Figura 1: Belo friso de um vaso grego com motivos da «rama da oliveira», em Gr. aphullos e, por isso mesmo, um dos símbolos de Apolo. Como Artemisa era irmã deste deus e se suspeita que seria apenas uma variante de Atena, fica explicada a relação particular da oliveira com Atena, a deusa lunar, e com Apolo, o deus do sol.
«Oliveira», s. f. género de árvores que serve de tipo às oleáceas, e cujo fruto é a azeitona = «oliva» = < • Lat. olivaria, < oli-wa-tria < Lat. olivitor (> Lat. olivetum = *olivedo, olival < Ole-(Ki)kiter < Lat. ole-aster < Ole-Ishtar < Lat. ole-ash-tellus => ash-Tellus º Ash-Ki = *Kiash, lit. «a madeira (ash) por exelência da deusa mãe (Ki) > hausht > Lat. hostus, um dos mais frequentes nomes latinos da oliveira.
No entanto, o Lat. arbor (< aurwaur, lit. a Sr.ª da Aurora pela relação do azeite com a luz das candeias como adiante se verá!) era um dos nomes mais comum entre os romanos para esta «árvore» como se a «oliveira» fora literalmente a «a árvore» por antonomásia, demonstrando-se assim a sua importância na economia clássica.
Também comum era o Lat. Myrteus, seguramente por mera analogia morfológica com o Lat. myrtu, murta < Gr. myrtos, s. f. género de plantas arbustivas que serve de tipo às mirtáceas. Outras variantes poéticas e retóricas, tais como Pallas (Atena), Triton (relativo ao lago Tritonis onde era soposto ter nascido Atena) Sicyon (< Kiki-an > Atan) (que são óbvias referências a Atenas), serão já de importação metafórica helenística.
Olivifer = ramos da oliveira, lit. «o que transporta as olivas»;
<= pher-amentum, lit. «a que transporta o sustento maternal de Atena, enquanto Deusa Mãe»;
<= Lat. velamentum, lit. «o velame que permite a luz com que se vala o transporte funério dos mortos!»;
<= Wer-amento Lit. «a proteção de Vera», a Deusa Mãe da verde primavera;
<= Ker-manteo > Lat. termiteus, Lit. «o deus das térmites» (< Lat. termite = verme que rói a madeira) ??? Ou, o deus «*Termo» = Ker-Ama + Anu => Terminus, do «termo» da vida, o mesmo que Hermes Psicopompo, o encaminhador das almas ??? Em qualquer dos casos estamos perante um assunto terminal, já que as térmites são a morte da madeira, com que a oliveira estaria associada pelo lado da relação de Atena com os assuntos da morte, aspecto que sabemos ter ficado por encobrir nos cultos canaaneus de Anat!
A língua grega tem mais de meia centena de termos relativos ao nome da «azeitona» o que só demonstra a importância deste frito na economia da Grécia antiga assim como a importância da insularidade na formação dos diversos dialectos da Grécia antiga. A grande maioria dos termos gregos mais frequentes anda à volta do étimo ela-, de que derivará seguramente o nome genérico do óleo.
«Oliveira» = Gr. ela-dion lit. “azeite de Diana / Atena”
<= Gr. ela-ïs < Gr. ela-ia < Gr. ela-iêeis < Gr. euela-ios,
lit. “as que dão olivas” = ela-ios = ela-ïkos = ela-ïzô = ela-ioprôiros
= ela-iothêlos = ela-ioô = Gr. elaiophoros, «azeitona»
Lit. “a que transporta o azeite” = Gr. gongros < *Ki-An-kuros
<= Gr. gorphia < *Kur-kia = *Kur-kaia > Phurgaia (> Lat. frugale = fruto [1])
> Gr. purkaïa <= kotinê-phoros, a que transporta as kotinas
< Ki-Atan-ish, lit. «os frutos da terra de Atena» > kitina > Gr. phthina. etc.
Figura 2: A apanha da azeitona na época clássica não seria muito diferente da que é ainda hoje na ruralidade remanescente de certas zonas de Trás-os-Montes e Alto Douro e de muitas outras localidades do «Portugal velho», esta nação de população demograficamente envelhecida antes do tempo por força da anemia emigratória. |
Gr. Agrippos < *Kakurikos > Kurishos > ker-kitis > Gr. druppios.
*Kakurish > Phikurish > Gr. pituris.
*Urakikura > Gr. rhaktria.
*Urash > Gr. rhachos, etc.
