segunda-feira, 17 de junho de 2013

A DEUSA MÃE DE TODAS AS DORES, por artur felisberto.

EOS & MEMNÃO

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Figura 1: Eos & Memnão.[1] Eos, qual Pietá, segura o corpo morto do filho Memnão. Assinado por Douris (pintor) e Calliadès (ceramista). Museu do Louvre. Restauro cibernético do autor.

Coupe attique à figures rouges Vers 490-480 avant J.-C. La scène, habilement adaptée au format circulaire, nous montre Eos (l'Aurore) recueillant au matin le corps de son fils Memnon , tué par Achille devant Troie. Le visage juvénile de la déesse, son attitude retenue, comme le corps rigide et sanglant de Memnon, suffisent à créer l'émotion.

Eos, que, além de deusa da Aurora, era também Sr.ª das erecções matinais, parece ter sido uma figura mítica de sentimentos particularmente violentos tanto na vida como na morte, mas esta relação duma deusa arcaica e ancestral com a história de Tróia já era à época, seguramente, um anacronismo alegórico, tipo filme de Holywood de má qualidade. No entanto, o resultado iconográfico da taça ática do Museu do Luvre é seguramente uma das mais expressivas criações do génio grego e um dos mais belos protótipos da Deusa Mãe chorando a morte do filho, tema muito arcaico que iria ressurgir na iconografia cristã como Pieta.

 

Ver: EOS (***) & AS DEUSAS DA AURORA (***)

 

Sabemos, no entanto, que o mito de Memnão perseguiu os gregos até à entrada de Alexandre no Egipto porque estes vieram a ter a ilusão da sua presença nas estátuas gigantescas de Amenhotep III.

An Ancient Tourist Business: The 18 meter high statues of Memnon are the only things left of Pharaoh Amenhotep III:s temple. Originally they stood on each side of the temple gate. The Colossi of Memnon were a tourist attraction as early as 2000 years ago, during the Greek and Roman era. The Greeks believed the statues represented Memnon, an Ethiopian king, who was killed by Achilles during the Trojan War. The statues "sang" at sunrise. This mysterious phenomenon made the Greek tourists believe it was a miracle. They were convinced that Memnon sang for his beloved mother Eos, who on her part wept for her fallen son. But the sound originated from the quick change of temperature when the sun heated the cold, cracked stone. The statues had been damaged in an earthquake in 30 BC. The Roman Emperor Septimus Severus must have been a busybody since he mended the statues 200 hundred years later. Memnon never sang after that treatment. I wonder if the tourist business in those days ever recovered from that loss. -- Copyright © 1996-2000, Mats O Arvendal, Revised November 12, 1998.

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Figura 2: Colossos de Memnão.

Assim, parece que o mito turístico de Memnão foi sujeito a um restauro anacronizante em versão moderna, relacionada já não com «lágrimas de sangue» duma deusa das Angústias, como parece ter sido Eos, mas com misteriosos «gemidos de dor», seguramente variantes subconscientes de arcaicos mitos de «morte e ressurreição» sempre revisitados durante a nostálgica beleza das purpúreas cores do pôr-do-sol que acompanham o definhar do dia! A oposição Aurora / Vespera corresponde ao mito astrológico mais primário e primitivo da humanidade representado na crença cosmológica de que a deusa Mãe Noite paria quotidianamente o seu filho pela Aurora para o devorar na hora das vésperas!

Unlike most of the marvels of ancient mythology, there still exist some memorials of this. On the banks of the river Nile, in Egypt, are two colossal statues, one of which is said to be the statue of Memnon. Ancient writers record that when the first rays of the rising sun fall upon this statue a sound is heard to issue from it, which they compare to the snapping of a harp-string. There is some doubt about the identification of the existing statue with the one described by the ancients, and the mysterious sounds are still more doubtful. Yet there are not wanting some modern testimonies to their being still audible. It has been suggested that sounds produced by confined air making its escape from crevices or caverns in the rocks may have given some ground for the story. Sir Gardner Wilkinson, a late traveller, of the highest authority, examined the statue itself, and discovered that it was hollow, and that "in the lap of the statue is a stone, which on being struck emits a metallic sound, that might still be made use of to deceive a visitor who was predisposed to believe its powers."

Mem-non < Mama-| Naun < Nanu, literalmente, o «bonequinho» da mamã,  enquanto «filho da mamã» Inana a mais arcaica deusa lunar < Nin-Anu, lit. Senhor do céu ou variante de nome de Nana, o deus sumério da lua < ou forma gaga de Mne-mon = *Ma-Ana-Ma-Anu > Min-Amon, que era indubitavelmente um dos epítetos de Montu enquanto variante de Min e Amom.

Esta redundância, *Ma-Ana-Ma-Anu, de formas do mesmo deus parece pouco compreensível por subentender uma espécie de informação subliminar, «Min(os) é Amon», que pretenderia desfazer as dúvidas a respeito da identidade de Amon.

 

Ver: MONTU (***) & HERA /MNEMOSINE (***)

 

No entanto, o mais provável é estarmos perante uma invocação de um dos nomes da Deusa Mãe, uma das esposas de Zeus, Mnemosine, que então seria também Eos e mãe de Memnon ó Mnemon, quiçá uma forma de encarar os montes gémeos da aurora, os poderosos deuses «guardiães da fertilidade garantida pelas imperiosas erecções matinais > Grec. Mnemon, «memória» de todas as leis trágicas do destino (Sumer. mes) de que Ea/Enki, filho e esposo de Eos, seria o divino depositário?

In Egyptian Thebes, on crossing the Nile to the so called Pipes, I saw a statue, still sitting, which gave out a sound. The many call it Memnon, who they say from Aethiopia overran Egypt and as far as Susa. The Thebans, however, say that it is a statue, not of Memnon, but of a native named Phamenoph, and I have heard some say that it is Sesostris. This statue was broken in two by Cambyses, and at the present day from head to middle it is thrown down; but the rest is seated, and every day at the rising of the sun it makes a noise, and the sound one could best liken to that of a harp or lyre when a string has been broken. -- Pausanias, Description of Greece, 1.42.1.

Assim, é bem possível que o mito não tivesse sido inteiramente inventado pelos gregos porque estas estátuas colossais seriam simultaneamente a figura homenageosa de Amenhotep III (que Pausânias confundiu com o nome, quiçá inventado, Phamenoph) e, por serem duplos, os equivalentes das quiméricas esfinges supostas guardiãs das portas da aurora e por isso variantes míticas de Horus Hermaquis!

Assim, duma confusa mistura entre mitos da aurora e o nome de Amenho-(tep) (» Mnemon) teria surgido o caldo de analogias místicas suficientes para que os herdeiros de Alexandre viessem a refundar o mito de Memnão, agora já não apenas como príncipe de Tróia mas também como rei da Etiópia, o mítico pais do sol nascente! Ainda que seja impossível saber com rigor quais as tragédias humanas que realmente estiveram subjacentes no mito de Memnão, a verdade é que a Aurora enquanto tal (e sobretudo enquanto «deusa da manhã») é uma entidades intemporal! Quanto muito, aparece aqui como actualização dramática dum antiquíssimo mito de «morte e ressurreição» em que a Deusa Mãe se revela N.ª Sr.ª das Dores, pela natureza lunar do cataménio, pelos partos da aurora, pela ansiedade sangrenta do sol-posto, e pelos repetitivos «sacrifícios humanos» de seus filhos e maridos, por ela mesma condenados à humana condição de «guerreiros para a morte», que é como quem diria hoje, carne para canhão!

