segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ETIMOLOGIA DO NOME DE ARTEMISA, por Artur Felisberto.

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Figura 1: PLANCHE XCII. (...) Nous venons de parler d'Iphigénie ; on se rappelle aussitôt le sacrifice de la fille d'Agamemnon, qui, au moment d'être immolée pour le salut de l'armée grecque, fut enlevée par Diane et transportée dans la Tauride, la déesse lui ayant substitué une biche. De son côté, M. Panofka fait remarquer qu'ici Artémis remplit elle-même l'office de prêtresse; c'est la déesse qui va sacrifier le cerf. Près d'Orestasion en Arcadie, on honorait Artémis sous le surnom d"Upeia, la prétresse. (...) Le sacrifice de la biche remplaçant la vierge, est donc un sacrifice expiatoire, et les dieux qui assistent à cette scène sont des divinités qui détournent les maux, en acceptant l'expiation (...). -- Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 2), Charles Lenormant & Jean de Witte.

Filha de Zeus e de Latona (ou Leto), uma Titânide, e irmã gémea de Apolo, Artemisa (ou Artémis) nasceu em Delos. Era uma divindade antiga, uma das doze maiores, com um grande e marcado culto popular. Conhecida pela prática de sacrifícios humanos, chegou mesmo a ser considerada uma divindade agreste, da vida selvagem e da floresta. No entanto, era, simultaneamente, a deusa dos caçadores e dos arqueiros e a protetora da castidade mas também da fecundidade, das crianças e dos seres sem defesa.

Apreciava vaguear pelos montes e vales, seguida por um grupo de ninfas, castigando exemplarmente quem as incomodasse. Ciosa dos seus domínios, bem como da sua virgindade - condição que exigia também às suas sacerdotisas e a todos os seus admiradores -, não permitia que alguém neles entrasse ou então tocasse nos seus animais. Por exemplo, Agamémnon, rei de Micenas, que chefiava a expedição grega a Troia, por ter matado um dos veados sagrados de Artemisa, foi pela deusa obrigado, com a sua frota, a ficar detido em Áulis, tais eram os ventos que contra ele a eterna caçadora levantou. Só quando Agamémnon prometeu sacrificar sua filha, Ifigénia, a ira da deusa se desanuviou, embora não se saiba se Ifigénia terá sido mesmo morta.

= *Kur-Kima-Ki-Ki.

Kur = (Srª da) montanha [que segura (ao colo) o “deus menino”, o céu].

Kima = Mãe Terra.

Ki-Ki = (Srª da) dupla terra = terra (filha) da terra = filha/o da terra.

Artemis, hê, gen. idos, also itos, dat. iti. Dor. Artamis, itos (or idos). ·  Artemis, Deriv. uncertain, but more prob. connected with artamos than with artemês.

1. artamos, ho, butcher, cook, metaph., murderer.

2. artem-ês, es, safe and sound.-- Ep. word; etym. of Artemis, Plat. Crat. 406b. -- Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek

A verdade porém é que o nome grego de Artemisa tanto teve a forma mais conhecida Artemis como a variante dórica Artamis sem que á partida seja fácil ter preferências etimológicas entre artâmos e artemês. Em qualquer caso, aquilo que se supõe ter sido um falar dórico seria possivelmente um falar continental mais arcaico e seguramente ainda relacionado com os velhos falares cretenses ou micénicos pelo que só não aceitamos a preferência pelo Greg. artamos por não fazer sentido que o nome duma deusa derive dum conceito tão laico, quanto vil e prosaico, como “carniceiro, cozinheiro e assassino”! No entanto terão sido estes os conceitos que derivaram das relações de Artemisa com a caça e das funções de cozinheira divina da deusa mãe *Kimê…e quase seguramente pela relação de Artemisa com os sacrifícios humanos.

De resto, artemês ganhou o significado de “são e salvo” por Artemisa porque, enquanto Deusa Mãe de Éfeso, teria herdado a farmacopeia e funções medicinais de *Kima! No entanto, Artemês seria literalmente as “leis de *Kartu” roubadas por Istar a seu pai Enki-Kur.

Nos Graffitis arcaicos de Thera encontramos os nomes dos seguintes deuses: Zeus, Apolôn, Boreaios, Diozkoroi, Khiron, Lokaia, Damia, Athanais, Hermas, Artamitos  e…Kores ou Korhs. O genitivo grego de Artemisa não seria mais do que a forma arcaica do nominativo Artamitos. Em Sardis seria Artimuk.

Artemidos < Artamaudus < Harthiamathus

< *Kaur-Ki-Ama-At < *Kur-ki-Ama-Kiki

> Kaur-thi-Ama-ish > Hartiamaish

> Dor. ARTAMIS & APELLÔN (on Berlin F 2634).

Na escrita micénica em linear-b encontramos A-TI-MI-TE (<= A®-TI-MI-TE?) o que significaria que anteriormente aos dórios seria a forma Artemitos.

The origin of the name, Artemis (Greek Ártemis, genitive Ártemidos), like that of Apollo (until now) is doubtful. Since we do not know from what language or dialect of Greek it comes (though, with the terminal element -id- (Brugmann 1972, II, pp. 407-10), it is almost certainly Greek), speculations on the meaning of her name can hardly be conclusive but, a possible derivation might be from IE *ar-, "white" (cf. IE 3. ar-, "nut"(1)) + tem-, "cut", in the sense of "(female) family member (-id-) of the white knife (cutter)", a possible description of the lunar crescent.[1]

Esta etimologia, por se fundamentar na suposta língua proto-indo-europeia, acaba por se parecer mais com mais fantasia mítica moderna do que verdadeira ciência etimológica, acaba, no entanto, por ter a intuição de decompor este nome nos seus três elementos semânticos fundamentais!

*Ar- (= "white") < a luz da Lua, Urki > Kur > *Kar, o sol da branca luz do claro dia!

*Tem- (= "cut") < Them(is) < Dama < *Kima, a temível Tiamat das noites das «facas longas» da gigantomaquia por causa das suas misteriosas culinárias e feitiçarias antropofágicas de Deusa Mãe primordial!

-Id- < itos > ite, como em (Afrod)ite? é de facto um sufixo relacionado com a feminilidade e então, relacionado também com o anatólico -at, o canaanita -e/oth, o egípsio -et/tite < o caldeu -ish < e o presumério Kiki.

Então, o nome de Artemisa teria sido na origem *Kur-Kima-Kiki > Kur-Tiam-at, lit. a Sr.ª Tiamat dos infernos do Kur! Então talvez já comesse a fazer sentido a relação deste nome com uma deusa de sacrifícios humanos e com as gorgónias como noutros contextos se parece inferir.

 

Ver: ACTEION (***)

 

HINDUS

Entre os Hindus existem indícios linguísticos de antecedentes com Artemisa em Lakshmi.

 

Ver KALI (***)

 

Lakshmi : Goddess of Wealth and Vishnu's consort.

Lakshmi < Raki Ishma < Kar ishma (> «carisma»)

> Har-kiki-ma > Arkimaki > Artemisa.

 

Ver: KALI (***)

 



[1] Patrick C. Ryan * 9115 West 34th Street - Little Rock, AR 72204-4441 * (501)227-9947, PROTO-LANGUAGE @ email.msn.com

HESPÉRIDES, o séquito de Hera no jardim das suas delícias, por Artur Felisberto.

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Figura 1: Argonautas no jardim das Hesperides. (Klytios, Hygieia, Chrysothemis, Asterope, Lipara, Herakles, Iolaos.) Adapatação de "Vase Catalog Number: London E 224". Como se vê à cobra do paraíso do Génesis enrolada na árvore da vida, do bem e do mal, nada teve de original!
Hera recebera de Gaia lindas maçãs (pomos) de ouro como presente de seu casamento com Zeus e mandou plantá-las em seu longínquo jardim, no extremo Ocidente. Ela deu às Hespérides, ninfas do entardecer e filhas de Atlas, a função de proteger este jardim. Quando as ninfas começaram a usar os frutos de ouro para próprio benefício, Hera teve de procurar um guardião mais confiável. Assim Ladon, o dragão com um corpo de serpente e cem cabeças, passou a proteger o jardim.
After traversing many countries Heracles came to Atlas' abode, which was not, some say, in northwestern Africa, but in the land of the Hyperboreans in the far north. In any case Heracles 1, following the instructions he received from Prometheus 1, asked Atlas to fetch the Golden Apples instead of fetching them himself. And that is why for a short time the pillars of heaven and earth were supported by Heracles 1, who relieved Atlas while he went to fetch the Golden Apples.
De acordo com a tradição da mitologia grega, os Hiperbóreos eram um povo mítico vivendo no extremo norte da Grécia, próximo aos Montes Urálicos. Sua terra, chamada de Hiperbória (do grego hiper, "super" ou "além"; bóreia, "norte"; traduzido como "além do bóreas" [bóreas, o vento norte]), era perfeita, com o sol resplandecente 24 horas por dia. Os gregos pensavam que Bóreas, o deus do vento norte, vivia na Trácia. A Hiperbórea, portanto, era uma nação desconhecida, localizada na parte norte da Europa e da Ásia. Exclusivamente entre os Olímpios, apenas Apolo era venerado pelos hiperbóreos: o deus passava os invernos junto a esse povo. Esses últimos enviavam presentes misteriosos, embalados em palha, que primeiro chegavam a Dodona e depois eram passados de povo em povo até chegar ao templo de Apolo em Delos (cf. Pausânias). Teseu e Perseu também visitaram os hiperbóreos.
Ora, esta correlação solar está presente no nome do Hiperbórios que podem estar relacionados com os povos mais boreais da mitologia, os Simérios < Kimaurian, os adoradores de Hermes, o deus do por do sol, adaptado a terras onde o sol se chega a pôr por vários meses!
«Hiperbóreo» (= relativo ao Norte e a lugares muito frios) < Lat. hyperboreu < Gr. hyperbóreos (= além do Bóreas) < Kipher-Boreas, lit. o (barco de) transporte de Bóreas, o Vento Norte!
 
