sábado, 17 de maio de 2014

ATENA, A OLIVEIRA E A LUCERNA DE AZEITE, por arturjotaef.

clip_image002Figura 1: Belo friso de um vaso grego com motivos da «rama da oliveira», em Gr. aphullos e, por isso mesmo, um dos símbolos de Apolo. Como Artemisa era irmã deste deus e se suspeita que seria apenas uma variante de Atena, fica explicada a relação particular da oliveira com Atena, a deusa lunar, e com Apolo, o deus do sol.

«Oliveira», s. f. género de árvores que serve de tipo às oleáceas, e cujo fruto é a azeitona = «oliva» = < • Lat. olivaria, < oli-wa-tria < Lat. olivitor (> Lat. olivetum = *olivedo, olival < Ole-(Ki)kiter < Lat. ole-aster < Ole-Ishtar < Lat. ole-ash-tellus => ash-Tellus º Ash-Ki = *Kiash, lit. «a madeira (ash) por exelência da deusa mãe (Ki) > hausht > Lat. hostus, um dos mais frequentes nomes latinos da oliveira.

No entanto, o Lat. arbor (< aurwaur, lit. a Sr.ª da Aurora pela relação do azeite com a luz das candeias como adiante se verá!) era um dos nomes mais comum entre os romanos para esta «árvore» como se a «oliveira» fora literalmente a «a árvore» por antonomásia, demonstrando-se assim a sua importância na economia clássica.

Também comum era o Lat. Myrteus, seguramente por mera analogia morfológica com o Lat. myrtu, murta < Gr. myrtos, s. f. género de plantas arbustivas que serve de tipo às mirtáceas. Outras variantes poéticas e retóricas, tais como Pallas (Atena), Triton (relativo ao lago Tritonis onde era soposto ter nascido Atena) Sicyon (< Kiki-an > Atan) (que são óbvias referências a Atenas), serão já de importação metafórica helenística.

Olivifer = ramos da oliveira, lit. «o que transporta as olivas»;

<= pher-amentum, lit. «a que transporta o sustento maternal de Atena, enquanto Deusa Mãe»;

<= Lat. velamentum, lit. «o velame que permite a luz com que se vala o transporte funério dos mortos!»;

<= Wer-amento Lit. «a proteção de Vera», a Deusa Mãe da verde primavera;

<= Ker-manteo > Lat. termiteus, Lit. «o deus das térmites»  (< Lat. termite = verme que rói a madeira) ??? Ou, o deus «*Termo» = Ker-Ama + Anu => Terminus, do «termo» da vida, o mesmo que Hermes Psicopompo, o encaminhador das almas ??? Em qualquer dos casos estamos perante um assunto terminal, já que as térmites são a morte da madeira, com que a oliveira estaria associada pelo lado da relação de Atena com os assuntos da morte, aspecto que sabemos ter ficado por encobrir nos cultos canaaneus de Anat!

A língua grega tem mais de meia centena de termos relativos ao nome da «azeitona» o que só demonstra a importância deste frito na economia da Grécia antiga assim como a importância da insularidade na formação dos diversos dialectos da Grécia antiga. A grande maioria dos termos gregos mais frequentes anda à volta do étimo ela-, de que derivará seguramente o nome genérico do óleo.

«Oliveira» = Gr. ela-dion lit. “azeite de Diana / Atena

<= Gr. ela-ïs < Gr. ela-ia < Gr. ela-iêeis < Gr. euela-ios,

lit. “as que dão olivas” = ela-ios = ela-ïkos = ela-ïzô = ela-ioprôiros

= ela-iothêlos = ela-ioô = Gr. elaiophoros, «azeitona»

Lit. “a que transporta o azeite” = Gr. gongros < *Ki-An-kuros

<= Gr. gorphia < *Kur-kia = *Kur-kaia > Phurgaia (> Lat. frugale = fruto [1])

 > Gr. purkaïa <= kotinê-phoros, a que transporta as kotinas

< Ki-Atan-ish, lit. «os frutos da terra de Atena» > kitina > Gr. phthina. etc.

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Figura 2: A apanha da azeitona na época clássica não seria muito diferente da que é ainda hoje na ruralidade remanescente de certas zonas de Trás-os-Montes e Alto Douro e de muitas outras localidades do «Portugal velho», esta nação de população demograficamente envelhecida antes do tempo por força da anemia emigratória.

