sábado, 30 de março de 2013

“DEUSES MORTOS” OU A MORTE SACRIFICIAL DO PRIMOGÉNITO DE DEUS! por artur felisberto.

clip_image001[1]

Figura 1: Herakles & Busiris.

1293 Herakles kills Busaris the king of Egypt and his son after escaping from being held prisoner to be sacrificed in order to put an end to a long famine. Horemeheb known also as Moeris or Bocchoris reigns in Egypt from 1321-1293 during a period of famine. ([1])

The people of the Jews being leprous and scabby, and subject to certain other kinds of distempers, in the days of Bocchoris, king of Egypt, fled to the temples, and got their food there by begging. As the numbers were very great that were fallen under these diseases, there arose a scarcity in Egypt.

clip_image003

Figura 2: Ísis e Horemheb.

Hereupon Bocehoris, the king of Egypt, sent some to consult the oracle of [Jupiter] Hammon about his scarcity. The god's answer was this, that he must purge his temples of impure and impious men, by expelling them out of those temples into desert places; but as to the scabby and leprous people, he must drown them, and purge his temples, the sun having an indignation at these men being suffered to live; and by this means the land will bring forth its fruits.

Upon Bocchoris's having received these oracles, he called for their priests, and the attendants upon their altars, and ordered them to make a collection of the impure people, and to deliver them to the soldiers, to carry them away into the desert; but to take the leprous people, and wrap them in sheets of lead, and let them down into the sea. Hereupon the scabby and leprous people were drowned, and the rest were gotten together, and sent into desert places, in order to be exposed to destruction. – Lysimachus, cited by Josephus.

No dizer do historiador H. R. Hall, "Horemheb é uma figura néscia e desinteressante da história do Egipto. Era apenas um soldado, com alguma capacidade de organização".

(…) Horemheb [provavelmente, o mesmo que "Harmais", citado na lista real de Maneton como último faraó da XVIII Dinastia] representava a ortodoxia e o seu governo foi em parte dedicado a extirpar a "heresia" de Akhenaton, tarefa que mereceu amplo apoio dos sacerdotes tebanos de Amon. Além disso, cuidou de restabelecer a ordem no país, bastante comprometida após anos de perturbação por questões religiosas.

Horemheb, [Nombre del faraón según los epítomes de Manetón:

Harmais (Flavio Josefo, Contra Apión e, de Teófilo)

Armesis (Julio Africano, versión de Sincelo)

Armais (Eusebio de Cesarea, versión de Sincelo)

Armais (Eusebio de Cesarea, versión armenia)

Otras grafías de su nombre: Amenemheb, Djeserkheperure, Haremhab, Harmab, Harmhabi, Merenheru, Mereramon, Meriamon, Setepenre, Tcheserkheperura, Tcheserkheperure, Zeserkheperura, Zeserkheperure.] fue el último faraón de la XVIII Dinastía egipcia; gobernó las Dos Tierras durante unos 27 años, de c. 1323/1 a 1295/4 a. C. [2] Sus nombres de coronación y de nacimiento fueron: Dyeserjeperura-Setepenra Horemheb-Meryamón. (…) Horemheb ha pasado a la historia como un rey que gobernó con mano de hierro y cierta dureza, pero que logró recuperar casi completamente la situación del país, muy abandonada desde tiempos de Ajenatón.

Seu "regulamento penal", redigido de forma prosaica, aplica o mesmo castigo para um grande número de delitos, sendo o mais usual cortar o nariz do malfeitor e exilá-lo em uma região desértica.

Compromise candidate for the Pharaoh has been found in Bocchoris who is possibly the Moeris of Herodotus histories in whose reign a 9 year long famine is supposed to have occurred. By Herodotus reference to him having lived almost 900 years prior to the time of writing (440 BC) he can be identified as Horemheb (1321-1293 BC). This was the Pharaoh of Josephs famine also, as I stated in an earlier chapter, and would account for why Chermemon decided to include Joseph in his story. -- Did the Jews and their Religion really Exist? -- © Argyros George Argyrou

1) Among the plagues preceding the Exodus were three days of darkness and the Nile turning to blood (as well as water in every open container). As has been proposed before, I agree that the three days of darkness were likely not a supernatural phenomenon, but the result of sunlight being blocked by volcanic ash. What has been overlooked is that the ash may have been very rich in iron. Ash containing iron could have rusted in water making the Nile look like blood (as well as water in every open container). This provides a method to date the Exodus. (…)

The turning of the Nile to blood could also be a metaphor; however, the Ipuwer papyrus also calls the water blood.

2:5-6 Plague is throughout the land. Blood is everywhere.

2:10 The river is blood.

2:10 Men shrink from tasting - human beings, and thirst after water

3:10-13 That is our water! That is our happiness! What shall we do in respect thereof? All is ruin.1

Volcanic Eruption in the Reign of Horemheb

clip_image004

Approximate BC year (±2) and exact depth in meters

Thus it is not necessary to find a record of an Egyptian famine in Egypt, the famine can be found in the Greenland ice core. Find a major volcanic eruption in or near 1314 BC and you have found the year or years of a famine. An examination of figure 2-3 shows that very large eruptions are relatively rare. In particular, one and only one major eruption occurred within a generation of the 1314 BC target date for Joseph. The volcanic eruption which best matches the time when Joseph should have been alive occurred in 1311 BC, plus or minus two years. It appears as only a small spike on the ice core plot, a one foot thick layer of acidic ice at a depth of 680.84 meters (2234 feet). That ice records the date of the greatest volcanic eruption in centuries.

Como explicar que nos tempos modernos se saiba mais da história antiga do que os próprios contemporâneos? Porque a história como ciência exacta começou com o seu pai que foi Heródoto e apenas depois da dessacralização dos grandes factos sociais iniciada com o racionalismo helenista. Os registos exaustivos que os egípcios faziam do seu passado não tinha outra finalidade que não fosse política e religiosa e, no fundo, para o senso comum dos egípcios não havia história humana mas apenas a eterna história divina que tendia a ser sempre igual a si mesma ainda que, no entanto, até esta tenha evoluído alguma coisa com a história real da cultura egípcia, obviamente por força das conveniências políticas que iam alterando alguma coisa na opinião dominante da corte dos faraós para que apesar de tudo nada mudasse no fundamental das crenças, costumes que determinavam as regras com que se processava a coesão social e que acabavam por ditar a personalidade extremamente conservadora desta cultura. Obviamente que uma cultura que teima não evoluir por se orgulhar de ter atingido o clímax da pureza e do requinte do saber ser e do bem-estar sócio cultural não pode ter passado nem futuro que seja diferente do presente e por isso não poder ter teoricamente outra história que não seja a da monotonia dos rituais quotidianos e anuais que casa faraó reinante teria que garantir. Sendo assim, mesmo ao nível do senso comum da gente egípcia instruída, de que faziam parte os sacerdotes e escrivães e os altos dirigentes militares da corte, a prolongada história dinástica real do longo país que era o Egipto acabaria por ser ao mesmo tempo demasiado longa e diversificada e por isso monótona e complexa por demais para despertar a exaltação da atenção social para além da memória da terceira geração. Quase seguramente que os Egípcios antigos não teriam, mesmo a nível dos sacerdotes mais intuídos, registos dinásticos rigorosos porque a realidade acidentada da história regional, que aliava às vicissitudes do tempo às tensões inevitáveis das assimetrias do alto e baixo Egipto, iam contra o conceito do equilíbrio da Verdade de Maat e acabariam blasfemas e sacrílegas e, por isso, inaceitáveis num sistema ultraconservador que procurava a todo o custo, na permanência das rotinas burocráticas e dos sagrados rituais, a garantia aparente da eternidade para além dum presente que seria demasiado duro para ser vivido de forma consciente e real pelo senso comum do povo egípcio e por isso preferido imaginário, vivido num lapso curto de memória mítica e divina na perspectiva dum futuro de vida eterna depois da morte. Um sistema cultural deste tipo é exclusivamente sagrado e fora da história. O faraó era Hórus e por isso Uno, eterno, sempre igual a si mesmo e incompatível com as vicissitudes singulares que fazem a heterogeneidades da história. Sendo assim, é de admitir que os registos, de que apenas temos informações em segunda mão, da história de Maneto sofriam possivelmente dos mesmos defeitos de perspectiva do caldeu Berossus a saber: eram tentativas pessoais imperfeitas duma impossível história nacional ao gosto helenístico iniciado por Heródoto de impérios de antiquíssimas e complexas tradições decadentes que em qualquer dos casos nunca poderiam competir com o novo riquíssimo da jovem história da classe dominante helenista, mais moderna e mais rica em recursos estilísticos e em fontes de informação e por isso mais arrogante enquanto ideologia da nova classe dominante.

