domingo, 20 de março de 2016

MITRA, O MITO ASTROLÓGICO VENCIDO POR CRISTO REI, por Artur Felisberto.

Figura 1: Mitra, um deus solar da trindade celeste primordial, filho do sol e da lua!
A cena mostra Mitras que enfrenta altivo o Touro com um pé na parte de trás do touro, enquanto que com uma mão segura a cabeça do touro e com a outra apunhala o touro no pescoço onde sangue jorra em frente. Ao redor dele está um cachorro, um corvo, um escorpião, uma cobra, um leão e um cálice e uma espiga de trigo cresce da gorjeta do rabo de touros. A capa de Mitras é o céu nocturno com estrelas e os símbolos do Zodíaco cerca a cena inteira. Os símbolos dos sete planetas estão presentes. Os símbolos dos sete planetas estão presentes. Os dois tocheiros de Mitras estão se sentinela em cada um dos lados da cena da matança do touro. O mistério central representa a constelação Persus (Mitras), Touro (Touro), Canis Minor (cachorro), Hidra (cobra), Corvus (corvo), Escorpião. O trigo é a estrela Spica (a estrela mais luminosa em Virgo). O sangue é a via Láctea. Os dois tocheiros Cautes e Cautopates simbolizam os equinócios; A Tocha de Cautes está apontando para cima - o equinócio de Primavera, enquanto tocha de Cautopates está apontando abaixo, equinócio de –Outono.[1]

CAUTES & CAUTOPATES
Os nomes dos dois tocheiros de Mitra parecem um trocadilho duma lengalenga infantil relativa a gémeos siameses ou a irmãos inseparáveis com génios opostos como: «Maneta & Perneta», Bucha & Estica[2]; ou negativamente diversos como: «os três da vida airada: Cocó, Ranheta e Facada[3]»!
Cau-tes & Cau-t(e) (opa)-tes < Ofia-tes < Kau-kia-tes
De imediato damos conta de que os nomes dos guardiões de Mitra ressoam ao termo português «cautela» que é a melhor qualidade de um guarda-costas.
«Cautela» < Lat. cautela < Lat. cautus > Lat. cautio > «Caução».
Os dicionários italianos referem estes termos como sendo legais antes de tudo o mais. Os dicionários ingleses referem este termo como derivado de caveō ‎(beware) +‎ -ēla.
Caveō < From Proto-Italic *kawēō, from Proto-Indo-European *(s)kew(H)- ‎(“to perceive, pay attention”). Cognate with Ancient Greek κοἐω ‎(koeō), Sanskrit कवि ‎(kavi, “wise, poet, seer, sage”), Lithuanian kavoti ‎(“safeguard, tend”), Old Armenian ցուցանեմ ‎(cʿucʿanem, “I show”), English show.

Ad sinistram enim intrantibus non longe ab ostiarii cella canis ingens, catena vinctus, in pariete erat pictus superque quadrata littera scriptum
CAVE, CAVE CANEM.
Et collegae quidem mei riserunt.
Satíricon de Petrônio.
Figura 2: Mosaico de entrada da casa do poeta trágico de Pompeia.
Desde logo pela teimosia de fazer derivar as coisas de verbos quando nem é preciso ser existencialista para dar conta de que as coisas é que precedem sempre a acção sobre elas. A semântica do lituano kavoti reporta mais para o «capote» luso que vem de «capa», que vem do latino Lat. cappa, que vem de caput, “from Proto-Italic *kaput, from Proto-Indo-European *kauput-, *káput ‎(“head”). Cognates include German Haupt and English head”.
O antigo arménio proposto é impronunciável e o inglês show...vamos a ver!
Show = Old English sceawian "to look at, see, gaze, behold, observe; inspect, examine; look for, choose," from Proto-Germanic *skauwojan (cognates: Old Saxon skauwon "to look at," Old Frisian skawia, Dutch schouwen, Old High German scouwon "to look at"), from Proto-Germanic root *skau- "behold, look at," from PIE *skou-, variant of root *skeue- "to pay attention, perceive" (see caveat, and compare sheen).
Caveat 1540s, from Latin, literally "let him beware," 3rd person singular present subjunctive of cavere "to beware, take heed, watch, guard against," from PIE root *skeue- "to pay attention, perceive" (cognates: Sanskrit kavih "wise, sage, seer, poet;" Lithuanian kavoti "tend, safeguard;" Armenian cucanem "I show;" Latin cautio "wariness;" Greek koein "to mark, perceive, hear," kydos "glory, fame," literally "that which is heard of;" Old Church Slavonic chujo "to feel, perceive, hear," cudo "wonder," literally "that which is heard of;" Czech (z)koumati "to perceive, be aware of;" Serbian chuvati "watch, heed;" Old English sceawian "to look at" (source of show (v.)); Middle Dutch schoon "beautiful, bright," properly "showy;" Gothic hausjan "hear").
É indubitável que existem ligações objectivas entre os termos propostos pelos dicionários que usam a etimologia indo-europeia, sobretudo dos ingleses que a inventaram, porque é quase seguro que os ditos indo-europeus eram tribos oriundas do mar egeu da época dos “povos do mar” e que, por isso falavam línguas dominadas pela civilização minóica com pouca dependência das culturas semita e cmética (do antigo Egipto). No entanto, as chamadas raízes indo-europias nada são em si mesmas porque decorrem de uma linguagem egeia que possivelmente decorre de uma oralidade incipiente ainda mais arcaica ou seja, do paleolítica superior, de provável origem na cultura rupestre cantábrica e ibérica. Dito de outro modo, não é inteiramente inútil o trabalho dos indo-europeístas porque é inegável que fazem parte de uma árvore linguística comum mas o que se critica é a mecânica da formação de palavras arcaicas com base em raízes linguísticas que na verdade só ocorrem à posteriori depois de um longo uso e abuso das línguas em contextos de formação e aprendizagem controlada por gramáticos e outro tipo de gestores da linguagem que seria errado pensar que foram na pré história semelhantes a mestres escolas. De modo algum! As línguas primitivas eram faladas por culturas primitivas lideradas por homens das cavernas que construíram a linguagem a partir do quase nada que eram os gestos e grunhidos dos primatas mas com uma metodologia e uma sagacidade que era já a do homem moderno, ou seja a linguagem foi inventada, como depois a escrita, pelos melhores cérebros da época com os mesmos critérios com que a modernidade inventou, criou e descobriu a ciência, ou seja, às apalpadelas, com muitas tentativas falhadas mas com muita tenacidade material e formal. As raízes linguísticas tomadas como núcleos fundamentais da linguagem é uma filosofia platónica que só tem paralelo com a realidade primitiva na alegoria da caverna. As ideias inatas nunca existiram nem eram pensáveis antes da maiêutica socrática. Em vez de ideias inatas, próprias de pensadores ociosos, os homens primitivos necessitavam de coisas mais práticas para descreverem a realidades fundamentais em que viviam descrevendo-as como espíritos e deuses com os quais procuravam interagir como agiam com a restante natureza, ou seja, ao acaso e por necessidade e assim foi criada a magia! Ora, num mundo pensado de maneira mágica não há ideias nem raízes linguísticas mas espíritos e deuses. As raízes linguísticas são obviamente a forma linguística das ideias platónicas e só começam a ser identificadas com a racionalização começada com o helenismo ainda que tenham sido criadas muito mais cedo pelos falantes há medida em que estes espontaneamente começavam a encontrar consensos de crença, orientados pelos mágicos primeiro e depois de identidades de forma cultural pelos sacerdotes. Os alvores das chamadas escritas ideográficas eram já os primeiros esboços de ideias gerais onde se notaram também os primeiros confrontos entre os fonemas e os semantemas mas nem sequer se tinham ainda alcançado os consensos suficientes para uma uniformidade alfabética que ainda hoje constitui um dos maiores obstáculos à criação duma língua universal. Porém, a necessidade de consensos impunha a existência de centros seguros de aprendizagem de cultura e linguagem que durante muito tempo dependeram dos templos e das cidades e dos poderes de estado que os defendiam. Ora, o que falta de suporte à teoria indo-europeia não é tanto a evidência de uma cultura comum, que seguramente existiu, mas a de uma civilização comum suficientemente poderosa para a sustentar...e muito menos de uma raça pura ariana que lhe daria o génio particular que seria a causa da sua primacial importância actual relacionada com a civilização europeia e ocidental. Na verdade, as raças são aspectos contingentes nas culturas tal como a geografia são aspectos secundários nas civilizações. Por isso mesmo, os autores mais modernos tendem a pensar que a “classificação como indo-europeu refere-se apenas a matérias linguísticas, e não necessariamente a etnias ou culturas”.
Mas não foi assim na sua origem e por isso se pode começar a questionar a sua pertinência actual até porque ninguém se entende sobre o lugar e o tempo exacto do seu nascimento e a hipótese obsoleta dos Kurgans esbarra desde logo com o megalitismo da Europa ocidental, ou seja, se os indo europeus fossem os construtores dos Kurgans eles teriam estado aqui na Europa Ocidental muito antes de terem nascido nos Urais o que leva a suspeitar que o que ocorreu foi precisamente o inverso: a cultura megalítica dos kurgans foi para ali levada pelos mesmos povos que levaram as pirâmides para o Egipto que afirmam com a sua sabedoria milenar que Anúbis era Khentiamentiu, ou seja, "O que está à frente do país dos Ocidentais". Porém, há época, já havia no mar egeu e no crescente fértil culturas citadinas e templares muito mais complexas e desenvolvidas do que a incipiente cultura megalítica dos kurgans que por isso nunca poderia ter suportado uma linguagem altamente flexionada. Se nem o latim conseguiu com o império romano impor a sua declinação artificial às línguas novilatinas por isso muito menos teriam os povos das estepes russas conseguido manter um língua indo-europeia tão complexa que chegaria a conter sete casos declinativos.
Seja como fora a verdade é que as línguas indo-europeias existem ainda que se ignore grande parte da sua formação. A tese de que estas surgiram com a crises dos povos do mar é seguramente a mais sensata à luz do que pode ser sustentado pela história.
É fácil de verificar que houve ressonâncias várias entre termos de vária origem nos povos europeus porque as migrações espontâneas e barbaramente forçadas foram constantes ao ponto de as etimologias clássicas se tornarem confusas e estranhas.
«Escutar» = ouvir < Lat. *ascultare por auscultare < aus-, a raiz
de Auris ("orelha"), + proto-indo-europeu *ḱel- ("inclinar-se"),
referente ao Halde do alemão moderno ("vertente da montanha")
ou < PIE *skou-? = ver.
Possivelmente nos tempos recuados da história a cautela da vida dependia em absoluta da simultaneidade do ver e ouvir acabando por ser quase a mesma coisa. As passagens de nível nas linhas de caminho de ferro costumavam ter placas triangulares pintadas de amarelo gritando: PARE ESCUTE OLHE mas, actualmente, a ordem da atenção dos sentidos anda invertida e avisa assim: Pare! Olhe! Escute! A sabedoria moderna limita-se afinal a preferir o espectáculo da banalidade da imagem electrónica ao caos sonoro da vida citadina!
Fosse como fosse a natureza fundamentalmente jurídica do termo latinos cautela, cautus, cautio coloca-os numa posição semântica muito mais próxima dos nomes dos guardiões de mitra do que do termo lateral *kav-eo. No entanto este termo serve para dar luz ao nome dos deuses guardiões de Mitra, que por sua vez era o divino garante da fidelidade contractual.