Ver: VENTOS (***)
 
Mas, esta correlação dos Hiperbórios com os nórdicos pode ser tão aleatória como a fraca memória dos mitólogos que podem muito bem não se ter apercebido que os adoradores de Hermes correspondiam afinal aos povos das costas ocidentais da civilização megalítica. Os Hiperbórios seriam apenas uma manifestação de cultos aos deuses da aurora deslocados para ocidente na lógica elementar de que o sol da aurora era o mesmo do poente! Assim, o nome dos Hiperbórios / Hesperianos acabaria por vir a confundir-se no mito das Hesperides e tudo precisamente cá para as bandas do estreito onde Hércules ia deixando a coluna vertebral.
As Hespérides, na mitologia grega, são primitivas deusas primaveris que representavam o espírito fertilizador da Natureza, donas do jardim das Hespérides, situado no extremo ocidental do mundo. 
A rigor, o termo Hespérides designa dois grupos distintos de divindades, que com frequência são confundidos. O primeiro, e mais antigo, é o das três deusas Hespérides, que personificam a luz da tarde e o ciclo do entardecer. Segundo Hesíodo, são filhas de Nix (a noite) e Érebo (a escuridão) [1]. Há, no entanto, outras versões para a sua ascendência. Uma delas as dá como filhas de Éter (luz celeste) e Hemera (luz do dia). 
O outro grupo é o das sete ninfas Hespérides, ou ninfas do poente, cuja origem é também controversa. Segundo a versão mais corrente, são filhas do titã Atlas com a deusa Héspera. Também são descritas como filhas de Zeus e Têmis ou de Fórcis e Ceto.
As deusas Hespérides passeiam pelos céus, encarregando-se de iluminar todo o mundo com a luz da tarde. Desta forma, fazem parte do ciclo do dia: Hemera traz o dia, as Hespérides trazem o entardecer e Nix fecha o ciclo com a noite. 
As três deusas Hespérides são: 
    * Egle - "a Radiante" - deusa da luz avermelhada da tarde 
    * Erítia - "a Esplendorosa" - deusa do esplendor da tarde  
    * Hespéra - "a Crepuscular" - deusa do crepúsculo vespertino. 
As Hespérides possuem atributos semelhantes aos das Horas (que presidem as estações do ano) e também das Cárites (ou Graças). Junto de Hemera (o Dia), compunham o séquito de Hélios (o Sol), de Eos (a Aurora) e de Selene (a Lua), iluminavam o palco e maestrinavam a dança das Horas, de quem se tornaram companheiras.
And Atlas through hard constraint upholds the wide heaven with unwearying head and arms, standing at the borders of the earth before the clear-voiced Hesperides." -- [Hesiod, Theogony 319]
De notar que a «esperteza saloia» com que, em sua vez, Hércules deixou Atlas petrificado a segurar o mundo mediterrânico, só poderia lembrar a Hermes *Aquino.
A Hisutro (ó Xisutros = Noé - Bistrio- o -Victores-) Saturno le mandó, al anunciarle la grande inundación futura, que ocultase todas las escrituras en Heliópolis de los Hisparos. (Heliópolis=Ciudad del Sol) - Abideno sobre Hisparis.
Eis a razão pela qual as Hesperides terão acabado por se confundir com o nome da Ibéria ficando a meio caminho do nome de Espanha (< Ish Ki ur an < An Phiash, o deus das águas quentes do poente!), já numa fase de elaboração cultural posterior, na forma de *Hisparia.
Hespér-ides, lit. deusas dos Hesperos, lit. “esferas (de ouro) ou «peros» de Isa (< Ish < Kika < Ki) ó Hi-Wer-iha > Ibéria.
                  *Hisparia + Ana > Hisparania > Hisp®ania > «Espanha».
At center stands the apple tree with its golden fruit, entwined by a scaly serpent. (...) Chrysothemis and Asterope stand to the left of the tree. Chrysothemis advances from the left to pluck an apple. (...) Next to the left, Hygeia sits on a hillock, looking back towards Chrysothemis; she lifts the edge of her drapery from her shoulder, and holds a long scepter. To her left, Klytios stands facing right, one leg raised and bending forward, nude except for a mantle over his legs. (...) To the right of the apple tree, Lipara moves towards the tree. (...) Herakles is seated to her right on a lion skin, looking at Lipara; (...) Behind him, Iolaos, holding two spears, moves away from Herakles. -- Perseus Project.
The name in question is also an exact translation of that of Mt. Atlas, which is formed of the Greek prefix a meaning "not" and the radix tla, meaning "to bear out", "to withstand". In other words, the name of Mt. Atlas indeed means "the one who did not withstand" or, what is the same thing, "the mountain that fell away" (collapsed), just as did the one of the Navajos. [1]
Será mesmo assim tão exata quanto isso esta dedução?
Atlêtos, < Dor. atlatos, on, not to be borne, insufferable, < tlê-tos, ê, on, < Dor. tlatos, a, on: I. Act., patient, steadfast in suffering or labour.
Tlaô = [I] to take upon oneself, to bear, suffer, undergo [2] absol. to hold out, endure, be patient, submit => tlêmôn, Dor. tlamôn, onos, ho, hê: voc. tlêmon (*tlaô): = patient, steadfast, stout-hearted. <= telamôn, ônos, ho, broad strap or band for bearing or supporting anything (from tela- 'bear' v. *tlaô, telassai).
Se tlaô significaria «suportar» e a sua negativa a-tlaô seria «não suportar = deitar ao chão» então, o nome do monte Atlas significaria o mesmo que «um monte que colapsou»! No entanto tal sentido vai contra a própria tradição que afirma que o Atlas era um dos pilares acidentais do mundo:
Mount Atlas in West Africa, regarded as the pillar of heaven, Hdt. 4.184, Str.17.3.2, etc.: pl, D.P.66.
Poderíamos então supor que este nome só lhe foi dado depois de Hércules ter passado por esta região ocidental da África do norte conseguindo que Atlas «arriasse a giga» (terra) durante algum tempo enquanto ia à procura das maças douradas das Hespérides!
For, they say, when Heracles went in search of the Golden Apples of the Hesperides, which some think were in the north and not in the west, Prometheus (Atlas' brother) advised him no to fetch the apples himself, but to send Atlas instead. So Heracles , following Prometheus instructions, offered to hold the sky while Atlas fetched the golden apples. But on his return Atlas, who apparently felt released, said that he would deliver the apples himself to Eurystheus, the man who had asked for them. But Heracles 1 asked Atlas to hold the sky for a moment while he placed a pad on his head, and when Atlas held the sky again Heracles  picked up the apples and left. And that is why Atlas still holds the sky.
Na verdade se assim fosse teríamos que supor que por detrás do mito existiria a vaga recordação de um grande cataclismo que teria acontecido por essas bandas o que teria que ser investigado pela arqueologia! Se existissem indícios de estes montes terem tido outrora uma intensa actividade vulcânica seguramente que estaríamos na pista desta tese!
In turn, the Greek name of Atlas derives directly from the Sanskrit Atala or Atalas, the name of a Hindu sunken Paradise which has exactly the same signification, and which was the actual archetype of Atlantis.
No entanto o mais provável é que o nome deste deus ande relacionado com a forma arcaica tela- do verbo tlaô e então teríamos:
Atlas < Hind. Atalas < Ataras < Antaur-ish
= An-Kur-ish, lit. “o filho do monte (que chega ao) céu”!
A tese do “monte decapitado” poderia ser válida para outras etimologias relacionadas com montanhas onde existe ou há indícios de antiga actividade vulcânica mas parece forçada neste caso particular do Atlas tanto mais que o Hind. Atalas enquanto nome do paraíso não está muito de acordo com montes que não cheguem ao céu!
 
Ver: ALVOR - (***) ATLAS (***)
 
Plato speaks of Gadeiros, the twin brother of Atlas. Gadeiros ruled over one of the ten Atlantean realms and apparently revolted against his elder brother in the famous war of Atlantis. Gadeiros is no other than Hercules, and both these names mean "cow-herder". The allusion is to the tenth labor of Hercules, where the Hero leads the cattle of Geryon from the sunken island of Erytheia. Erytheia means "the Land of Sunrise".
Erytheia < Hauri-Teia < Kuri-Gaia
ó Kaki-Okia > Atiophia > Etiópia.
Nakula (< En-Kur ó Apkallu > Apolo /=> Pólux)
Sahadeva < Kaka(r) dewa < Sakar => Castor.
From there the Greeks originally came, led by Hercules, into their new Promised Land, that of Greece. The "cattle" driven by Hercules is indeed the Greek people. And the Greek hero is no other than one of the Hindu twins,
These twin gods were also the true archetypes of "twins" such as Hercules and Atlas, Castor and Pollux, the Ashvins, and many others, everywhere.
 