O mito helenístico de Hércules e Bocchoris é possivelmente mais inverosímil que o do êxodo do povo judeu porque se o primeiro é nitidamente mítico o segundo é metade história inventada disfarçada de lenda e metade história de conveniência nacionalista disfarçada de intervenção divina cuja verdade se encontra a meio caminho entre o nacionalismo compreensível de Maneto e o orgulho do sucesso recente dos macabeus em terem por algum tempo conseguido conter, em plena hegemonia mundial do helénico um núcleo de resistência de cultura local que alguns séculos antes seria de regra no corredor sírio. Obviamente que mais uma vez é preciso frisar que os macabeus não terão surgido do nada e fariam parte duma comunidade sui generis de rebeldes egípcios sobreviventes das heresias de Akenaton recaldeadas pelo mazdeísmo persa e que terão possivelmente sido dominantes numa época de prosperidade da cidade de Jerusalém por força dum herói fundador que veio a ser chamado David, pai dum rei Salomão bem-sucedido no controle de um dos portos de chegada das rotas do extremo oriente das sedas e das especiarias. No entanto, se facilmente se entende que Heródoto tenha tomado Horemheb por um dos seus sobrenomes Mer-enheru, Mer-eramon, Mer-iamon chamando-lhe Moeris, já as inferências de que teria sido este faraó a causar o mito de Bocchoris são mais incertas, até porque, para Heródoto, Moeris era uma personagem história que nunca poderia senão por forma anedótica ter andado associado com Hércules.

O relato grego do mito de Hércules & Busiris é demasiado mítico para ser de fácil identificação como lenda de fácil localização histórica.

Mas acreditar que a possível grande fome do reinado de Moeris seja a mesma do tempo de José bíblico que terá um fundo lendário em provas arqueológicas do tempo de Djoser parece um quase tão grave como acreditar Moeris foi morto por Hércules. Como grandes fomes ocorreram várias vezes ao longo da história e a lenda de José do Egipto terá sido construída com a memória de Imotep no contexto posterior das dinastias dos hicsos, podemos postular que os gregos ouviram a história das crueldades penais de Moeris e das purgas religiosas dos partidários de Akenaton, religiosamente mais impuros e heréticos do que leprosos, com outras histórias mais antigas de sacrifícios humanos, possivelmente episodicamente comuns em tempos arcaicos e talvez religiosamente comuns nos tempos tenebrosos do primeiro período intermédio, geradores do mito Busiris / Bocchoris reforçadas pelo eco recente do fim trágico do faraó Bakenrenef / Wahkare da 24ª dinastia, quase seguramente pelo lado anedótico da forma como este veio a morrer queimado vivo pelo seus sucessor que invadiu o Egipto a partir da reino cuchita da Núbia.

Busiris era, según la mitología griega, hijo de Poseidón y Lisianasa (filha de Epafos), soberano de Egipto. Famoso por su crueldad. Obligó a Proteo a huir de Egipto. Mandó una expedición para raptar a las Hespérides, Heracles que se les encontró mientras buscaba las manzanas de oro, les dio muerte. En cierta ocasión asoló el país una sequía que no cesaba. Frasio un adivino llegado de Chipre, aconsejó al rey que cada año sacrificase a un extranjero en honor a Zeus. El primer sacrificado fue Frasio. Cuando Heracles pasó por Egipto, Busiris le eligió como victima, pero acabó muriendo (juntamente com seu filho Anfidamas) en manos del héroe.[2]

Tefnakht, the king of Sais in the Delta, attempted to put a stop to an invasion by organizing a coalition of northern kings that included Osorkon IV of Tanis, Peftjauabastet of Hernopolis, Nimlot, Input of Leontopolis and Tefnakht who became the first of the only two kings of the 24th Dynasty. The other was Bakenrenef, better known in Greek Myth as the Bocchoris who tangled with Herakles. ([3])

Sexto Julio Africano citando a Manetón indica que Bojjoris gobernó durante seis años, aunque Eusebio de Cesarea comenta que Bojjoris (versión de Sincelo) o Bokkoris (versión armenia) reinó 44 años. (…) Manetón es la fuente de dos acontecimientos del reinado de Bokkoris. El primer es el relato de que un cordero profetizó que Egipto sería conquistado por los asirios, un relato posteriormente repetido por otros autores clásicos como Claudio Aeliano (De Natura Animalis 12,3). El segundo era que Bokkoris fue capturado por Shabako, un rey de la dinastía XXV, y que lo ejecutó quemándolo vivo. Diodoro Sículo, escribiendo cerca de tres siglos después que Manetón, añade algunos detalles diferentes. Diodoro indica que aunque Bokkoris fue "despreciable en apariencia", era más sabio que sus predecesores (1.65). Los egipcios le atribuyeron una ley con respecto a los contratos, que proporcionó una manera de pagar las deudas cuando no se firmara documento, y fue observado hasta los tiempos de Diodoro (1.79). Por esto, y por otros hechos, Diodoro incluyó a Bokkoris como uno de los seis legisladores más importantes de antiguo Egipto.

Na verdade a fonte lendária do mito grego deve ser procurado da época piramidal do império antigo do Egipto que pela sua monumentalidade e poder faraónico terá dado nome à lenda da época dourada de Saturno.

Ora bem, a forma que Saturno teve no Egipto, segundo a perspectiva helenista, deve ser atribuída ao deus Sete, o deus tifónico dos egípcios e que foi o protector das dinastias arcaicas pré-dinásticas e tinitas.

Seth (Nombre egipcio: Suty, Sutej, Setesh, Seteh). fue asociado con las tormentas de arena, como dios del desierto, y protector de las caravanas que surcaban el país de los faraones. Debido a la extrema hostilidad del clima desértico, Seth era visto como extremadamente poderoso, por lo tanto como una deidad principal. (…) Seth, fue el "Señor del Bajo Egipto" en la época pre-dinástica y en el periodo tinita. Una de sus más comunes denominaciones era "grande en fuerza". También se le llamó Nubety, que significa "El de la Ciudad del Oro", en referencia a Nubth (Kom Ombo).

No entanto Sete seria muito possivelmente o deus jupiteriano da 3ª geração das tempestades do egeu, Teshub, o que confirma o quanto os teóricos helenistas estariam enganados ao traduzirem para os conceitos gregos os arcaicos conceitos orientais.

Seth < Seteh < Setesh < Sutej >Suty

                                                 ó Tejchu > Techuco > Techuwe.

 

Ver: SETE (***)

 

Se na época tinita seriam de prática correntes os sacrifícios humanos não nos é possível sabe-lo dada a natural escassez de fontes naturalistas destes tempos. É no entanto plausível que ainda persistisse a penalidade ritual do sacrifício de estrangeiros em festivais agrários, que existissem sacrifícios fundacionais de operários e de crianças escravas e que em épocas de carestia e de peste houvessem sacrifícios de primogénitos como aparece sugerido na última praga bíblica.

Sabemos que Sete era inimigo de Osíris muito depois de ser considerado um poderoso opositor do Sol.

Mientras que desde un principio se le acusa de ser el causante del robo del Sol y de traer la oscuridad se le considera un ser protector del faraón al final de la dinastía II, y durante la dinastía XV; a partir del Imperio Nuevo, también dios de la guerra y del ejército (dinastía XIX), aunque por breve tiempo. También es el encargado de proteger la barca solar de Ra (el dios egipcio que simboliza al Sol), que desde la proa, combate diariamente a la temible serpiente Apofis.

Se bem que, em rigor, o mito grego de Tifon deveria ter sido atribuído a Apofis, tanto pela fonética como pela funcionalidade mítica, mas a verdade é que os gregos não encontraram no Egipto outra coisa mais parecida com os tufões da Europa do norte do que as tempestades de areia que eram atribuídas ao poderoso Sete.

