Figura 1: Templum Jani, URBS ROMA. (Adaptado ciberneticanebte de Von Franz Heinrich Köhler).
Eis que Jano vos anuncia, Germânico, o feliz ano
E dentro da minha Carmen, o presente está, primeiro.
Jano Bifronte, origem tácita do ano que passa,
Único dos supernos que suas costas olham,
Favorecer chefes propícios para cujo esforço seguro
A terra fértil está ociosa, o mar tem ouvidos.
Vem para a direita de teus pais e do povo de Quirino
E a um aceno seu os templos cândidos te abre.
-- Ovidio Nasón, Publio - Fastorum libri I.
Para os antigos romanos, o deus primordial é Jano (Ianus) de duas faces, cujos epítetos são "deus dos primórdios", "deus dos deuses", "pai dos deuses", "pai da manhã" (o animal sagrado do deus é o galo, animal solar que com seu canto inaugura o dia).
[Sept. Seren. Op. Rur. Ex Inc. Sed. Fr 23 FPL B apud Ter. Maur. GL VI, 382 K]:
Jane pater, Jane tuens, dive biceps biformis, o cate rerum sator, o principium deorum, stridula cui limina, cui cardinei tumultus, cui reserata mugiunt aurea claustra mundi, tibi vetus ara caluit aborigineo sacello. | O Pai Jano, Jano tutor, divo bicéfalo biforme, Ó sábio criador das coisas, Ó princípio dos deuses, Qual ranger de lumiar, qual retinir de dobradiças, A quem rugem, quado abertas, as portas aureas do mundo, Por ti arde (o fogo) na velha ara da capela ancestral.[1] |
O cônsul e augur Marco Valerio Messala Rufus escreve no livro dos Auspícios que Janus é aquele "que tudo molda e governa" e que "envolvendo-os com o céu, uniu as essências da água e da terra, pesadas e tendendo a descer, com as do fogo e do ar, leves e tendendo a escapar para cima”, acrescentando que “foi a imensa força do céu que manteve unidas as duas forças contrastantes”.
É interessante notar que os antigos colocavam o nome do deus em relação com a origem do movimento resultante de forças contrárias iniciadas co Caos de onde Janus Surgiu. Macróbio e Cícero o derivaram do verbo ire ("Ir"), pois segundo Macróbio "o mundo nunca para, movendo-se em círculo e que, partindo de si, a si retorna".
7. Mas porque, como dissemos acima, Jano havia chegado lá primeiro, quando eles decidiram acumulá-los com honras divinas após sua morte, ele deu o primeiro lugar a Janus em todos os lugares sagrados, tanto que mesmo quando um sacrifício é feito com outros deuses, quando a tocha é dada nos altares, Jano é chamado o primeiro, com o sobrenome também adicionado Pai, segundo o qual o nosso trouxe assim:
Hanc Ianus Pater, hanc Saturnus condidit arcem.
Pai Jano, Saturno fundou esta fortaleza.
E de vez em quando: para este Janiculum, para ele Saturnia era o nome.
E a ele, porque recordo com admiração as coisas do passado, assim como as do futuro.
Rex arva Latinus et urbes
Iam senior longa placidas in pace regebat.
O rei do campo latino e das cidades,
agora ancião, placidamente há muito reinava em paz.
Em que reinado ele relata que os troianos chegaram à Itália, perguntamos como Salústio diz: e quando esses aborígines, uma raça de homens do campo, sem leis, sem governo, livres e decididos?[2] -- Aurelius Victor Ps. Origo gentis Romanae
CARMEN SALIARE
O Carmen Saliare são fragmentos em latim arcaico dos rituais realizados pelos sacerdotes sálios, (também conhecidos como "sacerdotes saltitantes") que desempenharam um papel importante na religiosidade da Roma Antiga.
Os rituais giravam em torno de Jano, Marte e Quirino, e eram realizados em março e outubro. Envolviam procissões nas quais vestiam armaduras e armas arcaicas, executavam sua dança sagrada e cantavam a Carmen Saliare. Como um corpo, eles existiam antes da fundação da República Romana, traçando sua origem até o reinado de Numa Pompilius. Os sacerdotes salianos eram escolhidos entre os filhos de famílias patrícias cujos pais ainda viviam. Eles eram nomeados para a vida inteira, embora pudessem renunciar ao sacerdócio sálio se alcançassem um sacerdócio de maior prestígio ou uma magistratura importante.
In multis verbis in quo antiqui dicebant S, postea dicunt R, ut in Carmine Saliorum sunt haec:
Cozeulodorieso omnia vero adpatula coemisse ian cusianes duonus ceruses dunus ianus ve vet pom elios eum recun. Divum empta cante, divum deo supplicante. De lingua latina Marcus Terentius Varro.
Tab. 1. Readings of the first fragment of the Carmen Saliare (LL VII.26) in the 13 manuscripts and the editio princeps.
Tab. 2. Readings of the second fragment of the Carmen Saliare (LL VII.27) in the 13 manuscripts and the editio princeps. [3]
Se muitas são as variantes de escrita e leitura muitas mais ainda são as reconstruções que foram propostas: elas divergem amplamente em pontos duvidosos e são todas apenas tentativas.
Cozeiuod [Restaurando i para l : esta leitura é aceita tanto por Havet quanto por Dirichs acima.] orieso. [A interpretação "Cozeiuod orieso" = "Conseuiod orieso" é de Dirich. Havet lê: "Cozeui adoriose" = "Conseui gloriose "com base na glossa sv adoria de Paulus: "louvor, glória derivada da abundância de espelta (longe)" p. 3, 22 l.] Omnia vortitod [Capdeville segue L. Havet lendo um futuro imperativo de vorto ; cf. Ovid Fasti I pp. 119–120: " Me penes est unum vasti custodia mundi,/ et ius vertendi cardinis omne meum est ", "É apenas meu próprio poder a tutela do vasto universo, / o direito de girar sua dobradiça é todo meu"] Patulti; oenus es
iancus (ou ianeus ), Iane, es, duonus Cerus es, duonus Ianus.
Veniet potissimum melios eum recum .
Diuum eum patrem (ou partem ) cante, diuum deo suplicate .
ianitos . [G Capdeville acima p. 405–406, seguindo em parte L. Havet " De Saturnio Latinorum versu " em BEPHE 43 Paris 1880 p. 243–251. "Que comece do / com o Semeador. Faça tudo girar, Patultius, Tu és o único / Porteiro, Janus, és Tu, bom criador és Tu, bom Janus./ Que Ele venha, o mais poderoso de todos os reis./ Cante Ele o pai (ou parte) dos deuses, implore ao deus dos deuses./ Porteiro].
co|ceulōd | oriē|so • omnia | uērōd | patula | coemis •
es | iānos | cūsi|ātios | • duonos | ceros es •
du|onos iā|nos ueni|et • poti|mos meli|ōsom | rēcom •
co|ceulōd | oriē|so • omnia | uērōd | patula | coemis •
es | iānos | cūsi|ātios | • duonos | ceros es •
du|onos iā|nos ueni|et • poti|mos meli|ōsom | rēcom •
Sai com o cucu! Verdadeiramente todas as coisas que tu fazes abrir.
Tu és Janus Curiatius, o bom criador és tu.
Vem aí o bom Jano, o chefe dos governantes superiores.
| |
Figura 2: Lado reverso Véu e o togatedo Q. Cornuficius de pé à esquerda, com lituus ou bastão augural em sua mão direita, está sendo coroado por Juno Sispita, que segura uma lança e escudo como um ancile do Salii, no qual se senta um pássaro com asas expandidas Legenda: Q CORNVFICI AVGVR IMP. |
Junus significa "pomba" (do hebraico "yoná/יוֹנָה") e originalmente deriva da palavra grega antiga "oiōnós/οἰωνός" que significa "sinal" ou "presságio", porque na Grécia antiga as pessoas acreditavam que os pássaros eram enviados pelos deuses como um sinal. Além disso, Junus pode ser derivado da palavra grega "Ionas" (Ίωνας) que significa "um dos jônios", "habitante da Jônia" ou "membro da tribo grega jônicos".
Se várias propostas têm sido feitas para entender estes versos, a que aqui se propõe é apenas uma a mais:
Texto receptus mais provável. | 1ª hipótese de texto restaurado. |
1º Cozeulodori eso. Omnia uero adpatula coemisse. Iancusianes duonus ceruses. dunus Ianusue uet pom melios eum recum 2º Divum empta cante divumdeo supplicante. | Cocculo de oriero omnia vero ad patulaco emisse Ian-Curianes divonus Cerrus es divonus Ianus ve(n)uet pomerios eum recuvant. Divom Ia(no) Pita® cante, Divom deo supplicante. |
2ª hipótese de texto restaurado. | Tradução possível. |
Cucūlō te oriēre Omnia vero ad Patulcium emisse Ianus Curianus divinus Cerus es. divinus Ianus veniet pomerius eum recum(bet). Divo(ru)m Iano pater canant, divo(ru)m deo supplicant. | Levante-te com o Cuco Tudo de verdade pede a Patulcio. Oh, Jano Curiacio, És um divino Cero (creador). O divino Jano virá E o pomério com ele recuará. A Jano, pai dos deuses, cantem Ao deus dos deuses supliquem. |
Nos fragmentos sobreviventes do Carmen Saliare Janus é enfaticamente saudado como pai e Deus dos Deuses: «Canta a Ele, o pai dos Deuses, reza ao Deus dos Deuses»
Por favor, reze para Consivio (Jano). Abra bem todas as portas, agora ele nos ouve com benevolência...Ele é o bom Criador, de longe o melhor dos reis divinos. Cante em homenagem a ele, ao pai dos deuses, implore ao deus dos deuses. - M. Terêncio Varro.
“Cozeuios, ou seja, Conseuius o semeador, que abre o carmen e é atestado como uma forma antiga de Consivius em Tertuliano”[4].
Não parece que Jano Consivio esteja oculto em Cozeulodori pois seria forçar demasiado a maioria das leituras do texto receptus. Quem pode estar “escondido com o rabo de fora”, numa língua úmbria arcaica, é o galo de Jano na forma de frangote matutino ou mesmo dum cuco primaveril que viria com Jano na agonalia de Março.
"Janus, como tantos deuses antigos que careciam da graça de uma história, era uma concrescência confusa de restos caídos da mesa da memória. Sua incoerência foi a causa de alguma perplexidade na era imperial romana, e por isso ele foi periodicamente submetido a reavaliações por mestres fiandeiros como Ovídio ou por cosmólogos e filósofos que procuram encontrar um simbolismo profundo em sua dualidade."[5] -- Rabun Taylor.
Os epítetos que podem ser identificados são:
Patale-na ou Patela-na a divindade romana que protege as flores e os rebentos
< * Patula < patulus = pateo (“estou aberto”) + -ulus = pátio, algo aberto a todos
> baldio > pastagem ó pastura < *pastula
< pateō (patēre, patēū); sem passivo e sem supino.
Cognato com pandō, osco patensíns (“eles abriram”), grego antigo πετάν-νυμι (petánnumi, “espalhar, espalhar amplamente”) (< *peth₂-néu-) e πίτνημι (pítnēmi, “espalhar-se”) (< *pt-ne-h₂-), Avestan paθana, “largo”, inglês antigo fæþm (de onde vem o inglês fathom).
O adjetivo padano é derivado de Pa-dus, o nome latino do rio Pó < antigo Bo-dincus da Ligúria, Bo-dencus (“sem fundo”), < ??? proto-indo-europeu *bʰudʰmḗn???. O nome pode ter sido emprestado do grego antigo Πάδος (Pá-dos).
Cognato com pandō, osco patensíns (“eles abriram”), grego antigo πετάν-νυμι (petánnumi, “espalhar, espalhar amplamente”) (< *peth₂-néu-) e πίτνημι (pítnēmi, “espalhar-se”) (< *pt-ne-h₂-), Avestan paθana, “largo”, inglês antigo fæþm (de onde vem o inglês fathom).
É evidente que a aglutinação de pateo (“estou patente”) + -ulus (sufixo latino diminutivo) é mais irregular do que o respectivo verbo. Em regra as aglutinações forma-se a partir do particípio supino que pateo não tem. Por outro lado, a etimologia de pateo depende de cognatos e não de raízes de que derive. Ora o mais provável é que o verbo derive da acção de «patear» e «passear» patentemente em campo aberto. A lenda da etimologia da vila de Patais é agora eloquente na sua ingenuidade de etimologia popular quando diz que a rainha, que se dirigia das Caldas para Leiria, já farta de andar a cavalo gritou: «à pata, ais!» porque andar com as patas ainda era ir a pedibus calcantibus.
«Pata» < lat. vulgar *patta
> «sa-pato» < antigo galego-português çapato, çapata,
<antigo espanhol çapato, de origem desconhecida.
Cognato com galego zapato (“sapato”), espanhol zapato (“sapato”),
basco zapata (“sapato”), catalão sabata (“sapato”), occitano sabata (“sapato”),
francês savate (“desgastado (velho) sapato”) e italiano ciabatta (“chinelo”).
E como a ressonância dos falares contagia e gera termos cognatos acreditamos que nos sapateiros e nas sapatarias ficam «as-sola-pados» como a sola dos sapatos, «aça-chapados» como as chapas protectoras das solas dos sapatos e «as-sapados» como «sapos» que as lojas dos siganos nem imaginam ver!
