Figura 22: Cortejo báquico aberto por uma criança!
Na época antiga os mistérios já pouco mais eram do que uma espécie de exorcismo caricato, pálida imagem dos segredos místicos arcaicos com os quais se consumava a iniciação dos adolescentes violentando a sua inocência com um corte simbólico de carga sexual condenando-os assim ao rigor da vida adultícia, na caça e na guerra! Suspeita-se ainda que em épocas mais recuadas alguns dos “rituais de passagem” fossem carregadamente sexuais precisamente como forma rudimentar de educação sexual que permitia aos adolescentes acabados de sair das saias protectoras do matriarcado já extinto iniciarem-se nas responsabilidades da vida reprodutiva como condição de sustentabilidade do poder baseado na família patriarcal!
Nos mistérios dionisíacos da época clássica já tudo seria meramente simbólico e dito possivelmente duma forma (que poderá ter sido bem muito mais vernácula em tempos idos!):
*Em nome dos deuses da fertilidade se imola a inocência mordendo-a com a cobra sagrada*!
*Comei e bebei do corpo místico de Baco que será doravante a vossa salvação*!
Ou então, alguma fórmula de sabedoria ao gosto do senso comum, do género:
*faz-te à vida meu filho pensando na eterna porque nesta...meio mundo sobrevive a comer o outro meio *!
E é então que os mitos da inocência perdida fazem algum sentido na vida de Dionísio, o deus da loucura divina por desgostos de amor!
Dionísio não foi seguramente o único deus dos ritos de Passagem mas foi seguramente um dos mais comuns em todas as culturas na forma genérica de “deus menino”. A sociedade egeia conhecia bem a homossexualidade cretense usada espontânea e naturalmente como forma de controlo demográfico e que a sociedade patriarcal passou a usar a como alternativa sexual ao acesso limitado à mulher reservada aos negócios de casamento. Naturalmente que se a homossexualidade continuou a existir teria que ser reguada simbolicamente pela mitologia e coube a Dionísio o papel de patrono dos ἐρώμενος, as crianças e jovens “amados” e sujeitas à pedofilia iniciática. Os gregos clássicos já começavam a entender o quando de vergonhoso se envolvia nestas práticas e expressavam isso mesmo nos seus mitos onde se recusavam a falar abertamente do assunto que reservavam para o segredo dos mistérios.
"O Lago Alcião[perto Nemea, Argos], através do qual os argivos dizem que Dionísio desceu aos infernos para trazer Semele, acrescentando que a descida aqui lhe foi mostrado por Polimno...Os ritos nocturnos realizados a cada ano em honra de Dionísio não devem divulgam para o mundo em geral." -- Pausanias, Descrição da Grécia 2 37
Mas quando falam não contam a verdade toda senão por insinuações e por símbolos.
"Quando Liber [Dionísio] recebeu a permissão de [Zeus] seu pai para trazer de volta do Mundo Inferior a sua mãe Semele e, na busca de um lugar de descida, tinha vindo para a terra do argivos, conheceu um certo Hiplipno, um homem digno da sua geração, que iria mostrar a entrada em resposta à solicitação de Liber. No entanto, quando Hiplipno o viu, com a idade de um simples menino mas superando todos os outros em notável beleza de formas, perguntou-lhe se o poderia recompensar sem perdas. Liber, no entanto, ansioso por sua mãe, jurou que, se ele a trouxe de volta, lhe iria fazer o que quisesse, em termos, no entanto, que um deus poderia jurar a um homem sem vergonha. Imediatamente, Hiplipno mostrou-lhe a entrada. Então, quando Liber veio a esse lugar e estava prestes a descer, ele deixou a coroa, que tinha recebido como um presente de Vênus [Afrodite], naquele lugar que, em consequência é chamado Stephanos (corôa)". -- Pseudo-Higino, Astronomica 2 5 (trad. Grant).
É interessante notar que a coroa de Santo Estêvão ficou sendo um símbolo dos ritos de passagem não se sabendo bem a que propósito, se bem que seja um facto que, as coroas de parras, de eras e seguramente de louros, acabaram por ser comuns nos jogos olímpicos e nos concursos de todo o tipo relacionados com festividades gregas onde os ritos de passagem estavam sempre implícitos. Assim, não seria inteiramente ao acaso que em Creta os erómenos eram chamados kleinos ("glorioso")...seguramente porque acabariam por triunfar nos concursos dos ritos de passagem.
Ver: MISTÉRIOS ANTIGOS DO VINHO DE DIONÍSIO (***) & LAMEGO (***)
Os cristãos, que já pouco ou nada teriam a respeitar nestes ritos e a tudo se achariam no direito de dizer para retirar dignidade aos deuses clássicos, acabariam por levantar o véu da verdade. De facto não precisamos de suspeitar que os cristãos estariam a inventar vergonhas para conspurcar os deuses antigos porque a realidade costuma superar a ficção e seria possivelmente ainda mais vergonhoso do que o pudor cristão o poderia descrever.