Apep < Aapef < Apha-eph > Coptic Aph-ōph > Grec. Apofis

                                            < Kaca- | ophi + An > Ophian => Tifon.

Era una serpiente gigantesca, indestructible y poderosa, cuya función consistía en interrumpir el recorrido del barco solar, pilotado por Ra, para evitar que consiguiera alcanzar el nuevo día, y para ello empleaba varios métodos: atacaba la barca directamente o culebreaba para provocar bancos de arena donde el navío encallara. Todo ello tenía sólo una finalidad: romper la Maat, el Orden cósmico. Apofis era el mal con el que había que luchar para contenerlo; sin embargo, nunca sería aniquilada, sólo era dañada o sometida, ya que de otro modo el ciclo solar no podría llevarse a cabo diariamente y el mundo perecería. Para los antiguos egipcios era necesario que existiese el concepto del mal para que el bien fuera posible. Los egipcios creían que, cuando el cielo se teñía de rojo, era a causa de las heridas provocadas a Apofis. También, interpretaron que los eclipses  eran obra suya, en la lucha en la Duat.

Esta capacidade que as tempestades de areia tinham de ocultarem o disco solar por vários dias era coisa espantosa no Egipto que raramente tinha dias ensombrados, coisa por outro lado também comum mais a norte de Creta.

Seth était désigné par Rê pour défendre la barque divine à l'aide d'un harpon, Isis, à l'avant de la barque solaire, utilisait ses pouvoirs pour priver Apophis de ses sens dans le but de le désorienter, ce qui permettait au chat de Rê, personnification de la déesse Bastet, de décapiter le serpent.

Assim sendo, é muito possível que o mito da separação do dia e da noite feita por Saturno / Crono tenha sido uma especulação de sacerdotes do delta do Nilo em torno deste poder que Sete tinha de ocultar o sol por vários dias transmitida aos mercadores do mar Egeu que visitavam a foz do Nilo.

Entretanto, à homogeneidade sagrada do império antigo sucedeu-se a heterogeneidade do período intermédio que muitos terão atribuído a uma vitória do poder de Sete sobre o poder faraónico de Hórus.

Depois do fim do império Mediano, os estrangeiros Hyksos, agora senhores do Egipto, escolheram Sete como sua deidade favorita, dado que era o protector de Ra, e estava associado com o Baixo Egipto onde ficava Aváris, a sede do seu poder. Por conseguinte, e em consequência do nível extremo de nacionalismo e xenofobia dos faraós subsequentes, Sete foi gradualmente diabolizado e começou ser tratado de como um deus do mal e gradualmente assumiu todas as características de Apep. -- H. Te Velde, Seth, God of Confusion (Leiden, 1977), 105-7.

De facto, o Império Antigo consolidou um sistema político, cultural y religioso fortemente centralizado surgido durante o período proto dinástico com uma monarquia teocrática absolutista pela via doutrinária da divinização do faraó que os egípcios acreditavam ser uma encarnação viva de Hórus responsável pelas regulares inundações anuais do Nilo e que segundo Heródoto faziam a fortuna do Egipto. No entanto, a divinização do faraó criou algumas monstruosidades ideológicas, uma das quais foi a crença na sobrevivência em corpo e alma do rei para além da morte, resultante do culto de Osíris, no pressuposto de que tal só seria possível pelo compromisso mítico com o senso comum da magia simpática, ou seja, enquanto o rei morto só fosse separado por necessidade realmente sentida do reino dos vivos com a garantia ilusória de que teria uma sobrevivência física concreta por processos de enterro que garantissem a incorruptibilidade do seu corpo. Teoricamente é fácil de entender como normal e divertido este mecanismo mental de projecção psicológica típica dos processos efabulatórios infantis do faz de conta! O que repugna à racionalidade moderna é admitir que tenham sido factores deste tipo, do puro domínio da crença e duma fé tão infantil quanto insensata, os impulsionadores dos maiores feitos da história antiga que foram as pirâmides do Egipto. Actualmente seria considerado patológico que um adulto poderoso teimasse em recusar-se a crescer utilizando todos os recursos do Império Antigo do Egipto para aproximar o puro imaginário infantil, numa possibilidade de pura fé concretizável na medida em que fosse tentado de facto pelas formas e processos que mais se aproximassem da realidade racionalmente irrealizável. A fé dos antigos egípcios não se limitava a remover montanhas, nem a levar a montanha a Maomé porque ia ao ponto de criar montanhas na planura do deserto com a única finalidade de proteger o mundo dos vivos do submundo dos mortos-vivos que eram as múmias dos faraós, ao memo tempo que lhes garantia eternidade possível apenas enquanto lhes fosse garantida a integridade real dos corpos mumificados. Os custos sócio-económicos da mumificação real, da pesada arquitectura funerária egípcia, do riquíssimo recheio faraónico da morada dos mortos, dos pomposos festivais de enterro e de homenagem aos mortos bem como sobretudo a manutenção do culto dos mortos e da restauração dos túmulos reais terão contribuído para a ruína económica do primeiro império Antigo.

La V Dinastía fue fundada por Userkaf (2465-2458 a. C.), quien inició las reformas que debilitaron el poder del faraón y del gobierno central. Los intereses comerciales de Egipto en mercancías como ébano, mirra, incienso, oro, cobre y otros metales útiles inspiraron a los antiguos egipcios a construir grandes barcos para navegar por mar abierto.

Ellos negociaron con Líbano para obtener cedro y viajaron por el mar Rojo hasta el Reino de Batea, ubicado en las actuales Etiopía y Somalia para obtener ébano, marfil y especias aromáticas. Los constructores de barcos de aquella época no usaban piezas metálicas, sino cuerda para trabar sus barcos. 

Después de los reinados de Userkaf y Sahura, los poderosos nomarcas (gobernadores regionales) entablaron disputas entre ellos, que fueron cada vez a peor, minando la unidad y el gobierno central. También surgieron hambrunas. Pero la autonomía regional y las guerras civiles no eran las únicas causas de esta decadencia. Los proyectos de grandes edificación de la IV Dinastía habían excedido la capacidad del tesoro y la población, debilitado al Imperio en sus raíces. 

El golpe final fue una severa sequía en la región, causada por una drástica disminución de las lluvias entre 2200 y 2150 a. C., que a su vez evitó las inundaciones normales del Nilo. El resultado fue el colapso final del Imperio Antiguo después de décadas de hambre y guerra. Una importante inscripción en la tumba de Ankhtifi, uno de los nomarcas, durante el temprano Primer Período Intermedio, describe el estado lamentable del país después de las hambrunas.

Obviamente que estas infantilidades faraónicas só foram possíveis porque eram a forma mágica e religiosa de expressar de forma quase absoluta a importância da ideologia que servia de suporte transcendental à organização piramidal da sociedade egípcia que apenas com este tipo de aberrações ideológicas terá conseguido a primeira sociedade histórica estável digna deste nome onde a humanidade consegui pela primeira vez uma longevidade média de 50 anos, mensurável por estudos estatísticos sobre os resultados destas quimeras ideológicas que eram as múmias. Este resultado prático, terreno tão caro aos materialistas, é tanto mais notável se dermos conta que no Império Romano, poucos chegavam aos 40 anos de idade. Depois da queda do império romano, muitos séculos se passaram sem que houvesse aumento significativo na duração média de vida da espécie humana. Em 1900, nos países mais ricos da Europa e nos Estados Unidos, a expectativa de vida ao nascer ainda estava abaixo de 50 anos. Por feliz efeito colateral podemos admitir que terá sido a febre da procura desesperada de recursos económicos para manter a pesada indústria funerária do primeiro império Antigo que terá contribuído para a primeira aventura histórica da humanidade que na senda da busca de novos mercados terá criado a primeira civilização mundial com a colonização das costas do Indo e do extremo oriente até à China onde apareceram também as primeiras pirâmides bem como a primeira colonização das Américas possivelmente a partir de colónias minóicas das ilhas Canárias.