Patulcius é um epíteto de Janus, porque em tempo de guerra seu templo ficava aberto
E é um nome gentilico romano, gens ou "nome de família", famoso por: Quīntus Patulcius, uma pessoa mencionada por Cícero.
Patultianus < Patulcius (genitivo Patulciī ou Patulcī) foi um epíteto de Janus, porque, segundo a etimologia racionalista dos clássicos romanos o seu templo estava sempre aberto em tempo de guerra.
Patul-tianus < *Sa-tur-Kian-us > *Ka-kur-Ki-us > Patultius.
Figura 3: Kairós (Caerus) é o filho mais novo de Zeus. Ele é o Deus do "momento oportuno", em que "tudo acontece", o "tempo de ação". Cerus < Caerus = Kairós (< Ka-ur-os). Era um deus (menor) da sorte e da oportunidade dos gregos. Segundo os antigos gregos, Kairós era o deus do "momento fugaz"; "uma oportunidade favorável que se opõe ao destino do homem". Tal momento deve ser captado (pelo tufo de cabelo na testa personificada da oportunidade fugaz); |
caso contrário, o momento se foi e não pode ser recapturado (personificado pela parte de trás da cabeça careca).
Ianus Curianus, divinus Cerus / Cerrus es. = Oh, Jano Quirinus / Ciriacio, tu és um divino Cerus ou cereo (o creador oportuno).
Iancus ian es = Iancus ou Ianeus: o Guardião dos Portões? Em latim seria ianitor! É muito improvável a existência de um teónimo repetido do tipo Jano Janeu ou Janco. No entanto o nome «Janco» existe entre os romenos que, sendo de origem latina, o poderiam ter herdado de Jenus se existissem outras provas textuais que não fossem as que resultam de más leituras do texto mal escrito do carmen saliari.
Ian-cus < Juan-cus < *Ju-van-cus < Iu-ven-cus > Juventus.
Enki = Kian < Ian(us) > It. Gian < Giovanni.
A. Juvencus, i, m. 1. Sc. Um boi, um novilho: "aspice, aratra jugo referunt suspensa juvenci ", Verg. E. 2, 66; 7, 11; eu ia. A. 6, 38: " est in juvencis, est in Equis patrum virtus ", Hor. C. 4, 4, 30: " fessi juvenci", Ov. M. 14, 648; Varr. R. R. 2, 5, 6.
Muito possivelmente tratasse de uma confusão por exesso de erudição com o termo hindu janeu do autor que propôs o nome Janeu para Jano.
(Hinduísmo) janeu: um fio sagrado usado pelos homens hindus em ritos de passagem.
Jānĕus, zelador, Paul. ex Fest. pág. 102 Müll.
Um dicionário latino. Fundado na edição de Andrews do dicionário latino de Freund. revisado, ampliado e em grande parte reescrito por. Charlton T. Lewis, Ph.D. e. Charles Short, LL.D. Oxford. Imprensa Clarendon. 1879.
Janum Quirinum, semel atque iterum a condita urbe ante memoriam suam clausum, in multo breviore temporis spatio terra marique pace parta ter clusit.
O templo de Janus Quirinus, que havia sido fechado apenas duas vezes antes dele [Augusto], desde a fundação de Roma, foi fechado três vezes sob seu reinado, em um espaço de tempo muito mais curto. A paz foi estabelecida em terra e no mar. — (Suetônio, Vita divi Augusti).
Dionísio de Halicarnasso, por sua vez, afirmou que, antes deHorácio passar por baixo do jugo, o rei Túlio Hostílio ordenou aos Pontífices que erigissem dois altares no local, um deles dedicado a JUNO SORORIA e outro a JANUS CURIATIUS, e que em cada um deles oferecessem sacrifícios.[6]
É difícil saber a qual dos epítetos de Jano se referia Ianus Curianus: Quinino ou Curiácio. Tratândo-se de uma tradição arcaica dos saliari é mesmo possivel que curianus fosse o nome original de ambos os epítietos referidos e significassem os «cortezãos» que ao tempo da realeza romana participavam na curia real da cidade de Roma.
É também difícil saber se ao tempo do carmen saliare os romanos já sabiam da existência do deus grego Cerus ou Kairós mas é plausível que, pelo menos a partir dos etruscos e dos contacos com a Magna Grécia, já conhecessem este deus grego do “tempo oportuno” e que o relacionassem, por isso, com Jano, que sendo o deus dos bons começos seria também o deus do “tempo oportuno”. A questão que se coloca é se Jano teve alguma relação com o culto de Ceres no sentido de se poder traduzir Cerus ou Cerrus como relativo ao poder criativo desta deusa mãe da agricultura.
O adjetivo proto-itálico *keresjo- ('pertencente a Ceres') também pode ser reconstruído a partir de Oscan kerríiúí (fem. kerríiai), e Umbrian śerfi (fem. śerfie). Uma forma masculina *keres-o- ('com grão, Cerrus') é atestada em śerfe da Úmbria. A grafia do latim Cerus, uma forma masculina de Ceres que denota o criador (cf. Cerus manus 'bônus criador', duonus Cerus 'bom Cerus'), também poderia refletir Cerrus, que corresponderia às outras formas itálicas. – Wikipédia.
Esta relação de Jano / Cerus / Ceres é plauível pela estreita relação qie Jano teve com Vesta, irmã gémea de Deméter e uma óbvia variante da deusa mãe.
Finally, we find these pairs even among those deities that we more commonly associate with the traditional Roman pantheon. In addition to the example mentioned earlier, by which the feminine goddess of the Earth, Tellus, has a male consort in the vegetation god Tellumo, Ceres too, the goddess of grain, coexists with a male version, Cerus, who is a demonstrably old Italic god of agriculture. -- Grammatical Gender and Biological Sex in Ancient Rome, Anthony Corbeill.
A razão pela qual se aposta na identificação de pom-melios com o pomério da civitas romanorum está precisamente na relação deste conceito com os pomares nos limites da cidade de Roma que Jano vigiava e protegia e que o instinto territorialista dos romanos elevou até ao paroxismo do imperialismo católico e romano.
Pomério (em latim: pomerium ou pomoerium, lit. "após o muro"), na Roma Antiga, era uma designação para a fronteira simbólica da cidade de Roma.
Frothingham argumentou (a) que nos primórdios, quando Roma consistia em um grupo de tribos vizinhas, cada tribo tinha seu ianus separado na linha de seu próprio pomoerium (ianus Curiatius, ianus Carmenialis, ianus Quirinus), sendo tais iani, não portões numa muralha fortificada, mas como arcos construídos no exterior para comemorar eventos de importância comunal e colocados sob a proteção do deus comunal Ianus; (b) que o estado sérviano unificado também tinha seu ianus, a porta triunphalis, na linha pomoerial ampliada da via Flaminia; e (c) que este famoso portal foi copiado e recopiado por arcos comunais em toda a parte através dos domínios da Roma imperial[7]. -- Cook, Arthur B. Zeus, a study in ancient religion.
Além disso, como o começo e o fim são as partes mais importantes de todos os assuntos, eles sustentavam que Janus é o príncipe dos sacrifícios, o nome sendo derivado de «ire» ('ir'), daí os nomes jani para arcos e januae para as portas da frente de edifícios seculares. Novamente, o nome Vesta vem dos gregos, pois ela é a deusa a quem eles chamam de Héstia. Seu poder se estende sobre altares e lares e, portanto, todas as orações e todos os sacrifícios terminam com essa deusa, porque ela é a guardiã das 68 coisas mais íntimas. Intimamente relacionados a essa função estão os Penates ou deuses domésticos, nome derivado ou de penus, que significa reservas de comida humana de qualquer tipo, ou do fato de residirem penitus, nos recessos da casa, devido ao qual eles também são chamados de penetrales pelos poetas.– Cicero, De Natura Deorum
O verbo latino eo tinha por infinitivo ire o que permitiria pressupor que tenha sido *io em tempos idos.
Eanus < Ea-An-us> Eundo º *Iundo > Jun-tu ó Jun-ush > Junus.
Mas, que tipo de deus devo dizer que você é, biforme Jano?
Pois, a Grécia não tem nenhum nume igual a Vós.
Considere imediatamente a causa, por que, dos celestiais,
Vós sois o único que vê o que está atrás e na frente?
Quando eu, pegando nas tabuinhas, cogitava na mente
A casa parecia mais iluminada do que antes.
Então, sagrado e admirável Jano de duplo aspecto
De repente, sua dupla face apareceu diante dos meus olhos.
Tive medo e com medo de me eriçar apalpei meus cabelos,
E por causa do frio repentino, o peito estava gelado.
Ele, tendo um cajado na mão direita e uma chave na mão esquerda,
tais vozes ele me disse com sua primeira boca.
"Você sabe, deixando o medo, vate trabalhador dos dias,
o que você ora, e minhas vozes percebem com sua mente.
Caos os antigos, porque eu sou uma coisa antiga, eles me chamavam:
Veja quanto tempo eu tenho para cantar minhas ações.
Este ar lúcido e os três corpos restantes,
fogo, água, terra, um único aglomerado era.
Quando de repente, devido a uma disputa por seus pertences, tal massa
Ele retirou e soltou. Ele foi para novas casas,
Ele estendeu a chama, tomou o lugar mais próximo no ar,
no meio da terra a terra e o mar posavam
Depois eu, que tinha sido um balão. e uma toupeira disforme,
na cara e digno de um deus voltei para os membros.
Ainda hoje, antiga nota obscura de minha figura confusa,
o que está em mim antes e atrás parece o mesmo.
Ouça qual é a outra causa da minha forma que você procura,
e isso, depois de conhecer meu escritório.
O que você vê em todos os lugares: céu, mar, terra, nuvens,
tudo se fecha e pela minha mão se abre.
Somente em meu poder do vasto mundo está a custódia,
e o meu está bem para girar os pólos.
Quando a paz me agradou enviar do plácido. telhados,
ela, livre, percorre seus caminhos perpétuos:
com sangue mortal todo o orbe seria misturado,
se parafusos duros não parassem as guerras.
Eu presido às portas do céu com horas pacíficas:
O próprio Júpiter para o meu dever vem e vai.
Daí me chamam de Jano: você vai rir dos nomes deste,
quando o padre põe pão, cereais e bolos
Misturado com sal: porque bem o próprio Patulcio
bem sou dito Clusio pela boca do ofertante.
Sem dúvida essa antiguidade inculta com um nome alternativo
ele quis dizer minhas diferentes acusações.
Minha força foi narrada: hoje é conhecida a causa de minha figura;
E, no entanto, você também o vê em algum lugar.
Cada porta daqui e dacolá tem duas frentes gémeas,
de quem está para a cidade, e olhe para o lar daquele.
E como, sentado perto das soleiras do telhado
Primeiro, seu porteiro vê entradas e saídas,
Assim contemplo, porteiro da sala de aula celeste,
ao mesmo tempo as auroras e as hesperias.
Vâ as faces de Hécate que giram em três partes,
porque em cada três caminhos as encruzilhadas guardam:
e a mim, para que os tempos não se percam com a torção do pescoço,
É lícito sem mover o corpo olhar para os dois lados."
Ele havia dito: e com a cara, se quisesse perguntar mais,
Eu havia confessado que ele não seria difícil para mim.
Respirei fundo e, sem medo, agradeci a Deus,
e olhando para o chão, muitas palavras eu disse:
"Diga, vamos, por que o ano novo começa no frio,
O qual devia começar melhor na primavera?
Tudo floresce então, e há uma nova era de tempo,
E uma nova gema brota de um botão carregado,
E então a árvore é coberta com folhas formadas,
e a grama semente do solo profundo sobe,
e o ar quente adoça os pássaros com seus acordes,
e entre os prados o rebanho brinca e se entristece.
Agradáveis sóis então, e nova andorinha aparece
e sob uma viga excelente seu trabalho de pregos de barro:
O agro sofre então colheitas e ao arar se renova.
Isso deveria ter sido chamado de novidade do ano por lei."
Ele havia pedido muito, senão muito, aquele, preso,
assim suas palavras foram sintetizadas em dois versos:
“O inverno é o primeiro, do novo sol, e o último, do velho”:
Febo e o ano adotam o mesmo princípio".
Eu me admirei depois disso, porque não foi sem litígio
o primeiro dia. Jano disse: "A causa escuta.
Inaugurei tempos nascentes para que as coisas sejam feitas,
Não foi por patrocínio, inerte o ano todo.
Por isso mesmo, para fazê-las, cada um gosta de suas artes
e não testemunha mais do que seu trabalho habitual".
Então eu: “por que, embora os numina de outros apazigue,
Jano, para você a primeira oferenda de incenso e vinho?”
"Para que tenham acesso por mim, que zelo
pelos limiares - disse ele - para quantos deuses você quiser."
"Mas, nas suas Calendas, por que são ditas palavras propícias,
e damos e recebemos orações alternativas?"
Descansando então no cajado que sua mão direita carregava,
O deus disse: "Os augúrios costumam estar no começo.
À primeira voz tímida virais os ouvidos,
e consultais o áugure pela ave avistada pela primeira vez.
Templos e ouvidos dos deuses são abertos, e preces caducam
nenhuma linguagem expressa: seus ditos têm peso".
Jano terminara. E não fiz longos silêncios,
mas brinquei com minhas vozes, as suas últimas vozes.
Eu disse: "O que significam então a tâmara e o figo enrugado,
e o mel cândido dado em um níveo vaso?
"Um presságio é a causa", disse ele, "de que esse sabor segue as coisas;
De que umano doce termina seu curso iniciado."
