sexta-feira, 16 de maio de 2014

EXCALIBUR a espada tão mítica quanto o rei Artur, por Artur Felisberto,

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Então eles ouviram o Conde de Cadwr de Cornwall ser chamado, e viram-no subir com a espada de Arthur na mão, com um desenho de duas serpentes no cabo dourado; quando a espada foi desembainhada foram vistas as bocas das duas serpentes que estavam como duas chamas de fogo, tão terríveis que não era fácil a qualquer um olhar-las. Então o anfitrião pos ordem na sala e a comoção baixou, e o conde voltou à sua tenda. " Iddawg, onde está o homem que trouxe a espada de Artur? (pergunta para Rhonabwy) “Conde de "Cadwr de Cornwall, o homem cujo tarefa é armar o rei no dia de batalha e de conflito".

De, O Sonho de Rhonabwy, de O Mabinogion, traduzido por Jeffrey Gantz.[1]

Não há muitas mitologias a respeito de armas místicas que nos permitam confirmar a etimologia aqui proposta mas ao reler as lendas do rei Artur dos britânicos deparamos com a mística Excalibur e é então que não podemos deixar de encontrar nela estranhas ressonâncias com o “machado duplo”, labrys, dos cários.

 

Ver: LABURINTO (***)

 

Excalibur = King Arthur's sword, c.1300, from O.Fr. Escalibor, corruption of Caliburn, in Geoffrey of Monmouth (c.1140) Caliburnus, probably a variant of the legendary Ir. sword name Caladbolg, which may be lit. "hard-belly," i.e. "voracious." -- www.etymonline.com.

A lendária Excalibur, a espada do Rei Artur, dotada de poderes misticos, dita que poderia cortar aço. Em galês, é conhecida como Caledfwlch. Segundo o épico Suite du Merlin, foi entregue ao Rei Artur pela Dama do Lago, quando sua espada original foi destruida em uma batalha, contra o Rei Pelinore. Já no poema de Robert de Boron, Merlin, a excalibur é a espada da lenda da Espada na Pedra, na qual uma misteriosa espada apareceu traspassada em uma pedra, e apenas o rei por direito de toda Britannia poderia retira-la. -- Wikipédia, a enciclopédia livre.

O nome Excalibur vem de Excalibor em francês antigo que veio, por sua vez, de Caliburn usado em Geoffrey de Monmouth (c. 1140) (Caliburnus latino). Também há ortografias variantes como Escalibor [2]e Excaliber (o último usado nos livros de Howard Pyle para leitores mais jovens). Uma teoria assegura que Caliburn[us] vem de Caledfwlch que em troca vem de Caladbolg ("barriga-pesada", i.e. voraz "), uma espada irlandesa lendária (veja a seguir). Outra teoria (encontrada na Nova Enciclopédia Arturiana, 1995) estabelece que "Caliburnus" é, afinal, derivado do latino chalybs “aço” que, em troca, derivaria de Kalybes, o nome de uma tribo Sarmacia de ferreiros. Outra teoria assegura que Excalibur derivou originalmente de ensis caliburnus, espada Calibiana o que poderia apontar a uma origem mediterrânea. Isto é notável e usado pelo historiador Valerio Massimo Manfredi no seu romance “A Última Legião (2002)”.

De acordo com o Brewer's Dictionary of Phrase and Fable by Ebenezer Cobham Brewer, Excalibur foi derivado originalmente da frase latina Ex calce liberatus, "liberto da pedra". Em Malory, diz-se que Excalibur significa "corta-aço " que alguns interpretaram como "aço-cortador".

(…) Na lenda galesa, a espada de Artur é conhecida como Caledfwlch. Em Culhwch e Olwen, é uma das mais valiosas posses de Artur e é usado pelo seu guerreiros irlandês Llenlleawg para matar o rei irlandês Diwrnach para lhe roubaar o caldeirão mágico. Pensa-se que Caledfwlch deriva da arma irlandesa legendária Caladbolg, a espada de raio de mac de Fergus Roich. Caladbolg também era conhecido por seu poder incrível, e foi usada por alguns dos maiores heróis de Irlanda. [3] . -- From Wikipedia, the free encyclopedia

Kalybes (Χάλυβες, Χάλυβοι) eram uma tribo sármata da Antiguidade Clássica acreditada com relacionada com a invenção de indústria do ferro. Χάλυβς “ferro temperado, aço" Eles instalaram-se a norte da Anatólia, aproxime-se das costas do Mar Preto, do Halys para Pharnakeia e Trabzon no leste tão longe quanto para o sul a Arménia.[4]

A possibilidade de poder relacionar os Chalibes da Sarmácia com aldeia de Kalibe na Creta moderna parece fora de questão na medida em que esta localidade parece ter herdado o nome dos árabes por ser um local de cabanas (de canas e colmos?). Muitas vezes a etimologia tardia tende a ser de conveniência e circunstância e este pode ser um desses casos. Antiga cidade minóica inteiramente desconhecida por qualquer tradição escrita ou oral na época da colonização de Creta pelos árabes sarracenos, expulsos de Córdoba por volta de 813, estaria já em decadência final reduzida e algumas cabanas rurais. A ideia de que algumas centenas invasores árabes teriam ali construído as suas cabanas antes de conquistarem a ilha é plausível mas estranha já que normalmente os árabes acampavam em tendas e as cabanas seriam mais típicas dum aldeamento rural mediterrânico. Mais estranho é que ainda hoje se regista ao lado da Kalives cretense uma localidade denominada Kalami, sugestivamente relacionada com o calamus latino.

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Kalami is a small village 8 klms east of Souda, with a few houses and unique atmosphere. From here you can enjoy a gorgeous sunset drinking authentic greek coffee.

Kalyves is a seaside village on the south side of Suda bay, with a beautiful beach. The ancient city of Kissamos is supposed to be laying east of this village, near Aptera, that used to be a seaport

Now there is only a small Venetian catle. The historians places the ancient city of Tanus between Kalyves and Almyris. Also the name of Kalyves (Huts) is connected with the landing of Arabs in 826 a.D. on the village area where they built their huts; since then this is the name of the village.