Ver: GEMEOS (***)
 


[1] Copyright © 1997 Arysio Nunes dos Santos. Webmaster Bernardo de Pádua dos Santos. Fair quotation and teaching usage is allowed, as long as full credit is given to this source, and its home address is given in full.

domingo, 22 de setembro de 2013

TRÓIA I (AS TRÓIAS DOS EXAGEROS E DO CEPTICISMO), por arturjotaef

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Exeg-eirô, awaken, ·  Pass., to be awaked  2. raise from the dead.

More recently, Meyer (1975) has gone well beyond Carpenter in dissociating a historical Troy from the mound at Hisarlik. In Meyer's view, no historical city of Troy existed anywhere. First of all, there never was a city called Troy: the Homeric Troie is an adjectival formation derived from the name of a people, the Troes. The conjunction of Troie and Ilion to refer to one and the same place, a city, is a late development.

Ilion or Ilium is an alternative name (in Greek and Latin, respectively) for the legendary city of Troy.

Both the Troes and the settlement of Ilion are to be located in Greece, not in northwestern Asia Minor. The names were transferred to Hisarlik in the process of the Aeolic occupation of Asia Minor in the 8th century B.C. The original homeland of the Troes, the antagonists of the Achaeans who themselves can only be located in Achaia-Phthiotis near Mt. Othrys, is in fact the upper Spercheios River valley, the southern border between central Greece and Thessaly. [1]

Trois, povo de Troas.

Troy, at the time of the Trojan War, near 1,200 BC, occupied the length of Yugoslavia’s Adriatic coast and off-shore islands, between Sibenik Bay in the north and Boka Kotorska in the south, and extended inland, along the valley of the Neretva river, perhaps as far as Sarajevo (what today are roughly - if you will - the republics of Croatia and Bosnia-Herzegovina). (…) Troy - understood in a political sense as a federation of tribes - evolved, it would seem, during the Bronze Age from periodic foreign influxes into the region which gradually mingled with autochthonous cultures. So it was that the Troes - a collective term for a number of tribes - coexisted with a number of other tribes - apparently, of local stock-which, by the Fall of Troy and beginning of the Iron Age, became collectively known as Illyrians. How the intricate relationship between Troes and Illyroi came about is difficult to explain, yet, that these two ethnic groups were intimately associated may be seen in the name of Dardanus, founder not only of the royal house of Troy, but also the eponymous ancestor of the Dardani, an Illyrian folk, and in that of Kadmos, who was not only father of the Kadmeioi, a Trojan folk occupying the environs of Thebe, but also the father of Illyrus, eponymous ancestor of the Illyrians. - BY ROBERTO SALINAS PRICE.

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O /w são / existiu em grego Micenico, como atestado em B Linear e inscrições gregas arcaicas que usam digamma. Também é confirmado pelo nome Hittite de Troy, Wilusa, correspondendo ao nome grego *Wilios. O som estava perdido há muito tempos em vários dialectos, principalmente antes do período clássico.[2]

Hit. Wilusa < Wilusha < Ki-lu-ish > *Wilios > Ilios > Ilíada.

 

No entanto, este belo exemplo de um parecer empatado por conseguir dar uma pancada certeira no cravo da razão para logo de seguida errar a pontaria dando outra na ferradura do asno! Que provas substanciais conseguem estes autores apresentar, sejam elas directamente fundamentadas em fontes límpidas e clara, sejam elas inferidas por provas circunstâncias incontornáveis, para colocar a “Guerra de Tróia” e os Troes na Acaia, perto do monte Ótris? Ora, num assunto deste melindre e com tanto impacto no imaginário da cultura dominante teria que ser necessária maior comprovação para implodir o mito da “guerra de Troia” recolocando o seu epicentro no coração da velha Grécia. Afinal, até nem seriam impossíveis a existência próxima de várias Troias, em face da falta de imaginação das toponímias arcaicas dependentes de conceitos elementares tão comuns como seriam o nome de certos deuses universalmente aceites, sobretudo quando relacionados com actividades tão unificadoras de povos e culturas como eram os deuses dos marinheiros! No entanto, parece inegável que não faria grande sentido optar por uma homónima continental quando todo as lendas homéricas se desenvolvem em torno de façanhas ultramarinas, sobretudo no caso da Odisseia.

O poema chamado Cypria disse que tinha sido dado por Homero ao seu genro de Chipre Stasinus como herança. A conexão com Chipre aparece realçada na predominancia concedido o poema a Afrodite.[3]

O Kypria (grego Κuπρια; o latim: Cypria) é uma epopéia perdida de literatura grega antiga. Era uma do ciclo da “Guerra de Tróia”, quer dizer, que contava a história inteira da Guerra de Tróia em verso épico. A história do Kypria vem cronologicamente no começo do Ciclo Épico, e é, por isso, seguida pela Ilíada. O poema incluiu onze livros de verso em hexâmeteros de dactílicos.[4]

A este respeito Kypria, a epopeia perdida, não deixa dúvidas sobre a natureza marítima deste mito pois quase seguramente que este termo deriva de *Kiphur(an)ia lit. “Chipre, a terra do deus Kiphur” > *Kaupheria lit. “as barcas de transporte solar”, conceito que servia de metáfora para o transporte marítimo de gado e secundariamente para toda a actividade marítima > Kypria, lit. “a expedição marítima” à terra do cobre!

In any consideration of the historicity of the Trojan War, the fundamental questions to be addressed are:

(1) Where did it take place? Necessarily at Hissarlik or possibly elsewhere?

(2) When did it take place? Is there a time within the range of dates established by later Greek tradition for the war (1334-1184 B.C.) when the Mycenaeans could have undertaken the sort of joint military venture described by Homer, of which the Catalogue of Ships in Book 2 of the Iliad may be a genuine Bronze Age roster?

(3) If a destruction level caused by human agency at a likely site at a date within the timespan assigned by Greek tradition to the Trojan War can be identified, was the destruction in question the product of Mycenaean attackers?

In terms of all three of these basic considerations, the now standard candidates for Priam's Troy, Hissarlik VI or Hissarlik VIIa, are vulnerable. Yet it cannot be proven that Mycenaean Greeks did not participate in the sack of Hissarlik VI or VIIa sometime between 1325 and 1200 B.C. Consequently, belief or disbelief in the historicity of the Trojan War becomes in the end an act of faith, whichever position one adopts. -- [5]

Suspeita-se então que a descrição homérica da “Guerra de Tróia” seja, no mínimo, uma visão deformada pelos longos quinhentos anos de transmição oral, de dramáticos acontecimentos que foram de facto uma “Grande Guerra” intercontinental em que os vencidos gozavam à partida dos favores da maioria dos deuses!

One wonders, too, where the famous chariots of the Hittites were while all Anatolia fought at Troy. It is known that at Kadesh (in 1299 BC) the Hittites had as allies the Dardanians and the Ilians, that is to say the people of Trov. Perhaps the Hittites were having to face up to a more serious threat in the south-east.

It is important here to note that populations remote from each other and speaking different languages, such as the Mysians (Pergamum region), the Dardanians (Çanakkale), and the Cilicians (south-east of Anatolia, facing Cyprus), took part in the combat alongside the Hittites - a clear sign of Anatolian unity. The Trojan war, which occurred later but which dates from the same century, seems to present certain similarities with the battle of Kadesh.

Ora bem, porque é que não se há-de questionar também porque razão teriam os gregos clássicos ignorado a existência formal do império hitita durante a época temporal que envolveu a “guerra de Troia”! Seria compreensível que um evento que teve uma tal magnitude como a que veio a servir de mito fundador a toda uma cultura, como a que viria a ser o helenismo, tivesse passado ao lado dos interesses geoestratégicos do foi um dos mais poderosos impérios do mundo mais próximo da cultura grega arcaica? É obvio que o império hitita estava lá em peso com o mesmo formato que teria tido em Kadesh só que, a toponímia de então não seria tão categórica como a da geografia moderna até porque se estava num período de indefinições, do género das que acompanham todos o períodos formativos, como é “a guerra de Tróia” que veio começar o classicismo! De igual modo, os gregos clássicos já tinham esquecido as glórias do império minóico (de que a “Atlântica de Platão” seria uma alusão nebulosa, subconsciente e solitária) mas, nunca esqueceram que Creta sempre pertencera ao mundo da cultura grega!

This account of the Rhegians and the Tarentines is a digression from the story which I was relating. To return - the Praesians say that men of various nations now flocked to Crete, which was stript of its inhabitants; but none came in such numbers as the Grecians. Three generations after the death of Minos the Trojan war took place; and the Cretans were not the least distinguished among the helpers of Menelaus. But on this account, when they came back from Troy, famine and pestilence fell upon them, and destroyed both the men and the cattle. Crete was a second time stript of its inhabitants, a remnant only being left; who form, together with fresh settlers, the third "Cretan" people by whom the island has been inhabited. These were the events of which the Pythoness now reminded the men of Crete; and thereby she prevented them from giving the Greeks aid, though they wished to have gone to their assistance. -- THE HISTORY OF HERODOTUS, 7

Como poderiam então os gregos clássicos ter ignorado de forma tão ostensiva o outrora poderoso império hitita? Que sabia Heródoto de verdadeiro sobre a guerra de Troia?

