as Canárias ou os mares do norte terão sido pouco mais do que ocasionais, dado o facto acrescido de se estar no início da história escrita não foi ainda possível um registo institucional mínimo destas rotas ao ponto de ter ficado na memória social comum a ideia dos continentes que séculos mais tarde se chamariam Américas.

De qualquer modo, não foram as Américas as únicas paragens a andarem brumosas na época clássica. De facto, já a Índia, ali ao lado do golfo Pérsico, era muito mal conhecida dos gregos, que, da China, quase nada sabiam e ignoravam por completo o Japão, a Polinésia e, sobretudo, o continente Australiano! Ora, se estas paragens eram mais lóngínquas para os ocidentais, não o eram para as civilizações asiaticas, já florescentes no sec. V a.C., e que poderiam ter transmitido ao ocidente os seus conhecimentos geográficos respeitantes aos longínquos mares orientais! Porém, tal não aconteceu porque se o tivera acontecido, (e quem poderá afirmar que entre os mercadores das rotas da seda e das especiarias não andaram espiões e outras gentes habitualmente bem informadas), o resultado teria sido o mesmo ou seja, a ignorância que a história regista porque não nos podemsos esquecer das condições históricas da verdade e do saber: os povos têm o saber que merecem e podem ter de acordo com as suas capacidades institucionais de cultura e conhecimento.

O saber é um componente da ideologia e da religião e estas representações do poder social pelo que os povos sabem apenas o que lhes convêm saber dentro da sua esfera de influência cultural que costuma ter as mesmas fronteiras dos impérios que as sustentam de civilização.

De resto, o saber dominante duma determinada época, para além daquele que obviamente resulta das suas condições objectivas de domínio, corresponde a uma forma de “bom senso comum” que tem que ser compatível com os limites e possibilidades da propria civilização. Qualquer conhecimento, excepcionalmente adquirido (ou mesmo excepcionalmente recebido de forma graciosa) do exterior, que saia destes limites, torna-se incompressível, absurdo ou mítico. A Ovniologia é afinal um pouco disso mesmo em versão moderna.

Um termo interessante. O estudo de objectos não identificados. Na física, química, biologia, e afins os objectos de estudo estão lá, e quem os estuda sabe identificá-los. Na astrologia, teologia, parapsicologia, e outras que tais, os objectos de estudo provavelmente não existem, mas se existissem – se os astros afectassem as nossas vidas, se existissem deuses ou telepatia – os ‘ólogos destas coisas podiam dizer «Vejam, é isto que eu estudo».
Os ovniólogos nem isso. Se sabem o que é, já não é ovni. Na ovniologia é preciso investigar sem nunca saber. Deprimente? Não. É uma maravilha. Uns viram algo que não sabiam o que era. Outros disseram que podia ser isto, outros que era aquilo, e ainda outros dizem que não. Ou talvez fosse outra coisa.
Conclusão: não se sabe o que é. Mais um estudo concluído com sucesso, e mais um passo em frente na investigação ovniológica. -- Ludwig Krippahl

Ora, o conhecimento mítico é já aquele que mais próximo se encontra da aceitabilidade ou seja, o que mais se parece com o verosímil, sobretudo numa cultura onde o mito ocupa o papel da memória histórica. A filosofia do saber mítico ensina-nos que este substitui os instintos lá onde a verdade objectiva é incontornavel de forma meramente afectiva e emocional!

Assim sendo, o mito da Atlântida sofre do handicap de o não ter sido “na verdadeira acepção da palavra” por não ter correspondido a uma elaboração religiosa de carácter ritual ou seja, por não ter correspondido a um saber tradicional integrado no reportório da cultura e do “senso comum” da época clássica, na verdade tão rica em mitos e de lendas mas todos estes bem diferentes do misterioso relato platónico sobre a Atlântida!

De certa forma, o episódio da Atlântida corresponderia, para o “senso comum” da época clássica, a uma pseudo realidade factual tão inverosímil quanto o é o absolutamente imaginário mito moderno do “super-homem” ariano de Nietzsche, mesmo assim ambos tão inacreditáveis que nem mitos poderiam ser, a menos que pudessem sobrepor-se ao mito do “paraíso perdido”! Assim, o episódio da Atlântida acabaria por ser um “mito nascente” na medida em que, não o sendo ainda à epoca, nisso se transformou posteriormente por acção da cultura ocidental medieval e cristã.

O mito que há época teria o mesmo genoma do episódio platónico da Atlântida era talvez o mito do paraíso perdido, do dilúvio e de Deucalião! Quer isto dizer que das duas uma: ou escolhemos a interpretação intelectualista de raiz aristotélica de que estamos perante uma alegoria platónica ou aceitamos que Platão não tinha necessidade de ter carregado tanto nas tintas da verosimilhança e então aceitamos que, de maioritáriamente alegórico nesta história, apenas temos o raláto de Crítias, ou nada resta do mito da Atlântida que valha a pena.

Precisamente o lado inverosímil do mito da Atlântida platónica resultou, logo de início, das próprias dúvidas aristotélicas alicerçadas na falta de contexto cultural deste estranho relato dentro da tradição helénica. Sem que o tenha sido de forma explícita correspondeu a um preconceito cultural do helenismo aristótotélico contra a cultura egípcia de que se aceitava o exotismo religioso mas não a veracidade histórica que, a ser aceite, corresponderia a uma capitulação cultural perante a anterioridade da cultura egípcia. De facto, aceitar que a cultura Egípcia era simultaneamente verdadeira e mais antiga era logicamente aceitar a sua supremacia cultural o que repugnaria aos inventores do “barbarismo cultural” como contraponto do isolacionismo beato dos egípcios que se repercutiria mais tarde no snobismo religioso judaico. Este mesmo preconceito acompanhou os ingleses na índia quando inventaram o mito do origem indo-europeia das línguas não semitas para explicarem o facto de uma colónia suposta primitiva ter uma língua como o sânscrito com uma gramática ainda mais elaborado que o latim de que a língua inglesa pouco ou nada partilhava.