Algums serão seguramente arcaicos e ralacionados com a arcaica deusa mãe *Kima tais como pher-Maki > prêmadiê < Ama-kur-phes > ômotribês, etc. A origem do cultivo da oliveira era, para os egípcios um dom da deusa Isis, mulher de Osiris, deus supremo; para os gregos foi Aristeo, filho de Apolo e da ninfa Cirene. Para outros foi Acropos, o lendário homem-peixe fundador de Atenas, seguramente um marinheiro cretense o primeiro a receber de Atena o saber do processo de extracção do azeite. Diz-se que Hércules, seguramente um dos mais arcaicos deuses relacinados com cultos solares de marinheiros e que vieo a ter grande importância entre os brácaros da galécia muito antes do «Bom Jesus» de Braga, propagou nos rios de Mediterrâneo o cultivo da oliveira, essa "árvore invencível que renasce de si mesma" (Sófocles). «Azeitona» = Ár. azzaituna, m. s. (será???) < Ash-atuna <= Gr. ischas = kro-tônê => Ish-(kro)tona => *Ish-Atena, as filhas de Atena.
Lat. oliva < Auriwa, lit. «o fruto solar como o ouro» < Haurika > Aureha > Lat. olea;
ð Lat. amurca < *Ama-Urki, lit. uma correlação semântica com *Urki, a Deusa Mãe da «lua-nova» > murca > «Murça»;
ð Lat. baca > «baga», pequeno fruto carnudo indeiscente, de endocárpio mole < Lat. por bacca < *Kakika, lit. «a filha da Deusa Mãe»;
ð Lat. clavus < *Karkus > Gr. Karpos, o «deus menino», o fruto por exelência da Deusa Mãe;
ð Lat. iteratio < It-her-athio < *Ki-Kur-kakio > Ki-karago > Kikuracho lit. o filho da *Kiphura, da cobra lunar que era a Deusa Mãe!
ð Lat. quam < ??? = aquelas que, as tais, numa nova manifestação de retórica por antonomásia relacionada com a importância deste frito na vida do mediterrâneo antigo???
ð Lat. radius < Urathius < Urah-teos, relativo ao sumério deus lunar Urash da morte e ressureição???
ð Lat. robur < urwur > aurwaur > Lat. arbor, «oliveira»;
ð Lat. sampsa < Shamphisha < Sham-Ki-isha, lit. «Shamash o sol caldeu, de Ki, a terra mãe?
Do mesmo modo se pode ficar com a suspeita de que as primeiras tentativas para fazer taxonomia teriam começado por atribuir a certos deuses uma relação particular com certos objectos. No caso do nome dos frutos sabemos que Inana/Ishtar era deusa da «bela fruta». No entanto, certos frutos como as favas adquiriram em certas culturas relações particulares com deuses que se iam autonomizando de tal modo que a romã era um fruto de Perséfone. A maçã de Afrodite poderá explicar a maçã que Eva iria dar a Adão para que ambos pudessem adquirir o conhecimento em sentido bíblico (sexual) que afinal era pertença do deus Enki, pai de Inana/Ishtar. As favas eram para os romanos um alimento infernal.
A analogia sumária e intuitiva seria a que mais facilmente estaria disponível para ser entendida pelo senso comum que, tal como agora, foi sempre a base fundamental de todos os consensos.
Porém, o nome mais arcaico da «azeitona» na língua latina será o poético Lat. Taburnus < *Kaphurnus > Haphruneo > lat. apruneu > «abrunhos», essas pequenas ameixas que quando pretas se poderiam confundir com azeitonas, o que demonstra à saciedade o quanto de analogia superficial existia nas regras de consenso do senso comum primordial! No entanto o Lat. Taburnus constitue um nome seguramente aparentado com uma variante pouco comum na língua grega krotônê < Kauratuna < Kar-Atena, lit. “Kar, o filho de Atena” (> Auraton > Eritóneo) < *Kur-at-An = *Kur-kiki-An = An-kur-Kiki => Afrodite, a filha dos deuses do Kur que na variante de Perséfone foi a filha de Deméter e deusa das «cafurnas» dos «infernos» dos lagares de azeite!
Como as coincidências sistemáticas são suspeitas de invariância a hermenêutica do nome «azeite» faz-nos reportar para os cultos dos mortos das lamparinas de azeite a que presidiam Anat entre os Cananeus, e na Grécia Deméter e Perséfone dos mistérios eléusicos. Do mesmo modo se pode inferir que Anat/Atena foi Medusa/Deméter, variantes da arcaica Deusa Mãe terra e Perséfone, sua filha, teve Afrodite/Vénus por sua variante, razão que viria a explicar a venalidade infernal da luxúria a que estas deusas dos amores telúricos presidiam!
Gr. orchis/orchas <= *Kurkika => Ishtar => Strabêlos < Ishtar-pher-os = azeitonas, lit. uma alusão às luzes das candeias que iluminavam a escuridão como estrelas de Ishtar!
«Azeite» = óleo (de oliva) < Lat. oleum < Gr. elaion < *El-ayon, lit. «o deus altissimo» que alimenta o fogo da lamparina da Santíssima Trindade < Hel-Kaki-An lit, «o que é dourado como o sol (helios) e tem o espirito do fogo (Kaki) que ilumina as lucernas do céu (An)» ???
