Figura 1: Cornelis van Poelenburgh Amaryllis Giving Myrtill the Prize.
Neste quadro, Amarília
é claramente uma açucena amarela tal como amareladas são profusamente
as cores dominantes da cena pastoril que a rodeiam o que indica que o
autor saberia que esta era a cor das antigas flores do Amarílis.
O mais plausível será o «amarelo» derivar do nome da mítica Amarília, desde logo por causa dos fálicos estames amarelos dos lírios brancos (Lilium candidum) que são as odoríficas açucenas!
Portugês
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Espanhol
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Grego
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Latim
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amarelo
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amarillo
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xanthos / Kitinos
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flavos
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Amarelo (< Ár. amrah???) < ant. amarelho < Do b. lat. hisp. amarillu, “amarelento; pálido, cor própria dos enjoados pelo “mal-de-mer”” < ??? ó New Latin Amaryllis < Grec. Amarullis < *Amar-lilu, literalmente “o lírio (filho) de Maria“.
O Amarilis
actual é um género de planta monotípico também
conhecido como “lírio da Beladona” ou flor das “senhoras nuas”. As
espécies únicas, Amarílis beladona, são nativas da África do Sul,
particularmente da região rochosa do sudoeste perto da Cabo. No entanto,
o nome científico do Amarílis deriva do duma pastora das Éclogas de Virgílio do grego αμαρυσσω (latino amarysso) significando “brilhar”.
Amarilis: nymphe promise à Silvio, mais éprise de Mirtillo. Il Pastor fido. Amaryllis was a popular woman's name in ancient Greece.
O nome de Amarília
foi glosado até à exaustão deste os tempos clássicos até à modernidade
em múltiplas variantes tanto pela melodiosa sonoridade do nome de Amaríla
como pelo seu tema apaixonante, ora feito de amores trágicos e
impossíveis, ora repleto de belas mulheres difíceis de alcançar!
Em português foi cantada com a lira de um Camões arcádico como Marília de Dirceu por Tomás António Gonzaga:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela! (…)
Assim sendo Amarília seria em toada lusa o “lírio de Maria”.
Os autores que a fizeram noiva de Sílvio mas apaixonada de Mirtilo talvez estivessem glosando um arcaico mito de morte e ressurreição idêntico ao de Inana / Istar / Tamuz, dividida entre os amores dum pastor e os dum fazendeiro que teria ficado na memória colectiva como nos contos infantis
De resto, o nome de Amarília
tem uma infinidade de variantes por esse mundo fora, umas arcaicas e outras
compósitas mas menos antigas, a provarem a riqueza do culto da deusa mãe Amara ou Maria!
Amara, Amarabi, Amaracapri,
Amarachi, Amarady, Amarae, Amaraette, Amaragrace, Amarah, Amarai, Amaraia, Amaralak, Amaralexis, Amaralys,
Amaranagana, Amarance, Amaranda, Amarande, Amarangane, Amarangani, Amaransia,
Amaranta, Amarante, Amaranth, Amarantha, Amaranthe, Amaranthea, Amaranthi,
Amaranthine, Amaranthine-aurora, Amaraprabha, Amaras, Amarasera, Amarashen,
Amarasundari, Amarat, Amarata, Amaratatini, Amaratpal, Amaravaddey, Amaravathi,
Amaravathy, Amaravati, Amaray, Amarbar, Amarda, Amardeeppal, Amarea, Amarech, Amarel, Amarela, Amarelda, Amareldee,
Amarelise, Amareliz, Amarella, Amarelle, Amarelys, Amarelyse, Amarendra,
Amarens, Amarentia, Amareshwari, Amarette, Amarevois, Amarey, Amargo, Amarhis,
Amarhyllis, Amarhys, Amari-nicole, Amarialis,
Amariana, Amariann, Amarice, Amaricita, Amarie, Amariell, Amarige, Amarii,
Amarik, Amarilda, Amarildee, Amarileen,
Amarilice, Amarilis, Amariliss, Amarilla, Amarillas, Amarilli, Amarillis,
Amarillys, Amarily, Amarilyn, Amarilys, Amarina, Amarinda, Amarine,
Amarins, Amarinta, Amarinth, Amarique, Amaris, Amarisay, Amarise, Amarisita,
Amariss, Amarissa, Amarisse, Amarit, Amarita, Amarith, Amarithya, Amariyah,
Amariza, Amarizia, Amarjaa, Amarjorth, Amarjyot, Amarla, Amarli, Amarlia, Amarlie, Amarllis, Amarna, Amarnda, Amarni,
Amaroula, Amarprabha, Amarr, Amarra, Amarraj, Amarriee, Amarris, Amarsha,
Amarta, Amarthakala, Amarurenas, Amaruuk, Amarvalli, Amary, Amaryah, Amaryce,
Amaryia, Amaryilis, Amaryl, Amaryla,
Amarylda, Amarylice, Amarylis, Amarylise, Amaryll, Amarylla, Amaryllis,
Amaryn, Amarynth, Amarys, Amaryss, Amarzul. -- AllNames.ru
“Amarris” (ó Amaris) é
uma palavra arcaica da comédia francesa que significava «matriz» com a
conotação obscena não tanto da natureza matricial da mulher, fértil e
parideira, mas da sua suposta natureza histérica e ninfomaníaca.
Amarília é
assim um nome de origem grega que quer dizer “deslumbrante”, como é
seguramente a luminosa cor do amarelo. Também conhecida como açucena, é
sinónimo de “orgulho” na linguagem das flores. A questão que se coloca é
a de saber se o Amarilis
actual é uma pura descoberta botânica moderna ou se corresponde a uma
apropriação por parte da comunidade científica do nome duma flor deste
mesmo nome cuja tradição se perdeu nas vicissitudes dos erros e
indefinição da evolução das línguas modernas e nos registos da
transmissão da vasta herança da cultura clássica.
Pois bem, existem provas e indícios da existência duma flor do Amarilis anterior à sua descoberta nas rochas da região do Cabo.
Desde logo, o facto de Amarilis
significar em grego “brilhante” como é o amarelo, e, por segura
associação mítica do amarelo com a mulher (de acordo com simbologia já
conhecida na pré-história), mulher bela e deslumbrante, e como tal,
fatal (na tipologia de Teócrito Amarília é cruel e indiferente!)