Enfim, canas para cabanas existiriam por ali seguramente e com fartura mas não seria preciso esperar pelos árabes para que elas aparecessem em Creta a denominar uma aldeia cujo nome se aparenta estranhamente Kalisté, a mais bela, outrora nome de Tera, a ilha onde o vulcão de Santorini destruiu a civilização minóica. Já então Kalisté seria um equívoco com Karis-teia? Nada repugna aceitar que a tradição metalúrgica dos minóicos tenha emigrado com os cários para a Anatólia, ou vice-versa, pois à época da talassocracia cretense o mundo era redondo e as comunicações intercontinentais recíprocas e recorrentes. De qualquer modo, a revolução da metalurgia deve ter-se espalhado por toda as áreas conhecidas do império minóico e chegado as terras do estanho na Lusitânia onde fundaram a cidade que os latinos chamaram Scalavis < Scalabur ó Santarém < Santar-im, lit. “terra do centauros” ou dos touros de Set / Shem, o deus da metalurgia que foi Sethlan entre os etruscos. Seria Santarém na época dos iberos um centro de famosos ferreiros adoradores de deuses do fogo?

 

 

Ver: AZTLAN (***)

 

Seja como for, a tentativa para encontrar uma etimologia idónea para o nome da espada mágica do rei Artur esbarra com as dificuldades comuns da etimologia e que são a possibilidade da confluência ressonante e recorrente de varias vias etimológicas similares no mesmo conceito, neste caso, uma prodigiosa arma branca de aço que terá feito a diferença na passagem da idade do bronze para do ferro. Assim, nada repugna postular que a verdadeira etimologia de excalibur seja afinal outra, diversa da oficialmente tentada mas nunca verdadeiramente encontrada como não foi o Graal.

Diderot explained that Pliny used acies to represent the word chalybs, i.e., steel in ancient Greek. (…) According to Herodotus (5th BC), Chalybs is the name of a people living in Asia Minor. They were known to prepare chalybdikos (sideros) i.e., hard (iron). This name is not directly a qualification of a technical property but of the geographical origin of the product. -- Linguistic Avatars of Wootz: The Ancient Indian Steel y D.P. Agrawal.

Caladbolg > Caled-fwlch ó Cali-burn(us) < Lat. chalybs (= I. a river in Lusitania, Just. 44, 3, 9.) Latin chalybs, steel, from Greek khalups, khalub-, possibly from Khalups sing. of Khalubes, Chalybes, people of Asia Minor famous for their steel < Ka-lu-wer-is = Ish-Ka-luber > Escalibur.

                 Ish-Ka-ta > Gr. spáthe > Lat. Spatha > «Espada».

Associada a esta etimologia aparece-nos o nome das terras italianas da Calábria que partilha com a Cantábria o sufixo –bria que a tradição latina nos vem esclarecer como sendo seguramente idêntico a brut e, por isso, suspeito de ter sido derivado como Berit, Beirut, brig-, etc. de *Kertu.

 

Ver: KERTU (**) & CRETA (****) & TALABRIGA I (***) & II (***)

 

Cala-bria ó Latin: Brut-tium ou Brutium.

Il primo nome della Calabria sarebbe stato "Aschenazia", dal suo primo leggendario abitatore Aschenez, ritenuto pronipote di Noè. Egli sarebbe approdato sulla costa dove oggi sorge Reggio Calabria che, a memoria della leggenda, ha intitolato a lui una strada, via Aschenez appunto. Secondo il mito greco, circa 850 anni prima della guerra di Troia, vi sarebbero giunti Enotrio e Paucezio, di stirpe enotria e pelasgica, originari della Siria (nell'interpretazione successiva dopo aver scacciato i discendenti di Achenez). Trovando il suolo molto fertile, chiamarono la regione "Ausonia" in ricordo dell'"Ausonide", zona più fertile della Siria.

Il termine "Enotrio" deriva probabilmente dal vocabolo greco "oinos" (vino) che, più che del popolo, era indicativo del territorio ricco di vigneti. Da questo termine derivò quello di Enotria (terra del vino) con cui i Greci indicavano l'Italia meridionale.

Il nome "Calabria" deriverebbe da "Kalon-brion", ovvero "Faccio sorgere il bene", per la fertilità del suo territorio, e può considerarsi un sinonimo di "Ausonia" dal verbo "auxo-abbondo". -- Wikipedia, l'enciclopedia libera

Entre o mito e a lenda via-se chegando a conclusão que a espada do rei Artur era como que uma toledana de bom aço que mantinha do nome da tradição Cária dos fabricantes anatólicos do melhor aço da época e que lhe terão dado nome parecido a Excalibur. De qualquer modo, o poder destruidor destas novas armas de puro aço seria tal que os que eram vítimas dela ficariam completamente «escalabrados», termo lusos sem etimologia por ser da gíria popular que o dicionário nem regista, tal o seu arcaísmo!

«Escal-abrar» O mesmo que escalavrar (< Cast. descalabrar, ferir na cabeça). Com grafia importada directamente do castelhano, este termo significa estragar golpeando, gretando, engelhando. O adjectivo escalabrado designa as pessoas magras, com pouca saúde e mau aspecto. Ex. Fulano está escalabrado, aparenta mais idade do que a que tem. Escal-amouchar-se, Ferir-se em várias partes do corpo. Ex. Teve um acidente e escalamouchou-se todo. -- Palavras e expressões usadas em Moimenta.

«Escal-ar» = • (???de calar???), cortar, estripar (peixe); • golpear;

Sacarrabos = É conhecido pela sua capacidade de capturar cobras e pela sua forma peculiar de deslocação em grupo. Também conhecido por mangusto, manguço ou escal-avardo.

