sábado, 10 de maio de 2014

AS DEUSAS LATINAS DAS CORNUCÓPIAS, por Artur Felisberto.

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Do conceito relativo à Cornucópia terá derivado um outro epíteto da Deusa Mãe da Abundância, a latina Copia, e não o inverso.
Copia era uma jovem deusa coroada de flores segurando uma cornucópia que tanto poderia ser a Flora primaveril como a deusa da Fortuna e da fartura das colheitas.
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Figura 1: Flora de Pompeia.
Figura 2: Fortuna =>
Copia is the goddess of plenty. She is represented by a young virgin crowned with flowers, and holding the cornucopia.
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Não sabemos a etimologia do nome da deusa Cópia mas podemos inferir por onde terá andado o seu nome a partir de outros termos latinos da mesma raiz. De facto, o latino copo era um vendedor ambulante de vinho ou um estalajadeiro onde a copa trabalhava como taberneira e dançarina, ou seja, tal como hoje uma mulher que ganhava a vida a vender copos de vinho...e eventualmente o corpo. De facto só assim se compreende que o diminutivo deste termo que foi copula acaba-se a ter o significado de “coito ou acto sexual explícito” apesar de ter também o significado de “fita ou algo que amarra e une” que denota ser uma metáfora secundariamente sublimada. Na origem estaria o culto de uma deusa que para ter muito de Fortuna e abundância tinha que ter tido antes quase tudo de fecunda fertilidade primaveril, como a deusa Flora. De facto a deusa Copia faria a «cópula» entre ambas as deidades e seria seguramente uma forma de Vénus *Cup(r)a.
A propósito do nome de Cupido concluiu-se que o nome deste deus estaria relacionado pelo lado dos desejos líquidos com *Cuba, deusa da abundância vinícola que se transformava na deusa Copia porque ambas seriam deusas das cobras como seguramente *Cup(r)a. Copia teria acabado relacionada com os «copos de vinho» e Cupido com os desejos líquidos que o deus grego equivalente Potos teria herdado das potinijas micénicas, as deusas dos «potes de água» e da abundância de bebidas refrescantes.
 
Ver: EROS & EROTES / CUPIDO (***)
 
Entretanto, a Copia e a latina cópula acabaram relacionadas com a reprodução sexual dos casais determinando, em italiano a sua conotação de elemento de um casal, e, em português, o significado de “reprodução abundante de um modelo”.
Figura 3: A cornucópia cruzada com o tridente de Neptuno numa moeda romana exprime bem a relação mítica entre o comércio marítimo e a prosperidade.
As relações deste filho do Kur com Enki são conhecidas e este deus era sinónimo de copiosa fartura por ser um deus criador das chuvas fertilizantes e, como deus dos mares, protector dos pescadores e dos comerciantes marítimos.
 
Ver: ISHKUR (***) & TUNIS (***)
 
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The cornucopia was the horn of plenty, and it symbolized an abundant harvest.
O culto das deusas da cornucópia parecer ter sido popular na Tunísia o que pode significar que tanto Tanite quanto Anfitrite tenham sido variantes da Deusa mãe da Fortuna. Ora bem, Além de Anfitrite, Salácia e *Veneria, também Nevérita era esposa de Neptuno, nome que é foneticamente o mais próximo da Anfitrite grega que, entre a miríade de epítetos que teve, contou com o de Katas-Copia.
Venelia < *Veneria = We-Nerio = Ki-An-Ur(iho)
An-Ki-Ur(iko) > Ne-Wi-Urita > Nevérita.
< An-wer-et < *En-ki-Kur-ki > Anfitrite.
 