"São consagrados Falos a Dionísio...Esta é a origem destes falos:
Dionisio estava ansioso por descer aos infernos, mas não sabia o caminho. Então um certo homem de nome Prosimno prometeu contar-lhe...mas não sem alguma recompensa...paga de favor que não era muito decente, embora para Dionísio fosse decente o suficiente. Era um favor de luxúria, esta recompensa a que Dionísio foi convidado e a que o deus se dispôs a conceder o pedido, de tal modo que, no caso do seu retorno, a isso se comprometeu a cumprir o desejo de Prosimno, confirmando a promessa com um juramento.
Tendo aprendido o caminho, ele partiu e (muito mais tarde) voltou. Mas ele não encontrou Prosimno porque entretanto morrera. No cumprimento do voto para com o seu amante Dionisio apressa-se para o túmulo e se entrega à sua luxúria antinatural. Cortando um ramo de uma figueira que estava à mão, ele o moldou à semelhança de um falo, e, em seguida, fez uma teatralização do cumprimento da sua promessa para com o homem morto. Como memoriais místicos desta paixão configurados são feitos falo a Dionísio nas cidades. "Pois, se não fosse a Dionísio que estivessem realizando a procissão solene e cantando o hino fálico, eles estariam agindo ainda mais vergonhosamente", diz Heráclito. " -- Clemente de Alexandria, Exortação aos gregos 2 30 (trad. Butterworth) (retórica Gregas Cristãs c2nd AD). [NB A seguinte passagem é de crítica de um escritor cristão dos deuses pagãos.]
Na verdade é bem possível que o jovem Dionísio na sua procura dolorosa da mãe bruscamente perdida em dramáticas condições simbólicas, como que de combustão ante parto, se tenha afeiçoado a um tal Prosimno que por ter nome cretense seria adestrado na arte da sedução pedófila...e poderia ser apenas uma variante adulta do culto do deus menino cretense ou seja uma antigo erómeno!
Prosimno < Phrosh-Mino < Kurish-Mino => Minotauro.
> Herimino > «Erómeno»!
"Hermes levou [o recém-nascido Dionísio] para Ino e Atamas, e persuadiu-os a cria-lo como uma menina." Pseudo-Apolodoro, Bibliotheca 3 28.[1]
E um Dionísio depressivo, precocemente órfão e criado como rapariga até pode ter conquistado em Prosimno uma mãe de substituição...onde o falo materno inexistente acaba por se encontrar num pénis real que assim se transforma num amante sincero que desgraçadamente o deus da tragédia humana acabaria também por perder fosse pelos azares da vida fosse pela lei natural da pederastia. Súbita e renovadamente abandonado ao desespero depressivo é bem possível que Dionísio tenha encontrado no falo de figueira um objecto afectivo de substituição que agora sim adquire as características de um fetiche que a mitologia acaba por sacralizar.
Dionísio continuará um deus andrógino e efeminado porque as leis da sexualidade condicionada, agora sobretudo pelo patriarcado, o irão exigir na medida em que nem todos os jovens se irão sair bem dos ritos de passagem.
Seneca, Hercules Furens 472 ff (trans. Miller) (Roman tragedy C1st A.D.): "But dainty Bacchus [Dionysos] does not blush to sprinkle with perfume his flowing locks, nor in his soft hand to brandish the slender thrysus, when with mincing gait he trails his robe gay with barbaric gold."
Suidas s.v. Androgynos (trans. Suda On Line) (Byzantine Greek lexicon C10th A.D.): "Androgynos (androgynous): [A word applied to] Dionysos, as one doing both active, male things and passive, female ones [in sexual intercourse]. Alternatively ‘effeminate’ (anandros), and hermaphroditic (hermaphroditos) [also men who have lost their virility including eunuchs]. Also [in the genitive plural, meaning those who are] weak and have the hearts of women."
Suidas s.v. Appapai (quoting Aristophanes, Frogs 57): "Appapai (Oh god!): An expression of affirmation. For when Herakles asks [Dionysos] ‘Were you loved [physically] by a man?’, this is his response."
Claro que a pederastia é maioritariamente familiar e sempre o terá sido!
Oh, pai! E assim Dionísio confirma para Hércules que já tinha sido desejado e molestado por homens desabafando como que num lapso psicanalítico que teria sido o próprio pai o primeiro a faze-lo ao concebe-lo pala barriga da perna numa implícita referência ao coito intercrural ou femoral.
Nota: Esta postada é uma atualização para uma anterior com o título: PANASQUEIRAS HILARIANTES DA MAGNA MATER.
Nota: Esta postada é uma atualização para uma anterior com o título: PANASQUEIRAS HILARIANTES DA MAGNA MATER.
[1] Pseudo-Apollodorus, Bibliotheca 3. 28 (trans. Aldrich) (Greek mythographer C2nd A.D.): "Hermes took him [the newborn infant Dionysos] to Ino and Athamas, and persuaded them to bring him up as a girl."
É patente a relação de Apolo e Dionísio e ambos com o Jesus (estranhamente representado como um efeminado).......então essa relação pode levar ao mitraísmo como um produto mediterrãneo e não oriental e portanto a fonte do judaico-cristianismo......então judeus e cristão de hoje tem um culto de origem fálica e pederasta.....porca miséria.kkkkkkkk coitada dessa gente que não estuda História e sim a estória da Bíblia.........................
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