Figura 1: Deusa Síria usando uma coroa amuralhada ladeada por pombas, provavelmente Atargate identificada com Afrodite. (Templo de Adonis em Duro-Europos.)
Esta representação de Dea Syria
confirma a razão de ser deste epíteto da Deusa Mãe oriental de
indefinida correlação com outras congéneres egeias e anatólicas. É
evidente que os pombos que aparecem ao lado de Baba e o castelo na cabeça da
deusa não deixam dúvidas quanto à sua semelhança com Cibele. Porém, ela é Atargate.
ATARGATE
Manbij
ou Hierápolis Bambice foi uma antiga cidade da Síria. Era um santuário
desde um tempo muito recuado, mas registros históricos só começam na
época dos Selêucidas, que a fizeram a principal cidade na estrada entre
Antioquia e Selêucia.
The sanctuary of Atargatis predate
the Macedonian conquest as it seems that the city was the center of a
dynasty of Aramean priest-kings ruling at the very end of the Achaemenid
Empire; two kings are known, ‘Abyati and Abd-Hadad.
Atargate /ou Ataratheh (aramaico: ‘Atar’atheh ou Tar’atheh) foi a principal deusa do norte da Síria na Antiguidade Clássica. Ctésias de Cnido também a chamou Derceto,
e os romanos, Dea Syriae ("deusa síria"). Ela era principalmente uma
deusa da fertilidade, mas, como Baalat ("senhora") de sua cidade e das
pessoas, ela também foi responsável pela sua protecção e bem-estar. Seu
santuário principal era em Hierápolis, moderno Manbij, a nordeste de
Aleppo, na Síria. Ás vezes é descrita como deusa-sereia, devido à sua
identificação com a deusa peixe de Ascalon. No entanto, não há nenhuma
evidência de que Atargate fosse adorada em Ascalon (onde era adorada Derceto) e toda a sua evidência iconográfica é como antropomórfica.
Hierapolis (the “holy city”) was originally known as Manbug from the Semitic root nb’ meaning
“to come out”. The name is interpreted as a pouring forth of water from
the rock. Devotees came to pour libations down a crevice in the rock
under the temple, said to be the place where the Great Flood was
swallowed up. (…). Its water ceremonies continued, with processions
carrying the image of Atargatis to her sacred lake to be immersed, while others brought ocean water to the temple. – Goddess Temples in Western Asia II by Max Dashu.
Figura 2: Atargate & Hadad. Reprodução ciberneticamente manipulada de achado arqueológico romano muito danificado. A deusa parece segurar na mão direita um cistro.
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Figura 3: Escultura em calcário encontrado no templo de Atargate em Dura-Europos.
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Coins struck at the city before Alexander’s conquest record the Aramean name of the city as Mnbg
(meaning spring site). For the Assyrians it was known as Nappigu
(Nanpigi). The place appears in Greek as Bambyce and Pliny (v. 23) tells
us its Syrian name was Mabog (also Mabbog, Mabbogh).
< M(a)n(a)bog (= Mãe-d´água).
Assir. Ma ó Nappugi > Nappigu > Nanpigi.
Bambice < Bambyce < Ma-Babu-Ki > Mabbaugi > Mabbog > Mabog.
Baba
– Também conhecido como Bau ou Bawa, era a deusa suméria de Lagash, a
deusa mãe da fertilidade, conhecido como “Dona dos Animais” (Potnia
Teron) e Senhora da Abundância.
Existia
a antiga tradição de as festas de Nossa Senhora das terras costeiras
acabarem com a submersão da Virgem no mar o que hoje já não ocorre, não por ser demasiado pagão, mas por causa do comodismo da vida moderna.
In
this entrance those phalli stand which Dionysus erected: they stand
thirty fathoms high. Into one of these a man mounts twice every year,
and he abides on the summit of the phallus for the space of seven days.
The reason of this ascent is given as follows: The people believe that
the man who is aloft holds converse with the gods, and prays for good
fortune for the whole of Syria, and that the gods from their
neighbourhood hear his prayers. Others allege that this takes place in
memory of the great calamity of Deukalion’s time, when men climbed up to
mountain tops and to the highest trees, in terror of the mass of
waters. — The Syrian Goddess, by Lucian, tr. by Herbert A. Strong and John Garstang, [1913]
Figura 22: The fishpond of fish sacred to Atargatis survives at Şanlıurfa, the ancient Edessa, its mythology transferred to Ibrahim.
Obviamente
que todos os deuses antigos, particularmente helenistas, eram
antropomórficos segundo o panteão olímpico o que já tendia a ser assim na
alta antiguidade (mais Caldeia e menos Egípcia) mas seguramente que
assim não seria nos tempos arcaicos do neolítico e, sobretudo, não seriam senão zoomórficos nos tempos do paleolítico superior. Quer isto dizer que a tradição de Atargate
como deusa peixe pode ser aceite desde que haja para isso suficientes
evidências porque estranho é que assim não tivesse acontecido no modo de vida marítimo da civilização Egeia de cuja tradição se supõe ter derivado a
cultura Síria, a do Curdistão e a da Arménia, esta última de que derivou a ariana.
It
has also been proposed that the element -gatis may relate to the Greek
gados "fish".[*] (For example, the Greek name for "sea monster" or
"whale" is the cognate term ketos). So Atar-Gatis may simply mean "the
fish-goddess Atar". – Wikipedia.
[*] Henry George Liddell, Robert Scott, A Greek-English Lexicon, s.v. "Atargatis":
Ἀταργατῖς , gen. ῖδος, acc. ῖν (cf. Hdn.Gr.1.107,
2.761): dat. A.“Ἀταργατεῖτι” IG12(3).188 (Astypalaea): also gen.
“Ἀταργάτιος” BCH 6.499 (Delos); dat. “Ἀταργάτει” SIG1135 (Delos),
“Ἀταργάτι” IG12(3).178 (Astypalaea): — Atargatis, a Syrian divinity,
Mnaseas 32, Str.16.1.27, Corn.ND6, etc.: — also Ἀταργάτη , LW1890, v.l. in Str.16.4.27: Ἀτταγάθη , Hsch.
Na verdade não se confirma que os dicionários de grego relacionem Astargatis com o termo grego gados. O erro da referência da citação da Wikipédia seria este:
Γάδος , a A. fish, = ὄνος, Dorio ap.Ath.7.315f. II. = γάνδος (q.v.). — Henry George Liddell. Robert Scott. A Greek-English Lexicon.
Atargatis,
īdis, f., = Ἀτάργατις, I. a Syrian deity, called also Derceto
(Δερκετώ), Plin. 5, 23, 19, § 81; Macr. p. 1, 23. — A Latin Dictionary.
(…). Charlton T. Lewis, Ph.D. and. Charles Short, LL.D. Oxford.
Clarendon Press. 1879.
Esta relação de Atargate com gados
não é prova da linha de evolução etimológica mas explicação da
ressonância fonética que modificou o termo grego para aquilo que
parecia ser: uma deusa peixe como seguramente seriam as referencias
externas locais que os gregos não poderia ter simplesmente inventado do
nada! De resto, Plínio acabou por reconfirmar que Atragatis também se chamava Derceto e não seria por mera pressão dum hipotético equívoco do médico de Cnído. Por outro lado, é possível que a sílaba -gatis de Atargate tenha recebido influências dos epítetos acádios da deusa suméria Baú…particularmente de Ga-tu-m-dug.
Bau: deusa dos cães e da Cura. O seu nome é uma a forma onomatopaica de latido do cão. Variantes do seu nome são Nin-Karrak, Nin-Issina, Nin Ezen, Nin-Nibiru, Nin-Tinuga, Nm-din-dug, Gula, Ga-tum-dug.
At
Ugarit, cuneiform tablets attest a fecund "Lady Goddess of the Sea"
(rabbatu at?iratu yammi), as well as three Canaanite goddesses — Anat, Asherah and Ashtart — who shared many traits and might be worshipped in conjunction or separately during 1500 years of cultural history.