Porém, não tendo necessidade de respeitar actualmente este preconceito resta-nos admitir que os egípcios podem ter tido relatos adequados dos acontecimentos minóicos que transmitiram a Solon e de que o episódio platónico da Atlântida mais não é do que a ressonância do espanto que uma cultura orgulhosa da sua superioridade tem quando descobre, da voz de dum avoengo, episódios importantes, e quase sempre freudiana e traumáticamente esquecidos, da sua infância ignorada! Ora Creta fazia parte da Grécia e o império minóico deve ter contido a Hélade, tal como mais tarde o império micénico seu herdeiro!

Se é certo que a tradição homérica já continha ressonância micénicas a verdade é que, do império minoico, os gregos pouco mais se recordavam do que dos mitos de Teseu e do Minotauro numa versão pouco abonatória para os minoicos. Porém, inteiramente míticos não teriam sido nem Minos, nem Teseu nem o Minotauro!

A Atlântida de Platão pode ter correspondido ao mínimo de conhecimento histórico que poderia ter sido possível à cultura clássica entender do seu próprio passado mais remoto como sendo a fonte traumática destes mitos. Os gregos estariam predispostos para aceitar verdades míticas de outros povos tal como aceitaram os seus deuses desde que revestidos das formas canónicas dos mitos. Para aceitarem verdades históricas teriam que ser capazes de as entenderem e, sobretudo, de as poderem explicar sem conflito com os seus próprios mitos e traumas históricos. Ora, tais traumas devem ter sido tão fortes que tornaram os gregos incapazes de retomar os rumos dos mares ocidentais. As condições que rodearam a decadência brusca do império minóico terão sido trágicas e dramáticas para todo o mediterrânico e mesmo para o Egipto. O facto de o ano da explosão de Santorini ter coincidido com a invasão do Egipto pelos Hicsos, a que se sucedeu um longo período de anarquia e obscuridade, pode explicar que hoje pouco ou nada se saiba do que então aconteceu, mesmo rebuscando as fontes dos habitualmente tão prolixos egípcios! A realidade da atlântica pode ter persistido no Génesis como reminiscência mistificada no episódio de Lot e Abraão mas parece ter sido completamente ignorado pela cultura grega. Tendo esta sido a sua vítima principal estamos perante um esquecimento histérico colectivo de natureza intensamente traumática.

Claro que isso não explica que a América não viesse referida na história dos primeiros impérios egípcios caso fosse bem conhecida no tempo. Parece no entanto que o isolacionismo preconceituoso deste povo não lhe permitia também procurar conhecer da geografia mais do que a sua vizinhança imediata. O vago relato da Atlântida pode ter sido tudo quanto um egípcio culto podia saber sobre as Américas. Os cretenses saberiam mais se pudessem falar! Talvez no dia em que o linear-a for decifrado se venha a confirmar, sem grandes surpresa teóricas, que as civilizações pré-colombianas tiveram influências mediterrânicas desde o tempo da civilização minóica, ou mais arcaicas ainda.

Do mesmo modo se ficaria definitivamente a saber que, o facto de serem os ameríndios a manifestarem reminiscências destes contactos nos seus mitos, prova sobretudo que estas civilizações eram coloniais e importadas da Europa que seria a sua saudosa mãe pátria original, do mesmo modo que prova que eram os ocidentais a irem à América e não o inverso ou seja, as civilizações que tinhas as tecnologias para viagens de longo curso no alto mar eram apenas as talassocracias mediterrânicas como foram as de Creta dos povos das ilhas do mar Egeus e as terras em parte ignotas dos “povos do mar”.

Com a derrocada do último império marítimo que teria sido o hitita a Europa, madrasta como sempre, depressa se esqueceu da Atlântida transatlântica pelo que o relato de Platão acabaria sempre por ser tão incómodo quanto inacreditável. De resto, que europeu bem pensante daria crédito, antes do sec. 19, ao que vinha das coloniais ocidentais para onde só iam os indigentes, os deportados e de que só vinham escravos?

Afinal, é bom não esquecer que só se recorda o que se quis sempre saber e só se sabe o que nos convêm!

Regrettably, most of the Atlantis enthusiasts are swayed by emotions, and this lures them away from the commitment to scientific correctness. Many researchers into the issue have been engaged in searching for, and making a collection of, similarities in the material culture and languages of the peoples of the Old and the New Worlds, but their finds make it possible to pose some questions rather than give well-substantiated answers to them. The more ardent enthusiasts even claim that they have found in the epos of many peoples of the world what they call "direct indications" of the Atlantean descent of these peoples. Deluded by wishful thinking, they often fall prey to perverted logic: "If the "Belt of Pyramids" exists, it follows that Atlantis also existed in reality." -- [1]

Obviamente que nem todos os locais podem ter sido inspiradores do relato platónico mas, de todos os possíveis os únicos que manifestam uma grande coerência lógica e cientifica são os que resultam duma conjugação da civilização egeia da época minóica com as civilizações ameríndias da época maia.



[1] Viatcheslav Koudriavtsev, Atlantis: New Hypothesis.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

DA *CÁFORA A KALÍFIA POR CALIFA, A RODA VIVA DA MISTIFICAÇÃO, por Artur Felisberto.

DE CALIFA A KALIFIA A RODA VIVA DA MISTIFICAÇÃO.