Obviamente que o castelhano «descalabrar» > «escalabrar» terá significado originalmente «escalar» a cabeça com um *escalabre. Seria esta uma arma branca visigótica de fabrico toledano? A maior parte da tradição visigótica perdeu-se com a colonização árabe da península Ibérica. No entanto, existem potencialidades etimológicas na própria língua inglesa cujos britânicos antigos seriam dos maiores importadores de toledanas. Na verdade, a toledana de Alfonso X o “Sabio" era, pela beleza da sua forma e pela dureza do seu aço, temperado pelas areias do Tejo, uma boa candidata a irmã gémea da espada Excalibur.

La descripción más antigua de las espadas de Damasco data del año 540 de nuestra era, pero pueden haber estado en uso mucho antes, incluso en la época de Alejandro Magno (ca. 323 A. C.).

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Figura 1: Espada Alfonso X o “Sabio" ou Excalibur?

El propio acero estaba hecho en la India, en donde se denominaba wootz. Pero fue en época de Domiciano cuando el acero se instaló en Damasco (capital de Siria), junto con un gran número de importantes espaderos que ayudaron a hacer de la ciudad un centro comercial importante. (...)

Recordemos que al río Tajo se le han atribuido propiedades casi milagrosas que dan calidad a las espadas toledanas. Se ha hablado mucho de la magnificencia de sus aguas para templar, aún no comprobado. Pero se ha hablado poco de las arenas del Tajo, y es en ellas donde se cree que estaba la clave de esa calidad. De esta forma se forjaban y templaban en Toledo las mejores espadas del mundo durante los siglos XVI y XVII.

Dito de outro modo, a espada de Excalibur pode ter tido origem na antiga Espanha visigótica virtualmente denominada *escalabre, *escalabra ou *escalabarda.

Scabbard = Bainha = de Anglo-Fr. *escauberc"envoltura, vagina" (13c.), provavelmente de Frank. de *skar a "lâmin" (cf. O.H.G. scar “tesouras, lâmina, espada ") + *berg - "proteção" (cf. O.H.G. bergan "proteger ").[5]

«Acha» = instrumento de ferro, cuneiforme, para rachar madeira; «acha de armas»: arma antiga com forma de machado. «Calabre» = corda grossa.

Obviamente que a ignorância etimológica pode ser maior que a incerteza mítica. Seguindo uma via de derivação compósita teríamos:

«Acha» + calabre = Ax(a)calabre, lit. “machado preso com uma corda grossa

> arma enbainhada > Visigotic. *escalabre e/ou:

Frank. *skar + *berg ó Escala-bard ó Visigotic. *escalabre > Escalabar

> Excalibur.               + bald-ric.

 



[1] Then they heard Cadwr Earl of Cornwall being summoned, and saw him rise with Arthur's sword in his hand, with a design of two serpents on the golden hilt; when the sword was unsheathed what was seen from the mouths of the two serpents was like two flames of fire, so dreadful that it was not easy for anyone to look. At that the host settled and the commotion subsided, and the earl returned to his tent. "Iddawg, who is the man who brought Arthur's sword?" (asks Rhonabwy) "Cadwr Earl of Cornwall, the man whose task it is to arm the king on the day of battle and conflict."  -- from The Dream of Rhonabwy, from The Mabinogion, translated by Jeffrey Gantz.

[2] E também escalabar.

[3] The name Excalibur came from Old French Excalibor, which came from Caliburn used in Geoffrey of Monmouth (c. 1140) (Latin Caliburnus). There are also variant spellings such as Escalibor and Excaliber (the latter used in Howard Pyle's books for younger readers). One theory holds that Caliburn[us] comes from Caledfwlch, which in turn comes from Caladbolg ("hard-belly", i.e. "voracious"), a legendary Irish sword (see below). Another theory (found in The New Arthurian Encyclopedia, 1995) states that "Caliburnus" is ultimately derived from Latin chalybs "steel", which is in turn derived from Kalybes, the name of a Sarmatian ironworking tribe. Another theory holds that Excalibur was originally derived from ensis caliburnus, "Calibian sword", which might point to a Mediterranean origin. This is noted and used by the historian Valerio Massimo Manfredi in his novel The Last Legion (2002). According to Brewer's Dictionary of Phrase and Fable by Ebenezer Cobham Brewer, Excalibur was originally derived from the Latin phrase Ex calce liberatus, "liberated from the stone". In Malory, Excalibur is said to mean "cut-steel", which some have interpreted to mean "steel-cutter". (…)In Welsh legend, Arthur's sword is known as Caledfwlch. In Culhwch and Olwen, it is one of Arthur's most valuable possessions and is used by Arthur's warrior Llenlleawg the Irishman to kill the Irish king Diwrnach while stealing his magical cauldron. Caledfwlch is thought to derive from the legendary Irish weapon Caladbolg, the lightning sword of Fergus mac Roich. Caladbolg was also known for its incredible power, and was carried by some of Ireland's greatest heroes

[4] The Chalybes (Χάλυβες, Χάλυβοι) were a tribe of Classical Antiquity credited with the invention of iron industry. Χάλυβς means "tempered iron, steel" They settled in north Anatolia, near the shores of the Black Sea, from the Halys to Pharnakeia and Trabzon in the east and as far as Armenia to the south.

[5] Scabbard = 1297, from Anglo-Fr. *escauberc "sheath, vagina" (13c.), probably from Frank. *skar "blade" (cf. O.H.G. scar "scissors, blade, sword") + *berg- "protect" (cf. O.H.G. bergan "to protect"). -- www.etymonline.com

quinta-feira, 15 de maio de 2014

OS DEUSES PRIMORDIAIS ERAM TITANICOS E CRETENSES, por Artur Felisberto.