Figura 23: Atargate de Heliopolis -Baalbek.
The goddess ‘Atah worshipped at Palmyra may possibly be in origin identical with ‘Anat. ‘Atah was combined with ‘Ashtart under the name Atar into the goddess ‘Atar’atah known to the Hellenes as Atargatis. If this origin for ‘Atah is correct, then Atargatis is effectively a combining of ‘Ashtart and ‘Anat. (Cognates of Ugaritic ‘Ațtart include Phoenician ‘Aštart — Hellenized as Astarte — Old Testament Hebrew ‘Aštoreth, and Himyaritic ‘Athtar. Compare the cognate Akkadian form Ištar.) – Wikipedia.
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De qualquer modo, o nome de Atargate parece indiciar que não só esteve relacionado com o dragão como esteve relacionada com o nome da deusa draconiana de Ascalon, Decreto, a deusa que o médico Ctésias de Cnido confundia como sendo a mesmo, e ele lá saberia porque é que o fazia.
*Ka–K(a)ur Ki-Ki > Ha-Tar-Ka-Te > Atar-ga-ti(s) > Atargate.
*Ka–K(a)ur Ki-Ki > Ha-Fhaur-thite > Afordite > Afrodite ó Anfitrite.
Taverete < Ta-ker-hate ó Hator.
*Ka–K(a)ur-ka-te > Hator-Hate > Atar-ate < Ash-Kar-Ki > Astar-te.
ó Istar < Ish-Kura > Shara > Sala.
*Ka–K(a)ur Ki-Ki > *Hatauratete > ‘Atar’atheh > ‘Atar‘atah
> Tar’atheh > Tar‘atha ó Thar-ka-(ta) > *Ker-ka-te
> *Der-Ke-to > *Der- ce(to) < Draca(ina) => «Dragão»
> Ceto.
Alternatively,
the second half may be a Palmyrene divine name ‘Athe (i.e. tempus
opportunum), which occurs as part of many compounds. – Wikipedia.
Quanto à raiz –ate, o mais provável é que resulta de a uma decomposição silábica errada do nome aramaico ‘Atar’atheh de que deriva Atargate e que seria algo como *Ka–K(a)ur Ki-Ki > *Hatauratete de que derivariam muitos nomes de deusas mães primordiais egeias e do médio oriente.
Terão sido as coisas assim tão simples? Não há como sabe-lo!
Athtart (Atar) + Anat (Ata) = Atarata.
Athtart (Atar) + Anat (Ata) + Thirat ¹ Atarata.
Ashtar(t) + Attis > Atar-ash-tis > Atarogtis > Atarga-tis, etc.???
Atar + Ag(dos) + (At)tis => Ataragdis ó Atarga-tis ???
Ashtar(t) + Attis > Atar-ash-tis > Atarogtis > Atarga-tis, etc.???
Atar + Ag(dos) + (At)tis => Ataragdis ó Atarga-tis ???
Num penhasco deserto, denominado Agdos, na fronteira da Frígia, Cibele era adorada sob a forma de uma pedra negra.– Wikipedia.
As deusas fenícias referidas não eram bem assim denominadas porque eram: Asherah, Anath, Astarte. Depois ainda porque é forte a suspeita de estarmos perante o nome duma deusa que seria a verdadeira antepassada fenícia de Afrodite e possivelmente o nome a que certos autores se refeririam quando postulavam a origem fenícia de Afrodite.
A fonética da origem taurina das deusas do amor não se ouve bem no nome de Inanna, mas sim no de Anat o que começa a ser explícito a partir da análise dos antecedentes semânticos de Istar. Tendo-se a certeza de que Irnini foi um epíteto de Istar então é possível inferir que este nome constitui o elo de ligação semântico que transformou fonética e nominalmente Inana na deusa guerreira e taurina que já era ao ser uma deusa mãe leonina e "goddess of love, procreation, and war".
Assim,
mais do que evolução étmica estes nomes devem ter sido vítimas de
corruptelas por homofonia durante a longa fase oral do culto destas
divindades.
> Sumer. Ashtar-tu ó Estar-tu = Istar.
> Ash-Taur-at > Hebr. Ashtoreth > Ashtaroth.
Atar-ata < A(sh)-Taur- | Hata < Ki-at > Gat | > Atargat(is).
> Ashtar-at > Phoen. `Ashtart > `Athtart > Atar.
> Ugar. Athirat.
Em Ugarit, as tabuinhas com cuneiformes atestam três grandes deusas cananeias: Aṭirat (> Asherah) – descrita como um "Senhora fecunda do Mar" (rabbatu at̪iratu yami) – Anat e Attart (> Astarte),
que compartilharam muitas características e podem ter sido adoradas em
conjunto (em épocas de maior confusão cultural?) ou separadamente como
variantes da mesma deusa durante cerca de 1500 anos de história.
Na
verdade, a dificuldade de encontrar vestígios claros uniformes e
persistentes de uma cultura religiosa centrada numa mitologia e panteão
únicos para os povos da região da Dea Siria radica precisamente no facto
de estarmos no corredor Sírio por onde passavam todas grandes migrações
e invasões históricas em torno do crescente fértil. O destino final
trágico de Ugarit é bem expressivo na sua rica arqueologia.
Figura 24: Mapa da Síria antiga.
Muito
depois de Sansão, Gaza voltou a conhecer destruição quando, em Outubro
de 332, depois de três a cinco meses de cerco (há as duas versões), a
cidade foi conquistada por Alexandre, o Grande, no avanço das forças
macedónias em direcção ao Egipto. Como castigo pela não rendição do
governador local, toda a população masculina foi massacrada. As mulheres
e as crianças foram vendidas como escravas. A região foi posteriormente
repovoada com beduínos (nómadas) em áreas circundantes. — In Revista Publica de 18 de Janeiro, 2008 / Margarida Santos Lopes.
Da
mais recente cultura filisteia o que os judeus macabeus não destruíram
caiu nas mãos de Nabucodonosor II em 604 aC, acabando queimada e
destruída e o seu povo exilado enquanto toda a Síria acabava mais tarde
dominada pela cultura persa de que o helenismo a tentou resgatar. Por
fim o que a sanha anti pagã do cristianismo bizantino não destruiu os
árabes ocultaram ou abandonaram para que os cruzados a não conseguissem
conquistar…e destruir ainda mais.
Figura 25: Friso Assírio colocando lado a lado o culto da árvore da vida e do lago sagrado das águas vivas no centro do paraíso! (Retirado da obra “Monuments of Nineveh from drawings made on the spot by Austen Henry Layard).
“To Zeus, sender of fair winds, and Astarte of Palestine, and Aphrodite Urania,
to the divinities that hearken, Damon son of Demetrios of Ashkelon,
saved from pirates, makes this vow. It is not lawful to offer in
sacrifice an animal of the goat or pig species, or a cow.”
The
Palestinian Astarte is here distinguished from the Aphrodite of
Ashkelon; and though there obviously was much confusion between them,
the distinction was real. From
Lucian we learn that there were two goddesses, whom he keeps carefully
apart, and who indeed were distinguished by their bodily form.
The
goddess of Hierapolis, of whose worship he gives us such a lurid
description, was in human form: the goddess of Phoenicia, whom he calls Derkĕto (a Greek corruption of the Semitic Atargatis) had the tail of a fish, like a mermaid.
The
name of this goddess, as written in Sidonian inscriptions, was long ago
explained as a compound of עתר and עתה, ‘Atar and ‘Ate. These are
two well-established divine names; the former is a variant of ‘Ashtart,
but the latter is more obscure: it is possibly of Lydian origin. In
Syriac and Talmudic writings the compound name appears as Tar‘atha. – The Philistines, by R.A.S. Macalister, [1913]
Assim, aceitamos que na época do ferro e depois da crise da idade das trevas que acabou com Ugarite a deusa fenícia Atargate continuou a ser uma deusa peixe como pescadores e marinheiros eram os seus adoradores e se terá diferenciado da deusa Cananeia Astarte e da judaica Astorete cujos
povos se continentalizaram na medida em que deixaram de ser pescadores e
passaram a ser pastores quando entraram pela Síria adentro em direcção à
Mesopotâmia.