Amaryllis est un beau prénom féminin d'origine grecque.
De
l'antiquité à nos jours, des héroïnes littéraires ont façonné de leurs
qualités physiques, psychologiques ou morales un personnage de légende
(on dirait aujourd'hui virtuel) autour du nom.
Chez le grec Théocrite Amaryllis est une bergère qui pousse son soupirant au désespoir. Après Virgile, qui montre la forêt chantant la beauté d'Amaryllis, notre héroïne deviendra l'archétype de la belle femme. Avec Guarini (El Pastor Fido, 1590) Amaryllis aura un grand succès qui se prolongera dans la littérature et la musique de la fin du XVIe au milieu du XVIIIe siècle. Elle figure dans nombre de madrigaux, opéras, comédies et romans pastoraux alors fort en vogue.
Au
cours des siècles les poètes feront appel à Amaryllis pour son pouvoir
d'évoquer Virgile ou la poésie pastorale, indissociable de ses origines,
et comme descriptif flatteur d'une belle femme, parfois irrésistible
mais naturelle car campagnarde. (…)
Depois,
há que contar com as estranhas incertezas que rodeiam a história da
taxonomia do amarílis bem como as etimologias propostas para o nome
desta flor. Na verdade, se não temos a certeza sobre qual planta Lineu
nomeou Amaryllis belladonna como
poderemos saber se os italianos chamavam beladona ao amarílis actual ou
a um qualquer outro amarílis, comum na região mediterrânica e que os
ibéricos teriam usado para nome do amarelo, como usaram o nome da fruta
da laranjeira, a flor da roseira, a alface, o vinho tinto, e muitos
outros nomes rurais para nomes de cores?
Le nom de la fleur d'Amaryllis a
récemment posée deux questions complexes, dont la première reste en
suspens : Sur le plan étymologique, quelle est l'origine du nom, le grec
amaryllis ou le portugais amarelo (ou l'espagnol amarillo)? Sur le plan
nomenclatural, quelle plante Linné a t-il nommée Amaryllis belladonna?
Deux
hypothèses se disputent l'origine du nom: - L'hypothèse la plus
anciennement admise rappelle que ces fleurs étaient appelées bella donna en Italie. Le nom Amaryllis,
qui est à cette époque le nom de la personnification de la belle femme
pour ceux qui ont fait leurs humanités, s'est alors naturellement imposé
pour remplacer ou compléter ce nom vernaculaire.
Figura 2: hémérocalles.
- Le nom portugais de la couleur jaune a put être donnée à une fleur jaune originaire de l'ancien monde
(les hémérocalles?), puis, son orthographe ayant évoluée, glisser
ensuite, du fait d'une ressemblance de forme mais non plus de couleur,
vers les exotiques Amaryllis après leur découverte.
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El
nombre Hemerocallis procede de las palabras griegas para día y belleza,
que refleja el hecho que las flores individuales duran solamente un
día. El nombre común en otros idiomas es: "Tag-lilie" (alemán),
"hémérocalle" (francés) y "daylily" (inglés). En español, además de ser
conocida como "lirio de día", también se la llama "lirio japonés",
"lirio de la mañana" o, "lirio de San Juan", "azucena amarilla", "azucena turca" o, simplemente, "hemerocalis".
El
género Hemerocallis es originario de regiones templadas de Asia,
particularmente de Japón, Siberia, Corea y China. Sus flores grandes y
vistosas, las han hecho populares a lo largo de todo el mundo y, a
través de su cultivo, varias de las especies del género se han
diseminado e, incluso se han naturalizado, en muchos países de Europa y
de América.[
Adiante
se verá que também o açafrão foi, ou é, conhecido na península ibérica
como açucena amarela o que significa que qualquer tipo de flore liliácea
de cor amarela pode ter sido popularmente confundida, pelo menos na
península ibérica, como sendo sempre a mesma flor que na Itália eram a
“Bella Dona”, numa tradição mítica que remontaria à Madona de tempos
imemoriais!
Si cette version était juste, elle n'exclue pas l'influence finale de la précédente. (...) Amaryllis L. Species Plantarum 292. 1753. NB: L'Amaryllis de Linné était en fait un Hippeastrum et non pas l'espèce du cap.Cependant après 2 siècles d'imbroglio, en 1987, il a été décidé de "conserver" le nom Amaryllis pour l'espèce africaine. Amaryllis ne doit maintenant plus être employé au sens d'Hippeastrum. – Amaryllidaceae, Pascal Vigneron.
One
of the first mentions of the species in botanical literature is by Dr.
Paul Hermann in Paradisus Batavus in 1698. This Dutch scientist
described a plant sent to him from the New World tropics for
identification in 1689 as "Lilium americanum puniceo flore Bella Donna dictum"
(the American lily with scarlet flowers called Belladonna). In his
plant classification treatise of 1700, Elments de botanique, French
botanist, Joseph Pitton de Tournefort defined twenty-one species of
bulbs with funnel-shaped flowers borne in umbel-shaped clusters at the
top of a leafless stalk as Lilio-Narcissus.
Carolus Linnaeus accepted de Tournefort's classification of the
Lilio-Narcissus genus, first listing five species in Hortus
Cliffortianus in 1737, then later encompassing nine in his 1753 Species
Planatarum. Subsequently, Linnaeus, in creating the binomial system of
plant classification-the system adhered to today by plant scientists
throughout the world via the International Code of Botanical
Nomenclature-eschewed hyphenated generic plant names. In homage to the
beautiful nymph, Linnaeus renamed the group Amaryllis, the name that
persists to this day. Excerpt from Amaryllis, by Starr Ockenga.
De facto, o Amarilis de Lineu já não o é porque, ainda que continuando uma amarilidácea, passou a ter o nome de género Hippeastrum. Como se vê, os enguiços do amarelo não têm parança!
Que o amarelo português tenha estado na origem dum percalço de Lineu, voi la, quel surprise!
No
entanto, a probabilidade de tal equívoco é remota, tanto mais que,
ciosos como os lusos são de todas as migalha de fama marítima que tenham
tido, seguramente que se lembrariam de terem descoberto com o Brasil
também a flor amarela que teria dado nome ao Amalilis.