Gr. Agrippos < *Kakurikos > Kurishos > ker-kitis > Gr. druppios.

                          *Kakurish > Phikurish > Gr. pituris.

                          *Urakikura > Gr. rhaktria.

                          *Urash > Gr. rhachos, etc.

Algums serão seguramente arcaicos e ralacionados com a arcaica deusa mãe *Kima tais como pher-Maki > prêmadiê < Ama-kur-phes > ômotribês, etc. A origem do cultivo da oliveira era, para os egípcios um dom da deusa Isis, mulher de Osiris, deus supremo; para os gregos foi Aristeo, filho de Apolo e da ninfa Cirene. Para outros foi Acropos, o lendário homem-peixe fundador de Atenas, seguramente um marinheiro cretense o primeiro a receber de Atena o saber do processo de extracção do azeite. Diz-se que Hércules, seguramente um dos mais arcaicos deuses relacinados com cultos solares de marinheiros e que vieo a ter grande importância entre os brácaros da galécia muito antes do «Bom Jesus» de Braga, propagou nos rios de Mediterrâneo o cultivo da oliveira, essa "árvore invencível que renasce de si mesma" (Sófocles). «Azeitona» = Ár. azzaituna, m. s. (será???) < Ash-atuna <= Gr. ischas = kro-tônê => Ish-(kro)tona => *Ish-Atena, as filhas de Atena.

Lat. oliva < Auriwa, lit. «o fruto solar como o ouro» < Haurika > Aureha > Lat. olea;

ð   Lat. amurca < *Ama-Urki, lit. uma correlação semântica com *Urki, a Deusa Mãe da «lua-nova» > murca > «Murça»;

ð   Lat. baca > «baga», pequeno fruto carnudo indeiscente, de endocárpio mole < Lat. por bacca < *Kakika, lit. «a filha da Deusa Mãe»;

ð   Lat. clavus < *Karkus > Gr. Karpos, o «deus menino», o fruto por exelência da Deusa Mãe;

ð    Lat. iteratio < It-her-athio < *Ki-Kur-kakio > Ki-karago > Kikuracho lit. o filho da *Kiphura, da cobra lunar que era a Deusa Mãe!

ð    Lat. quam < ??? = aquelas que, as tais, numa nova manifestação de retórica por antonomásia relacionada com a importância deste frito na vida do mediterrâneo antigo???

ð    Lat. radius < Urathius < Urah-teos, relativo ao sumério deus lunar Urash da morte e ressureição???

ð   Lat. robur < urwur > aurwaur > Lat. arbor, «oliveira»;

ð   Lat. sampsa < Shamphisha < Sham-Ki-isha, lit. «Shamash o sol caldeu, de Ki, a terra mãe?

Do mesmo modo se pode ficar com a suspeita de que as primeiras tentativas para fazer taxonomia teriam começado por atribuir a certos deuses uma relação particular com certos objectos. No caso do nome dos frutos sabemos que Inana/Ishtar era deusa da «bela fruta». No entanto, certos frutos como as favas adquiriram em certas culturas relações particulares com deuses que se iam autonomizando de tal modo que a romã era um fruto de Perséfone. A maçã de Afrodite poderá explicar a maçã que Eva iria dar a Adão para que ambos pudessem adquirir o conhecimento em sentido bíblico (sexual) que afinal era pertença do deus Enki, pai de Inana/Ishtar. As favas eram para os romanos um alimento infernal.

A analogia sumária e intuitiva seria a que mais facilmente estaria disponível para ser entendida pelo senso comum que, tal como agora, foi sempre a base fundamental de todos os consensos.

Porém, o nome mais arcaico da «azeitona» na língua latina será o poético Lat. Taburnus < *Kaphurnus > Haphruneo > lat. apruneu > «abrunhos», essas pequenas ameixas que quando pretas se poderiam confundir com azeitonas, o que demonstra à saciedade o quanto de analogia superficial existia nas regras de consenso do senso comum primordial! No entanto o Lat. Taburnus  constitue um nome seguramente aparentado com uma variante pouco comum na língua grega krotônê < Kauratuna < Kar-Atena, lit. “Kar, o filho de Atena” (> Auraton > Eritóneo) < *Kur-at-An = *Kur-kiki-An = An-kur-Kiki => Afrodite, a filha dos deuses do Kur que na variante de Perséfone foi a filha de Deméter e deusa das «cafurnas» dos «infernos» dos lagares de azeite!