De
resto a progressiva humanização dos deuses em detrimento da arcaica
zoolatria teve aqui o seu papel. Se nem todas as deusas
Sírias foram sereias como explicitamente era a deusa filisteia de
Escalhão / Ascalon a verdade é em todos os templos de Atargate havia uma piscina de peixes.
Ver: ASCALON (***)
Por
outro lado, não deixa de ser um estranho atavismo cultural que os
antigos sírios abominassem a carne de peixe e do cisne, ambos animais de
lagos sagrados, enquanto o cristianismo passou a fazer do peixe a carne
do jejum sagrado.
Diodorus Siculus (ii. 4). ‘In Syria is a city called Ashkelon, and not far from it is a great deep lake full of fishes; and beside it is a shrine of a famous goddess whom the Syrians called Derketo:
and she has the face of a woman, and otherwise the entire body of a
fish, for some reason such as this: the natives most skilful in legend
fable that Aphrodite being offended by the aforesaid goddess inspired
her with furious love for a certain youth among those sacrificing: and
that Derketo, uniting with the Syrian, bore a daughter, and being
ashamed at the fault, caused the youth to disappear and exposed the
child in certain desert and stony places: and cast herself in shame and
grief into the lake. The form of her body was changed into a fish:
wherefore the Syrians even yet abstain from eating this creature, and
honour fishes as gods.’
The legend is told to the same effect by Pausanias (II. xxx. 3).
Brito-mar-(tis) < Wer-teo Mater-ish < Ker-tu Ma-ter-kiki
< Kurija *Matereja
Dictynna < Dictumna < Kiki-Tumna ó *At-Tumnu = Adonis.
This legend is of great importance, for it helps us to detect the Philistine element in the Ashkelonite Atargatis. An essentially identical legend was told in Crete, the heroine being Britomartis or Dictynna. According to Callimachus’ Hymn to Artemis
Britomartis was a nymph of Gortyna beloved of Artemis, whom Minos,
inflamed with love, chased over the mountains of Crete. The nymph now
hid herself in the forests, now in the low-lying meadows; till at last,
when for nine months she had been chased over crags, and Minos was on
the point of seizing her, she leaped into the sea from the high rocks of
the Dictaean mountain. But she sprang into fishers’ nets (δίκτυα) which
saved her; and hence the Cydonians called the nymph Dictynna, and the
mountain from which she had leaped called they Dictaean; and they set up
altars to her and perform sacrifices. — The Philistines, by R.A.S. Macalister, [1913].
Ver: AS DEUSAS "MÁSCULAS
/ DICTINA AFAIA BRITOMARTIS (***)
Britomartis era filha de Zeus e de Carme, a senhora das colheitas e antepassada das latinas Carmentas e da Senhora do Carmo, todas divinas mães do deus menino Kar / Carpo / Hórus Carpocrates.
The
cult of Britomartis was evidently very ancient. Her temple was said to
have been built by Daedalus. The name is alleged to mean uirgo dulcis; and as Hesychius and the Etymologicon Magnum give us respectively γλυκύ and ἀγαθόν as meanings of βριτύ or βρίτον, the explanation is very likely correct. The name of the barley drink, βρύτος or βρύτον, may possibly have some connexion with this word. See also the end of the quotation from Stephanus of Byzantium, ante p. 15.´– The Philistines: Their History and Civilization: The Schwiech Lectures, R.A. Stewart Macalister.
"Her
name is supposed to mean the ‘Good Maiden’ — which like Aristaios and
Kalliste, may be a euphemism for its opposite, the Maiden of Death."
(Carl A.P. Ruck and Danny Staples, The World of Classical Myth [Carolina
Academic Press], 1994:113).
De facto, o nome de Britomartis
tem ressonâncias marciais que não serão inteiramente ocasionais e as
suas funções másculas de deusa da caça não condizem com a doce candura duma
jovem virgem.
Figura 26: Deusa caçadora num selo cretense. (Corpus of the Minoan and Mycenaean Seals CMS-XI-026-1).
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Figura 27: Potnia Teron ou Dictina. (Corpus of the Minoan and Mycenaean Seals CMS-XI-026).
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Son
aspect inspirant la terreur a été atténué par l’appellation
Britomartis, la "douce vierge" afin d’apaiser son aspect dangereux. En
effet elle avait les caractéristiques d’une Gorgone, accompagnée d’une
hache à double tranchant symbole de la puissance divine et tenant des
serpents.
La
déesse antique n’a jamais complètement disparu; elle est restée sur des
pièces de la ville Olous, sous son nom ou celui de Diktynna, la déesse
du Mont Dicté.
Cette
dernière est représentée avec des ailes, un visage humain et saisissant
un animal dans chaque main tout comme Potnia Theron, la maîtresse des
animaux.
O rei Minos apaixonou-se por Brito-Matris, a que foi Cleto, a amante atlântida de Poseidon mas que seria Kertu / Kurija que veio a ser a deusa mãe de Beirute, e que, ainda virgem temerosa, fugiu para as montanhas onde esteve nove meses, seguramente para esconder uma gravidez indesejada. Regressou mas como continuasse a ser importunada por Minos acabou a praticar o tipo mais comum de suicídio das mulheres e dos jovens na Grécia antiga: o «catapuntismo» que depressa se transformou numa lenda e a vítima numa deusa. Como é de regra nestas tragédias lendárias o milagre aparece logo pelo que Britomartis acabou nas redes dos pescadores…como se fosse um peixe o que levou os autores antigos de etimologias populares a relacionar o nome desta deusa com o da deusa Artemis Dictina ignorando que esta deusa não era pescadora embora usasse redes de caça. No entanto, o nome desta deusa deriva mais seguramente da mesma entidade sagrada que deu nome à serra cretense Dikti (Δίκτη) ou "Dicteion" porque seria a Deusa Mãe de Zeus e das divinas leis, dos «ditos» e «ditados» como foi Temis. A prova de que a lenda de Britomartis começou entre pescadores antes ter passado a mito de caçadores continentais é o facto de Pausânias lhe atribuir a invenção das redes de caça...que todos sabemos serem copiadas das dos pescadores!
O SEMEION
One
of the most important elements of Lucian’s account which the relief of
Hadad and Atargatis found at Dura Europos corroborates is the standard
with circles on it surmounted by a dove placed between the deities. It
is called the semeion by
Lucian and interpreted to be a symbol of the Babylonian queen Semiramis
(c. 800 BC) who supposedly founded the temple in another of Lucian’s
foundation myths. An interesting aspect of the cult revealed by the Dura
relief is that Atargatis was apparently more important that Hadad
because she is depicted as larger than Hadad and he appears pushed to
the side and behind her. This belief is underscored by the inscriptions
at Delos which mention Atargatis more often than her consort. – Goddess Temples in Western Asia II by Max Dashu.
Figura 8: The god and goddess of Hierapolis (Hadad & Atargate, com o sagrado Semeion entre eles). ((From a Coin of the 3rd cent. A.D.).)
O grego clássico desconhece o termo semeion
mas a grego bíblico neo testamentário usa-o com o significado de sinal e
milagre numa evidente inclusão do aramaico judaico no grego. Porém se
os gregos clássicos desconheciam o semeion tinha um termo equivalente que era Sema.