Ver: OS DEUSES ERAM CAVERNÍCULAS (***)

Oficialmente ainda nenhuma etimologia satisfatória foi dada para estes nomes.
Cautes holds a burning torch pointed up, whereas Cautopates holds a burning torch pointed down. [4] Cautopates is usually depicted on the left, but not always. -- Wikipédia
Sendo assim, a posição dos tocheiros dependeria da orientação norte-sul das portas do santuário de Mitra de modo tal que Cautes estaria sempre do lado do sol nascente e Cautopates do sol poente. Assim estes deuses seriam um par de gémeos como os cananeus Sha-char, “aurora” & Sha-lim “ocaso”, que, possivelmente não inteiramente por acaso compartilham a raiz Cha-/ Sa- / ka- relativa à luz da vida!
Cautes e Cautopates, outras duas figuras solares que aparecem como um par de jovens vestidos também com clâmide cingida à cintura e gorro frígio, para que não haja a menor dúvida da sua pertinência ao cortejo mitraico, Cautes com a tocha para acima, como símbolo de juventude, de primavera, de amanhecer; Cautopates com a sua tocha para abaixo, como recordatório da senilidade, do outono e do ocaso. -- [5]
Cau-tes & Cau-t(e)-(opa)-tes < (Ofia)-tes < Kau-tes
< Kawi-tes, lit. “os deuses da cave(erna)”...e, por isso, protegidos
E iluminados pelas tochas viradas para cima;
Cau-t(e)-(opa)-tes < “deuses das caver(nas)”...mas
(desorientados pelos olhos) da cobra Nut
que diariamente devorava o Sol < t(e)-(opa) < Te Ofia,
E por isso com a tocha apagada!!!
Obviamente que a leitura ideográfica da linguagem antiga revela-nos simultaneamente a lógica do pensamento mágico arcaico e, por outro lado, a análise da mitologia de Mitra expõe-nos a fragilidade da mitologia indo-europeia que afinal seria uma cultura egeia tardia que teria entrado pelo golfo da Cilícia em direcção à Pérsia e a Média tendo sido pelo meio estrangulada e sublimada pelas culturas caldeias que há época eram já muito mais ricas, elaboradas e poderosas.
 Pelo menos, no que diz respeitos aos deuses Cautes parece-nos tão segura a sua relação com a inferioridade do mundo cavernícola, onde todas as «cautelas» eram poucas, que nos atrevemos a postular que a etimologia do «ocaso», do «ocidente» e de occidere se relacionava com a deusa cobra...e esta, com o nome do acólito de Mitra, Cautopates. Já não seria tão fácil de provar que a raiz kata-, para baixo, seja uma inversão semântica da mitologia destes deuses.

Ver: OFIUSSA, nome místico da Lusitânia.

Ofiussa < Ophi- | cret. ussa < Sumer. usha > Hit. usa |
           => Oki-usa => «Ocaso» < Lat. oc-casu = queda
=> Lat. occi-dente => Lat. occiduu, caduco => Lat. occidere = «matar»
< supostamente derivado de caedere (= matar) com o préfixo ob-.
O mito central do mitraismo tem dois níveis de leitura ainda que ambos interligados, como seria de esperar. Por um lado um mito tipicamente astrológico e cosmológico como parece ter sido toda a mitologia persa e grande parte da mitologia em geral e por outro um mito de morte simbólica do filho de deus na forma de sacrifício taurino, ambos interligados pela trama mística dum culto de mistérios o que nos reporta para um culto de fertilidade agrícola de morte e ressureição solar. Pois bem, há algo de misterioso neste barbarismo de origem muito arcaica, quase que seguramente herdado do período de caça e recolecção do paleolítico cavernícola, o que imediatamente nos reporta também e não apenas por analogias fonéticas, para o Minotauro cretense.
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Figura 3: Fanes, o deus da luz cósmica, no centro do Zodíaco.
Figura 4: Mitra / Ariman.
O nascimento de Mitra a partir duma pedra ou ovo petrificado (como seriam os ovos fósseis de dinossauros que já eram seguramente encontrados pelos antigos!) além do arcaísmo revela a natureza primitiva deste mito que a componente astrológica nos reporta imediatamente para a sua analogia mítica com Fanes, uma forma de Eros, o deus Protágono.