Figura 3: Mais
de 10 mil monges budistas se unem perto de Lopburi, na Tailândia, para
rezar pela paz. Sul do país ainda tem cenas de violência por conta da
instabilidade política (Foto: David Longstreath/AP).
De qualquer modo, alguma coisa deste género terá acontecido porque a relação do «amarelo» com o Amarilis aparece tão óbvia quanto pode ser biunívoca! Dito de outro modo, aquilo que terá acontecido pode ser bem mais simples e bem mais realista. O Amarilis
sempre terá existido na Europa mediterrânica como flor-de-lis de cor
amarela símbolo universal da Beladona, ainda que só depois das
descobertas é que tenha dado nome científico ao moderno Amarilis.
Os amarilis
originais poderiam ter sido os lírios dos campos de que fala S. Mateus e
teriam sido os lírios cândidos e não os azuis, pois estes não são
espontâneos e aqueles só o são na Síria e Palestina. Estes lírios são
também conhecidos por lírios da Madona e eram na idade média associados à
cândida Virgem Maria.
"Jesus
disse: Olhai os lírios do campo; eles não trabalham nem tecem, e no
entanto digo-vos: nem mesmo Salomão, em toda sua glória, se vestiu como
eles" - Mateus.
«Açucena» = (Ár. assusana, lírio), s. f. lírio branco, cecém; pessoa cândida.
Es un dato curioso que las azucenas solo tienen una fragancia agradable cuando van a morir.
Lilium candidum L. = lys de notredame = Madonna Lily
= cajado de S. José. = This lily has been cultivated for centuries. Its
original habitat, which might be Asia Minor, is still unknown.
Não
sendo nativo da península ibérica os lírios cândidos terão sido
introduzidos como açucenas na península ibérica com as invasões árabes
onde vieram a confundir-se com a flor do açafrão, como adiante se verá.
«Açucena» < Ár. as-súsánâ (= lírio) < *Ash-ush-an > Heb. Shushan (= lírio)
> Susana, lit. “rebento da filha do Céu (que era Inana / Istar /Anat)”.
Susanna = f From Sousanna, the Greek form of the Hebrew name Shoshannah which was derived from the Hebrew word shushan meaning "lily" (in modern Hebrew this also means "rose").
Sumer. šušana: = sixth (part) (šúš + na4 ?); As = 06; Sus = 60; Šušu = enxoval (de noiva); ninhada; cisterna; agua, forragem, etc. > Grec. Souson. => Sanaz - fiore (persiano).
Susa
was the capital city of Elam. It is located in Mesopotamia, on the Ulai
River. Susa was occupied for 5,000 years. Archeological work has
existed on the site for 100 years. The site has yielded Elamite
inscriptions, Old Akkadian texts, Sumerian Ur III texts, and a number of
legal texts, including the Codex Hammurabi.
Os termos sumérios com que se pretende compor e decompor o nome šušana são-lhe seguramente derivados posteriores e não componentes originais porque no princípio seria Susana, a Srª. de Susa, a bíblica 'Shushan'.
The patron deity of Susa was the Elamite god Inshushinak or Shushinak.
Inshushinak = "Señor de Susa", divinidad de Elam, reverenciado en la cuidad de Susa. Llamábasele "Soberano Patrón de Cielo y Tierra".
Xochi-lt - fiore (nauhalt, spagnolo); Xochi-quetzal - petalo di fiore, in Nahualt, dea Azteca dell'amore, dei fiori e della terra, sorella gemella di Xochi-pilli.
In-Xux-in-ak < Sr. *Chux-inak, lit. “Enki Xux, prob. “filho de *Xuxa, um dos nomes esquecidos da deusa mãe das águas primordiais”! Quem seria esta *Chuxa-na, lit. a Srª *Xuxa, possivelmente deusa dos «chochos» [= • s. m. (pop.) beijoca] das flores (J!) como a azeteca Xochi? Seria uma Virgem Mãe das águas primordiais, deusa da Natureza selvagem como Artemisa,
do ninho e das ninhadas; dos lactentes, porque Sr.ª dos chochos e das
chuchas; da alimentação infantil e animal, como as suas relações
semânticas derivativas o indiciam?
Artemisa < *Kartu-| musha < Ama-*Xuxa > Xaux > Xoxi-.
Xu-ana
era o nome genérico grego para ídolos femininos de madeira. De qualquer
modo, a esta deusa mãe seria dedicada a açucena, literalmente “as 6
(pétalas) de Susana”, razão pela qual as seis pétalas das suas
flores iriam ser motivo semântico para que componentes do seu nome
tivessem acabado por servir para denominar 6, 1/6, e 60 em sumério!
Ora,
foneticamente falando, quase se poderia dizer que a açucena ibérica
seria um termo autóctone recebido directamente da civilização suméria (e
não dos árabes!) que, quem sabe, seria originária das culturas
paleolíticas ibéricas ou magrebinas.
Eschaca = Diosa elamita de la fecundidad y las riquezas. Era equivalente a la Ops de los romanos ó Ishat = deusa caldeia da prostituição.
*Ash-ush > Shauska ó Ishat
«Açucena» < Ashushin < *Ash-ush-ina, Ash-at-Ana ó Inana / Anat.
Eschaca < Ash-kaka > Ash-at > Ishat.
Obviamente que os equívocos botânicos do amarilis terão começado com o hipeastro brasileiro e acabado com o amarilis
do cabo, o único que acabou por ficar com este nome. Os equívocos
terminológicos ainda se mantêm no Brasil onde se continua a chamar
«açucenas» às amarilidáceas.
"Açucenas"
são plantas bulbosas brasileiras que florescem na primavera, após um
período de dormência durante o inverno em que perdem toda sua parte
aérea. São as "tulipas brasileiras". Geralmente florescem antes de
emitirem nova folhagem, como que num passe de mágica. São
aproximadamente 70 espécies, a maioria delas seriamente ameaçadas de
extinção. Possuem flores de formas e tamanhos variados com quase todas
as cores (azul, branco, verde, amarelo, vermelho, vinho, rósea,
alaranjado e todos os tons intermediários). Pertencem principalmente à
família botânica das amarilidáceas e aos géneros Hippeastrum (antigo Amaryllis), Griffinia, Habranthus, Rhodophiala e Zephyranthes.