Ver: SELKET (***)
 
Figura 4: Nesta moeda do tempo do imperador Póstumo a deusa Salus aparece representada não com a cornucópia mas com o leme do comércio marítimo que traz a fortuna dos povos. Como se verá adiante esta deusa era uma das facetes e heterónimos da Fortuna, pelo que podemos inferir que estejamos em presença duma forma esquecida de Salácia.
De facto,
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Ora, Neverita manifesta também a raiz etimológica da primeira sílaba do nome de Neptuno como seno a que revela a sua essência encripta do nome de Enki.
Enki | > Newi > Nebo, o deus fenício da sabedoria, suposto ali filho de Enki > Neph  > Nep | + -tunus, lit. «a cobra enquiana da sabedoria» => Neptuno, literalmente “o deus cobra-d´água ou a cobra-navio” como o Capricórnio!
Ora, Enki tinha Hermes por paredro helénico porque era também o deus do Kur. Este enquadramento semântico tinha *Kur-kima-an por núcleo étmico na variante elíptica *Kur-kian-us. Então, podemos imaginar a existência duma variante do nome de Neptuno do tipo *Nephertuno, homólogo do egípcio Nefertem que seria o paredro duma *Nefertis virtual (nome este pressuposto como variante do nome de Néftis a propósito do estranho conceito egípcio nefer relativo à beleza e à felicidade.)
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Figura 5: Moeda de César Augusto de origem espanhola com uma cornucópia cruzada com um Capricórnio segurando o globo de um de um barco, ou seja, uma metáfora do poder imperial como decorrendo da boa ordem da navegação marítima e da sua decorrente prosperidade.
Ao lado deste *Nephertuno virtual teria andado uma variante de *Ne-Weret-(una), que mais não seria do que a bem conhecida deusa da Fortuna.
A forma sintética seria a egípcia Weret de que a Pherusa grega, literalmente a que transporta, seria variante afortunada.
Pherusa (Pherousa) The goddess of plenty and abundance. She was one of the Horae (Seasons).
Weret < Ker-et > Pher | ish/ush > Perusha.
Fortuna < (Ne)Phortuna < An-Wer-at-una
< *Ne-Pher-Tumna < Kaurtu-Mina.
*Kaurtu-Mina, que era literalmente a deusa das cobras cornudas dos curros ou do cor(no)-cobra”, ou seja, a deusa daquilo (com) que (a)parece, a «cornucópia, viria a ser Artemisa de Éfeso a opulenta deusa mãe de todas as farturas e abundâncias luxuriantes da natureza!
 
Ver: NEFER (***) & FORTUNA (***)
 
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Figura 6: Ambika (Durga) Killing the Demon, Dhumralochana, one of a set of scenes from the "Durga Saptashati," (700 Verses in honor of Durga).[1]
Uma variante hindu de Néftis pode ter sido Ambica aliás também chamada Durga.
Ambica + Durga = Anphi-ka-Thur-ka = Enki-Thur-kaka
= Enki-Kurish > Enphi-tur-et > Amphitrite.
Abundantia < Ambuda-anteia < Ambica-Antu-Ea
Isoladamente, Ambica pode ser uma variante sintética da deusa latina Abundantia, o que faria do nome da deusa latina da fartura uma farturinha de epítetos da Deusa Mãe!
Na sua iniludível relação com o nome de Durga, Afrodite e Anfitrite ficam marcadas como variantes ambivalente da mesma deusa mãe taurina tão meiga e nutritiva quanto violente e mortífera, ou seja uma típica deusa paleolítica da época do matriarcado selvagem!
A Fortuna era uma variante sinónima da arcaica Deusa Mãe que deu o nome à Abundância! Além de deusa da cornucópia era uma divindade de uma infinidade nomes e disfarces como Afrodite.
(...) In Dante's time Fortuna's eight-spoked wheel was said to represent eight states of life: umilta (humility), pazienza (patience), pace (peace), ricchezza (wealth), superbia (pride), impazienza (impatience), guerra (war), poverta (poverty), with opposites placed on the diameters (Moakley 87). -- Pythagorean Tarot homepage.
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Figura 7: Concordia personifies harmony or concord. Her attributes are cornucopiae, sceptre and patera. She is often seen on coins bearing the legend CONCORDIA MILITVM or a similar expression of an idea that all is well and there is agreement amongst those in power. (...) Her Greek name is Homonoia.
Figura 8: Salus is the personnification of health and safety. Her attributes are a serpent held in arms or coiled on the ground, raising its head while she feeds it from a Patera.
Figura 9: Pax is the personnification of peace, and her name is even used today in allegorical legends in many different languages to represent the idea of peace or the blessing of peace. Considering that the Romans were such warlike people, it is rather surprising that Pax was such a popular theme until one considers that the peace usually referred to was a result of Roman legions annihilating all opposition.
A deusa da concórdia andou associada ao culto da fortuna seguramente pela intuição do quanto a boa sorte dependia da boa paz e concórdia social! No entanto esta divindade não seria inteiramente alegórica na medida em que seria literalmente:
                                                            > Wauna > Vénus.
Concordia < | *Cona < *Cauna > Cunina |-Cordea,
lit. “deusa Kor, ou Proserpina” > Cardea.
 