Ver: *CÁFORA, A DEUSA MÃE
QUE TRANSPORTA O KA DA VIDA (***)

De Kafiria facilmente se vai a Karifia e desta à neo-pagã Kalifia!
Califa o jalifa (del árabe ḫalīfah/khalīfah, "representante"). Algunas veces es traducido como "sucesor". Sin embargo, muchos musulmanes opinan que es una traducción incorrecta, ya que ésta implicaría que el Califa es el sucesor del profeta de Alá, lo cual consideran contrario a sus creencias.
Supostamente kalifa deriva da preposição (xálfa) que em árabe designa atrás e que poderá ser uma evolução por rotas desconhecidas a partir do temo Egar.
Sumer: Egar = Posterior < Eger = atrás = Seru < E-Gir
= o futuro…o seguinte, o que vem depois < E-Kur
> bar. ālik urki 'one who goes behind' > depois = Warki => khalīfa.
·urkat: après, derrière, ensuite
·warka:à l'avenir, après, plus tard, ensuite; derrière, à l' arrière de
·aḫ-ḫur: après ça, ensuite, puis; de plus, en plus
Obviamente que a única divindade que pode estar oculta por detrás do conceito que levou ao califado seria o E-Kur, o templo de Abzu.
Como é que os califas deram asas à mitologia duma deusa amazónia criada pela mitologia urbana da Califórnia obviamente que teríamos que entrar no campo da meta linguagem delirante da mitologia moderna que desde o Supre Homem até passar pelo Senhor dos Anéis não tem tido limites!
Resultado de imagem para Calafia is a fictional warrior queen
Calafia is a fictional warrior queen who ruled over a kingdom of Black women living on the mythical Island of California. The character of Queen Calafia was created by Spanish writer Garci Rodríguez de Montalvo who first introduced her in his popular novel entitled Las sergas de Esplandián (The Adventures of Esplandián), written around 1500. Calafia, also called Califia, has been depicted as the Spirit of California, and has been the subject of modern-day sculpture, paintings, stories and films
; she often figures in the myth of California's origin, symbolizing an untamed and bountiful land prior to European settlement.
Como quem não tem cão caça com gato os californianos à falta de melhor mitologia índia local aceitaram acriticamente de mão beijada os equívocos dos conquistadores espanhóis em torno de um episódio que tem mais de caricato do que de imaginativo.
Las costas de California comenzaron a explorarse a partir de 1532 por iniciativa de Hernán Cortés, quien tuvo que superar para ello las intrigas y envidias de sus adversarios tanto en la corte como en la Nueva España. En carta fechada el 15 de Octubre de 1534, Cortés refiere al emperador Carlos las noticias oídas a los jefes indígenas sobre la existencia de "una isla habitada solamente por mujeres" que es "muy rica en perlas y oro".
No entanto a ironia mordaz dos inimigos de Cortês pode ter sido muito mais subtil. De facto, a palavra Califórnia tem origem portuguesa e refere-se aos fornos de cal da região de Sesimbra em Portugal, local que poderia ser ae procedência do navegador João Rodrigues (posteriormente nomeado Juan Rodríguez pelos espanhóis) Cabrilho, que procurava a Norte, uma passagem do Pacífico para o Atlântico e explorou por lá até mais ou menos onde viria a ser mais tarde São Francisco. Claro que as fontes espanholas omitem este passo da saga californiana do mesmo modo que teimam em tornar este navegador num humilde espanhol de gema. Como contrapartida o governo de Portugal ofereceu à cidade de San Diego um monumento em que este navegador aparece como que a ter explorado a Califónia para a coroa portuguesa. E assim de equívoco em desleixo se vão tecendo as meias mentiras com que se tecem as meias verdades das lendas e mitos que fazem história!
Resultado de imagem para Monumento a Cabrilho
Figura 28: Monumento a Cabrilho, Point Loma, San Diego, Califórnia.
El nombre de California aparece tras las expediciones de Fernando de Ulloa (1539-1540) y Hernando de Alarcón (1540), y se encuentra totalmente extendido y aceptado en 1542. (???)
It is not known who first named the area California but between 1550 and 1556, the name appears three times in reports about Cortés written by Giovanni Battista Ramusio. However, the name California also appears in a 1542 journal kept by explorer Juan Rodríguez Cabrillo, who used it casually, as if it were already popular. (???)
Relación, ó diário (???), de la navegación que hizo Juan Rodriguez Cabrillo con dos navios, al descubrimiento del paso del Mar del Sur al norte, desde 27 de Junio de 1542 que salió del puerto de Navidad, hasta 1A de Abril del siguiente año que se restitmjó á él, haviendo llegado hasta el altura de 44 grados, con la descripción de la costa, puertos, ensenadas, é islas que reconoció y sus distancias, en la estension de toda aquella costa. (...)
Domingo a 2 dias de Jullio tubieron vista de la California: tardaron en atravesar por amor de los tiempos que no fueron muy favorables casi 4 dias: surgieron el Lunes siguiente a o del dicho en la punta de la California, e ahi estubieron dos dias, e de ahi fueron al Puerto de San Lucas el Jueves siguiente, e tomaron agua: no vieron estos dias Indio ninguno: dizen que esta este Puerto en 23 grados, y es desde la punta al Puerto limpio, e fondable, y es tierra pelada y doblada.
(...)Partidos del Cabo de la Cruz halláronse el sábado siguiente dos leguas del Cabo de Cruz por los ruines tiempos en costa de Nornorueste Susueste, y en tierra vieron Indios en unas canoas muy pequeñas: la tierra es muy alta, e pelada, e seca: toda la tierra desde la California aqui es tierra de arenales a la mar, y de aqui empieza la tierra de otra arte, que es tierra de vermejales y de mejor parescer. -- COLECCIÓN DE VARIOS DOCUMENTOS PARA LA HISTORIA DE LA FLORIDA Y TIERRAS ADYACENTES. POR JOSÉ RODRÍGUEZ, MADRID, AÑO DE 1857.