Este
anacronismo terminológico pode ser um indício da verdade oculta que
procuramos. As flores originárias do Brasil que primeiro deram origem
aos modernos amarilis seriam semelhantes às açucenas portuguesas
introduzidas pelos árabes que vieram a confundir-se com flores nativas
amarelas dedicadas à Bela Dona e que teriam sido em tempos remotos
conhecidas também como Amarilis.
A
indecisão no senso comum a respeito da verdadeira cor, ou mesmo da
verdadeira flor da Bela Dona reflecte-se nas cores com que a mítica
Amarília tem sido pintada pela cultura europeia.
Um dos mitos barrocos refere Amarília como sendo uma ninfa ou pastora apaixonada por um rústico Mirtílio.
Ora vejamos: nas representações barrocas de Amarília esta aparece sempre vestida com as cores das açucenas brancas.
Numa representação de Abraham Bloemaert da Figura 3 Amarília aparece vestida
como se fosse uma açucena (com túnica branca, lenço e cabelos amarelos
e, escorregando da coxa esquerda, um manto em tons esverdeados) enquanto
Mirtílio aparece com um manto vermelho qual deus marcial, mas também com túnica amarela. Dito de outro modo, quase que poderíamos afirmar que o mitema Amarilia & Mirtilho derivaria dum arcaico rito floral em torno dum ramalhete de açucenas e mirto, usada nos rituais primaveris de Afrodite & Adónis, ou seja, os irmãos e amantes Vénus & Marte.
Então, quase de certeza que o casal Marília & Mirtillo teria sido em tempos arcaicos um dos nomes do par de gémeos filhos de Amorca, a deusa mãe primordial, ou uma metáfora dum antigo mitema da Virgem Maria e de *S. Martinho, «o deus menino», Marte / Ares / Hórus / Eros. Este seria sempre vestido de vermelhos como o rezam os mitos sumérios:
Assim, toma Tamuz, o amante da tua juventude,
Lava-o com água pura e unge-o com doces óleos do céu;
Veste-o de vermelho, deixa-o tocar uma flauta de lapis-lazuli
E espera que as cortesãs o venham alegrar. -- o decesso de Istar.
Já no quadro da Figura 4, sobre o triunfo das três cores primárias, Fernand Bol parece ver Amarília
como açucena branca de S. José pois vestiu-a de branco com adereços
amarelos como estames de açucenas, e manto verde como a ramagem do lírium candidum. No entanto, e de forma surpreendente, Mirtílio
aparece ali todo vestido num rutilante amarelo, como que a recordar os
tempos em que os Amarilis eram os crocos cuja relação com Amarilis teria
dado nome ao “amarelo”. Quer dizer que este autor sabia algo sobre a
relação deste antigo mito com as cores mas não o essencial pois, pelo
menos, deveria ter dado cores rubras e sanguíneas a Mirtilo, enquanto personagem dum arcaico mito deus pascal!
Noutras variantes, Zeus & Atena,
os deuses mais populares da Grécia clássica, seriam a mascara mítica
dum mitema muito mais arcaico que remontaria à origem da Deusa Mãe Amorca, opulenta e maltesa, sob a cobertura dos epítetos Amarios / Amaria. Atena Amaria, a sempre virgem, seria então a forma antiga da Virgem Maria, e Zeus Amarios,
transformado pai daquela num parto desastrado pela barriga das pernas
por razões de política mitológica paternalista, seria uma das forma do
antigo «deus menino», filho da Virgem Maria!
Ama-ur + Ki > Amorca
«Marília» < Amarillis < Grec. Amarullis < Ama-ur | lili < lulu |.
Mirtilho < Martu-llu < Amar | lilu < lulu |.
Amarios, fem. Amaria, epith. of Zeus and Athena in Achaea, SIG490 (Orchomenus in Arcadia, iii B. C.) -- Amarion,
precinct at Aegium in which the Achaean League met, prob. l. in
Str.8.7.3 and 5 (but Homarion Plb.5.93.10 , hence Amarios prob. = Homarios, Homagurios (…) as god of the assembly. Marnas, name of Zeus at Gaza (…) Marneion, his temple.
Orchomen- < Orca-Min = Min-Orca, lit, uma das Baleares!
Min-Orca < Ma-(an)-orca <
Ama-Urka > Amorca > Amaur-Ki ó Ki-Amaur < Kaumar- < Homar-
> Amaurkia > Amauria > Amaria > Maria + Ana >
Mariana > Marina > Marna.
Homagur- < Kauma-kur < Ki-Amaur-Kur.
=> (Srª das) Amarguras.
A razão semântica mais profunda pela qual o filho da Virgem Maria viria a dar nome ao amarelo seria afinal bem simples!
Qualquer flor amarela parecida com um lírio seria da Bela Dona e popularmente chamada como *Amaru-Lis.
Este
mitema precedeu seguramente em muitos milénios o mito cristão e seria
genericamente o eterno culto da Virgem e do «deus menino» que por
conveniência pictórica convencional seria sempre representado pintado de
amarelo ou pelo menos, como ainda hoje, envolto num círculo dourado
como o brilhante sol nascente! As flores amarelas dos cultos pascais de
morte e ressurreição solar viriam depois!
Amara = [Deriv. unknown.] = a trench, conduit, channel, for watering meadows.
Maris = a liquid measure; mariskos , bog-rush, Cladium Mariscus,
Exalmuroomai = become salt, PTeb.72.11 (ii B. C.) ó halmuros , a, on, (< [halmê = sea-water, brine] ) salt, briny, Hom. only in Od; Muraina = a sea-serpent; Murios= numberless, countless, infinite.
Ao
reflectir sobre as etimologias comparadas de termos em línguas próximas
acabamos por esclarecer a verdade oculta nas palavras actuais, perdida
pelo silêncio da história na penumbra dos tempos. Amaru só foi amargo em latim por ter perdido a sua relação com a deusa Amorka do mar salgado primordial de que Mara era uma variante enquanto deusa da morte e das suas angústias.
Na Bíblia no Livro de Rute, Naomi chamou a si mesmas Mara, enquanto significando "amargura", depois que ela sofrer as mortes do marido e dos seus dois filhos.