Merenré II foi o sexto faraó da VI dinastia egípcia. Era provavelmente filho do seu antecessor, o rei Pepi II, conhecido pelo seu longo reinado (que teria durado 94 anos). A sua mãe é possivelmente a rainha Neit. (…) Foi talvez casado com Nitócris, que seria sua irmã; de acordo com Maneton, Nitócris teria sido o último soberano da VI dinastia. Segundo uma lenda, Merenré II foi assassinado durante uma revolta popular. (…) Circularam na Antiguidade várias lendas em torno da sua pessoa. Uma delas afirma que Nitócris era esposa de um rei que havia sido assassinado por traidores. Nitócris tornou-se rainha, mas preparou uma vingança para os assassinos do seu marido. Ordenou a construção de uma grande sala subterrânea e convidou os traidores para um banquete. Enquanto se encontravam no banquete, Nitócris ordenou que se abrisse um cano que inundou a sala com água do rio Nilo. Os assassinos morreram afogados e depois Nitócris cometeu suicídio, atirando-se para uma câmara cheia de cinzas.

Depois do desastre resultante do longo reinado de Pepi II veio o caos que terá sido miticamente atribuído a Sete, bem como as lendas sinistras que terão contribuído para criar a ideia duma época de sacrifícios humanos.

El Alto Egipto estaba muriendo de hambre, hubo quien llegó a comer sus propios hijos. Yo me negué a que se muriera de hambre en el nomo. Me dieron un préstamo de grano, el norte donó grano al Alto Egipto (...) No sé que algo parecido haya ocurrido jamás a los nomarcas que me precedieron.

Ora bem, Ankhtifi diz de si mesmo:

"Príncipe y gobernador, tesorero del rey del Bajo Egipto, Amigo único, Sacerdote lector, Jefe del ejército, Jefe de los intérpretes, Cabeza de las regiones montañosas, Gran Jefe de los nomos de Edfu y Nejen, Anjtifi dijo: Horus [o faraó] me condujo al nomo de Edfu por su bien, para restablecer el orden. Actué de inmediato (...). Soy un hombre honesto que no tiene igual, un hombre que puede hablar libremente cuando los demás están obligados a guardar silencio.

Obviamente que presunção e água-benta cada um toma a que quer mas nesta época falar assim seria um pouco mais do que mera vaidade porque se tratava de alguém que teria tido em vida honrarias e bajuladores de sobra. No entanto, é também óbvio que se trataria também de uma mera jactância de homem conservador orgulhoso.

Se mantuvo fiel al faraón de la décima dinastía, que reinaban desde Heracleópolis Magna, [Casa de Jety] en guerra con los gobernadores de Uaset (nomo de Tebas) y usurpadores del trono, los faraones de la undécima dinastía Mentuhotep I e Intef I, apoyados por el gobernador de Gebtu.

Según Julio Africano: esta dinastía tiene su capital en Heracleópolis y es fundada por Actoes que se comportó más cruelmente que los reyes predecesores, provocando el lamento de todo Egipto. Posteriormente cayó presa de la locura y lo asesinó un cocodrilo. Eusebio de Cesarea comentó que este rey Octois asoló a todo Egipto con espantosas calamidades.

Henen-Nesut fue sede de los gobernantes de la dinastía IX, y de la dinastía X, durante el Primer periodo intermedio de Egipto. Después de la reunificación, la ciudad perdió importancia. A finales del Tercer periodo intermedio fue sede de la monarquía egipcia, recobrando su influencia.

El principal dios de la localidad era Herishef (Harsafes), equiparado en el periodo helenístico de Egipto al Heracles griego, de donde proviene el nombre de la ciudad.

Em conclusão, o mito de Hércules & Busíris foi criado durante as guerras civis do primeiro período intermédio e reinterpretado pelos helenistas do período ptolomaico em tono da rivalidade entre Heracleópolis e Tebas tanto mais que o nome de Uaset se aproxima foneticamente de Ísis, esposa de Osíris e quase seguro equivalente de Busíris.

clip_image005[1]

Figura 3: “As Almas de Ra e Osíris encontram-se em Busíris”.

Nota: (...) Herodotus, without mentioning Busiris, scouts the story on the ground that human sacrifices were utterly alien to the spirit of Egyptian religion (Hdt. 2.45). Isocrates also discredited the tradition, in so far as it relates to Herakles, because Herakles was four generations younger, and Busiris more than two hundred years older, than Perseus.

(...) Yet there are grounds for thinking that the Greek tradition was substantially correct. For Manetho, our highest ancient authority, definitely affirmed that in the city of Ilithyia it was customary to burn alive “Typhonian men” and to scatter their ashes by means of winnowing fans. (...) These “Typhonian men” were red-haired, because Typhon, the Egyptian embodiment of evil, was also redhaired (...). But redhaired men would commonly be foreigners, in contrast to the black-haired natives of Egypt; and it was just foreigners who, according to Greek tradition, were chosen as victims. Diodorus Siculus points this out. (...) In confirmation of the Greek tradition, and he tells us that the redhaired men were sacrificed at the grave of Osiris, though this statement may be an inference from his etymology of the name Busiris, which he explains to mean “grave of Osiris.” The etymology is correct, Busiris being a Greek rendering of the Egyptian Asir “place of Osiris.” See A. Wiedemann, Herodots Zweites Buch (Leipsic, 1890), p. 213. Porphyry informs us, on the authority of Manetho, that the Egyptian custom of sacrificing human beings at the City of the Sun was suppressed by Amosis (Amasis), who ordered waxen effigies to be substituted for the victims.

Sabendo-se que Amosis foi o faraó que derrotou os hicsos, que governavam o Baixo Egipto a partir de Avaris, podemos continuar a suspeitar que o costume dos sacrifícios humanos seria um arcaísmo minóico que apenas os fenícios iriam herdar e que ambos estes povos se encontrariam juntos na cidade de Avaris onde possivelmente se realizariam também estes sacrifícios humanos em nome de Sete e de Ilítia.

 

ILÍTIA

Afinal a montanha pariu um rato porque o importante testemunho de Maneto apenas se refere afinal a um mera tradição local da cidade de Ilithyia cujo nome tem, com a tradição grega, a particularidade de ser semelhante ao nome da deusa mãe cretense dos partos e parecer um arremedo de Lysianassa, o suposto nome da mãe de Busíris, facto que de forma inesperada pode deitar luz sobre a etimologia de Eileitia.

Eileithyia: ancient Greek goddess who aided women in labour and presided over childbirth. She became identified with Hera and Artemis, and among the Romans with Juno Lucina.

Micenic. Ereu-Tija < Ilithyia < Ilyk-ija +Ana

= Lithian-ija > Licyan-isha > Lysianassa.

clip_image006[1]

Figura 1: Ilítia fazendo o parto de Atena.

Hesíodo la describió como hija de Zeus y Hera, con lo que estuvieron de acuerdo Apolodoro y Diodoro Sículo. Sin embargo, Pausanias citaba otra fuente antigua, hoy perdida: "El licio Olen, un antiguo poeta, que compuso para los delios, entre otros himnos, uno dedicado a Ilitía, la describía como "la hábil giradora", identificándola claramente con el destino, y la hacía más antigua que Crono." Píndaro, un mitógrafo meticulosamente exacto, tampoco hacía mención alguna de Zeus: "Diosa de los nacimientos, Ilitía, criada del trono de la profundas Moiras, hija de la omnipotente Hera, oye mi canción."

A tradição olímpica veio a atribuir a Zeus a paternidade de Ilítia quase seguramente porque, na tradição cretense que a precedia, não teria pai porque seria uma Virgem Mãe primordial como Atenas e Artemisa. Píndaro, por sua vez, se omite Zeus fala de uma Ilítia filha de Hera quando o nome micénio Ereu-Tija sugere que fosse a própria deusa Hera que em Creta seria Kera.

According to some authors her name does not have an Indo-European etymology, which for R. F. Willets strengthens her link with Minoan culture. "The links between Eileithyia, an earlier Minoan goddess, and a still earlier Neolithic prototype are, relatively, firm," Willets wrote. "The explanation is as simple as it is important. The continuity of her cult depends upon the unchanging concept of her function. Eileithyia was the goddess of childbirth; and the divine helper of women in labour has an obvious origin in the human midwife".

Esta mesma deusa que em Creta seria Ker-a ou *Ker-tu foi entre os Egipcios seguramente Ta-ver-et a esposa de Sete.