The islanders, too, were great pirates. These islanders were Carians and Phoenicians, by whom most of the islands were colonized, as was proved by the following fact. During the purification of Delos by Athens in this war all the graves in the island were taken up, and it was found that above half their inmates were Carians: they were identified by the fashion of the arms buried with them, and by the method of interment, which was the same as the Carians still follow. But as soon as Minos had formed his navy, communication by sea became easier, as he colonized most of the islands, and thus expelled the malefactors. The coast population now began to apply themselves more closely to the acquisition of wealth, and their life became more settled; some even began to build themselves walls on the strength of their newly acquired riches. For the love of gain would reconcile the weaker to the dominion of the stronger, and the possession of capital enabled the more powerful to reduce the smaller towns to subjection. And it was at a somewhat later stage of this development that they went on the expedition against Troy.

Na verdade a história antiga só começa a ser verosímil a partir de Heródoto e este só começou a relatar factos consistentes a partir das “guerras persas”. A boa estrela do classicismo começa com a vitória de Salamina e com o triunfo dos helenos sobre a o império persa, numa espécie de repetição tardia da “guerra de Troia”.

Pois bem, uma das razões pelas quais o império hitita não vem identificado no imaginário classico com a mesma clareza e nitidez com que este identifica os egípcios, fenícios e caldeus só pode dever-se ao facto de que afinal, tanto os hititas como os aqueus terem feito parte da mesma unidade cultura e da mesma civilização ao corresponderem apenas a manifestações localizadas do estado em que se encontrava a talassocrassia cretense por volta do sec. XIII a. C. De certa forma a “guerra de Tróia” seria a expressão épica de longas rivalidades fraternas numa questão de partilhas da herança cultural do império minóico do mesmo tipo das que iremos encontrar mais tarde na própria Grécia entre espartanos e atenienses, aliás pelas mesma razões de partilha da herança da hegemonia sobre o mar Egeu. Sendo assim, a civilização dos Hatis que os Egípsios de Amarna tão bem conheceram passou despercebida no imaginário histórico dos helenos porque eles eram tão simplesmente...os troianos, seus irmãos culturais, aliás reconhecidamente indo-europeus, sobretudo por partilharem o grande espaço cultural da esfera de influência da talassocracia cretense em torno mar Egeu. E tanto era assim que até os deuses de ambas as partes eram comuns e sobretudo protectores dos troianos!

Da facto e pelos vistos, só mesmo Hera e Atena é que simpatizariam com os provincianos helenos porque afinal até mesmo Poseidon e Apolo estiveram ao lado de Tróia!!!

Once, Apollo and Poseidon, desiring to put King Laomedon 1 of Troy to the test, assumed the likeness of men and undertook to fortify Troy for wages. It is believed that Apollo and Possiden were punished, and forced to work among men.

Como estamos em presença de um mito fundador iríamos concluir que a cidade de Tróia foi construída por crentes de Poseidon ou seja por marinheiros da Talassocracia creto-micénica para defesa dos interesses de um dos filhos de Minus, o príncipe Radamanto.

Radamanto < Ra-Thiam-Antu = La-Tiamat-An > Lau-Maat-Ki-an >

Lao-medon.

Lao-coonte < Ra-ki-Antu, lit. “Urki, a lua e Deusa mãe Antu” o que se torna ainda mais estranho num nome de um sacerdote masculino.

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Não sendo Apolo um deus inequivocamente creto-micénico teremos que reconhecer que Tróia teria sido uma feitoria cretense construída no 3º milénio a. C em confederação com um santuário indígena de sacerdotes masculinos presididos por Laocoonte e seus filhos, votados ao culto apolíneo da terapêutica com ofídios. Como em Creta, e depois em Atenas, estes cultos eram patrocinados em honra da Deusa Mãe por sacerdotisas ficamos a compreender o mistério de Tróia ter tido apenas a estranha aversão das poderosas Deusas Mães, Hera e Atena.

Peleu e Tétis casaram-se no alto do monte Pélion em magnífica cerimônia. Os deuses honraram-na com sua divina presença, e pela última vez, estiveram reunidos com simples mortais. As próprias musas entoaram o epitalâmio (canto nupcial) e cada um dos deuses deu um presente, conforme a tradição. Posídon, por exemplo, presenteou os noivos com dois cavalos imortais, Bálio e Xanto, capazes também de falar.

Zeus, porém, não havia convidado Éris, filha de Érebo e Nix, a antiga divindade que personificava a discórdia. Mas Éris compareceu assim mesmo e lançou, diante de Hera, Afrodite e Atena, um belíssimo pomo de ouro com a maliciosa e provocativa inscrição: "à mais bela".

Com esse simples gesto Éris desencadeou a acirrada disputa entre as três deusas que, mais tarde, levaria à destruição de Tróia e, nas palavras de Homero, "lançou no Hades muitas almas valorosas de heróis" (Il. 1.3-4).

O facto destas deusas terem perdido o “concurso de beleza” no “julgamento de Páris”, teria sempre que ser um mero pretexto circunstancial à posteriori, quase que seguramente inventado! O que de facto aconteceu foi que os deuses masculinos como Zeus “pai do céu” e Poseidon, “deus pai dos mares” e o “filho de deus” Apolo passaram a preferir a vertente pacífica e carinhosa “deusa mãe” de Inana/Ishtar em detrimento das facetas matriarcais, guerreiras e felinas de arcaicas deusas mães como Hera e Atena/Artemisa.

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Figura 1: Hermes preside ao primeiro concurso de beleza da história no tribunal de Páris.

Um dos factos mitológicos que mais tipicamente nos reporta para a possibilidade de Tróia ter sido uma mera metáfora da civilização hitita corresponde à relação de Apolo com os troianos e deste com Telepinus dos hititas.

 

 

V.Diakov e S. Kovalev afirmam que Apolo recebeu o nome dos hititas que o adoravam sob o nome de Apulun. Ora bem, se este deus, que segundo Homero protegia os troianos, era Hitita, então Tróia também o era.

During the long war the gods apparently spent all their time in Asia Minor, helping their favorites, getting so passionate about the bloody business that several of them took active part in battles and Zeus had to forbid further participation. The Trojans, having Poseidon and Apollo against them, not to mention Athena and Hera, who never forgave Paris for giving their beautiful sister the apple, were at a disadvantage. Even Zeus worked against the Trojans by backing the Greek warrior Achilles.  -- MythologyMain.

Figura 3: Apollo (same name in Roman myth). Origin -- probably not Greek, but Eastern.

"In the Iliad Apollo supports the Trojans, despite having been cheated, along with Poseidon, by Priam's father Laomedon. The two gods had been sent by Zeus to build the walls of Troy which they did, but Laomedon refused to pay." Therefore Apollo sent a pestilence, and Poseidon sent a Sea-monster, which snatched away the people of the plain. As oracles foretold deliverance from these calamities if Laomedon would expose Hesione  to be devoured by the Sea-monster, he exposed her by fastening her to the rocks near the sea, but Heracles  delivered her and she married Telamon. When Troy was ransacked and burned to the ground, the gods were greatly angered, and sent Odysseus on the long and winding trek that he had to endure, coming out the only one alive. -- Based on Genealogical Guide to Greek Mythology, by Carlos Parada.

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Then follows the death of Palamedes, the plan of Zeus to relieve the Trojans by detaching Achilles from the Hellenic confederacy, and a catalogue of the Trojan allies. -- THE CYPRIA (fragments).

Então, restaria assim descobrir a origem do nome de Apolo confirmando a existência do hitita Apulun. Deste modo, ficaria explicada a preferência que os latinos tiveram por este Apolo herdado dos hititas e dos etruscos, enquanto os gregos preferiam Febus, na verdade etmicamente mais próximo do próprio nome de seu pai que foi Ea / Zeus.

Ea < Enki > (An)Kius > Kiw > Ziw > Zeus

Ora, após buscas exaustivas não foi possível confirmar que Apulun tenha de facto existido oficialmente com esta fonética. À mesma conclusão chegou o eminente hititologista da Association HATTI Yannis Deliyannis. [6]

En attendant, pour répondre brièvement, il n'existe pas à ce jour de correspondant nominal d'Apollon dans le monde hittite mais il existe des correspondances très fortes entre ce dieu et le dieu Telibinu hittite. Le nom Apulun apparait non pas dans le monde hittite mais dans le monde voisin louvite où il semblerait effectivement qu'il corresponde à une forme archaique du dieu Apollon tel qu'on le connait par la mythologie grecque classique et hellenistique.

De facto, ...

In a recent article by Birgit Brandau in Archaeology Odyssey (I, 1998), entitled Can Archaeology Discover Homer's Troy?, a vassal treaty between Hittite King Muwatalli and King Alaksandu of Wilusa, identified in the article as Troy (Greek Ílios), is witnessed by three gods for Wilusa, one of which is Appaliunas. In the Iliad, another name for Paris is Alexandros, and the patron god of Troy is Apollo. The article also establishes a strong case for the language of the Trojans being Luwian, an IE language related to Hittite. Thus, the Luwian connection for Apollo seems fairly securely established.

Wilusa < Wirusha < Kurisha < Iscur > Hilisha > Iliash > Gr. Ílios.

                                                 è Iscur Kia => Ish-Turkia => Turquia.

                                                 è *Taruat > Troade

                                                 è*Taru-Kika > Tauriha > Tória > > Tróia.