According to Persian traditions, the god Mithras was actually incarnated into the human form of the Saviour expected by Zarathustra. Mithras was born of Anahita, an immaculate virgin mother once worshipped as a fertility goddess before the hierarchical reformation. Anahita was said to have conceived the Saviour from the seed of Zarathustra preserved in the waters of Lake Hamun in the Persian province of Sistan. Mithra's ascension to heaven was said to have occurred in 208 B.C., 64 years after his birth. This birth took place in a cave or grotto, where shepherds attended him and regaled him with gifts, at the winter solstice. This is based on a older myth about birth of Mithra, that his magical birth at the dawn of time was from a rock from which he formed himself using his Will. He holds in his hand a dagger and a torch.
Figura 5: White marble statue (H. 1.65 Br. 0.47), found in the Mithraeum on the right side. Beside the entrance of the Biblioteca Vaticana.
A statue from Housesteads shows Mithras being born from the rock while the twelve signs of the zodiac surround him, showing his image as a stellar god who rules the cosmos even at his birth. A serpent sometimes shown to be coiled around of the Mithras or birth stone/egg. [2]

Figura 6: Mitra nascendo duma rocha. 
 (Estátua recuperada do forte Housesteads junto à muralha de Adriano).

Esta metáfora pictórica tanto pode ser uma forma adulterada do mito arcaico do nascimento do «deus menino» da gruta / greta da aurora, a Terra Mãe, como o nascimento do “filho de deus” do ovo cósmico órfico ou então o nascimento do pássaro Benu no topo da montanha cósmica primordial.
he name of the figure has been deciphered from dedicatory inscriptions to be Arimanius (though the archeological evidence is not very strong), which is nominally the equivalent of Ahriman, a demon figure in the Zoroastrian pantheon. Arimanius is known from inscriptions to have been a god in the Mithraic cult (CIMRM 222 from Ostia, 369 from Rome, 1773 and 1775 from Pannonia). [Jackson, Howard M., "The Meaning and Function of the Leontocephaline in Roman Mithraism" in Numen, Vol. 32, Fasc. 1 (Jul., 1985), pp. 17–45]
While some scholars identify the lion-man as Aion (or Zurvan, or Cronus) others assert that it is Ahriman. [R D Barnett (1975). John R Hinnells, ed. Mithraic studies: proceedings of the first International congress of Mithraic studies, Vol II. Manchester University Press ND. pp. 467–. According to some, the lion man is Aion (Zurvan, or Kronos); according to others, Ahriman.] There is also speculation that the figure is the Gnostic demiurge, (Ariel) Ialdabaoth. [David M Gwynn (2010). Religious diversity in late antiquity. BRILL. p. 448. ]
Ainda que a evidência arqueológica não seja forte faz sentido que Mitra leontocéfalo seja um avatar de Ahriman porque Mitra pode ser considerado como uma forma de Hermes e estes são seguramente variantes ctónicas de Ahriman…e do Minotauro que mais não era do que a variante taurina do “deus menino” que em muitas representações latinas monta o leão da deusa mãe porque «Omnia vincit amor vel cum domitore leonem».
De facto o leão só aparece ao lado da Deusa Mãe...e de Eros, o “deus menino”.

Figura 7: Eros/Cupid holding goad in right hand riding lion advancing right with right foot forward. (Thrace, Deultum, Marcus Opellius Antonius Diadumenianus, Caesar (...) Collection; Jurukova - (vgl. 72); Moushmov 3568)
Figura 8: Atargatis, head right and holding sceptre, leaning left on back of lion advancing right; (SYRIA, Cyrrhestica. Hierapolis. Philip I (...) Butcher 64a; SNG Copenhagen 63)
Esta tradição de colocar Cupido a cavalo de um leão é tipicamente latina e de possível importação Síria onde a Magna Mater e Deia Celestis e tipicamente uma domadora de leões...tal como a deusa mãe hindu Durga. Esta tradição parece ser uma transposição literal de Dionísio “deus menino” a cavalo de um tigre de segura importação helenista posterior à passagem de Alexandre pela Índia onde o hindu Rama cavalga um tigre tal como o “deus menino” Ayyappan.
Porém, mais estranhamente ainda somos confrontados com o mitema do deus hitita Ulicumnis, o deus de granito.
Ullikummi(s), the diorite man - He is born of Kumarbis and the Rock. This god is made entirely of diorite. He was born to be used as a weapon to defeat the Storm-god and his allies. Kumarbis had him delivered to the Irsirra deities to keep him hidden from the Storm-god, the Sun-god, and Ishtar.
Ullikummi(s) < Uri-kumm(arbi) = lit. o guerreiro de Kummarbi”? Ou:
                         < Uri-Kumn-ish < Ur-Ki-Min-us = Ki-Ur-Minus
> Kur-Min = Minotauro < *Kur-Ama-ish < Kurmesh
> Hermes.
*Ulicumnis era seguramente a forma incipiente de Mitra / Hermes / Minotauro no império hitita ficando assim estabelecida a correlação desta tradição indo-europeia de recorte ariano com as mitologias ocidentais.
When the Aryan tribes swept down from the Russian steppes they brought their gods with them. Some time between 2000 and 1500 B.C.E., these tribes entered India and Iran, bringing with them one particular deity. These people, the Mitanni, gave us the first written reference to Mitra in a treaty between themselves and the Hittites. Signed about 1375 B.C.E., the treaty calls on divine witnesses to pledge its terms. The Hittites called on the sun go. The Mitanni called on Mitra. [3]
"The oldest source of Persian Gnosis is to be found in Mithraism, an ancient Persian spiritual path, which began in Eastern Iran many thousands of years ago". (Dr. Masoud Homayouri, Origin of Persian Gnosis). Mithra is an Indo-Iranian god, worshipped at least as early as 1400BC. In Hinduism he is praised as the binomial Mitra-Varuna. A hymn is also dedicated to him alone in Rig Veda (3.59). He is the Lord of Heavenly Light, protector of truth, and is invoked when a contract or oath is taken.[4]
Claro que se poderia estranhar que os hititas não tenham conseguido identificar Ulicumis, lit. “o guerreiro dos cumes (montanhosos)” com o Minotauro mas, se pensarmos na catástrofe que foi, sob o ponto de vista da integridade ideológica do império, a tentativa de reforma do panteão hitita levada a cabo por Tudália IV, compreendemos imediatamente que os tempos não eram ainda os do sincretismo linguístico pós-moderno!
“La réforme de Zarathoustra, peut-être inspirée des Hittites donc, consiste d’une part à réduire la multiplicité des dieux à l’unicité d’Ahura Mazda (Asura / Varuna / Ouranos) le seigneur éterne.”
                                                 > Haura-an > Ahura > Asura.
Varuna < Wauran < Hauran < Kauran.
                                                 > Auran / Ouran => Urano.
(opposition de Ohrmuzd et Ahriman, le premier étant une déformation de Ahura-Mazda et le second de Arya-Man dieu des guerriers Aryens et des ancêtres)
Ariman < Ahriman < Arya-Man < karu-Mean < Kaur-Min
= Min-Kaur > Minotauro.
La réintroduction postérieure de Mithra (Dieu garant des contrats) ne constitue pas vraiment un retour au polythéisme, ni même au dualisme (Varuna / Mitra, Loi / Contrat) mais préfigure plutôt la trinité chrétienne, l’unité du père et du fils, au ciel et sur la terre. -- Histoire des religions - Jean Zin
Em boa verdade Mitra não foi reintroduzido senão no dogma porque este deus é mais arcaico que Aura Mazda pois deve ter a mesma origem do Minotauro (o que se compreende sabendo-se que, ao tempo da talassocracia cretense, os contratos seriam celebrados em nome do Minotauro) que nunca teria deixado de ser utilizado pelo povo, seguramente outrora colonizado por uma mesma cultura que ligaria o mar Egeu à Anatólia e iria até à Índia. Como se tratava de um assunto tão sério como os contratos negociais a cuja ma fé (druj) o masdeísmo pretendeu evitar, a teoria teve de se vergar à prática e, como pela boca morre o peixe, Mitra aparece porque Aura Mazda pretendeu acabar com a “má-fé” dos contratos. Como os contratos eram feitos em nome de Mitra este deus acabou perfilhado por Aura Mazda!