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Figura 1: Zeus & Tifão na Titano / Gigantomaquia.
Among the inscriptions he analyzed, these deity names seem to appear:
Nopina, in later Greek Nymph or Maiden (particularly, a nubile maiden), whom Faure thinks is a new-moon goddess.
Ma, in later Greek Mother, whom Faure thinks is a full-moon goddess.
Siru or Serio, whom Faure calls a sun god. In later times, Greeks used the dog-star Sirius as an indicator for the beginning of summer's greatest heat, the rule of the sun. At Sirius's rising, the Athenian calendar began. Some evidence shows Sirius was worshipped as a god in later Greece, specifically in Keos, an island near Attica. (...)
Additionally, Faure identifies these other deities:
Re or Reja -- that is, Rhea. Yes, my goddess shows up by name in Minoan Crete before the presumed Mycenaean invasion of 1450 BC! (...) Rhea is indicated by the sign RE, which is either a flower with three petals or a trident, on items found in the Idean Cave and elsewhere. In later Greek myth, Rhea is the mother of Zeus and a goddess strongly associated with Crete.
Tan or Ttan -- a deity named Titan, perhaps the chief of the Titans. Judging by later myth, Ttan would be Reja's mate, named Kronos by the Greeks. Perhaps in Minoan days Titan was the name for the deity himself rather than the group of deities he led.
Ro Ma or Ros Ma -- in later Greek, Strong Mother. The inscription to Ro Ma was found at the cave of Skoteino, later a center of worship for Britomartis, whom Faure identifies as the Strong Goddess. Ro Ma's symbol is a sign like a window or a cross in a frame, shown following. This sign is also found in the storerooms at Knossos. Possibly Ro Ma is the patron deity of the Skoteino area, in northern Crete near the Bay of Mirabello. This symbol in the Knossos storerooms may flag goods from that neighborhood, or goods dedicated to Ro Ma.
Talos or Talon -- a solar deity symbolized by the Minotaur. Talos shows up in later Greek myths of Crete in two versions: an apprentice of the famous artificer Daedalus, and a bull-headed bronze man set by Minos to protect the island. In Graves's Greek Myths, the first Talos invented the saw, the potter's wheel and the compass for marking circles. (…).
Nona -- in later Greek, Grandmother. Specifically, in modern Greek, nona means paternal grandmother. The inscription to Nona is found at Mt. Juktas. -- The Minoan Deities Named: An Archaeologist Gleans Goddesses and Gods from Linear A, by Melanie Fire Salamander
Não podemos garantir a fidelidade de uma linha de tradição dinástica divina iniciada em Creta a partir destas informações esparsas e escassas sobre a mitologia cretense tanto mais que sabemos que o panteão helénico terá sido o resultado de uma manipulação teológica feita pelos hititas no reinado de Tudália IV de que terá resultado uma das primeiras guerras teológicas da história, precisamente a mítica “guerra de Tróia”.
Gaia não parece fazer parte da lista de divindades atribuídas pelo linear-a já decifrado ao panteão minóico mas poderia ser simplesmente a Deusa Mãe Terra (Ge) Primordial ou seja Ma(Ge) de que depois derivaria Maia, mãe do deus menino Hórus / Hermes. Como, com o passar do tempo, muitos elos míticos se perderam, é postulável que a deusa mãe cretense Ma fosse também chamada por (Ge)-Ma, *Ki-Ma / Tiama(t) ou Dama(-ter).
«Gema» < Lat. gemma, pedra preciosa, broto, • rebento, gomo, bolbo; • saliência carnosa no tegumento de alguns animais rudimentares, que, separando-se, constitui um novo indivíduo; • resina, que se extrai do pinheiro por meio de incisões no tronco; • a parte amarela do ovo; • qualquer pedra preciosa; • (fig.) o meio ou o centro de alguma coisa, o ponto capital ou fundamental; • aquilo que é mais puro, que é genuíno;
Gem = Old English gimm "precious stone, gem, jewel," also "eye," from Latin gemma "precious stone, jewel," originally "bud," perhaps from the root *gen- "to produce," or from PIE *gembh- "tooth, nail."
São duas as etimologias propostas para o latim Gemma, Proto-indo-europeu *gembh- (prego, dente); Proto-itálico *gen (para produzir); qual delas a mais descabelada! A primeira porque o prego proto-indo-europeu seria mais raro de fabricar do que encontrar pedras semipreciosas que na altura tinham tanto valor como aos jóias preciosas modernas e se os dentes serviam para fabricar colares desde épocas remotíssimas não seria facilmente confundíveis com pedras preciosas e muito menos com rebentos vegetais que parece ter sido o primeiro conceito em latim de gemma. A segunda, porque o duplo «eme» de gemma dificilmente explicaria a sua gestação a partir da raiz gen-.
O único termo latino próximo de gemma é o verbo latino gĕmo, ŭi, ĭtum de «gemer» supostamente derivado ou cognato do grego γέμω cheio pesado.
Γέμω only in pres. and imperf. 1. to be full, of a ship, Hdt., Xen.2.c. gen. rei, to be full of a thing, Thuc., etc.; metaph., Trag.
A ser assim os latinos apropriaram-se do termo grego gemo como onomatopaico para o gemido dos engonços dos travejamentos dum barco cheio atracados no porto de mercadora e pronto a zarpar à semelhança do chiar das rodas dum carro de bois sobrecarregado. No entanto, esta semântica onomatopaica do «gemido» dos barcos cheios não seria a original dos gregos para os quais «gemo» era apena o conceito de barco cheio. Ora um barco assim poderia ter por metáfora a mulher grávida em geral e particularmente de gémeos, de que por outras vias os latinos receberam o conceito da gemiparidade que em grego só se aplica aos testículos como didimos.
 