No entanto, estas conclusões são apenas válidas no que respeita a um registo oficialmente comprovado do nome Apulun no mundo hitita tanto mais que esta civilização seria culturalmente muito ecléctica, com muito de creto-micénico, tanto de supostamente indo-europeu quanto de hurrita e caldeu ou seja, quase que uma mera confederação de sub-culturas! Nem tão diversas que se tornassem irremediavelmente antagónicas nem tão idênticas que se pudessem considerar permutáveis pelo que terão aprendido a inevitabilidade do confinamento e as vantagens da convivência cultural que iriam mais tarde originar o helenismo. A aceitação desta condenação a ter de morrer em comum temo-la expressa em algumas das principais características do panteão hitita. Único no género, constituía um sistema de classificação dos deuses segundo uma ordem fixa começando pelo deus supremo de cada cidade e acabava na fórmula ritual de “todos os deuses” não fosse algum eventualmente esquecido ofender-se e vingar-se com as calamidades terríficas próprias de poderosas divindades! Este sistema era assim o que mais direito teria a ser chamado de “panteão” no sentido etimológico do termo mas não numa autêntica conotação semântica pois que o que veio a ser chamado em hitita kaluti-  (> Numen + Kaluti => Lat. nomenclatura) nunca chegou a ser um «culto» (< Lat. cultu, m. s. < kault < Hit. kaluti-, s. m. homenagem que se presta à divindade;[7] • religião; • veneração, adoração;) verdadeiramente universal, como no caso do panteão clássico de César Augusto, pois que, segundo Pierre Lévéque; “conhecemos várias formas diferentes de classificação das divindades correspondendo cada uma delas a realidades e necessidades diferentes: cultos locais e provinciais, religião oficial do estado, sincretismos”.

Porém, é estranho que não se tenha relacionado este conceito com o referido pelo mesmo autor a respeito dos Assírios.

No topo do panteão assírio encontra-se o deus nacional, Assur. A seu lado, Shamash goza de uma grande popularidade. Um e outro, à sua maneira, personificam as virtudes guerreiras da Assíria em armas. Um momento essencial da vida religiosa é a cerimonia da takultu, festim anual em que tomam parte os deuses e o rei; é uma espécie de rito de invocação que procura manter os deuses assírios nos seus templos e atrair os deuses estrangeiros que se pretende deixem as suas antigas residências.

Taklintu, a pascoa dos babilónios

< Takurnitu < *Kakur-Anu-tu => Anu Takultu, lit. “o culto do deus do céu”!

                                                      > Kaklutu > Kahluti > kaluti-, talvez por ressonância com < *Kar-Uto.

No entanto, não deixa de ser estranha e digna de realce a semelhança fonética entre kaluti- e (Ap)kallu.

De resto, os hititas não tiveram Apulun por equivalente de Apolo precisamente porque tiveram Telepino.

Telepino < Terephianus < *Kurkianus > *Kiphuran >

Kaphulan > Apalun > Luv. Appaliunos > Gr. Arcaico Apôlon > Apolo.

Mais relevante é ainda dar conta que Apolo é o único nome de deus olímpico partilhado tanto pelo panteão grego como pelo latino o que pode indiciar que este deus foi herdado por ambos os povos a partir da tradição hitita que os gregos trouxeram de Tróia e que a emigração em torno de Eneias levou para Itália.

 

Ver APPALIUNOS (***)

 

The Iliad recounts further that, in order to face the 'coalition of Hellenic forces under the command of Agamemnon, King of the Mycenaeans and brother of Menelaus, the Anatolian peoples too were similarly all allied into a single army. Even the Lycians, as far removed from Troy as was Greece, formed part of it. If the 'Keteians' cited by Homer are the Kattians or Hattians one can conclude that the whole of Anatolia was there. The Anatolians, however, spoke different languages, whereas the Hellenes had the advantage of a common tongue.

Até aqui tudo bem, porque é mais do que corroborável que a guerra de Troia foi de facto uma “grande guerra” na Anatólia e que, por isso mesmo, terá envolvido sobretudo os hititas que eram ai dominantes no seu império. Por outro lado, se aliados de língua grega encontramos ao lado dos anatólicos é porque de facto eram sobretudo interesses de geopolítica os que estavam em jogo e não meras questões étnicas. Porém, se não é credível que a grande política se possa reduzir a meras questões de Alcova

As to the cause of the conflict, it is difficult these days to accept the idea of a ten-year war entered into to protect a man who has abducted the wife of another. All modern commentators agree that more serious rivalries set Anatolia and Greece against one another, of which the antagonism between Aphrodite & Hera was only symbolic.

Começa assim a ser claro que têm sido a fidelidade inconsciente à lógica geracional das filiações dos panteões clássicos que nos impedem de ser mais ousados nos paralelismos com a mitologia orientais. A verdade é que os plantões clássicos estão cheios de inconsequências e existem muitas divergências e variante, conhecidas já dos antigos, que nos permitem afirmar que todos eles derivam de aprendizados por via oral, e logo inevitavelmente mal decorados, a partir dos hititas que tinham a mania dos panteões e que chegaram mesmo a ser os primeiros a imporem um panteão universal no seu império com a “reforma religiosa de Tudhalya IV” em cerca de finais do sec. XIII a. C.

O panteão imperial. – Quando o Império se formou por agregação de províncias etnicamente diversas do núcleo primitivo hitita, nasceu a necessidade de constituir um panteão oficial integrando deuses de diferentes origens num novo conjunto. É esse panteão que figura nos tratados que o Grande Rei firmou com as potências estrangeiras ou que impôs aos seus protegidos. As divindades eram, de facto, neles invocadas para servir de testemunhas ao juramento prestado pelas partes contraentes. Os escribas fizeram uma nova classificação que rompia completamente com os kaluti- herdados da tradição e sempre utilizados nos cultos. Foi estabelecida uma nova hierarquia das divindades. Entre os deuses indígenas integraram-se divindades hurritas, sírias e mesopotâmicas. As deusas das cidades foram, aqui, separadas dos seus paredros. A redacção em parágrafos sublinhava esta vontade de classificar em grupos segundo critérios novos. O primeiro desses grupos é de inicio formado por Sóis, sob os dois aspectos feminino (deusa Sol de Arinna ...

= Wurusemu hatti, “rainha do país hitita” < Kur-Hu-Ish-Amu < *Kar-Ki-Mesha => Artemisa) e masculino (deus Sol):

= Istanu, < *ish-t-Anu lit.”o filho de deus do céu”);

... depois vêm os vários deuses da Tempestade. O segundo grupo compreende as divindades protectoras ("KAL"). O terceiro associa divindades de origens geográficas muito diversas, mas que estão todas em relação com a terra (solo e subsolo). O quarto é o grupo dos deuses guerreiros. etc. -- AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES. vol II - Mesopotâmia/Os Hititas, de Pierre Lévêque.

As rígidas convenções da “complexa etiqueta protocolar”, que a nomenclatura ideológica e doutrinária sempre foi, resultam de laboriosos jogos de malabar que tendem a harmonizar equilíbrios impossíveis de interesses sociais a troco de precários e instáveis compromissos políticos que se vão sedimentando num corpo doutrinários de costumes e tradições que poderão ser coerentes com a sua própria subjectividade mas nunca poderiam ser claros e transparentes e, muito menos, lógicos e objectivos. Ora bem, uma tão drástica alteração dos panteões oficiais, que seriam a expressão mítica dessa “complexa etiqueta protocolar”, poderia ter acontecido sem graves e prolongadas convulsões políticas?

The late return of the Greeks from Troy caused many revolutions, and factions ensued almost everywhere; and it was the citizens thus driven into exile who founded the cities many years had to elapse before Greece could attain to a durable tranquillity undisturbed by migrations. All these places were founded subsequent to the war with Troy. [Thuc. 1.12 (Livingstone 1972, 40).]

De facto, os historiadores clássicos confirmam como consequência directa do fim da “guerra de Tróia” instabilidades políticas de tal monta que se poderia afirmar que os vencedores acabaram por vir a sofrer as penas dos vencidos. Tais factos só podem ser explicados se considerarmos que a “guerra de Tróia” foi, antes de mais, uma profunda revolução política e cultural que envolveu todas a civilização que ia do mar Egeu à Anatólia. Se os historiadores clássicos não se aperceberam que esta revolução já tinha começado antes da “guerra de Tróia” terá sido precisamente por causa do carácter artificial destas mesmas instabilidades políticas que, instaladas de forma abrupta por decreto imperial de Tudhalya IV, levaram toda uma civilização para o torvelinho do vortex revolucionário e contra revolucionário sem que se tivessem apercebido da verdadeira natureza da causa dos males presentes e dos perigos futuros!

Quem se atreverá então a postular que impor a ordem (do despotismo iluminado) na desordem aparente (da tradição) não é um motivo para graves desordens sociais geradoras desse mostro do terrorismo revolucionário que é sempre o lado negro de românticas e, ideologicamente brilhantes, épocas revolucionárias? No entanto, se o despotismo iluminado precedeu a revolução a verdade é que também teve sempre que haver fortes motivos socio-económicos para tanto!