Como as coincidências sistemáticas são suspeitas de invariância a hermenêutica do nome «azeite» faz-nos reportar para os cultos dos mortos das lamparinas de azeite a que presidiam Anat entre os Cananeus, e na Grécia Deméter e Perséfone dos mistérios eléusicos. Do mesmo modo se pode inferir que Anat/Atena foi Medusa/Deméter, variantes da arcaica Deusa Mãe terra e Perséfone, sua filha, teve Afrodite/Vénus por sua variante, razão que viria a explicar a venalidade infernal da luxúria a que estas deusas dos amores telúricos presidiam!

Gr. orchis/orchas  <= *Kurkika => Ishtar => Strabêlos < Ishtar-pher-os = azeitonas, lit. uma alusão às luzes das candeias que iluminavam a escuridão como estrelas de Ishtar!

«Azeite» = óleo (de oliva) < Lat. oleum < Gr. elaion < *El-ayon, lit. «o deus altissimo» que alimenta o fogo da lamparina da Santíssima Trindade < Hel-Kaki-An lit, «o que é dourado como o sol (helios) e tem o espirito do fogo (Kaki) que ilumina as lucernas do céu (An)» ???

Ø    Her-ish-an > Iscur-an.

Ø     Kur-Atan > An Ishtar.

Tudo aponta assim que Atena não tenha senão herdado os cultos do fogo alimentado pelas lamparinas de azeite dos cultos do fogo sagrado dos caldeus que, na falta de azeite utilizariam também betumes naturais e gorduras animais em louvor da deusa Mãe suméria, Inana que veio a denominar-se entre os babilónios como Ishtar, deusas lunares, da aurora e da estrela da manhã. Se fosse possível demonstrar que os sumérios ja conheciam a oliveira então, talvez o «hulippu» de Inana tenha sido uma oliveira! Assim Inana + Ishtar => Atena. De facto, também destes existem termos que são seguramente mais arcaicos tais como lat. Venafrum < Vena-Pher, lit. «a luz de | Vénus < *Ki-An > Diana Lúcia, a lucífera a que corresponde no grego babrêkes, < Ka-Pher-kish, lit. «a que transporta a vida do fogo»!

Tudo isto nos indicia que na origem o azeite, pela sua raridade e dada a falta de outros sucedâneos, tenha sido utilizado sobretudo como combustível de iluminação e não como alimento. Comestíveis seriam então as azeitonas curtidas que sabemos serem com o pão a base da alimentação frugal dos gregos da ruralidade arcaica!

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Figura 3: Atena Nikê oferece um ramo da oliveira, da vitória e da paz, aos atenienses.

Previously the Goddess had already shown particular benevolence to the land of Athens. In the days of King Cecrops a dispute had arisen between her and Poseidon for the possession of Attica. To affirm his rights Poseidon struck the rock of the Acropolis with his trident and a salt water spring gushed forth.

According to another tradition it was a horse which appeared under Poseidon's trident. Athena, in her turn, caused an olive tree to sprout on the Acropolis, a tree which could be seen in the time of Pericles, still alive in spite of having been burned by the Persians during the invasion of Xerxes. Asked to settle the dispute the Gods, on the evidence of Cecrops, pronounced in favor of Athena.

Assim, na lenda grega, Palas Atenea, deusa da sabedoria e da paz, faz brotar a oliveira de um golpe, e, na sua grande bondade, ensina o seu cultivo e o seu uso. Por isso a oliveira era uma árvore sagrada que tinha um templo no Eriteum da acrópole de Atenas, templo dedicado a Eritónio, o misterioso filho único desta deusa Virgem mãe.

Eritonio > Eraution > eladion, um dos nome gregos da oliveira! De resto, a análise do mito de Atena levanta a forte suspeita, que o nome latrino venafrum para o azeite reforça, de Vénus/Afrodite e Atena/Anat terem sido a mesma deusa mãe que tiveram como filho adorado o mesmo deus menino solar Eros < Erotes + Anu > Erotiano > Eritónio.

Se oliveira aparece no templo do deus menino de Atena é porque de certo modo lhe era dedicado, como se fosse, tal como o mocho, um dos símbolos do filho desta deusa.

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Figura 4: Os olhos do mocho eram duas luas cheias que brilham na noite como lucernas ou candeias de azeite! Animal da sabedoria que o conhecimento dos mistérios da vida e da morte revelavam, a relação do mocho com a oliveira permite ter a suspeita de que esta árvore acabou por vir a ser no mediterrâneo ocidental a «arvore do paraíso» do Génesis, «da sabedoria do bem e do mal».