7§1. The key word for this hour is sēma (plural sēmata), meaning ‘sign, signal, symbol; tomb, tomb of a hero’. An important word that derives from this noun sēma is the verb sēmainein, ‘mean [something], indicate [something] by way of a sēma’. Modern words that derive from sēma include semantic and semiotic. (…)
7§3. I concentrate here on the use of this word sēma in two verses, Iliad XXIII 326 and 331, concerning the sēma or ‘sign’ given by the hero Nestor to his son, the hero Antilokhos, about the sēma or ‘tomb’ of an unnamed hero. The
two verses come from a passage where Nestor gives instructions to
Antilokhos about the driving skills required for a charioteer to make a
left turn around a landmark. As we will now learn from the context,
this landmark is meant to be used as a turning point in the course of a
chariot race that is being planned as the culminating athletic event of
the Funeral Games for Patroklos in Iliad XXIII. In the words of Nestor, this landmark is either a sēma, ‘tomb’, of an unnamed hero of the distant past (XXIII 331) or it was once upon a time a turning point, a nussa (332), used for chariot races that must have taken place in such a distant past. As I will argue, the master narrative of the Iliad shows that this sēma or ‘tomb’ is to be understood as the tomb of Patroklos himself, which he will share with Achilles once Achilles too is dead. — The Center for Hellenic Studies | 3100 Whitehaven Street, NW. Washington, DC 20008.[1]
Figura 9: Boston Hydria. Attic black-figure hydria Achilles dragging the body of Hector. Attributed to the Antiope Group. Museum of Fine Arts, Boston, 63.473. Desenho de Valerie Woelfel adaptado (rectangulado e colorido) pelo autor deste texto.
Ouve um sinal de confiança que certo não há-de esquecer-te:
um tronco seco se eleva uma braça ali fora da terra
ou de carvalho ou de pinho que a chuva estragar não consegue
por duas pedras mui alvas ladeado no ponto preciso
onde se estreita o caminho que daí para diante é mais amplo.
Provavelmente assinala o sepulcro de alguém morto há muito
se não for marco de pista ali posto por homens de antanho.
Lá pôs a meta o divino Pelida de pés muito rápidos.
Rente a esse tronco os cavalos e o carro habilmente dirige
inclinação para a esquerda imprimindo no corpo por cima
do parapeito trançado. O corcel da direita procura
estimulá-lo com gritos soltando-lhe a rédea vistosa;
mas que o da esquerda perpasse tão perto da meta que tenhas
quase a impressão de que o cubo bem feito da roda na pedra
340 vai esbarrar. Mas evita ainda mesmo de leve tocá-la:
danificar poderias o carro e ferir os cavalos.
o que vergonha te fora e prazer aos demais causaria.
Sê pois prudente meu filho e com muita cautela procede. – Ilíada, Canto 23.
Σῆμα , Dor. σᾶμα Berl.Sitzb.1927.161 (Cyrene), etc.: ατος, τό: — A. sign, mark, token, (…).
1. sign from heaven, omen, portent (…).
2. generally, sign to do or begin something, (…).
3. sign by which a grave is known, mound, cairn, barrow, (…).
4. mark to show the cast of a quoit or javelin, (…).
5. token by which any one’s identity or commission was certified (…).
6. constellation, mostly in pl., heavenly bodies (…)
Portanto,
é quase seguro que Σῆμα se relacionava com os túmulos dos heróis mais
pelas marcas funerárias (erma, bétilos, etc.) que os assinalavam e pelas
referências topográficas que estes acabavam por ser na paisagem do que
por terem uma semântica originada nos cultos tumulares. É assim duvidoso
que Σῆμα tenha alguma vez significado por antonomásia o
túmulo de Patróclos ou de Aquiles que seriam personagens lendárias
inventadas pelos poetas da idade das trevas gregas. Então o Sema do grego clássico, de que derivou a semiologia e, seguramente, o «esquema» (< Lat. schema < Gr. schêma, figura), deve ter a mesma etimologia que o semeion de Atargate
Σῆμα < schêma < Ish-Ki-Ma, literalmente o filho/a da Terra Mãe
que o Erma seria.
Afinal, o arameu bíblico usou o símbolo semita de Atargate com o significado do que ele era: o sinal miraculoso da presença da Deusa Mãe (sagrado para Dionísio, Deucalião e Semiramis).
11 Os fariseus chegaram e começaram a discutir com ele e, testando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal (semeion) do céu. 12 Mas Jesus, dando um suspiro profundo, disse:
— Por que é que esta geração pede um sinal (semeion)? Digo a verdade a vocês: nenhum sinal será mostrado para esta geração. — Marcos 8:11-12, Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version (VFL).
Aparentemente o grego importou deste mesmo culto vários termos em volta de σεμνός (semnos) com o significado de solenidade com pompa e circunstância…bem como o nome da mãe de Dionísio: Semele.
Σεμνός ,, ή, όν, (σέβομαι) A.revered, august, holy: I. prop. of gods, e.g. Demeter, h.Cer.1,486; Hecate, Pi.P.3.79; Thetis, Id.N.5.25; Apollo, A.Th.800; Poseidon, S.OC55; Pallas Athena, ib.1090 (lyr.); at Athens the Erinyes were specially the σεμναὶ θεαί, Id.Aj.837, OC 90,458, Ar.Eq.1312, Th.224, Th.1.126, Autocl. ap. Arist.Rh.1398b26; or simply Σεμναί, A.Eu.383 (lyr.), 1041 (lyr.), E.Or.410; τὸ ς. ὄνομα their name, S.OC41; ς. βάθρον the threshold of their temple, ib.100; ς. τέλη their rites, ib. 1050 (lyr.).
De facto o grego moderno tem σημαία,
como bandeira mas seguramente que importado do arameu por via
neo-testamentária porque nenhum dicionário do grego clássico reconhece
este termo.
Ora bem, na Grécia os cultos orgiásticos que costumam ser votadas a Dea Syria e a Cibele eram dedicados ao seu filho o “deus menino”, Dionísio.
According to some linguists the name "Semele"
is Thraco-Phrygian, derived from a PIE root meaning "earth". Julius
Pokorny reconstructs her name from the PIE root *dgem- meaning "earth"
and relates it with Thracian Zemele, "mother earth" [*1][*2]. However,
Burkert says that while Semele is "manifestly non-Greek", he also says
that "it is no more possible to confirm that Semele is a Thraco-Phrygian
word for earth than it is to prove the priority of the Lydian baki-
over Bacchus as a name for Dionysos".
[*1] Julius Pokorny. Indogermanisches Etymologisches Woerterbuch: root *dgem. Compare Damia:"Demeter" (mother earth).
[*1] Compare Žemyna
(derived from žemė – earth), the goddess of the earth (mother goddess)
in Lithuanian mythology, and Zeme, also referred to as Zemes-mãte, a
Slavic and Latvian goddess of the earth: Ann, Martha and Myers Imel,
Dorothy. 1993. Goddesses in World Mythology. Santa Barbara. CA:
ABC-CLIO.
De facto, do mesmo modo que o sémen latino deu «semente» em português e semilha em espanhol também a cretense *Ge-Ma, de que derivou o PIE root *dgem- meaning "earth", pode ter originado o nome de grego de Semele, o Trácio Zemele e a eslava Žemyna. Logo, Semele foi uma variante grega da cretense *Ge-Ma de que derivaram todas as Deae Syriae.
Lucus erat, dubium Semelae Stimulaene vocetur;
maenadas Ausonias incoluisse ferunt:
quaerit ab his
Ino quae gens foret. Arcadas esse
audit et Euandrum sceptra tenere loci;
dissimulata deam Latias Saturnia Bacchas
instimulat fictis insidiosa sonis:"
— Ovid, Fasti, 6.503
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Havia um bosque, de dúbio chamamento: ora Semele ora Stimulena;
Habitado, dizem, por Ménades italianas.
Ino, pedindo-lhes de que gente eram, soube que eram árcades,
E que Evandro tinha ceptro no lugar.