AURA MAZDA
Opposed to Ahura Mazda, or Ormuzd, is His rival, Anro Mainyus, (later Ahriman), the Evil Spirit.
Ahura Mazda = Spento Mainyus, Espírito Santo =>
Mainyus = Spirit.
                                                > Sacar, deus da aurora!
                     Ahura < Sakura < Ka-kura | Mazda | Mashta < Meash
< Ma-ash > «Macho».
                                               > Saturno
Ahri < Ahir < Ahur(a) < Anhur < Ankur ó Kur-an > Krono.
                                               > Anhru > Anro ≠ Urano???
| man < Mainyus < Mianish(us) < Mean-ish < Minus.
A dualidade Ahura Mazda / Ahriman é uma sobrevivência do par de gémeos que era o andrógino primordial e que consubstanciava aquilo que os fenícios apelidavam dos deuses da aurora Sacar & Salim, e que foram a origem da semântica dualista dos persas na medida em que representavam Horus, o sol diurno em oposição com o sol negro que era devorado todas as noites pela deusa mãe, na forma do deus morto que veio a ser Osíris.

ETIMOLOGIA DO NOME DE MITRA
Together with the Vedic common noun mitra, the Avestan common noun miθra derives from proto-Indo-Iranian *mitra, from the root mi- "to bind", with the "tool suffix" -tra- "causing to." Thus, etymologically mitra/miθra means "that which causes binding", preserved in the Avestan word for "Covenant, Contract, Oath".
In Middle Iranian languages (Middle Persian, Parthian etc), miθra became mihr, from which New Persian mihr, Wanetsi and Wazirwola (Pashto) mērə/myer, and Armenian mihr/mher ultimately derive.
As especulações que fazem com que o nome de Mitra derive dum particularismo linguístico persa de raiz indo-europeia têm apenas o mérito de questionar a verosimilhança desta teoria. Em boa verdade, manda a lógica mítica que tenha sido do nome do deus dos contratos que derivou o nome prosaico dos contratos porque sobre eles presidiria.
In the beginning was a word. The names Mitra, Mithra and Mithras all derive from the Indo-European root "Mihr," which translates both as "friend" and as "contract." While both translations are correct, however, neither gives a full account of the word. "Mihr" itself derives from "mei," an Indo-European root meaning "exchange." But Aryan society did not use the word "exchange" to describe a transaction. Ancient societies were hierarchical. Neither the concept of an exchange between equals after which a relationship ended (our meaning of contract), nor the concept of an open-ended exchange between equals (our meaning of friendship) were contained in the original meaning of the word "Mihr" or "Mei." (For our concept of friendship, the Rg Veda uses the word "sakhi.") The friendship or contract offered by Mihr, or Mitra as he became known, was an exchange between unequal partners with Mitra as a just lord. Like any feudal relationship, this "friendship" imposed certain obligations on both sides. Mitra oversaw the affairs of his worshippers. He established justice for them. In return, his worshippers had to be upright in their dealings with others. Mitra was thus "lord of the contract" (a title frequently applied to him)[5]
Obviamente se no princípio Mitra tivesse sido um mero nome comum indo-europeu com o importante significado de “amigo” e “contrato” Mitra deveria ter permanecido em todas (ou quase) as línguas ditas indo-europeias...e tal não aconteceu porque quanto muito ficou na «mitra» dos bispos e papas...o que é muito pouco para contratos de amizade. Contrariamente ao comentário de Jason Cooper sobre os contractos do mundo antigo podemos referir que a visão mercantilista moderna de que “entre amigos negócios à parte” pouco ou nada tem a ver com o conceito de contrato a que Mitra presidia porque a maioria das vezes os contratos de troca eram meramente orais ou seja juramentos de promessa, de fidelidade e de dívida a que o direito romanos dava a maior importância seguramente fundamentado em tradições muito mais arcaicas de direito natural da «Máfia» dos més de Nemesis a quem era devida a «maquia» contratual da Deusa Mãe Ker-Tu / Kurija “policiada” pelas Keres e pelas Erínias. Os importantes contratos escritos entre soberanos de igual realeza de que os hititas e as cartas de Amarna nos deixaram copias eram verdadeiros tratados internacionais dos quais eram testemunhas todos os deuses e deusas do céu e da terra porque a falta de algum poderia ser indício de falha contratual razão que levou Tudália IV a simplificar e a reduzir o panteão o que terá motivado sublevações sociais descontroladas de incalculável magnitude que contribuíram para o colapso do império hitita e das civilizações levantinas desta época!
Ora bem, Mitra sendo o representante da Deusa Mãe enquanto Minotauro pode ter sido uma simplificação do divino testemunho contratual sobretudo no começo do patriarcado. De qualquer modo, sendo Minos / Minotauro um dos juízes dos mortos já tinha este papel natural que na cultura grega era devida a Hermes. De resto, a equiparação helenística posterior de Mitra a Apolo e ao Sol Invicto revela o quanto estes deuses estavam relacionados com a barra dos tribunais que na Caldeia eram tutelados por Shamas. A relação de Mitra com a verdade dos contratos parece ter persistido na latinidade lusitana no nome da intrujice (< Pers. druj?) que é a «mentira». De facto a etimologia oficial para este termo é discutível!
                                        > Mentura > Hind. Mantra.
Minotauro > Mintura > «Mentira»
< Lat. mentita, sob o influxo de mentir? ó Lat. mendax
< *Mandrax, o mago charlatão e embusteiro como Hermes
e juiz dos mortos como Minos.
Mentior = fut. mentibitur, for mentietur, (…) [prob. from root men-, whence mens, memini, q. v. original meaning, to invent; hence], [6]
Seria a mentira uma forma verbal de mentīor? E qual e porque estranha razão? Por vezes a mentira realça a verdade quando o diabo deixa o rabo à mostra! Por outro lado, as conveniências de estado devem ter sido urgências muito arcaicas do poder que teve em *Mandrax, o mago embusteiro e charlatão como Merlim e Hermes (juiz dos mortos como Minos), os mais típico e nobre representante da expressão prática de que, “em política o que parece é”, e para tal há que saber mentir com o poder imaginativo da «mente»!
A origem minóica da mitologia persa pode ainda ser encontrada noutros conceitos avéstico tais como Angra Mainyu...que era Hermes.
Angra Mainyu > An-kura Minijo > Minus Kaur-an => Sr. Minotauro.
Ahriman < Hariman > (Baal) Hermon > Hermes.
A mentira é assim semanticamente uma invenção mental da sociedade minóica que tinha na guerra psicológica, baseada no medo mitológico à temível Deusa Mãe e na astúcia guerrilheira das amazonas, uma das armas do matriarcado cretense que terá tido na crueldade do mito do Minotauro uma forma de manter o respeito pela talassocracia cretense. Muitos autores antigos pensavam que o mito do Minotauro era de facto uma mentira monstruosa precisamente pela sua inverosimilhança, mas quiçá também pela sua relação com a semântica da mentira! Ora, como muitas vezes as voltas e reviravoltas da conturbada história da mitologia permitem que os sentidos semânticos se invertam, os deuses da verdade e da vida podem transformar-se em deuses de mentira mortal! Ao Minotauro acabou por acontecer isso mesmo, por força da lógica da história que acabou reescrita pelos vencedores atenienses!
Mitra seria uma forma de Minotauro porque foneticamente assim parece, porque tem uma semântica mítica associada com Jano que nos reporta por Cardea para *Kertu e porque iconograficamente sempre foi um deus toureiro.

