domingo, 5 de janeiro de 2014

DEUSES ROMANOS - FAUNA & FLORA, por arturjotaef

DEUSES ROMANOS - FaunA & FLORA,

por arturjotaef

 

CLÓRIS OU CLORA.. 1

ROBIGO.. 3

FLORA.. 4

 

CLÓRIS OU CLORA



Figura 1: «La Primavera» de Botticcelli de 148.

The story of this painting begins on the right, with Zephyr's (wind god) pursuit of the nymph Chloris, who clings to Flora, the goddess of flowers. In the center, yet furthest from the viewer, Venus, the goddess of love and beauty, is the most important representative of springtime. Above her, flies chubby, little Cupid. On the left, the three graces are forever dancing. While, on the far left, Mercury stands mysteriously, with his back to the scene.

Clóris (do grego "Khloris" ou Χλωρίς, de "Khloros" ou χλωρός - significando verde-claro, verde alface) na mitologia grega, era a deusa da primavera, que presidia à formação dos brotos e das flores.

Era uma das Horas e equivalia à romana Flora, pois, segundo Ovídio, usando palavras atribuídas à própria, seu nome romano, Flora, é uma versão corrompida do nome grego Clóris.

Clóris era uma ninfa dos campos. O vento do inverno, Bóreas, que vem do norte, e o vento primaveril, Zéfiro, do oeste, transformam-se em seus pretendentes e rivais até que, em na primavera seguinte, ela foi raptada pelo Zéfiro, deus-vento, pois que Bóreas, irmão de Zéfiro, havia desistido dela raptando uma filha de Erecteu.

 

Ver: CORES (***) FENÍCIA (***) & VERTUMNO (***)

 

Cloris ou Clora ou Colora poderia ter sido a deusa das cores e das corolas florais! Pelo menos deu nome ao cloro esverdeado e poderia então ter tido por companheiro um deus Cloro. Como se verá, este foi em roma Vertumno, o deus latino das estações do ano que dava cor à Primavera. A presença de Zéfiro (< Ke-| phir ó wir > Wer |) no mito grego permite suspeitar que este seria o equivalente latino de Vertumno.

A transformação de Clóris em Flora registada na belíssima tela «La Primavera» de Botticcelli e não terá sido apenas uma mera virtualidade linguística, nem uma mera metáfora da transposição da mitologia grega papa a latina da mesma deidade porque a etimologia confirma a intuição deste artista. Clóris é não apenas funcionalmente a mesma deidade que Flora como, sobretudo, se pode fazer fé numa origem comum de ambas.

 

Concórdia = a deusa da fartura porque, sem esta, não há da concórdia social!

 

Ver:AS DEUSAS DA CORNUCÓPIA (***)

 

                         > Con-Cor-Dea

*Kaur > Kor- > -Kro > -Phro- => (A)-phro-(dite).

Cloris < *Clo-uris > Phlo-ura > Flora.

                            ó Pher Hora, a que transporta as Horas e os frutos

como Karpophoros, mãe de Hórus < *Kaur-Hauris < *Karkar-| la/ish

=> *Karkalia > Crocale.                                  < Kruris[1] >Clur-

                                                                    => Lat. *Coloris,

According to myth, after his act upon her, Zephyr looks at Chloris again and falls in love with her. Somehow, this allows Chloris to shed her maidenhood and become a dignified goddess. Observing closely, one can note the final patterns of Flora's gown beginning to appear on Chloris' thin covering. A more obvious symbol of her metamorphasis is the stem of flowers emerging from her lips, as she grasps the form of her new self.

Chloris = Greek goddess, personification of Spring, and so identified with the Roman Flora. Goddess of places shaded by trees, shrubs[2], and vines. She was the wife of Zephyrus.[3]

*Coloris seria a deusa virtual das corolas florais, do verde cloro da primavera e de todas as cores

> Grec. Clóris, a deusa das «cores» variegadas e floridas da Natureza

> *Gala-uris, a deusa da euforia dos deuses da guerra,das «galas» militares

edos «louros» da Glória > «Laura»!

Claro que Zéfiro era o deus do vento que soprava dos lados dos infernos que era o sol-posto e era por isso uma variante do próprio Enlil/Enki/Kur o que reforça e hipótese de também estavariante das deusas do amor ser uma filha e esposa de Enki.

Na corte de Afrodite as três Graças ocupam o lugar das Horas de que Flora seria a variante primaveril.



Figura 2: Flora[4].

Goddess of flowers and springtime; signified by a woman crowned with flowers and holding the cornucopia. Goddess of flowers and spring. Gave magic flower to Juno so she could conceive Mars without a father. The Floralia is the festival of the Goddess Flora, patron of flowers and Spring. It begins with theatrical performances and climaxes with full-blown Games, and is under the purview of the plebian Aediles. The Florialia lasts for six days. In later days prostitutes claimed the Goddess Flora as their patron and celebrated the Florialia with gusto. Hares and goats are let loose in the Circus prior to the games (both notorious symbols of fertility, and especially associated with cultivated vegetation, as opposed to wild woodlands).

Beans and lupins are thrown to the crowds at the Florialia, again symbols of fertility, and clothing of wild colors was worn.

 

Ver: TALO (***)

 

A presença de Zéfiro nos mitos de clamor afrodisíaco faz suspeitar da primacial importância que o vento da aurora teria tido nos arcaicos mitos de Afrodite.

Venus: Roman. Originally a Goddess of Spring and protectress of vegetation and gardens, was a minor deity till she became assimilated to the Greek Aphrodite in the second century BC.

Fauna, entretanto já se tinha aproximado do padrão primaveril e vegetal de Flora com quem partilhava a tradição da licenciosidade das Floralias.

En la mitología romana, Flora era la diosa de las flores, los jardines y la primavera. Aunque era una figura relativamente poco importante en la mitología romana, estando entre otras varias diosas de la fertilidad, su asociación con la primavera le otorgaba particular importancia a llegar dicha época del año. Su festividad, la Floralia, se celebraba en abril o a principios de mayo y simbolizaba la renovación del ciclo de la vida, marcada con bailes, bebidas y flores. Su equivalente en la mitología griega era Cloris.

Por sua vez, Cloris ou Clora, mãe e/ou irmã e/ou esposa de Cloro, herdara o antigo étimo *Kor- de Atena Korê, presente em antigas deusas da fertilidade taurina como era o caso de Turan, a etrusca prostituta. Estas seriam também deusas do parto e da aurora como Rubigo.

Kur-Kur > Kar-kaur > Kal-Haur >Klaura > «Clara».

        Kloris < Klauris < Kal-Haur-ish (<= Hit.Kal-dis) > «Calor».

                                   ó Kla-Urash > Phlaura Flora».

 

A COR DA DIGNIDADE

Decorō, decorāre, decorāvī, decorātum = decora, adornar, embelezar, engraçar, embelezar 2. Dignificar.

Semiologicamente "decorar" deveria ter a ver com o brilho próprio do embelezamento que dá graça à honra e à dignidade divina e de estado e, por isso deveria ter a ver com o brilho e a beleza das "cores" das flores e da Primavera.