Assim, o mocho de Atena, que ainda hoje faz ninho na rama da oliveira, era um dos símbolos da finura do azeite enquanto resultado do esmero das técnicas extractivas. Daí que ser «fino como o azeite» seja «beber azeite»!

O «mocho», tão parecido com a «coruja» (< Karukia < Ka-Urkia, lit. «a ave de rapina nocturna e que, por isso, que transporta a alma da lua > harphia >) era uma das Harpias, as «aves agoirentas» que transportavam as almas dos mortos na barca do sol posto!

 

Ver HARPIAS (***)

 

A relação do «azeite», que enquanto combustível permite o milagre da ressureição do espírito do sol na luz da candeia, com os arcaicos cultos dos mortos, que inegavelmente sabemos ter estado relacionado com Anat entre os fenícios e teria estado com Atena nos tempos minoicos, fica reforçada com um dos nomes da azeitona, o Gr. halmas < *Karmas > «alma», tanto mais que já nos era suspeita a origem deste termo a partir do Lat. anima!

«Azeite» < Ár. Azzait < Asha (a filha da deusa mãe) -et

                                     < *Ashait > zaith > Hebr. Zeth.



[1] Não será então que o conceito de «refeição frugal» dos gregos clássicos = «pão com azeitonas», mas que poderia ser também pão com figos secos ou qualquer outro fruto do mediterrâneo.

ETIMOLOGIA DO NOME DE ARTEMISA, por Artur Felisberto.

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Figura 1: PLANCHE XCII. (...) Nous venons de parler d'Iphigénie ; on se rappelle aussitôt le sacrifice de la fille d'Agamemnon, qui, au moment d'être immolée pour le salut de l'armée grecque, fut enlevée par Diane et transportée dans la Tauride, la déesse lui ayant substitué une biche. De son côté, M. Panofka fait remarquer qu'ici Artémis remplit elle-même l'office de prêtresse; c'est la déesse qui va sacrifier le cerf. Près d'Orestasion en Arcadie, on honorait Artémis sous le surnom d"Upeia, la prétresse. (...) Le sacrifice de la biche remplaçant la vierge, est donc un sacrifice expiatoire, et les dieux qui assistent à cette scène sont des divinités qui détournent les maux, en acceptant l'expiation (...). -- Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 2), Charles Lenormant & Jean de Witte.

Filha de Zeus e de Latona (ou Leto), uma Titânide, e irmã gémea de Apolo, Artemisa (ou Artémis) nasceu em Delos. Era uma divindade antiga, uma das doze maiores, com um grande e marcado culto popular. Conhecida pela prática de sacrifícios humanos, chegou mesmo a ser considerada uma divindade agreste, da vida selvagem e da floresta. No entanto, era, simultaneamente, a deusa dos caçadores e dos arqueiros e a protetora da castidade mas também da fecundidade, das crianças e dos seres sem defesa.

Apreciava vaguear pelos montes e vales, seguida por um grupo de ninfas, castigando exemplarmente quem as incomodasse. Ciosa dos seus domínios, bem como da sua virgindade - condição que exigia também às suas sacerdotisas e a todos os seus admiradores -, não permitia que alguém neles entrasse ou então tocasse nos seus animais. Por exemplo, Agamémnon, rei de Micenas, que chefiava a expedição grega a Troia, por ter matado um dos veados sagrados de Artemisa, foi pela deusa obrigado, com a sua frota, a ficar detido em Áulis, tais eram os ventos que contra ele a eterna caçadora levantou. Só quando Agamémnon prometeu sacrificar sua filha, Ifigénia, a ira da deusa se desanuviou, embora não se saiba se Ifigénia terá sido mesmo morta.

= *Kur-Kima-Ki-Ki.

Kur = (Srª da) montanha [que segura (ao colo) o “deus menino”, o céu].

Kima = Mãe Terra.

Ki-Ki = (Srª da) dupla terra = filha/o da terra.

Artemis, hê, gen. idos, also itos, dat. iti. Dor. Artamis, itos (or idos). ·  Artemis, Deriv. uncertain, but more prob. connected with artamos than with artemês.

1. artamos, ho, butcher, cook, metaph., murderer.