"Eu vejo por que os doces são dados: de moedas me diga a causa,
porque não perco uma parte da sua festa."
Ele riu e disse: "Oh, como seus séculos te enganam, se você julgar
aquele mel, que moeda recebida, é mais doce.
E quase não vi ninguém, Saturno reinando,
cujos lucros não eram doces para a sua alma.
Com o tempo cresceu o amor de ter, que hoje é o mais alto:
Ele mal tem onde mais progride.
Hoje as riquezas valem mais do que antigamente,
enquanto os pobres; enquanto era a nova Roma,
enquanto uma pequena cabana encerrava Quirino, filho de Marte,
e as ovas do rio deram-lhe leito escasso.
Júpiter quase não estava no santuário estreito,
e na mão direita de Júpiter o raio era feito de argila.
Os Capitólios, que hoje com pedras preciosas os adornavam com frondes,
e o próprio senador pastoreava as suas ovelhas;
e tinha modéstia por ter tido um sonho agradável na palha.
Não foi, nem abaixei a cabeça para ter colocado feno.
Há pouco deixou o arado, o pretor deu leis ao povo,
e de prata era uma leve folha de crime.
Mas depois que a fortuna do lugar levantou a cabeça
e Roma tocou o cume mais alto dos deuses de Roma,
e riquezas e mais riquezas aumentaram com louca ganância,
e quando possuem muito, pedem mais.
procurar consumir, esforçar-se para buscar consumido
e ela mesma. uituses são o alimento das voltas.
Adquirir gastando; tenta-se recomprar o que foi gasto;
e comida para vícios são essas mesmas voltas;
Assim, para quem a barriga inchou pela onda ingerida,
quanto mais eles bebem, mais sedento as águas os deixam.
Hoje a valorização está no preço: o censo dá honras;
o censo da amizade: os pobres mentem por toda parte.
Mas, se o patrocínio de dinheiro é útil, pergunte-me,
e por que suas mãos são como bronzes antigos.
Os bronzes outrora davam: hoje há um presságio melhor no ouro,
e derrotados cederam à nova a velha moeda.
Embora aprovemos os antigos, também gostamos
De templos de ouro: tal majestade convém a um deus.
Louvamos os velhos, mas: dos nossos anos usamos;
No entanto, ambos os usos são dignos
ao mesmo tempo de serem homenageados".
Findado tinha seu aviso. Tal, como antes, eu falo novamente
Eu mesmo com vozes plácidas ao deus clavígero:
verdade, aprendi muitas coisas: mas por que existe em bronze
gravada uma forma naval; dupla face na outra?
Ele disse: "porque você poderia me conhecer em dupla imagem,
se não - atenuar no mesmo dia o antigo trabalho.
Subtraia a causa do navio. Ele veio de navio para o rio etrusco,
tendo andado no orbe antes, o deus falcífero.
Lembro que Saturno foi recebido nesta região:
Júpiter o expulsou dos reinos celestiais.
Daí para a nação o nome de Saturnia permaneceu por muito tempo;
a terra, ocultou o deus, também chamado Lácio.
E testemunhando a atribuição do deus convidado, o bom
posteridade em bronze formava a popa.
Eu mesmo cultivei o solo, cujo lado sinistro
banha uma onda muito plácida do arenoso Tibre.
Aqui, onde hoje é Roma, uma floresta floresceu sem ser cortada,
e uma coisa tão grande era pasto para algumas vacas.
A colina era minha fortaleza, que o vulgo designa
com meu nome e chama, esta idade, Janiculo.
Eu então reinava, quando a terra sofria aos deuses,
e em sítios humanos os numenes foram misturados.
O crime mortal ainda não havia sido levado à Justiça:
último dos supernos ela foi deixada na terra:
Por medo e sem força, a modéstia governou o povo:
não era trabalho dar leis justas.
O deus havia fechado a boca. Então eu abri o meu,
fazendo minha voz de deus sair as vozes:
"Por que, tendo tantas passagens, você está consagrado em uma,
aqui onde seu templo, próximo a dois fóruns, você tem?"
O deus havia fechado a boca. Então eu abri a minha,
fazendo minha voz do deus sair as vozes:
"Por que, tendo tantas passagens, você está consagrado em uma,
aqui onde seu templo, próximo a dois fóruns, você tem?"
Ele com a mão alisando a barba que desce até o peito,
Ele imediatamente me contou sobre as armas de Tacio Ebalio,
e como a infiel guardiã, de braceletes prendadas,
guiou sabinos tácitos ao caminho do alto palácio.
"A partir de então, como é hoje, onde você desce
o vale, entre fóruns, uma encosta íngreme.
E já tinham batido à porta, cujo ferrolho
A insidiosa Saturnia desativada tinha.
Com medo de começar a luta com um numen tão grande
Eu mesmo, astuto, movi a obra de minha arte,
e abri as bocas das fontes, sou poderoso em tal ambiente,
e com força lancei as águas repentinas.
Antes, porém, derramei enxofre nas veias aquosas,
porque o líquido fervente fechou o caminho para Tácio.
Quando o benefício disso foi sentido,
os sabinos foram expulsos, a forma de antes
foi devolvida ao local seguro.
Um ara foi colocado ao lado do pequeno santuário:
arde em suas chamas, com o bolo, o trigo.
"Mas por que em paz você se esconde e em armas se mostra?"
O que o comoveu ao ponto da causa da pergunta que me deu:
"para que se abra o regresso ao povo que marchou para a guerra,
Removido o parafuso, toda a minha porta se abre.
Em paz fecho as portas, porque por nada posso sair;
e em nome de César ficarei preso por muito tempo".
Ele disse e, erguendo os olhos que veem diversos lugares,
ele examinou quanto o orbe inteiro tinha.
A paz existia; e para o seu triunfo, Germanico,
o Reno já entregou suas águas calmas para você.
Jano, faz a paz eterna e dá paz aos ministros,
e garante que o autor não abandone a sua obra.
Pela mesma pompa pude, porém, saber isto:
que dois templos foram consagrados neste dia.
[os pais receberam o filho de Phoebus e a ninfa Coronis
na ilha que o rio oprime com águas divididas.
Júpiter está em uma parte; ambos ocuparam um único lugar.
E tem o templo do neto ao lado do bisavô.
(...)
Mas com tudo (porque bobo da velha ordem não erra),
O mês de Jano, como é, também foi o primeiro antes.
O que segue Jano foi o último do ano velho:
Você também, Termo, foi o fim dos ritos.
É verdade, o mês de Jano é o primeiro, porque é a primeira porta:
Aquela que é sagrada para os Manes profundos foi a última.
Mais tarde, acredita-se que em tempos distantes por um longo período
cinco e cinco varões lhes deram continuidade.
(…)
Adicione quatro duetos por dia da Nona ordem;
Janus Agonal será louvado à luz.
o nome como ministro da causa pode ser abreviado,
uma hóstia celestial: quando tem sede, cai
quem vai tingir facas com manchas quentes de sangue
sempre pede e não age a menos que seja ordenado.
-- Ovidio Nasón, Publio - Fastorum libri I.
«Janus era um semi-deus ou um rei que na época, segundo a tradição, arrebatou os homens do estado selvagem e bárbaro em que viviam: ele o fez por meio de reformas políticas e sociais. Janus é representado com duas faces (os dois Dióscuros) justamente para indicar que deu aos homens uma forma e condição de vida superior à anterior». -- Plutarco, Vidas Paralelas, A Vida de Numa Pompilius.
Macróbio, Saturnales
Esa region, que ahora se llama Italia, la obtuvo en su poder Jano, como transmite Higino117 siguiendo a Protarco Traliano, de manera que la ciudad se llamaba Janiculo, al igual que el reino Camesena cuando detentaba el poder con Camese, igualmente indigena.
[20] Despues, el gobierno recayo solo en Jano, quien se cree que tuvo dos caras, de tal manera que contemplaba lo que habia delante y lo que habia detras de su espalda; esto, sin duda, hizo referencia a la prudencia y talento del rey, quien no solo habia conocido lo pasado, sino que habia anticipado el futuro; igualmente Antevorta y Postvorta, evidentemente los mas adecuados companeros de la divinidad, son adorados en Roma. [21] Jano, tras haber acogido con hospitalidad a Saturno que se habia trasladado con una flota, y, puesto que, educado por el en la agricultura, mejoro la ali 117 mentacion, salvaje y rada antes de esos frutos, le recompenso con su asociacion al gobierno. [22] Al acunar moneda por primera vez, conservo tambien la reverencia a Saturno, de modo que, puesto que aquel habia venido en una nave, se veia en una cara su efigie, en la otra una nave, con lo que se propagaba la memoria de Saturno a sus descendientes. Se entiende con este testimonio de la antiguedad que asi se confecciono la moneda y hoy se mantiene en el juego de azar, cuando los ninos al lanzar los denarios al aire exclaman !cabezas o naves! 11* [23] Que estos reinaron conjuntamente y en concordia, y que fundaron en comun una ciudad vecina, lo sabemos gracias a Maron, que cuenta 119: Janiculo habia sido el nombre de esta, de aquella Saturnia Incluso aquello se manifiesta en que los descendientes les dedicaron tambien dos meses contiguos, para que diciembre dispusiera de la festividad de Saturno, enero 120 la denominacion del otro. [24] Al haber desaparecido repentinamente Saturno, Jano estimo que debia concederle honores. (…)
9. CARACTERISTICAS DEL DIOS JANO [1] Y, puesto que hemos recordado que Jano reino con Saturno - ya hemos relatado que consideran los mitografos de Saturno, que los fisicos -, traeremos a colacion tambien que cuentan ambos de Jano. [2] Los mitografos relatan que, durante el gobierno de Jano, todas las casas estuvieron protegidas por la devocion y la inocencia y, por eso, le fueron decretados honores divinos y se le consagro la salida y la entrada de las casas. [3] Incluso Jenon 134 en su libro I, Italico, transmite que Jano fue el primero en Italia que construyo templos a los dioses y que establecio los rituales sagrados; que, por ello, merecio para siempre una oracion solemne en los sacrificios. [4] Algunos piensan tambien el futuro. [5] Mas los fisicos afianzan con grandes argumentos su divinidad. Los hay que dicen que el mismo Jano es tambien Apolo y Diana, y afirman que solo en este se expresa el numen de ambos. [6] Verdaderamente, como tambien cuenta Nigidio135, Apolo es adorado entre los griegos, que lo llaman Thuraios 136, y visitan sus altares delante de las puertas, mostrando que es el senor tanto de la salida como de la entrada. El mismo Apolo es llamado entre ellos tambien Agyieusul, en calidad de patrono de las vias urbanas; pues las vias que estan dentro del pomerio las denominan agyias. A Diana, en cambio, con el apelativo Trivia le atribuyen el poder sobre todas las vias. [7] Ahora bien, entre nosotros el nombre muestra que Jano gobierna todas las puertas 138, lo que es similar a Thyraios. Incluso se le representa con una llave y una vara, en calidad de guardian de todas las puertas y protector de las vias. [8] Nigidio expuso que Apolo es Jano y Diana es Jana, una vez anadida la letra d, que a menudo se suma a la letra i por elegancia: reditur, redhibetur, redintegratur, etc.139 [9] Algunos quieren que se indique que Jano es el sol y por eso es geminado, como si fuera el gobernador de ambas puertas celestes: este, naciente, abre el dia, poniente lo cierra. Se le invoca el primero, cuando se celebra un acto religioso a alguna deidad, para que el acceso quede libre a traves de el hacia aquel al que se le hace un sacrificio, como si el transmitiera a traves de sus puertas las preces de los sacrificios a los dioses. [10] Ademas, la mayoria de sus estatuas lo representan sujetando en la mano derecha el numero CCC y en la izquierda el LXV, para mostrar la duracion del ano, que es el principal poder del sol. [11] Otros quisieron que fuera el universo, es decir, el cielo, y que se le llamo Jano a partir de eundo [=yendo], puesto que el universo siempre va, mientras da vueltas en circulo, e iniciandose en el vuelve a si mismo.
Figura 4: Templum Jani aberto em tempo de guerra, Peter Paul Rubens. The Hermitage, St. Petersburg, Russia.
Por eso, Cornificio en el libro III de Etimologias dice, Ciceron no lo llama Jano, sino Eano, de “eundo”, [12] De aqui, los fenicios al representar su imagen en las celebraciones disenaron un Dragon que envuelve el orbe y que devora su propia cola, para que parezca que no solo se nutre de si mismo, sino que gira sobre si mismo. [13] Por eso, tambien entre nosotros dirige su mirada hacia cuatro partes, como demuestra la estatua que se acarrea en Faleria 140. Gavio Baso141 en aquel libro que compuso Sobre los dioses dice que Jano fue esculpido bifronte en calidad de portero de lo superior y lo inferior, y cuadriforme como si abarcara con su majestad todos los puntos cardinales. [14] Incluso en los antiquisimos canticos de los salios142 se le invoca como dios de dioses. Marco Mesala, colega de Gneo Domicio en el consulado 143 y, a la vez, augur durante 55 anos, comienza asi al hablar sobre Jano: “Quien todo lo modela y lo gobierna, la fuerza del agua y de la tierra, y la naturaleza grave e inclinada que se precipita a las profundidades, la ligereza del fuego y del aire que se eleva hacia la inmensidad sublime, las unio tras rodearlas con el cielo; esta fuerza maxima del cielo coligo dos fuerzas dispares”. [15] En las celebraciones tambien invocamos a Jano Gemino, Jano Padre, Jano Junonio, Jano Consivio, Jano Quirino, Jano Patulcio y Clusivio. [16] Por que lo invocamos Gemino ya lo dijimos arriba, Padre como dios de dioses, Junonio como si poseyera no solo la entrada del mes de enero, sino de todos los meses; por otra parte, en la formula de Juno estan todas las calendas; incluso Varron en el libro V de sus Antiguedades Divinas escribe que se dedicaron doce altares a Jano por el mismo numero de meses; Consivio por entrelazar 144, esto es porque el linaje del genero humano tiene por autor a Jano; Quirino como senor de las guerras, a partir de la lanza que los sabinos llaman curin \ Patulcio y Clusivio porque en la guerra sus puertas se abren 145, en la paz se cierran146.