No entanto, uma etimologia oficial passa lado deste facto e declara: Decoro < de decus + -ō.<   proto-itálico (“dignidade”), < proto-indo-europeu * deḱos (“aquilo que é próprio”), de * deḱ- (“pegue, perceba”).

Compare with dĕcor , ōris, m. deceo,

Vejamos o que se passa com a "cor" < Latim Cŏlor < Latim antigo colōs <proto-Indo-europeu * ḱel- (“esconder, ocultar”)???

Que sentido faz fazer derivar a palavra de todas as cores do que está oculto e escondido? Nenhum!!!

Cŏlor (old form cŏlos , like arbos, clamos, honos, etc., Plaut. Mil. 4, 4, 43Lucr. 6, 2086, 1073Sall. C. 15, 5, acc. to Prob. II. pp. 1456 and 1467 P.; Plin. 13, 15, 30, § 9835, 11, 42, § 150), ōris, m. root cal-, to cover; cf.: caligo, occulere, calyx.

Parece então que a solução da chave etimológica deste termo tem que estar na antiga forma latina regressiva colos.

Ant. Latim colos > cor-os > core(m) > Pt.«cor».

Então temos explicado o «decorus» latino...e a «cor» lusitana.

De + coloro > decoloro > deco(l)oro > Decoro, acto de dar brilho, colorido e dignidade a um cargo público o que nada tem a ver com com um virtual proto-indo-europeu * deḱos (“aquilo que é próprio”), de *deḱ- (“receber > pegar > levar”).

Claro que continua muito difícil de entender como pegar no que se recebe acabe necessariamente por ser aquilo que é condigno! Quanto muito, entender-se-ia que fosse o Proto-Itálico *decus (“dignidade”) que derivasse de decorātus.

É interessante a critica que aqui se pode fazer ao indo-euriopeu pela forma como “inventa” a raiz *dek- para decorus < Prot.It. decus como se esta palavra não fosse objectivamente um composto = de + color < dis-color.

Claro que transformar uma palavra composta latina numa raiz IE soa a grande disparate!

De- = reduzir, afastar, diminuir, remover, < dis- = negar, contrariar, dispersar< Dis Pater, deus dos infernos. A suposta raiz * dek- IE deveria ainda existiria em latim ou grego. Ora em grego significa dez o que nada tem a ver com decorar. Acho que há limites para a libertinagem do indo-europeu.

Dignus (digna, dignum, dignior, dignissimus); apropriado, adequado, digno.

Dignus< Proto-Itálico *deknos < Proto-Indo-Europeu *dḱ-nós, de *deḱ- (“levar”). Cognato para o latim decus e decet, discō, doceō, grego antigo δέχομαι (dékhomai).

Obviamente que as mesmas críticas que são feitas antes à raiz IE *dek se mantêm porque esta raiz só poderia acabar em dez ou em decano. Todas as palavras começadas por de- em latim ou grego são compostas.

Dignus est Agnus, qui occisus est, accipere virtutem, et divinitatem,

et sapientiam, et fortitudinem, et honorem.

Ipsi gloria et imperium in saecula saeculorum.

O Cordeiro, que foi morto, é digno de receber poder,

divindade, sabedoria, força e honra;

A Ele seja a glória e o império para sempre.

Portanto, é quase seguro que o bode expiatório se encontra presente na tradição ritual de passagem do cordeiro pascal que o catolicismo herdou e manteve de antigas mitologias de morte e ressurreição primaveril. Assim senso suspeita-se que a suposta raiz para o proto-itálico *decus e araiz IE *dek tenham a conotação de dar > receber > transportar por estarem relacionadas com a dignidade do crióforo pascal e que possivelmente seria *Dis-Ker | > pher => Lat. discō > Kauri-o-pher ó Discóbolo.

Dignus < Dis-| Ignis ó Agnus > *Dis-Gu-Anus> Proto-Itálico *dek(u)nos.

                                  > Lat. designium.

Assim sendo o Dignus Agnus Dei seria o deus menino *Dis Gu-Anus.

 

ROBIGO



Figura 3: “Ferrugem do trigo”.

O deus Robigus ou deusa Robigo, pois o género destas deidades, que originaram um dos numinae, é incerto (como a sua tradução para português!), era uma divindade romana protectora das doenças dos cereais (“ferrugem do trigo”, “oídio") adorada junto com Flora. Os seus festejos, as Robigálias, era no dia 25 de Abril.[5]

Flora was the Roman god who protected the corn against diseases. Robigus ("wheat rust", "mildew") was worshipped together with Flora. His festival, the Robigalia, took place on April 25. His functions were also attributed to the female goddess Robigo.

Pois bem, a cor da “ferrugem do trigo” é mesmo avermelhada e, como esta aparecia nas folhas verdes, seria sobretudo temida no mês de Abril e, daí, o ser este o mês das Robigálias, a que se seguiriam as florálias, de que as maias e a “festa da espiga” serão um esconjuro remanescente da negatividade infernal do Inverno potencial e residualmente presente nas moléstias naturais que atentavam contra a pujança da Primavera!

O Maio, elemento nocivo era, assim, esconjurado para que a natureza surgisse fértil e limpa das maleitas do Inverno. As consagrações florais, as Maias (bonecos, raparigas ou rapazes) e o repasto tradicional rural composto de figos e medronho assumiam, no Algarve, as fórmulas de defesa da Primavera que se consolidava. Tradição agrária antiga, que misturou variadas práticas, remonta às festividades romanas da “Florália”, dedicadas à deusa Flora e a cultos medievais germânicos de Santa Valpurgis, conforme investigação do etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira. -- ATACAR O MAIO COM FIGOS E MEDRONHO,  Página Cultural do jornal «A Voz de Loulé», abril 20, 2004

Por ser, como se disse, avermelhada a “ferrugem do trigo” é que foi escolhido para nome da deusa protectora desta praga uma deusa rubicunda, e rubra como o rubi.

             < Ruvisco < *Urphi-ish< *Urphi-Kiko < Urfihio > Orfeu.

Rubigo < Rubigus < Ru-bi-c-(ush) < Ur-Ki-Ki

                                         >Ru-ber < Ur-Wer.

Kaurunco > Auruncoó Raunuco > *Ru-winco > Rubi(n)go > Robigo.

*Urki, deusa da lua e do unicórnio da Noite da meia-lua, mãe de Orfeu e de Morfeu, teria sido deusa da fertilidade agrícola e mãe tutelar da agricultura como a *Kafura, a cobra da aurora, esposa de Sacar / Saturno.

 

Ver: LUA (***) & KAFURA (***)

 

FLORA

Figura 4: Flora "was the Roman goddess of flowers, youth, and spring."

Assim, na origem funcional Vénus acabou por juntar em si mesma a luxúria da pujança sexual tanto no que se referia à fecundidade animal como à fertilidade primaveril de Fauna & Flora.