Figura 9: Mitras do Museu Vaticano.
Mithras is asked by the sun to kill the Bull, but his reluctant to do this. The Raven, messenger of the Sun, comes to him again with the message. Mithras goes into the field and captures the Bull and with his strength lifts the back legs of the bull over his shoulder and drags him to the cave of his birth. The crescent moon over the bull suggests its connection to the moon. When Mithras kills the bull, from his blood comes the wine and all plants that cover the earth. The tail became wheat which gives our bread.
The seed and the genitals of the bull are taken to the moon goddess and purified giving rise to all animals. By slaying the first Bull, life comes onto the earth. [7]
Mitra começou por ser um deus toureiro, seguramente um sobrevivente do período áureo da economia de caça que os ameríndios do norte ainda praticavam à época das descobertas e que os supostos indo-europeus também praticariam maioritariamente nas estepes centro-europeias à época do masdeísmo.
Mais uma vez se refere supostos indo-europeus porque a originalidade da mitologia indo-europeia pode ser posta em causa a partir de pequenos indícios da própria mitologia de Mitra. Na verdade Raven, o mensageiro dos deuses, é literal e textualmente um deus que «vem de Ra», sendo este um deus solar tipicamente Egípcio completamente insuspeito de origem indo-europeia uma vez que deriva do semítico Urash!
A relação destes mitos de morte e ressurreição solar com o mito clássico do Minotauro é também ela incontornável, pelo menos sob o ponto de vista étmico! Mas não o é somente por razões etimológica conquanto o é necessariamente por razões semânticas subliminares. Na verdade, o lado antropófago e canibal que parece estar subjacente àquele mito são, só por si, suficientes para suspeitar que o culto do Minotauro era a variante cretense destes mistérios de sacrifício pascal do “filho de deus”.

Ver: CULTOS TAURINOS (***) & ACTEÃO (***)

Sobre este culto arcaico e anacrónico os místicos dissidentes do masdeísmo reconstruíram um culto de mistérios que iria fazer as delícias místicas da decadência do Império Romano! Na verdade parece que o culto de Mitra na Pérsia seria muito mais modesto
Figura 10: Representação persa de Mitra.
O deus Mitra masdeísta parece ter pouco ou quase nada a ver com a exuberância simbólica que veio a ter nas representações deste deus no império romano. O estilo das formas é caldeu, a postura de Júpiter Dolicheno é hitita e de maneira que pode não ser inteiramente misteriosa aparece com um disco à cintura como Aura Mazda dando assim a entender que faria com este uma espécie de simbiose mística como na trindade cristã.
A mitologia persa é reconhecida como tendo herdado dos caldeus a sua única vertente científica incontornável, a da astronomia tendo por, isso mesmo, acabado por dar origem ao mazdeismo na forma duma religião dualista, pré-monoteísta, baseada no princípio dialéctico cósmico da luta da luz de Aura Mazda contra as trevas de Ariman.
Figura 11: A eterna recorrência formal de Mitra. A sensação que se têm é que as igrejas mitráicas copiavam os seus ícones umas das outras.
Esta religião purificada e purificadora do começo dos sincretismos religiosos contemporâneos iria, por isso mesmo servir-se dos processos metafóricos dum intenso culto do fogo sagrado, revelando-se deste modo como uma forma revivalista do mais arcaico dos cultos naturalistas, o do fogo que manteve na Itália o nome primordial de Caco. Assim, a par do arcaísmo do culto do fogo o mazdeismo manteve também a astrologia como forma de religiosidade derivada do uso e abuso do poder científico da astronomia e que veio a ser apanágio do poder mágico dos “reis magos”!
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Figura 12: Hércules ou Teseu e o touro de Creta ou da Maratona?
O touro (de Minos) só foi derrotado por Héracles, a mando de Euristeu, no que ficou conhecido como o sétimo dos seus trabalhos. O herói desembarcou em Creta, subjugou o touro pelos cornos e o levou para a Argólida, onde o entregou a Euristeu. Este quis entregá-lo a Hera, mas a deusa, não querendo aceitar um presente vindo de Héracles, pôs a fera novamente em liberdade. Teseu, mais tarde, acabou capturando-o nas planícies de Maratona.
«Maratona» < Ma-ura-ta-anu = Ma-anu-ta-ur > Minotauro.
Como sabemos, muito da retórica astrológica foi incorporada na tradição metafórica e ritual do catolicismo na forma mais expressiva da festa de sexta-feira santa do «lúmen Cristi»! Na verdade, o mitraísmo enquanto aspecto particular do masdeísmo, além duma religiosidade mística semelhante ao cristianismo primitivo manifestava uma forma de gnose de inspiração astrológica que só teve paralelo nas alegorias alquímicas do platonismo maçónico.
Sendo assim, se Mitra não era ele próprio o Minotauro então, como tudo leva a crer, ele ocuparia o papel de Teseu no sacrifício do Minotauro deixando a suspeita de que a lenda grega seria já uma perversão dum facto histórico mal recordado à luz metafórica dum mito paleolítico de sacrifício do touro divino. De facto, Te-seu parece ser apenas o deus Zeus que enquanto Júpiter Doliqueno / Zeus Velcheno era um touro ou pelo menos este era o seu animal de transporte como parece ter sido o de Mitra na Pérsia.
De resto, o mito grego do “Touro de Creta” do sétimo trabalho de Hércules que acaba sendo o touro da Maratona sacrificado a Atena por Teseu, parece ser o pai do Minotauro, por ter engravidado Pasifai.
Curiosamente, um retalho do mito manifesta esta confusão entre os dois heróis ao referir o encontro de Teseu com uma velha He(r)cala.
After many days of wondering around the wilderness Theseus came upon a small village. Within in the village the Great Marathonian Bull was being kept. Theseus waited until night fall and snuck into the village, stealing the Bull and heading back towards the coast of Crete. On his way back to the shore side he stopped off at Hecale’s hut to show her the bull. When Theseus arrived however he found that the old woman had passed away. Feeling great sadness over the loss of the kind old lady Theseus constructed a small village and named it after Hecale in her honor. (…). Theseus then continued to the coast of Crete where he loaded the bull and sailed back to Athens. — [12]
Não parece haver dúvidas de que a velha He(r)cale era nem mais nem menos do que uma reminiscência do velho Hércules.

Ver: HELIOS SKOTAIOS (***) & ALVOR (***)