Ver: *KIMA (***)
 
Poderia perguntar-se que têm os testículos de S. Dídimo a ver com gémeos? O rasto etimológico, obviamente que seria de origem anterior a ambas as culturas e seria o que procuramos a partir dum proto cretense *Ki-ma, lit. Terra Mãe.
«Gemer» < latino gĕmo < γέμω < *Kima > Thema > The(o) + Dema
> Dídimo.                                                   > Gema + an > Lat. gemino.
Assim sendo começa a ficar mais clara a estranha grafia do latino gemmo, āvi, ātum, significando “despontar, borbotar, dar borbotos”, o que por natureza seria sempre coisa pequena sendo por isso estranho o diminutivo latino gemmula que faz lembrar gemela de que obviamente seria tecnicamente um falso cognato. Claro que não o podemos provar mas postular que o latino gemma deriva de um termo proto cretense *Gema-Mena faz mais sentido que as propostas etimológicas oficiais, neste caso sendo o nome perifrástico ritual de uma das deusas cretense do parto. Ainda que *Gema-Mena seja um falso cognato de dum nome ibérico ainda comum seria um nome compósito formado a partir de *Ki-Ma a deusa mãe da terra e do fumo dos lares e de Mena / Me-Ana a deusa mãe etrusca do céu, a deusa lunar reguladora da menarca feminina e também, enquanto Mania, a deusa latina das almas dos mortos que seriam os manes. Estes deuses seriam equivalentes das queres gregas e por isso a latina Mania seria um nome alternativo de Ker, evolução em grego antigo de *Kertu, a deusa mãe não tanto e apenas das cobras cretenses, mas sobretudo dos cumes das montanhas. Ser possuído pelas almas dos mortos seria uma forma arcaica de loucura divina maníaco depressiva regida pela deusa grega Mania o que de certo modo não torna esta variante grega assim tão diferente da latina.
Lat. gemma  < Gemna < Gemina < *Ge-Mena
< Ki-| Me-Ana > Minos |
                     > Thima > Thema + ish > Temis.
                                            > Dema > «Dama».
Portanto, apesar da grafia e etimologias complexas a «gema» teria sido sempre por natureza uma pedra preciosa só possível de extrair do ventre prenhe da terra através de árduos trabalhos de mineiros dedicados aos cultos das cavernas como eram os adoradores de Hefesto. Por isso outra das variantes do nome da deusa mãe Gea teria sido Tema(is) ou seja, Temis.
De facto, Gea, que é a raiz dos gigantes, equivalente de Tea, que é a raiz do nome dos titãs, ainda não apareceu em nenhuma tabuinha decifrada de linear-a. No entanto é quase seguro que uma das variantes em Phi ou Pi (Õ) fosse Pytho / Pythia, a Piton de Delfos, que, como rezam as arcaicas lendas locais pertenceu a Gea / Temis e a Febe, seguramente uma variante lunar de Gea. Como nestas lendas aparece ligada a Poseidon suspeitamos que seria uma arcaica relação Pythia & Piton, em que este último deus seria nem mais nem menos que Tifon / Dagon.
La mitología dice que Delfos perteneció a diversos dioses antes de ser posesión de Apolo. Esquilo dice que perteneció a Gea, Temis; Pausanias dice que fue un oráculo de Poseidón y de Gea, que ésta dio su parte a Temis y Temis a Apolo, que más tarde obtuvo de Poseidón la otra parte a cambio de la isla de Calauria.
According to earlier myths, the office of the oracle was initially possessed by the goddesses Themis and Phoebe, and the site was initially sacred to Gaia. Subsequently it was believed to be sacred to Poseidon, the "Earth-shaker" god of earthquakes.
 
TIFHON / P(H)ITON
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Figura 3: Apolo e a Piton.
“The slime with which the earth was covered by the waters of the flood produced an excessive fertility, which called forth every variety of production, both bad and good. Among the rest, Python, an enormous serpent, crept forth, the terror of the people, and lurked in the caves of Mount Parnassus. Apollo slew him with his arrows- weapons which he had not before used against any but feeble animals, hares, wild goats, and such game. In commemoration of this illustrious conquest he instituted the Pythian games, in which the victor in feats of strength, swiftness of foot, or in the chariot race was crowned with a wreath of beech leaves; for the laurel was not yet adopted by Apollo as his own tree.”[1]
 
Ver: APÓLO PITIO (***)
 