2. artem-ês, es, safe and sound.-- Ep. word; etym. of Artemis, Plat. Crat. 406b. -- Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek

A verdade porém é que o nome grego de Artemisa tanto teve a forma mais conhecida Artemis como a variante dórica Artamis sem que á partida seja fácil ter preferências etimológicas entre artâmos e artemês. Em qualquer caso, aquilo que se supõe ter sido um falar dórico seria possivelmente um falar continental mais arcaico e seguramente ainda relacionado com os velhos falares cretenses ou micénicos pelo que só não aceitamos a preferência pelo Greg. artamos por não fazer sentido que o nome duma deusa derive dum conceito tão laico, quanto vil e prosaico, como “carniceiro, cozinheiro e assassino”! No entanto terão sido estes os conceitos que derivaram das relações de Artemisa com a caça e das funções de cozinheira divina da deusa mãe *Kimê…e quase seguramente pela relação de Artemisa com os sacrifícios humanos.

De resto, artemês ganhou o significado de “são e salvo” por Artemisa porque, enquanto Deusa Mãe de Éfeso, teria herdado a farmacopeia e funções medicinais de *Kima! No entanto, Artemês seria literalmente as “leis de *Kartu” roubadas por Istar a seu pai Enki-Kur.

Nos Graffitis arcaicos de Thera encontramos os nomes dos seguintes deuses: Zeus, Apolôn, Boreaios, Diozkoroi, Khiron, Lokaia, Damia, Athanais, Hermas, Artamitos  e…Kores ou Korhs. O genitivo grego de Artemisa não seria mais do que a forma arcaica do nominativo Artamitos. Em Sardis seria Artimuk.

Artemidos < Artamaudus < Harthiamathus

< *Kaur-Ki-Ama-At < *Kur-ki-Ama-Kiki

> Kaur-thi-Ama-ish > Hartiamaish

> Dor. ARTAMIS & APELLÔN (on Berlin F 2634).

Na escrita micénica em linear-b encontramos A-TI-MI-TE (<= A®-TI-MI-TE?) o que significaria que anteriormente aos dórios seria a forma Artemitos.

The origin of the name, Artemis (Greek Ártemis, genitive Ártemidos), like that of Apollo (until now) is doubtful. Since we do not know from what language or dialect of Greek it comes (though, with the terminal element -id- (Brugmann 1972, II, pp. 407-10), it is almost certainly Greek), speculations on the meaning of her name can hardly be conclusive but, a possible derivation might be from IE *ar-, "white" (cf. IE 3. ar-, "nut"(1)) + tem-, "cut", in the sense of "(female) family member (-id-) of the white knife (cutter)", a possible description of the lunar crescent.[1]

Esta etimologia, por se fundamentar na suposta língua proto-indo-europeia, acaba por se parecer mais com mais fantasia mítica moderna do que verdadeira ciência etimológica, acaba, no entanto, por ter a intuição de decompor este nome nos seus três elementos semânticos fundamentais!

*Ar- (= "white") < a luz da Lua, Urki > Kur > *Kar, o sol da branca luz do claro dia!

*Tem- (= "cut") < Them(is) < Dama < *Kima, a temível Tiamat das noites das «facas longas» da gigantomaquia por causa das suas misteriosas culinárias e feitiçarias antropofágicas de Deusa Mãe primordial!

-Id- < itos > ite, como em (Afrod)ite? é de facto um sufixo relacionado com a feminilidade e então, relacionado também com o anatólico -at, o canaanita -e/oth, o egípsio -et/tite < o caldeu -ish < e o presumério Kiki.

Então, o nome de Artemisa teria sido na origem *Kur-Kima-Kiki > Kur-Tiam-at, lit. a Sr.ª Tiamat dos infernos do Kur! Então talvez já comesse a fazer sentido a relação deste nome com uma deusa de sacrifícios humanos e com as gorgónias como noutros contextos se parece inferir.

 

HINDUS

Entre os Hindus existem indícios linguísticos de antecedentes com Artemisa em Lakshmi.

 

Ver KALI (***)

 

Lakshmi : Goddess of Wealth and Vishnu's consort.

Lakshmi < Raki Ishma < Kar ishma (> «carisma»)

> Har-kiki-ma > Arkimaki > Artemisa.

 

Ver: ACTEION (***) &  KALI (***)

 

ARTIMISION – ÉFESO – TEMPLO DE ARTEMIDA.