De facto, a expressiva figura 3 reporta-nos para a recorrência da tragédia do «filho morto nos braços de sua mãe». E, estando nós diante da memória mítica de todos os heróis mortos em nome de Deus Sabaoth, vem-nos à lembrança o «stabat Mater Dolorosa justa cruxem lacrimosa»!

 

N.ª Sr.ª DAS DORES

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Figura 3: Mater Dolorosa de Giovanni Bellini ou Eos e Memnão, de rosto macerado e masculinizado (seguramente porque o modelo seria um homem, como soía acontecer nas representações teatrais dos mistérios?) pela dores do tempo, com o filho morto no colo.

«Dor» < Lat. Dolor, ris  < Hitit. Tella-uris < Thaulor < Hauror > Aurora!

Da «dor» física nasceu a «doença».

«Doença».< dooentia < Dolêntia, a deusa do «dolo» <= | Thaul < *Tala- < Taura < *Kur-Enki-ka.

Sendo assim, *Tala, foi uma variante cretense de Tellus e mãe de Talos, um mito que muito teria a ver com os cultos solares da aurora e da morte e ressurreição solar.

 

Ver: TALOS (***) & Ver CANIBAL (***) E TLALOC (***)

 

A Virgem N.ª Sr.ª das Dores preside nas cores do sol-posto ao enterro do Seu filho muito amado e N.º Sr. Jesus Cristo, o Deus que se fez carne no pão e no vinho de Dionísio para morrer por nós esmagado como as espigas de Osíris e ressuscitar ao 3º dia, qual Adónis e Tamuz, para penhor da vida eterna da humanidade.

Mais interessante seria pensar nestes cultos da aurora dolorosa da Virgem das Dores de Parto e de parida ritual ou da virgem dos toureiros de Macarena como reminiscências relacionados com arcaicos mistérios de iniciação guerreira com ritos de morte e renascimento com ritos de auto-sacrifício como exercícios de coragem à mistura com sacrifícios humanos voluntários ou acidentais.

De facto, a mais expressiva de todas as N.ª Sr.ª da Piedade Ibéricas é a Virgem Macarena.

La St.ma Virgen de los Dolores, conocida por la Dolorosa del Cristo del Amor se situa a los pies de la Cruz, sentada sobre una roca con actitud implorante.

 

Ver: ACTEON (***) & MACARENA (***)

 

clip_image005[1]Figura 4.

La Macarena. «del Cristo del Amor»

 

Padroeira da:

Real, Ilustre y Fervorosa Hermandad y Cofradía de Nazarenos de Nuestra Señora del Santo Rosario, Nuestro Padre Jesús de la Sentencia (Figura:6)

y María Santísima de la Esperanza Macarena (Figura:7).

clip_image007[1]Figura 5.

 

VIRGEN DE LOS DOLORES

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Figura 6: "Una Virgen de los Dolores.

El rostro de la Virgen y sus manos juntas expresan angustia y el color morado de su vestimenta significa penitencia. La Dolorosa es una imagen de vestir; es decir, sólo el busto y las manos están esculpidos y terminados. Lo demás es un armazón que se viste con ropa de tela."[2]

Esta tradição deriva seguramente de outra muito mais arcaica relacionada com os Herma dos gregos. Claro que o termo Rocío ou Rossio terá a ver com tanto com a cor rosa da «aurora», tal como a bela cor «púrpura» (Lat. Purphura < *Kurkura)[3] da Aurora a que os gregos chamavam Rhodo-daktulos, «a dos róseos dedos»! A mesma cor «púrpura» das dores do poente e a cor «carmim» e o cheiro amortalhado do sangue azul de toureiros feridos de morte.

«¡Ay, dolor, dolor, dolor, por mi Hijo y mi Señor!»

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Figura 7. selo sumério com Enki saindo das portas dos infernos, guardadas pelos dois leões Akeru, vestido de roxo como filho da Aurora

Ora, é então que se nos levanta a questão das arcaicas relações da Andaluzia com a velha civilização minóica dos cultos de fertilidade taurina. De qualquer modo, o grito da Virgem das Dores é o grito da grande paixão que a Virgem Mãe primordial sempre nutriu pelo próprio filho, o Cristo do Amor Eterno, Eros!

Porém, a bela praça do Rossio que dá fama e prestígio à cidade de Lisboa não deve desdenhar a sua relação com a aurora, pois que, por ser virada a sul terá sido sempre ensolarada e um local adequado para arcaicos cultos solares. Estes justificam que uma das toponímias propostas para antepassadas da cidade de Lisboa possa ser Helissipona < *Helish-hipona, literalmente a terra dos cavalos do carro solar, em vez de Ulissipo, uma vez que seria quase impossível que uma cidade geograficamente tão bem situada como Lisboa, com um dos melhores portos naturais do mundo, não existisse já nos tempos da talassocrassia cretense, muito tempo antes da guerra de Tróia![4]

 

VIRGEM DAS ANGUSTIAS

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Figura 8: A belíssima e expressiva N.ª Sr.ª das Angustia de Granada.

Milénios depois e o crescente lunar continua a ser o símbolo da deusa mãe primordial e os “emes” entrelaçados, o símbolo mais arcaico da cópula das cobras que foram o primeiro par da criação! Porém o mais expressivo é o facto de toda a postura transcendente e intemporal desta Pieta fazer lembrar tanto Eos & Mnemom como a da deusa mãe Kali.

Angustia < Angus Tea

ó Agnus Deia.

 

Angus Deia teria também sido a deusa da “angina pectoris”.

«Angina» <?> Grec. ankhon < Anshauna < An-Gina < En-Kina[5], a esposa e mãe e divina depositária das «escaras» do filho de Enki, morto no decesso de Innana.

 

Ver: ANGUS (***)

 

ROSARIO DE LOS 7 DOLORES:

Primer Dolor - La profecía de Simeón (cf. Lucas 2,22-35)

Segundo Dolor - La huida a Egipto (Mateo 2,13-15)

Tercer Dolor - El Niño perdido en el Templo (Lucas 2,41 -50)

Cuarto Dolor - María se encuentra con Jesús camino al Calvario (IV Estación del Vía Crucis)

Quinto Dolor - Jesús muere en la Cruz (Juan 19,17-39)

Sexto Dolor - María recibe el Cuerpo de Jesús al ser bajado de la Cruz (Marcos 15, 42-46)

Séptimo Dolor -Jesús es colocado en el Sepulcro (Juan 19, 38-42)

El gozo y la esperanza, la tristeza y la angustia de los hombres de nuestro tiempo, especialmente de los pobres y de todos los afligidos", sean "también gozo y esperanza, tristeza y angustia de los discípulos de Cristo" (Gaudium et spes, 1)

GOZO, ANGUSTIA Y ESPERANZA (Ana Pérez Naranjo) parecem ser as três etapas da vida sentimental da mulher!

Na liturgia católica espanhola a Virgem da Esperança de Macarena aparece associada na semana santa à “virgem de Los Dolores” Virgen de la Amargura, VIRGEN DE LA SOLEDAD, VIRGEN DE LA CARIDAD, à Virgem de la Misericórdia

María Santísima de la Amargura, transida de dolor, se encamina al encuentro con Jesús. En aquellos trágicos momentos, la Madre angustiada, sobrecogida, temblorosa, es reconfortada por el Discípulo amado. Ambos, en perfecta e inigualable conjunción de sentimientos y actitudes, constituyen uno de los grupos escultóricos más logrados de la estatuaria barroca sevillana.

Amaurki-ura > Amargura.

 

SPES E Nª. S.ª ESPERANÇA.