Se atribuye esto a la siguiente razon. [17] Cuando en la Guerra Sabina, que se emprendio a causa de las jovenes raptadas 147, los romanos se apresuraban a cerrar la puerta que se ubicaba en las faldas de la colina Viminal (la que despues de este suceso recibio el nombre de Janual), puesto que los enemigos caian sobre ella, despues que se cerro, se abrio por si sola; y, cuando por segunda y tercera vez sucedio lo mismo, se colocaron ante la puerta, puesto que no podian cerrarla, muchos guardianes armados; y, mientras se traba un cruel combate en otro sector, se extiende el rumor de que repentinamente los nuestros han sido dispersados por Tacio148. [18] Por esta razon los romanos que protegian la entrada huyeron aterrados. Y al haber irrumpido los sabinos por la puerta abierta, se cuenta que desde el templo de Jano se precipitaron por esta puerta grandes torrentes con olas que salian a borbotones, y que muchos grupos de enemigos 149 perecieron ya abrasados por el ardiente torbellino 150, ya devorados por su rapidez. En consecuencia, se decidio que en tiempo de guerra, como si se hubiera traido al dios en auxilio de la ciudad, se abrieran las puertas. Esto acerca de Jano. (…)
[6] Son fijas las comunes a todo el pueblo en dias y meses determinados y preestablecidos, y que aparecen anotadas en los fastos con observaciones permanentes; principalmente se observan Agonales *253, Carmentales 254 y Lupercales 255.
*253 Fiestas en honor del dios Jano o del dios Agonio, que los romanos tenian por costumbre invocar antes de emprender cualquier tipo de accion. (…)
[42] Apelaron Pairoos a Apolo no por la devocion propia de un solo pueblo o de la ciudad, sino como autor de todo lo que se ha de engendrar, puesto que el Sol, una vez secos los humores, proporciono la ocasion a todo para procrear, segun dice Orfeo: teniendo la inteligencia y la prudencia de un padre. Por ello, tambien nosotros llamamos padre a Jano, venerando al Sol con esta advocacion. (…)
[64] Llaman a Apolo Didimeo [=gemelo], porque el muestra la doble naturaleza de su divinidad al iluminar y dar forma a la luna. Efectivamente, a partir de una fuente de luz producida por un doble astro ilumina los espacios del dia y de la noche. Por ello, los romanos tambien veneran al Sol bajo el nombre y la forma de Jano con la advocacion de Apolo Didimeo. (…)
[8] Ahora bien, quienes con mas diligencia indagan la verdad dijeron que los Penates son aquellos gracias a los que respiramos profundamente [=penitus], gracias a los que tenemos cuerpo, gracias a los que poseemos raciocinio: Jupiter esta en medio del cielo, pero Juno en el fondo del cielo junto a la tierra, y Minerva es la parte mas alta del cielo. Utilizan el argumento de que Tarquinio, hijo del corintio Demarato, imbuido en los misterios de los rituales de Samotracia reunio en un solo templo y bajo el mismo techo a las deidades citadas *522.
*522 Jupiter, Juno y Minerva constituian efectivamente la triada capitolina, cuyo culto fue establecido por los etruscos en el siglo VI a.C. Con anterioridad la primera triada agrupo a Jupiter, Marte y Jano como protectores de la nacion, siendo posteriormente sustituido Jano por Quirino, quien terminaria identificandose con Romulo. -- Macróbio, Saturnales. Edición de Juan Francisco Mesa Sanz.
De mensibus, de João Lídio
1. Já falei bastante sobre o fato de que o mês de Janeiro foi definido como o início do calendário sacerdotal pelo rei Numa; nele, eles ofereceriam sacrifício aos [seres] acima da lua, assim como em fevereiro [eles ofereceriam sacrifício] aos [seres] abaixo dela. E assim, devo falar sobre Janus - quem ele é e que ideia os antigos tinham dele. Ora, Labeo diz que se chama Janus Consivius, isto é, "do (bom) conselho / Senado" [boulaios]; Janus Cenulus e Cibullius, isto é, "pertencentes ao banquete" - pois os romanos chamavam cibus à comida; Patrício, isto é, "indígena"; Clusivius, significando "relativo a viagens" [hodiaios]; Junonius[8], isto é, "aéreo"; Quirinus, significando "campeão / lutador da frente"; Patul-cius e Clu-sius, isto é, "da porta"; Curiatius, como "supervisor dos nobres" - pois Horatius & Curiatius são nomes da nobreza [romana][9]. E alguns relatam que ele tem forma dupla, uma vez segurando as chaves em sua mão direita como um porteiro, outras vezes contando 300 fichas em sua mão direita e 65 na outra, assim como [o número de dias em] o ano. A partir disso, ele também é [dito ser] quádruplo em forma, das quatro "voltas" [isto é, os solstícios e equinócios] - e uma estátua dele desse tipo é considerada preservada até agora no Fórum de Nerva.
Mas Longinus veementemente tenta interpretá-lo como Aeonarius, como sendo o pai de Aeon, ([10]) ou que [ele recebeu seu nome porque] os gregos chamavam o ano ([11]) de enos, como Calímaco no primeiro livro da Aetia escreve: Filho [tetraenon] de quatro anos de Damasus, Telestorides ([12]).
...Ou [ele foi nomeado] da palavra ia [usada às vezes] em vez de mia ["um"], de acordo com os pitagóricos. ([13])
Portanto, Messala considera este [Janus] como [o mesmo que] Aeon.([14])
Pois, de fato, os antigos celebravam um festival de Aeon no quinto [dia] deste mês. ([15])
2. Eles dizem que 12 funcionários foram estabelecidos por Numa - os chamados Salii, que cantam hinos para Janus - de acordo com o número dos meses latinos. E Varro, no 14º livro Das Matérias [65] Divinas, diz que entre os etruscos ele é chamado de "céu" e "supervisor de todas as ações" e Popano - devido ao fato de que bolos [popana] são oferecidos [a ele] nas calendas. Fonteius, em sua obra Das Estátuas, pensa que é realmente o superintendente do tempo como um todo, e assim, seu templo possui 12 altares, de acordo com o número dos meses.18 Gavius Bassus, em sua obra Sobre os Deuses, o considera para ser o daemon designado sobre o ar, e que através dele as orações humanas são transmitidas até aos [deuses] maiores - assim, ele é dito ser duplo em forma, de seu olhar para nós e seu olhar para os deuses. E em nossa Filadélfia até hoje, um traço de sua antiguidade é preservado: Pois no dia das calendas, o próprio Janus (supostamente) sai, todo enfeitado, com uma face de forma dupla; e eles o chamam de Saturno, isto é, Cronos. De fato, Lutatius [diz que ele é] o Sol, por causa de seu governo sobre ambos os portões, leste e oeste. E eles dizem que ele também é o supervisor daqueles que saem para a guerra, que em virtude disso por um lado ele envia o exército e, por outro, ele os chama de volta. E Praetextatus, o hierofante, que ajudou Sópater, o iniciador [sacerdote] e o imperador Constantino na fundação desta cidade afortunada, pensa que ele é um certo daemon designado para ambas as Ursas[16] e que ele transporta as almas mais divinas ao coro lunar[17]. Tais [são os pontos de vista] dos hierofantes romanos; mas outro [escritor] diz que Janus foi um herói, e foi o primeiro a estabelecer recintos sagrados e a apresentar honras aos deuses, e que ele foi homenageado nos templos por esse motivo. De fato, Demófilo supõe que ele foi o primeiro a construir casas e portais, e que Janeiro foi nomeado com base na [palavra] ianua - isto é, "porta" - e também que ele tem uma irmã chamada Camasene. Ovídio, o Romano, descreve alegoricamente Janus como sendo o Caos. Dio, o Romano diz que Janus [era] um certo herói antigo, que, por causa da hospitalidade que deu a Cronus, recebeu o conhecimento do futuro e do passado, e foi representado com duas faces por esta razão pelos romanos - e com base nisso, o mês foi chamado de Janeiro, e o início do ano ocorre nesse mesmo mês. – De mensibus, de João Lídio[18].
Antiquitates rerum divinarum de Varrão
[(35) Romulus estabeleceu como deuses para os romanos: Ianus, Iupiter, Marte, Picus, Faunus, Tiberino e Hércules.
(36) Titus Tatius adicionou Saturnus, Ops, Sol, Luna, Vulcanus, Lux (…) Cloacina.
(37) Numa adicionou tantas divindades masculinas quanto femininas.
(38) Durante o reinado de Numa, a religião ainda não consistia em imagens ou templos com depois com os romanos. Uma piedade parcimoniosa, ritos pobres, nenhum esplendor semelhante ao do Capitólio, mas altares temporários feitos de turfa e vasos Samianos [ou seja, terracota], pois a cidade de Roma ainda não tinha sido inundada pela engenhosidade dos gregos e dos etruscos para formar imagens. -- Antiquitates rerum divinarum de Varrão segundo S. Agostinho.
É bem sabido que os romanos não representavam seus deuses por meio de estátuas até um período comparativamente tardio de sua história. Diz-se que por mais de cento e setenta anos eles não tiveram imagens de qualquer tipo. Esse estado de coisas é atribuído a Numa, que, segundo a tradição, havia sido ensinado por Pitágoras que era errado representar a divindade na forma de homem ou animal. (…). Suas divindades impessoais, ou numina, eram dificilmente distinguíveis das coisas em que habitavam e, para os adoradores primitivos, esses objetos eram símbolos suficientes da presença divina. Depois de algum tempo, porém, em parte sob a influência dos gregos, alguns desses numinas desenvolveram-se em verdadeiros deuses antropomórficos e foram representados na arte. Mas Janus nunca foi adorado em forma humana.
Figura 5: Desenhos de duas estátuas do deus Jano a contrariarem a afirmação de Bessie Rebecca de que Jano “nunca foi adorado em forma humana”. (Iconographic encyclopaedia of science, literature, and art by Heck, J. G. (Johann Georg), d. 1857; Baird, Spencer Fullerton, 1823-1887).
“Naquela época, alguns cidadãos romanos tentaram secretamente forçar as portas do templo de Janus para abri-las. Janus é o principal dos antigos deuses pagãos que os romanos em sua língua chamam de Penates. Tem um templo na parte do Fórum em frente à sede do senado, um pouco além das estátuas das Tria Fata, como os romanos chamavam as Parcas. Este templo é todo de bronze, construído em forma quadrangular, apenas grande o suficiente para conter a estátua de Janus. A estátua também é feita de bronze, não tem menos de cinco côvados de altura e representa uma figura em todos os aspectos semelhante a um homem, mas com duas faces, uma das quais voltada para o leste, a outra para o oeste. Em frente a cada face estão as duas portas do templo, também de bronze, que os antigos romanos mantinham fechadas em tempos de paz e tranquilidade e abertas em caso de guerra.
Mas depois que os romanos começaram, como todos, a seguir a fé cristã, eles não se preocuparam mais em abri-los, mesmo quando estavam em guerra. Ora, durante este cerco, alguns, que talvez tivessem em mente o antigo costume, tentaram secretamente abri-los, mas não conseguiram inteiramente em sua intenção, porque apenas destrancou as portas de modo que as portas não mais se encaixavam perfeitamente como antes. Os autores desta empreitada não foram descobertos, nem foram feitas pesquisas a respeito, como é natural em momentos de grande confusão, tanto que o fato não chegou ao conhecimento das autoridades ou mesmo da população, salvo muito poucos" -- Procopio de Cesarea (Guerra Gotica, I, 25)
Figura 6: Jano Geminus, o deus Bicéfalo das boas entradas e das melhores saídas!
Até o fim da crença pagã, ele permaneceu uma porta, assim como Vesta permaneceu "nada mais que fogo vivo". A evidência disso é o fato de que, enquanto estátuas e estatuetas de outros deuses foram encontradas em grande número e são mencionadas repetidas vezes na literatura, nem uma única estátua de Jano foi desenterrada, e há referências em escritores latinos a somente três. Evidências podem ser apresentadas para mostrar que pelo menos dois deles não eram representações de Jano. – Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca [19].
In the Saturnalia, Macrobius says that January is dedicated to Janus as December is dedicated to Saturn, and so Janus is the new god who reigns at the end of the Saturnalia. He also says that Janus is two-faced because he is a fusion of Artemis and Apollo (i.e., Sun and Moon, Janus and Jana = Dianus and Diana); thus he corresponds to the alchemical hermaphrodite (cf. also 0.Idiot).