O facto de serem deuses da Primavera fá-los suspeitos de variantes, linguísticas e míticas, do par divino Fauna & Flora. Ora, já o facto das Florálias serem na primavera e o 1ª de Abril ser o dias das mentiras amorosas, em memória de Vénus nos permite suspeitar que houve uma época arcaica em que também os povos da Itália adoraram a deusa mãe das cobras cretenses, *Kertu, Deusa Mãe como Ceres e Deméter, de múltiplas «cores», filhas e *kauretas variantes de Korê / Perséfona, e entre as quais Istar, Anat, Turan, Vénus e Afrodite / Anfitrite.

*Kertu < Ker-ish > Ceres.



 

Ver: CERES (***)

 

Mas, se Vénus é apenas a esposa de Fauno/Pan e, ainda assim, uma possível esposa de Enki, que nomes de deusas poderão foneticamente aparentadas com Afrodite na tradição mítica latina?

Um dos nomes desta deusa em latim seria Fornax.

Fornax < Phur An ash < An Kur Kaki => Afrodite.

"In Roman mythology, Fornax was the goddess of the mysteries of bread-baking and the embryo´s development."

Ati Turan is the etruscan goddess of love and desire in all its aspects, pure and impure. She brings the Spring and Fruitfulness, health, and fertility, and the patroness of the city Vulci.

 

CLOAQUINA

É difícil saber se a conotação de «cloaca» lhe advém da sua função de meretriz e putriqueira[6] ou se foi por ser uma ninfa e, como tal, divina purificadora que presidia às funções purgatórias da cidade. A verdade é que na moeda romana do lado, de 38 ªC., ela aparece numa nave como Salus e ao lado da Fortuna.

Vendo bem, Turan, tendo sido patrona de Vulci, teria tido também o nome desta cidade como epíteto.

Vulci or Volci is an Etruscan city (in Etruscan, Velch or Velx, depending on the romanization used) in the Province of Viterbo, north to Rome, Italy.

Vul | ó Vol ó Vel | - Ci | > ch > x | < Vulki + Anu = Vulcano.

Turan enquanto Afrodite ou Venus era de facto esposa de Vulcano e ainda que este deus tivesse tido na Etrúria o nome oficial de Sethlan poderia ter tido outros tanto mais que a história não registou tudo!

Assim, muito possivelmente Turan seria também *Vulcina, esposa de Vulcano, tal como se supunha ter sido Vénus.

Seja como for, o nome do mês de Março na língua etrusca, que era falada por estas paragens antes de os latinos as conquistarem, era Velcitna / Velcitanus.

Velcitina & Velcitanos, deuses tutelares do mês de Março, permitem postular um casal de deuses primaveris equivalentes a Vénus & Marte. Por outro lado é possível que Vulcano tenha sido enquanto jovem um deus guerreiro como Zeus Velcheno que casou com a deusa do amor.

A despeito de ser a deusa da família, Hera arremessou Hefesto do alto dos céus, desgostosa por ele ser coxo; em outra versão, ele teria ficado coxo justamente devido à queda.

Enfim, Homero era Homero…mas não arriscou cair em contradição!

311 — Sabed por mí, todos los dioses y todas las diosas, que Zeus, que amontona las nubes, ha empezado a menospreciarme, él antes que nadie, después que me hizo su mujer entendida en cosas honestas: ahora, sin contar conmigo, ha dado a luz a Atenea, la de ojos de lechuza, que se distingue entre todos los bienaventurados inmortales; mientras que se ha quedado endeble, entre todos los dioses, este hijo mío, Hefesto, de pies deformes, a quien di a luz yo misma, y, cogiéndolo con mis manos, lo arrojé y tiré al anchuroso ponto; pero la hija de Nereo, Tetis, la de argénteos pies, lo acogió y cuidó entre sus hermanas. ¡Ojalá hubiese obsequiado a los dioses con otro favor! Mas tú, cruel y artero, ¿qué nuevo propósito maquinarás ahora? ¿Cómo te atreviste a dar a luz tú solo a Atenea, la de ojos de lechuza? ¿No la hubiera parido yo? ¡Y, no obstante, yo era tenida por esposa tuya, entre los inmortales que poseen el anchuroso cielo! Guárdate de que yo medite algún mal contra ti en los sucesivo: ahora me ingeniaré para que nazca un hijo mío, que se distinga entre los inmortales dioses, sin que yo manche tu lecho ni el mío, ni me acueste en tu cama; pues, aunque apartada de ti, permaneceré entre los inmortales dioses. – Apolo Pítio, Hinos Homericos, tradução de J. Banqué.

Entretanto terá tido um acidente de guerra, ficado mutilado e aleijadinho e por isso se dedicou às lides de ferreiro enquanto ia envelhecendo e a sua esposa se ia dedicando à prostituição sagrada. Na verdade o mito de que Hefesto seria deficiente de nascença por ter caído do Olimpo é pouco provável tanto mais que está cheio de variantes qual delas a mais improvável que a outra.

Assim se entende que em Creta exista um deus jovem foneticamente parecido com Vulcano que era Zeus Velcheno que afinal seria o jovem Marte, sendo assim tão falsa a infidelidade da Deusa Mãe Afrodite quão verdadeira seria a prostituição sagrada que ela iniciou para bem dos mortais.

Turan < Thur-na < Kur Ana, seguramente a filha de Enki / Kur e portanto:

   <= Kur Anu + ish ó Kur-kaki-Ana.

Velcitina = Velcitana < Wer-Kikana < Kur-Kaki-Ana

> Kurhakina > Kaurakiana > Kolakina > Cloaquina.

Ou

*Vulcina < Velcitna < Velcitu(m)na < Wer-Kit-Meana < Ker-*Kiat-Mina.

> *Kor-Atina, lit. “Atena, a jovem Korê”

> Kroashina, lit. “a patrona da Croácia (J)” > Cloaquina.

Esta relação de Cloaquina com a purificação, pelo fogo e pela água, reporta-nos para a relação desta deusa com os aspectos arcaicos da deusa mãe enquanto deusa das coisas subterrâneas como as fontes de água doce e do fogo vulcânico. A persistência da memória vulcânica manifesta-se no casamento de Vénus com Vulcano e a de deusa das águas puras e vivas na sua relação com Cloaquina e a sua função de deusa da purificação pelo fogo e pela lavagem com água doce.

Na verdade, esta função ablutória tornou-se adicionalmente relevante entre as deusas do amor por causa dos aspectos higiénicos decorrentes da necessidade da purificação pós-coital e péri-menstrual das mulheres. O conceito de impureza relacionado com as doenças venéreas e com a imundície dos esgotos deve ter sido, ainda antes do advento dos preconceitos sexuais para os quais, aliás, estes factos contribuíram com uma das principais causas da evolução venérea destas deusas.


Figura 5: Cloaquina.

RÉPUBLIQUE ROMAINE Mussidia, L. Mussidius Longus. Denier 42 av. J.-C., Rome. Av. Buste radié et drapé de Sol de face. Rv. L. MVSSIDIVS. LONGVS. Sanctuaire de Vénus Cloacina ; au-dessous CLOAC. RRC.494/43a - Syd.1094 ; Argent - 3,81 g - 18 mm - 3 h NGC Ch AU* 5/5 4/5. Magnifique patine, Superbe. Le Cloaca Maxima était l'égout de la ville. Devant la Basilica Aemilia, se trouvait un petit sanctuaire élevé à Vénus la Purificatrice, consistant en une plateforme supportant deux statues de Vénus

Na mitologia romana, Cloacina (latim, cloaca: "esgoto" ou "dreno"), era a deusa que presidia à Cloaca Máxima ("Grande dreno"), o tronco principal do sistema de esgotos de Roma. Dizia-se que a Cloaca Maxima foi iniciada por um dos reis etruscos de Roma, Tarquínio Prisco, e terminada por outro, Tarquínio Superbus.