Macarena é epíteto duma N. S.ª da Esperança (< Esperanza, em espanhol) que dificilmente derivaria etimologicamente da deusa latina alegórica Spes.

«Esperança» = • s. f. acto de | esperar < *Sper-entia < Lat. Sperare.

Obviamente que o equivalente latino literário da esperança latina foi a que teve o nome da deusa Spes.

Figura 9: Spes = The personified Roman goddess of hope. She had a sanctuary on the vegetable market. Spes is portrayed as a young woman holding a cornucopia and a flower.

Na figura do lado falta a cornucópia mas ficamos a saber que, afinal, a deusa transporta na mão direita um ramo de verdura, quiçá uma alface, símbolo de Min, o deus egípcio da fertilidade, facto que poderia ter feito desta deusa uma «alfacinha».

Assim é suspeito que o nome da Sr.ª da Esperança seja bem mais arcaico que o termo latino de que se suspeita derivar tardiamente.

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Na verdade, o Lewis & Short Latin Dictionary garante que termo lat. spes, ei não tem uma origem etimológica segura arriscando-se a tropeçar nas malhas das raízes da etimologia convencional de tradição clássica e racionalista ao afirmar o seguinte:

"spes, spêi (...), f. [perh. root spa-, to draw out; Gr. spaô; cf.: prosper, spondeo; v. spatium]."

Ora, mais adiante dá-se conta que:

"Spes, is a Roman divinity who had several temples in Rome.[6]"

Sendo assim, Spes não era uma alegoria tardia mas uma deusa popular e arcaica pelo que haveria que entender a semântica da “verde esperança” procurando saber qual teria sido a liturgia desta deusa! De facto, se fosse uma alegoria criada tardiamente muito possivelmente ela teria sido criada a partir do verbo sperare e, então, mais depressa teria sido chamada *Sper-entia do que a deusa do obtuso nome, Spes.

Ora, o «verde é esperança» por ser a cor dos vegetais de que Spes foi deusa da respectiva fertilidade e fartura![7] Aliás, a sua iconografia clássica deixa a impressão de uma virgem casadoira ou de uma jovem em «estado de esperanças», ou seja, grávida! Sendo assim, é quase segura que Spes era uma filha de Enki e uma deusa da boa e bela fruta, como Inanana variante Ninana.

 

Ver: NINANA, (A DEUSA DO KHULUPPU E DA BOA FRUTA.) (***)

 

Se a N. S.ª Esperança veio substituir a Spes latina então esta deusa seria uma variante das deusas florais da primavera e da luxúria pelos bens de fartura e fertilidade agrícola que delas se esperava. Porém, na iconografia cristã a Esperança teria já tanto de angelical quanto quase nada da fartura luxuriante da deusa homónima romana, ficando-se apenas pela atitude das mãos erguidas próprias de pedintes que mais depressa desesperam das migalhas deste mundo do que deixam de acreditar que «quem espera sempre alcança» as benesses impossíveis que não caiem do céu aos trambolhões!

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Figura 10: Spes. Cappella degli Scrovegni -- Allegorie delle Virtù e dei Vizi.

O estranho desta representação renascentista é verificar-se que o anjo da esperança cristã se tornou muito mais ambicioso no plano da abundância económica, que antes era apanágio das deusas da cornucópia, a que Spes pertencia.

Esperança = • a 2.ª das virtudes teologais; • o que se espera; • expectativa;• • suposição; • probabilidade.

A Esperança cristã já não espera alcançar um mero ramo de verdura primaveril mas antes eleva ambas as mão numa ambição desmedida de alcançar na terra a coroa real do «reino dos céu», o que demonstra o quanto o cristianismo se transformou numa ideologia da monarquia medieval europeia. De facto, a esperança cristã mistura a fé no impossível com a suposição para alcançar o provável!

E as «falsas esperanças» podem ser tantas que pode transforma-se no defeito da «inveja».

«Inveja» < Lat. invidia < Enwi-| < Enki | -Thia < Kiki.

O sufixo -entia já contem em si a semântica da «ânsia(-dade)» implícita em todos os estados de «esperança», pelo menos no plano da experiência expectante, pelo que o nome peninsular desta abstracção se parece com uma redundância.

Todos os termos portugueses terminados em «–ância, -ência, -ansa, -ensa» derivam todos do radical latino –entia definem mais actos potenciais do que acções efectivas, ou seja, qualidades abstractas que os antigos só conseguiam imaginar como sendo divindades. No entanto, a menos que se postule a existência duma forma popular de baixo latim *Spe®entia <= Lat. sper(are) + Enki(a), a Esperança não deriva da deusa romana Spes, que deu origem à 2ª virtude teologal, mas de uma entidade mítica homóloga que teria na Ibéria a forma *Ish-pher-enkia ó *Ishtarenki!

De facto Ishtar, a filha querida de seu pai Enki, ou seja, Hesperia, uma das Hespérides que de facto a tradição clássica coloca nas terras do sol-posto!

Hesperis: "evening," personified as a Greek goddess, wife of Atals and mother of the Hesperides.

Hesperides: the "daughters of Evening," the goddesses who guarded the golden apples given by Gaia to Hera at her marriage to Zeus. They live at the western extreme of the Mediterranean, near Mt. Atlas, hence they are sometimes considered the daughters of Atlas. Their names are Aegle, Arethusa, Erytheia and Hesperia.

Hesperia: A garden, situated at the western end of the earth, in which golden apples grow.

Kar-Ki > Alphi-ish > Elpis > Spes.

Esper- < Hesper(ia) < Ki-Ash-pher, lit. “a que transporta a filha da terra!”

                                        > «Esfera» < Ish-pher < Ish-Kur ó Istar.

 

Ver: GRIFOS (***)

 

E é assim que o ciclo mítico se fecha uma vez que descobrimos que a tradição da deusa que desceu ao inferno das dores supremas por causa da morte solesticial do esposo ou do filho amado fazem parte da tradição multissecular dos ritos primaveris de fertilidade agrícola iniciados precisamente com ao mito lunar de Inana / Istar.

Então, a deusa ibérica da Esperança teria assim um nome compósito a partir de Espher- , variante fonética de Ishtar, que, quando prenhe de esperanças de vida era esférica como a Sr.ª do «O», e de *Enkika que seria um genérico como potinija.

 

JUVENTAS

No entanto, como mostra a moeda de ouro seguinte Spes era a «princesa da juventude» logo, uma variante da filha de Juno, a deusa Juventas.

Então seria muito provável que Spes tivesse tido uma evolução algo parecida com a de Ops.

Ops < Ophis (> opus) < *Auphis < Kaukis => Ish-phis > Spes < Cald. Ishat ou mesmo talvez uma variante da Fenix, e, por isso, ainda angelical na alegorias cristãs.

Porém, o mais provável é que Spes seja uma forma elíptica de Sp(er)es < Ish-phur-ish, literalmente ninfas de Ishtar, possivelmente a personificação da sua corte de estrelas, as Hespérides, e, por tanto, deidades da esfera floral de Vénus/Afrodite, afinal variantes de Juventas.

Figura 11: Spes como "Princesa da Juventude".

Nesta sequência de relações se verifica então que Spes pode ter sido, enquanto Juventas, irmã e esposa de Marte, uma deusa afinal mais ambiciosa do que aqui parece pois que esteve relacionada com as virtudes militares que levavam às honrarias, aos troféus de caça e aos despojos de guerra. Assim a representação renascentista apelava mais para a faceta da deusa da juventude do que para a da Esperança.