Ver: CARDEA (***)
 
Desta alegoria conhecem-se algumas variantes morfológicas mas a forma mais comum de a representar era com um cetro e um ramos de oliveira. A esta deusa alegórica associava-se com uma conotação quase simbólica Securitas, a deusa de Sagurança Publica.
Figura 10: Securitas.
Esta deusa é manifestamente uma alegoria tardia porque não tem uma simbologia figurativa estabilizada. Ora é representada de pé, como vestal segurando o ramo da oliveira da paz ora bem sentada de perna cruzada ora reclinada vigiando os seus filhos!
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Figura 11: Moeda Romana em que se consegue identificar Salus aplacando as cobras no altar com a mão direita enquanto segurava a cornucópia com a esquerda. Silver Denarius of Commodus.[2]
Esta figuração não faz mais do que confirmar a tradição que fazia desta deusa uma das filhas da Abundantia. De facto sem saúde, de pouco valeria a paz e a concórdia na prossecução da prosperidade!
Por esta mesma intuição é que os mesmos romanos identificavam o celeiro do império com o Egipto da deusa Selket, também uma deusa da do escorpião e da saúde!
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Figura 12: Abundantia stands for abundance or plenty. Her attributes are ears of corn (grain) and cornucopiae. She is sometimes shown emptying the cornucopiae. Her Greek name is Euthenia.
Figura 13: Felicitas stands for happiness and prosperity. her attributes are a caduceus, cornucopiae, and sceptre. She is sometimes leaning on a column. Her Greek name is Eutycheia.
       