Neste combate, podemos ver a imagem simbólica de um cataclismo vulcânico que teria destruído as Cíclades, deixando aos homens uma lembrança aterradora que acabaria por ficar na história como um mito de gigantesco combate entre forças divinas contraditórias. Verdade seja que, mais do que deixarem pela primeira vez a lembrança de um cataclismo vulcânico, terão feito reavivar e reviver de maneira mítica a recordação apocalíptica das iras da Terra Mãe.
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Figura 4: Zeus fulminando Tufão.
A respeito da mitologia clássica Joel Schmidt refere:
“Quando Hera soube que Leto estava gravida de Zeus, pediu à terra que gerasse um monstro, Píton, encarregado de perseguir Leto, (mãe de Apolo).” (...) “A fim de vingar os seus netos, Os Titãs, presos nos infernos por ordem de Zeus, seu vencedor, Geia deu à luz um mostro medonho, de corpo coberto de escamas, e cujas sem bocas vomitavam fogo. Tífon atacou os deuses do Olimpo. Segui-se uma luta entre os Céus e a Terra. "
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Figura 5: Tufão, ciberneticamente restaurado pelo autor.
Tufão era maior que todas as montanhas e o seu corpo tinha asas as suas pernas eram serpentes. (Há versões que dizem que seus dedos eram cabeças de dragão com línguas pretas, que soltavam centelhas de fogo pelos olhos e gritos de animal selvagem.) Hesíodo descreveu-o assim: braços poderosos, pés infatigáveis, cem cabeças de serpente com línguas negras e olhos que expeliam fogo, e de todas as cabeças saíam simultaneamente sons terríveis (Hesíodo, Teogonia, 823-835). Outra referência: Tufão era tão alto que sua cabeça batia nas estrelas, os braços enormes um atigia o oriente e o outro o ocidente, suas asas abertas bloqueavam os raios do sol, e carvões em brasa saíam de sua boca. Havia um dragão de cem cabeças com línguas escuras em seus ombros, e de seus olhos dardejavam labaredas. Sons estranhos provinham dessas cabeças. Algumas vezes os deuses podiam entendê-los facilmente, mas em outras pareciam berros de touros enfurecidos. Às vezes rosnavam como leões, no momento seguinte como cachorrinhos.
A arqueologia moderna refere-nos que o culto da deusa mãe foi particularmente importante na ilha de Creta e nas civilizações megalíticas desde a ilha de malta até às Canárias. O cataclismo em cauda coincide não só com o fim destas civilizações como com o início do patriarcado. Ora, tendo este cataclismo sido particularmente sentido no mar Egeu natural seria que tivesse sido entre os gregos, e depois entre os greco-latinos, que a mitologia patriarcal se tivesse tornado mais explícita.
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Figura 6: Ares, Apolo & Afrodite na Titanomaquia.
Tufão, deus grego da seca e dos tufões (filho de Tártaro e de Gaia), simbolizava o elemento Ar em sua forma mais furiosa, os furacões. Foi criado em Delfos e era inimigo hereditário dos deuses, principalmente de Zeus, a quem tinha um ódio cruel. (Há versões que contam que Hera, esposa de Zeus, foi ludibriada por Gaia, visto Gaia saber que a deusa queria destronar o marido. Hera teria recebido uma semente de Gaia e, tendo-a plantado, Tufão teria nascido da terra.) Tífon foi o último filho de Gaia, tão horrendo que foi rejeitado por todos, até seus irmãos, os Titãs.
Alguns mitógrafos relatam que, inicialmente, Zeus foi vencido e aprisionado por Tífon em uma gruta, sem os músculos e os tendões. Hermes e seu filho Pã enganaram, no entanto, o dragão que vigiava os músculos e tendões de Zeus e conseguiram devolvê-los ao pai dos deuses e dos homens. Revigorado, Zeus enfrentou Tífon novamente e desta vez conseguiu vencê-lo e soterrá-lo arremessando-lhe o Monte Etna (costa leste da Sicília). As chamas que saem periodicamente do Etna provêm, sem dúvida, do fogo do derrotado Tífon...
No caso de Tufão “de corpo coberto de escamas, e cujas cem bocas vomitavam fogo (hecatonquires < hecatoncaures = cem touros) é uma mistura da visão reptilínea da deusa mãe com a visão taurina de cem vulcões a vomitarem lava.
O facto de o monstro que gerou o nome dos tufões ser marinho sugere a reminiscência do tremendo maremoto que terá seguido a expulsão da ilha de Kalisté (Karisté)[2]. O próprio nome da ilha sugere o culto de Ka(u)r, o filho solar da deusa mãe, que seria comum nestas civilizações megalíticas.
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Figura 7: Outra versão do mito de Zeus fulminando o Tufão.
 