Macrobius quotes Cicero (De Natura Deorum 2.27.67), who says Janus was originally called Eanus, which is derived from eundo (going), because Janus, who is the Universe, is always moving, whirling in a circle, like our dancer. This is the reason, he says, that the Phoenicians represent Janus by the Ouroboros serpent. (This is supported by modern etymologies, which derive Janus from Indo-European ia- from ei-, to go.)
Macrobius also calls Janus the Doorkeeper of Heaven and Hell because he looks to the four quarters of the World (as in this trump). (…)He cites Varro, who says that there are twelve altars dedicated to Janus, one for each month; in 21.World they are represented by the serpents' two fiery eyes and ten fiery spots. (Bonnefoy, REM 129; Macrobius, Saturnalia I.7.23, 9.5, 11-14, 16)
There is an alchemical mystery in the nature of Janus, for the ancient physicists said he comprises both Apollo and Diana (Sun and Moon). To see this it's necessary to understand that by the laws of phonetic variation Diana, Jana and Iana are all equivalent. Thus Varro (Rerum Rusticarum I.37.3) calls the moon "Iana Luna." So also, Dianus, the solar counterpart of Diana, is the same as Janus and Ianus.
Further, Macrobius tells us, Janus, who is a guide on the roads, corresponds to Apollo Agu-ieus, the Guardian of Streets, the counterpart of Diana Trivia, the Guardian of the Crossroads. Thus we have the solar spirit of the straight path and the lunar spirit of the fork in the road.
The two faces of Janus represent the two Gates of Heaven (the rising and setting places of the sun), and as Gatekeeper of the Gods, he must allow entry of all prayers and sacrifices. So also he is the Gatekeeper of both Heaven and Hell. Indeed he is often portrayed Quadratus, with four faces looking to the Four Quarters of the World (represented by the figures in the corners of 21.World). Janus Quadrifrons, the Janus with four faces, perhaps originated with the Etruscans, who may have called him Ani; his four faces represent the four quarters of the Heavens (cf. Mesopotamian Anu/An = Heavens). [20]
Fr. 33 Pfeiffer. Reitzenstein, p. 274, sees a further association here with the explanation of Janus' name as being from the word "to go" (Lat. eo, ire), thus originally Eanus (Macrobius, Saturnalia 1.9.11; cf. Cicero, De natura deorum 2.26.67). The multiple explanations advanced in Macrobius' text in 1.9.10-12 — the year, the act of "going," and the endless cycle (of the universe) — are all arguably connected; John here naturally puts most emphasis on the chronological connection. Note also the association of the ouroboros figure (cited by Macrobius in 1.9.12) in regard to the year in 3.4 above, to the world and Agathos Daimon in §161 below — in which connection too, it is presumably significant that Aeon (Plutonius) at Alexandria was identified with the patron god Aga-thos Daimon (Ps.-Callisthenes, Historia Alexandri Magni 1.33 [p. 33 Kroll]). – De mensibus, de João Lídio.
No entanto, tal etimologia além de difícil de equacionar e “dura de roer” é, sobretudo, imprópria por contrária às regras do protocolo reverencial mítico na medida em que o mais provável seria supor que seria a semiologia da acção de “ir e andar” que deveria derivar da mitologia associada ao deus das saídas e entradas no espaço celeste e no tempo cósmico, o deus Ea / Enki / Kur, ou seja, seguramente o deus das boas entradas no «ano», a quem, por isso, foi consagrado o mês de Janeiro, enquanto primeiro mês do «ano».
Todo o mês de Janeiro foi o mês de Jano. O primeiro dia de janeiro era especificamente sagrado para ele. Assim também era o dia 9 do mês, quando os romanos celebravam a Agonalia Ianuarias em sua homenagem. Então, o que era esse festival obscuro? E como os romanos viam o papel de Jano no início de cada ano novo?
Jano foi uma das poucas divindades homenageadas com uma agonalia durante o calendário romano. Nessas ocasiões, o Rex Sacrorum, o 'Rei dos Ritos Sagrados', sacrificava um carneiro na Regia, no extremo leste do fórum Romanum. Perde-se o significado exato do ritual da agonalia. Ovídio sugeriu que o nome deriva do ato de conduzir o carneiro ao sacrifício (agantur) ou do próprio sacrifício, já que a palavra latina para besta é agonia. Festo dá peso a essa explicação quando também descreve agonia como o termo antigo para sacrifício. Então, por que Janus recebeu essa honra? Ovídio dá uma pista quando descreve a Agonalia Ianuarias como o dia em que 'Janus foi aplacado'. Para entender isso melhor, vale a pena considerar os atributos e associações do deus. Os romanos retratavam Janus como um deus barbudo de duas cabeças, segurando um cajado na mão direita e as chaves na esquerda. O Fasti de Ovídio o descreve como formado a partir do caos no início dos tempos.
Janus deve ser propiciado no dia Agonal.
O dia pode levar o nome do padre cingido
Em cujo golpe o sacrifício de Deus é derrubado:
Sempre, antes de manchar a lâmina nua com sangue quente,
Ele pergunta se deveria, Agatne? E não vai, a menos que seja comandado.
Alguns acreditam que o dia se chama Agonal porque
As ovelhas não vêm ao altar, mas são conduzidas (agantur).
Outros pensam que os antigos chamavam este festival de Agnalia,
'Dos cordeiros', deixando cair uma carta de seu lugar habitual.
Ou porque a vítima teme a faca espelhada na água,
O dia pode ser assim chamado pela agonia da criatura?
Também pode ser que o dia tenha um nome grego
Dos jogos (agones) que se realizavam antigamente.
E na linguagem antiga, agonia significava uma ovelha,
E esta última razão em meu julgamento é a verdade.
Embora o significado seja incerto, Rex Sacrorum,
Deve apaziguar os deuses com a companhia de uma ovelha lanosa."
-- Ovidio Nasón, Publio - Fastorum libri I.
De maneira típica, Ovídio oferece algumas explicações diferentes para o nome Agonium. Uma que ele não menciona é que o nome é um termo latino mais antigo para vítima sacrificial. O sacrifício de um carneiro foi oferecido a Janus pelo Rex Sacrorum na Regia. Agostinho de Hipona disse que este sacrifício foi oferecido a Agonius, que se refere a Janus aqui. Este nome se relaciona com o Monte Quirinal, na medida em que seu nome tradicional era Collis Agonus, o Portão Colline era chamado de Porta Agonensis, e os sacerdotes Salii que estavam sediados no Monte Quirinal eram chamados de Salii Agonenses. É possível que um sacrifício especial por Janus tenha sido oferecido no dia do Monte Quirinal; isto é, além do da Regia, mas não há certeza de que um segundo sacrifício tenha sido oferecido no Quirinal e, em caso afirmativo, por qual sacerdote.
Conforme indicado por esta descrição, ele era um dos deuses mais antigos. A Carmen Salia renomeou Jano como "deus dos deuses" - uma indicação de sua antiguidade. Jano também era o deus dos começos. Varro creditou a Jano como "o Abridor... O Porteiro... o Bom Criador, o Bom Deus dos Começos". Nesta capacidade, ele foi o iniciador. O primeiro dia de cada mês, as calendas, era sagrado para ele. Ele era o deus do amanhecer do novo dia e auxiliava na concepção, junto com a deusa Juno. Jano também foi responsável pelos finais. 'Só eu tenho o direito de girar a dobradiça', declara ele em 'Fasti', de Ovídio. Como parte desse papel, como o deus dos começos e fins, Janus também agia como uma barreira. Era costume em tempos de paz total fechar seu templo original no fórum romano, como forma de conter e preservar a situação, barrando a passagem da guerra em seu limiar.
O nome de Jano deriva dessa função de ianua ou abertura. No nível físico, isso o tornava o deus de todos os limites, incluindo limiares, portões e portas. Seu santuário original na colina Janiculum inicialmente estava situado no limiar da própria Roma, tornando-o o porteiro de Roma. Mas os limites de Jano iam além do físico. Ele se descreve para Ovídio como o zelador da corte celestial – uma forma de expressar seu papel como uma fronteira entre deuses e mortais. Se um adorador ganhasse seu favor, todos os outros deuses estariam disponíveis para eles. Desagradou Jano, no entanto, e a porta foi firmemente fechada. Por esse motivo, os romanos o nomearam primeiro nas orações, e Janus recebeu as primeiras oferendas de vinho e incenso nos rituais.
Janeiro actuou originalmente como a fronteira entre o fim de um ano político romano e o início de um novo, pois era o mês em que um conjunto de cônsules rendia e os novos tomavam posse. No entanto, janeiro também era o mês de Janus - daí seu nome. Quando César reorganizou o calendário romano, janeiro substituiu março como o primeiro mês oficial do ano. Essa mudança significou que Janus se tornou o deus do Ano Novo. O Guardião do limiar do ano era um papel adequado para o deus dos limiares, começos e fins físicos e metafísicos. 'Janus proclama um ano feliz' afirma Ovídio em Fasti I, 63. No entanto, essa esperança otimista só era apropriada se o controle de Janus sobre a boa sorte celestial fosse mantido. Portanto, os romanos eram cuidadosos em como começavam esse novo mês e ano em particular. Portanto, nenhuma palavra áspera ou processo foi permitido estragar o primeiro dia do ano. "Os começos contêm presságios", alertou Janus a Ovídio, e assim os romanos marcaram o Ano Novo com presentes de tâmaras, figos e mel, para dar sabor ao ano seguinte com doçura. E no dia 9, só para ter certeza, os romanos ofereceram a Janus seus próprios adoçantes de sacrifício.
Agonalia (também chamada de Agonium Martiale ou Agonia) era um feriado romano celebrado várias vezes em homenagem a várias divindades:
9 de janeiro – em homenagem ao deus de todos os começos, Janus;
17 de março – em homenagem ao deus da guerra Marte;
21 de maio – em homenagem ao deus do submundo e à morte de Veiovisa (feriado Veiovisa);
11 de dezembro - em homenagem ao deus Sol Indiges.
No dia do Rex Sacrorum (também chamado de rex sacrificulus) sacrifique um carneiro (áries) na Regia, pedindo a Deus favor e proteção contra o mal e a morte. O nome do feriado vem da pergunta, que antes do sacrifício foi feita pelo padre: “Agone?”, Significando “devo matar?” O objetivo do feriado era ganhar o favor dos deuses para o destino do país.
Alternativamente, o nome poderia ser uma corrupção de “Agnalia” que poderia então significar “a festa dos cordeiros” pois um carneiro era sacrificado no altar público da Regia, no local tradicional da “domus Regis” ou “casa do Rei” no final da Via Sacra em Roma.
Figura 7: As ruínas da Regia, a casa do rei, ainda são visíveis atrás do Templo de César. Segundo a tradição, foi construído por Numa e abrigou a ancilia, penhor divino da grandeza futura de Roma. A lenda conta que Zeus deixou cair do céu um escudo bilobado, um ancile, dizendo que tal escudo era o símbolo da benevolência concedida a Numa pelo pai dos deuses, e o penhor que ele deixou para garantir a futura grandeza da cidade.
Agōnium n (genitivo agōniī ou agōnī); O dia em que as vítimas sacrificiais eram imoladas. < agō, agere, ēgī, āctum. < proto-itálico *agō, < proto-indo-europeu *héǵeti???
Cognato com o irlandês antigo aigid, o grego antigo ἄγω (ágō, “eu conduzo”), o nórdico antigo também conhecido como (“mover, dirigir”), o avéstico (azaiti), o sânscrito (ájati, “dirigir, impulsionar, lançar”) .
Não parece que a etimologia da «agonia» oficial, proposta a partir da acção em si mesma como acto de «agir», passe o pleonasmo, faça muito sentido porque para uma humanidade em estado natural de necessidade quase permanente estas acções que provocam morte e agonia não seriam tantos as de paz mas apenas ou sobretudo as de guerra. Então, o mais provável é que a «agonália» fosse antes de mais uma festa de pastores em honra do deus *Agon que promovia a separação dos cordeiros robustos (que ficariam como reprodutores ou como boas ovelhas) dos que deveriam ser sacrificdos para benefício do rebanho.
Agonalia < Agōni(um) < *Agonos > Agnus >«anho».
Assim sendo, este abate drástico dos anhos desnecessários, que hoje nos pareceria um acto de natural racionalidade econômica, seria encarado pelas populações que começavam a passar da caça acompanhada à pastorícia como uma sacrifício cruel do Agnus Dei, precisamente ao Nosso Senhor das Agonías que afinal era Hermes, o bom pastor.
Ver: AGONIO, o deus das agonias de morte que precediam os confrontos iniciáticos. (***)
O próprio nome da dimensão temporal do «ano» seria literalmente o seu nome, ainda registado na Suméria como An ou Anu. Daí que, fosse quando fosse o começo das Calendas esta eram sempre o registo duma anuidade de rituais devida aos deuses dos dias da corte celeste de Anu. Como em linguagem etrusca o none de Jano era Iani que ressoaria a Anu, cuja anuidade começaria com o solestício de inverno, é assim possível que fosse esta a razão porque Jano já era o deus do começo do ano antes do ano começar em Janeiro
Ovid very clearly proves. The statement to which I refer is that in which Janus "the god of gods," * from whom all the other gods had their origin, * is made to say of himself: "The ancients....called me Chaos."
Se o deus das portas dos céus e dos infernos não era o próprio “deus pai” do céu Anu seria o “deus filho” deste, Escur, o deus da escuridão dos infernos do Kur, ou seja, Lúcifer, o deus que transporta a luz do “deus menino”, o Sol!