*Kiphurat < Securitas < Kikur-at => *Kiphura.
*Kiphura seria a mãe ou esposa da *Kiphura, a sólida montanha primordial que deu nome aos zigurates.
Pois bem, a mitologia revela-nos quase sempre que a sabedoria intuitiva dos povos é sempre o caminho mais viável para a verdade das coisas.
Abundancia em Sumerério = Sumer. He-Gal.
He-Gal, lit. «grande Ki» ou a deusa do «cu grande»?
< Ki-Gal => Eresquigal.
< *Ki-kur (> *Kiphura, a cobra da cornocópia) + Ama =>
*Kur-kima > *Hurmea > Ur-ma > Ram => Sumer. Lam.
Ora, *Hurmea > Maura > Moira > Mair > Mer > Mel.
Mer / Mel, Sr.ª Deusa Mãe do mar profundo e primordial que rodeia o mundo, Deusa da fertilidade primeva, da fertilidade piscatória e riqueza conseguida pelo comércio marítimo.
Fêlix, îcis (abl. felici, except Cic. Or. 48, 159; and as nom. prop., v. II. B. 2. infra), adj. [from root feo, fevo, to bear, produce, Gr. phuô; cf.: fio, femina; whence fetus, fecundus, femina, fenus], fruit-bearing, fruitful, fertile, productive.
Félix < Pherish < Ish-pher > «esfera»
                                            < Ishkur > Ishtar, a deusa da boa fruta!
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Figura 14. Moneta & Aequitas.
The scales and cornucopia are attributes of both. => Aequitas = Moneta.
Figura 15: Aequitas is the personification of equity or fair dealing. His attributes include scales and cornucopiae. Sometimes she holds a sceptre. Her Greek name is Dikaiosyne.
De facto, a deusa latina da Abundância era representada a encher a cornucópia e não a exibi-la cheia de Felicidade ou a distribui-la com Equidade, como Juno Moneta!
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Figura 16: Vesta.
Figura 17: Justitia Augustae. Esta variante da deusa da equidade tem uma postura que é mais de Juno ou Vesta do que a que é descrita na definição seguinte.
Justitia is the Roman goddess of justice, portrayed as a woman holding a cornucopia and scales. Later she is portrayed with a blindfold, holding scales and a sword (or scepter).
A Equidade é uma óbvia produção alegórica a partir do verbo latino equito que, literalmente, poder ter sido uma gíria elaborada durante a gestão do balanço e do tão difícil quão necessário equilíbrio, indispensável à «arte de cavalgar toda a cela», como achava D. Duarte, rei de Portugal. Mas isso sou eu a divagar porque o mais certo será que equito pode derivar, de modo mais aceitável, dum termo cujo conceito relativo seria mesmo a «equidade» relativa ao deus Enki, o juiz dos mortos porque da sabedoria das «tábuas da lei» e do destino, Sr. do mar «entre o céu e a terra», detentor das artes e ofícios que permitiam o balanço comercial e deus da ambivalência andrógina própria dos seres polimórficos e anfíbios dos meios aquáticos.
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Figura 18: As tridivas da cornucópia e da augusta equidade.
Figura 19: Uma das deusas da equidade era afinal Pietas.
Along the way lending to Villa Jovis there is a zone called in Italian "Moneta", which means "coin" in English. According to many archaeologists, Villa Jovis once used to extend as far as this zone, which is not too very from the present remains. The etymology of Moneta is uncertain: It could be of an Italian origin, owing to the fact that many ancient Roman coins have been found here. But the name "Moneta" could be much older, since it derives from the Latin. Infact, as Cicero explained in "De Divinatione", the Romans also used to call the goddess Juno Moneta ("The Admonisher" < Latin admonre (as AD-, monere, monit- = ‘warn’)[3]).This hypothesis is supported by the discovery, apart from the coins, of four columns with some stairs.[4]
Lat. Equito < E(n)ki-tu, lit. «gerado por Enki»
> En-Phiat, esposo de Pietas < Phi-at > Vesta.
Não vale a pena dar conta de que a cultura e o turismo só se encontram nas “ruas da amargura” mas, enfim, mais vale um pouco de «prostituição sagrada» a preços correntes do que moedas perdidas! Quer isto dizer que é do mais comum dos bons sensos que, moedas em locais de arqueologia relativa ao perdulário Império Romano não deveriam ser motivo para grandes especulações. Dito de outro modo o local referido perto de Villa Jovis como Moneta deverá de facto o seu nome aos autóctones italianos que o terão nomeado assim por muitas razões a óbvia das quais poderia ter sido o facto de no local terem aparecido moedas antigas com facilidade! No entanto não me parece que se deva confundir a história da origem dum topónimo com a etimologia do nome que lhe está subjacente, sobretudo quando não existem dúvidas relativas à identificação do termo!
O que se deve suspeitar é que sendo o nome da vila Villa Jovis uma homenagem a Júpiter natural seria que por ali existisse um templo dedicado a sua esposa Juno Moneta!
De facto, entre o italiano «moneta» e o latino moneta, não existiu evolução etimológica alguma como veio a existir para a lusitana «moeda» e, mais ainda, para o Engl. «money»!
Money Middle English < via Old French moneie < from Latin moneta ‘mint, money’, originally a title of the goddess Juno, in whose temple at Rome money was minted[5]
Se não há dúvidas para «money» porque haveria para o itálico «moneta»?
Lat. Moneta = It. Moneta
Ø    monetia > monethia > Old Fren. moneie > Middle Engl. Money.
                                   > Esp. moneda > mõeda > «moeda».
As the Juno Moneta ("Ivno who warns who warns") she guarded over the finances of the empire and had a temple on the Arx (one of two Capitoline hills), close to the Royal Mint. She was also worshipped in many other cities, where temples were built in her honor.
De Juno Moneta pode suspeitar-se que seria a ela que eram dedicados os templos onde era guardado o tesouro da cidade, ou pelo menos os locais dos tesouros dos templos. A razão de tal facto dever-se-á ao que é intuitivo! Juno Moneta era a divina despenseira de mão tão parca e pesada quanto a prudência providente o aconselharia e tão pródiga e liberal quanto a fartura da cornucópia o permitia! Como se viu antes ela era a suprema admoestadora dos irresponsáveis motivo suficiente para lhe ficar o nome e o zelo pelas finanças públicas. Porém, como acima se suspeitou também a etimologia deste epíteto de Juno deve ir mais longe e remontar aos tempos em que o culto monóico da Deusa Mãe era comum em todo o mediterrâneo.
(Juno) Moneta < Lat. mone-(re) < Mean < Ma-an, lit.« Sr.ª Mãe»!
Minos, lit. «filho da Sr.ª Mãe»!
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Figura 20: Providentia's attributes usually included a baton and globe but, in the case of this image, she may also be shown holding a cornucopia.
Figura 21. Hilaritas is the personnification of cheerfulness, rejoicing and mirth. She is usually seen holding Cornucopiae and a long palm.
A Providência é outra alegoria tardia a partir dum termo criado em torno da qualidade de quem aprovisiona em tempo de vacas gordas prevendo as carestias futuras bem como antevendo a necessidade social de prodigalizar «liberalidade» a favor da deusa Liberalitas, em festivas e dispendiosas homenagens a Hilaritas.
Outra deusa da cornucópia parece ter sido Spes.
 