Parece assim um facto que a primeira divindade foi uma Deusa Mãe que então, com todas as probabilidades, teria descendido das divindades matriarcais das ilhas mediterrânicas de que pouco ou nada sabemos para além do que pode ser inferido do megalitismo maltês!
Tufão >< Piton => *Te-Fion < Tele-phion => Telepinus.
Esta verificação de que o nome virtual do deus Phi(an) andou associado com um epíteto enfático *tele-, designativo de distância, de que estes dois nomes foram uma das variantes, abre a pista para a compreensão da origem de étimos como *fil- (no pt. «fila» v.g., e no inglês «file» v.g.) *pil- (no lat pilum = lança, coluna etc > no Pt. «pila, pilão, pilastra e pilha etc.» [3]) e *fit- (no pt. «fita etc.») *pit- (no Pt. «piteira» v.g.). «Fiel» < fidel < Phi Tel >*f/pil- > f/pit-.
Tudo isto faz de Kian / Phian o deus mais antigo da humanidade de que se terá originado o étimo *kan- presente no conceito de deus e senhor dos povos siberianos e orientais (mongólico e sino-japoneses). Do mesmo modo o étimo *ka- “do espírito vital e da alma animal” da cultura egípcia e do conceito de “centro vazio => boca, entranhas e âmago” dos povos semitas herdeiros acádicos da cultura Suméria.
Além de Dama e Temis, *Tifona / *Fitona, Quitana, Pipituna, etc. seriam variantes locais de Gea, a deusa mãe ctónica das cobras cretenses e o macho destas deidades seria Titã, Tifon ou Dagon. Notar que Dagon faz parte da etimologia de Poseidon reportando toda esta mitologia proto helénica para Creta.
Noutras variantes fonéticas Gea seria Quitana, um dos epítetos de Afrodite e uma possível titânide sendo assim suspeita de ser com Gea a deidade feminina correspondente à cretense T(i)tan.
A relação fonética Titan ó Piton ó Tifon é clara e obviamente unívoca até porque semanticamente estes nomes nos reportam para os deuses das cobras cretenses anteriores a titanomaquia.
No caso do mito de Delfos chegamos mesmo a suspeitar que o próprio Apolo teria sido, como Afrodite, um deus titânico, ou seja, uma variante olimpicamente correcta de Tifão.
Apolo se convirtió en delfín para atraer a un barco cretense, del que quería utilizar a la gente como sacerdotes; los cretenses desembarcaron y fundaron Crisa y se les encargó ser sacerdotes del templo y que adorasen al dios bajo el nombre de Apolo Delfinio para rememorar su conversión en delfín, de donde vino el nombre de Delphi.
Obviamente que este mito só faz sentido enquanto forma remanejada de uma arcaica tradição que faria do oráculo de Delfos (Pudô) uma criação cretense. Apolo, ainda que possivelmente assim denominado tardiamente por influência hitita, sempre teria sido um príncipe e Delfim cretense não carecendo de qualquer transformação espúria.
The Homeric name of the oracle is Pytho (Πυθώ).
Crisa ou Kerissa seria uma espécie de nova Creta e Πυθώ derivaria de Pythia literalmente a Puta madre de Creta, ou seja a deusa da terra (cretense) ou seja, Phi < Ki(-ta). Notar que estamos a utilizar como referente o termo sumério Ki, que era literalmente a terra mãe de a-qui! Este conceito seria no Egipto a deusa da dupla terra adiante referida, por exemplo como Raet-Tawy.
Por outro lado, quando o mito fala em sacerdotes cretenses está quase seguramente a referir-se a um anacronismo porque nesta ilha a tradição sacerdotal era feminina. De resto a pitonisa de Delfos foi sempre uma mulher inicialmente virgem e posteriormente uma mulher adulta e sabida mas vestida como jovem e virgem. Depois o estranho nome de Apolo Delfínio que deu nome ao oráculo de Delfos reposta-nos tanto para os delfins que eram conhecido animais de transporte de Dagon / Poseidon, deus dos mares da talassocracia cretense, curiosamente também um dos nomes de Piton.
Otra propuesta acerca del origen del topónimo de Delfos es la que propone que viene de Delfine (Δελφινης), que era el nombre del dragón mitológico que custodiaba el oráculo antes de la llegada de Apolo.
Por outro lado o nome de Delfos reporta-nos para os irmãos adelfos nascidos do mesmo útero da deusa mãe.
The name Delphoi comes from the same root as δελφύς delphys, "womb" and may indicate archaic veneration of Gaia at the site.
De facto, atendendo à genealogia de Apolo estranhamos que este deus do sol do panteão olímpico seja tido como de 4ª geração, filho de Zeus e de Leto, esta filha da mais bela das titânides que era Febe. Claramente a história de Apolo andou mal contada porque este deus era para os gregos tanto o mais resplandecente do que Zeus sobretudo enquanto Febo. Na verdade Apolo seria em Creta micénia o deus Paião (Pajawon < Pajawo) um deus xamânico e pitonísio.
De facto, Apolo Paião ou Apolo Pítio é quase Pitão.
Apolo sempre foi a grande cobra solar alada Titan ó Piton ó Tifon e só mitologicamente se poderia suicidado renegando o seu passado matriarcal como Atena se matou na gorgónia para a trazer ao peito na sua égide como tributo ao patriarcado vencedor. Aliás o meso se tinha passado com o dragão de Marduque que claramente um denuncia como um dos arcaicos dragões da deusa mãe Tiamat da tradição matriarcal cretense.
Assim sendo, Apolo teria sido irmão da mesma titânide que foi Febe, e por isso teria com ela partilhado o oráculo de Delfos desde tempos imemoriais. Naturalmente ele seria então um golfinho real e por isso um Delfim cretense que além de Paião ou Pajawo seria o próprio sol cretense quer como Siru / Serio / *Kerio > Hélio(s), quer como Talo ou Talon, supostamente duas variantes do nome do sol cretense. São vários os epítetos toponímicos de Apolo com a raiz Kir- ou Kil- de Ker-.
Apolo | Ker-doös ó *Kerio |
Killaios = from Killa, Aiolia
Kirrhaios = from Kirrha, Phokis
Klarios = from Klaros, Ionia
Korypaios = from Korypai, Thessal
E também são vários os epítetos apolíneos relacionados com a raiz de Talos um deles, como se verá adiante, claramente derivado de Talos como o de Apolo Telquinio de Rodes.
Telkhinios = associated with the Telkhines, the magicians of Rhodes.
Ther-mios = warm
Thor-ates = engendering
Thurios = from Thurium, Boiotia
Thyr-aios = door, entrance; where his altars were often placed
Tri-opios = from Triopium, Caria.
Na verdade, Leto, Leda ou Latona seriam variantes de *Retu, ou seja de Re / Reja / Rea.
Ora, Re ou Reja, que no Egipto sobreviveu apenas no nome de Rê, seria na Grécia literalmente Reia esposa de Crono.
É muito estranho que no Egiptoseja um deus autogerado e gerador da criação apesar de ser uma representação do sol considerado em todos os panteões arcaicos como um deus filho da mãe...ou do pai, primordiais. De facto a mitologia egípcia é em muitos aspectos uma espécie de matriarcado virado do avesso o que reforça a suspeita de ser uma mitologia de origem cretense de matriz matriarcal neolítica que evolui no contexto fechado do patriarcado emergente no começo da história. Por isso é que este mito não é dos mais arcaicos do Egipto porque aparece apenas a partir da 5ª dinastia e a partir da sua identificação com o deus hermafrodita Atum porque em noutros mitos o deus autogerado e supremo criador era Ptá seguramente uma corruptela de *Ki-at, literalmente a senhorita da Terra.
Uma reminiscência de que não teria sido um deus criador sem esposa é o facto de existir uma deusa considerada sua esposa.
Raet-Tawy = Raet or Raet-Tawy was a female aspect of Ra; she did not have much of importance independently of him. In some myths she was considered to be either Ra's wife or his daughter.
Gramaticalmente a parte do nome Raet desta deusa era literalmente o feminino de enquanto Tawy significa apenas as duas terras do Egipto. Esta deusa não seria outra que não Hator com a qual em tudo se parecia, razão porque acabou por ter pouca importância tanto mais que andaria ofuscada pelo deslumbramento solar de . No entanto é prova bastante que ao lado de Ra andou uma mulher quiçá anterior a este porque tudo leva a querer que derivará o seu nome Reja cretense.
No panteão sumério esta deusa foi seguramente Uraz!
Uraš o Urash, na mitologia suméria, foi uma deusa ctónica e uma das consortes de Anu e mãe de Nin'insima.
The name Uras even became applied to Anu himself, and acquired the meaning "heaven".
Como a guerra dos sexos no começo da história era uma titanomaquia que ia dos céus aos infernos os sexos dos deuses criadores podia inverter-se quando transitava de um panteão para outros de acordo com as vicissitudes políticas e sobretudo com a época cultural que tem vindo a acentuar o patriarcado até à época actual.
Rea < Reja < Raeja < Uraz > Urat > Ra-et ó .
                                              > Ur-ano.
A diferença entre Gea e Rea não deveria ser muita na incipiente mitologia matriarcal cretense porque pela analogia mais adequada Reja seria Urânia, esposa de Urano.
Ro Ma ou Ros Ma seria uma mera variante de Reja, enquanto Deusa Mãe. Não saberemos nunca se teve algum papel na génese da cidade de Roma embora seja suspeito de que esta tenha sido filha duma loba que é uma metáfora de Vénus, uma variante da deusa mãe enquanto divina prostituta das casernas militares, que Roma era na sua fundação.
Os delfins cretenses, além de terem dado nome aos simpáticos mamíferos que serviram de animais de transporte a Dagon, parecem ter etimologia comum com os telquines, uma raça mítica de caldeireiros relacionados com Creta.
En la mitología griega, los telquines (en griego Τελχίνες, ‘difamador’) eran nueve hermanos, mitad marinos, mitad terrestres, con cabeza de perro, la parte inferior del cuerpo en forma de cola de pez o de serpiente y los dedos de las manos palmeados. Eran conocidos como niños-peces hijos de Ponto y de Talasa, y fueron, junto con sus hermanos, los primeros habitantes de la isla de Rodas, que entonces se llamaba Τελχινίς Telquinis en su honor. (...)
Como cultivadores de la tierra y ministros de los dioses, y como tales marcharon de Creta a Chipre y de ahí a Rodas, o siguieron desde Rodas a Creta y Beocia. (...)
Como artistas, pues se decía que había inventado artes y tradiciones útiles y que habían sido los primeros en fabricar imágenes de los dioses. Trabajaban el latón y el hierro, y fabricaron la hoz con la que Crono castró a Urano y el tridente de Poseidón, ambas armas ceremoniales. En este sentido se les identificaría con los cíclopes, representantes posteriores de la metalurgia.
Os telquines são funcionalmente parecidos com os Oanes e Anedotes de Berosus e devem fazer parte da mesma mitologia dos missionários do neolítico saídos da ilha de Creta com a missão de civilizarem o mundo. A mitologia contraditória destas entidades deve ser o resultado de equivalente atitude ambivalente dos povos que sofreram a sua nem sempre pacífica intervenção civilizadora à semelhança da reputação nem sempre benevolente que os marinheiros e missionários ibéricos tiveram no século das descobertas europeias.
Seja como for, os telquines devem ter sofrido a interferência fonética do nome dos delfins porque primordialmente teriam sido *taloquines, ou seja, o mesmo que os azetecas apelidaram de tlaloques!
Na mitologia asteca, Tlaloc é o deus da chuva, o senhor do raio, do trovão, do relâmpago, senhor do inferno (Tlalocan). (...) As chuvas que Tlaloc mandava pelos os seus filhos, os Tlaloques, fecundavam os campos, onde o deus Xipe, o deus Cintéotl e o deus Xochipilli, se ocupavam.
A única diferença é que os tlaloques azetecas eram seres divinos de acções meramente sobrenaturais ou atmosféricas enquanto os telquines eram sobretudo seres de acções humanas, particularmente relacionadas com a metalurgia a que Hefesto mais tarde irá presidir. Este deus do fogo dos infernos vulcânicos como Tlaloc, que veio a ser o ferreiro dos olímpicos, era seguramente um deus cretense da cidade de Festos, ou seja um epíteto toponímico de Talos ou Talon.
Festo (em grego: Φαιστός; transl.: Phaistós) é uma cidade antiga da ilha de Creta.
Que Talos era uma variante de Hefesto já os clássicos o suspeitavam e que Dédalo seria uma racionalização de ambos ficou demonstrado ao tratar da mitologia da suástica. De passagem deve notar-se que da mesma forma que Talos seria uma variante apolínea cretense também Ícaro, filho do equivalente mortal que foi Dédalo acabou morto por ter desafiado o poder solar, como no mito de Faetonte.
 