Para los griegos clásicos, «está estrechamente relacionada con Artemisa y Hera», afirma Burkert, «pero no desarrolla carácter propio alguno.» En el himno órfico a Prothyraia, la relación de una diosa de los nacimientos como un epíteto de la virginal Artemisa, haciendo a la mortífera cazadora también «la que viene en ayuda de las mujeres en el parto», sería inexplicable en términos puramente olímpicos:

Cuando atormentada por los dolores del parto, dolorida y angustiada 

te invocamos el sexo, para el seguro descanso del alma; 

pues sólo tú Ilitía puedes aliviar el dolor, 

que intentamos aliviar, pero en vano. 

Atemisa Ilitía, venerable poder, 

que trajiste alivio en la espantosa hora del parto.

Assim, a razão por que não desenvolveu carácter próprio estando relacionada com Artemisa e Hera seria porque de facto teria sido, na origem a deusa mãe de que derivaram ambas as divindades.

Others suggest that the name is Greek, from the verb eleutho (ελεύθω), to bring, the goddess thus being The Bringer. On the other hand, the variants "Eleuthia" (Cretan) and "Eleuth?" (used by Pindar) suggest a possible connection with "eleutheria" (freedom), in which case the word may simply mean "Deliverer", with an obvious association to childbirth. The earliest form of the name is the Mycenaean Greek e-re-u-ti-ja, written in Linear b syllabic script. Ilithyia is the latinisation of the Greek Εἰλείθυια. (…)

E mais uma vez se verificam comentários onde a lógica mítica é virada de pernas para o ar. Não é Ilítia que deriva de eleutho, como o significado de trazer estando associada a Eleutheria como deusa da liberdade mas foi esta deusa libertadora da cabeça dos recém-nascidos que deus o significado primordial ao conceito de libertação da escuridão para a luz do dia!

De resto o nome original Pode ter sido Eilei de EilEil, um puro e onomatopaico grito de vitória relacionado com a saudação do sol nascente ou com todo e qualquer nascituro.

La cueva de Ilitía cerca de Amniso, en la bahía de Cnosos, que se menciona en la Odisea en relación con su culto, era considerada su lugar de nacimiento. Tenía estalactitas alusivas al doble papel de la diosa, de traer el parto y retrasarlo, y se han hallado ofrendas votivas a ellas. En ella fue adorada probablemente antes de que Zeus llegase al Egeo y con toda seguridad en época minoica-micénica. La diosa es mencionada como E-re-u-ti-ja en un fragmento en lineal B de Cnosos.

En la época clásica tenía altares a ella consagrados en varias ciudades de Creta (donde fue especialmente adorada), como Lato y Eleuterna, y se cree que se le consagraban cuevas (como la de Inatos), quizá en alusión al canal de los nacimientos.

A relação de Ilítia com Leto / Lato parece incontestável não apenas pela relação fonética e etimológica mas sobretudo porque as atribulações do parto de Leto assim o sugerem já que os mitos raramente se enganam. Hera proibiu que Ilítia assistisse ao parto o parto de Leto onde muitas grandes deidades cretenses estiveram presentes, como Dione, Rea, Nemesis, Themis e Amphitrite, precisamente porque todas seriam a mesma entidade incluindo Artemisa que veio a fazer o parto de seu irmão Apolo.

Lato (em grego clássico: Λατώ) foi uma cidade da ilha de Creta, cujas ruínas estão situadas aproximadamente a 3 km da aldeia de Kritsa. Há teorias que afirmam que a cidade foi nomeada com base na deusa Leto (da qual Lato é a forma dórica), podendo ser mencionada em tabuinhas em Linear B como RA-TO. Lato também cunhava moedas na antiguidade, tendo a imagem da deusa Ilítia que parece ter sido particularmente adorada em Lato.

*Kertu > Hertu > Rato > Lato

 

Ver: OSÍRIS (***)

 

A etimologia de Busíris não é sequer um busílis porque era, no mínimo, uma confusão entre o nome de Osíris e o da cidade onde ele era adorado.

Osíris < | Ash < *Kash < Ki-Ku > Caco > Waush | yris > Busíris.

                       Ashur(is) ó Sacar.

Osiris was the first child of Nut and Geb, thus the brother of Set, Nephthys, and Isis, who was also his wife.

De passagem, deparamos assim com Ashur que era o deus do disco solar alados dos assírios e, uma vez que o papel de Sacar era inegavelmente o de deus da aurora na tradição cananita, estamos perante uma alusão a um mito de “morte e ressurreição solar”! Porém, a confusão cultural encoberta neste mito helenista pode ser bem mais sugestiva ainda de que, afinal, o verdadeiro deus Hércules fosse apenas reminiscência de um culto grego muito mais arcaico e bem mais anterior do que a lenda de Hércules. Digamos que esta, de fundo histórico micénio ou minóico, por ter recebido nome dum arcaico deus solar, se sobrepôs a uma tradição já quase apagada de um culto preexistente na Grécia continental. A de um divino Hércules que teria estado na linha duma tradição iniciática de deuses guerreiros de morte e ressurreição solar, tão antiga como era o culto homólogo encontrado por Heródoto no Egipto. Pois bem, este culto pode ter passado por Osíris como protótipo egípcio dum deus de morte e ressureição!

Melkart (patrono de Tiro en Fenicia o de Gades) fue nombrado como Hércules o Baal-Hamón (patrono de Cartago) como Saturno.

A identificação de Melkart com Hércules é clássica e incontestada sobretudo por intermédio da variante megalítica, Hermes / Mercúrio. Já a identificação destes deuses guerreiros com Osíris poderá parecer mais estranha. No entanto, este deus tinha uma genealogia lendária iniciadora da actividade agrícola e civilizacional e seria assim também uma entidade supostamente histórica elevada à categoria de divindade pelo mérito dos seus feitos lendários. De qualquer modo, a lista de deuses de morte e ressureição solar era longa.

 

Ver: MELKART (***) & DEUSES PASCAIS (***)

 

Se repararmos que os cultos pascais evoluíram a partir de “ritos de passagem” e de iniciação guerreira é de aceitar que nestes cultos tenham estado presentes deuses guerreiros e de fertilidade agrícola como Marte tal como terá sido o caso do Minotauro cretense que parece ter sido o paradigma de todos os deuses pascais.

Amom esteve no Egipto relacionado com Min.

Amon-Rá era uma manifestação de Osíris.

Baal-Hamón tanto parece ser uma evolução de Amon como um elo independente a partir de um virtual *Harmon, seguramente a mesma entidade que Hermes.

                             Iber. Borman(-icus).ó Terminus.

Amon(-Ra) < B. Hamón < *Harmon < Her- | Minus < Ker-minus

ó Minotauro!                                                             > Min.

Emplearemos como guía en los escabrosos caminos de esta reconstrucción funcional al dedicante indígena del ara a Bormanicus de Caldas de Vizella (ilustración 1): Medamus, hijo de Camalus (NOTA 3). Quizás él mismo o quizás un homónimo (recensionados todos en NPH, 425; 313-314) aparece también en Briteiros, en las inmediaciones de Caldas de Vizella, en una inscripción rupestre (NOTA 4) que parece que se localizaba a la entrada de la pedra fermosa (según indica CIL) y que se relaciona funcionalmente con el monumento. Desde la sistematización de Coelho (1986, 53ss.) se acepta que este tipo de construcciones eran instalaciones de baños pero en una acepción que incluía lo religioso y no se ceñía exclusivamente a lo higiénico (como apunté en Diez de Velasco, 1992, 140 nota 44). Los estudios de Almagro/Moltó (1992, 88-96) y Almagro/Alvarez (1993, 204-221) han desentrañado una línea de interpretación de la funcionalidad de estos monumentos que permite explicar de modo suficiente la aseveración de Estrabón (3, 3,6) respecto del modo de vida laconio de algunos lusitanos y de su régimen de baños de sudor (usando piedras candentes)[4]. Según la interpretación de Almagro estas «saunas» cumplirían como lugares en los que se desarrollaría la ceremonia de iniciación de jóvenes guerreros (el modelo «laconio» se referiría por tanto a eso). -- [5]

Saturno seria assim a variante destes cultos de que a Grécia ficou com a memória teofágica de Cronos. No entanto, Saturno ficou ligado à memória da época dourada da Atlântida que mais não seria do que a antiga civilização mercantil e cosmopolita da talassocracia cretense. O deus desta civilização teria sido um antepassado etimológico de Poseidon. Assim, um aspecto interessante desta história de Herakles & Busiris é a de fazer de Osíris um filho de Poseidon, ou seja um descendente, cultural pelo menos, da talassocracia cretense. Em conclusão, de forma circular e indirecta todas estas antigas tradições de cultos guerreiros de passagem se correlacionam.