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Ver: HEBE (***)

 

Pois bem, esta deusa era de facto Vénus, a «estrela da manhã», deusa do amor e da juventude presente no «repouso do guerreiro» que era Marte, seu irmão e amante, gloriosa e triunfal Deusa Mãe das dores de parto da Aurora, Sr.ª e das dores da menarca e da desfloração era também a deusa das dolorosas partidas e, das ainda mais dolorosas e inesperadas chegadas aos a antros da morte, dos guerreiros que em seu nome lutavam.

Ora, a 6ª Feira (Viernes) Santa sevilhana também se chama a «madrugada» (<Mater-kau-ata < Mater-Ki-Uto) ou seja, manifesta a reminiscência do nome das dores de parto das deusas da Alvorada (< *Karkur).

De qualquer modo e, ainda que assim não fora, sabemos que a 6ª feira foi dia de Vénus! Aceitando que os dias da semana honravam os deuses principais e que este correspondiam às realidades astrólogas fundamentais temos que admitir que se o primeiro e segundo dia eram reservados aos deuses supremos, que eram o sol e a lua, o 6º dia seria reservado à ao planeta Vénus enquanto estrela da manhã! Assim, razão têm os sevilhanos para celebrarem a sexta-feira santa como o dia de todas a s madrugadas!

Matuta The Roman goddess of the dawn. Later she was known as Mater Matuta, the patroness of newborn babes, but also of the sea and harbors. Her temple was situated on the Forum Boarium (the cattle market). Every June 11, the Matralia was celebrated here. This festival was only open to women who were still in their first marriage. She was associated with Aurora and identified with the Greek Eos.

Portanto, pelo menos em Roma ainda era sabido que a deusa Matutina era a Deusa Mãe precisamente por ser a mãe do Sol. Matuta < Ma-Ki-Uto, a Terra Mãe do Sol! Porém, uma das coisas ainda mais estranhas sob o ponto de vista linguístico é que o nome da 6ª feira seja Pyatnitsa em russo, Petak em servo-croata e Pia, Tek em polaco e Péntek em Húngaro. Sobretudo em russo:

Pyatnitsa < Phiat-Anisha < *Phiatanisca, literalmente Pitonisa do fogo do céu de *Phiat < *Kiash-Anish!

Estes factos levantam a suspeita de que a língua russa deriva muito estreitamente das fontes da proto linguagem peri-mediterrânica e cretense e sumério-caspiana! O nome polaco Pia, Tek levanta um pouco o véu à origem das Piatás e da Sr.ª da Piedade de tal modo que:

«Piedade» < Lat. Pietas < Pia + Tek < Petak < Péntek < Ki-An-Kiki, a deusa mãe do céu, aurora de Kiki = «o duplo monte de terra»!

Por sua vez,

Péntek => Phen < Wen + ush > Venus, «filha de Wen»!

 

VIRGEM DO ROCIO

A Mater Matuta era a Majestosa deusa Maia, das festa da Fauna & Flora da Primavera, Matrona da Esperança Macarena e era também a deusa da brancura da «Alva», a deusa Matutina da purpura Manhã, a Virgem del Rocío.

Primavera (< Phru-ma-Vera < Kar-ma-Keras < Karma & Ceres?),

«Alva» < Arka (> Aca Larencia) < Kahura < Kakura > Kiphura.

 

Ver: TALOS / RODES (***)

 

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Figura 12: Virgem del Rocío.

Ora, nem de propósito se teria imaginado uma Mãe do Deus Menino mais próxima da tradição de Isis, mãe de Horus / Istar, mãe de Shara, filho de Deus do céu, Anu. Com os pés sobre o crescente da serpente lunar a «Virgem del Rocío» é, de facto, a lua matutina ainda cercada de estrela, a aurora radiante e dourada com sol ao colo, acabado de nascer!

Un bosque impenetrable de acebuches, sabinas, lentiscos y zarzas. Este atractivo lugar además de ser enclave equidistante a tres provincias: Huelva, Sevilla y Cádiz, es lugar de encrucijada.

Todos estos ingredientes, según los estudiosos del fenómeno, son la base para explicarnos la transcendencia religiosa social de la romería hoy. El Rocío de hoy nace, pues, del lugar. Más tarde y, lógicamente, con la leyenda de la aparición de la Virgen y la ubicación de la ermita en aquel sitio insólito y misterioso, lugar siempre vinculado a la villa de Almonte, hacen posible que hablar de Rocío sea lo mismo que hablar de Almonte.

«Rocio» (= «orvalho» < Lat. *roraliu < ros, orvalho) < rociar (< Lat. ros-cidare) ou do Lat. *ros-civu.

                               ó Lux-io > «Luzío».

Rocío < Raush-iho < Urash < *Ur-Kishu => «Roxo»

                        > Lat. ros.

Obviamente que para ir do «orvalho» ao Lat. *roraliu seriam necessários muitos saltos mortais sobre a fonética. A verdade é que nem sequer é segura a existência de *roraliu que, em rigor, teria que ter sido «rosália»!

Almonte < Arma-Antu < Karma-Antu, A deusa mãe Artemisa responsável pelo nome de todas as Carmens de Sevilha! Mas, Sevilha sempre foi a terra da aurora!

Sevilha < Ki-Willa, lit. «a vila de Ki»? <= *Kiphur-la, a cobra solar alada dos cretenses < Sa-kur-auria, a luz de Sacar /Saturno < *Ki-Kur-Ur > Kur-kur, «a dupla montanha da Aurora»!

 

Ver: SARPEDON (***) & Ver: TUNIS (***)

 

PIETAS

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Figura 15: Nesta alegoria a «deusa da piedade» latina parece reporta-nos para uma arcaica Deusa Mãe, entronada, telúrica e poderosa como Cibele mas maternais e protectora como Isis, ou Afrodite.

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Figura 16: Nesta alegoria a deusa da «Piedade de Augusto» seria sobretudo uma metáfora dos cuidados maternais inspiradores da compaixão pelos órfãos e da caridade pelas crianças pobres e abandonadas.

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Figura 17: Nesta metáfora a raiz mítica original da fecundidade da Terra Mãe parece ter-se perdido e ficado reduzida à mais recente semântica da piedade enquanto devoção ritual inspirado no respeito pelas leis divinas.

"Originally the word piety was used to designate the honor and respect one showed to members of one's family, children to parents, children and parents to grandparents, and everyone to one's ancestors. But the term came to be used in a wider sense, designating loyalty and obedience to the customs and traditions of Rome, to inherited laws, to those who lived in previous generations- in short to the "fatherland." As time went on, the term acquired a more specifically religious sense, meaning reverence and devotion to the gods and to the ritual or cultic acts by which the gods were honored, as for example the offering of sacrifices. But the older sense of the word was never lost. Piety embraced both the sense of reverence for the traditions of the family and the city and the more specifically cultic sense." -- The Christians as the Romans Saw Them Robert L. Wilken Yale University Press, New Haven and London, 1984

É obvio que a função social destas alegorias da «deusa da Piedade» em moedas romanas nos obriga a repensar a função política da religiosidade. Afinal a crueldade dos homens de poder impiedoso resultava do facto de que a falta de temor pelos deuses levava ao desrespeito das leis religiosas que mais não eram do que formas de ética inspiradoras humanidade então na forma de caridade e compaixão nas quais se viria a alicerçar o culto cristão da N.ª Sr. ª da Piedade.

Ora, se bem que longe da tradição de maternidade telúrica das moedas anteriores, a variante ritualista e virginal da Pietas da última moeda correspondia, quase seguramente, a uma evolução sublimada do culto das vestais enquanto deusas do fogo da pureza. Ora, as deusas da aurora eram simultaneamente tudo isto!