Dissimulada diva Saturnina as latinas Bacantes
Estimula insidiosamente com sons fictícios:
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Ovid
identifies Semele’s sister Ino as the nurturing goddess Mater Matuta.
This goddess had a major cult center at Satricum that was built 500–490
BCE. The female consort who appears with Bacchus in the acroterial
statues there may be either Semele or Ariadne. The pair were part of the
Aventine Triad in Rome as Liber and Libera, along with Ceres.
The temple of the triad is located near the Grove of Stimula, and the
grove and its shrine (sacrarium) were located outside Rome’s sacred
boundary (pomerium), perhaps as the "dark side" of the Aventine Triad.
As
associações e identidades míticas entre o panteão latino e grego
parecem longe de ser simples. Originalmente os deuses do vinho do Lácio
eram Liber & Libera, que faziam tríades com Ceres por serem seus filhos…como Dionísio e Prosérpina eram de Deméter. Então, Semele era nem mais nem menos que a Deusa Mãe Terra e por isso era uma forma de Deméter e de Ceres, ou seja, uma senhora das colheitas tendo por isso mesmo que ter tutelado as «sementeiras» e as «sementes» de cereal.
Notar que Cibele sendo mãe de Sabázios / Dionísio era equivalente de Semele.
Quanto à romana Stimul-ena, a deusa que presidia ao «estímulo» dos touros e animais de cobrição como Baal *Sha-Min e
depois como desejo sexual dos humanos podemos constatar que é um
exemplo flagrante em como nomes significantes de divindades se
transformam em "reprodutores" de conceitos e de palavras várias.
«Jasmim» < [French jasmin, from Old French jassemin, from Arabic yasmn, from Persian yasmn, ysman, from Middle Persian ysman.]
«Jasmim» < Yasmin < U-Ash-Min
«Semente» < Lat. sementis < Lat. semen < *Ash-Min > Sha -Min
= poder protector (Egit. Min) de Min > Žemyna
Ma-an ó Ma-ur => | Ash + Te |-| Mur + Ana | > Stimulena.
> Sha-| Mu-ra > Mira > Mil(ita) | > Shamile > Zemele > Semele.
De resto, a origem grega de Semele
é demasiado confusa para ser incontestável e muitos dos locais de
origem ou são tebanos, supostamente fundada por Cádmo, o fenício, ou em
ilhas perto da costa asiática ou nos montes fenícios de Naxos, tudo
suficiente para se ficar com a suspeita de que Semele seria não grega e possivelmente fenícia, ou seja relacionada com o mito de Semíramis.
Semíramis (em grego Σεμίραμις; em armênio Շամիրամ [Shamiram]), também conhecida como Sham-murā-mat
foi uma rainha mitológica que segundo as lendas gregas e lendas persas
reinou sobre a Pérsia, Assíria , Armênia, Arábia, Egito e toda a Ásia,
durante mais de 42 anos, foi fundadora da Babilônia e de seus jardins
suspensos. Subiu ao céu transformada em pomba, após entregar a coroa ao
seu filho, Tamuz (/ Adónis / Dionísio).
As Sammu-rammat
was evidently a royal princess of Babylonia, it seems probable that her
marriage was arranged with purpose to legitimatize the succession of
the Assyrian overlords to the Babylonian throne. The principle of
"mother right" was ever popular in those countries where the worship of
the Great Mother was perpetuated if not in official at any rate in
domestic religion.
(…) In Babylonia the fish goddess was Nina, a developed form of Damkina, spouse of Ea of Eridu. In the inscription on the Nebo statue, that god is referred to as the "son of Nudimmud" (Ea). Nina was the goddess who gave her name to Nineveh, and it is possible that Nebo may have been regarded as her son during the Semiramis period.
(…) Semiramis was similarly deserted at birth by her Celestial mother. She was protected by doves, and her Assyrian name, Sammu-rammat,
is believed to be derived from "Summat"–"dove", and to signify "the
dove goddess loveth her". Simmas, the chief of royal shepherds, found
the child and adopted her. (…) After her death she was worshipped as a
dove goddess like "Our Lady of Trees and Doves" in Cyprus, whose shrine
at old Paphos was founded, Herodotus says, by Phoenician colonists from
Askalon. Fish and doves were sacred to Derceto (Attar), who
had a mermaid form. "I have beheld", says Lucian, "the image of Derceto
in Phoenicia. A marvellous spectacle it is. One half is a woman, but
the part which extends from thighs to feet terminates with the tail of a
fish."
Obviamente que o nome Sam-mu-ram-mat, escrito
em sumeriogramas poderia ser uma forma ortográfica complexa cuja
leitura fonética seria menos literal e mais próxima do que restou do
nome por via helenista.
Sam-mu-ram-mat < *Ash-Myra-Mat > Samiramish > Semeramis.
Derceto,
(Dérceto, o Dércetis, según qué autores se consulten) es una diosa en
la mitología siria, a la que representaban en forma de pez con cabeza,
brazos y pecho de mujer; por lo que fue confundida con Dagón, que
igualmente aparecía en las iconografías como semipez, aunque su parte
humana era masculina. Que sepamos, sólo esta diosa y Eurínome fueron representadas por los griegos, entre las diosas femeninas, con la misma morfología anfibia.
Segundo dizem os órficos, Eurinome foi uma arcaica rainha dos Gigantes que governou o Olimpo ao lado da cobra Ofião, seu filho e marido. Na guerra da titanomaquia foi derrotada por Crono e Rea que os lançaram no mar que cerca os Oceanos.
O nome de Eurinome pensa-se derivado do grego eurys
"largo", "mar alto", e "nomos" que rege ou de “nomia", terras de pasto.
Foi identificada de perto com outra Eurynome, uma das esposas de Zeus e
mãe das três Graças.
Figura 10: Seleucid Kingdom. Demetrius III Eucaerus (97/6-88/7 BC)
Eurinome em forma de peixe é morfologicamente parecida com Artemisa de Éfeso mas neste caso trata-se de uma imagem de culto de Atargate.
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Figura 11: SELEUKID KINGS of SYRIA. Antiochos XII Dionysos. 87/6-84/3 BC.
Cult statue of Hadad standing facing on double basis, holding barley stalk, flanked by two bull foreparts
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Há várias moedas helenistas do reino Sírio dos seleucidas com este tema. Em poucas aparece Hadade, esposo de Atargate. Em várias a deusa aparece com uma coroa radial mas sempre com espigas de cereal o que faz dele uma equivalente de Ceres / Demeter.
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Eurínome
foi a princípio o protótipo da Deusa Mãe Criadora e a mais importante
divindade dos Pelasgos, o povo que ocupou a região da Grécia em tempos
pré-históricos antes da invasão jónia e dórica, ou seja os
etiocretenses. Segundo o que os gregos clássicos recordavam o seu nome
significa algo como "aquela que governa de longe", seguramente por ser
um monte sagrado…ou mesmo um vulcão. O seu culto espalhou-se por todo o
Mediterrâneo, servindo de base para a maioria das deusas mães da região.
Eurínome está associada ao mar e de entre os títulos que lhe são
atribuídos, alguns são: Grande Deusa, Mãe Primordial, a Criadora do
Universo, a Governanta, Deusa do Universo, Deusa de Tudo, e Aquela Que
Se Move Na Eternidade.
No entanto, etimologicamente ela seria apenas o «nume» *Euru ou aquela cujo divino «nome» é Euru(pa) / *Auru-ka ou Kurija, a telúrica filha do monte, ou seja, a que veio a ser a celta Eiru e a lusitana Iria / Aires e que seguramente seriam Inana Irnina.
Pois bem, como vimos antes, Britomartis / *Brito-Mater foi amada por Minos possivelmente no mito de Zeus / Europa e, por isso, teria sido *Min-*Auru-ka de que derivou a Minerva latina que, enquanto contraponto das deusas Diana / Artemisa (onde Diana = Atena) deixa, como terceiro excluido a evidência da equivalência de Atena / Minerva ó Diana / Artemisa.