Janus | Quadri-frons = Quadra-tus < Qua-ter <
Côa-Ker = Kur-| Côa < Oco <= Kur-Caco (= «Caos») ó Escur!
JANULA
Esta duplicación de dioses, resultado de la fusión final de tribus emparentadas que habían vivido mucho tiempo separadas, explicaría la aparición de Jano junto a Júpiter y de Diana o Jana al lado de Juno en la religión romana. Por lo menos nos parece ser ésta una teoría más probable que la opinión, que ha encontrado mantenedores entre algunos investigadores modernos, de que originariamente Jano no era más que el dios de las puertas. Que una deidad de su importancia y dignidad, a quien los romanos reverenciaban como dios de dioses y padre de su pueblo, pudiera haber empezado por humilde aunque respetable portero, parece poco probable. Tan elevado final difícilmente casa con tan bajos principios. Es más probable que la puerta (Janua) lleve su nombre por Jano: no que éste derive su nombre de aquélla. Tal criterio se refuerza por el examen de la misma palabra Janua. La palabra corriente para la puerta es la misma en todas las lenguas de la familia lingüística aria, desde la India hasta Irlanda, en sáncrito es dur, en griego rhura, en alemán tur, en inglés door, dorus en irlandés antiguo y foris en latín. Mas al lado de esta forma común para puerta y que los latinos poseían conjuntamente con todos sus hermanos arios, también tenían el nombre janua que no tiene término correspondiente en ninguna lengua indoeuropea. La palabra tiene la apariencia de ser una forma adjetiva, derivada del nombre Jano. Y conjeturamos que puede haber sido costumbre erigir una imagen o símbolo de Jano en la puerta principal de la casa con objeto de colocar la entrada bajo la protección del gran dios. Así guardada una puerta ésta podría haber sido conocida por una janua foris, o sea puerta "'anuaria" y esta frase se acortaría con el tiempo en Janua solamente, quedando el nombre foris sobreentendido pero no expresado. De esto al uso de Janua para designar una puerta en general, ya guardada o no por una imagen de Jano, habría una transición fácil y natural. -- Sir JAMES GEORGE FRAZER, LA RAMA DORADA, Magia y religion.
Jano seria o deus das portas e janelas por mera magia simpática o que nos permite algumas divagações a respeito da etimologia destes termos arquitectónicos prosaicos.
«Janela» < Lat. Janu-ella, lit. “pequena (filha) de Jano.
= Janu-la > Janua.
Parece que a tradição dos deuses das portas seria muito arcaica e anterior à tradição clássica grega pois era comum na suméria na forma de deuses mordomos e das portas dos infernos e existiu na mitologia chinesa mais arcaica.
Figura 8: Shenshu &Yulei
Shentu ou Shenshu (chinês: 神荼) e Yulü ou Yulei (chinês simplificado: 郁垒; chinês tradicional: 鬱壘) são um par de divindades na mitologia chinesa que castigavam espíritos malignos amarrando-os em cordas de junco e dando-os de alimento a tigres. Suas imagens, juntamente com corda de junco adornavam sazonalmente as portas ou portões para afastar o mal, e são considerados os primeiros exemplos de Menshen (門神, "divindades do portão" ou "deuses da porta") venerados sob tal prática. Geralmente são substituídos a cada Ano Novo Chinês.
Pois bem, não deixa de ser estranho que o nome de Shenshu tenham ressonâncias com o de Jano e, como ele, tenha relações com o ano novo e Yu-lü / Yu-lei com jus, júris do direito e da lei dos deses jupiterianos.
Jano < Janus < *Shu-anu-ush ó ush–en-Shu > (u)Sh-en-shu.
Yu-lü < Yu-lei < Shu(r) > Ius, iuris = direito e lei.
Jano, deus das «portas», e por isso mesmo também Portumno, de que teria derivado o nome dos «portos».
Dois deuses do culto do estado romano guardavam as casas particulares do cidadão romano. Um deles era Jano, o deus dos portais e começos. Era ele quem era visto como o principal guardião da casa. Era dele o vão da passagem pela porta, ele estava dentro e fora da casa ao mesmo tempo. Portanto, ele era seu guardião. E, no entanto, ele não seria o único deus a cuidar da porta da casa de um romano. Havia Cardea, a deusa das dobradiças, Forculus, deus das abas das portas, e Limentius, o deus da soleira da porta de entrada.
A segunda divindade oficial da casa, depois de Jano, era Vesta. Ela era a deusa da lareira. Como a lareira era de importância prática (para cozinhar) e de significado espiritual (sacrifícios), é bastante compreensível que Vesta fosse considerada de grande importância para a casa de um romano. Todos os dias as orações seriam ditas a Vesta. Durante as refeições, alguns alimentos podiam ser separados e passados para o fogo como oferenda à deusa. -- [21]
De facto, Portumnus / Portunus era, como Hermes / Mercúrio, um deus das comunicações, «portas» e alpendres que aparece na Eneida. Variante de Janus, o deus da duplicidade como Enki e Hermes.
O Janus Portunus que era adorado perto do Tibre como protetor dos grãos, pode ser associado ao Janus do comércio inicial. Portuno é identificado em Paulus-Festus com o Palaemon grego. O professor Fowler, argumentando a partir de uma passagem obscura no Comentário Veronese sobre Vergil Aeneid 5, 241, chega à conclusão de que Portunus não era originalmente um deus dos portos, mas que ele era o guardião da porta do celeiro no Fórum Boarium. Esta teoria brilhante explica as chaves que lhe são atribuídas. Mostra claramente, também, como ele se tornou um ramo de Janus: ele era uma forma localizada do deus-porta. Ele se tornou patrono dos portos, provavelmente porque seu protótipo, Jano, era um deus dos portos e em parte porque o depósito que Portuno presidia ficava perto do Tibre. Quando o grão estava sendo transportado pelo Tibre acima em tempos de escassez, a divindade que o guardava no depósito provavelmente estendia sua proteção a ele quando estava no porto próximo. Assim ele se tornou protetor do desembarque do barco. [22]
(…)
As festas de Portunus e de Tiberinus caem em 17 de agosto, que também era o dia da dedicação do templo de Janus construído por Duilius. A coincidência das datas pode ser acidental. Mommsen, no entanto, identifica Portunus com Tiberinus. Além da coincidência das datas da Portunália e da Tiberinália, o fato de as duas festas serem realizadas na mesma parte da cidade, próximo ao Forum Boarium, pode ser considerado um suporte para essa teoria.(...)
Para tornar o assunto ainda mais difícil de desvendar, existe ainda outra divindade antiga, Volturnus, que também deve ter sido um deus do rio, pois o mesmo nome Volturnus foi aplicado a um rio na Campânia, e os Fasti Vallenses têm uma nota em 27 de agosto, Voltumi flumini sacrificium. Varro diz que a origem de Volturnus era obscura, mas que ele tinha um flamen. Isso é sobre todas as informações que podem ser obtidas sobre a divindade. Arnóbio representa Janus como o pai de Fons e o marido de Juturna, que era filha de Volturnus. A explicação de tudo isso pode ser a seguinte: Em tempos muito antigos, Volturnus era o deus do rio; (...).– Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca.[23]
>Ju-turna.
Volturno > *Vol-turna ó Ju- + | Turna < Taur-an > Tur-ana >Tur-an.
Ju + Anu > *Juanu > Jano > Jana
Juno <*Juanu > «João».
A gênese do nome Tibre provavelmente foi pré-latina, como o nome romano de Tibur (atual Tivoli), e pode ser especificamente de origem itálica. A mesma raiz é encontrada no nome de Tiberius. Além disso, como variantes etruscas deste pronome temos Thefarie (emprestado de Faliscano *Tiferios, lit. “(O) do Tibre” < *Tiferis eTeperie (através do hidrônimo latino).
Em boa verdade o Tibre era *Ti-Wer, ou seja, deus do Tibre é o deus caldeu Bel (Marduque) > Wer < Ker > pher > per ó fer.
*Ti-Wer >Tibur > Tivoli.
«Tibre» < *Tiberis < *Ti-Wer > Faliscan. *Ti-fer-ios > Tiberius
*Ti-fer + Anus > Tifer(a)nus
> Tibério > Tiberino.
No entanto, o termo castelhano mais comum para janela é «ventana» que teria quase tudo a ver com a etimologia do termo inglês homólogo a esta série. De facto, o termo «ventana» está relacionado com «vento» de quem Chu, deus das tempestades e do ar, era deus, ou seja, as portas do céu eram também as portas dos ventos!
«Window» = Middle English from Old Norse vindauga (as WIND1, EYE)< Old English windan from Germanic: related to WANDER, WEND[24]
A ideia de fazer derivar as chamadas línguas germânicas dum mítico germânico antigo é tão peregrina como derivar as línguas latinas exclusivamente do latim e do grego, como se tais línguas fossem aotogeradas, sem etimologia anterior mais antiga. Mandaria a lógica do senso comum que as civilizações mais desenvolvidas e mais antigas tivessem influenciado as reconhecidamente posteriores e menos cultas. No caso, é obvio que o latim e o germânico vieram depois das antigas e ricas civilizações orientais como foram as acádicas, anatólicas, as do Egipto e do mar Egeu.
<= Wind< Wend < *Wentha ó Lat. Ventu> «Vento»!
Window < Old Nor. Vindauga < *Wentha-uka
> Danish. vindue *Wentha-ana >Esp. «Ventana».
Por outro lado,
*Wentha-ana > Dutch. Venster > Germ. (Bildschirm)fenster.
*Wentha-er < Phen-ter => Franc. fenêtre ó Suec. Fönster.
ó Ital. Finestra< *Kian-ter > Ter-kian > Esp. «Tarazon.».
> Centauro.
Claro que não é óbvia a relação do Centauro com as janelas mas, como toda esta etimologia tema ver com os deuses “manda chuva”, das tempestades e dos ventos, ocorre-nos que Centauro tenha sido um dos epítetos de Enki /Kian, enquanto deus do Kur, e por isso mesmo ter dado origem a termos como dinger, panzer e Tanger, etc.
Ver: CENTAURO (***)& VENTOS (***)& DEUS PAI (***)
Diana < Thiana < Ki(ki)-An(u) > Chu-Anu(us)< *Chu-Han > Ju-An > Jan(us).
A Guerra Chu-Han ocorreu de 206 aC a 202 aC entre Xiang Yu e Liu Bang, os quais tentaram reivindicar o poder após o colapso da Dinastia Qin. Ambos se rebelaram contra o governo da Dinastia Qin no momento em que dois camponeses, Chen Sheng e Wu Guang, se levantaram. Xiang Yu, por um lado, era neto de um general do estado de Chu, enquanto Liu Bang era filho de um camponês que vivia na atual província de Jiangsu. (...)
Batalhas constantes ocorreram nos anos seguintes entre Liu Bang e Xiang Yu, com o último levando vantagem no início. No entanto, Liu Bang conseguiu virar a maré contra seu inimigo porque era bom em escolher a pessoa certa e estratégias militares eficazes para a guerra. Conhecendo sua posição de derrota, Xiang Yu rapidamente propôs dividir o país em dois com uma fronteira chamada Honggou. A parte ocidental de Honggou foi atribuída a Liu Bang (Han) e a leste a ele mesmo (Chu).
Quer isto dizer que Janus, antes de se ter diferenciado em Anu, deus supremo do Céu, distante e ocioso, como os deuses intemporais, arcaicos e esquecidos, teria sido literalmente o Sr.(Anu) Chu, literalmente o filho de Ki, deus do céu, do ar e das chuvas, das tempestades fertilizantes e das guerras cósmicas e terrenas, ou seja, Enki, por alguma razão identificado com o arcaizante Hermes e com Crono.
He also corresponds to the androgynous Persian god Zurvan, representing Time (cf. Kronos = Khronos), who gave birth to Ahura Mazda and Ahriman (the principles of good and evil).
Like Phanes and Mithras, he is sometimes shown with a man's body, a lion's head, eagle's wings and a snake coiled around him seven times (cf. the four animals of the Tetramorph, discussed below). (Bonnefoy, REM 129-30; Larousse 323; Mercatante s.v. Zurvan; Weinstock 128-9) .[25]
Ver: MITRA (***)
O deus persa Zurvan seria andrógino como Atum e como terão sido todos os deuses primordiais e como em parte se espera da ambivalência dos gémeos. Foneticamente Zurvan tem todo o aspecto de ser um deus arcaico. Na verdade:
> Kuruan > Kauran > Corno > Krono.
Zurvan < Chur-Wan< Kur-Kian, “a montanha da aurora primordial”!
= Ki-Kur-An > Saturno.
Jano = Sol-posto e Lua / Chuva e Água / Inverno e Janeiro / Aurora e Crepúsculo / Ambiguidade e Gémeos / Segredo e Saber.