Tito Tácio, que reinou com Rômulo, erigiu uma estátua de Cloacina como sendo o espírito da "Grande Drenagem". Além de controlar os esgotos, ela era também uma proctetora das relações sexuais no casamento. Apesar de suas origens etruscas, foi mais identificada com Vénus.[7]

Nenhum autor romano clássico Vénus Cloacina como presidindo à Cloaca Maxima, o principal de esgoto de Roma, realizado no momento de Tarquínio Prisco para drenar as águas do fórum. Esse papel é atestado apenas na polémica cristã contra os pagãos. É reconhecido por autores modernos, como Samuel Bola Platner.[8] – Wokipedia.

Cloacina, sacrum: a shrine of Cloacina, the divinity of the cloaca (cloaca Maxima), in the forum near the Tabernae novae (Liv. III.48: prope Cloacinae ad tabernas quibus nunc novis est nomen; Plaut. Curc. 471: apud Cloacinae sacrum). In process of time Cloacina was arbitrarily identified with Venus and called Venus Cloacina (Plin. NH XV.119: traditur myrtea verbena Romanos Sabinosque, cum propter raptas virgines dimicare voluissent, depositis armis purgatos in eo loco qui nunc signa Veneris Cloacinae habet; cluere enim antiqui purgare dicebant; cf. Serv. Aen. I.720). The origin of the cult and the erection of the first shrine belong probably to the first period in the history of the Cloaca Maxima (q.v.), although tradition ascribed it to Titus Tatius (Lact. Inst. I.20.11). -- Samuel Ball Platner (As Completed And Revised By Thomas Ashby): A Topographical Dictionary Of Ancient Rome, London: Oxford University Press, 1929.

Por outro lado, as equações de derivação propostas a seguir passam por um elo virtual que teria sido *Kor-Atina. Esta teria sido uma deusa infernal, possivelmente Atena, enquanto eterna Virgem Mãe, e Korê, filha de Deméter.

*Kor-Atina < *Kur-Kaki-Ana > Kor-Atiana > Phal(las) Atena.

Como Atena tinha seguras ligações com Higeia, a equivalente grega de Salus, e existem fortes suspeitas de que tenha sido em tempos arcaicos uma mera variante de *Kartu, a Deusa Mãe das cobras cretenses, de que deriva o nome da Fortuna (que era seguramente Anfitrite) bem como parte das funções venais e a etimologia de Afrodite, então é possível postular a seguinte equação virtual:

*Kur-Kaki-Ana ó*An-Kur-Kaki = Fortuna / Salus = Cloaquina.

Claro que a deusa romana dos “ritos de purificação pelo sal” teria que ter relações étmicas mais ou menos evidentes com Salus tal como com as deusas marítimas Fortuna e Anfitrite pelo lado dos “ritos de purificação pela água”, tal como mais tarde iriam ter com o glauco cloro. Como se pode ver na etimologia de Salus, esta deusa deriva o nome de *Kartu, a Deusa Mãe das cobras cretenses.

 

Ver: SALUS (***)

 

"Since an original sequence *klowV- would have yielded *clau- (at least, in pretonic position), Vine 2006a: 2l7f. posits an adj. *kleuH-o- 'clear, clean' from which a factitive pr. *kleuH-eh-ie/o- >*klewāje/o- > *klowā- could have been derived. This verb might be preserved in the Servius gloss cloare, although its reliability is often doubted. From *clowā-, the noun cloāca can then be explained. WH and Rix argue that cluō may have been invented by Plinius to explain Cluācīna but it might also derive from *cluwere < *klowere < *kleuH-e/o-. For the root, Derksen (fthc.) reconstructs *ḱlh-u-, whereas Rasmussen posits *ḱleh-u-. If one accepts such a root structure, the ablaut *kle/ou(H)- of Latin must represent a secondary full grade based on a zero grade *kluH- < *klHu-C-. The short vowel of Greek κλύζω remains unexplained under any account." -- Etymological dictionary of Latin and the other Italic languages by Michiel de Vaan.

Latin cluo. From Proto-Indo-European *klūd-. Cognates include Gothic hlūtrs, Welsh clir, and Ancient Greek κλύδων (klúdōn, “billow”).

So given the limited cognate set (limited to Western IE languages only) and dubious attempts to derive these words using IE-based grammar, there seems to be room for another hypothesis from outside of Indo-European. Is it possible that Etruscan had a verb *cluva 'to cleanse, to purify' that led to an adjective *cluvaχ 'clean, pure'? Through *cluvaχ, we could obtain *Cluvacuna /ˈkluwəkʊˌna/ '(She) of the pure' leading to Latin Cloācīna. We'd also have the basis for Latin cloāca 'sewer', now to be understood as a loanword and nothing to do with Proto-Indo-European. The instance of cluce in the Liber Linteus could be translated as a perfective 'has purified' (< ? earlier *cluvace), a verb to be expected in a ritual text. -- [9]

 

VACUNA

Victoria era a deusa personificada da vitória na antiga religião romana. Ela é a equivalente romano da deusa grega Nike e foi associada a Bellona. Ela foi adaptada da Deusa agrícola Sabina, Vacuna, e tinha um templo no Monte Palatino. A Deusa Vica Pota também foi às vezes identificada com Victoria.

Levantamentos arqueológicos realizados na Sabina, a cerca de 50 km de Roma, pretendiam reconstruir a antiga paisagem agrícola e pastoril. Eles identificaram vestígios interessantes de pequenas fazendas familiares romanas em Montenero, Sabino e Mompeo (província de Rieti), aldeias localizadas perto da Via Salaria (a “via do sal”) e do riacho Farfa, um afluente do rio Tibre, que em tempos antigos, eram ambos as principais rotas comerciais da Itália central, ligando Roma aos Apeninos e à costa do Adriático. Lá foi encontrada uma rede de canais e tanques subterrâneos, canos de água fictícios e piscinas, às vezes interligados. Muitos deles ainda são usados hoje, dado o baixo crescimento populacional e a falta de desenvolvimento industrial moderno desta área e ao seu isolamento, apesar da proximidade de Roma. Além disso, a área de estudo contém uma pedra votiva dedicada à deusa Sabino-Romana da água Vacuna, uma deusa multiforme Sabina e Central-Itálica com muitas características e funções, também conhecida como Minerva-Bellona-Victoria, Feronia, Caerere ou como Angerona-Angitia. Tratava-se de um santuário agropastoril ao culto da água, cuja relevância antropológica ainda sobrevive nas feiras anuais de gado e no culto local à Santa Maria das parturientes. -- Irrigação, exploração de águas subterrâneas e culto da água nos assentamentos rurais de Sabina, Itália Central, na época romana A. Di Leo; M. Tallini.