O FIM DO IMPÉRIO HITITA

De Arnuwanda III, filho e sucessor imediato de Tudhaliya IV, não se sabe praticamente nada. Com efeito, os documentos que outrora se datavam do seu reinado são agora atribuídos a uma época anterior (cf. supra, p. 16l e s.). Nem sequer se pode avaliar a duração da sua passagem pelo trono. O seu irmão, Suppiluliuma II, viria a ser o ultimo rei do Império hitita.

Os textos contemporâneos insistem na lealdade de que os Grandes deram prova ao deixá-lo aceder ao trono. O mesmo se diga dos juramentos que lhe prestaram os altos funcionários (CTH l24-12S). De resto, encontram-se alusões a eventuais perturbações do pais hitita. Em todo o caso, a Síria mantinha-se bem dominada. Talmi-Teshub de Kargamish via renovar o seu tratado (CTH 122).

Uma fome, cujas causas se ignoram, atingiu certas regiões do Império. O filho de Ramsés II, Merneptah, assinala, numa inscrição, que enviou então cereais por mar aos Hititas. Foi talvez nesta altura que foram requisitados navios de Ugarit para transportarem trigo até ao porto cilicio de Ura.

Os textos de Ras-Shamra fazem-se eco de ameaças dirigidas contra as costas ds Anatólia e da Síria, mas o inimigo não é nomeado de outro modo. Há quem relaciona estas noticias inquietantes com certos pormenores da conquista de Chipre (CTH 121). Suppiluliuma, tal como antes seu pai, desembarcou na ilha depois de ter travado três batalhas navais. Ignora-se que adversário terá expulso os Hititas, talvez o que anteriormente foi citado.

Na mesma narrativa, o rei hitita informa-nos de que mandou fazer uma estátua de seu pai, com uma inscrição comemorando os seus altos feitos. Preparou-lhe além disso um mausoléu (cf. infra, p. 252). O mesmo texto põe na boca de Suppiluliunia a genealogia de que se vangloria: “Eu (sou) Meu Sol, o tabarna – Suppiluliuma, Grande Rei, rei do pais hitita, herói, neto de Hattusili, Grande Rei, herói.” São, palavra por palavra, os termos da grande inscrição hieroglífica de Nisantas em Bogazkoy.

O Império poderia ter conhecido, então, algumas dificuldades, mas nada nos documentos cuneiformes permite pressagiar a catástrofe que se abateu sobre ele.

Em boa verdade, raramente se consegue pressagiar o futuro e os maiores temporais sobre o mar podem ser precedidos de enganosas calmarias mas, se honestos augures existiram raros foram os que se atreveram a pressagiar a desgraça pelo receio supersticioso de, ao interferem na vontade dos deuses, virem a ser punidos por estes mas...às mãos dos homens. Esta superstição tem suporte na lógica da retroactividade simpática tão intuitiva que permanece na mitologia moderna das viagens no tempo sob a forma da “lei da proibição de alterar o percurso do passado para não tornar o presente insustentável”!

Porém, o mais seguro é poder garantir que nenhuma alteração socialmente relevante do presente pode deixar a história do futuro indiferente. A experiência da tremenda eficácia da acção política dos tempos modernos oferecem-nos exemplos tão dramáticos quanto trágicos dos efeitos laterais inesperados em resultado de alterações sociais, brusca e imperativas, quase sempre em “mancha de óleo”, por vezes em convulsivas cascatas de agitada navegação política ou em turbilhões de cachoeiras revolucionárias. Em boa verdade, a vida social não é mais do que um caso particular do frágil equilíbrio eco-sistémico global a que se vem acrescentar a acção emergente da vontade política, nem sempre feliz e raramente inspirada. Claro que a versátil plasticidade da tão frágil e efémera quanto subtil e diáfana substância social revela uma grande capacidade para manter o pouco de homeostasia que lhe confere a coesão e a identidade própria dum “civilização humana” por absorver grande parte da energia das múltiplas e variadas interferências a que é sujeita no seu percurso histórico. De facto, apesar de serem constantes e bastos os disparates dos (des)governantes são raras as revoluções dos mal-governados. No entanto as “teorias sistémicas” prevêem que o equilíbrio da ordem vigente pode dar logar ao turbilhão revolucionário, por causas nem sempre necessariamente perturbadoras, sempre que é ultrapassado “o limiar de tolerância social à repressão”, ou seja, a capacidade geral para suportar a pressão da prepotência. Ora, como facilmente se compreende, a existir um tal limiar ele será específico para cada equilíbrio social particular, pois, até ver, não é possível identificar duas civilizações idênticas, e dai a dificuldade em ser profeta da desgraça. No entanto, e deixando de lado a questão da possibilidade de quantificação do “limiar de indignação social latente” / “limiar de indignação social do insuportável” a verdade é que qualquer “limiar revolucionário” será tanto mais baixo quanto mais o sistema social se encontre sobre aquecido por instabilidades anteriores acumuladas. De facto, a desordem revolucionária autêntica tem pouco ou nada a ver com terrorismo revolucionário sendo tão-somente a natural reacção à acção repressiva de desgovernos intolerantes e despóticos. De facto a vera revolução é o movimento geral desordenado da indignação contra a ordem desordenada da repressão em sociedades que já não podem suportar a “fome de pão” por terem deixado de tolerar a “sede de justiça” que nasce quando se “secam as fontes” do direito consuetudinário em resultado do uso e abuso de “mecanismos de autoridade”, como acontece em todo e qualquer despotismo, mesmo que iluminado.

Em relação com os antecedentes da “Guerra de Tróia”, a “fome de pão” terá sido a mesma do texto que refere que: “uma fome, cujas causas se ignoram, atingiu certas regiões do Império”!

 

CAUSA NATURAIS NA GÉNESE DAS CRISES HISTÓRICAS

As causas possíveis para “fomes de pão” nos tempos antigos dos primórdios da agricultura seriam múltiplas e, por isso, néscio enumera-las e mais estulto ainda procurar uma causa específica para esta. No entanto, poderia postular-se uma “mini época glaciar” como a que obrigou os Vikings a descobrirem a América do Norte antes dos portugueses.

The Little Ice Age has been the name given to the period between the years 1430 to 1850 (or 1900 depending on the literature read). This is the time period between the Middle Ages and the warm temperatures of the first half of the twentieth century. The start of the Little Ice Age (which has been called the coldest time since the Younger Dryas) is thought to coincide with the beginning of the Viking journeys, marked by an increase in sea ice in the northern Atlantic Ocean.

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Figura 4: Gráfico das alterações de temperatura no último milénio.

The Sun's output is not entirely constant. Nor is the amount of sunspot activity. There was a period of very low sunspot activity in the latter half of the 17th century called the Maunder Minimum. It coincides with an abnormally cold period in northern Europe sometimes known as the Little Ice Age. Since the formation of the solar system the Sun's output has increased by about 40%. -- [8]

Na verdade, se repararmos no gráfico da figura anterior sobre as alterações da temperatura do último milénio, verificamos que a revolução Francesa foi precedida pelo período médio, que também foi o de mais baixas temperaturas, da “pequena idade do gelo” dos tempos modernos.

Ha habido 6 mínimos solares similares al de Maunder desde el mínimo egipcio del 1300 adC hasta el último que es el de Maunder. Pero su aparición es muy irregular, con lapsos de sólo 180 años, hasta 1100 años, entre mínimos. Por término medio los periodos de escasa actividad solar duran unos 115 años y se repiten aproximadamente cada 600.

The Hekla 3 eruption approximately coincides with this period and, while the exact date is under considerable dispute, has been specifically dated to 1159 BCE by Egyptologists (Yurco, Frank J.. "End of the Late Bronze Age and Other Crisis Periods: A Volcanic Cause")

The regularly spaced layers of ice-delivered debris showed that the amount of floating ice increased suddenly every 1,000 to 3,000 years. Bond dated the peaks of ice-delivered debris at about 12,300; 10,800; 8,000; 5,700; 3,900; 2,750 and 800 years ago. -- [9]

Ou seja, 1200, -750, -1900 , -7000 etc. Será assim? Como se poderá reparar quem se der a esse trabalho, os autores não são unânimes neste tipo de datas pois, para o começo da “pequena era glacial”, referem datas que vão do sec. XI ao sec. XIV. Porém a constatação destes factos já era conhecida dos autores antigos sejam nas referências diluvianas e catastróficas dos autores bíblicos referidas a processos de punição divina da humanidade, seja na descrição platónica da destruição da Atlântida.

Além disso é interessante notar que Heródoto ouviu de sacerdotes egípcios que houve quatro subversões da ordem cósmica. Heródoto, visitou o Egipto na era dos peixes, a quarta era zodiacal dos antigos. As quatro convulsões de que os sacerdotes egípcios falavam ocorreram em 1959, 1135, 776 e 612 antes de Cristo. Será possível que (as fontes de) Platão tivesse(m) estado em contacto com estes mesmos clérigos egípcios? – Planeta dos Gregos, de Meres J. Wecsh.

As datas referidas por Heródoto referir-se-ão mais a processos de alteração da ordem geral da sociedade, em resultado do incumprimento generalizado das leis de Maat, do que a verdadeiras convulsões da ordem natural de que aquelas seriam a consequência culturalmente mais perceptível. Aceitando como normal a possibilidade de as grandes catástrofes geo-climáticas poderem ocorrer em ondas de choque desfasadas da sua repercussão na ordem social facilmente se compreendem as discrepâncias entre os relatos documentados pelos historiadores e os registados pela história geológica.