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Figura 18: Pietá de Miguelângelo do Vaticano. A semelhança com a postura de Eos e Memnon é espantosa!

Figura 19: Deposição do corpo de Cristo da cruz de Miguelângelo Museo del Opera del Duomo, Florence. Neste caso é Nicodemos que mais se parece com Hermes segurando o corpo de Sarpedon ladeado por duas mulheres que bem poderiam ser os anjos de Eufrónios.

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Pela positiva do lado dos vencedores teríamos Atena, a deusa das tácticas e das estratégias milicianas, sendo Nikê nos dias luminosos da vitória enquanto que em contraste pelo lado negro das guerras perdidas teríamos que Anat, além de deusa da morte foi também Nix, deusa noite do luto dos vencidos! Claro que os pressupostos de que o pensamento mágico dos primitivos funcionava magistralmente com esta lógica de contrastes e associações antinomias intuitivas e obvias não carece de demonstração por ser um dos princípios fundadores da mitologia racional.

A verdade é que nestes cultos funéreos a saudade dos filhos perdidos nas guerras eternas das sociedades heróicas deve ter acabado por se sobrepor a ritos mais grosseiros e primitivos de morte e ressurreição acabado em tão belas quanto trágicas manifestações colectivas de dor e paixão como as do «Senhor Morto» nos braços da «Sr.ª da Piedade».

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Figura 20: Pietá & «Deposição da cruz» do Corpo de Deus.

O «Memento homo quia pulvis est et in pulvere reverteris» da liturgia da 4ª feira de cinzas não faz mais do que confirmar este saber universal de que somos o pó da terra que nos dá vida e alimente a que regressamos com a evidência da decomposição cadavérica que o homem primitivo deve ter evidenciado de forma dramática porque muito precocemente na história da humanidade surgiram os cultos dos mortos como primeiras formas de cultura e religiosidade! Esta convivência precocemente traumática da humanidade com a brutalidade das «leis naturais da luta pela sobrevivência» deve ter sido uma das principais razões da ambiguidade dos cultos dedicados à Deusa Mãe Terra!

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Figura 21: Vesta, a Imaculada Virgem Mãe.

Vesta = was a deity presiding over the public and private hearth. On of the most popular and mysterious goddesses of the Roman pantheon.

E era sobretudo a virginal Veta, a deusa da pureza do fogo doméstico.

Pieta(s) < Phieta < *Ki-ast > Wiast > Vesta

> Hesta.                                             > Bast.

Esta Virgem Negra dos infernos de Ereshkigal era a mesma Antu, a mãe do céu, do branco e claro olhar como Inana, a Senhora do céu! A sua relação com as dores e sangramento do parto e com a aurora ficou marcada no nome da deusa latina Mena, a deusa das dores da menarca e dos sangramentos mensais da mulher.

 

Ver: MANA (***) & PERSEFONA (***)

 

 



[1] Restauro cibernético do autor.

[2] comentários ao retablo da "Virgem de los dolores" numa página da InterNet.

[3] ...e do enxofre (< lat. sulfur < *kurkur) já por via erudita e à posteriori baseada na relação do enxofre com as sulfataras vulcânicas e destas com o fogo dos infernos.

[4] A este propósito ver o capítulo LYCIAN APOLLO.

[5] «Quina», enquanto abreviatura de «esquina» (< Ishkina), é, nos símbolos de Portugal, o espaço das chagas ou «escaras» de Cristo morto. Obviamente que o símbolo das quinas pode ser muito mais arcaico nas terras lusitanas. Os marginais, por vezes, perpetuam códigos secretos que podem perder-se nas noites do tempo! A verdade é que as 5 quinas na tabaqueira anatómica é frequente em antigos prisioneiros portugueses sem que nenhum deles saiba o seu verdadeiro significado. A sua relação com arcaicos ritos iniciáticos de morte e ressurreição solar nestas terras ocidentais de sofrido «sentimento» (ó Egipt. Kentiamentu?) de saudade onde o sol, esfolado pelas lutas do dia, era posto atrás de grades do mar e enterrado quotidianamente pela Deusa Mãe, é inevitável.

[6] (...) Plaut. Bacch. 4.8.52; id. Ps. 2.4.19; id. Cist. 4.1.18; Cic. Leg. 2, 11, 28; id. N. D. 2, 23, 61; 3, 18, 47; Liv. 2.51.2; 25.7.6; 40.51.6; Tac. A. 2, 49; Plin. 2, 7, 5, § 14; Tib. 1, 1, 9 (19); Ov. A. A. 1, 445; Aus. Idyll. 12, 9; cf. Hartung, Relig. d. Röm. 2, p. 264.-- Lewis & Short Latin Dictionary.

[7] Recordo-me que, na minha infância, existia na minha aldeia natal uma romaria à N. S.ª da Esperança da aldeia vizinha de Murça, (Ver: MORFO) que era realizada por velhos caminhos ladeados de dedaleiras, giestas brancas e amarelas (maias) floridas, ou seja, no início da primavera.

domingo, 16 de junho de 2013

DEUSES TELÚRICOS I - ATLAS, O AXIS MUNDIS, por artur felisberto.

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Figura 1: Atlas apanhando as maças (> «peros» ó «esferas») do jardim das Hespérides enquanto Hércules ficou a suportar a esfera armilar do mundo celeste, qual cariátide masculina, de que aliás viria a ser tema arquitectónico.

Pseudo-Apolodoro, Bibliotheca 2. 119-120: "Prometeu aconselhou Hércules para não ir ele próprio buscar as maçãs, mas sim para libertar Atlas da esfera celeste e despachá-lo (a fazer esse serviço). Então, quando Hércules chegou junto de Atlas entre os hiperbóreos, lembrou-se do que Prometeu o aconselhou e assumiu a esfera. Atlas pegou em três maçãs do jardim das Hespérides e depois voltou para Hércules. Sem querer segurar a esfera, disse a Hércules que ele é que deveria levar as maças a Euristeu, e que Hércules poderia segurar o céu no lugar dele. Hércules concordou, mas por um truque deu a esfera de volta ao Atlas. Seguindo o concelho de Prometeu, ele pediu a Atlas para pegar no céu enquanto ele colocava uma almofada na cabeça. Ouvindo isto Atlas deitou as maçãs ao chão e Hércules viu-se assim aliviado da esfera. Assim Hércules as apanhou do chão e seguiu. Alguns dizem, porém, que ele não tomou as maçãs de Atlas mas que matou o Dragão que as guardava e as apanhou. Retornando com as maçãs deu-as a Euristeu que fez um presente delas a Hércules. Mas Atena as recuperou dele e levou-as de volta pois não era permitido por lei divina (de Hera) localizá-los em qualquer outro lugar."[1]

A postura de Atlas na função de Cariátide masculina pode não ser puramente fortuita e conter alguma coisa de semântico sob o ponto de vista tanto da mitologia cósmica quanto da própria etimologia mítica.

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Figura 2: Não terá sido por mero acaso que Prometeu aconselhou Hércules a segurar o mundo. Na verdade, pelo menos aparentemente seria mais fácil enfrentar a serpente «ladino», de nome Ladão, do que aguentar com o céu! Ou seria que o céu seria tão leve como uma pena como é sugerido pelo facto de Chu ser simbolizado por uma pluma que flutua no ar voando nas asas das aves? Na verdade suspeita-se que Hércules e Atlas seriam variantes do mitema dos todo poderosos deuses “Manda Chuvas” das montanhas da Aurora da Deusa Mãe.