Que Nut era quase seguramente Atena e que esta foi quase seguramente esposa de Poseidon, já o suspeitávamos. Que Geb teria sido o próprio Poseidon ficamos agora a sabê-lo com a seguinte vantagem adicional:

Gebo < Gew < Geu ó Zeu(s)

                  «Gaio» < Keki < Caco, variante de Kiko /Enki, filho de Ki.

Ou seja, também no Egipto as genealogias divinas não eram uniformes e irrepreensíveis. Como Nut era esposa de Nun, Gebo seria o masculino de Geia e uma variante daquele deus das águas primordiais. Osíris seria assim uma evolução fonética muito alterada de Iscur, o filho de Enki / Kur.

Ora bem, voltando à versão grega teríamos que Nut teria sido a tal Lysianassa, um nome com evidentes conotações cretenses pelo étimo –assa e que seria lit. “«Lusia / Luísa» / a «lusa Lua», filha ou epíteto carinhoso de «Luciana»” (que não seria senão «Ana Lúcia», um epíteto mais que provável da Latina Diana Lucífera, deusa mãe (da) Noite e (da) Lua!!!

Lysianassa < Lusi-an-ash,

< Lu-Ki-An-ash > Etrusc. Lynsa > Lysa > «Lusa» > Etrusc. Lvsa

> «Lua».            < Luwisha (> Lewis-ha) < Ruvisca < Urwish < Ur-ki-ish

 => Iscur / Istar.                                                        >Lat. Rubigo.

Lvsa [Dea Dia or Lynsa silvestris?]: Goddess of Field and Forest, is also a Tutor Finium. --

O interessante é verificar que Lysianassa, além de deusa nocturna da lua pudesse também ser a Dea Dia dos etruscos! Apenas por ter sido esta, enquanto Deusa Mãe, a mais frequente deusa dos dias fastos?

 

Ver: ROBIGO (***)

 

He adds that the human victims used to be examined just like calves for the sacrifice, and that they were sealed in token of their fitness for the altar. (...). Sextus Empiricus even speaks of human sacrifices in Egypt as if they were practised down to his own time, which was about 200 A.D. (...). Seleucus wrote a special treatise on human sacrifices in Egypt (...). In view of these facts, the Greek tradition that the sacrifices were offered in order to restore the fertility of the land or to procure rain after a long drought, and that on one occasion the king himself was the victim, may be not without significance. For kings or chiefs have been often sacrificed under similar circumstances and in ancient Egypt the rulers are definitely said to have been held responsible for the failure of the crops (...); hence it would not be surprising if in extreme cases they were put to death.

Claro que poderemos estar também numa fase de grandes alterações culturais porque os sacrifícios humanos, que sempre foram rejeitados pelos Egípcios desde a morte de Osíris, eram já desconhecidos dos caldeus e já tinham começado a ser postos em causa pelos povos do corredor Sírio de etnia hebraica, ou seja, por povos que tinham sido expulsos do Egipto depois da queda do domínio dos Hicsos, e supostamente mil anos antes do sacrifício cancelado in extremis de Isaac, filho primogénito do velho Abraão.

The Egyptians believed that as god and ruler of the underworld, Osiris exercised expanded magical powers, that he granted all new life, including the sprouting of vegetation. They believed that Osiris made the annual flooding of the Nile, and they believed that all people had been cannibals until Osiris taught humanity how to make agricultural tools and to grow crops. --- [6]

A história lendária contou sempre as coisa como mais convinha aos puderes triunfantes, tal qual como variam as versões dos mesmos factos contadas pelas facções duma barra de tribunal.

clip_image007[1]

Figura 4: Sacrifício de Isaac, de Caravagio! A analogia do cordeiro pascal mais não seria do que uma alusão ao sacrifício transcendental e trans-histórico do «filho de deus» que terá sido também Enki / Hermes, deuses que tiveram as cabras e as ovelhas como animais totémicos, entre outros.

Os judeus escreveram na bíblia que não os deixavam sair do Egipto e no Egipto comemora-se, no túmulo de Ramsés, a sua expulsão do Egipto e vai a gente dar crédito a quem? Quem nos diz que o filho de Abraão não seria de facto filho de uma das escravas da mulher de Abraão, que teria servido de “útero de aluguer” ao filho de Abraão, facto que, dado o matriarcado dominante na época, não teria levado a sua esposa a reivindicar o seu sacrifício aos deuses dos seus ciúmes? A revolta de Abraão contra uma tão insuportável manifestação de puder matriarcal teria servido de “grito do Ipiranga” para o fim dos sacrifícios humanos e reforçado a ascendência do movimento nascente na forma do patriarcado bíblico.

There is no more tragic and pathetic experience on record, illustrative of the heart- tearing contentions between ancient and time-honoured religious customs and the contrary demands of advancing civilization, than the Hebrew narrative of Jephthah and his only daughter. As was common custom, this well-meaning man had made a foolish vow, had bargained with the "god of battles," agreeing to pay a certain price for victory over his enemies. And this price was to make a sacrifice of that which first came out of his house to meet him when he returned to his home. Jephthah thought that one of his trusty slaves would thus be on hand to greet him, but it turned out that his daughter and only child came out to welcome him home. And so, even at that late date and among a supposedly civilized people, this beautiful maiden, after two months to mourn her fate, was actually offered as a human sacrifice by her father, and with the approval of his fellow tribesmen. And all this was done in the face of Moses' stringent rulings against the offering of human sacrifice. But men and women are addicted to making foolish and needless vows, and the men of old held all such pledges to be highly sacred.

No entanto, a força de velhos “mitos de morte e ressurreição solar” continuou no fundo da cultura semita tendo mesmo persistido nos sacrifícios humanos de crianças entre os fenícios.

Mesmo entre os judeus existem indícios que eles teriam continuado, pelo menos em épocas de guerra e grave crise social.

30-31Entretanto Jefta tinha formulado uma promessa que era: se Deus ajudasse Israel a vencer os amonitas, então quando voltasse para casa qualquer pessoa que lhe saísse ao encontro seria sacrificada ao Senhor como holocausto.

32-33Jefta levou os seus soldados contra os amonitas e o Senhor deu-lhe a vitória, tendo-os liquidado com uma terrível matança por todo o caminho desde Aroer até Minite, incluindo vinte povoações que foram destruídas nessa zona que atingiu mesmo a campina das Vinhas. Desta forma os amonitas ficaram subjugados ao povo de Israel.

34-35Quando Jefta regressou a casa, a sua filha - e ele não tinha outro filho - veio a correr ao seu encontro, tocando uma pandeireta e dançando de alegria. Mas ele, quando a viu, rasgou as vestes que trazia, em sinal de profunda angústia. Ai, minha filha!, gritou. Deste cabo de mim agora! Porque fiz um voto ao Senhor e não posso voltar atrás.

36-37Ela respondeu. Pai, deves fazer conforme tudo o que prometeste ao Senhor porque ele deu-te uma grande vitória sobre os inimigos, os amonitas. Mas deixa-me ir para as colinas e andar por lá durante dois meses com as minhas amigas, chorando o facto de nunca mais casar.

38-40Pois sim, vai. E foi o que ela fez, lamentando assim o seu destino, na companhia das companheiras, pelo espaço de dois meses. Após o que regressou junto do pai, o qual fez conforme o seu voto. Ela nunca mais casou. Foi na sequência disso que se tornou um costume em Israel que as raparigas vão por quatro dias em cada ano lamentar o destino da filha de Jefta. -- Juízes 11.

Obviamente que o texto foi elaborado ou interpolado de forma sibilina para que o sacrifício humano não ficasse explícito deixando transparecer a etérea suspeita de que o holocausto da filha de Jefta teria sido ardilosamente substituído por esta chorando o facto de nunca mais casar”, por um voto de castidade!

