(Continuação de: SANTARÉM, CIDADE DOS TOUROS E CENTAUROS)
Fosse como fora, Saturno é seguramente o deus Sabaot dos judeus, senhor do Sábado e manifestação do deus Set que os Egípcios consideravam semita. A variante setiana do gnosticismo cristão referia-se a Cristo como sendo Sete, o terceiro filho de Adão e Eva, como o único revelador do conhecimento, o que parece vir lançar confusão na tradição da metalurgia que na tradição judaica é devida a Tubal Caim descendente dos filhos com a marca de Caim da sabedoria e relacionado com a cidade de Setúbal...quando deveria ter sido de Sete, relacionado com a cidade de Santarém.
Gênesis IV, 22. Zillah também teve um filho, Tubal-Caim, fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a irmã de Tubal-Caim foi Naamah.
(...) se acharam em uma formosa baía, por onde se lança no grande Oceano Ocidental um Rio, maior em proveitos de pescarias e navegações, que em quantidade de águas. Vendo Túbal o bom sítio da terra, e os que consigo trazia enfadados de navegação tão larga, determinou fazer naquele lugar seu assento (...) e uma povoação (...) ordenada com as brandas Leis, e pouco maliciosos costumes daquele novo mundo (...) Aqui viveu Túbal alguns anos (...) e dele se deu nome à nova povoação, que fundara, chamando-lhe Setúbala (...) esta povoação é o que no tempo de agora, com mui pequena corrupção do primeiro nome, chamamos Setubal, assaz conhecida no Reino de Portugal, e muitos fora dele. in Frei Bernardo de Brito, Monarquia Lusitana, Parte I, Lisboa, 1973, fls. V-7.
Figura 1: Arqueologia industrial das salgadeiras de Cetóbriga expostas em Setúbal.
Mas pouco importam as insuficiências e ignorâncias judaicas perante tradição mais antigas hoje em dia sobejamente recuperadas.
Sethlans è una divinità etrusca del fuoco, protettore dei fabbri. Raffigurato con martello, tenaglie e bipenne, il suo aspetto è molto simile a quello del dio greco Efesto e del romano Vulcano.
Sethlans < Sethulanus < Saturanus > Saturno.
Tubal Caim = Ca(im) Tubal < *Ka-tuwar-(im) < *Shathuwaino
< Saturnino < Saturno.
É devida a Frei Bernardo de Brito a mais conhecida lenda sobre a origem do nome de Setúbal. Lenda poética que atribui a origem da cidade ao facto de Túbal, neto de Noé, ter aportado acidentalmente a esta "formosa baía" e dela se ter prendido de encantos. Menos poéticas, porém mais plausíveis, são as hipóteses de que a origem da cidade tenha sido a povoação celta de Cetóbriga, que se erguia na margem esquerda do Sado ou a herança do nome do rio Xetubre. Incontornável é o facto de Setúbal se situar junto do local onde floresceu Cetóbriga. E até à conquista de Alcácer do Sal, em 1217, Setúbal não é referida. Após a conquista de Alcácer, Setúbal ganha importância nomeadamente com a sua doação à Ordem de Santiago por D. Sancho II, em 1237. -- Texto de António Lopes de Textos de apoio consultados da autoria de José Hermano Saraiva e de José Custódio Vieira da Silva.
Jorge de Alarcão na sua “Nova História de Portugal: vol. I: Portugal: das origens à romanização” confirma que Cetóbriga se situava onde agora é Setúbal pelo que é por aqui que temos que partir nas buscas da etimologia de Setúbal.
Cetobriga. Foy huma Cidade do Gentilismo, em cujas ruinas se fundou a Villa de Setubal. Fr. Fernando de Brito, (2), seguindo a Florião do Campo, e a outros, diz, que fora fundada, e povoada por Tubal o anno 145 depois do dilúvio, e lhe chamara Cethubala, ou Cetum-Tubalis, que quer dizer ajuntamento de Tubal, de cujo nome com pouca mudança se deduzio Setubal. Porém André de Resende, (3) e Diogo de Paiva dizem, que não pode ser; antes o Paiva com tenacidade a constitue em Andaluzia. O que temos por mais provável he o que diz o famoso Resende, que houve duas povoações deste nome: a antiga, onde agora está o sítio chamado Troya, que naquele tempo se dizia Cetobriga, e significava Cidade de muito, e grande peixe; porque Briga na língua dos antigos Lusitanos queria dizer Cidade, ou fortaleza, e Cete peixes grandes. Desta opinião he Gaspar Barreiros, (4) o qual afirma, que no seu tempo havia no sitio desta Troya vestígios de umas salgadeiras, em que seccavao o peixe, porque se fazia aqui uma grande pescaria dele, e que debaixo da água se mostravam ainda ruinas de edifícios, cousa, que também testifica Resende.