Ø Her-ish-an > Iscur-an.
Ø Kur-Atan > An Ishtar.
Tudo aponta assim que Atena não tenha senão herdado os cultos do fogo alimentado pelas lamparinas de azeite dos cultos do fogo sagrado dos caldeus que, na falta de azeite utilizariam também betumes naturais e gorduras animais em louvor da deusa Mãe suméria, Inana que veio a denominar-se entre os babilónios como Ishtar, deusas lunares, da aurora e da estrela da manhã. Se fosse possível demonstrar que os sumérios ja conheciam a oliveira então, talvez o «hulippu» de Inana tenha sido uma oliveira! Assim Inana + Ishtar => Atena. De facto, também destes existem termos que são seguramente mais arcaicos tais como lat. Venafrum < Vena-Pher, lit. «a luz de | Vénus < *Ki-An > Diana Lúcia, a lucífera a que corresponde no grego babrêkes, < Ka-Pher-kish, lit. «a que transporta a vida do fogo»!
Tudo isto nos indicia que na origem o azeite, pela sua raridade e dada a falta de outros sucedâneos, tenha sido utilizado sobretudo como combustível de iluminação e não como alimento. Comestíveis seriam então as azeitonas curtidas que sabemos serem com o pão a base da alimentação frugal dos gregos da ruralidade arcaica!
Figura 3: Atena Nikê oferece um ramo da oliveira, da vitória e da paz, aos atenienses. Previously the Goddess had already shown particular benevolence to the land of Athens. In the days of King Cecrops a dispute had arisen between her and Poseidon for the possession of Attica. To affirm his rights Poseidon struck the rock of the Acropolis with his trident and a salt water spring gushed forth. |
According to another tradition it was a horse which appeared under Poseidon's trident. Athena, in her turn, caused an olive tree to sprout on the Acropolis, a tree which could be seen in the time of Pericles, still alive in spite of having been burned by the Persians during the invasion of Xerxes. Asked to settle the dispute the Gods, on the evidence of Cecrops, pronounced in favor of Athena.
Assim, na lenda grega, Palas Atenea, deusa da sabedoria e da paz, faz brotar a oliveira de um golpe, e, na sua grande bondade, ensina o seu cultivo e o seu uso. Por isso a oliveira era uma árvore sagrada que tinha um templo no Eriteum da acrópole de Atenas, templo dedicado a Eritónio, o misterioso filho único desta deusa Virgem mãe.
Eritonio > Eraution > eladion, um dos nome gregos da oliveira! De resto, a análise do mito de Atena levanta a forte suspeita, que o nome latrino venafrum para o azeite reforça, de Vénus/Afrodite e Atena/Anat terem sido a mesma deusa mãe que tiveram como filho adorado o mesmo deus menino solar Eros < Erotes + Anu > Erotiano > Eritónio.
Se oliveira aparece no templo do deus menino de Atena é porque de certo modo lhe era dedicado, como se fosse, tal como o mocho, um dos símbolos do filho desta deusa.
Figura 4: Os olhos do mocho eram duas luas cheias que brilham na noite como lucernas ou candeias de azeite! Animal da sabedoria que o conhecimento dos mistérios da vida e da morte revelavam, a relação do mocho com a oliveira permite ter a suspeita de que esta árvore acabou por vir a ser no mediterrâneo ocidental a «arvore do paraíso» do Génesis, «da sabedoria do bem e do mal».
Assim, o mocho de Atena, que ainda hoje faz ninho na rama da oliveira, era um dos símbolos da finura do azeite enquanto resultado do esmero das técnicas extractivas. Daí que ser «fino como o azeite» seja «beber azeite»!
O «mocho», tão parecido com a «coruja» (< Karukia < Ka-Urkia, lit. «a ave de rapina nocturna e que, por isso, que transporta a alma da lua > harphia >) era uma das Harpias, as «aves agoirentas» que transportavam as almas dos mortos na barca do sol posto!
Ver HARPIAS (***)
A relação do «azeite», que enquanto combustível permite o milagre da ressureição do espírito do sol na luz da candeia, com os arcaicos cultos dos mortos, que inegavelmente sabemos ter estado relacionado com Anat entre os fenícios e teria estado com Atena nos tempos minoicos, fica reforçada com um dos nomes da azeitona, o Gr. halmas < *Karmas > «alma», tanto mais que já nos era suspeita a origem deste termo a partir do Lat. anima!
«Azeite» < Ár. Azzait < Asha (a filha da deusa mãe) -et
< *Ashait > zaith > Hebr. Zeth.
[1] Não será então que o conceito de «refeição frugal» dos gregos clássicos = «pão com azeitonas», mas que poderia ser também pão com figos secos ou qualquer outro fruto do mediterrâneo.