Porém, tais mitos não teriam subsistido se não tivessem suporte na lógica impiedosa da lei da selva do mais forte que tornava secundária perante a lei do macho dominante a fêmea rebelde e a sua cria. Esta subalternidade das crias durou até hoje na forma impiedosa do trabalho infantil depois de ter passado pelo direito romano na forma dum poder paternal impiedoso que poderia condenar à morte os próprios filhos quando estes desrespeitavam o pai ou este não os podia sustentar! A mesma subalternidade chegou aos nossos dias na forma da desigualdade entre os homens e as mulheres que em certos povos islâmicos chega ao ponto de ainda hoje acharia condenar à morte a mulher adúltera[7]. De facto, a mitologia da morte de Baal, o «filho de deus», correspondia a uma tradição muito forte e arcaica relacionada com os mistérios pascais da primavera em que o sol, filho do céu, morria no plano mítico tal como se supunha no acontecer no plano astral!

Phoenician mythology records that when war and pestilence afflicted the land, a man named Krones offered up his son Yeoud (< Jeothe < Zeuish > Zeus) as a sacrifice.

Em corolário com estas tradições existiam os “sacrifícios humanos” dos primogénitos, ainda comuns na cultura fenícia. Ora, seria inevitável que o judaísmo acabasse por ser contaminado por esta neurose mística colectiva resultante dum arcaico complexo de culpabilidade edipiana manifestado na crença do arcaico assassinato de Deus Pai do Céu (mito da “castração de Úrano” por Cronos) apenas remível por sacrifícios humanos voluntários e que os canaanitas levariam ainda a cabo nos alvores da época clássica, pelo menos sublimada na forma do auto-sacrifício!

Both sacrificial victims of the ashvamedha (a meda de lenha?) — the horse and the goat — were killed, impaled and roasted. Then the worshippers ate communially their roasted meat and the broth prepared from their remains. Before their sacrifice, the victims were tied to the sacrificial pole, called skambha or stambha or, yet, stavara.

The skambha (lit. "prop", "pillar") was considered the Pillar of Heaven, the axis or support of the skies. It was identified with Brahma and with Shiva, the two world-supporters, as well as with Purusha, the Primordial Sacrifice. The skambha had the shape of a cross or, also, of a Y, precisely that of the Cross or Rood.

Purusha < Phurisha < Kurish ó Iscur.

Like the Cross, it was equated both to the Pillar of Heaven and to the Tree of Life. Many authorities such as F. Max Mueller, have pointed out the fact that the name of the Cross in the original Greek is stauros, and that this word derives from the Sanskrit stavara (pronounced "stawara"), its Hindu archetype in the ashvamedha sacrifice.

Sk(ambha) / st(ambha) / st(avara) ó *Ashtavara, lit. “a vara de fogo”

< Ish-Taura < Ish-Kaur > Iscur.

Of course, all such coincidences are the result of diffusion, and we see how the Evangelic notion was derived from Hindu archetypes. This is further rendered plausible by the fact that, in the earliest iconographies, the crucified Christ had a horse’s head like that of the Ashvins and other Solar gods burnt at stake, in a sort of primordial ashvamedha. And this primordial sacrifice is no other than the one of Atlantis, as we just said. -- [8]

Sendo verdade, no plano ideológico, que Jeová recusara a Abraão o sacrifício do seu filho Esau, Jesus pretenderia consumar e expiação do pecado original da “morte do pai” e desse sacrifício humano inacabado, quanto mais não fora porque o nome de Esau era quase o Seu, da única forma teológica possível, a saber, pela dolorosa aceitação da vontade do Pai na forma dum destino trágico, pois Cristo só poderia pretender um auto-sacrifício metafórico já que um auto-sacrifício real seria um afrontoso desrespeito pela decisão de Jeová de não mais aceitar sacrifícios humanos. De resto o suicídio, mesmo místico, seria sempre um pecado! Assim, morte de Jesus, não podendo ideologicamente ser nem um suicídio místico nem um sacrifício auto-infligido, só teria sentido transcendental se correspondesse a uma pena de morte inapelável às mãos sujas de Pilatos, absolutamente aceite e desejada. Que o mito cristão se fundamentou na morte sacrificial do “filho de Deus para remição dos pecados dos crentes comprova-o o credo de Nisseia e a noção católica da missa!

Credo de Nisseia: Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus (...). Por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; sofreu a morte e foi sepultado (...). Catecismo de São Pio X: "No. 159. O que é a Santa Missa? A Santa Missa é o Sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo que, sob as espécies do pão e do vinho, são oferecidos pelo padre a Deus sobre o altar em memória e renovação do Sacrifício da Cruz".

Como se comprova, pelo menos metaforicamente, ainda que já não exista a crença na eficácia religiosa dos “sacrifícios humanos” ainda persistia até ao Concílio Vaticano II a crença na eficácia teológica dos sacrifícios divinos.

 

Ver: HÉRCULES LATINO / HERCULES & KIKNOS E OS SACRIFÌCIOS HUMANOS A MELKART (***)

 

SACRIFÍCIOS HUMANOS NA ILÍADA.

Como sabemos hoje que os hititas eram uma cultura de gente tão clemente e humanista como veio a ser a Roma republicana ficamos a saber que as razões mais profundas da «Guerra de Tróia» não terão sido meramente protocolares mas de verdadeiro desentendimento cultural. De um lado o império hitita que começava a proibir os sacrifícios humanos, do outro, um povo rude e bárbaro que teimava permanecer agarrado ao tradicionalismo da arcaica civilização creto-micénica, entrincheirado no isolamento das ilhas do mar Egeu.

Parece que nestes rituais de sacrifícios humanos a mulher era sempre a mais sacrificava, quiçá porque quando impúbere e ainda não menstruada era reconhecida in concreto como um ser fisicamente puro e nas condições ideais para oferecer aos deuses!

 

ANDRÓMEDA

Andrómeda era filha de Cefeu, rei da Etiópia, e de Cassiopéia. Foi acorrentada num rochedo como sacrifício para o fim da destruição da Etiópia, causada por um monstro enviado por Poseidon. Fora libertada por Perseu, que a recebeu em casamento. – wikipedia. While Andromeda was crying upon her fate with the Nymph Echo, Perseus arrived to Ethiopia. When he saw the beautiful girl and heard what had happened, he decided to save her. Firstly, he asked Eros to help him, and then he killed the monster. Partiu com Perseu para Argos e, em seguida, para Tirinto, onde viveram por muito tempo, tendo vários filhos. É actualmente o nome de uma nebulosa, uma galáxia-NGC 224 e uma constelação. – wikipedia.

O mito de Andrómeda reporta-nos para o ciclo de Perseu e, portanto, para a época final da civilização cretense comprovando assim que seriam pratica corrente os sacrifícios humanos por meras razões de inveja política disfarçadas de superiores interessas comunitários porque permanecem obscuras as causas naturais que fariam desaparecer monstros que não fossem simplesmente imaginários, com simples sacrifícios cruentos, fossem eles ou não humanos!

No entanto, se bem que existam possibilidades de Perseu ter sido um herói lendário a verdade é, como uma das técnicas de memorização dos tempos arcaicos da oralidade estrita era a contextualizar a narrativa num enredo de módulos mítico que se reportavam a mitemas conhecidos em várias variantes.

clip_image008[1]

Figura 5: Perseu liberta Adrómeda depois de ter morto as Gorgonas. Mural romano.

No caso Preseu com os pés alados era um óbvio mitema de Hermes na vertente étmica de Prometeu. Por isso mesmo, era filho de Cefeu & Cassiopeia, ou seja,

Cefeu < Kephi-eu < Kaku-eu => Caco, o arcaico deus do fogo das terras subtropicais da Etiópia.

Cassiopei < Kaki-ophe-ia, lit. “a cobra Kakeia”, Caca, a esposa de caco.

O facto de, os antigos gregos, possivelmente por influência dos Egípcios, atribuírem aos Etíopes a origem dos deuses mais arcaicos, em relações etimológicas implícitas no próprios nome do Ponto, parece estar em relação com a própria antropologia humana que demonstra que o homo sapiens teria sido originário da região dos grandes lagos tendo saído de Africa atravessando a Etiópia para se espalhar pelo mundo.