Ver: N.ª Sr.ª DAS DORES / SPES (***)
 
LIBERTAS
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Figura 22: Libertas. The Roman goddess of freedom. Originally as goddess of personal freedom, she later became the goddess of the Roman commonwealth. She had temples on the Aventine Hill and the Forum.
Figura 23: Liberalitas is the Roman personnification of largesse or generosity. She is usually shown holding a Cornucopia. She usually hokds a tablet or tessera with her left hand.
Libertas was depicted on many Roman coins as a female figure with a pileus (a felt cap, worn by slaves when they were set free), a wreath of laurels and a spear.
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Figura 24: Liber & Libertas
The old-Italian god of fertility and growth in nature. In later times Liber ("the free one") was equated with Dionysus and became thus a god of viniculture. His feminine counterpart is Libera. Their festival, the Liberia, was observed on March 17.
Dito de outro modo Liber & Libera eram os gémeos «deuses meninos» Baco e Korê. Na verdade, Libera era equivalente de Proserpina que era também Libitina.
Libitina = The Roman goddess of corpses and the funeral, her name often being a synonym for death itself. In her temple all the necessary equipment for burials were kept. Here, people could rent these attributes as well as grave diggers. Later she was equated with Proserpina. Libentina; Pleasure: Lust;
Libitina < Riwi | Urphi  < Urki | Thiana > (Ki) Ur Kina =>*Lutina.
               < Libertina < Libertan < Libertas + Anu.
                                   < Liber-Hal-itas > Liberalitas, lit. “as festas de Liber”.
Liber < Ri-Wer (> «ribeiro», «Rebelo») < *Urker < Kur-Pher =>
Liber-alitas > Liber (Pater) > Liber-tas.
A deusa Libitina por ter sido mais deusa das libações funérias que profanas deveria ter sido o que poderia ser virtualmente, *Lutina, variante de Lucina e esposa de Lutinus.
Lucina = Goddess of childbirth. Her name became an epithet of Juno, as ‘she who brings children into the light’.
Lutinus = A roman fertility god.
Sabemos que a tribo dos Libu faziam parte dos «povos domar» e seriam adoradores cretenses dos deuses do vinho e das libações que acabaram por imigrar para o Líbano, Líbia (e para a Libéria?)!
O nome da Liberalitas, tal como o de Libertas, é quase que seguramente uma evolução linguística a partir do nome do velho «filho de deus» e pai de todas as liberalidade. Libitina e Libentina uma corruptela do nome da esposa deste!
Seria que os sumérios já tinham a intuição de que se não podia ser um «homem livre» se não se fosse económico no uso das liberalidades dispensadas pela sorte e pelo «engenho e arte»? De facto, *Urker > Kur-Re > Sumer. Gar-Ra = ser económico => ser «agarrado» (aos bens materiais)???
O étimo Liw- era o núcleo fundamental deste teónimos que terão estado correlacionados que Vénus das Lupercais pela relação Liw ó Luw ó lup.
 