Derivar o nome da deusa Cloaquina dum termo plebeu é uma ofensa à deusa respectiva e um erro crasso porque além de virar o protocolo da purificação ao contrário repete o erro de fazer derivar as palavras de verbos e não de adjectivos como parece ser a regra de bom senso: primeiro encontram-se, inventam-se ou fabricam-se os objectos e só depois é que se actua com eles. De facto, mesmo que se postule a existência do verbo etrusco *cluva continuamos a questionar, e de onde derivou este? Ora, em rigor, se tal fosse o caso, contra o qual nada se teria contra, a resposta seria: *cluva deriva do nome da deusa das purificações pela água da chuva que seria *Cluvacuna e seria, portanto, o nome desta que passaríamos a indagar. Ora, desde logo, parecer-nos-ia tratar-se de um nome composto por um nome virtual *Clu mais o da deusa Vacuna, antiga deusa sabinade natureza incerta (Pomponius Porfírion refere-a como sendo de incerta specie) mas que segundo Varro seria idêntica à deusa latina Victória e à grega Nike e de etimologia relacionada com a deusa Vaca.


Figura 6: Rieti-Valle-santa-reatina.

To conclude the study of Vacuna, the fact is we know very little. Her cult did exist throughout the Sabine territories, as the archeological remains demonstrate. She was most probably associated with water, rain, and the agricultural cycles so important to a mostly rural population. Her true meaning to those that worshipped her, however, is a mystery. -- Vacuna: The Hidden Goddess – Veiled in the Mist of History.

Vacuna. An obscure, ancient Sabine goddess, who (from her name) was assumed to be a patron of leisure, but her identity is obscure. Varro connected her with *Victoria, and others with Bellona, Diana, Minerva or Venus. Horace writes of a dilapidated shrine to her near his farm, and Pliny mentions her grove in Reate. This may have been on the island of Lake Cutilia (modern Velino), where the ice-cold waters of the goddess of the lake were thought to be a cure for diarrhoea; they failed however in the case of the emperor Vespasian, who died of the disease despite taking the 'aquae Cutiliae'. [Horace Ep 1.10.49 with Porphyrion; Ovid Fasti 6.307-8; Pliny NH 3.109]



Figura 7: Moeda da República Romana, representando Vacuna, uma antiga deusa sabina, identificada por antigas fontes romanas e estudiosos posteriores com inúmeras outras deusas, incluindo Ceres, Diana, Nike, Minerva, Bellona, Vênus e Victoria.

Assim sendo, Vacuna seria uma deusa de Rea-te, cidade supostamente fundada pela deusa Rea quando esta desceu do alto dos montes Reatinos que circundavam o lago Cutilia para se purificar nas águas frias deste depois do nascimento dos deuses olímpicos.

Hutena & Hutellura (também Hudena e Hudellura; ḫdn ḫdlr em textos alfabéticos ugaríticos) eram deusas do destino e parteiras divinas na mitologia hurrita. (…) Além de determinarem destinos, Hutena e Hutellura também eram deusas do nascimento e da obstetrícia. Como tal, eles provavelmente eram responsáveis por moldar o feto durante a gravidez.

Não poderemos saber se o lago Cutília deriva das deusas hurritas do Destino Hutena & Hutellura ou se estão apenas relacionadas com estas por meio da mitologia pelágica do mar Egeu que se perdeu com o fim da cultura minóica. Seja como for, fica a suspeita duma relação que será mais que fonética. Não deixa no entanto de ser estranho que os nomes destas deusas do destino e parto ressoem como deusas do «cutelo» e da «cutelaria», ou seja, da faca sagrada como era Taveret.

Hutena& Hutellura < Ku-tana / Ku-tellura > Ku-Tellus> Cutília.

De facto o lago Cutília era uma zona pantanosa onde a malária seria endémica o que veio a dar fama às águas do lago Cutilia, não tanto pela sua portabilidade uma vez que “as águas do «reatino» são consideradas entre as melhores da Itália”, mas pela fonte de águas quentes que brotaria da gruta da deusa Vacuna pela sua capacidade para curar a diarreia sobretudo frequente na malária das crianças.

In his book about theories on the origin of the Saturnalia, Macrobius narrates that the Pelasgians, one of the earliest people who inhabited Latium, had been expelled from their original territory and, having wandered through many places, at last arrived in great numbers at Dodona in Epirus. There they asked the local oracle where they could settle permanently. The oracle's responsum was that they should go to the Saturnian land of the Siculi and Aborigines, to Cutilia, where there was a floating island. They were to expel the locals, then sacrifice a tenth of whatever they had taken as booty (praeda) to Phoebus and to Hades. Human captives were explicitly included: they were instructed to "send the heads and phota ('lights,' also 'lives') to the father".

Having followed the instructions of the oracle, they arrived at Lake of Cutilia and occupied the island. This island was formed by overgrown plants and its growth had been favoured by the murkiness of this marsh, as [clarification needed] was said to have been of Delos.

After expelling the Siculi the Pelasgians occupied the lands. They offered as a sacrifice to Apollo the tenth part of the prey and built a shrine to Dis and an altar to Saturn, naming the feast Saturnalia after him. They continued for a long time to perform human sacrifices in order to offer heads to placate Dis and Saturn, until Hercules came to those lands and persuaded their descendents to replace the human heads with masks and to honour the altar of Saturn with lamps, since phota, "lights," may mean "lamps"as well as the "light" of men's lives.

Outro aspecto interessante pelo seu arcaísmo é a relação da cidade de Riate com sacrifícios humanos a Dis Pater e Saturno. Por outro o nome do lago

Não deixa de ser estranho que se na Apocolocinose de Séneca a Claudio, Vica Pota é a mãe do Diespiter ela seria então Rea, como Vacuna e Victoria seriam também, visto com elas ser relacionada, quer pela função quer pela fonética.

Virtutes enim, non vitia consecrare decet, araque vetusta in Palatio Febris et altera Esquiliis Malae Fortunae detestanda, atque omnia eius modi repudianda sunt quod si fingenda nomina, Vicae Potae potius vincendi atque potiundi, Statae standi cognominaque Statoris et Invicti Iovis, rerum expetundarum nomina, Salutis, Honoris, Opis, Victori

Pois convém consagrar as virtudes, não os vícios; os antigos altares, no palácio da Febre e nos outros Esquilinos, da má sorte devem ser detestados e todas essas coisas devem ser repudiadas, porque mesmo se os nomes fossem inventados, em vez de conquistar e ganhar o poder de Vica Pota, os sobrenomes de Stator e Invictus de Júpiter deveriam permanecer e os nomes das coisas a serem desejadas seriam de: Salus, Honor, Ops, Victoria. In Cicero, De Leg. II, II, 28.

No seu opúsculo Vica Pota no “The American Journal of Philology, 1903, Vol. 24, Nº 3, Charles Hoeing demonstra que Vica Pota era equivalente a Cibele e, na verdade vica e o feminino de vicus que significaria a aldeia onde a deusa era adorada e que esta protegia como Dis-Pota como sua Potnia, abelha-mestra, dona, patrona, senhora, desponsina ou potinija. Senso assim, a deusa Vitória seria sua filha ou no mínimo a vaca taurina do aldeamento onde pontificava Vica Pota.