 

“OS POVOS DO MAR”

1187 a.C. - Grande ataque dos POVOS DO MAR no Levante, no oitavo ano do reinado de Ramsés III (1186 a.C.), ou no segundo ano de reinado do rei babilônico Meli-Sipak (1187 a.C.). Foi um grande impacto na história da Humanidade. Os Povos do Mar era uma massa de povos de origem desconhecida que irromperam no Mediterrâneo oriental e Egito. São assim chamados devido à sua origem, mas sua natureza consiste num dos grandes mistérios históricos de todos os tempos. Procedentes de Alashiya (nome de Chipre na Idade do Bronze) e do Mar Egeu, os Povos do Mar invadem o Levante (costa da Síria e Palestina) atacando os Hititas do rei Suppiluliuma II.. Após seus ataques, é totalmente destruído o império Hitita, ardendo até o solo sua capital assim como ocorreu com Chipre e a série de cidades arrasadas na costa do Levante.(…)

A invasão dos Povos do Mar foi detida genialmente pelo faraó Ramsés III, numa batalha tida como a primeira batalha naval da história. Suas naus tinham "bico de pássaro". Um dos contingentes mais importantes foram os Peleset - os Philisteus - que criariam permanentes problemas aos hebreus. Sua ligação com a América é inegável, seja por serem chamados "Povo do Mar" (e certamente não se tratava do Mar Mediterrâneo), como pela representação que os egípcios fizeram de sua indumentária, totalmente ameríndia:

Mais uma vez a lógica temporal é invertida sem grande sucesso porque é facilmente rebatível. A mesma analogia meramente formal daria para provar que os ameríndios descendem de povos mediterrânicos do tempo dos “povos do mar”!

The Little Ice Age period (about AD 1250-1750?) shows the slowest rates of relative sea level rise in the Long Island Sound and Delaware Bay marshes. -- [10]

Aceitando que, por comparação com o gráfico anterior, estes picos se referem a um clímax dos “períodos quentes” identificados, então, para manter uma periodicidade milenar aceitável, deveríamos postular idêntico picos entre 1200 e -750 (por volta do sec. VI, relacionando-se então com a grande decadência da cristandade ocidental e o começo do Islamismo a que se seguiriam as primeiras invasões normandas) e entre -750 e -1900 a. C. (por volta de -1750, coincidindo com a catástrofe explosiva do vulcão de Santorini na ilha de Thera que determinou o começo da derrocada da civilização minóica). Se estas variações seguirem ciclos milenares de alguma regularidade, poderíamos chegar à conclusão que o sec. XII a. C coincidiu com uma “pequena época glaciar” tal como teria sucedido cerca de -150 a. C.

A existência desta periodicidade secular nos ritmos climáticos deve esta relacionada com a própria intermitência da actividade solar que parece manifestar ciclos semi-centenares de cerca de 50 anos e ciclos solares de cerca de 11 anos. Estes ciclos começam agora a ser estudados cientificamente mas parece que já eram empiricamente conhecidos nos seus efeitos sobre as convulsões da história pelos azetecas que sendo bons a manipula-la teriam também sido exímios a conhece-la.

Les Aztèques croyaient que le temps était découpé en cycle de 52 années. Chacun de ces cycles pouvaient se terminer par un cataclysme qui aurait mis fin au Soleil. Or cette période devait s'achever en 1519.

Ora, não é que os espanhóis chegaram a Tenochtitlan precisamente a 8 Novembro 1519? Claro que as crenças podem precipitar acontecimentos mas lá que há bruxas e coincidências tão trágicas quanto previsíveis, lá isso há!

Carpenter suggested that in the years around 1200 B.C., that is, around the end of the LH IIIB period, there was an extended drought which disrupted agriculture in the areas of Crete, the southern Peloponnese, Boeotia, Euboea, Phocis, and the Argolid but which did not particularly affect Attica, the northwest Peloponnese, Thessaly and the rest of northern Greece, or the Dodecanese (e.g. Rhodes, Kos, etc.). Since Carpenter was not a meteorologist, many scholars felt that he lacked the requisite expertise to substantiate his theory. In 1974, a group of meteorologists evaluated Carpenter's thesis from two points of view: (a) was a pattern of drought such as that postulated by Carpenter in fact possible? (b) did such a drought in fact occur ca. 1200 B.C.? In response to the first question, their answer was that the proposed pattern was indeed possible and had in fact occurred as recently as 1954-55. While in that particular instance the drought lasted for only one year, it was perfectly possible for such a drought pattern to persist for the longer period of time required by Carpenter's theory. In response to the second question, the meteorologists' response was less definite, for the simple reason that relatively few data presently exist from the Aegean which can be brought to bear on the problem in question. Most recently, studies by Kuniholm and his associates of tree-growth rings from Turkey suggest that there may have been a drought in central Anatolia at the time in question which may be connected with the collapse of the Hittite Empire ca. 1200 B.C. -- [11]

Ora bem, será fácil deduzir que os povos que seriam mais afectados por esta “pequenas épocas glaciares”, de forma dramática e vital, seriam os povos nórdicos. A verdade é que já os vimos enquanto Vikings demandarem a Groenlândia no sec. XIV tal como teriam, enquanto bárbaros germânicos, e mesmo como piratas do mediterrâneo, ameaçado o Império Romano no sec I a. C e depois como normandos no sec IX.

But around 1200 BCE the Indo-European "Sea Peoples," whose origin is still unknown, but who may be northern European or Baltic, armed with iron weapons pour in from the northern Aegean, invading the coastal Levant, driving back the Egyptians and Assyrians. They destroy Ugarit, among other cities, and found the state of the Philistines. By destroying cities which were economic and political focal points in the region, they open the way for many other smaller groups of migrating Semitic peoples to found a diverse scattering of tiny states, including the Israelites, Edomites, Moabites, Middianites, and Ammonites, and for the Arameans to dominate Syria and spread into Mesopotamia. .[12]

Pois bem, existem fortes suspeitas de que o mesmo tenha acontecido nos outros séculos críticos de tal modo que deve ter havido nórdicos no grupo dos “povos do mar”. Teriam sido estes os Shardanes de Menetep, os Danes de RamsesIII ou os Dardanios do império hitita que viriam a dar o nome aos Dardanelos?

 

PRST = *Phereset > Peleset = Filisteus

TRS = *Teres > Teresh = Etruscos, (ou habitantes da ilha de Thera?)

SRDN = *Ser-den < Sher-den = Sardos

SKRS = *Sekeres = Shekelesh = Sícolos.

DRDNY = *Der-deni > Grec. Dardanoi > Dardanelos

RK = *Ruki < Luki > Lykka = Lycians

IKWS = *Ikawos < Akawasha = Achaeans?

 

A verdade porém é que as “fomes de pão” dos tempos antigos foram cíclicas e inevitáveis até aos tempos recentes e são-no ainda hoje em certas partes do globo, particularmente em regiões críticas como as estepes sub-sarianas. De facto existem ciclos de “actividade solar” de cerca de 11 anos responsáveis por pequenas variações climáticas que, nas tais zonas críticas do globo terrestre podem determinar alternância de anos 5 a 6 anos secos por 5 a 6 anos húmidos periodicidade perto do número sete que por ser um número sagrado foi miticamente suficiente para explicar o episódio descrito no génesis como “o sonho do faraó”:

41:25 respondit Ioseph somnium regis unum est quae facturus est Deus ostendit Pharaoni 41:26 septem boves pulchrae et septem spicae plenae septem ubertatis anni sunt eandemque vim somnii conprehendunt 41:27 septem quoque boves tenues atque macilentae quae ascenderunt post eas et septem spicae tenues et vento urente percussae septem anni sunt venturae famis 41:28 qui hoc ordine conplebuntur 41:29 ecce septem anni venient fertilitatis magnae in universa terra Aegypti 41:30 quos sequentur septem anni alii tantae sterilitatis ut oblivioni tradatur cuncta retro abundantia consumptura est enim fames omnem terram 41:31 et ubertatis magnitudinem perditura inopiae magnitudo 41:32 quod autem vidisti secundo ad eandem rem pertinens somnium firmitatis indicium est eo quod fiat sermo Dei et velocius impleatur 41:33 nunc ergo provideat rex virum sapientem et industrium et praeficiat eum terrae Aegypti 41:34 qui constituat praepositos per singulas regiones et quintam partem fructuum per septem annos fertilitatis 41:35 qui iam nunc futuri sunt congreget in horrea et omne frumentum sub Pharaonis potestate condatur serveturque in urbibus 41:36 et paretur futurae septem annorum fami quae pressura est Aegyptum et non consumetur terra inopia -- Genesis, Vulgata.

Pois bem, podemos desconhecer as causas específicas desta fome mas, mesmo que fosse questionável que essa fosse a que o filho de Ramsés II, Merneptah, assinala, numa inscrição, que enviou então cereais por mar aos Hitita”, a simples evidência de que não são necessárias causas complexas para explicar as fomes cíclicas, frequentes e catastróficas, dos tempos antigos seria mais do que suficiente para aceitar como um dado categórico que o “fim do império hitita” poderia ter sido precedido de uma grave “fome de pão” detonadora do turbilhão social que levaria ao aparecimento simultâneos dos fenómenos históricos coincidentes com a transição do sec. XXII antes de Cristo.