Ver: LUPERCAIS (***)
 



[1] Image Source: The University of Michigan Museum of Art. Image Accession No.: PCD4097-2012-0833-79. O restauro dos cantos foi feito ciberneticamente pelo autor.
[2] Studying and Collecting the Coins of Rome and Her Cities.
[3]"admonish," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. The Concise® Oxford Dictionary,  9th Edition. (c) © Oxford University Press. All rights reserved.
[4] http://www.caprinet.it/eng/moneta.htm
[5]"money," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. The Concise® Oxford Dictionary,  9th Edition. (c) © Oxford University Press. All rights reserved.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

DEUSES DA LUSITÂNIA – TONGO & NABIA, por Artur Felisberto.

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Figura 2: Fonte do Ídolo, em Bracara Augusta.

O ilustre cidadão Celico Fronto, emigrado, desterrado ou exilado da longínqua Arcóbriga (cidade romana Aragonesa próximo de Calatayud na província de Saragoça), decidiu, sabe-se lá porque carga d'água, mandar construir este pequeno monumento dedicado à divindade fluvial da região conhecida por “Tongo-nabiago”.

Tongoe-nabi-agus era o deus da Fonte do Juramento para o povo castrejo da Galécia, actual norte de Portugal e Galiza. A Fonte do Ídolo, em Braga, é uma fonte romana dedicada a Tongoenabiagus. Possivelmente um deus duplo, Tongoe e Nabia, é um deus das águas. Uma proposta de interpretação de Tongoenabiagus é «o deus do rio pelo qual se jura».

Tongoe-nabi-agus = Thongo ó Thogon < Dagon | -&-| Naviago

Nabi-| aco, literalmente Dagon / Enki, o parédro masculino de Nabia.

A “fonte do ídolo” não estava dedicada a um único deus com o nome Tongoe Nabi-agus porque esta inscrição seria uma frase escrita alatinadamente em dativo seguida do enumerativo «que» como se fora Tongoe Nabia-que significando a fonte de Tongo & Nabia.

Tongo era a variante de Dagon que teve uma variante ainda mais elíptica no nome do rio Tejo e nas termas de Vi-dago.

Além de Dagon, outra variante de Enki era Enkur, o senhor dos infernos como Saturno e Crono. Ora, Crono, na forma de Corono, era adorado como esposo de Nabia.

Corono (Coronus) – Deus cornudo coroado nos mundos subterrâneos, está ligado à guerra e à morte. É o esposo da Deusa Navia. Adorado pelos Calaicos.

Cronisnesi (Croni-Ense) - Uma divindade regional adorada na Lusitânia.

Carneo (Karneios, Carneu, Carneus) – Deus adorado nas planícies da Lusitânia por povos de origem Celta. => Coaran-Ion-Iceus - Deus dos cavalos e do vento, adorado em Olisipo.

Saturno ó Krono < Croni(-Ense) < *Kauranu > Corono

   Carneo < Karn(eios) < Karaun <                    > Coaran (Ion-Iceus).

=> Cario e Caro.

A deusa Nabia da Lusitânia deve ser muito antiga possivelmente de origem cretense do tempo da colonização da Estremadura portuguesas e da região do Ribatejo por marinheiros minóicos dos tempos da mítica Ofiussa!

De facto parece que Nabia seria Nopina na civilização minóica de Creta fazendo parte de uma tríade astral com Nopina, Ma & Serio.

Nopina, in later Greek Nymph or Maiden (particularly, a nubile maiden), whom Faure thinks is a new-moon goddess. (...)

Faure calls Nopina, Ma and Serio a lunar-solar trinity, and illustrates his point using an engraved copper relief plaque with those names and the figure of the sun and a crescent moon. Figures of the sun and moon occur with some frequency as part of Minoan iconography, and it may be that we're now discovering why. -- The Minoan Deities Named: An Archaeologist Gleans Goddesses and Gods from Linear A, article by Melanie Fire Salamander.

Ma era a deusa mãe de Sério e Nopina e por isso terá originado na península ibérica o nome da virgem de Macarena, que seria literalmente a mãe de Sério ou *Kerio!