Ver: MORTE (***)
Em grego esta relação com o salgado parece inexistente tanto mais que os étimos em -mar- raramente reflectem relações explícitas com o «mar». Existem no tentanto, termos como amara,
que manifesta uma ténue relação com o mar na medida em que os canais,
antes de irem irrigar os campos, comunicam geralmente com o mar quando
são ribeirinhos (< amarat, lit. “braço de mar”?), maris, mariscos que reflectem ténues relações semânticas com um termo marítimo que seria possivelmente apenas comum mo mediterrâneo ocidental.
Amaryllis < New Latin Amaryllis, genus name, from Latin, from Greek Amarullis <= grec. amaryssein.
Amaryllis: Beauté allégorique, Un prénom à l'étymologie "brillante".
Amarussô [Root !amarug, like marmairô <= marmarussô, flash, sparkle] [only in pres. and imperf.] to sparkle, glance, of the eye, Hes.:--Mid. of light, colour.
Rhousios = reddish, Lat. russus.
Marmarussô < Mar + (a)ma- (Rhousios < Urash) > amarussô.
<= *amarug < Amaruka < Amorka.
Ainda que os gregos se tenham esquecido da origem étmica dos termos marmarussô e amarussô, a verdade é que eles estão relacionados aos deuses sumérios da aurora, Urash, que
conferem a estes verbos a semântica do brilho radiante do sol a nascer
sobre o mar, própria de povos ribeirinhos como eram os do mar Egeu. Quanto
à ideia de que foi o mármore que deu nome ao mar da Mármara pode acabar
por ter de se concluir que terá sido precisamente ao contrário. Foi o
deus da aurora, Enki / Kur / Urash, que sendo também deus das
águas doces e dos rios deu nome de “mar da mãe da aurora” a este mar, pela
boca dos egeus ocidentais! O brilho marmóreo deste mar interior, calmo
como um rio, assim o indicaria!
Rhoos Cypr. rhoWos Inscr.Cypr.135.19 H., Att. contr. rhous: Ion. and later writers have the heterocl. dat. rhoï (…) ( [< rheô] ):-- stream, flow of water, current (…).
«Rego» < Lat. rigu(u) < Lat. rivu < *Urwu < *Urshu < Urash.
Ama-rigu > ama-rug > Ama-russô =>
«Marmório» <= *Marma-rigu < *marma-rug > marma-russô.
Marmairô ó Marma-| rigu < Lat. rivu < *Urwu => Cypr. Insc. RhoWo- >
rhou- > rheô | > *marmarô > marmarau > (mar da) Marmara.
A etimologia radiante destes verbos poderá ter conferido um “brilho” adicional ao nome de Amarilis (< Ama-ur-lili) que já era literalmente o lírio branco do Amor e de sua mãe *Amaur. Esta
deusa era uma cobra-do-mar primordial de que brotou a existência e
então seria como que uma lampreia ou uma «moreia», enfim uma qualquer
cobra de agua denominada em grego Muraina.
Amaru < *Amaur > Marua > Murai(na)
| > Muri- > Mauri- > Mari- > Maria |-na.
AMARILIS, A BELADONA
Sendo assim, os amarilis
vão buscar a semântica brilhante às cores claras e vistosas das suas
pétalas e a sua relação com a “Virgem Mãe” decorre do seu papel
relevante nos ritos florais das festas de fertilidade da Primavera em
honra de Deméter & Korê, de Dioníso, de Afrodite & Adónis, ou de qualquer um dos muitos deuses de morte e ressurreição. Por esta razão se diz que a açucena é o “lírio da Madona”
e o cajado florido de S. José não passa de uma decoração apócrifa do
casamento da mãe de Jesus com a retórica mítica do arcaico culto de Adónis.
Com a secularização galante da cultura renascentista o culto da Virgem
Maria começou a deslizar para o culto da arte pela arte da Beleza
feminina iniciada precisamente com as “canções de amor”, no ambiente
Provençal da antiga mediterraniedade matriarcal, o “lírio da Madona” terá começado a redesenhar-se na “flor exótica da Beladona” sob o signo mítico da arcaica Amarilis, progressivamente exaltada como protótipo da eterna e mutável beleza feminina.
Assim, quando Lineu decidiu dar nome ao Amarilis Beladona sem temer confusões com a Atropa Beladona
estava não apenas a obedecer a um imperativo cultural que jorrava das
profundezas do mediterrânico matriarcal como estava a seguir uma moda
da época barroca e que tinha entrado na botânica em 1698 quando o Dr.
Paul Hermann in Paradisus Batavus denominava a açucena brasileira como
sendo o "Lilium americanum puniceo flore Bella Donna dictum". Obviamente que, desde logo se pode suspeitar que a tese francesa de que o nome do amarilis decorre do facto de os primeiros amarilis brasileiros terem sido amarelos fica um pouco tremida porque afinal seriam purpurinos.
Mas, qual era afinal o verdadeiro mito de Amarília?
De acordo com os poetas clássicos, Teócrito, Ovídio, e Virgílio, Amarilis era uma ninfa virgem, envergonhada e tímida mas com uma personalidade forte.
Esta perdeu-se de amor por Alteo, um pastor de coração de pedra e que tinha a fama de ser tão belo quanto Apolo e tão forte quanto Hércules, e decidiu que somente a ele seria fiel, não importando a que preço. Indiferente à sua sedução, Alteo proclamou que o seu único desejo era que lhe trouxessem uma flor que nunca tivesse existido antes no mundo.
Amarilis
consultou o oráculo de Delfos onde foi lhe foi dada a indicação de que
deveria perfurar o seu coração com uma seta dourada, na porta de Alteo.
Isto ela fez, vestida de branco como uma noiva, por trinta noites
consecutivas, gotejando lentamente o seu sangue. O pastor abriu
finalmente a porta para descobrir uma flor com pétalas encarnadas, que tinham saltado do sangue do coração de Amarilis.[1]
Alteo seria Adónis, cognominado Mirtilho?
Alteo, “literalmente altíssimo deus” < Hal-Kiu > Alfeu.
Keret ó *Kartu ( = Melkart).
Quando o mito refere que Alteo seria tão belo como Apolo estaria a referir-se que ele era, para todos os efeitos um deus de beleza como foi Adónis, e se era tão forte quanto Hércules é porque ele era uma variante de Melkart, como Adónis terá sido. A Amarília que se vestiu de noiva não era senão uma açucena branca.