Numa conjectura não amplamente aceita, Ludwig Preller pensou que Vica Pota poderia ser identificada com a divina figura etrusca Lasa Vecu. Se soubéssemos os argumentos dos que contrariam estas teses talvez nem os entendêssemos porque parece óbvio que se a identificação não for com esta deusa etrusca, pelo menos Victória terá que ser identificada com um nome comum seguramente de origem etrusca, como é o caso de Veturia.

40. Então as mulheres casadas se reuniram em grande número na casa de Veturia, mãe de Coriolano, e Volumnia, sua esposa. [2] Se isso foi política pública ou medo da mulher, não consigo descobrir; em todo caso, eles prevaleceram com eles que tanto Veturia, uma mulher idosa, quanto Volumnia deveriam levar os dois filhos pequenos de Marcio e ir com eles para o acampamento do inimigo; e que, como as espadas dos homens não podiam defender a Cidade, as mulheres deveriam defendê-la com suas orações e lágrimas. [3] Quando chegaram ao acampamento, e chegou a Coriolano a notícia de que uma grande companhia de mulheres estava à mão, a princípio, como se poderia esperar de alguém que nem a majestade da nação poderia mover, como representado em seus enviados, nem o horror da religião, conforme transmitido ao coração e aos olhos pelas pessoas de seus sacerdotes, ele mostrou ainda maior obstinação em resistir às lágrimas das mulheres. [4] Então um de seus amigos, levado pela conspícua tristeza de Veturia a distingui-la entre as outras mulheres, que estava entre a esposa de seu filho e seus bebés, disse: “A menos que meus olhos me enganem, sua mãe está aqui e seu esposa e filhos”. [5] Coriolano levantou-se como um louco de seu assento e, correndo ao encontro de sua mãe a teria abraçado, mas suas súplicas se transformaram em raiva, e ela disse: “Deixe-me saber, antes de aceitar seu abraço, se eu venho para um inimigo ou para um filho; se eu sou uma cativa ou uma mãe em seu acampamento. [6] É a isso que a longa vida e a velhice infeliz me trouxeram, que eu veja em você um exilado e depois um inimigo? Você poderia devastar este país, que lhe deu à luz e o criou? [7] Sua raiva não caiu de você, não importa o quão hostil e ameaçador fosse seu espírito quando você veio, quando você passou do limite? Não ocorreu a você, quando Roma estava diante de seus olhos: “Dentro daquelas paredes estão minha casa e meus deuses, minha mãe, minha esposa e meus filhos?” [8] Então, se eu não tivesse sido mãe, Roma não estaria agora sitiada! Se eu não tivesse filho, teria morrido uma mulher livre, em uma terra livre! [9] Mas agora não posso sofrer nada que possa ser mais vergonhoso para você ou mais miserável para mim; nem, por mais miserável que eu seja, serei assim por muito tempo: são estes que você deve considerar, para quem, se você continuar, morte prematura ou [p. 351] longa escravização está reservada.” Os abraços de sua esposa e filhos, após esse discurso, e as lágrimas de toda a companhia de mulheres, e suas lamentações por si mesmas e por seu país, finalmente romperam sua resolução. [10] Ele abraçou sua família e os enviou de volta, e retirou suas forças de diante da Cidade.

Tendo então levado seu exército para fora dos domínios de Roma, diz-se que ele pereceu sob o peso do ressentimento que esse acto causou, por uma morte que é descrita de várias maneiras. Encontro em Fábio, de longe a autoridade mais antiga, que Coriolano viveu até a velhice. [11] Pelo menos ele relata que este ditado estava frequentemente em seus lábios, que o exílio era uma coisa muito mais miserável quando se era velho. Não havia inveja da fama que as mulheres tinham conquistado, por parte dos homens de Roma — tão livre era a vida naqueles dias de menosprezar a glória alheia — e para preservar sua memória o templo de Fortuna Muliebris foi construído e dedicado.12 Mais tarde, os Volsci invadiram novamente o solo romano, em conjunto com os Aequi, mas estes não suportariam mais Attius Tullius como seu general. [13] Em seguida, a disputa sobre se os Volscios ou os Aequios deveriam fornecer um comandante para o exército aliado levou a uma briga, e esta a uma batalha sangrenta. Ali a boa sorte do povo romano destruiu dois exércitos hostis em uma só luta, que não foi menos ruinosa da que foi travada obstinadamente. [T. Livio 2.40].

Se é um facto que as La®sas etruscas (de que parece ter derivado o nome latino dos Lares) eram um nome genérico equivalente das ninfas e outras deidades secundárias da mitologia grega no caso de La®sa Vecu assim seria também ficando apenas por identificar o nome Vecu, Vecuvia, latinizada como Begoi e representada como aia de companhia de Minerva ou pelo menos como profetiza e autora dos divinatórios Libri Vegoici.

Vecu + Ki-(k)a< Vecu-via > Veguvia > Lat.Vegoia.

Vecu + Ana > Vacuna.

Vecu > Vica + Pota = Vica Pota.

Vecu > Vica +Tura > Victauria > Vitória.

Vecu             + Tura > Vecturia >Veturia.

Nada sabendo de substancial da língua etrusca ficamos com o nome titular Vecu que seria de Rea mas sem o entender no contexto da língua que o criou e sem correspondência segura latina ou grega. Sabemos que vicus era o nome das aldeias latinas. Seria esta a semântica do estrusco vecu? Seria afinal Vecu um nome equivalente de Vesta, deusa dos fogos e lares das aldeias?

Vicus <Proto-Indo-European *weyḱ- (“village”) > Etrusc. Vecu

> ϝοῖκος (woîkos) > οἶκος (oîkos).

Vacō, vacāre, vacāvī, vacātum = esvasiar < Proto-indo-europeu ??? * hweh- ("faltar; esvaziar"). A forma in vo- possivelmente de vocīvus, deslocada em sílaba pretônica.

Văgus, a, um, adj. root vagh-; Sanscr. vāhas; Gr. ὄχος, wagon; cf. veho, passeando, divagando, deambulando, perambulando, vagando, não fixo, instável, vagabundo (freq. e classe.; syn. errabundus).

A Etimologia de vagus é incerto. De Vaan sugere do proto-itálico *wagos, do proto-indo-europeu *Hwogos, e compara essa forma com o nórdico antigo vakka (“vacilar”), o alto alemão antigo wankon (“vacilar”), winkan (“vacilar”), cambalear”), inglês antigo wincian (“to acenar”). Compare com o grego antigo ὄχος (ókhos), o inglês antigo waġian, o inglês wag e o inglês vag (o verbo).

Como é que Vacuna, enquanto vaca sagrada, passa a significar o esvaziamento é difícil de entender hoje quando nem os romanos já o entendiam.