Aparentemente a crítica que é feita ao relato “da navegação que fez Juan Rodriguez Cabrilho” sobre o achamento da Califórnia, cujo nome é “usado casualmente como se já fora sobejamente conhecida”, parasse indiscutível e óbvia mas...nem sempre o que parece é!
Primeiro há que dar conta de que o relato não é um verdadeiro diário porque foi feito na terceira pessoa e não na primeira o que leva a suspeitar ser um registo posterior feito de memória não se sabendo a partir de que informante nem em que ano porque Cabrillo tinha morrido entretanto e todos os registos da sua expedição se perderam como reza a história oficial deste navegante luso.
Juan Rodríguez Cabrillo was a Portuguese explorer that is best known for his 16th century discoveries in the Gulf of Mexico, most notably the coast of California.
(...) His discoveries were not noticed during that time most notably because all of the expedition records were lost after his death.
None of his the names of the discovered lands were officially used but today he is still remembered as the first European that discovered the coast of California and as one of the founders of the Mexican city Oaxaca.
Sendo o diário (???) de la navegación que hizo Juan Rodriguez Cabrillo um registo posterior às morte do seu autor o nome da Califórnia poderia ser registado como parecendo ser do conhecimento comum sem que naturalmente o fosse quando Cabrilho assim a nomeou.
Depois, alguma coisa teria que estar mal porque na “Colección De Varios Documentos Para La Historia De La Florida Y Tierras Adyacentes” de José Rodríguez fala-se na Florida mas nunca se refere o nome da Califórnia nos vários relatos de viagens feitos às mesmas paragens nem por exemplo na instrucción que debia observar el capitán Hernando de Alarcon en la expedición á la California que iba á emprender de orden del virrey Don Antonio de Mendoza.” Na verdade, apensar de supostamente se tratar de uma expedição à Califórnia nunca este nome é ali referido nem sugerido concluindo-se que, no mínimo, este nome teria que ser de invenção posterior ao ano do 1941 em que esta expedição foi dada como acabada.
Historicamente Alarcão desapareceu ao explorar o rio Colorado e as cartas que deixou não podem ser consultadas porque desapareceram também não sendo possível comprovar se Alarcão terá algures sugerido o nome da Califórnia para estas paragens. O que aconteceu depois ninguém o sabe e o que se tem especulado depois não passa disso mesmo: pura especulação porque a verdade é que oficialmente o nome da Califórnia só aparece registado a partir de 1950!
La expedición de Alarcón, ordenada por el virrey Mendoza - enemigo de Cortés - para comprobar la veracidad de las noticias de los expedicionarios del Conquistador, regresó sin haber avistado nada parecido, circunstancia que muy probablemente aprovecharan los adversarios de Cortés para ridiculizarle con alusiones irónicas a la imaginaria isla de California, de todos conocida por las "Sergas".
Se sabemos com segurança que o nome da Califórnia é oficialmente referido depois de 1550 não sabemos exactamente o ano em que oficiosamente a Califórnia começou a ser nomeada porque falta-nos um registo de baptismo.
But remember the Portuguese words: "Cal", "Fornia", and "Forno", and the old California Beach in Sesimbra, and that it comes from the "forno de cal" (ovens made of lime) made by the Romans and found on that beach. That's why they called the beach "California", for having ovens (forno) made of lime (cal) by the Romans. Not only the "cal" and "forno" exist, but the word "fornia" exists in Portuguese also. Also, there is a small river called "Ribeira da Califórnia" in Palmela village, 15 or 20km away from Sesimbra's California Beach. So in those two places, in less than 20km of distance, the old people already had those two names long before California being discovered, two times in the same place. The "Ribeira da California" is a very old location, but the beach is a tradition passed from father to sun generation after generation and has that name but I don't know for how much time. But California exists in Portugal long before California was ever discovered, like "Cuba" or "Canada".
Assim, achando o navegador português João Rodrigues Cabrilho que “la tierra es muy alta, e pelada, e seca” ou seja de clima quente e árido, afinal mais parecida com uma «califórnia» ou “forno de cal” do que com uma ilha paradisíaca de amazonas ricas em ouro e pérolas, ficou mesmo a chamar-se tal qual parecia, ou seja, Califórnia.
El 20 de noviembre de 1540 firmó una capitulación con el gobernador de Guatemala Pedro de Alvarado para explorar los territorios en la llamada “Tierra de la especiería”. Por muerte al año siguiente de Alvarado en la campaña del Miztón, la expedición fue efectuada por Juan Rodríguez Cabrillo, quien se dirigió por mar hacia el Pacífico norte. Dicho navegante reconoció en 1542 las hoy costas de los estados de Baja California Sur, Baja California y California (EE.UU.), y nombró un cabo en California con el nombre de cabo Mendocino en honor del virrey.
Obviamente que uma teoria baseada no senso comum é possivelmente a solução mais simples para o mistério da etimologia do Estado da Califórnia. De facto se não foi o senso comum da Ericeira que determinou o nome da Califórnia terá sido o Catalão que inspirou Montalvo porque na verdade tem andado difundido na etimologia popular no nome da Califórnia.