Figura 6: açucena amarela.
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Figura 7: açucena amarela-tigrada.
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Assim, o mito ter-se-á desbotado com o passar tempo e perdido o rigor da cor das pétalas do Amarilis
que Alteo encontrou à porta. A possibilidade de a açucena amarela ter
sido a que era mais comumente utilizada nos ritos ibéricos pascais de Afrodite & Adónis / Marília & Mirtílio talvez explique o nome do «amarelo»! Na verdade, um dos amarilis classificado por Lineu, o Amaryllis Lutea, era o açafrão.
Açafrão = substantivo masculino. Botânica:
Aplanta da família das Iridáceas, também designada açafroeira e
açaflor, de cuja flor se extrai um corante amarelo-alaranjado aplicado
em culinária, em farmácia e em medicina; 2. erva aromática, geralmente
utilizada em pó como condimento, proveniente desta planta; (Do ár. az-zá afran, Árabe = amarelo - © 2003 Porto Editora, Lda.
#0290. SPAIN. SOUTH EUROPE. Yellow Amaryllis: The
print bears the date: 1st February 1795. The main colours are Yellow.
Green. Grey-Brown and Brown. “Amaryllis Lutea. Yellow Amaryllis.”
(Crocus). - Volume 9: Published - c.1795/6 THE BOTANICAL MAGAZINE
http://www.antiquemapsandprints.com/curtis3.htm
-Common Names - Yellow Amaryllis, Yellow Colchicum
-Genus - Amaryllis
-Species - Amaryllis Lutea
-Class - Hexandria
-Order - Monogynia
-Authority - Linnaeus.
-Modern_Genus - Sternbergia
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O
nome é de uma unanimidade espantosa em todo a Europa incluindo a
Turquia pelo que é difícil aceitar que perante o panorama o açafrão
seja, de facto, de origem árabe quando nem este o identificam como tal.
Os
malabarismos a que a etimologia oficial se presta para fazer derivar o
açafrão do árabe são tão inseguros quanto duvidosos sobretudo quando se
sabe que o açafrão já existia muito antes do império árabe.
Le mot safran tire son origine du latin safranum, aussi ancêtre de l'italien zafferano et de l'espagnol azafrán[7]. Safranum vient lui-même du mot arabe aṣfar ((أَصْفَر),), signifiant «jaune», via la paronymie avec le mot zaʻfarān (زَعْفَرَان), le
nom de l'épice en arabe. Selon d'autres sources, s'appuyant sur la
présence de cultures de safran sur le plateau iranien, safranum
viendrait du Zarparan (زرپران), zar (زر) signifiant «or» et par (پر) signifiant «plume», ou «stigmate».
Claro
que a relação do amarelo com o «açafrão» é óbvia! As suas flores são
amarelas e, por outro lado, com ele podem-se corar os alimentos dum belo
e saboroso, porque os olhos também comem, tom de amarelo de «enxofre»,
nome com o qual o açafrão se aparente fonética e etimologicamente ao
ponto de ser muito mais provável derivar do mesmo étimo do açafrão do
que do latino sulfur. Mas, que necessidade teriam os povos
ocidentais e romanos que ir buscar o amarelo do açafrão ao então
obscuro povo árabe quando, se este fosse então de melhor qualidade
quando trazido das índias pela rota das especiarias, poderia ter ficado
com o nome hindu ou àrabe?
O termo latino sulfur quanto muito terá servido para modelar foneticamente o termo árabe de modo a fazer com que este invertesse a posição do -an final para permitir a este termo rimar como o equivalente latino!
Lat. sul-fure ó «enxofre» < en-xa-fure < e-xafur-en < Ár. (a)zza(u)fran (= amarelo) < Azuphiru < Akk. Azupīru < (Old Babylonian) wr. azugna; u2azugna "a vegetable; saffron?"
Em conclusão: o mito clássico especifico de Amarília & Mirtilo seriam
o eco remanescente duma homenagem póstuma ao aparecimento em jogos
florais adonisinos da variante amarela tigrada da açucena que viria a
ser o amarilis ibérico e que mais não seria do que uma rara e esplêndida variante da açucena amarela, o crocos ou flor do açafrão.
Krokoô [< krokos = açafrão] = coroar (os poetas) com hera amarela. [2]
«Crocos» = < Lat. crocu < Gr. krókos, o açafrão (planta).
De
qualquer modo, pelo menos uma língua românica, o catalão, ficou com o
étimo dos crocos com o significado de amarelo, na forma groc. dai que estar grogue seja estar ébrio e mareado...
El
groc és aquell color que té una longitud d'ona compresa entre els 565
nm i els 590 nm, o bé una mescla de llum roja i verda, que aparenta ser
el mateix color. El groc és el complement del blau, i com a tal, els
pigments grocs absorbeixen la llum blava. – Wickpedia.
Figura 9: Cena
primaveril num mural duma casa de Akrotiri mostrando açucenas ou
crocos, flores-de-lis literalmente aos montes, como o alecrim!
O facto de o verbo grego krokoô ter ficado com o significado de coroação com
“hera” amarela significa simultaneamente duas coisas. Primeiro que, na
falta de açafrão, os gregos clássicos começaram a utilizar a hera para
coroar os poetas vencedores destes jogos florais, segundo que estes
acabaram por fazer parte de festivais de casamento tutelados por Afrodite Kiteria, que afinal teria sido em épocas cretenses a própria Deusa Mãe, tal como depois foi Hera!
«Hera» < Lat. hedera < Ki-thera > Afrodite Kitheria.
< A. Hetaera.
Titles of Aphrodite: Hera - the earth, lady; Hero - divine one; Hetaera - companion, protector of courtesans. Kythereias - of Kythera, the island or city on Crete; may mean secret of the wool.
Antig. Grec.
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Modern. Grec.
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Xantos
Chloros
Ikterias
Kitrinos
Mêlis
Chrusites
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Ίκτερος
Κίτρινος
Μαλλιά
Χρυσός
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«Icterícia» < Grec. Ík-ter(os) < Ki-ter + an > Grec. Ki-tri(nos).