Extincta fibnalmente a antiga Setubal, ou Cetobriga na geral destruição de Hespanha, se passarão alguns moradores dos que restarão para defronte, e principiarão a povoar nova colónia naquele sítio, intitulando-a da mesma forma Cetobriga. Correndo depois o tempo, se veyo a chamar Cetobala, e dahi Cetubala, e hoje Setubal. Desta opinião he Luiz Nunes, (5) Christovão Cellario (1) e convem do mesmo Villalpando in Ezemchielem tom 2. p. 16. Affirma também o alegado Resdende, que no sitio de Troya, ou antiga Cetobriga está por cima da porta da Igreja de Nossa Senhora huma cabeça de carneiro em pedra, e lhe parece que houvera alli hum temlo de Jupiter. De outras pedras alli descobertas faz também memoria o sobredito Antiquario. -- in CASTRO, João Bautista, Mappa de Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, Officina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno, 1764(?), p. 17-18
Cetobriga é um topónimo celta que em território cónio é suspeito de ser uma transliteração dos geógrafos que se informaram mal no local onde lhes terão dito que ali era a “cidade do deus Set” ou seja Setu-bel a cidade do Senhor Sete. De imediato os helenistas escreveram Cetobriga por semelhança com outras brigas lusitanas e, por lembrar em grego os cetáceos que ali se pescavam, é esta a razão da grafia especial de Cetóbriga que se perdeu em Setúbal. Tendo ficado como Cetóbriga entre os locais romanizados (por culpa dos cetáceos?) passou com os árabes a nomear o que dela restava depois da passagem dos bárbaros no nome local do rio Sado que por ser o que desaguava na cidade do mesmo nome passou a ser rio Xetubre. Se resto o rio Sado ou Sadão é já uma homenagem a Sete.
A origem do nome do rio Sado é obscura, talvez pré-romana. Até ao século XVIII o rio chamava-se Sádão.
Senio - Divindade local venerada por tribos Lusitanas.
Senio < Setnio < Sete + Anu = Setano > Satã > Satanaz.
Dagon < Guadano > Sadano > Sado.
O mais razoável é pensar que afinal Sete fosse Dagon e por isso um grande peixe ou cetáceo como os ali pescados e depois secos ou salgados na próspera indústria dos molhos de peixe. Ou seja, os cetáceos afinal são parte importante da etimologia de Setúbal.
Apesar das vicissitudes por que passou o nome da cidade de Setúbal ela seria de origem fenícia e de nome parecido com Setubala, a cidade do Senhor Sete, assim tendo ficado sempre entre o fundo mais popular dos falantes locais com sonoridade entre Xetubel e Cetubala tendo depois passado a ter a sonoridade actual de Setúbal quiçá por influência dos que pensavam miticamente pela Bíblia como Frei Bernardo de Brito.
Cidade de Sete = Setu + briga > Grec. Cetubrica > Cetóbriga.
Setubaal > Setubala > Loc. *Setubel > Arb. Xetubre
> Setúbal.
Por analogia com Aníbal a melhor proposta seria a de afirmar que Setúbal se não teve sempre esta sonoridade tendeu para isso mas sempre como cidade do deus Sete.
SESIMBRA
Figura 2: Castelo alcantilado de Sesimbra seguramente edificado sobre um velho castro dos cempsos, tribo dos cónios de cultura oriental, seguramente minóica e depois fenícia.
Outra cidade próxima de Setúbal onde se adorou um deus fenício foi seguramente Sesimbra.
Sesimbra é uma Vila portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, região da Estremadura. (...)
Existem vestígios da presença humana em Sesimbra desde o período do calcolítico (3000 a.C.). Na Idade do Ferro (VIII-II) foi habitada pelos cempsos que estão na origem do nome da vila.
Assim de repente não se vislumbra como é que os cempsos seriam responsáveis pelo nome da vila de Sesimbra. Fazendo analogia com Coimbra que deriva de Coniumbriga imediatamente descobrimos que Sesimbra partilha a metade –iumbriga o que nos permite suspeitar que o nome original seria *Ses-ium-briga que veio depois a ser *Sezumbra nos mapas da Hipania Antiqua do sec. XVII.
«Sesimbra < *Sezumbra < Sisimbria < Sesium-briga < Set-ium-briga.