Una versión dice que en 1536, cuando llegó Hernán Cortés a esta parte del mundo, los españoles opinaron que la tierra era "caliente como un horno" o "calida fornax" como la llamaron los misioneros, quienes dominaban ampliamente el latín. Los soldados, igual como no podían pronunciar "atl" cambiándola a "ate" (del náhuatl en palabras como chocolate), no pudieron decir "calida fornax" y cambió a "California". -- Maximiliano Mena Pérez
Porém uma tese lhana sobre a origem da Califórnia tem o desmérito de não ter a mítica suficiente que os californianos modernos desejariam que tivesse particularmente os que navegam nas águas paradisíacas dos sonhos artificiais ou do neo paganismo.
Sabed que a la diestra mano de las Indias existe una isla llamada California muy cerca de un costado del Paraíso Terrenal; y estaba poblada por mujeres negras, sin que existiera allí un hombre, pues vivían a la manera de las amazonas. Eran de bellos y robustos cuerpos, fogoso valor y gran fuerza. Su isla era la más fuerte de todo el mundo, con sus escarpados farallones y sus pétreas costas. Sus armas eran todas de oro y del mismo metal eran los arneses de las bestias salvajes que ellas acostumbraban domar para montarlas, porque en toda la isla no había otro metal que el oro. -- Las sergas de Esplandián, de García Ordóñez de Montalvo (Sevilla, 1510).
Se algum fundo de veracidade se ocultava no pensamento de Montalvão seria quanto muito uma vaga alusão ao heroísmo de uma resistente berber à invasão árabe. De Alkaina a Kalifia vai apenas um pequeno jogo de palavras com o califado de Córdoba que então jé era bem conhecido...
Kāhina o Kāhena († 701), cuyo verdadero nombre habría sido Dihia o Dahia (tifinagh: ⴷⵉⵃⵢⴰ), fue una reina y guerrera bereber zenata y de la tribu Yarawa1 que combatió la expansión islámica en el norte de África durante el siglo VII. (...)
Llamada al-Kāhina, que en árabe significa "la sacerdotisa", es el nombre con el cual es conocida. Dihia, nombre bereber del cual Dahyā, Dāhiya, Damya, Dāmiya o Dahya pudieran ser variaciones ortográficas. Era hija de Tatīt o Mātiya (Mateo), hijo de Tifān (Teófano). Fue reina de las tribus nómadas de los Yarawa, y la principal figura de la resistencia a la invasión árabe en el territorio actualmente llamado Magreb entre 695 y 705, partiendo de los montes del Aurés (en el noreste de la actual Argelia).
Para se ir de Kalífia à Califórnia teríamos que tropeçar no termo Califerne da Canção de Rolando.
De facto, no que toca a saber quem nasceu primeiro nunca saberemos se foi o ovo ou a galinha. Se o termo Califórnia não tinha o significado de “forno da cal” que parece ter em Português e pode ter em Catalão onde foi Montalvo buscar a Califórnia? As amazonas acabavam de ser encontradas pelos portugueses no Brasil mas não eram negras.
Morz est mis nies, ki tant me fist cunquere
Encuntre mei revelerunt li Seisne,
E Hungre e Bugre e tante gent averse,
Romain, Puillain et tuit icil de Palerne
E cil d'Affrike e cil de Califerne.
Morto está meu sobrinho,
que tanto me fez conquistar!
Contra mim, o Saxão vai se rebelar,
Húngaro, búlgaro, e tanta gente hostil,
Romeno, Apúlia, todos os de Palermo,
Os de África e aquele de Califerne;
Canção de Rolando, Verso CCIX, Sec. XI.
Como na “natureza nada se cria nada se perde e tudo se transforma” e ninguém inventa nada do nada Montalvo é universalmente suspeitro de ter tido a ideia da Califórnia por ter lido as Canções de Rolando.
No entanto todos os comentadores se esquecem que Montalvo escreveu as suas sagas em 1510 depois da descoberta das Américas por Cristóvão Colombo que foi em 1492.
Cristóbal Colón, Cristoforo Colombo en italiano o Christophorus Columbus en latín, (...), fue un navegante, cartógrafo, almirante, virrey y gobernador general de las Indias Occidentales al servicio de la Corona de Castilla. Es famoso por haber realizado el descubrimiento de América, el 12 de octubre de 1492, al llegar a la isla de Guanahani, actualmente en Las Bahamas.
Ora, é um facto que a primeira referir a existência de amazonas numa ilha ocidental foi precisamente Cristóvão Colombo na sua “Relación del primer viaje de descubrimiento de las Indias puesta sumariamente por Fray Bartolomé De Las Casas” onde inclui a lenda seguinte:
Domingo 13 de Enero. (...) De la isla de Matinino dijo aquel indio que era toda poblada de mujeres sin hombres, y que en ella hay mucho tuob, que es oro ó alambre, y que es mas al Leste de Carib.
Lunes 14 de Enero. — (...) Mandóles el Almirante dar de comer bizcocho y miel, y dióle un bonete colorado y cuentas, y un pedazo de paño colorado, y á los otros también pedazos de paño, el cual dijo que traería mañana una carátula de oro, afirmando que allí había mucho, y en Carib y en Matinino. Después los envió á tierra bien contentos. (...)
Martes 15 de Enero. — (...) Dice también que hoy ha sabido que toda la fuerza del oro estaba en la comarca de la Villa de la Navidad de sus Altezas, y que en la Isla de Carib, había mucho alambre y en Matinino, puesto que será dificultoso en Carib, porque aquella gente diz que come carne humana, y que de allí se parecía la isla dellos, y que tenía determinado de ir allá, pues está en el camino, y á la de Matinino que diz que era poblada toda de mujeres sin hombres, y ver la una y la otra, y tomar diz algunos dellos.