«Ocre» < Grec. ocros < Hau-Kuros < Ki-kur > Sakar => *Kar.
Grec. Chrus-itês < Xar- < Kar > Kaur- > Haur- < Lat. auros.
Chlôros < chlo-eros > chloêros [= Eur.] = amarelo esverdiado, amarelo-limão ou verde alface.
Dos vários nomes gregos para o amarelo iktérias e kitrinos parece confirmar a relação étmica desta cor com Afrodite Quitéria. Xantos é uma homenagem quase descarada à Deusa Mãe suméria Ki-Antu. Melis a Afrodite Melania e indirectamente a Artemisa de Éfso a que terá sido também a meléfera *Apília. Antes de vir a dar nome à primaveril Aprilia do respectivo mês de Marília e Amarília. Cloros é o próprio nome da deusa das cores da Primavera e chrusi-tes
seria em tempos o nome duma tridiva lunar denominada *Charusi ou
Carusas, meras variantes fonéticas das Carites ou Cariátides, as Graças
companheiras de Cloris e da Glória, deusa das cores da Primavera e da
Aurora!
Figura 10: Mural
de Akrotiri: Mulher minóica recolhendo açafrão, particularmente
apreciado pelas mulheres de Tera que o recolhiam com cuidado dos montes,
possivelmente para a produção dum pigmento amarelo.
"Scholiast on Homer, Il. xii. 292: Zeus saw Europa the daughter of Phoenix gathering flowers in a meadow with some nymphs and fell in love with her. So he camedown and changed himself into a bull and breathed from his mouth a crocus
(21). In this way he deceived Europa, carried her off and crossed the
sea to Crete where he had intercourse with her. Then in this condition
he made her live with Asterion the king of the Cretans. There she
conceived and bore three sons, Minos, Sarpedon and Rhadamanthys. The
tale is in Hesiod and Bacchylides."
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Pancratium
maritimum, o nardo marítimo, azucena de mar, lirio de mar, nebulosa,
jacinto de mar, alelí de mar o pancracio, es una planta bulbosa de la
familia de las Amarilidáceas. Se
encuentra en los arenales y en las dunas fijas de las costas del
Atlántico y en las costas del Mediterráneo, a pleno sol y tolera bien
periodos prolongados de sequía. (…) Pancracio proviene del griego παν (pan, "todo") y κρατυς (cratys, "potente") en alusión a supuestas virtudes medicinales. Maritimum es del latín "mar", por su hábitat costero.
Figura 11: Pancracio, ou narcisos do mar com estames amarelos, Fresco de Akrotiri.
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Figura 12: Dois jovens de da ilha de Tera praticando o pancrácio, Akrotiri.
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«Pancrácio» < Gr. Pan-krátion, s. m. exercício
de ginástica entre os Gregos e os Romanos, que combinava a luta e o
pugilato; • (pop.) pateta, idiota, simplório; • pascácio; • (Bot.)
género de plantas amarilidáceas; • luta livre greco-romana.
Que
relações existiriam entre a luta livre dos jovens cretenses e o nardo do
mar que tivessem passado pelo «pancrácio» que não fossem precisamente os
poderes lenitivos e curativos que lhe eram atribuídos?
Figura 13: Anel de sinete minóico com cena tauromáquica.
Tais
lenitivos seriam naturalmente usados pelos contendores depois das suas
mútuas refregas. Por outro lado, começamos a ver com mais nitidez qual
seria o verdadeiro enquadramento dos jogos florais cretenses, que além
do «pancrácio» teriam saltos e jogos tauromáquicos.
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De
qualquer modo, este tipo de exercício físico, que os cretenses
conservariam desde as suas arcaicas “festas dos rapazes” em honra da
“Deusa Mãe” *Kretu / Kurija,
teria tão fortes implicações na cultura popular do mar Egeu que terá
recebido dos cretenses o nome para a luta e para o nardo marítimo.
Na
verdade, começamos a entender que a preparação da juventude para a vida
nas sociedades matriarcais neolíticas acontecia com as "festas dos
rapazes" em honra da Deusa Mãe, A Senhora do Amarelo.
Semanticamente
o nome grego da cor do cloro é um compromisso semântico entre o amarelo
tradicional da Deusa Mãe e do eterno feminino e uma homenagem ao verde
das deusas da Primavera. De resto, fica-nos a suspeita de o latino
flavus para amarelo ser um falso masculino como Tellus ou Vénus uma vez que nada nos prova que *Kla-Wer não possa ser uma variante de Taweret.
> (H)laure > Bac. lore.
> Klaure > Cloris > Grec. chlôros.
> Lat. Fulvus.
Lat. Flav®us < Ful-We®-ush < *Kur-Ker | -et < Kur-Kur-at |.
=> Engl. Flawer > flaure > Lat. Flora.
Ver: CLORIS (***)
No mito de Amarília & Mirtílio, referido antes porque glosado até à exaustão pela moda barroca, a coroação do pastor fido
seria precisamente uma memória desses tempos arcaicos em que os
vencedores dos jogos florais dos ritos pascais seriam coroados em honra
da deusa mãe com flores de açafrão ou, na falta destas, por açucenas
amarelas, ou outras flores ou ervas amarelas! A cultura de Tera, em
Akrotiri, foi violentamente destruída pela explosão do vulcão do
arquipélago de Santorini mas as raízes da civilização minóica
permaneceram no subsolo da cultura europeia não apenas mediterrânica mas
particularmente no mundo da latinidade Andalusa onde se manteve ao
longo dos séculos, apesar de todas as dominações e vicissitudes
históricas, a exuberância do culto taurino e da mística da dolorida
Virgem Mãe de Macarena. Claro que poderemos acompanhar o rasto da
cultura minóica em todas as civilizações arcaicas que mantiveram a
luxúria colorida do seu amor pela vida, a sua adoração pelo touro bem como a sua aprofunda e mística espiritualidade, como será o
caso da cultura tibetana e hindu.
A história do amarilis como flor-de-lis deve remontar às épocas mais arcaicas da cultura mediterrânica porque encontramos flores idênticas ao amarilis
em pinturas murais nas ruínas de Akrotiri, por sinal de pétalas
vermelhas e hastes amarelas o que pode ser um recurso estilístico para
representar açucenas amarelas de açafrão salpicadas com o sangue da
Virgem Mãe *Kertu, Amarilis ou Maria de *Amaur!