Então, é bem possível que Vacuna fosse uma deusa da Vitória das aldeias sobre a solidão da natureza que sem ela ficariam vazias e dai a sua relação com a vacuidade e com a ausência implícita no temo papal, sede vacante. Ou então, quase de certeza que é o verbo latino vaco que carece de explicação enquanto conceito relativo a esvasiamento quando, na verdade, seria simples de entender «vacar» como sendo um termo da gíria pastoril referente ao acto de retirar as vacas do estábolo para os pastos...ou de lhe esvasiar os hubres com a ordenha. Por isso ainda  hoje se diz a alguém que nos está a aborrecer: Vai pastar, vai bugiar, vai devagar e pela sobra, etc.

De facto, ainda no latim o termo de derivação mais próxima é vagus. Nas línguas ibéricas deriva-se «vacar» do latino vaca e «vagar» do latino vago mas ambos os termos acabam por ter signidicados iguais o que reforça a ideia de que é o termo vago que nos esclarece a etimologia deste termo não tanto pela etimologia indoeuropeia que De Vaan lhe “sugere do proto-itálico *wagos” mas precisamente pela que o francês lhe dá: «Vago ou Vardo: Voiture. En rapport avec la notion de wagon de chemin de fer.» Le mot vient du langage utilisé par les Manouches. E imediatamente nos lembramos dos judeus errantes e dos vagões de ciganos «vagabundos». Assim sendo vagabundos eram ao vagões puxados a vacas e «vacar» ou «vaguear» era sair dum lugar, que ficava vazio e vago, num vagão tirado a vacas e ir para outro vagueando.



Figura 8: Villa Private Palermo Piazza Armerina. ROMAN VILLA from the 3rd Century.

Ou seja, mais uma enesima vez se conprova que eram os deses que davam nome às coisas banais e não o inverso e que é sempre temerário e em vão que se procura a etimologia dos eónimos a partir de termos comuns mesmo quando genéricos.

«Vaca» < Latin vacca < ??? Proto-Italic *wokā,

<Proto-Indo-European *woḱéh₂??? < vakika < *Vaki-Ana > Vacuna.

Quase que seguramente Vacuna seria uma vaca taurina como Juno Sopita e como várias vacas sagradas egípcias eram particularmente Hator e possivelmente a Turan etrusca. Ora, este papel não ficaria mal a Vénus e muito menos a Vénus Cloaquina, se considerada derivada de Vacuna. A relação de Vacuna com as cloacas começa a ficar clara pela sua relação com a água que abastecia Roma vinda do lago sagrado Cutília de Reti onde esta deusa era adorada.

Plínio, o Velho, relata que os romanos e os sabinos, quando se reconciliaram depois que as sabinas foram sequestradas, purificaram-se com ramos de murta no local onde estavam as estátuas de Vénus Cloaquina no tempo em que Plínio estava escrevendo. Ele acrescenta que a murta de Vénus foi escolhida porque Vénus presidia às uniões conjugais.

O termo originado na medicina da Grécia antiga mais próximo da purgação é, nem mais nem menos, o Cl-ister que apenas participa da primeira parte do nome de Cl-oaquina. De qualquer modo o culto de Vacuna no lago Cutília para cura das diarreias explica o uso de clisteres desta água bem como a relação deste culto com os conceitos de evacuação de fezes e purificação de pessoas e comunidades. Então o termo Cutília, a deusa das facas dos partos e dos cutelos de cozinha, aparentada com o dueto hurrita Hutena & Hutellura antes referido,começa a fazer sentido como deturpação de *Cloa.

Cutília < Clutila < Clotilda <= *Cloa.

Ainda que Cloaquina tenha a ver com cloacas anatómicas de indefinidas passagens sexuais e, ainda com outros locais de porcaria e imundície já conotada com doenças venéreas nos tempos clássicos por evidência empírica (o que levou a teoria hipocrática dos miasmas e levaria lentamente ao puritanismo anti sexual judaico cristão) a verdade é que este nome tem, sobretudo, conotações fonéticas com a deusa grega Clóris, pelo menos no étimo*Clo-, a deusa do verde cloro e dos cloretos com que se fazem as desinfecções das modernas cloacas sanitárias, facto que não passaria de mera coincidência se a mitologia não fora tudo um mundo de sublimes transcendências onde todo o ideal é possível, quase tudo é como parece e o inefável tem nomes divinos - J !!!.

*An-Kur-Kaki ó *Kur-Kaki-Ana Þ

                               > Kaura-kina> *Korakina.

                              > Kraurakina > Clau-Aquina > Cloaquina.

                                                                                  > Clara.

                                  Clu®a-Kina + Ki => Claura-Kiki-An > (An) Clóris.

                                                        >Cluauthina > Cliodhina > Cliodhna.

                                                                              > Cl(i)oth(i)a(n) > Clota.

De *An-Kur-Kaki poderiam derivar *Kaphur-Naka, deusa das cafurnas dos infernos e *Kaphur-Tina, a divina cobra de água de Tanit,deusas virtuais aparentáveis com Cloaquina, Sr.ª das sagradas cloacas J !!!

 

Ver: TANIT (***)

 

Cliodhna = The Irish goddess of beauty. She later became a fairy queen in the area of Carraig Cliodhna in County Cork.

Clota = The Celtic goddess of the river Clyde.

O étimo divino *Clo / Clio- de deidades férteis e primaveris aparece ainda na mitologia celta no nome das deusas Cliodina, relacionado com a deusa Clio grega referida em Paltão como esposa de Poseidon, Clota relacionada com Clotilde e Clovis…e com o nome a moira grega Cloto.

 

Ver: CORES (***)



[1] de Crusiphos do mito de Crusipos.

[2] shrubs < karuw? < karuki > *Kaphur => Zephyrus!

[3] Zephyrus < kephyrus < *Kaphur < Ka Kur > wacuro > «bácoro», o porco!

[4] Restauro cibernético, feito pelo autor, a partir de foto de um mural de Pompeia.

[5] Robigus (or perhaps the Goddess Robigo; the gender of this deity, who originated as one of the numinae, is uncertain) The Roman god who protected the corn against diseases. Robigus ("wheat rust", "mildew") was worshipped together with Flora. His festival, the Robigalia, took place on April 25.

[6] Putriqueira, nome de prostituta no Alto Douro enquanto algo que se dá na porcaria em putrefacção.

[7] In Roman mythology, Cloacina (Latin, cloaca: "sewer" or "drain") was the goddess who presided over the Cloaca Maxima ("Great Drain"), the main trunk of the system of sewers in Rome. (...). The Cloaca Maxima were said to be begun by one of Rome's Etruscan kings, Tarquinius Priscus, and finished by another, Tarquinius Superbus. Titus Tatius, who reigned with Romulus, erected a statue to Cloacina as the spirit of the "Great Drain". As well as controlling sewers, she was also a protector of sexual intercourse in marriage. Despite her Etruscan origins, she later became identified with Venus. – Wikipédia.

[8] Aucun auteur romain classique ne donne Vénus Cloacina comme présidant à la Cloaca Maxima, le principal égout de Rome, entrepris à l'époque de Tarquin l'Ancien pour drainer les eaux du forum. Ce rôle n'est attesté que dans la polémique chrétienne contre les païens. Il est cependant admis par des auteurs modernes comme Samuel Ball Platner.