 Neste caso, a mitologia persa reservaria a Mitra o papel de Teseu e a Ariman o papel do Minotauro. As mesmas motivações que tornaram negativo o papel do Minotauro seriam as mesmas que iriam transformar Ariman no deus das trevas. Uma parte destas razões estariam na antipatia gerada pela hegemonia da talassocracia cretense e outra, no facto de o Minotauro ter passado a exigir sacrifícios humanos durante a transição para o neolítico.
Figura 12: Mitra tauróctno, o divino toureiro.
In pre-Vedic times Mitra was probably far more important, but his prominence faded with the coming of the Indo-Aryans to India. In the Rig Veda, he is always presented with Varuna, who is said to be his twin, and like his brother he is one of the Adityas. This god fared far better in Persia under the name of Mithra, from whence his cult spread all the way to Rome where he was called Mithras.
A prova de que a situação chegou a ser de facto equívoca pode ser encontrada no texto seguinte:
Thus, if the god Mithras of the Roman religion was actually the Iranian god Mithra, we should expect to find in Iranian mythology a story in which Mithra kills a bull. However, the fact is that no such Iranian myth exists: in no known Iranian text does Mithra have anything to do with killing a bull.
Franz Cumont had responded to this problem by focusing on an ancient Iranian text in which a bull is indeed killed, but in which the bull-slayer is not Mithra but rather Ahriman, the force of cosmic evil in Iranian religion. Cumont argued that there must have existed a variant of this myth -- a variant for which there was, however, no actual evidence -- in which the bull-slayer had been transformed from Ahriman to Mithra. It was this purely hypothetical variant on the myth of Ahriman's killing of a bull that according to Cumont lay behind the tauroctony icon of the Roman cult of Mithras. (...) Thus from 1971 on, the meaning of the Mithraic tauroctony suddenly became a mystery: if this bull-slaying icon did not represent an ancient Iranian myth, what did it represent?(…)
It is this phenomenon of the precession of the equinoxes that provides the key to unlocking the secret of the astronomical symbolism of the Mithraic tauroctony. For the constellations pictured in the standard tauroctony have one thing in common: namely, they all lay on the celestial equator as it was positioned during the epoch immediately preceeding the Greco-Roman "Age of Aries." During that earlier age, which we may call the "Age of Taurus," lasting from around 4,000 to 2,000 B.C., the celestial equator passed through Taurus the Bull (the spring equinox of that epoch), Canis Minor the Dog, Hydra the Snake, Corvus the Raven, and Scorpio the Scorpion (the autumn equinox): that is, precisely the constellations represented in the Mithraic tauroctony.
Taurus < Kauros <= Kur
Canis < Ki-an = An-ki = Enki.
Hydra < Kuthra < Kitaur ó Kiphura < Ki-Kur
Corvus < Kaurwius < Karkius < Kur-Ki
Scorpio < Ish-Kur-Kius.
De passagem pode notar-se que Enki/ *Enkur, o deus da Aurora primordial e da luz da sabedoria, teria sido o deus que terá presidido ao desenvolvimento da astrologia tendo dado nome às constelações!
(…) The Mithraic tauroctony, then, was apparently designed as a symbolic representation of the astronomical situation that obtained during the Age of Taurus. But what religious significance could this have had, so that the tauroctony could have come to form the central icon of a powerful cult? The answer to this question lies in the fact that the phenomenon of the precession of the equinoxes was unknown throughout most of antiquity: it was discovered for the first time around 128 B.C. by the great Greek astronomer Hipparchus. (…)
At the time Hipparchus made his discovery, Mediterranean intellectual and religious life was pervaded by astrological beliefs. (…)
Hipparchus's discovery of the precession made it clear that before the Greco-Roman period, in which the spring equinox was in the constellation of Aries the Ram, the spring equinox had last been in Taurus the Bull. Thus, an obvious symbol for the phenomenon of the precession would have been the death of a bull, symbolizing the end of the "Age of Taurus" brought about by the precession. And if the precession was believed to be caused by a new god, then that god would naturally become the agent of the death of the bull: hence, the "bull-slayer." This, I propose, is the origin and nature of Mithras the cosmic bull-slayer. His killing of the bull symbolizes his supreme power: namely, the power to move the entire universe, which he had demonstrated by shifting the cosmic sphere in such a way that the spring equinox had moved out of Taurus the Bull.[8]
Obviamente que toda esta inteligentíssima conjugação de informações não consegue demonstrar que o mito da tauromaquia de Mitra fosse uma pura invenção helenística à revelia de toda e qualquer tradição persa, quanto mais não seja porque tal facto teria sido denunciado pelos muitos inimigos que esta religião também teria no mundo de intrigas ideológicas em que o baixo-império se tinha transformado, a começar pelos cristãos que eram o rival mais sério do mitreísmo. Possivelmente o que se passou foi apenas isto: primitivamente o deus toureiro teria sido, de facto, Ariman / Hermes, numa época em que Mitra teria também sido uma variante deste deus, tal como Lúcifer foi um deus da luz da aurora antes ter sido lançados nos infernos pelos cristãos.
Given the pervasive influence in the Greco-Roman period of astrology and "astral immortality," a god possessing such a literally world-shaking power would clearly have been eminently worthy of worship: since he had control over the cosmos, he would automatically have power over the astrological forces determining life on earth, and would also possess the ability to guarantee the soul a safe journey through the celestial spheres after death. [9]
Quando a tauromaquia se tornou numa metáfora cósmica, de tal importância metafísica que acabaria por se transformar num elemento essencial duma teologia de morte e ressureição saída do masdeísmo persa que devia quase tudo à astrologia, Mitra, que teria sido Ariman / Hermes em época arcaicas já esquecidas, como se supôs, recuperou a sua arcaica função de tauricida, própria de deuses da época paleolítica, mantendo no entanto a sua separação em relação a Ariman, já que outra coisa teria sido blasfémia, em grande parte pelo impacto teológico que a descoberta da precessão dos equinócios por Hiparco de Alexandria teve em todo o mundo helenista.
The Greek biographer Plutarch (46–127 AD) says that "secret mysteries of Mithras" were practiced by the pirates of Cilicia, the coastal province in the southeast of Anatolia, who were active in the 1st century BC: "They likewise offered strange sacrifices; those of Olympus I mean; and they celebrated certain secret mysteries, among which those of Mithras continue to this day, being originally instituted by them." He mentions that the pirates were especially active during the Mithridatic wars (between the Roman Republic and King Mithridates VI of Pontus) in which they supported the king. The association between Mithridates and the pirates is also mentioned by the ancient historian Appian. The 4th century commentary on Vergil by Servius says that Pompey settled some of these pirates in Calabria in southern Italy.
Se Plutarco disse que os mistérios mitraicos começaram entre piratas da Cilícia é porque algum fundamento teve para o referir e não deixa de ser interessante a relação óbvia entre a contratualidade sagrada e as leis impiedosas da deusa mãe que vamos encontrar na Máfia do sul de Itália que assim podem ter começado na Calábria do século IV com a chegada dos piratas da Cilícia.
Sabemos que a mitologia grega situa uma outra Cilícia logo abaixo da mítica Tróia o que tanto pode ser a prova de que Tróia estava mal situada porque se referia ao império hitita separado da Cilícia precisamente pelos montes Taurus como pode referir-se à antiguidade das relações egeias com esta zona da Anatólia onde teriam chegado, a partir de Chipre, as influências da civilização minóica que os piratas da cilícia conservariam religiosamente. Assim, a suposta referência dos textos hititas a deuses arianos num tratado com o reino de Mitani apenas documenta a penetração da cultura minóica nesta região a partir do golfo da Cilícia. Zoroastro acabou praticamente com estes cultos. Mais tarde voltaram a ser reutilizado, por pressão popular seguramente, mas já inteiramente purificados pelo fogo do masdeísmo. Os piratas do golfo da Cilícia conseguiram conservar estes cultos pela sua própria natureza marginal e só os conseguiram introduzir no império romano a reboque dos cultos de mistérios que sendo secretos eram difíceis de identificar. A evidente natureza, bárbara e arcaica, da morte do Minotauro, referida desde o mito de Teseu, leva a marca da cultura minóica e aparece obviamente invertida no mito de Mitra que, sendo o Minotauro, passa a ocupar o papel de Teseu. Esta fragilidade original virá a ser decisiva no seu confronto com o cristianismo.
Figura 13: Mitra, o deus toureiro. Este deus de aspecto frígio parece ter sido identificado pelo autor desta estátua com Atis. De resto, muito do formalismo desta cena faz pensar no mito de Acteião, uma variante matriarcal deste mito de fertilidade e de morte e ressurreição solar. O interessante destes mitos é o facto de eles serem, de certo modo, a apologia apoteótica da revolução neolítica da agricultura em torno de mitos de fartura de caça dos tempos do Paleolítico.
Porém, no tempo da sua eclosão a reboque do impacto da descoberta de Hiparco este arcaísmo era o seu maior fascínio a par dos mistérios dionisíacos e dos cultos sírios de Atargatis e da anatólica Cibele, possivelmente variantes dos mesmos mitos minóicos arcaicos. Notar que os piratas eram marinheiros que se guiavam à noite pelas estrelas razão pela qual o impacto da descoberta de Hiparco deve ter sido cataclísmica ao ponto de ter revelado a grandeza de Mitra como responsável do movimento da abóbada celesta acima do movimento solar.
One of the most perplexing aspects of the Mithraic mysteries consists in the fact that Mithraic iconography always portrays Mithras and the sun god as separate beings, while-- in stark contradiction to this absolutely consistent iconographical distinction between Mithras and the sun-- in Mithraic inscriptions Mithras is often identified with the sun by being called "sol invictus," the "unconquered sun." It thus appears that the Mithraists somehow believed in the existence of two suns: one represented by the figure of the sun god, and the other by Mithras himself as the "unconquered sun." It is thus of great interest to note that the Mithraists were not alone in believing in the existence of two suns, for we find in Platonic circles the concept of the existence of two suns, one being the normal astronomical sun and the other a so-called "hypercosmic" sun located beyond the sphere of the fixed stars.[10]
Figura 14: Mitra como Sol Invito Deo, título que os romanos herdaram dos Sírios com Heliogabalo e que seria uma tradução literal duma invocação a Assur que, como sabemos, veio a ser, pelo menos na postura, Aura Mazda.
Estas características, em conjunto com o misticismo iniciático dos mistérios do culto de Mitra, contribuíram para o sucesso deste deus entre os carentes militares romanos e, posteriormente, entre a carenciada população, a todos os níveis, dos subúrbios das grandes cidades do império fazendo do mitraísmo a rival mais temível do cristianismo. Saber que o sucesso do cristianismo sobre esta religião já estava ditado pela sua própria supremacia doutrinária, demonstrada por Santo Agostinho, ou se esta iria vencer aquela apenas com a ajuda furtúita de Constantino Magno, eis algo difícil de esclarecer!
Mitra is a Vedic god who stood for the sun, and was, with his brother Varuna, the guardian of the cosmic order. He was the god of friendships and contracts, and watched over the daytime hours. He was good-natured and on far better terms with humanity than was his brother. He is seen as a mediator between the gods and man.
Se a tradição Védica atribui a Mitra um irmão gémeo belicoso é porque estamos mais uma vez em presença da mitologia recorrente dos gémeos de génios opostos. Neste caso, Mitra seria o equivalente piedoso e prestimoso de Hermes, também este deus lunar dos mistérios e dos cultos funerários enquanto juiz dos mortos e Psicopompo. Obviamente que o seu irmão seria Apolo e é então que as duas mitologias se tocam de novo.
"The basic doctrine of Mithraism, as far as can be told, is that Mithras was a god who was born from a rock and destined to secure the salvation of the world; to do this he was commanded by the god Apollo (through the intermediary agent of a raven) to slay the Bull from the region of the Moon, which was said to represent the fullness of life. Mithras was reluctant to do this but acquiesced in deference to the divine will; in the ensuing struggle between god and bull, other animals joined in - the dog, and scorpion and the snake. After Mithras was successful a quarrel broke out between Mithras and Apollo, but they were reconciled and celebrated a banquet." - Peter Clark, Zoroastrianism, An Introduction to an Ancient Faith, pp. 157-158
Os gregos contavam esta história como sendo a do roubo do gado de Apolo por Hermes.