Os
crocos, a flor do açafrão, ou flor-de-lis amarela, seriam uma “reserva
estratégica” dos palácios minóicos onde seriam utilizadas para pintarem a
cor do ouro que era a substância de que eram feitos os deuses e das
estrelas, filhos e filhas da Virgem Deusa Mãe do Caos e do Mar
Primordial.
É
também na Andaluzia que vamos encontrar o amarelo na vastidão das
searas maduras e nos frisos das habitações. Ora, é também na Andaluzia
que vamos encontrar no coração da modernidade o suspiro doloroso do Amarilis na profusão floral das “festas da semana santa de Sevilha” e nas “romarias do Rocio”.
Figura 14: Flor-de-lis num mural de Akrotiri
De
resto, quando os minóicos chegaram às costas ibéricas terão encontrado
açucenas amarelas como o açafrão por todo o lado pois um dos mais belos
representantes desta espécie é ainda hoje o lírio amarelo dos Pirineus! O
arcaísmo da língua basca não nos revela o verdadeiro segredo do Amarilis mas as espantosas cores tigradas da flor-de-lis dos Pirineus bem podem ter sido a causa deste mito.
Mais interessante ainda é verificar que em torno da etimologia do nome basco Zitori horia para a sua flor-de-lis dos Pirineus vamos encontrar referências cruzadas com o nome de Aforodite Quitéria e com o nome grego da cor da «icterícia» e da citrina cor do verde limão! Em boa verdade, *talia, *taura ou kora seriam apenas um dos muitos nomes genéricos para denominar Korê, a jovens filha de Deméter.
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> Kisw. Zahur > Arab. zahir
Hind. bakul < ka-kur < Ki-Kur > Ki-kar > Ashar > arab. azhar.
> Ki-kaur > zitaur > basc. Zitor.
«Ci-dália» < Ki-| thaul-ia > Thalia < Kaulia < Kora.
Lat. caepulla > Ki-kaur-ia > ciwa-ulia > «cebola».
> gr. kikhóreia > lat. cichorìa
> it. cicoria > «chicória».
Hind. An-Kur = Kur-(An ó Ki)-Kur => grec. Kitrinos.
º An-Thea < An-Ki-ha < Ankisha > rus. anfissa.
> grec. anthos.
Figura 15: Flor-de-lis amarelo-tigrada dos Pirinéus. Encontra-se a partir de 30m de altitude, desde a beira mar… até 2200m. Em basco chama-se Zitori horia (< hauria = açucena áurea, amarela, doirada ou crisantina).
Anfissa - fiore ( russo, dal greco "anthos", fiore). Antheia - fiore (dal greco).
Azhar - fiori (arabo); zahir - che fiorisce (arabo).
Bakul - dal nome di un fiore della mitologia hindi. Ankur - fiore (hindi). Zahur - fiore (kiswahili).
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Como
é óbvio, os ibéricos nunca teriam confundido a «cebola» com o cebolilho
do qual resulta por plantação, processo agrícola que conheceriam desde
os tempos antigos em resultado da colonização minóica, pois terão sido
estes que terão introduzido a cultura megalítica na península ibérica
tal como a terão também levado para o Egipto com as cebolas nos tempos
pré-dinásticos a mesma cultura megalítica que viria a culminar no culto
das pirâmides. O bíblico Moisés celebrizou as saudosas cebolas do
Egipto mas os frescos de Tera imortalizam o gosto das mulheres minóicas
pela recolha de bolbos de açafrão o que significa que estes, antes
daqueles que destes a teriam recebido, já conheceriam muito bem os
bolbos comestíveis e, destes, os das cebolas. O estudo semântico
comparado do amarelo parece revelar que esta cor sempre terá sido
considerada a da Terra Mãe, quiçá porque os tons ocres sejam de facto os
que domina as áridas paisagens terrestres peri-mediterrânicas e seriam
as que durante a maior parte do tempo se vislumbravam na vastidão do
Sará da época glacial onde, durante o paleolítico superior, se terá
desenvolvido a mitologia e a linguagem formal depois de esta ter nascido
nas cavernas ibéricas e nos santuários a céu aberto dos vales dos
afluentes a montante do Douro.
Podemos
assim concluir que o nome ibérico do «amarelo» constituirá um arcaísmo
minóico que destoa no conjunto dos termos analisados em diversas línguas
ditas indo-europeias para as diferentes cores construídas quase sempre
em nome do deus Wer, o aguerrido deus das estações do ano.
Ver: CORES (***)
Porém,
se tal acontece com quase todas cores parece que com o termo «amarelo»
tal só acontece fora da regra geral que é a de a cor amarela ser uma cor
feminina relacionada com a matriarcal Virgem Mãe Amaru dos primórdios míticos da humanidade!
Mas,
o mesmo amarelo pode revelar uma faceta misteriosa, lunar e sombria,
porque amarga, tanto no “riso amarelo” dos ocidentais quanto nas
tradições que do Islão à China o dão como cor da cobra e da traição; da
maldade e do cinismo.
Os gregos modernos traduzem este amarelo dos “fura greves” e traidores pelo termo deilos
que no grego clássico significava precisamente vilania, reforçada pela
conotação pejorativa e nauseabunda da palidez do medo e da cobardia.
Ir para: MIRTILO (***)
According
to the classical poets Theocritius, Ovid, and Virgil, Amaryllis was a
virginal nymph, timid and shy but with a spine of steel. She fell head
over heels in love with Alteo, an icy-hearted shepherd reputed to be as
handsome as Apollo and as strong as Hercules, and determined that she
would be true only to him, no matter what the consequences. Indifferent
to her charms, Alteo claimed his only desire was that a new flower be
brought to him, a flower that had never before existed in the world.
Amaryllis consulted the Oracle at Delphi and was instructed to pierce
her heart with a golden arrow at Alteo's door. This she did, dressed in
maiden's white, for thirty consecutive nights, dripping blood all the
while. The shepherd finally opened his door to discover a flower with
crimson petals, which had sprung from the blood of Amaryllis's heart. --
Excerpt from Amaryllis, by Starr Ockenga
[2] to crown with yellow ivy.
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