Ver: SUASTICA II E A CÓPULA SEXUAL (***) & TALOS (***)
 
Finalmente de Nona apenas o panteão latino manifesta reminiscências do nome de uma das deusas do destino, ou seja, fadas. Nona era uma deusa da boa data do parto por isso associada ao nono mês da gravidez. Em tempos posteriores, ela foi associada com as deusas Morta e Decima e formaram a Parcas, as deusas fatídicas romanas. Os romanos manifestam em muitos aspectos dos seus indigestes uma memória residual muito forte da tradição cretense e de facto além de Nona manifestam ainda deuses como Nodens, Nodatus e Nondina.
Nodens - Deus latino da cura.
Nodutus - "atado" - deus romano que foi responsável por fazer os nós nos molhos de cereal.
Nondina, Nundina - "nove dias", deusa romana que presidia ao rito na qual as crianças recebem o nome.
Se em grego nona apenas significa avó paterna em cretense significaria a avó materna e mãe dos deuses e dos homens porque tem todo o aspecto de ser o feminino de Nuno, o deus egípcio das águas primordiais e possível equivalente no masculino desta deusa mãe cretense que na suméria viria a ser Ninana ou Inana.
A latina Nondina parece ser Srª *Ondina, uma variante aquática desta deusa cretense deixando a suspeita de que as crianças latinas seriam em épocas cretenses nomeadas durante um ritual público de lavagem e emersão como viria a ser o futuro baptismo cristão que afinal mais não seria do que a recuperação de um ritual sumério muito arcaico herdado dos cretenses por via da missionação do Oanes, os sábios com corpo de peixes, cujo nome tem, por sinal, ressonâncias com o nome de João (Baptista). *Ondina seria esposa de Nodu-tus, deus dos complicados nós de marinheiro que de que os agricultores neolíticos terão copiado os de atar os feixes de cereal.
Obviamente que muitos outros seriam os deuses cretenses que não ficaram registados em linear-a, que se perderam com a civilização cretense ou não foram nem serão nunca encontrados mas que terão deixados ratos que importa seguir, indagar e interpretar nas mitologias ocidentais particularmente latinas, etruscas, ibéricas celtas e ameríndias.
 


[1] Thomas Bulfinch, in THE AGE OF FABLE OR STORIES OF GODS AND HEROES
[2] E foi a memória imortal de Karist que veio a ressucitar em Jesus Cristo.
[3] Se no lat. «domus» < *dom- e o *pil- > «pilum» =>grande  casa (megaron) das colunas => *dom + *pil = dompilum > demplum > «templum».