Cario-Ceco (Cariocieco, Cariocecus) – Deus Lusitano da Guerra, da caça, dos animais, dos mistérios e do futuro. Bodes, cavalos e prisioneiros eram muitas vezes sacrificados a este Deus.

Caro (Carus, Cario, Carieco, Cariense) – Deus guerreiro local Lusitano, equivalente a Marte romano.

De Sério / *Kerio deve ter evoluído o nome do deus lusitano Caro, Cario, Cari-eco e a variante Cario-Ceco, deus aguerrido responsável pelo inefável nome do «caralho» lusitano relacionado com os cultos de mistério que envolviam este deus que seria também da fertilidade viril e por isso possivelmente faria parelha com a deusa latina dos cereais, a deusa Ceres. Obviamente que na Grécia antiga evoluiu para os Kouroi.

 

Ver: CARALLIUS (***)

 

Enquanto membro de uma trindade astral o deus cretense Serio, possivelmente *Ker-io, filho de Ma *Ker-tu, seria o antepassado do nome da importante estrela Sírio, do Círio pascal, da região Síria e muitos outros nomes solares como o deus cita Oitosyros...e o Sol.

Além *Ker-io, desta trindade cretense astral chegou à Lusitânia Nopina na forma de Nábia.

De facto, Nopina seria uma corruptela em fonética tipicamente cretense como Pipituna, Dictina e Despotina de um teónimo que depois de clarificado foneticamente seria *Nin-Ki-ana.

Nopina < Nauphina < Navi-Ana < *Nin-Ki-Ana.

                                            > Nabia.

Nabia era a deusa dos rios e da água na mitologia galaica e lusitana. O rio Navia, na Galiza, o rio Neiva, perto de Braga (antiga capital da Galécia) e o rio Nabão que passa por Tomar, no centro de Portugal, foram baptizados em sua homenagem. Nabia era especialmente adorada entre os Brácaros, tal como é comprovado pelas inscrições epigráficas em língua céltica da Fonte do Ídolo em Braga (Bracara Augusta) e latina de Marecos (Penafiel).

Nabia < Nakia < Ana-Ki, lit, Sr. Ki, esposa e mãe de Enki.

Nábia seria a sempre virgem e «noiva» irmã e esposa de Nabu / Nebo.

Nabu é uma divindade da mitologia suméria. É o deus da escrita e da sabedoria. É o filho de Marduk e casado com Tashmetum.

Claro que se assim tivesse sido Nabu seria neto de Enki, deus que tinha o vício de desflorar as filhas e as netas. Por isso nada impede que Nebo tenha sido um mero epíteto de Enki que com o tempo se tornou autónomo e neto de Dagon.

Nephthys < nephi-ash < Nephy-at > *Nephiot

De Nephthys a *Nephiot o salto seria pequeno demais para não ser suspeito de se tratarem ambos os deuses da mesma entidade. Claro que esta deusa seria a ibérica Nabia, seguramente esposa de Nebo.

De facto, este elo oculto nesta inquirição sobre a origem do nome de Neptuno leva-nos até ao corredor sírio onde Nebo era adorado como deus da ciência, ou seja, funcionalmente equivalente de Enki.

I have heard from your father that you have been given the oath of secrecy in the rites of Nebo. For this reason I write. This letter in under the sign of the double snakes, Cobra and Viper. The god of speech and the god of letters, the god of science.[1]

Ora, é fácil ir de Nephioth a Nebo sem nos perdermos nos enleios dos cultos ofídios.

Nephioth > Newioht > Naboth > Nebo.

Nínive < Acadic: Ninua < Pers. Nainavā < Nin-Nawa => Lusa. Nábia

< Ana-Ki-a > Ana-ti < Anat.

A patrona de Ninive era seguramente Ana-Ki, a Sr.ª Ki, mãe e esposa de Enki que por evolução semântica evoluiu para *Nabia que seria virtualmente irmã e esposa de Nabu…se pudéssemos provar que Tashmetum seriam um mero epíteto desta deusa.



[1] THE PHOENICIAN LETTERS, By Wilfred Davies and G. Zur.