The cock which accompanies the herald is taken to be a symbol of vigilance, since it heralds the coming of dawn. Likewise Hermes is the God who puts people to sleep and wakes them at dawn, and so he is called the Light Bringer (Phosphoros, Lucifer), as is the cock. (Hermes brings both obscurity and illumination, dreams and clarity.) Finally, we must not forget that the cock is a sexual symbol (hence the slang), due to his aggressiveness and eagerness to mate. (See Biedermann 288; Stassinopoulos 197) Hermes' erection recalls his most common representation: the ithyphallic herms that stood outside almost every Athenian home. Mercury is the spiritus vegetivus, a nature deity who is closely associated and sometimes identical with Venus (Jung, Sp. Merc. 195-6, 202, 215-6, 226). [26]
Ver: CÍBELE (***) & MAIA (***) & CARDEA (***)
Janus is often seen with the Clavis et Virga (Key and Rod), which are his emblems as Gatekeeper, for with the Rod he discourages those who are not allowed to enter, and with the Key he opens the gate. Another common attribute of Janus is a pair of keys, which is how he is shown in the Pythagorean Tarot. (Cirlot s.v. key; Larousse 200) More generally a key is a symbol of binding and loosing (claudet &aperit: it closes and opens); specifically, the silver key loosens and the gold key binds; they are the alchemical dissolution and coagulation. -- Pythagorean Tarot homepage. .[27]
«Galo» < Lat. gal | *Kar < Kur | -lu,
lit. “homem *Car-deo (o rei dos infernos!).
*Car-deo era, tal como Eros e Horus, era filho da Deusa Mãe Cardea, «Mater Deum Magna Idaea».
*Kar / Eros era seguramente o filho de Cardea.
Esta foi identificada pelos romanos com Cíbele que, por ser também Magna Magesta era Maia, a mãe de Hermes.
Figura 9: Jano lunar, com a chave, a «verga» e o galo. Este deus que guardava as portas que separavam o céu dos infernos em cujas arcas guardava a sete chaves o secretismo do seu saber que, por ser lunar, era hermético. Este deus seria também, qual Lúcifer, um deus matutino do começo do dia, representada pelo «galo». O Dançarino olha para os dois lados e segura as chaves que mostram os vórtices ascendentes e descendentes. Sua dança se expande dentro do mundo e leva o mundo para dentro; nela o mundo desperta. As divisões irreais cedem às unidades! |
Virgo, ĭnis, f. [root varg-; Sanscr. ūrg, strength, ūrga-jami, nourish; Gr. orgaô, to swell, orgê, impulse], a maid, maiden, virgin (cf. puella). Vesta = another name for Ops, Cybele, Terra, the wife of Cœlus and mother of Saturn.
Virga opõe-se gramaticalmente a Virgo ainda que com géneros trocados. A razão de tais trocas acaba por ser irrelevante sob o ponto de vista linguístico. O que importa aqui referir é que a «verga» de Jano poderia derivar dum antigo epíteto de Jano, possivelmente enquanto deus marinheiro que se servia da vara para tocar o barco.
«Verga» < provavelmente do proto-indo-europeu *wisgeh₂ (“vara ou bastão flexível”). Compare espanhol verga, francês vergue, verge.
Lat. virga (“galho verde delgado, galho, bastão”) < Werka,
lit. “Wer, deus da vida (ka) e dos rebentos primaveris >
de que se faziam as varas e as «vergas».
Uma das identidades mitológicas da constelação da Virgem é Témis, deusa da justiça, que, desgostosa com o comportamento humano, ascendeu aos céus. Em outras versões é identificada com Astreia, filha de Zeus e Témis, que viveu entre os homens durante a Idade de Ouro. Com a decadência da humanidade, retirou-se para os céus onde foi transformada na constelação da Virgem. Um de seus atributos era a balança, daí a proximidade de sua constelação com a constelação zodiacal da Libra.
Virga, o deus da «verga» seria esposa de Virgo, tal como Juno de Jano. De facto a forma Jana deve ter sido tardia e por composição análoga clássica.
Nem por acaso, Virgo, se bem que deusa desconhecida dos romanos, aparece, com as vestais, associada ao culto da virgem Mãe, ora Vesta, ora Atena ora Diana, Artemisa, etc. Ainda que Vesta nada tenha tido a ver sexualmente com Jano foi, enquanto Saturnia, uma variante da Virgem Mãe e mãe de Saturno, tal como Atena, de Eritónio, deus que em devido local se identificou com Eros.
Quando Crono, deus do tempo, engoliu os seus filhos temendo ser destronado por algum deles, Héstia foi a primeira a ser engolida pelo pai e a última a ser vomitada. Isso permitiu a esta deusa familiarizar-se com o tempo que era seu pai. Usualmente, Héstia é a parceira e amiga de Hermes embora nunca tenham sido um casal. A representação mais primitiva de Hermes foi uma pedra em forma de pilar, chamado "Erma", colocado na entrada da casa, guardando-a e protegendo-a porque nelas estava a representação de Héstia que era a lareira circular no centro do lar.
Sur la base de la grande statue de Zeus, à Olympie, Phidias avait représenté les Douze Dieux. Entre le Soleil (Hélios) et la Lune (Sélénè) les douze divinités, groupées deux à deux, s'ordonnaient en six couples: un dieu-une déesse. Au centre de la frise, en surnombre, les deux divinités (féminine et masculine) qui président aux unions: Aphrodite et Éros[28].. Dans cette série de huit couples divins, il en est un qui fait problème: Hermès-Hestia. Pourquoi les apparier ? Rien dans leur généalogie ni dans leur légende qui puisse justifier cette association. Ils ne sont pas mari et femme (comme Zeus-Héra, Poséidon- Amphitrite, Héphaïstos-Charis), ni frère et soeur (comme Apollon-Artémis, Hélios-Sélénè), ni mère et fils (comme Aphrodite-Éros), ni protectrice et protégé (comme Athéna-Héraclès). Quel lien unissait donc, dans l'esprit de Phidias, un dieu et une déesse qui semblent étrangers l'un à l'autre? On ne saurait alléguer une fantaisie personnelle du sculpteur. Quand il exécute une oeuvre sacrée, l'artiste ancien est tenu de se conformer à certains modèles : son initiative s'exerce dans le cadre des schemes imposés par la tradition. Hestia — • nom propre d'une déesse mais aussi nom commun désignant le foyer — se prêtait moins que les autres dieux grecs à la représentation anthropomorphe. On la voit rarement figurée. Quand elle l'est, c'est souvent, comme Phidias l'avait sculptée, faisant couple avec Hermès. De règle dans l'art plastique, l'association. Hermès-Hestia revêt donc une signification proprement religieuse. (…)
Le texte associe de la façon la plus étroite nos deux divinités. Il débute par six vers d'invocation à Hestia; puis viennent, sans transition, six vers d'invocation à Hermès dont on demande la protection «en accord avec la déesse vénérée qui lui est chère (philè)»; l'hymne se termine par deux vers s' adressant conjointement à la déesse et au dieu. A deux reprises, le poète insiste sur les sentiments d'amitié qu'Hermès et Hestia nourrissent l'un pour l'autre. Cette mutuelle philia explique que Phidias ait pu les placer, à côté des autres couples, sous le patronage d'Aphrodite et d'Éros. Cependant cette affection réciproque n'est pas fondée sur les liens du sang, ni du mariage, ni de la dépendance personnelle. Elle répond à une affinité de fonction, les deux puissances divines, présentes aux mêmes lieux, y déployant côte à côte des activités complémentaires. Ni parents, ni époux, ni amants, ni vassaux, — on pourrait dire d'Hermès et d'Hestia qu'ils sont «voisins». Ils ont en effet l'un comme l'autre rapport à l'étendue terrestre, à l'habitat d'une humanité sédentaire. «Tous deux, explique l'Hymne, vous habitez dans les belles demeures des hommes qui vivent à la surface de la terre (épichtonioi), avec des sentiments d'amitié mutuelle. (...)
S'ils font couple, pour la conscience religieuse des Grecs, c'est que les deux divinités se situent sur un même plan, que leur action s'applique au même domaine du réel, qu'ils assument des fonctions connexes. Or, au sujet d' Hestia, pas de doute possible: sa signification est transparente, son rôle strictement défini. Parce que son lot est de trôner, à jamais immobile, au centre de l'espace domestique, Hestia implique, en solidarité et contraste avec elle, le dieu véloce qui règne sur l'étendue du voyageur. A Hestia, le dedans, le clos, le fixe, le repli du groupe humain sur lui-même; à Hermès, le dehors, l'ouverture, la mobilité, le contact avec l'autre que soi. On peut dire que le couple Hermès-Hestia exprime, dans sa polarité, la tension qui se marque dans la représentation archaïque de l'espace: l'espace exige un centre, un point fixe, à valeur privilégiée, à partir duquel on puisse orienter et définir des directions, toutes différentes qualitativement; mais l'espace se présente en même temps comme lieu du mouvement, ce qui implique une possibilité de transition et de passage de n'importe quel point à un autre. -- Vernant Jean-Pierre. Hestia-Hermès. Sur l'expression religieuse de l'espace et du mouvement chez les Grecs.
Ver: ERITÓNIO (***)
It is interesting that keys are also attributes of Hecate as guardian of the Underworld; she was called Clavigera as Janus was called Claviger (both mean "Key-bearer"). We have seen that Diana Trivia, who looks three ways, is the female counterpart of Janus, and that Hecate Triformis shows us the third face without which we cannot know our true destiny. It therefore comes as no surprise that keys often come in threes, and that the third key, after the silver and gold (and hidden from our view) is diamond. (Cirlot s.v. Janus, key; Cooper s.v. key) -- Pythagorean Tarot homepage.
Figura 10. Hecate ou Diana Trívia ou um trio destas com Cardeia / Jana. |
Salve, Mãe dos Deuses de muitos nomes, cujos filhos são justos
Salve, poderosa Hécate do Limiar
E saudações a você também Pai Antepassado Jano, Zeus Imperecível.
Saudações a você, Zeus altíssimo.
Molde o curso da minha vida com Luz luminosa
E torná-lo carregado de coisas boas,
Afaste a doença e o mal de meus membros.
E quando minha alma se enfurece com as coisas mundanas,
Entregue-me purificado por seus rituais comoventes.
Sim, me empreste sua mão, eu rezo
E revela-me os caminhos da orientação divina que anseio,
Então contemplarei aquela preciosa Luz
De onde posso fugir do mal de nossa origem sombria.
Sim, empreste-me sua mão, eu rezo,
E quando eu estiver cansado,
leve-me ao refúgio da piedade com seus ventos.
Salve, mãe de muitos nomes dos Deuses, cujos filhos são justos
Salve, poderosa Hécate do Limiar
E saúde para você também Pai Antepassado Jano, Zeus imperecível,
Saudações a você, Zeus altíssimo.
-- Proclo Diádoco (410-485 DC) Hino VI: Para Hekate e Janus (Texto: E. Vogt Procli Hymni Weisbaden 1957).
Vamos, também, começar o dever, então, com o pai Janus, que alguns de vocês declararam ser o mundo, outros o ano, alguns o sol. Mas se quisermos acreditar que isso é verdade, segue-se como consequência que deve ser entendido que nunca houve qualquer Janus, que, dizem, sendo originário de Coelus e Hecate, que reinou primeiro na Itália, fundou a cidade Janiculum, era pai de Forts, genro de Vulturnus, marido de Juturna; e assim você apaga o nome do deus a quem em todas as orações você dá o primeiro lugar e a quem você acredita obter para você uma audiência dos deuses. Mas, novamente, se Janus for o ano, nem assim ele pode ser um deus. Pois quem não sabe que o ano é um espaço fixo de tempo, e que não há nada de divino naquilo que é formado pela duração dos meses e pelo decorrer dos dias? Agora, esse mesmo argumento pode, da mesma forma, ser aplicado a Saturno. Pois se o tempo é entendido sob este título, como pensam os expositores das idéias gregas, de modo que seja considerado como Cronos, que é cronos, não existe divindade como Saturno. Pois quem é tão insensato a ponto de dizer que o tempo é um deus, quando é apenas um certo espaço medido na sucessão sem fim da eternidade? E assim também será removida da categoria dos imortais aquela divindade, que os homens de outrora declararam e transmitiram à sua posteridade, como nascida do pai Coelus, o progenitor dos dii magni, o plantador da videira, o portador da faca de podar. -- Contra os Pagãos (Livro III), Arnobio.
Por volta do 4º c. EC, Arnóbio falou de Jano como sendo filho de Hekate e do céu (Coelus), o que bem pode referir-se à tríade Suméria de Ki, Anu, Enki.
Ora, Saturno foi como Crono, deus do tempo assunto de que Jano, mais do que qualquer outro foi, entre os latinos, o expoente. Jano foi deus do espaço-tempo porque Jano Quadriforme foi deus dos pontos cardeais, os cantos do mundo de *Cardeo; deus das calendas e do calendário a quem era dedicado Janeiro, o primeiro mês do ano, e o primeiro dia do mês. Pois bem:
«Calendas» < Kal-ent(it)as, lit. “entidades de Kar”
Keys are symbols of liberation and initiation, and in particular the silver key represents the Lesser Mysteries, and the gold key the Greater Mysteries. They are especially associated with Janus as God of Initiation, for he oversees the endings and beginnings of everything. (…)
Ora bem. Se deus não foi um deus da magia poderia tê-lo sido porque tinha todos os atributos herméticos para tal. De facto, sendo parédro de Hecate Clavigera, foi semiologicamente esposa de Heca, o deus egípcio da magia, que não seria outro senão o arcaico Caco, variante latina de Enki /*Kius que na Grécia foi o olímpico Zeus.
Claviger = Clavi-Ger,
lit “o que traz a luz ao mundo com as chave das portas do céu”
< Calwi < Carki => Cardea.
Jano seria uma corruptela de *Chu-An, lit. “o filho de Anu”. A duplicidade do seu aspecto pode ter ficado a dever-se ao facto de ser assim apenas o nome genérico destes gémeos primordiais de que iria derivar o par Hermes (etimologicamente esposo de Artémis) e Apolo.