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Figura 2: Idealização do Templo de Artemisa (Diana) em Éfeso, uma das sete maravilhas do Mundo Antigo.

Uma das mais belas representações da Deusa Mãe está relacionada com o seu antigo Templo de Artemisa em Éfeso, «uma das sete maravilhas do mundo» clássico!

There used to be a small Kybele temple in the same place. This first temple was facing west, typical to all the Kybele temples. There are some ceramic bowls found from the 7th century B.C. during the excavations. These certainly indicate that the site belonged to a holy Kybele temple during the early settlement periods of Ionians. It is widely believed that this first temple was destroyed during a Kimmer attack. -—

O prestígio do templo de «Artemisa em Éfeso» não deve ter resultado inteiramente das leis do acaso, aliás ditadas pelos caprichos da «Fama» (< *Ki-Ama), a estremosa Deusa Mãe Terra primordial, que fazia jus à evidência de que nunca havia «fumo («fumo» < Phime < *Kima) sem fogo» nem, sem este, «bons petiscos e dos belos cozinhados».

Não deixa assim de ser uma ironia da história, a cujas leis do destino nem os deuses conseguem fugir, que “It is widely believed that this first temple was destroyed during a Kimmer attack.” Ora, estes quiméricos Quimeros não seriam mais que os Cimérios de Heródoto, povo amazónico que muito teriam a ver com Artemisa, a Quimera, mãe de todas as bestas quiméricas!

 

Ver: KIMA (***) & SANTA EUFÉMIA (***) & FAMOIROS (**)

Ver: TÉMIS & TROIA/EFIGENIA (***)

 

Artemisa foi seguramente uma variante dos deuses do «fogo da aurora» de que restam lembranças no facto de esta deusa partilhar com Vesta e Hecate a função lunar e o culto do fogo que inspiram o respeito dos cães e dos lobos!

[7] After re-entering the Altis by the processional gate there are behind the Heraeum altars of the river Cladeus and of Artemis; the one after them is Apollo's, the fourth is of Artemis surnamed Coccoca, and the fifth is of Apollo Thermius. As to the Elean surname Thermius, the conjecture occurred to me that in the Attic dialect it would be thesmios (god of laws), but why Artemis is surnamed Coccoca I could not discover. [8] -- Pausanias, Description of Greece 5.15.7-8.

Artemisa | Coccôca <= *Kau-Ki-Kauka < Kaka-kiki > Shaushka > Sausga.

                                                                         Kakuska > Sawuska > Sauska.

Thermius > Hermius > Hermes.

Shaushka = “She Who is Armed”. Hittite-Hurrian love and fertility goddess of Hurrian origin. She was also a goddess of war and healing.

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Figura 3: Outra reconstrução idealizada do Templo de Artemisa em Éfeso.

Como irmã gémea de Apolo que Artemisa era deveriam os seus nomes ter mais semelhanças fonéticas do quê que se sabem. O epíteto de Apollo Thermius supera em parte esta falta de ressonância fonética pois que

As correlações etimológicas de Pausânias são por demais suspeitas pelo que o nome de Apollo Thermius apenas evidencia a suspeita de que existiu outrora o conhecimento de que Apolo era irmão gémeo de Hermes e ambos de Artemisa. De resto, Thermius seria uma variante que os latinos conheciam por Teminus.

Claro que o princípio da simplificação mítica típico do pensamento mágico primitivo acabava por fazer juntar num mesmo conceito de Virgens Mães tantos deusas inférteis não tinham ainda parido por falta de idade para serem mães e terem marido como as que deixaram de poder parir por viuvez ou climatério! Na Grécia clássica e racionalista a separação dos méritos da castidade deve ter começado a exigir provas de virgindade real pelo que Artemisa e Diana eram claramente Virgens do tipo das, que, embora em idade fértil, não eram mães porque não tinham, nem queriam ter, marido! Ora, a Deusa Mãe adorada em Éfeso só terá deixado de ser Hebat, uma variante hitita de Vesta (=Hécate) depois da queda do império hitita e quiçá por influência de Esmirna [< Ish-ma-Irina < Kiki-Ama-Ur-Ana > (An) Ar-ki-ma-ki =>] para continuar a ser, mesmo assim, Artemisa.

Esmirna < Ish-ma-Irina < Kiki-Ama-Ur-Ana >

(An) Kar-ki-ma-ki => Artemisa.