        Prometeu < Phro-met-eu < Kur-Ma-at-eu

Andromeda < (An)-Thor-met-a < Kur-Ma-at-a => Artemisa.

De qualquer ou seja, parece que os sacrifícios humanos arcaicos eram todos patrocinados em nome de Tiamat/Artemisa e outras Virgens Mães e Sr.ª das cobras de que a Tanit cartaginesa foi a última representante, tal como Atena teria sido a primeira a reconverter-se em divina precursora da defesa da paz e dos “direitos do homem”! Deste modo, este mito serve também para reforçar a suspeita generalizada de que existiam sacrifícios humanos na aparentemente tão pacífica e humanista civilização minóica porque de facto, os sacrifícios mais comuns seriam de estrangeiros uma vez que os naturais seriam apenas sacrificados por razões políticas como ficou demonstrado!

 

EPHIGENIA

clip_image009[1]

Figura 6: Sacrifício de Efigénia.

Como as naus gregas se não pudessem mover de Áulida, por falta de ventos, e o adivinho Calcas tivesse dito que era necessário aplacar Ártemis, Agamémnon preparou-se para sacrificar sua filha Ifigênia.

Expedition 2: (a) The Greek leaders finally reassemble at Aulis. (b) Agamemnon kills a stag sacred to Artemis, and as a result Artemis sends unfavorable winds against the Greeks which prevent them from sailing for Troy. Calchas prophesies that Iphigeneia, Agamemnon's daughter, must be sacrificed to appease Artemis.

(c) The Greeks, on the pretext that Iphigeneia is to marry Achilles, send to Mycenae for the girl and plan to sacrifice her. But Artemis saves Iphigeneia at the last moment by snatching her away and substituting for her a stag.

clip_image010[1]

Figura 8: Pintura romana relativa ao «Sacrifício de Efigénia» à estátua de Potnia Teron sob o olhar ansioso dos deuses da caça, Diana & o veado sagrado e suas companheiras voando no céu! Notar na coincidência, que não pode ser meramente fortuita, de «Diana no céu» corresponde a uma redundância pois Diana = Deia-Ana, lit. «deua do céu» (= Ana) = Deia Celestis, epíteto de Tanit, uma deusa reconhecida como amante de sacrifícios humanos, particularmente de primogénitos e de crianças!

A futilidade das justificações míticas para a execução destes sacrifícios humanos, que iremos encontrar noutros casos, como no sacrifício de Andrómeda, torna estes sacrifícios tão hediondos aos nossos olhos de humanistas modernos como os genocídios nazis. Enfim a hipocrisia ideológica disfarçada de hipersensibilidade moral foi sempre o pretexto mais expedito par a obtenção do poder discricionário exercido por meio da repressão legalista em nome da prepotência doutrinária e/ou do fanatismo ritual!

O sacrifício de Efigénia à deusa Artemisa explica que se tenha mantido sempre na cultura grega a profunda relação formal desta deusa com os cultos arcaicos da deusa mãe representados pelas Gorgonas.

De resto, para completar esta suspeita de que Artemisa teria sido outrora Medusa, a arcaica deusa das cobras do matriarcado cretense, fica-nos a referência homérica de que Atena, heterónimo e máscara sublimada de Artemisa, sempre esteve ao lado dos gregos na aventura troiana.

 

Ver ACTEON (***) & MEDUSA (***) & GORGONAS (***)

 

Na altura, estes eram o lado micénio, e o mais arcaico e tradicionalista, da cultura Egeia, e então, os adoradores duma Atena Potinija / Potnia Teron, tal e qual a mesma Artemisa caçadora e sanguinária responsável pela morte de Acteião, enquanto os troianos do império hititas apareceriam como um povo mais tolerante porque modernizado pelos seus contactos com os hurritas e caldeus. Os gregos antigos tiveram alguma má consciência a este respeito porque parece que noutras versões do mito da “guerra de Tróia”, Ifigénia era salva in extremis por uma corsa.

clip_image011

Figura 7: Efigénia é transportada para o altar do sacrifício por um deus alado. Pintura num túmulo etrusco!

[21] But when they had put to sea from Argos and arrived for the second time at Aulis, the fleet was windbound, and Calchas said that they could not sail unless the fairest of Agamemnon's daughters were presented as a sacrifice to Artemis; for the goddess was angry with Agamemnon, both because, on shooting a deer, he had said, "Artemis herself could not (do it better ),"1 and because Atreus had not sacrificed to her the golden lamb. -- Apollodorus, Library and Epitome (ed. Sir James George Frazer) E 3.21

De qualquer modo, não deixa de ser interessante constatar que se a pratica dos sacrifícios humanos ainda era comum no início da “guerra de Tróia” entre os Aqueus então é porque teria sido ainda mais comum entre os micénicos mais arcaicos o que nos permite aceitar também que ela era tão comum entre os cretenses como veio a ser depois entre os fenícios o que acaba por explicar o mito de Teseu e o Minotauro e a exportação desta prática para as colónias das América durante a, quase segura, fase arcaica de navegação atlântica de que falava Platão.

Na Ilíada seria também sacrificada de forma bárbara Polixana, uma escrava de Aquiles.

Polyxena < Polis-Xena lit. *Kiana / Diana,

a deusa mãe protectora da cidade!

GLOBAL CHILD SACRIFICE: "child sacrifice...was practiced by the irish celts, the gauls, the scandinavians, the egyptians, the phoenicians, the moabites, the ammonities, and, in certain periods, the israelites. Thousands of bones of sacrificed children have been dug up by archaeologists, often with inscriptions identifying the victims as first-born sons of noble families, reaching in time all the way back to Jericho of 7,000 b.c. sealing children in walls, foundations of buildings, and bridges to strengthen the structure was also common from the building of the wall of Jericho to as late as 1843 IN GERMANY."[9]

clip_image012

Figura 9: (Polyxena image: the "sacrifice" of Polyxena to Achilles, black-figure vase painting by Timiades). Polichena é aqui retractada numa das cenas mais cruéis e primitivas da iconografia dos vasos gregos!

 

Ver: CANIBALISMO (***) & MIRTILO (***) & AGONIO (***)

 



[1] Chronology of Greece and the Greek Myths, http://www.argyrou.eclipse.co.uk/Myths2.htm

[2] After Libya he traversed Egypt. That country [p. 225] was then ruled by Busiris, a son of Poseidon by Lysianassa, daughter of Epaphus. This Busiris used to sacrifice strangers on an altar of Zeus in accordance with a certain oracle. For Egypt was visited with dearth for nine years, and Phrasius, a learned seer who had come from Cyprus, said that the dearth [p. 227] would cease if they slaughtered a stranger man in honor of Zeus every year. Busiris began by slaughtering the seer himself and continued to slaughter the strangers who landed. So Hercules also was seized and haled to the altars, but he burst his bonds and slew both Busiris and his son Amphidamas. --- Apollodorus, Library and Epitome (ed. Sir James George Frazer).

[3] Egyptian Dynasties, http://www.mysterieszone.com/egypt-dynasties.htm

[4] Este costume foi descrito por Heróduto como sendo típicos dos citas o que nos deixa na pista de que será verídica a suspeita de que os supostos indo-europeus, de que os celtas seriam o grupo mais precoce e mais ocidental, mais não seriam do que a progressão silenciosas, em mancha de azeite, dos povos nómadas centro europeus a partir de focos de contaminação caucasiana em torno dos grandes centros culturais neolíticos da Anatólia.

[5] RELIGIÓN PROVINCIAL ROMANA EN LA PENÍNSULA IBÉRICA: REFLEXIONES TEÓRICAS Y METODOLÓGICAS, Copyright: Francisco Diez de Velasco.

[6] Copyright © 2001 by Frank E. Smitha. All rights reserved.

[7] O tribunal da Charia, Nigéria, analisa hoje o recurso da sentença à morte por lapidação de Amina Lawal. DN de 7/3/05.

[8] The Horse Sacrifice (Atlantis in the Indies)

[9] MEDICINE IN MEXICO by Gordon Schendel University of Texas Press-Austin 1968 Page-29.

Sem comentários:

Enviar um comentário