As Cariátides, que faziam parte do cortejo de Afrodite, podem ter sido o séquito das Hespérides, tanto mais que Afrodite foi a deusa Pomona da maçã de Adónis e seguramente a inspiradora do mito da cobra da tentação genésica e bíblica, tanto mais que esta terá sido uma das *cáforas cretenses.

The name of only one figure in the glyptic of the Period is evidently known. This is, in part, due to the uncommon occurrence in a Middle Assyrian letter of the term for a seal icon it calls lahmu. The sender had commented on his seal’s image. Recently, it has been discovered remarkably by the Dutch Assyriologist F.A.M. Wiggermann, through comparing a relief of the "heroic" figure with the inscription upon it, indicating that lahmu is a principal term for the "heroic" figure with frontal face and prominent beard which appears often in contest-scene seals in close association with cattle as mentioned above, and which constitutes a conspicuous figure in the third group of animal-frieze / contest-scene seals mentioned above. There is no evident reason for reservation in setting back the identity of this "heroic" nude figure as far as the ED III Period and even much earlier. This opened the door to all the existing cuneiform literature and, in so doing, helped to interpret the contest-scene seals. W.G. Lambert has given a useful summary of the epigraphic evidence for the cosmogony of the lahmu in extension to Wiggermann’s initial presentation. The lahmu had been the "heroic" figure of art history descriptions for decades. Yet the facts remarkably resemble P. Amiet’s surmise some years ago that the "heroic" figure was a kind of Atlas, based upon later Old Babylonian scenes on cylinder seals. (The gamut of early and late representations of the lahmu show that the assumed locks of hair of the art historians may often be long plaits of hair tied in chignons, three on each side of the head. The reason remains obscure, but a Neo-Assyrian relief suggests this. Plate four, number one.) (...) The evidence is: (...)

4) F.A.M. Wiggermann proved that the nude "heroic" figure was called lahamu (or lahamu). (Pages 10 and 11; notes 38 and 40.) Also a Middle Assyrian official stated in writing that the lahmu appears on his seal. (Page 10.)

5a) From later ancient literature, W.G. Lambert points out that the lahmu (or in the pair, lahmu and lahamu) is Atlas-like, having a cosmic or pervasive function, also apparently supporting heaven and earth on an east-west axis. (Page 10.)

b) Moreover, from later-dated, more explicit art P. Amiet already concluded before Wiggermann’s cuneiform discovery that the nude "heroic" figure (=lahmu/lahmu) is an Atlas-like cosmic figure. (Page 10.) -- Early Dynastic Glyptic, The 'Butcher' Deity, And Myth-And-Ritual Theory, by James Christian, A.B., Sociology-Anthropology, Boston University, A.M., Ancient Near Eastern Languages and Civilizations, Oriental Institute, The University of Chicago.

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Figura 3: Lahmu/lahamu segurando o axis mundi na presença da trindade divina, Anzu, Anu e Enki.

Lahamu was the first-born daughter of Tiamat and Apsu in Akkadian mythology. With her brother Lahmu she is parent of Anshar and Kishar, who were in turn parents of the first gods. Lahamu is sometimes seen as a serpent, and sometimes as a woman with a red sash and six curls on her head.

Lahamu / Lahmu < Rakamu < Ur-Ki-ma = Ki-ur-ma

=> Hermes (Propileu)

Assim, a relação de Lahmu sumério com o Atlas grego tem que passar por uma relação ancestral entre estes dois deuses, ou seja, Atlas é uma variante autonomizada tardiamente de Hermes e de Prometeu.

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Figura 4: Os grandes castigados divinos: Atlas e Prometeu. O titã Atlas que foi condenado a segura o mundo por ter participado na guerra dos gigantes contra Zeus.

Jápeto desposou Clímene de belos tornozelos

virgem Oceanína e entraram no mesmo leito.

Ela gerou o filho Atlas de violento ânimo,

pariu o sobreglorioso Menécio e Prometeu

astuto de iriado pensar e o sem-acerto Epimeteu

que foi um mal dês o começo aos homens come-pão,

pois primeiro aceitou de Zeus moldada a mulher

virgem.

Ao soberbo Menécio, Zeus longividente

lançou-o Érebos abaixo golpeando com fúmeo raio

por sua estultícia e bravura bem-armada.

Atlas sustém o amplo céu sob cruel coerção

nos confins da Terra ante as Hespérides cantoras,

de pé, com a cabeça e infatigáveis braços:

este destino o sábio Zeus atribuiu-lhe.

E prendeu com infrágeis peias Prometeu astuciador,

cadeias dolorosas passadas ao meio duma coluna,

e sobre ele incitou uma águia de longas asas,

ela comia o fígado imortal, ele crescia à noite

todo igual o comera de dia a ave de longas asas.

-- Teogonia de Hesíodo.

Na verdade deve ter sido a confusão fonética das cariátides com as Graias que levou os mitógrafos a supô-las habitantes do Atlas (quiçá enquanto relativas ao mesmo mito de tripla Deusa Mãe das cobras cretenses que, com apenas um olho comum seriam as três fases lunares, companheiras do mesmo e único sol!) tanto mais que são referidas no mesmo ciclo de Perseu como irmãs das Gorgonas.

 

Ver: ANDALUZIA (***)

 

Dito de outro modo, a semântica do Atlas começa a assemelhar-se com a de Talos e a permitir portanto sustentar como legitimar a suspeita de que a cultura que gerou o mito de Talos foi a mesma que criou o mito do Atlas, sendo assim quase seguramente de origem cretense. Ora, quando nos referimos à Creta arcaica dos tempos minóicos ou ainda a tempos mais arcaicos estamos a referir-nos à cultura neolítica que imperou nas ilhas e costas mediterrânicas e não apenas à que deu fama a Evans e à ilha de Creta.

A verdade é que o mito do Atlas é do tempo dos Titãs e dos Gigantes antigos que, por sua vez não terão andado sempre associados por mero acaso às manifestações megalíticas já conhecidas dos antigos. Este deus deve ter sido de facto um gigante primordial vindo já do paleolítico seguramente enquanto heterónimo de Hermes Propileu.

Clymene = A Titaness, the daughter of Oceanus and Tethys. She was the wife of Iapetus and bore him Prometheus, Epimetheus, and Atlas.

Claro que o Oceano era uma variante nocturna de Enki / Hermes porque era lit. “o deus do sol posto”, enquanto evidência metafórica do grande mar atlântico onde era suposto ficarem as portas do fim do mundo onde quotidianamente o sol descia ao inferno para se deitar no «ocaso» do mundo dos ocidentais. Oco- é o étimo azeteca do que é leve e vem à superfície do mar, seguramente derivado do mesmo semantema que em português foi «oco» e «chocho» < oci-, o étimo latino de tudo o que cai ... em desgraça ou é morto.

Oci- < Hauki < *Kau | -Kian

<= Caco - Enki => Aka-Kian > At-ian > A-tan, a grande cobra do mar primordial > Canaan. Adónis  => Ati-(Me)an > *Atumn [2]> Egipt. Atum.

Quanto a Tétis < Thethi < Ki-ki, esta seguramente uma variante de Ki / Ninkursag, a Virgem Mãe e esposa de Enki!

Sendo assim, Climena < Kali-Mean + Kiki =>

= *Kur-Ki-Ma-An-ish => Lit. N.ª Sr.ª (An) de Carquemiche > Artemis.

                                       => An Iscur *Kima => Istar.

Atlas fought with the Titans in the war against the deities of Mount Olympus. As punishment, he was condemned to bear forever on his back the earth and the heavens and on his shoulders the great pillar that separates them. (…) The ocean's name is derived from Atlas.