1.     Colapso do império Hitita.

2.     Declínio do império Babilónico e inicio do império Assírio.

3.     Aparecimento do “Fenómeno Dos Povos Do Mar” no Egipto em contraponto com o início do período arcaico da Grécia e do início do império marítimo da civilização fenícia.

The Near East of the thirteenth and twelfth centuries B.C. witnessed the decline and near collapse of the Egyptian and Hittite empires. The Aegean world was also in turmoil. Countless cities besides Troy were sacked, and the Sea Peoples migrated as a result of the economic, environmental, social, and political upheaval in the Aegean at this time (Stiebing 1980, 15). Greek writers such as Aeschylus, Euripides, Herodotus, and Thucydides spoke along with Homer of the revolutions and ferment of the thirteenth century B.C., which, as we have seen, seem to have provided the momentum for the Sea Peoples' attacks on Egypt.

The late return of the Greeks from Troy caused many revolutions, and factions ensued almost everywhere; and it was the citizens thus driven into exile who founded the cities. [He cites examples in Greece, Ionia, the islands, and Italy]…many years had to elapse before Greece could attain to a durable tranquillity undisturbed by migrations [emphasis mine]…All these places were founded subsequent to the war with Troy. [Thuc. 1.12 (Livingstone 1972, 40)]

Então, se é assim possível aceitar que a o “Fenómeno Dos Povos Do Mar” deve estar relacionado com pelo menos todos os fenómenos deste século crítico, relativos aos limites das costas do mar Egeu e do mediterrâneo oriental, é quase seguro que todos eles dependem da mesma “fome de pão”, relacionada seguramente com as mesmas catástrofes naturais. A “Guerra de Tróia”, por ter em comum relações com império Hitita por parte da sua localização Anatólica e o “Fenómeno Dos Povos Do Mar” pela relação destes com Creta e com os micénico aqueus, acaba por ser assim a manifestação, no plano da tradição lendária e mítica, da gravidade destes acontecimentos.

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Figura 5: Movimentos geral de povos no mediterrâneo oriental do Sec. XII.

Sea People - The ancient Near East saw monumental changes in the 13th century BCE. The palace cultures of Crete, Mesopotamia, Canaan, and Hattu vanished en mass. Though the reasons for their disappearance remains difficult to pin down, one major factor appears to have been the migrations of the Sea Peoples. We first hear of the Sea peoples during the reign of Merneptah (1224-1214 BCE) who describes a group of mixed ethnic affiliation attacking his Western frontier by land, and Northern flanks by Sea. The mention of Libyans among the Sea Peoples as arriving in wagon hordes with families suggest that the movements were economically motivated or the result of a large-scale famine. The Sea Peoples are again mentioned during the reign of Merneptah’s successor Ramesses III (1182-1151 BCE) who in his eight year states: "The foreign countries formed a conspiracy in their islands. All at once the lands were removed and scattered in the fray. No land could stand before their armies; they desolated people(s). They came toward Egypt; their confederation included the Philistines, Tjaker, Shekelesh, Danuna, and Weshesh, lands united." Since several of the groups named do not appear also in Merneptah’s list, scholars have seen this second movement of Sea People as symptomatic of a larger Near Eastern crisis.

Ora, se as “fomes de pão” só degeneram em “levantamentos de rancho” no contexto de situações de grave “sedes de justiça” esta deve ter sido fornecida pela inquietação social decorrente da grave subversão da ordem instituída decorrente das alterações ideológicas que acompanharam a “reforma religiosa de Tudhalya IV”, levada a efeito um século antes. De facto, na esfera da subjectividade humana é certo e sabido que os períodos de maior exaltação e vanglória podem ser indício dum processo denegativo de insegurança, sobretudo quando se trata de soberanos que herdaram impérios dos seus “egrégios avós”! Suppiluliuma II pode não ter sido o tabarna duas vezes heróico que se proclamava nas inscrições hieroglífica de Nisantas em Bogazkoy, precisamente porque era neto dum “usurpador”, o grande Hattusili da “pax hitita”.

Tabarna < ta-warana, lit “o varão das armas assinaladas”! < sakurana > *kaphurana, lit. “a *Kaphura do céu que transportava a vida”!

Sendo assim imaginam-se facilmente os malabarismos políticos a que este “pacificador” teria que ter recorrido para contornar as intrigas palacianas e de política internacional para colmatar as inimizades política da sua situação de falta de legitimidade institucional.

Naturalmente que terá sido em parte para continuar esta política do malabarismo estratégico de “esconder o sol com a peneira” que, transposta para o plano ideológico induziria a temerária “reforma religiosa de Tudhalya IV” (1250-1220), seu sucessor. É certo que as reformas doutrinárias andavam na moda pois neste mesmo século o sincretismo e a simplificação mítica tinham atingido o clímax com o monoteísmo heliocêntrico de Akhenaton or Ikhnaton, also called Neferkheperure Amenhotep IV, pharaoh of Egypt (c. 1350-1334 BC).[13]

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Figura 6 : Yazilikaya - le roi Tudhaliya III/IV et le dieu Sharruma.

O monoteísmo extemporâneo de Akhenaton não resistiu à morte deste reformista tal como a reforma do panteão hitita não iria sobreviver ao seu império durante o reinado de um dos netos do grande Hattusili.

É claro que se poderia prever que depois de loucuras divinas como estas viria o dilúvio. Mesmo tratando-se sempre de despotismos iluminados o certo é nem modernamente Luís XVI, que foi também neto do grande “rei sol”, se livrou de perder a cabeça precisamente no meio dos tumultuosos acontecimentos que se seguiram ao caos da descompressão dum sistema político até então gerido astuciosamente mas sobre pressão!

Como dissemos antes, subjacente ao fenómeno da revolução francesa teria estado uma “pequena época glaciar” causadora de longas invernias, maus anos agrícolas e fomes generalizada.

Ora, é possível que causas idênticas estivessem por detrás da queda do império hitita. Que isso tivesse passado sem conflitos sociais seria inimaginável pelo que só nos resta acreditar que os registos oficiais estavam sobre censura e impedidos de relatos que não fossem de exaltação e falso optimismo! Na verdade, os profetas judeus acabavam mortos pelos próprios sacerdotes do templo quando não mesmo pelos próprios devotos instigados pela vontade soberana dominante e do senso comum da dinâmica política. Se hoje as “forças de bloqueio ideológico” são as vozes da oposição crítica, invariavelmente rotuladas como destrutivas e derrotistas por quem governa, grandes eram os reis que outrora costumavam cortar a cabeça aos estafetas das más notícias pelo que a situação da ineficácia profética que adiante se referirá, do sacerdote Laocoon e da pitonisa Cassandra respectivamente, terá que ser analisada nesta perspectiva.

 

Ver: TRÓIA II (***)



[1] http://www.anotherscene.com/freudlacan/goodnews.html

[2] The sound /w/ existed in Mycenean Greek, as attested in Linear B and archaic Greek inscriptions using digamma. It is also confirmed by the Hittite name of Troy, Wilusa, corresponding to the Greek name *Wilios. The sound was lost at various times in various dialects, mostly before the classical period. Wikipedia, the free encyclopedia

[3] The poem called the Cypria was said to have been given by Homer to his son-in-law Stasinus of Cyprus as dowry. The connection with Cyprus appears further in the predominance given in the poem to Aphrodite. -- From Wikipedia, the free encyclopedia.

[4] The Kypria (Greek: Κuπρια; Latin: Cypria) is a lost epic of ancient Greek literature. It was one of the Trojan War cycle, that is, the "Trojan" cycle, which told the entire history of the Trojan War in epic verse. The story of the Kypria comes chronologically at the beginning of the Epic Cycle, and is followed by that of the Iliad. The poem comprised eleven books of verse in dactylic hexameter. -- From Wikipedia, the free encyclopedia.

[5] Lesson 27: Troy VII and the Historicity of the Trojan War. © Copyright 1996, 1997, Trustees of Dartmouth College. Revised: Thursday, June 26, 1997.

[6] ... a quem pessoalmente solicitei parecer sobre este assunto pelo enderesso:  yannis@club-internet.fr Association HATTI 17, rue de la Sorbonne, 75231 Paris Cedex 05 hatti@multimania.com

[7] kaluti-> kalauti > «calote» = s. m. dívida que não se pagou. Este termo, sem etimologia conhecida, pode ter derivado da conotação de «promessas» feitas aos deuses e que não se pagaram em vida o que era, na mitologia popular antiga, uma das razões das almas penadas e dos endemoninhados. Sendo assim, o primeiro sentido de «caloteiro» teria sido o daquele que passava a vida a preitear os deuses numa perspectiva muito positivista e jurídica do “dou-te para que me dês”, que ligava os hititas, e depois os romanos, à divindade, mas que, depois, deixavam para os herdeiros pagarem à força aparições atormentadas!

[8] Bill Arnett; last updated: 2000 Mar 20.

[9] Columbia University Record -- January 26, 1996 -- Vol. 21, No. 14.

[10] Modern Rate Of Sea Level Rise Exceeds Average Rate Of The Last 2000 Years. Program Manager: Michael R. Johnson.

[11] © Copyright 1996, 1997, Trustees of Dartmouth College, Revised: Thursday, June 26, 1997.

[12] The History and Culture of the Canaanites and Phoenicians, The Qadash Kinahnu Canaanite Phoenician Temple Directory

[13]"Akhenaton," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. © 1993-1998 Microsoft Corporation. All rights reserved.