Miércoles 16 de Enero. — (...) Dijéronle los indios que por aquella via hallaría la isla de Matinino que diz que era poblada de mujeres sin hombres, lo cual el Almirante mucho quisiera por llevar, diz, que á los Reyes cinco ó seis dellas; pero dudaba que los indios supiesen bien la derrota, y él no se podía detener por el peligro del agua que cogían las carabelas; mas diz que era cierto que las había, y que cierto tiempo del año veníanlos hombres á ellas de la dicha Isla de Carib, que diz que estaba dellas diez ó doce leguas, y si parían niño enviábanlo á la isla de los hombres, y si niña dejábanla consigo.
Viernes 18 de Enero. — (...) Y al Lesueste de la Isla Española dijo que quedaba la Isla de Carib y la de Matinino, y otras muchas.
Critóbão Colombo nunca haveria de encontrar a ilha das amazonas do mesmo modo que nunca encontrou as Índias que viriam s ser descobertas pelos portugueses nas rotas orientais tal como a ilha das amazonas veio a ser encontrada pelos portugueses no Brasil.
Portanto Montalvo não inventou nada porque epenas explorou a lenda que os índios impingiram a Colombo embelezando-a com um nome Califórnia plagiado da novelas de cavalaria a Canção de Rolando acima referida como Califernes, entidade geográfica na altura desconhecida e por isso considerada também mítica.
"La Chanson de Roland" (Cantar de Roldán y Roncesvalles, año 1090) escrito en lengua provenzal cita de la palabra Califerne y otras dos "fernes": el reino de Belferne y "Amborres d'Oluferne". - Gracias: Maximiliano Mena Pérez.
The introduction of Salamadyne the Sowdane looks, however, like a confusion of Charlemagne with Godefroy of Bouillon, unless the familiar name is substituted for 'Agoulant' of Les Vceux du Paon. 'Polborne' (Text B. Puerne) is a crux; perhaps it is a corruption of 'Paderborn', where Charles held his great Champ-de-Mai, and which was certainly the most important spot in the struggles between the Franks and Saxons. The word recalls the equally difficult place-name 'Belferne' in the Chanson de Roland (stanza Ixx, vide L. Gautier's last edition): 'Reis Almaris, de le regne de Belferne', where Belferne is glossed 'nom de royaume pai'en(?)'; in the English Eoland, Amaris is described as 'a prince of Portingall'. -- The parlement of the thre ages; an alliterative poem on the nine worthies and the heroes of romance (1915), edited By Professor I. Gollancz, Litt.D., F.B.A.
Alors apparaissent non seulement Saragosse, le grand objectif jusqu'en 1118, mais Valterne (Valtierra), Tudèle (Tudela), Pine (Pina), et Balaguer, Munigre (Monegros), Brigal (Berbegal), Tortelose (Tortosa), Belferne (Binefar), près de Barbastro dont la conquête inspirera une autre chanson de geste, Valferrée (Alfarrés, entre Binefar et Balaguer). Autre noms de cités familiers aux croisés, ceux de Narbonne et de Carcassonne -- La chanson de Roland à la lumière de l'histoire: vérité de Baligant, Jean Poncet.
El nombre primitivo de Binéfar, según el estudioso Benito Coll, pudiera proceder de un origen árabe-musulmán del municipio, cuyo máximo responsable sería Affa. De aquí que el pueblo de los súbditos o "hijos" de Affa o tal vez Effar, se denomine Ben-Affa y de aquí, y con el paso de los años, mutó en Abinéfar, Avenáfar, Benáfar o Bináfar y reconocido así por el reino de Monzón.
Soudan et son titre n'est pas imaginaire. En effet, après Zalaca(1086), les 13 émirs d'Andalousie avaient décerné au fondateurde la puissance Almoravide, Youssouf-ben-Texufin, le kalifat, avec le titre d'émir-al-moumenin (prince ou commandeur descroyants), que nos chroniqueurs traduisirent par le vocable célèbrede miramolin.
(...) Dans un autrepassage, le poète désigne évidemment l'Empire africain des Alnoravideslors qu'il attribue à l'algalife, oncle de Marsile, un domaine, où pour lui les villes et régions caractéristiques sont celles de Kartagine, d'Alferne, de Califerne, de Garmalie ou Ganiarie et dela terre «maldite» (maudite) d'Ethiopie (vers 1911-1916-1925). -- DU NOUVEAU sur la CHANSON DE ROLAND, La Genèse historique, le Cadre géographique, le Milieu, les Personnages, la Date et l'Auteur du Poème. P. BOISSONNADE.
Se os califas de Córdoba nunca foram tratados na Idade média pelos cristãos deste modo, mas apenas como miramolins, então a conotação da Carlifórnia com calífias no femenino foi sempre um mito urbano.
Ce sont autant de termes géographiques, dont presque tous sont jusqu'à présent restés inexplicables. On en peut cependant trouver la justification, au moyen d'une lecture attentive et de l'interprétation des textes des historiens et des géographes arabes, rapprochés de ceux qui concernent l'histoire des expéditions almoravides en Espagne. (...)
Les Etats de L´algalife dépendent encore deux régions, que le trouvère désigne sous les noms d'Allerneou Alfrène et de Caiferne. Baist et Stengel (3) proposent de confondre ces deux termes en un seul, le dernier. Tous les commentateurs croient le texte du manuscrit altéré, ou bien déclarent qu'on est en présence de noms imaginaires, en tout cas inexplicables. Qu'il y ait en ces vocables quelques déformations, le fait est possible; de l'arabe au roman, il est inévitable que se soient produites quelques modifications, mais il n'est pas nécessaire de supposer gratuitement qu'elles aient porté sur l'ensemble de ces termes géographiques. Il est probable que, sous le nom d'Alferne, se trouve représenté l'habitat d'une fédération de tribus berbères. Or, il en est une dont le rôle a été capital dans l'histoire de la Berbérie et même de l'Espagne musulmane. C'est celle des Beni-Ifrène dont le nom à peine altéré a pu donner celui d`Alferne ou d'Ilfrene d'où viendrait celui d'Alfrène. On trouve en effet dans ce dernier terme avec l'article arabe al, et même sans cet article, les éléments constitutifs entiers du nom de la grande confédération, qui d'abord était connue sous le nom d'Alfarec ou Afanec, sous lequel on désignait les populations romanisées de Byzacène et de Pentapole. (...)