Começamos assim a suspeitar que a mitologia clássica só não diz explicitamente que existiu uma gravíssima “guerra santa” antes da época clássica porque não temos sabido entende-la. Claro que a tradição da existência de conflitos entre velhos e novos deuses já existia na tradição acádica tendo manifestado com particular violência no mito de Marduque na epopeia de Enuma-Elish, seguramente decorrente da crise da civilização arcaica que pode ser esquematicamente reportada ao tempo do cataclismo que destruiu miticamente a Atlântida mas que, na realidade destruiu a ilha de Tera, nomeada pela deusa Tela.

Ora, Tela deve ter sido de facto o local de origem semântica de toda a mitologia da Atlântida tanto mais que é lógico pensar que um mito se torna tanto mais profundamente insidioso na memória cultural dos povos quanto mais traumática tenha sido a sua origem. A aprendizagem humana reforça-se com e moções e esquecemos menos os que mais nos marcou ao ponto de que quando a emoção se torna traumaticamente insuportável se transforma em esquecimento neurótico que foi o que aconteceu com os gregos em relação com o mito da Atlântida. Se...

Atlas < At-Talo, lit. “filho de Talo, Tellus ou Tera + Anu

> Atal-an > *Atalan-

...então, este étimo pode muito bem ser anterior tanto ao mito do Atlas quanto ao da própria Atlântida.

 

Ver: ATLÂNTIDA (***) & PARECENÇAS TRANSATLÂNTICAS (***)

        ASTLAN (***) & TALOS (***)

 

Tera ou Tellus, a Srª do Altíssimo, seria o nome da deusa mãe do monte vulcânico que hoje se chama Santorini, luzeiro do mar Egeu e seguramente tão magnífica e imponente que acabou por servir de modelo para a semântica mítica do monte Atlas, da Atlântida e do Atlântico. As colunas de Hércules eram, na época clássica que lhe registou os rastos geográficos, a forma vestigial dum grande mito cosmográfico que concebia a céu nocturno como sendo o corpo da Virgem Deusa Mãe na posição de grande vaca-leiteira celeste com as patas dianteiras viradas para ocidente e as traseiras para oriente.

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Figura 5: Hator / Nut, a vaca leiteira do céu

Figura 6: Chu suportando o corpo do céu que era Nut, encima de Gebo.

Quando este mito astronómico se antroporfomizou no de Mut / Nut a reconhecida fragilidade feminina tornou esta posição recurvada demasiado cansativa para ser aguentada pelo que passou a temer-se como ao gauleses que o céu cai-se em cima dos humanos com o sol os astros, receio que terá sido reforçado pelo facto astronómico da queda de algum cometa na época arcaica de que decorreu o mito de Lúcifer, o anjo caído como o filho de Apolo. Os Egípcios criaram então, estimulados pelo machismo patriarcal emergente, o mito de Chu, o forte deus do estado atmosférico que suportava o corpo frágil da deusa mãe do céu do céu nocturno sobre o corpo da terra máscula que era Gebo! Ora, evidentemente que este deus era, já como En-ki, o Senhor da terra que viria a servir de modelo ao mito de Atlas. Entendemos assim que o mito tenha começado como Telus e tenha acabado no Atlas e nas colunas de Hércules.

Tera > Tellus > Talos > Atlas => Atlântico > Atlântida, etc.

Upelluri - Deus hitita semelhante ao clássico Atlas, uma vez que os antigos deuses construiram o mundo nas suas costas.

Claro que Atlas é apenas uma variante de Hércules, o deus “manda chuva” que desceu aos infernos como o sol quando a terra se põe em cima dele no ocaso, como aconteceu com Urano. Entre o que está em cima e o que está em baixo vai apenas uma questão de perspectiva e de ponto de vista relativo! Na verdade o sol está em cima durante o dia e em baixo durante a noite e daí a origem do Hiperião enquanto fogo visível do sol derivado de Mel-Kiwer / Mel-Karte / Herkules.

A hipótese cosmológica mítica dum tempo anterior ao nascimento do dia solar deve ter perseguido o pensamento primitivo de forma tão angustiante como a que ainda hoje persegue os cientistas que se apoiam no mito positivista do caos do espaço-tempo anterior ao «Big-bang»! A alegoria dum amplexo sexual eterno que tornasse desejável a aspiração humana dum orgasmo infinito terá sido a imagem mais inspirada para representar a situação do primeiro casal divino formado por Gaia e Urano, anterior ao nascimento do primeiro filho de deus que foi o sol.

 

Ver: APALIUNAS (***)

Ver: HERMOGENES, & CULTO DOS DEUSES ESTAFETAS. (***)

 

Na mitologia Nórdica quem segura o mundo e a árvore do Yggdrasil é Tiwaz.

Tiwaz = A war-god. He is said to have had only one arm and, in some versions, was a huge wooden pillar or tree, holding up the universe, like Yggdrasil. On occassion, identified as Tiwaz, Ear, Ear, Tyr, Er, Er, Cheru, Heimdall, Erchtag, Erchtag, Tiwaz, Hermensul, Hermensul, Herminsul, Irmensaule, Irminsul, Tiwaz, Ir, Ir, Tig, Tig, Tiu, German Tiuz, Tiw(a), Norse Tyr, Tiuz, Tiuz, Tiwaz, Tiw, Tiw, Tiwa, Tiwa, Zio, Zio, Zeus, Ziu, Ziu, Ziu-Wara, Ziu-Wara, Ziumen, Ziumen, Ziw or Ziw. - [3]

Por mais estranho que pareça este mesmo deus Tiwaz aparece na mitologia mesopotâmica como um deus solar o que prova que as mitologias nórdicas e germânicas eram mais semitas do que os nazis gostariam de imaginar. Sabemos que no Egipto quem suporta o céu (e o mundo) é Chu, o deus da raiz de todos os deuses “manda chuva jupiterianos” e, de facto, Tiwaz seria apenas o deus Wash ou Ki-ash o filho (Ush > Chu > Zu > Ziu > Zeus) da Deusa Mãe Terra, Ki (ou Ker de Creta), e por isso mesmo a «gi-esta» gigante que iria suportar o mundo.

Assim, suspeita-se que tanto Atlas quanto Upelluris seriam variantes do mesmo deus “manda chuva” que por motivos de geografia mítica e política passaram a uma posição secundária, como meros homens de mão de um deus manda chuva e que a etimologia sugere como sendo Ashur / Iskur / Asterio / Minotauro. E é assim que começamos a entender a etimologia do nome do Atlas como sendo o filho de Ker e Macarena. De facto, a primeira raiz at- é o remanescente de Ish / Chu, literalmente o rebento de lenha e o “filho”.

Atlas < Ash-Tel-lu > Astraeus > Asterius / Minotauro

Atlas < Ash-Tel < Ash-Ker > Ashur < Ishkur.

Lucifer as a personification is called a son of Astraeus and Aurora or Eos, of Cephalus and Aurora, or of Atlas.

Upelluris é uma forma ainda mais deformada desta mitologia que visava secundarizar o papel de um deus condenado a andar com o fardo do mundo Às costas como um escravo e que por isso não poderia ter a dignidade de um deus supremo.