[9] http://paleoglot.blogspot.com/2012/01.

sábado, 4 de janeiro de 2014

DESENHOS DE VASOS GREGOS VI - A ARTE DIFICÍLIMA DO RESTAURO, por Artur Felisberto.

Um dos Vasos Gregos que custou a restaurar é uma peça do “Museu Britânico de Londres no Reino Unido, de que fiz um primeiro esboço de reprodução em data anterior a 2008 para o meu artigo LEDA E O CISNE / AFRODITE E O GANSO saído no meu brlog Numância de Terça-feira, 18 de Dezembro de 2012.
Ao pesquisar nos arquivos pessoais verifico com algum espanto que a minha proposta mais antiga o restauro deste vaso se baseavas numa foto de baixíssima resolução e era por isso incipiente, pequena, difusa e cheia de ruído mas já tinha o gracioso “desenho da postura da mão que vim a adoptar actualmente.
Figura 1: Afrodite transportada ao colo fálico de um cisne, de um dos seus animais totémicos preferidos. Este facto terá sido causa de confusões na figuração mítica com o mito de Leda.
Claro que Leto deve ser variante de Leda e ambos os nomes epítetos duma arcaica deusa mãe correlacionada com Afrodite pois é muito estranho que a representação de «Leda e o cisne» se possa confundir com figurações conhecida da deusa do amor!
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Entretanto, com fotografias maior resolução, fui trabalhando este primeiro resultado expurgando-o de ruído de fundo e do desgaste do tempo e era este o resultado em 2012:
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Depois de sobrepor o desenho de 2012 com foto anterior de alta resolução descobre-se que a minha proposta de solução para o enigma do “desenho da mão", não fazia justiça à elegância da arte grega pelo que não poderia estar certa!
Entretanto vim a encontrar soluções que se aproximavam da minha proposta inicial.
A primeira corresponde a um selo postal grego de 1986 e o segundo, pela data de 2013 deverá ser uma reprodução livre da anterior.
Observando atentamente um fotografia de alta resolução do desenho original verifica-se que estas soluções se aproxima da que terá sido a original mas não são as mais acuradas.
Assim, o drapeado original ao longo da perna esquerda é em ziguezague revelando-se muito mais complexo, ainda que estilizado segundo convenções que vieram a ser as dos desenhos de mantos reais das iluminuras medievais. Existem linhas de drapeado que a maioria das reproduções fotográficas de baixa resolução ocultam e os desenhos a olho nu facilmente menosprezam por parecerem irrelevantes.
O principal enigma deste vaso reside no facto de que o pouco que dele foi destruído sobrepõe-se precisamente no braço esquerdo da deusa não nos permitindo saber se este braço está livre, total ou apenas parcialmente coberto pelo manto de púrpura.
A proposta de que Afrodite esticaria o antebraço nu parece-me definitivamente arredada por ser manifestamente deselegante tanto por deixar a postura da mão semifechada sobre nada como inexplicavelmente descoberta pelo manto purpúreo que recobre todo o lado esquerdo da deusa. Na verdade, os segredos femininos nunca se desvendam inteiramente e os dos seus complexos atavios só se apreciam superficialmente imitando-os como o fazem os transformistas de maneira não despicienda e ainda mais naturalmente faziam os actores antigos e medievais.
E então, só pondo o xaile pelas costas, pelo menos num difícil exercício mental, se descobre que a mão esquerda de Afrodite segura suavemente a ponta do manto que se enrola no braço, descai pelo ombro esquerdo sobre o peito que traça em direção à porção anterior direita do tronco para se enrolar em volta de ambas as coxas e metade das pernas envolvendo-se debaixo majestoso traseiro que pudicamente protege prendendo assim a ponta direita do manto com a pressão do corpo sentado sobre o dorso do cisne, a divina montada de Afrodite e de Apolo.
Na verdade, noutros pontos destes trabalhos mitológicos se confirma que o cisne de colo serpentino foi o animal de transporte das almas, a *Ka-phyra, a Deusa Mãe que transporta e dá a vida ao “deus menino” solar e a ave de transporte solar de Apolo, o que novamente levanta a suspeita de que Afrodite foi Leto.

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A linha de fractura do prato tem o inconveniente de se superpor a uma das linhas diagonais deste complexo drapeado que na reconstrução em desenho tende a ser confundido com um artefacto. No entanto, com mais atenção, verifica-se que a linha de fractura do prato encobre uma linha transversal que lhe é quase sobreposta e interrompida perto da curva posterior do joelho.

E eis o resultado final! Deu trabalho mas valeu a pena!
Afrodite ficou celestial. Cavalgando um cisne é de facto Afrodite Urânia!

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Português: Afrodite sobre um cisne. Tondo Ático de um cílice com figuras vermelhas em fundo branco. Proveniência: túmulo F43 em Camiros (Rhodes).
English: Aphrodite on a swan. Tondo from an Attic white-ground red-figured kylix. From tomb F43 in Kameiros (Rhodes).
Français: Aphrodite sur un cygne. Tondo d'un kylix attique à figures rouges et fond blanc. Provenance: tombe F43 à Camiros, Rhodes.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

DESENHOS DE VASOS GREGOS V - A ARTE DIFICÍLIMA DO RESTAURO, por Artur Felisberto.

Um dos Vasos Gregos que mais me custou a restaurar é uma peça do museu de Harvard Art Museums de que tomei conhecimento em data anterior ao ano de 2002 pelo Perseus Vase Catalog.htm.
Calyx Krater (mixing bowl for wine and water): Return of Hephaistos to Olympos, c.
Archaic period, Late, c.600-480 BC. Creation Place: Athens (Attica). Attributed to The Kleophrades Painter.
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The Return of Hephaistos to Olympos. The procession is continuous, but the placement of Dionysos and Hephaistos in the center on opposite sides divides the figure zone into two sides. Side A: The procession, which moves to the right, may be said to begin  with the two satyrs preceding Dionysos on the right side of Side A. (…)
Side B: With the next satyr, Side B properly begins. This satyr has his hands full, for he is holding the lead strap (drawn with added red) of Hephaistos' donkey and at the same time carrying a large pointed amphora on his left shoulder. (Perseus Vase Catalog.htm).
Os primeiros resultados deste foi o seguinte:
Laso A
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LadoB:
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Durante muito tempo faltou coragem para fazer a linearização destes desenhos, tanto mais que só estavam disponíveis na NET fotografias de baixa resolução deste vaso grego.
Entretanto tive acesso ao programa de edição de imagem Corel PHOTO-PAINT 9 que me permitiu uma prévia linearização automática por meio da função “limiar” que converte em cor preta ou branca os níveis de brilho específicos.
Os resultados tiveram que ser acabados manualmente e confrontados com as fotos originais para rectificação tendo resultado os seguintes desenhos a cinzento.
Lado B:
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Lado B:
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Depois de coloridos com o “Corel PHOTO-PAINT 7” resultou no seguinte:
Lado A:
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Lado B:
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Sobrepostos sobre os primeiros resultados das manipulações cibernéticas sobre fotos a 33% de transparência resultou o seguinte efeito que reputo de soberbo:
Lado A
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Lado B:
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