D'Alfrène, il est naturel de rapprocher Califerne qui se trouve aussi au Maghreb, puisque le poète mentionne ce lieu ou ce pays à côté de l'Afrique, d'Alferne, et des possessions des Sarrasins d'Afrique, telles que Palerme. Comme Alferne, Califerne a passé pour un terme qui désigne un pays imaginaire ou introuvable. Il est cependant possible d'arriver à en reconstituer la physionomie vraisemblable. Le mot est composé, semble-t-il, de deux vocables berbéro-arabes, celui de Calaa (kalaa) et celui d'Iferne ou d'Ifrène. Or le premier était connu de ceux qui avaient séjourné dans l'Espagne du Nord, au temps des Croisades franco-aragonaises, ou qui en avaient entendu la narration de témoins oculaires. Il y avait en efïet dans l'évêché de Tarazona-Tudela une kalaa ou place forte, celle qui avait été fondée par Ayoub (720), Calatayuh, dont on a fait Calatayud. Elle avait été enlevée par nos croisés gascons et normands, joints aux Aragonais, dans la brillante campagne de 1120, et son territoire formait un archiprêtré du diocèse de Tarazona. D'ailleurs, d'autres châteaux-forts musulmans étaient partout disséminés sur le sol espagnol, où les noms de Kalat ou d'Alcala perpétuent leur souvenir. (...)
Les kalaa des Ifren se trouvaient surtout dans le Maghreb central, autour de Tlemcen, où l'autorité de ces tribus était restée três grande. C'était d'abord celle d'Ifgan (kalaa Ifgan), au bord du désert, au pied du massif des monts des Beni-Ournid, à 30 km au sud-ouest de Mascara, à trois jours de marche de Tiarel; elle avait été fondée par un émir des Beni-Ifren, vassal des Ommiades de Cordove vers 950. (...). La première de ces forteresses pourrait être dentifiée avec Califerne, en admettant une légère altération du nom de la kalaa Ifgan, qui devint sujette de d`Algalife, c'est-à-dire des Almoravidcs, lorsque Youssouf s'empara de Tlemcen et du Maghreb central (1062-1079).
(...) Aucun cité forte ne se prête, aussi bien que la kalaa de ce centre des Senhadja et des Ifrène, à l'identitication avec la Califerne (Kalaa-Ifrène ou Kal-Ifrene mystérieuse de la Chanson de Koland, puisque la forme romane, avec ces deux mots, reproduit presque exactement le terme berbéro-arabe. Singulière destinée que celle de ce vocable du Maghreb, qui, dans un roman portugais et espagnol, las Sergas de Esplandian, ajouté à l`Amadis de Gaule, aux XV et au XVI siècle, désigne le pays imaginaire des Amazones noires, puis, par extension, en arrive à s'appliquer, en Amérique, au pays devenu depuis fameux sous le nom de Californie. Long voyage d'un terme géogra phiquc, né sous le ciel algérien et qui se survit sur le littoral enchanteur de là mer Vermeille et de l'Océan Pacifique! -- DU NOUVEAU sur la CHANSON DE ROLAND, La Genèse historique, le Cadre géographique, le Milieu, les Personnages, la Date et l'Auteur du Poème. P. BOISSONNADE.
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E pronto, quem escreve assim não é disléxico porque P. BOISSONNADE faz aqui de forma excelentíssima as galas de um verdadeiro deão da Faculdade de Letras de Poitiers.
Existe uma informação francesa avulsa de que a raiz -far significa farol e conjugando esta com a da actual cidade espanhola que Benefar seria a cidade “dos filhos do Farol”, possivelmente uma alusão metafórica ao papel orientador dos miramolis. Então Belfernes seria uma corruptela de Benefar.
Obviamente que não sabemos se o autor das cancões de Roland seria catalão mas à época o romance aquitânio não seria muito diferente do da Catalunha.
No mesmo sentido, Califernes seria corruptela dum novilatismo *Calibernia (por analogia com o nome latino da Irlanda, a Hibernia?) / *Califarnia a partir de Kalaa-Ifrène que por sua vez seria um jogo de palavras em provensal, próximo do português e catalão, com a conotação de “forno de cal” ou «californo» devido a sua natureza cálida de cidade dos Ifernes magrebinos a grande fortaleza das tribos berberes que já identificamos atrás como sendo Ifran, plural de Afar, Efri ou Ifri, a tribo que deu nome à África e, pelos vistos, voltaria a dar à Califónia. A brevidade histórica com que esta cidade salomónica nasceu e morreu foi seguramente a razão por que se lhe perdeu o rasto histórico caindo rapidamente no esquecimento lendário.
O resto da suposta etimologia da Califórnia é imaginação pura e gratuita dos que querem fazer cócegas ao nome dos famosos da Califórnia
Al parecer hay un juego cultista de Hernán Cortés, pues conoció el Latín en la universidad (de Salamanca, donde sólo estuvo dos años) y se interesó un poco en el alemán, pues Carlos V era de ascendencia germana (...). Ferne en alemán moderno es un adverbio "lejos". Dada la nula regulación del idioma español en esos tiempos las expresiones tendían a ser muy personalizadas. Calida y Fornax no cambian directamente a California, pero Calid Fornay sí (fornax deriva a "fornay" como rex deriva a "rey") y Cortés no necesariamente pudo haber dicho Calida Fornax (de calitus y furnus) sino Calit Fornay = "horno caliente" y los soldados Calid Fornia, como los pericos; "Calit Ferne" sería "Caliente y Lejos" si queremos pensar que Cortés conocía La Chanson de Roland provenzal y su deseo de agradar a Carlos V en sus Cartas de Relación.