Upel-luri - Semelhante ao Atlas, este gigante carrega o mundo em seus ombros. Os deuses antigos construíram a terra e o céu em cima dele. Eles tinham uma faca de cobre que usaram para separar o céu da terra, após o que eles a guardaram em antigos armazéns que selaram - para abri-los e recuperá-la para uso em Ullikummis - Apesar de ele não notar, mesmo quando os dois foram separados com um cutelo. Na direcção de Imbaluris o mensageiro de Kumarbis, as divindades Issira colocaram Ullikummis no seu ombro direito, onde a criança cresce. Ea, em busca de Ullikummis inquiriu-o e Upelluri admite uma pequena dor no ombro, mas ele não consegue identificar o que Deus lha causa.[4]

Origem do étimo *Ur dos deuses guerreiros primordiais.

Sumer. Ím = corredor, estafeta. < Sumer. Imi, im, em = barro, lama, velocidade, vento, direcção, tempo, tempestade, nuvens, chuva.

Imbal-uris, mensageiro de Kumarbi, aquele que «embalava» as tabuinhas de barro dos deuses e que as despachava à velocidade do vento acabando por provocar tempestades no céu e na terra! Ou seja, se o português deriva do latim com toada celtibera o latim derivava do hitita com toada suméria e hurrita.

Upel-luris < U-bell-uris, semelhante ao Atlas.

Ullikummis < Uri-kumnish => Minotauro.

Im

Bal < war < Kar

uris

> 

Imbaluris

U

Bal < war< kar > pher > ter

uris

< 

Baal > bel

> pal

U-pel-luris

Sumer U = 1 uma expressão de protesto, gritos, gritos, o grunhindo, ofegante de batalha, disputa de luta, que se curvar. 2 Planta; vegetal; erva; alimentos; pão; pasto, nutrir, apoio, carga, forte, poderoso (homem). 3 sono, para dormir. 4 montar, orientar, conduzir, pássaro macho, galo; (elevada) de altura; totalidade.

Inicialmente Upelluris seria uma forma descritiva em hurrita do mitema do áxis mundis, a planta ou «giesta» que segurava o mundo o por isso não seria descabido de todo postular que foi mesmo *U(sh)-Tel-lur-is. Mas por outro lado descobrimos que U em sumério já era uma evolução sintética de Ush / Chu, com o significado primordial de filho, rebento de árvore, lenha, galho etc. Por outro damos conta que Upelluris recebeu ressonâncias com a acção de erguer, elevar, sustentar…o mundo, a partir da interjeição U que já estava implícita no sumério e no hitita up-zi (Upa! “sobe”!).

Sub = word-forming element meaning "under," from Latin preposition sub "under" (also "close to, up to, towards"), from a variant form (*(s)up-, perhaps representing *ex-upo-) of PIE root *upo- "from below," hence "turning upward, upward, up, up from under, over, beyond" (cf. Sanskrit upa "near, under, up to, on," Greek hypo "under," Gothic iup, Old Norse, Old English upp "up, upward," Hittite up-zi "rises"). Used as a prefix and in various combinations.

Atlas era uma entidade mítica cheia de ambiguidades e contra-sensos! De qualquer modo, a suspeita de poder ter sido pai de Lúcifer faz deste deus uma arcaica versão de Apolo e portanto uma variante do mito solar que teve outras expressões em Hércules e em Talos.

Sendo um dos titãs, que depois de vencido por Zeus, ficou com o castigo de ficar como um dos pilares do mundo segurando-o às costas no norte de Africa, mesmo assim teria reinado da Arcádia onde lhe sucedeu Dimas (< Thamuz?) a tempo de provocar a guerra de Troia.

Mas a história mítica deve ter andado muito mal contada porque o equivalente egípcio foi Chu, que foi um evidente heterónimo de Teshup e de Júpiter. Claro que existem indícios de que a mitologia egípcia teria sido mal decorada pelos sacerdotes que a aprenderam de arcaicos colonos mediterrânicos ao ponto de existirem varas genealogias divinas raramente coerentes. Quer então dizer que Chu pode ter substituído Gebo ou Hórus nesta função de segurar o céu sendo já então um deus da terceira geração como Zeus olímpico enquanto Atlas seria um deus da segunda geração como Talos e Crono. Obviamente que, em virtude de os fundamentos de todas estas mitologia astrológicas estarem ainda muito longe da revolução de Copérnico, careciam de suporte real pelo que teria pouco interesse saber onde residem os pontos exactos de concordância ou de insanável desacordo de estas variantes mitológicas mas a verdade é que Atlas foi em tempos um deus solar e com quase toda a certeza teria sido uma mera variante de Talos que teria sido na origem o nome do vulcão de Terá. A ideia de um vulcão majestoso, como seria esta na época arcaica, poder ser uma metáfora para o conceito-mítico do áxis mundo faz assim todo o sentido!

But Atlas is also said to have ruled in what today is called northwestern Africa where he had, among other riches, a tree with golden leaves and golden branches and golden fruits. Some have said that these Golden Apples ere given by Gaia as a wedding present to Zeus and Hera.

Depois parece que foi por causa das maçãs de oiro que Hércules pôs Atlas a segurar o mundo enquanto outros julgam que foi Perseu que o petrificou, como Ullikummis, com a cabeça da Medusa, em cima das cadeias montanhosas do Atlas, apenas por mera falta de hospitalidade do guardião das Hespérides, apenas para que se cumprisse a profecia de Témis sobre Atlas:

"Atlas, the time will come when your tree will be spoiled of its gold by a son of Zeus."

Assim tudo apontava para que Atlas estivesse fadado a servir de pretexto para confusões míticas.

Ora, a verdade é que a etimologia do nome de Atlas já em si se prestava a tanto!

Atlas < Talas < Talo

< Tellus < Tar lu < Kar lu, homem touro ou anjo mensageiro de Kar,

o que se transportado no céu ao colo da Deusa Mãe, o Sol Invicto!

Assim sendo, e apesar das confusões étmicas da mítica clássica, Atlas era filho do sol, e por isso um digno antepassado de Hermes pois seria apenas mais um avatar de Enki.

 



[1] Pseudo-Apollodorus, Bibliotheca 2. 119 - 120: "Prometheus advised Herakles not to go after the apples himself, but rather to relive Atlas of the celestial sphere and dispatch him. So when Herakles reached Atlas among the Hyperboreans, he remembered Prometheus’ advise and took over the sphere. Atlas picked three apples from the garden of the Hesperides, then returned to Herakles. Not wanting to hold up the sphere, he told Herakles that he should carry the applies back to Eurystheus, and that Herakles could hold up the sky in his place. Herakles agreed, but by a trick gave the sphere back to Atlas. On the advise of Prometheus he asked Atlas to take the sky while he put a cushion on his head. Hearing this, Atlas set the apples down on the ground, and relieved Herakles of the sphere. Thus Herakles picked them up and left. Some say, however, that he did not take the apples from Atlas, but killed the Drakon that guarded them, and picked them himself. Returning with the apples he gave them to Eurystheus who made a present of them to Herakles. But Athene retrieved them from him and took them back, for it was not permitted by divine law to locate them anywhere else."

[2] *Auxi-Min < authi-mean < Lat. autumnu > «outono», uma metáfora do «sol posto» transporto para o ciclo solar anual! Ver: Talos (***)

[3] http://www.mythologydictionary.com/

[4] Upelluri - Similar to Atlas, this giant carries the world on his shoulders. The olden gods built the earth and heaven upon him. They had a copper knife which they used to cleave the heaven from the earth, after which they stored it in ancient storehouses and sealed them up - only to open them and retrieve it for use on Ullikummis - though he did not notice, even when they those two were separated with a cleaver. On the direction of Kumarbis' messenger Imbaluris, the Issira deities place Ullikummis on his right shoulder where the child grows. Ea interviews him, in search of Ullikummis and Upelluri admits to a small pain on his shoulder, although he can't identify which god is causing it.