Dito de outro modo, Artemisa só apareceu como Virgem Mãe do deus sol, mesmo deixado de ser fértil com a menopausa e com o exercício de funções de deus lunar e dos mortos, na Anatólia, particularmente em Éfeso.

Come se poderá ver na cópia napolitana de Artemisa de Éfeso ela foi uma «virgem negra», seguramente um meteorito caído do céu como o palladium de Atena, ou seja uma deusa nocturna e lunar, telúrica e mortífera, de natureza selvagem tão bela, fértil e aprazível quanto madrasta, caprichosa e cataclísmica ou seja, tão ambivalente quanto todas as deusas Mães!

 

Ver: APILIA (***)

 

They were replaced by Phrygians about 900 B.C. The Phrygians continued to worship the same fertility goddess, renamed Kybele (or Cybele, our modern Sibyl). [2]

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Figura 4: The Temple in Musasir from Botta, (P.E. Monuments de Nineve. volumes, Paris, 1849-1850, elephantine folio; with illustrative line drawings by Eugene Flandin.)

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Figura 5: O mesmo templo da figura anterior reconstruído "virtualmente".

It depicts the pillaging of this temple erected to the warrior God Haldi by the soldiers of Sargon's army, but our concern at this moment is not in robbery but in artistry. Notice the pitched or gabled roof of either wood or stone, the vertical triangular end from eaves to ridge of roof with a high pediment. The portico or facade has six columns or piers or pilasters, if you will. The effect is definitely like a Greek temple similar to the Partheonon in Athens with which everyone is familiar. That Greek edifice was built around the year 500 BC or 425 years later than the Armenian temple of our Araratian forefathers.

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Figura 6: Uma outra das vária reconstruções virtuais do templo de Artemisa em Éfeso, uma das sete maravilhas do mundo clássico.

Up till now, no monument has been found in Mesopotamia similar to the Musasir temple except in Asia Minor. In Phrygia, during the 8th to the 5th centuries, great facades were carved on rock-cut faces representing temples for the cult of the Great Mother. These too became the prototypes for the classical Greek temples.

A relação de Éfeso com os frígios foi duplamente pressagiada primeiro pelo gosto refinados dos frígios em matéria de arquitectura templar e depois porque o lendário rei Cresus era Frígio e estes herdeiros de velhas tradições artísticas indo-europeias que permitem relacionar a região Arménia com a cultura clássica.

 

Ver: CÍBELE (***)

 

Quer dizer que o culto anatólico da Deusa Mãe era uma devoção muito arcaica que derivava dos cultos citas à «deusa do fogo» Tabit (< Hebat < Ki-Wat) de que Artimpasa seria a filha Artemisa.

However one approaches this problem, what the Musasir monument does show is the affinity of Armenian architecture in the ninth century BC, with the architecture of Asia Minor and of Greece - an important fact, since Armenia at a later date was under Mesopotamian influence. This fact was attested to by K. J. Basmadjian's the editor of Panaser and a member of the Societe Asiatique in 1903. In writing to the Society he says, "My strongest argument is the similarity of the pediment of both the Parthenon and that of the temple of Musasir. In both cases exactly the same triangle is preserved. The oldest monument in the world having this triangular pediment is the temple of Musasir. Neither Assyria nor Babylonia, the two great powers which have always been in touch with the Araratians, have ever had this triangular form. From Armenia it was evidently transmitted to Phrygia and Lydia, and through these countries it was introduced to Athens, and afterwards back to Persia... the temple was probably constructed during the reign of Ishpuhini (828-784 BC), king of Ararat (Urartu), for this was the first king who marched upon Musasir and conquered it "(6). -- Musasir - The Prototype for the Classical Greek Temples

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Figura 7: Cena de vaso grego estátua votiva de com Artemisa caçadora, já com a cidade à cabeça.

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Figura 8: Variante da anterior mas em que a divindade parece alada como uma esfíngica Istar e plurimamelada como Artemisa de Éfeso.

The very early statues of Kybele were carved of wood. Then in the western Anatolia as the Ionian civilization started to gain momentum, Kybele became Artemis, the goddess of nature and other gods and goddesses. She was also representing land and fertility.

É certo e seguro que as construções monumentais mesopotâmicas e egípcias teriam as mesmas exigências de telhado das casas comuns que não necessitavam de tectos inclinados porque ali nem chovia nem nevava o suficiente.