El origen del nombre de California a partir de "Las Sergas de Esplandián" es, pues, universalmente reconocido. Algunos autores, como N. van de Grift, se resisten a aceptar que el nombre surgiera "in mockery" - como mofa o burla - y prefieren pensar que se puso como manifestación de un anhelo de ilusión y esperanza de los conquistadores por encontrar semejante paraíso. Pero el modo de ser y el carácter hispánicos, su actitud general ante las fantasías idealistas -actitud socarrona recogida en tantos otros documentos y hechos- no da pie a esta interpretación, para la cual, además, no se presentan pruebas; sino más bien a la interpretación de Putnam, Bancroft y del Portillo, entre otros, más acorde con el sentido del humor irónico, burlón y mordaz del español, y con su sentido realista. - Gracias: Maximiliano Mena Pérez
A verdade porém é que a descoberta da Califónia aconteceu por causa de um mito que não foi inventado por García Ordóñez de Montalvo mas todo ele foi feito de lendas medievais arcaizantes e de muita ganância pelo ouro de qauqluer parte e pela canela das Índias. Por um lado, os Espanhóis das descobertas nunca se conformaram com o facto de os Portugueses lhes terem passado a perna no tratado de Tordesilhas sobre o caminho marítimo para Índia e, por outro, de terem sido enganados por Cristóvão Colombo que procurou em vão até à morte por toda a costa americana uma passagem ocidental para a Índia pelo Pacífico. A teimosia da busca duma passagem fosse a sul do México, mas mais à mão do que a de Fernão de Magalhães, fosse procurada a norte pelas costas da Califórnia foi uma tentativa vã que só terminaria com o fim das descobertas.
Mas além desta teimosia, que tinha algo de natural e lógico, se não fossem as Américas dois subcontinentes pegados umbilicalmente pela facha ístmica da América Central e projectados longitudinalmente no mapa mundi, havia o mito das sete cidades ocidentais fundadas por sete bispos fugidos das invasões árabes peninsulares.
Cíbola & Quivira. Cíbola fue una de las fantásticas ciudades que existieron en una vieja leyenda que se originó alrededor del año 713 cuando los moros conquistaron Mérida, España; según la leyenda siete obispos huyeron de la ciudad no sólo para salvar sus vidas, sino también para impedir que los infieles moros se apropiaran de valiosas reliquias religiosas. Años después corrió el rumor de que se habían instalado los siete obispos en un lugar lejano, más allá del mundo conocido en esa época, y habían fundado las ciudades de Cíbola y Quivira.
Cibola, Quivíria são novamente corruptelas de cidades berberes que ficaram perdidas na memória das montanhas tunisinas como senhoras do monte, Cibel ou Kibilia. A memória lendária mais recente de kalaa Ifgan, a grande fortaleza salomónica dos berberes Beni-Ifren, tão depressa contruida quanto logo invadida e saqueada, teria deixado ecos vagos na Califerne da Chanson de Roland que Montalvo aproveitou para transformar num conto cavalheiresco de adolescentes quinhentistas que veior reforçar a imaginação fértil de marinheiros ociosos nas longas calmarias do mar das Caraíbas.
Naufragio de la expedición de Narváez a La Florida (1528): Sin relación con la leyenda, en 1528 Pánfilo de Narváez dirigió una expedición que naufragó en La Florida Solamente cuatro náufragos consiguieron regresar andando hasta Sinaloa, en Nueva España. Álvar Núñez Cabeza de Vaca fue uno de ellos. En su libro de viaje afirmó que algunos nativos les contaron leyendas sobre ciudades con grandes riquezas.
Quando por desgraça não se pode trazer mais nada de regresso de viagens infelizes trocam-se promessas vãs de riquezas futuras.
Expedición de fray Marcos de Niza: Cuando lo supo, el virrey Antonio de Mendoza organizó una expedición de reconocimiento dirigida por el fraile franciscano Marcos de Niza. Este llevaba de guía a Estebanico, otro de los supervivientes de la expedición de Narváez. Cuando llegaron a Vacapa (probablemente en el actual estado mexicano de Sonora), fray Marcos de Niza ordenó a Estebanico que se adelantara a investigar, y este afirmó que había vuelto a escuchar las leyendas.
Asociación de la leyenda española con los relatos de los nativos: Fray Marcos de Niza concluyó que los nativos hablaban de las "Siete Ciudades de Cíbola y Quivira" de la leyenda española. Estebanico no esperó al fraile, sino que siguió avanzando hasta llegar a Háwikuh Nuevo México. Allí lo mataron los nativos y la expedición dio la vuelta.
Expedición de Coroando: Cuando Fray Marcos de Niza regresó a Ciudad de México, dijo al Virrey que había llegado a ver una ciudad más grande que Tenochtitlan, la Ciudad de México precolonial, la ciudad más grande del continente. En ella la gente usaría vajilla de plata y oro, decoraría sus casas con turquesas y tendría perlas gigantescas, esmeraldas y más joyas. El Virrey organizó una expedición militar para tomar posesión de aquellas tierras. Puso al mando a su amigo Francisco Vázquez de Coronado. Fray Marcos de Niza iba como guía.
Obviamente que os indígenas o que mais poderiam fazer era mesmo contar mitos e fantasias porque pouco mais teriam para trocar com os ambiciosos navegadores espanhóis. Este frade de que se desconhece a nacionalidade poderia ser como é quase de regra um marinheiro português da região alentejana de Nisa. Aldrabão como era acabou desprestigiado e na miséria ao ser desmascarado em assuntos de grande responsabilidade de estado.
El 22 de Abril de 1540 Coronado salió de Culiacán al mando de una avanzadilla de expedicionarios. El grueso de la expedición fue detrás al mando de Tristán de Arellano. Fernando de Alarcón llevó una expedición marítima paralela de abastecimiento. Coronado atravesó lo que es hoy Sonora y entró en Arizona. Allí no encontró riquezas y dio por falsa la historia.