Não podemos ter a certeza se Runeso Cesius poderá ter algo a ver com esta etimologia mas de Sesium a Cesius parece ser pouca a distância!
Runesocesius era o deus da guerra na mitologia céltica, possuindo uma natureza misteriosa e um carácter marcial. Com Atégina e Endovélico, este deus formaria a trindade da mitologia dos célticos.
Supostamente Cesius seria o deus dos dardos ou dos «raios e coriscos» de um deus jupiteriano que seria Runeso, não por ser um deus das misteriosas runas a que deu nome, mas por ser “filho de Rá” o mesmo que é dizer, “filho de Úrano”, ou seja um deus saturnino da 2ª geração.
Runeso < Rauniso < Arunesho < Uranisho = pequeno Úrano,
ou seja, Crono.
Devemos notar que Crono foi Dagon e Saturno que nas civilizações minóicas e fenícias eram equivalente dos deuses jupiterianos das mitologias olímpicas. Ora, este parece ter sido de facto o papel de Sete.
O césio (do latim "caesium", que significa "céu azul") é um elemento químico de símbolo Cs , de número atômico 55 (55 prótons e 55 elétrões) com massa atômica 132,9 u.
Caesium significa em latim literalmente corte ou fenda em alguma parede...por onde se via, por isso, o azul do céu, sendo portanto metaforicamente que irá acabar por significar “azul celeste”. Este termo está relacionado com o verbo latino caedō de cortar à faca o que, na mitologia do corte dos testículos de Urano, se segue a «queda» destes, o nascimento de Vénus e o «ocaso» solar. A sua etimologia indoeuropeia é confusa, incoerente e pouco credível tanto mais que que tudo o que acaba «caido» encontra a sua base de apoio que é o que a Alcaida árabe significa!
Em conclusão, é aceitável que c(a)esium estivesse relacionado com a mitologia de Sete enquanto deus dos ferreiros por meio de um termo como *setium relativo às «setas» (< ? Lat. sagitta) dos centauros sagitários, aos raios solares e aos relâmpagos jupiterianos. Obviamente que as setas galaico durienses são mais proximas dos *setium do deus Sete do que do latino sagitta.
Sagitta = Unknown etymology. Probably from a pre-Latin Mediterranean language.
Sagitta ó Italian: sagitta < *Sajietta > Romanian: săgeată
> Romansch: sajetta > Italian saetta > Old Portuguese: saeta
> Portuguese: seta ó Welsh: saeth.
Obviamente que Se-te não é senão o deus Xe, Xu ou Zé, etc!
Sendo assim, os artefactos deste deus tanto poderiam ser *setium como *Xe-gitta e o desencontro inicial entre o termo *setium, de origem fenícia, como a *Xe-gitta de tradição latina desconhecida, acabarou por fazer vir ao de cima o nome de Sete nas setas actuais.
Sem mais argumentos do que os da proximidade com o rio Sadão seria de se apostar que Sesimbra seria uma cidade dos cempsos dedicada também a Sete por estar à beira mar confirmando assim a relação se Sete com Dagon e ambos com a pescaria possivelmente do atum.
RVFINV/S RVFI F(ilius) / BANDI • S|AISABR|O • V(otum) A(nimo) L(ibens)
S(olvit) -- Castelo (Avis, Portalegre, de *saikyo/a-bri-)
É evidente que ainda hoje a distância de Sesimbra a Portalegre é muita e mais ainda seria no tempo da lápide mas de todas as terras deste distrito Avis é a mais próxima pelo que qualquer referência a Sesimbra seria possível ainda que remota. De qualquer modo estaríamos perante semelhanças fonéticas embora difíceis de determinar sobretudo quando se postula pelo meio um estranho *saikyo/a-bri- sem se justificar a razão.
Aceitamos que Bandi Saisabro era o “deus todo bom” dos saisabros que habitariam a cidade que existia em Avis de nome *Saisabriga o que, a ter algo a ver com *saikyo seria por estar relacionado com o nome lusitano que veio a originar por esse Portugal fora a toponímia de «Seixo» / «Seixas»...porque seixos é o que mais havia na Lusitânia? Há também que relembrar que o seixo era , como a obsidiana, o material de que eram feitas as facas sagradas sacrificiais e da castração de Urano...e da descama do peixe!
O nome do deus Saisabro é, até prova em contrário, um topónimo aparentado com Sesimbra..que por sua vez se não foi poderia ter sido *Seximbra / *Set-imbra.
Saisabro < Sasiumbro < Sesiumbriga > Sesimbra < *Seximbra /* Setimbra.