De forma colateral, Britomartis / *Brito-Mater reporta-nos para Ta-Veret / Mut, deusa egípcia do parto e da aurora, todas como variantes da Senhora do Monte a deusa mãe *Kurija das cobras cretenses.
"O
rio Lymax (Depois do Nascimento) entra no Neda [na Arkadia]. Onde os
fluxos se encontram está o santuário de Eurynome, uma velha mancha santa
de difícil acesso por causa da aspereza do chão. Ao redor há muitos
ciprestes crescendo muito juntos. Ali as pessoas de Phigalia acreditam
que Eurynome é um sobrenome de Artemis. Porém, Alguns deles a quem
chegaram antigas tradições, declaram que Eurynome era uma filha de
Okeanos que Homero menciona no Iliada, dizendo que junto com Thetis ela
recebeu Hephaistos. – Pausânias, Descrições da Gécia 8. 41.
Se Eurinome
era uma titânide pré-olímpica criadora natural seria a Deusa Mãe das
cobras dos cretenses. A etimologia do nome proposta a partir do nome
grego eurys "largo", "mar alto" reposta-nos apenas para
uma deusa do mar como era de facto e por direito morfológico já que é a
única deusa grega com cauda de peixe. Eurinome será assim apenas Keruja ó Irene, a verdadeira Mãe das suaves correntes da Aurora, ou um dos numenes, ninfas ou naides, dos bons fluxos marítimos da civilização cretense possivelmente correlativa em importância de Inana Irinina.
Eurinome seria um avatar de Hera que, com Artemisa e Afrodite seriam pilariformes o ictifálicas como seriam todas as grandes deusas mães orientais
antes da reforma olímpica a que parece que o mundo grego ultramarino
das costas anatólias, sírias e fenícias e de Chipre teriam ficado
imunes. Supõe-se que Eurinome seria conhecida entre os judeus de Elefantica como esposa de Jeová com o nome Anat-Yahu (Anat-Yahweh) e que em sumério significaria a "pomba sublime" da Sabedoria.
Samos
é uma ilha grega que terá ficado isolada das influências olímpicas como
o resto das colónias gregas da Anatólia, de que fica muito mais perto.
Ainda no século II d. C. era famoso o seu Heraion, que alguns diziam ter
sido feito pelos argonautas e outros por um contemporâneo de Dédalo o
que indicia que o seu arcaísmo remontava aos tempos da talassocracia
Cretense. É certo que Pausânias[2]
afirma que no reinado de Leogorus a ilha foi conquistada pelos efésios
que expulsaram os samios da ilha acusando-os de conspirar contra a liga
jónica a favor dos cários. Obviamente que se expulsos foram terão
retornado em devido tempo porque a cultura dos efésios não era distinta
da dos cários. O importante neste caso é dar conta de que a deusa
cretense que os samios adoravam seria, como a deusa dos cários, Kurija / Ker-tu antepassada da olímpica Hera…e de Ker, a deusa grega da morte negra.
Kerkis
o Kerketeus (griego, moderno: Κέρκης, Kérkis; antiguo: Κερκετεύς,
Kerketeús) es un volcán extinguido, que constituye la mayor parte del
centro de la isla griega de Samos.
O monte Kerkis ou Kerketeu era o deus *Kerku da ilha de Samos porque era filho de Ker.
A
terra dos samnitas era mesmo ao lado do Lácio e nada se sabe da origem
histórica deste povo pelo que as tentativas para reconstruir a origem
etimológica do nome deste povo são patéticas porque acabam na questão
circular de termos de questionar também a origem dos indo-europeus…que
tudo leva a crer que seriam antigos emigrantes das costas do mar Egeu.
Assim podemos especular à vontade que tantos os Samnitas itálicos quanto
os samios da ilha grega eram ambos povos egeus sob a protecção (Egipt. cha) da talassocracia minóica.
Figura 21: Afrodite de Afrodisia na Caria. (Restauro cibernética do autor).
As
Guerras Samnitas foram uma série de conflitos armados da Antiguidade,
entre 343 a.C. e 290 a.C., nos quais a incipiente República Romana
enfrentou o povo itálico dos samnitas, que dominava os montes Apeninos
ao sul do Lácio, pelo controle da região central da península Itálica.
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Figura 8: Samnite soldiers from a tomb fresco from Nola, 4th century BCE. Museo archeologico nazionale di Napoli (inv. nr. 9363). Notar que nesta representação os guerreiros samnitas são tipicamente egeus.
Uma deusa anatólica com a cidade à cabeça perto de Éfeso era Afrodite de Afrodisia, na Caria um seguro erro de Interpretatio graeca, porque desconhecemos como se chamava a deusa mãe dos cários mas esta teria seguramente nome cretense e seria mais Hera que Afrodite. No entanto, sabemos de outros contextos que Hera, Atena e Afrodite teriam derivado de um trio de deusas mães cretenses.
We
do not know for sure what they, themselves, called their own land in
their own language. But we do know that the Caria land was called Karuwa (the land of the summits) in one of the oldest languages of Anatolia, the Luwian language; in Hittite texts, Karkusha; in Greek texts, Kares/Karkoi; in Persian texts, Karka; and in Egyptian hieroglyphs, Keres.
The name of Caria appears in a number of early languages: Hittite Karkija (a member state of the Assuwa league, c. 1250 BC), Babylonian Karsa, Elamite and Old Persian Kurka. Allegedly, the region received the name of Caria from Car, an ancestral hero of the Carians.
< Kaurkisha < Cret. *Kurkissa = terra de Kurija.
Luw. Karuwa < Kaurka < Pers. Ant. Kurka > Bab. Karsa
< Karkusha < Kurkija.
Samos < Grec. Σάμος < Zamnos < Cha-Minos < *Ash-Min,
lit. “sob a protecção (Cha) de Min”, o poderoso deus taurino de Creta.
Embora este símbolo apareça relacionado com Atargate a verdade é que ele parece ser um estandarte típico do casal Atargate & Hadade / Nergal.
And
between the two a tall cabinet with a very strange device called
Semeion, i.e. “sign”. It is a kind of holy standard with discs or whirls
attached to it. The holy instrument is a symbol of the ascension to
heaven, a symbol of ecstasy and magic like the caduceus. It is known in
many variations, but as the tree of life it is a symbol of the world
pillar. But it is also seen as a god, and fortunately we seem to have a
picture of this god: in Hatra is found a relief of a semeion with 7
discs guarded by a god with a lion´s face [1[2]] — 18. Mabbug/Hierapolis / GailAllen.com
Allatu (Allatum) is an underworld goddess modeled after the mesopotamic goddess Ereshkigal and worshipped by western Semitic peoples, including the Carthaginians. She also may be equate with the Canaanite goddess Arsay.
Arsay < Harsau < Kaursaw < *Kur-sak + Nin > Ninhursag.
Figura 9: Negral,
o deus chifrudo como o diabo dos infernos apresenta aspecto de um deus semita barbudo coroado com cornos de touro e de bode com a
pomba Anzu ( > «Anjo») à cabeça (Espírito Santo?) e cobras nos ombros e nos pés. O seu animal de estimação era um cão ticéfalo como Cérbero.
Armado com o “machado duplo” da deusa mãe das cobras cretenses ele é
verdadeiramente o «deus menino» da Deusa Mãe aqui representada pela
metade quiçá mais por convenção de perspectiva de afastamento do que por
menosprezo porque de facto quem empunha o semeion é Ela A que em Hatra se chamava Allat ó Allatu.