Ver: HERMES, "O DEUS DA CLÉPTOMANIA". (***)

Na verdade, Mitra é etimologicamente aparentado com Hermes.
Mithras < Mai-Thar-Ash < *Kur-Ama-Kaku > Kermeshs
> Hermes, o «Caramêz»!
Mithras was associated with Verethraghna, the Persian god of victory. He would fight against the forces of evil, and destroy the wicked. It was believed that offering sacrifices to Mithras would provide strength and glory in life and in battle. In the Avesta, Yasht 10, it reads that Mithras "spies out his enemies; armed in his fullest panoply he swoops down upon them, scatters and slaughters them. He desolates and lays waste the homes of the wicked, he annihilates the tribes and the nations that are hostile to him. He assures victory unto them that fit instruction in the Good, that honour him and offer him the sacrificial libations." -- MITHRAISM, The Legacy of the Roman Empire's Final Pagan State Religion. © David Fingrut 1993.
Pois bem, este deus da vitória teme estranhas ressonâncias com o ibérico Trebaruna que assim se revela a deusa lusa da Vitória.
Trebaruna - O nome explica-o d´Arbois de Jubainville, eminente celtista do principio do século, por Trebo + runa, isto é, "segredo da casa" (???). Assim sendo, Trebaruna começo por ser uma divindade doméstica, passando depois para a sua função mais conhecida de Deusa Guerreira, da batalha e da morte em batalha, pois muitas inscrições referem-se a esta característica da nossa deusa. (ou seja da vitíria póstuma!)
                 Ver-| Ki(ta)na ó Atena | < Velcitna ó Cloa-Kina.
         Trebaruna < | Ter-Var ó War-Ter | -(+Ki)na < -Kina. |
Vitória < Vic-tauria < Kiki-Taur > Ish-Ter > Estar
Trebaruna seria assim uma deusa da vitória da mesa origem que Verethraghna, de quem poderia ter sido uma espécie de esposa.
Verethraghna < Wer Thera Gina lit. «Wer o touro de fogo ou, o touro que transporta o fogo do sol de Gina, a deusa mãe» < *Kur-kur Kaki-Ana, Lit. «o fogo do céu, o sol, entre a dupla montanha dos gémeos da aurora»!
< Vere-(thragh)-na > Wer-(thauracu)-ana ó (*Kaureco) Varuna.
Assim, Verethraghna seria a reminiscência da relação de Mitra com o seu irmão gémeo que os hindus conservaram como sendo Varuna.

Ver: VARUNA (***) & GEMEOS (***)

Na Pérsia o deus equivalente da função hermética de juiz dos mortos era Mitra ou Abatur?

ABATUR

Abattur, Mandaean judge of souls. His name derives from ‘bearer of the scales’. He determines who goes to heaven and who to hell. He has several parallels in mythology, mostly in the Near East. These included Belit-Seri of Babylonia, a scribe who kept records on the lives of people that were used as judgement evidence after death. The Akkadians had the Anunnaku, a group of judges in the death goddesses' underworld realm of the dead. They in turn were derived from the seven judges of the Sumerian death goddess Ereshkigal. In Egypt several gods and goddesses were involved in judging the souls of the dead on scales, including the god Anubis who holds the scales on which the deceased's heart is weight against a feather of the goddess Ma'at. Thus Abathur's was probably a local deity adopted by the Iranians after their arrival in the Near East. Abathur personifies the ‘third life’ amongst the peoples of southern Iraq and neighboring Iran.
Belit-Seri < *Wertu | Asheru ó Akeru, ou seja, redundância pictográfica que significava: “os dois Akeru”, os leões que guardavam os dois montes da deusa mãe da Aurora.
Abattur < Abathur < Apa-Kur, Abzu, o pai dos infernos.
O papel de juiz das almas dos mortos aparece na Pérsia com o nome do deus Abatur. Ora bem, a origem da estranha forma do nome primitivo de Osíris fica assim explicada!
            Abatur < Abathur < Awa Kur < Aka Kar > Apa Kal => Apolo.
Ausar < Aushar < Auakar < Awa Kar < Aka Kar
Mesmo assim, é possível encontrar na mitologia egipcio uma possível equivalência à função semântica do nome de Apolo sob a forma de um epíteto de Horus, Heru-ra-há. Na verdade,
Heru-ra-há < Her Ura Ahá < Aka Her Ru < Apha Kar lu => Apolo.
Heru-ra-há :A composite deity in Crowley's quasi-Egyptian mythology; composed of Ra-Hoor-Khuit and Hoor-par-kraat. The name, translated into Egyptian, means something approximating "Horus and Ra be Praised!" Of course, this could simply be another corruption due to the inferior Victorian understanding of the Egyptian language, and it is possible Crowley had something entirely different in mind for the translation of the name.
O interessante seria conseguir descobrir quais terão sido as motivações doutrinárias que fizeram com que as descobertas astrológicas dos ciclos equinociais do deus Sol primordial, eventualmente o próprio deus supremo na pessoa de Enki/Enlil, tenham servido de pretexto para os mistérios órficos e agrários da morte e ressurreição sagrada dum lendário rei-pastor que o sacrifício da deusa mãe lunar transformou em demiurgo e semi-deus.
Otras de las muchas manifestaciones regionales más importantes son: el Osiris Naref de Heracleópolis Magna, Osiris Merty en Farbaitos y Osiris Unnefer, aspecto este último que enfatiza su resurrección después de haber sido asesinado. Él fue el soberano de los difuntos y como tal adquirió un papel mucho más nacional. [11]
Este tem sido seguramente o caso de todos os mistérios agrários desde o culto de Osíris até à metáfora cristã do “cordeiro pascal” que encobre mal o arcaísmo do «mistério» da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
The reformation of Zarathustra retained the hundreds of Persian deities, assembling them into a complex hierarchical system of 'Immortals' and 'Adored Ones' under the rule of either Ahura- Mazda or Ahriman. Within this vast pantheon, Mithras gained the title of “Judger of Souls”. He became the divine representative of Ahura-Mazda on earth, and was directed to protect the righteous from the demonic forces of Ahriman.
Mithras was called omniscient, undeceivable, infallible, eternally watchful, and never-resting. In the Avesta, the holy book of the religion of Zarathustra, Ahura-Mazda was said to have created Mithras in order to guarantee the authority of contracts and the keeping of promises. The name Mithras was, in fact, the Persian word for 'contract'. The divine duty of Mithras was to ensure general prosperity through good contractual relations between men. It was believed that misfortune would befall the entire land if a contract was ever broken. Ahura-Mazda was said to have created Mithras to be as great and worthy as himself. He would fight the spirits of evil to protect the creations of Ahura-Mazda and cause even Ahriman to tremble. Mithras was seen as the protector of just souls from demons seeking to drag them down to Hell, and the guide of these souls to Paradise.
As Lord of the Sky, he took the role of psychopomp, conducting the souls of the righteous dead to paradise.
Mitra, do mesmo modo que S. Miguel Arcanjo, conservou a relação de Enki com as funções militares do rei dos infernos do Kur e da guerra que Hermes havia perdido para Ares, seguramente um seu antigo heterónimo!