Os templos clássicos gregos derivarão assim duma tradição que veio do norte porque parece que a tradição arquitectónica minóica, herdada do megalitismo das ilhas mediterrânicas, era também de tectos mediterrânicos em terraço.

Os templos clássicos gregos derivarão assim duma tradição que veio do norte porque parece que a tradição arquitectónica minóica, herdada do megalitismo das ilhas mediterrânicas, era também de tectos mediterrânicos em terraço.

Ora, tudo aponta para que estas estátuas fossem a petrificação de antigas «imagens de vestir» feitas de madeira, tradição arcaica muito comum no mundo mediterrânico (e que veio até hoje, como se verá a propósito da Virgem de Macarena) e que, por ser deusa do fogo, um qualquer fogo do céu teria destruído! Esta tradição recorda-nos a tradição do palladium de Atena que outros autores fizeram cair em Tróia mas que pode ter de facto caído como meteorito gigante numa qualquer ilha minoica ou Atlântida do mar Egeu o no mar Morto, como vários autores de teorias catrastofistas[3] o afirmam.

That earliest temple contained a sacred stone, probably a meteorite, that had "fallen from Jupiter." (...) -- [4]

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Figura 9: Imagem de madeira duma Vénus/Cíbele de vestir e que bem poderia ser uma das antepassadas de Artemisa de Éfeso.

A ideia de que a deusa, a ter sido adorada primitivamente em Éfeso, teria sido Cíbele decorre do facto de algumas das suas representações, terem pouco de uma jovem «virgem casadoira amante da caça» e muito mais de uma telúrica e todo poderosa Deusa Mãe da Natureza.

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Por exemplo, Artemisa do Museu Nacional de Nápoles, tal qual como Cíbele, aparece segurando a sua cidade à cabeça não apenas ladeada pelas suas duas leoas de estimação mas transportando nos braços, quase ao colo, uma ninhada de leõezinhos!

A relação mítica de Éfeso com o fogo continuou lendária!

Xoana / xoanon ancient (wooden) cult images

This temple didn't last long. In 550 B.C. King Croesus of Lydia conquered Ephesus and the other Greek cities of Asia Minor. During the fighting, the temple was destroyed. Croesus proved himself a gracious winner, though, by contributing generously to the building of a new temple. (...)-- [5]

O rei Cresus da Lídia fez guerra expansionista à cidade-estado Éfeso e de terá destruído o templo de Éfeso presumivelmente pelo fogo, como soía acontecer durante assédios militares.

 

Ver: TAURUS/XOANA (***) & TALOS / CRESUS (***)

 

Outro piromaníaco relacionado com o templo de Artemisa de Éfeso foi Herostratus.

Herostratus was a young Ephesian who would stop at no cost to have his name go down in history. He managed this by burning the temple to the ground. The citizens of Ephesus were so appalled at this act they issued a decree that anyone who spoke of Herostratus would be put to death. -- [6]

Como em templo de «deuses do fogo» os espetos deveriam ser de ferro acabando por ser frequentes as destruições pelo fogo dos arcaicos templos de madeira de que derivam os templos gregos, a antiga população de Éfeso acabou por teimar erguer à deusa mãe do fogo um monumento «à prova de fogo», o Templo de Artemisa em Éfeso, o primeiro da história inteiramente construído em mármore e uma das sete maravilhas do mundo antigo!

The Artemis temple in Ephesus was one of the seven wonders in the antiquity. The largest structure of the Hellenistic world and the first building made up of marble fully. The Artemis temple of Ephesus was demolished and rebuilt seven times, according to the famous historian Strabon. It was built always to the same site. (...)

Before it was built by the architects, Theodoros from Samos, Chersiphon and his son Metagenes from Knossos of Crete. [7]



[1] Patrick C. Ryan * 9115 West 34th Street - Little Rock, AR 72204-4441 * (501)227-9947, PROTO-LANGUAGE @ email.msn.com

[2] http://www.thanasis.com/artemis.htm

[3] Velikovsky em "Worlds in Collision" and "Ages in Chaos".

[4] http://unmuseum.mus.pa.us/unmuseum.htm. Copyright Lee Krystek 1998..

[5] http://unmuseum.mus.pa.us/unmuseum.htm. Copyright Lee Krystek 1998..

[6] http://unmuseum.mus.pa.us/unmuseum.htm. Copyright Lee Krystek 1998..

[7] Myth Man's pages. Web, myth narration & graphics created & maintained by Nick Pontikis. mailto:mythman@mythman.com