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Senhora dos montes da Aurora e deusa do Parto solar Allat ó Allatu era uma variante de Herechquigal…e de Atargatis. Notar os dois peixes no rodapé da cadeira de Atragate. Nesta figura, o semeion
é visualizado de forma clara: tem a forma de um estandarte formado por
um tridente lunar (possivelmente em memória do “machado duplo cretense”)
onde foi espetada uma boneca de trapos, «nana», e presas três argolas
que possivelmente rodariam batendo sobre a haste do tridente que seria
de metal produzindo assim um ruidoso barulho como se fora um sistro ou
uma matraca como a que os católicos usam na Semana Santa. Da cabeça da
«nana» saem raios solares deixando-nos a suspeita de que a Dea Síria por
ser uma deusa leonina era também em tempos arcaicos uma deusa solar
como a Arina dos Hititas.
De facto Enki, deus das pombas e dos peixes, foi casado com Ninhursag, e era, enquanto senhor do Kur muitas vezes confundido com Negral, o touro alado dos assírios.
O termo Allāh é derivado de uma contração do artigo definido al- ("o") com ilāh ("divindade", "deus"). L. Gardet, "Allah", Encyclopedia of Islam. A forma correspondente em aramaico é Elah (אלה), mas sua forma enfática é Elaha (אלהא)
Os
árabes têm tendência a considerar que o Al inicial seria um mero artigo
mas no caso do nome de Deus ele é mesmo um componente essencial já
muito contraído. Porém, se a Deusa Mãe dos árabe foi Alilat(u), que é literalmente o esposo de *Alla / Alá, e se Allatu, a
deusa dos infernos sumérios, precedeu os semitas antigos em vários
milénios é natural suspeitar que há muito de etimologia popular a gosto
na moderna mitologia judaica e árabe.
Aruru: A name for the Great Mother goddess in Babylonian mythology. She created people. See Ninhursag. Arali (Arallu): Name of the desert between Bad-tibra and Uruk, where Dumuzi was killed; perhaps also a semi-mythical land from which gold was obtained, also known as Harallum. Evolved into a name for the Underworld.
Kur-Kur > Ker-Kur-ish > Herkules
> Herkales > Herakles.
Kur-Kur > Ker-Kur-ish > Her-Kal-(ish) > Nin-Her-gal > Nergal.
Kur-Kur > Kaur-kaur > Karhalu > Haral-lu(m) > Aral-lu > Arali(t)
> Ara(u)ri(t) > Aruru(t) > Alalu(t) > Al(i)lat => Aurora.
> *Alla-Ka > Allaha > Allāh.
Figura 10: Alilat.
A Marble altar depicting the Goddess Allat with a lion from the Temple of Baal Shamin.
Alat (em
árabe: al-Lāt) foi uma deusa da Arábia pré-islâmica, que era uma das
três deusas supremas de Meca. É mencionada no Alcorão (Sura 53:19), a
qual indica que na Arábia pré-islâmica era considerada uma das três
filhas de Alá, junto com Manat e al-‘Uzzá.
Claro que Alat poderia ter sido “A Lato”, ou seja, Leto ou Latona mãe de Apolo, pois segundo Wellhausen, os nabateus acreditavam que esta a mãe de Hubal, seguramente uma forma semita de Apolo mas só e apenas aceitando que Leto ó Re-tu / Uraz, é já uma forma elidida de Alilat, já que era assim que Heródoto chamava à deusa mãe dos árabes que ele equiparava a Afrodite. O leão ao lado de Alilat não permite dúvidas quanto a sua equivalência com Cibele e Atragate.
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Não se contesta que o genérico divino árabe ilāh exista mas, deriva do fenício Elaha com ressonâncias com Enlil.
Os
deuses infernais eram deuses da abundância, da riqueza e da fecundidade
da terra vulcânica porque o subsolo eram as entranhas da vida e da
morte da Deusa Mãe Terra que todas as Deae Syriae eram. Então, o semeion
era um sinal típico de Atargate como deusa protectora do
«cereal» fosse porque identificava e protegia os celeiros, fosse porque
seriam um antigo instrumento de protecção das searas tipo «tramela»
espanta pássaros que acabou numa espécie de sistro ritual de Atargate.
The semeion
is a sign of balance between male and female power. It also has to
secure that the sea does not start flooding the land like in the days of
Deucalion. This is done with a magic ritual: many small portions of
sea-water are taken from the beach and brought to the temple where it is
poured into a cleft through which the mighty waters after the great
flood were said to have disappeared, leaving the earth to dry. (…)
Figura 11: Um caso raro de tridivas semitas que fazem lembrar as 3 filhas de Alá (Alilat, Menat e Al-Uzza), segundo Maomé. (A Parthian artifact discovered at Hatra).
Na
verdade só as tribos árabes têm esta trilogia divina que de facto são a
mãe, a nora e a filha. O interessante deste trio é as duas mais novas
usarem o semeion, como se fossem papel das mais novas da casa a ir à monda e espantar os pássaros das searas! Importa também notar que o semeion pode estar relacionado com o menat de Hator.
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Ver: DO MENAT EGÍPCIO AO MANAIA DOS MAORIS A LONGA VIAGEM DO NEOLÍTICO MINOICO (***)
(…) The rituals to secure balance in cosmos were said to have been introduced to the local population by the Magi.
Now it is a wellknown fact that the very same Magi believed in the two
primeval principles in the universe, the moist, female priciple and the
dry, male, and they believed that the universe was constantly moving
from flood to ecpyrosis (the world being destroyed by fire) and back
again in an unending row of cycles. The ritual year of Mabbug is meant
to secure balance. — 18. Mabbug/Hierapolis / GailAllen.com
Em conclusão o Semeion seria uma espécie de sistro com que
se propiciava a fertilidade dos touros de cobrição, que estavam sob a proteção
de Min e de Baal Shamin (lit. proteção de Min), e que acabou como
símbolo genérico da Dea Syria e da fertilidade e abundância em geral
particularmente a da agricultura decorrente das boas sementeiras...daí que seja
inevitável relacionar a etimologia do semeion com a das sementes
e sementeiras.
DIES SANGUINIS
É suposto que Artemisa, Hera, Hermes e Dionísio
faziam parte dum grupo de deuses arcaicos que tinham em comum o facto
de, nos seus mitos, os “rituais de reversão” desempenharem um papel
importante nos seus cultos sendo por isso chamados também de deuses
“amarrados” (como os santos católicos da semana santa) porque em algumas
cidades gregas só eram desatados uma vez no ano aquando dos seus
festivais caricatos e licenciosos o que nos recorda imediatamente as
festas dionisíacas onde participava Hermes e Dionísio e as festas frenéticas de Dea Síria (que afinal Hera e Artemisa eram) e das hilarias romanas particularmente no Dies Sanguinis de Magna Mater Deum Cibeleia em que ocorriam castrações.[3]
Rituals
of inversion, also known as rituals of reversal, occur when a ritual or
special event provides a framethat gives license for people to violate
everyday cultural norms and social codes. The modifier “ritual”suggests
that these violations are in some sense considered temporary, playful,
or restricted to a specialtime and/or place. It is these constraints and
frames that provide license for behavior that would incur social
sanctions outside of the ritual setting. Ritual inversions are
frequently humorous and often includesatire and mockery — expressions
intended to elicit a humorous reaction from a given segment of a
population by recourse to making fun of another at the other’s expense.
Figura 12: Atargatis, a deusa soberana de Hierópolis, empunhando um ceptro ou uma lança, ataca os inimigos do helenismo de Filipe II como divina leoa! (Philip II, AE of Hierapolis, Syria. 247-249 AD).
A
relação das deusas mães leoninas com os cultos orgiásticos de castração
deve ter ocorrido em ritos de passagem em que a bravura da deusa mãe
era comparada à das leoas. Hércules, o herói amado e odiado de Hera quando se veste de mulher junto de Omfala esconde mal o complexo de castração que a deusa mãe impunha aos guerreiros.
|
Na
verdade, a forma como Freud desvendou o complexo de castração em volta
da lenda de Édipo é já de facto a visão acabada de uma inversão
paternalista deste fenómeno psicológico pré formador da personalidade
neurótica do homem civilizado. De facto, o lar, a cidade e a civilização
foram imposta pelas necessidades das mulheres cuidarem dos filhos e não
foram desejadas pelo homem, que quando lhes é dada a plena liberdade de
continuariam machos, mais alfa do que “machos dominantes”, se comportam
como misóginos “filhos da mãe” incógnita, selvagens militaristas
capazes de destruírem tudo e todos mas não em nome das mulheres deste
mundo que ostensivamente desconhecem mas das mil virgens no paraíso da
infantilidade.