Ver: JANO (***)

Zurvanismo é um ramo extinto do zoroastrismo que teve a divindade Zurvan como seu princípio (divindade criadora). O Zurvanismo também é conhecido como zoroastrismo zurvanita. Zurvan é o nome de uma divindade persa (deus) e também de vários outros sistemas religiosos.
No Zurvanismo, Zurvan é o deus do tempo (e espaço) infinito e é também conhecido como a divindade (o "um", o "único") da matéria. Zurvan é o pai dos dois opostos que representam o bom deus Ahura Mazda e o mal Angra Mainyu. Zurvan é considerado como um deus neutro, sem sexo e paixão, é aquele para quem não há distinção entre bom ou o mau. Zurvan é também o deus do destino, a luz e a escuridão, uma versão normalizada da palavra, que em persa médio aparece à vezes como Zurvan, Zruvān ou Zarvān. O nome deriva do persa médio avéstico zruvan-, "tempo" ou "velhice".
Angal (Ishtaran): Patron god of Der, a city East of the Tigris.
                                              > Ishkuran > Ishtaran.
Crono < Kauran < Kuruan < Kurwan > Ashur-Kan
    Zarvān < Zruvān "tempo" < Zurvan < Ashur-Kan < Ku-Kur-kan.
                                                                                      > Ahura Mazda.
Sabemos que Crono ficou sendo o deus da cronometria e portanto nunca espantaria que Zurvan fosse o deus do tempo...e do infinito espaço apostando que os zurvanistas já intuíam alguma coisa da metafísica moderna.
"Classical Zurvanism" is the term coined by Zaehner (1955, intro) to denote the movement to explain the inconsistency of Zoroaster's description of the 'twin spirits' as they appear in Yasna 30.3-5 of the Avesta. According to Zaehner, this "Zurvanism proper" was "genuinely Iranian and Zoroastrian in that it sought to clarify the enigma of the twin spirits that Zoroaster left unsolved." (Zaehner, 1961)
As the priesthood sought to explain it, if the Malevolent Spirit (lit: Angra Mainyu) and the Benevolent Spirit (Spenta Mainyu, identified with Ahura Mazda) were twins, then they must have had a "father", who must have existed before them. The priesthood settled on Zurvan - the hypostasis of (Infinite) Time - as being "the only possible 'Absolute' from whom the twins could proceed" and which was the source of good in the one and the source of evil in the other (Zaehner, 1961).
No entanto suspeitamos que a mitologia masdeísta foi recriada progressivamente pelo clero na medida em que o dualismo puro e duro de Zoroástro já era uma porta aberta ao politeísmo tal como a trindade cristã foi a porta de entrada para os anjos (herdados pelos judeus dos persas) e santos.
Figura 15: O disco solar em diversas culturas orientais começando na egípcia e finalizado na maia. De seguida representa-se o aguerrido Assur.
Na verdade, como já verificamos Aura Mazda era apenas uma reconversão do deus assírio Assur que, em boa verdade, era a sublimação humanizada do conceito do “disco solar alado”.
A importância deste conceito teológico era tão grande que dela dependia a coerência do universo por ser a única teoria teológica aceitável para o movimento solar. Este conceito acabou como sendo tão importante que veio a ser o da cobra emplumada dos ameríndios iniciada com o nome de Kukulkan.
Em conclusão, na medida em que a tradição cristã tinha herdado do judaísmo o desprezo oficial pela astrologia como fonte de magia negra e idolatria a oposição do cristianismo ao mitreísmo, que era essencialmente uma teologia cósmica e astrológica, teria que ser feroz de tal modo que só uma das duas poderia sobreviver. O cristianismo trinitário como era já uma forma de compromisso entre o politeísmo mágico arcaico e o puritanismo judaico atenista poderia ter acabado por encontrar um compromisso com o mitreísmo não fora o feliz acaso de Constantino Magno ter acabado por aceitar a superioridade moral dos cristãos que docemente lhe tinha sido imposta por sua mãe a piedosa Santa Helena.


[1] The scene shows Mithras facing away from the Bull with one foot on the back of the bull, one hand holding the bull's head and other hand stabbing the bull in the neck where blood pours forth. Around him there is a dog, a raven, a scorpion, a snake, a lion and a cup and an ear of wheat is growing from the tip of the bulls tail. The cloak of Mithras is the night sky with stars and the signs of the zodiac surround the whole scene. The symbols of the seven planets are present. The two torch bearers of Mithras stand at either side of the bull slaying scene. The central mystery represents the constellation Persus (Mithras), Taurus (Bull), Canis Minor (dog), Hydra (snake), Corvus (raven), Scorpio (scorpio). The wheat is the star Spica (the brightest star in Virgo). The blood is the Milky Way. The two torchbearers Cautes and Cautopates symbolise the equnioxes; Cautes torch is pointing upward - the spring equniox, while Cautopates torch is pointing down -autumn equniox. -- Mithras and Mithraism, By Payam Nabaraz.
[2] Mithras and Mithraism, By Payam Nabaraz.
[3] "Mithras: Mysteries and initiation rediscovered" by D. Jason Cooper
[4] Idem.
[5] From "Mithras: Mysteries and initiation rediscovered" by D. Jason Cooper.
[6] Charlton T. Lewis, Charles Short, A Latin Dictionary.
[7] Mithras and Mithraism, By Payam Nabaraz.
[8] MITHRAISM, The Cosmic Mysteries of Mithras, by David Ulansey.
[9] MITHRAISM, The Cosmic Mysteries of Mithras, by David Ulansey.
[10] MITHRAS AND THE HYPERCOSMIC SUN, David Ulansey…,
[11] «El Cielo en la Tierra» ¿Quién es Osiris?´por Elisa Castel Ronda E-mail: ecastel@arrakis.es