As Ataratha
she may be recognized by the self-mutilation of her votaries, recorded
in a perhaps sensationalist Christian passage from the Book of the Laws
of the Countries, one of the oldest works of Syriac prose, an
early-third-century product of the school of Bar Daisan (Bardesanes):
"In
Syria and in Urhâi [Edessa] the men used to castrate themselves in
honor of Ataratha. But when King Abgar became a believer, he commanded
that anyone who emasculated himself should have a hand cut off. And from
that day to the present no one in Urhâi emasculates himself anymore."
A Deusa da Síria de Luciano:
51. Durante estes dias é que se fazem os Galli. Enquanto os Galli
cantam e celebram as suas orgias, muitos ficam frenéticos e muito mais
dos que tinham vindo como meros espectadores são posteriormente
consideradas como tendo cometido o grande acto. Vou narrar o que eles
fazem. Qualquer jovem que resolveu envolver-se nesta acção retira as
suas roupas e, por entre a gritaria que irrompe no meio da multidão,
pega uma adaga de uma série delas que suponho terem sido mantidas
afiadas para esta finalidade por muitos anos. Ele a toma e castra-se e,
em seguida, corre solta à solta pela cidade, tendo em suas mãos o que
ele cortou. Ele lança-o em qualquer casa à escolha, e é a partir desta
casa que ele recebe vestes e ornamentos de mulher. Assim eles agem
durante suas cerimónias de castração.[4]
Uma
das principais razões pela qual estas deusas eram todas semelhantes
pode ser porque originalmente seriam virgens de vestir como a célebre
Virgem de Macarena à semelhanças dos Ermes gregos de que facilmente se
faziam ídolos vistosos depois de vestidos e enfeitados. Em moedas de
Samos da época romana aparece um Erme pinacular e ictifálico devido mais
à cunhagem deficiente do que à deterioração do tempo (visto existirem
duas da mesma época em museus diferentes com uma das faces ligeiramente
diferentes mas iguais no lado do Erme onde aparece o mesmo defeito de
impressão indecisa).
Figura 13: Samos (AD 0-100) AE 14.
(Bearded herm facing. Dark patina)
|
Figura 14: Samos – Samos (AD 177-192) AE 18. (Cult statue of Hera Samion standing facing, wearing modius or Isis crown).
|
Porém isso não quer dizer que em Samos o culto de Hermes fosse conjunto com o de Hera porque sabemos que, como era frequente, tinha um mesmo templo com Afrodite…obviamente na mesma área sagrada do Heraião. Teria acontecido mesmo assim que o culto de Hermes
de Samos seria também famoso ao ponto de o seu erme ter direito a fazer
parte de moedas romanas que tinham a tendência para nelas incluir
aspectos exóticos das cidades que lançavam moeda? Tentamos sabe-lo mas
nada descobrimos. A única coisa que sabemos é que no festival de Hermes
de Samos era permitido o “ritual de inversão” onde o roubo era permitido[5] em paralelo com o facto de em Creta o festival de Hermes ser idêntico às saturnálias romanas[6].
Assim,
até prova em contrário tratar-se-á de uma representação tosca da
estátua de vestir de Hera (xoanon), aliás não menos rude que a impressão
de uma moeda de uma hera vestida dos anos de 177-192 aC.
(…)
So the Argive literary tradition, like the Samian, supports both
aniconic representation (in a makros kion, which Clement understood as a
column) and rudely iconic representation (in a statue made from a pear
tree, which Peiras shaped into an agalma or the small image seated upon a
column seen by Pausanias [2.17.5]).
Figura 15: Afrodite de Afrodisias. (180-192 dC. Restaurada ciberneticamente.)
|
Figura 16: Hera Samiana. (THRACE Perinth Octavia Augusta, 54-62)
|
Figura 17: Hera de Samos no Heraião com o seu opulento peitoral. Samos (AD 193-217) AE 30.
|
Figura 18: Hera de Samos semelhante a Artemisa de Éfeso. Samos (AD 253-260) AE
|
The
Samian habit of dressing the earliest cult statues in real clothes
supports the notion that this statue was a sacral plank (sanis).
Presumably worshipers would more likely clothe a plank of Hera than an
anthropomorphic statue with clothes incised into the wood (…) (*).
Figura 19: Montfaucon’s Antiquities: Diana d´Efese várias.
Figura 20: Montfaucon’s Antiquities: Mais Diana d´Efese várias.
*).
Romano 1980.130 notes that clothes were added to Hera’s xoanon at Samos
and Olympia, and to other cult statues like Artemisian Artemis: "The
evidence suggests that probably only cult statues, as distinct from
votives, wore real clothing."
(…)
Aniconism, while less clear, is discernible in the planklike appearance
of the archaizing imperial coin images (Fig. 3a-b); and in the uniquely
rounded, trunklike bases of Samian stone statuary.16
Both the planklike coin images and the rounded trunklike figures are
consistent with a desire to preserve a vestige of a tree in the votives
given to the goddess.
(…)
The combination of these literary and archaeological pieces of the
puzzle leads me to conclude that at early Samos there must have been, in
addition to a fully anthropomorphic statue, a treelike image, which
suggests that the worshipers believed the goddess had her epiphany in a
tree, whether a lugos, olive, pear, oak, or whatever kind local
circumstances provided (Chaps. 5-6). — The Transformation of Hera: A Study of Ritual, Hero, and the Goddess in the Iliad, Bay Joan V. O’Brien.
Figura 29: Culto privado a uma estátua ictifálica (Erma) de vestir de Dionísio.
Portanto,
não seria uma mera moda religiosa copiada de Efeso, o facto de as
moedas helenista, da época alexandrina à romana, representarem a Dea Síra, Hera de Samos
e a “deusa de Caria” como Erma pilariformes e ictifálicas como se
fossem todas a mesma entidade, afinal as que foram denominadas em tempos
arcaicos como Herma / Ker-Ma > Carmo, ou seja a Mãe Ker, da morte
negra e da montanha do Kur. Então Hermes seria afinal tão
somente o seu filho montanhês cujos Erma mais não eram do que montículos
de pedras que assinalavam os locais de morte violenta provocados muitas
vezes por querelas de territorialidade e onde afinal o «deus menino»
Dionísio era representado como uma réplica sacrificial do «filho da
Deusa e variante infantil de Hermes.
[1] Descrição da Grécia, 7.4.2.
[2] H.Ingholt, Parthian Sculptures from Hatra,1954,pl. III,3 and VII,2. Foto N.al Asil.
[4] 51.
During these days they are made Galli. As the Galli sing and celebrate
their orgies, frenzy falls on many of them and many who had come as mere
spectators afterwards are found to have committed the great act. I will
narrate what they do. Any young man who has resolved on this action,
strips off his clothes, and with a loud shout bursts into the midst of
the crowd, and picks up a sword from a number of swords which I suppose
have been kept ready for many years for this purpose. He takes it and
castrates himself and then runs wild through the city, bearing in his
hands what he has cut off. He casts it into any house at will, and from
this house he receives women’s raiment and ornaments. Thus they act
during their ceremonies of castration. — The Syrian Goddess, by Lucian,
tr. by Herbert A. Strong and John Garstang, [1913].
[5] Hermes the Thief: The Evolution of a Myth, pag. 6.
[6] Hermes, Ecopsychology, and Complexity Theory, Volume 3 bay Dennis L. Merritt, pag 46.
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