Anzu seria então uma variante deste conceito lido ao contrário:
Jano < *Chu-An = An-Chu > Anzu.
De facto, em muitas circunstâncias Anzu era uma espécie de alter-ego de Enki.
Ver: ANZU (***) & OANES (***)
Se o deus latino Jano era o mesmo que o etrusco Ani (< Anu) é porque existiu uma correlação anterior entre ambos a qual só pode ter resultado a partir de An sumério. O deus que emerge o Kur pode ser Iscur, o sol nascente.
Claro que existe outra possibilidade etimológica:
Janu > Iani > Ani.
Ane ou Ani "is God of Entries and Exits, Departures and Returns, Beginnings and Endings. He protects Initiative in any activity, and helps Communication of all kinds. The Etruscan sky god who lives in the highest heaven (in the north). He shows many similarities with the Roman god Janus."[29]
O pavão pode ter sido ave totémica de Juno precisamente por estar relacionada falicamente com o seu parédro masculino, o deus Tot e pelicano de pescoço de cobra emplumada, a ave Anzu do Espírito Santo da sabedoria, Eia, altamente suspeito de ter tido também o nome de *Kius.
Ver: KIUS (***)
Janus, whose key the Pope bears, was the god of doors and hinges, and was called Patulcius, and Clusius "the opener and the shutter."
This had a blasphemous meaning, for he was worshipped at Rome as the grand mediator. -- The Sovereign Pontiff The Two Babylons, Alexander Hislop.
Patulcius < | Phatur > Pater | < Sacer < -*Kius, lit. “sagrado pai *Kius”.
«Chave» < lat. Clavis < Clauis < | Cal < *Kar |-*Kius
> Claushius> Clusius. Como,
*Kius > Isku > Ishu > Ju + Anu | = Ani | > Jano, então
Pater-*Kius = Chu-pater > Júpiter = Jano
A etimologia destes teónimos de Jano permite compreender a estranha afirmação que se segue:
Notar que «sénior& júnior» têm a mesma raiz etimológica a partir do nome de Enki ó Anzu ó *Chuan ó Jano, que afinal este deus teria sido na origem:
> grec. Xeno > Juno.
«Sénior» < Xenu-(aur) < Chu-anu > Ju-Ani > Juni-(aur) > «júnior».
> Jainus > Janus.
A dualidade latina deste deus seria uma variante da trindade católica na medida em que lhe falta o pássaro Anzu no papel de pomba do Espírito Santo.
It was this same god whose worship prevailed so exceedingly in Asia Minor at the time when our Lord sent, by his servant John, the seven Apocalyptic messages to the churches established in that region. And, therefore, in one of these messages we find Him tacitly rebuking the profane ascription of His own peculiar dignity to that divinity, and asserting His exclusive claim to the prerogative usually attributed to His rival. Thus, Revelation 3:7 "And to the angel of the church in Philadelphia write: These things saith he that is holy, he that is true, he that hath the key of David, he that openeth, and no man shutteth; and shutteth, and no man openeth." Now, to this Janus, as Mediator, worshipped in Asia Minor, and equally, from very early times, in Rome, belonged the government of the world; and, "all power in heaven, in earth, and the sea," according to Pagan ideas, was vested in him. In this character he was said to have "jus vertendi cardinis" -- the "power of turning the hinge" -- of opening the doors of heaven, or of opening or shutting the gates of peace or war upon earth. The Pope, therefore, when he set up as the High-priest of Janus, assumed also the "jus vertendi cardinis," "the power of turning the hinge,"--of opening and shutting in the blasphemous Pagan sense. -- The Sovereign Pontiff The Two Babylons, Alexander Hislop.
Sendo Janus Patulcius = Pater *Kius = Júpiter, então
=> Jano = Júpiter.
Whatever important business was in hand, whatever deity was to be invoked, an invocation first of all must be addressed to Janus, who was recognised as the "God of gods," in whose mysterious divinity the characters of father and son were combined, and without that no prayer could be heard--the "door of heaven" could not be opened. Figura 11: Jano, o deus pai e filho, «sénior & júnior»! |
A coexistência do mesmo deus na forma de dois deuses diferentes no mesmo panteão deve ter sido motivo de desconforto teológico e ter dado origem a muito misticismo e esoterismo e tal facto só pode ter tido origem em tradições da mesma origem que, entretanto, se desencontraram por motivos históricos desconhecidos.
St. Augustine was puzzled by the fact that Janus preceded Jupiter, although Jupiter seemed to be the higher of the two deities; he attempted to explain this by saying,
quoniam penes Ianum sunt prima, penes Iovem summa.
63 Servius thought that Janus was inventor of speech, and for this reason came first in the prayers which men addressed to the gods.64 St. Augustine was apparently much impressed by the possibility of drawing comparisons between Janus, the beginner, and Terminus, the ender.65 This was reasonable, too, for surely the ending of any undertaking is as important as the beginning, and, if one deity watched over the commencement, another ought to guard the outcome. But the analogy does not work out consistently. If Janus had been the beginning and Terminus the ending, then in prayers where Janus comes first, Terminus ought to come last. Such is not the case: Vesta ends the list, and Terminus never found a place on it at all. Cicero works out an analogy making Vesta last:
Cumque in omnibus rebus vim haberent maximam prima et extrema, principem in sacrificando lanum esse voluerunt....Vis autem eius (Vestae) ad aras et focos pertinet. Itaque in ea dea, quod est rerum custos intimarum, omnis et precatio et sacrificatio extrema est.[30].
66 Here the positions of Janus and Vesta, at the door and in the interior of the house respectively, correspond to their respective places at the beginning and the end of the list of deities, but Cicero does not attempt to show that their functions were the analogical ones of beginner and ender. These passages show how artificial such explanations were. There is no reference in literature to an offering either to Vesta or to Terminus as guardians of the ending of any undertaking, or to Janus as the patron of the beginning of it. These functions of the deities are merely fanciful conceptions of the rhetoricians and poets, and had no place in religion proper.
The reasons given by the Romans for making the month of Janus the beginning of the year are equally various and inconsistent. Plutarch says that Numa named the first month after Janus because he preferred to honor the god of agriculture and peaceful government rather than the god of war.67 Varro believed it was because Janus was patron of beginnings.68 Ovid says that it was because the first month resembled a door:
Primus enim Iani mensis, quia ianua prima est.
Pois é o primeiro dia do mês de Janus, porque é a primeira porta.
Isidorus has much the same idea:
Ianuarius mensis a Iano dictus, cuius fuit a gentilibus consecratus: vel quia limes et ianua sit anni; he then goes on to say that Janus was represented with two faces because he was introitus…et exitus anni,
O mês de janeiro foi chamado por Janus, ao qual foi consagrado pelos gentios: ou porque é o limiar ou a porta do ano;
ele então continua dizendo que Janus foi representado com duas faces porque ele estava entrando (no novo)...e saindo do ano (velho).
70 which might imply that he was god of endings, as well as of beginnings. Suidas makes him the door- keeper of the year. 71 Macrobius says that the month of the two-faced god was the end of the old and the beginning of the new year. 72 Servius makes him the god of the year.
73 Ausonius, spectans tempora Una simul,
74 has the same thought. From these passages it appears that most of the reasons given by the Romans to explain why the month of Janus was first in the year are analogical, and that the analogy most frequently employed was that of the opening and closing door.
The place of Janus as god of beginnings may be summed up thus: After it became the custom for magistrates to enter upon their office on the first of January and this day became the first of the civil year, some honor was reflected to Janus from the ceremonies then performed. Furthermore his name was often used as a synonym for his month. In consequence of these two facts, he is often hailed as the beginning of time. This title always means that he is the beginning of the secular year. But, as the Romans became familiar with abstract ideas, some conception of beginning may have been attached to Janus[31].
Such a notion may have been strengthened by the fact that Janus was invoked in prayers before the other gods and by such analogies as the following:
Ianua autem est primus domus ingressus, dicta quia Iano consecratum est omne principium.
Agora a porta é a primeira entrada da casa, assim chamada porque todo começo é consagrado a Janus.
75 It is to be noted, however, that this is the only one of the passages which states definitely that Janus was god of beginnings. When philosophy brought to the Romans nobler religious conceptions and caused them to raise their deities to a loftier plane than that of the earlier numina, Janus, like Jupiter, became a cosmic deity. 76 He was the source of all things, 77 the generator of all life, 78 or the original chaos from which all things evolved. 79 In this sense he was god of beginnings, but no more so than Jupiter was. – Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca.
Pegando nas opiniões muito pessoais, apesar dos argumentos anteriores muito objectivos, de que: quando a filosofia trouxe concepções religiosas mais nobres aos romanos e os levou a elevar suas divindades a um plano mais alto do que o da numina anterior, Janus, como Júpiter, tornou-se uma divindade cósmica. Ele era a fonte de todas as coisas, o gerador de toda a vida, ou o caos original do qual todas as coisas evoluíram. Nesse sentido, ele era o deus dos começos, mas não mais do que Júpiter. E não mais do que Júpiter porque Jano era Jú-pater, ou seja, o pai *Ju-Ano, o senhor Xu, deus que no Egipto sustentava o céu e por isso he guardava as portas e delas tinha as chaves. Assim sendo, tal como “a identificação de Hermes com Mercúrio obscureceu a associação inicial de Hermes com Janus” também a identificação de Júpiter com Zeus fez desaparecer Jano, bem como a sua natural identificação com Júpiter enquanto deus dos deuses.
Puede objetarse naturalmente a esta teoría que la consorte divina de Júpiter no era Diana, sino Juno y que si Diana tenía marido, lo menos que podía esperarse es que llevase el nombre no de Júpiter, sino de Diano o Jano, siendo este último solamente una corrupción del pri-mero. Todo esto es verdad, mas la objeción puede contrarrestarse obser-vando que las dos parejas divinas, Júpiter y Juno por un lado y Diano y Diana o Jano y Jana por otro, son sencillamente duplicaciones una de la otra, siendo sus nombres y sus funciones idénticos en substancia y origen. Respecto a los nombres, los cuatro vienen de la raíz aria "di" que significa "brillante", como ocurre en los nombres de las deidades griegas correspondientes, Zeus y su antigua consorte Dione. En cuanto a sus funciones, Juno y Diana fueron ambas diosas de la fertilidad y de los partos y ambas fueron más pronto o más tarde identificadas con la Luna. En cuanto a la genuina naturaleza y funciones de Jano, los mismos antiguos estuvieron embrollados y si ellos titubearon, no espera-remos nosotros decidir confiadamente. Pero el concepto mencionado por Varrón,1 de ser Jano el dios del cielo, se basa no sólo en la identidad etimológica de su nombre con el dios del cielo, Júpiter, sino tam-bién en la relación que parece haber tenido Júpiter con dos cónyuges, Juno y Juturna. El epíteto Junoniano concedido a Jano, señala una unión matrimonial entre las dos deidades, y de acuerdo con una relación, Jano fue el marido de la ninfa acuática Juturna, la que según otras, fue amada por Júpiter. Además, Jano, al igual que Jove, fue invocado con frecuencia y de él se hablaba comúnmente bajo el título de padre. Realmente Jano fue identificado con Júpiter no solamente por la lógica del erudito San Agustín, sino también por la piedad de un adorador pagano que dedicó una ofrenda a Júpiter Diano. Una huella de su relación con el roble puede en centrarse en el bosque de robles del Janículo, colina de la orilla derecha del Tíber donde suponían que había reinado Jano como monarca en las más remotas edades de la historia italiana. -- Sir JAMES GEORGE FRAZER, LA RAMA DORADA, Magia y religion.
Figura 12: C. Fonteius. Denarius, Roma 114 or 113, AR 3.90 g. Description: Laureate Janiform head of Dioscuri; on l., O and on r., Ý. Rev. Galley l.; above C·FONT. Below, ROMA.
The coins bearing a Janus head often had on the reverse the representation of a ship's prow. These asses must have been at one time quite common, for Macrobius says that Roman boys in a game somewhat like "tossing pennies" called capita aut navia. This circumstance Macrobius takes to be a proof of the antiquity of this sort of coinage. Athenaeus says that Janus is represented on the as because it was he who invented the art of stamping money; and that the ship appears because he invented navigation. Servius makes the ship a representation of the one in which Janus came to Italy. Macrobius, on the other hand, thinks that it was Saturn who came over the sea, and that, being kindly received by Janus, who was king at that time, he rewarded the friendly monarch by teaching him and his subjects the arts of civilization. In gratitude for his practical education, Janus had Saturn's ship placed on the coins. Ovid gives much the same account, but says that it was pious posterity which preserved the memory of the ship by picturing it on coins. Plutarch asks the question, "How is it that they imagine Janus to have had two faces?" and, in reply to his own query, he conjectures, "Is it because he, being a Greek, came from Perrhaebia, as we learn from historians; and passing forward into Italy, dwelt in that country among the barbarous people who there lived, whose language and manner of life he changed?
[227] Eu realmente aprendi muito; mas por que a figura de um navio está estampada em um lado da moeda de cobre e uma figura de duas cabeças no outro?' "Sob a imagem dupla", disse ele, “você poderia ter me reconhecido, se o longo lapso de tempo não tivesse desgastado o tipo. Agora, por causa do navio: Em um navio, o deus portador da foice veio ao Toscano rio depois de vagar pelo mundo. Lembro-me de como Saturno foi recebido nesta terra: ele havia sido expulso por Júpiter dos reinos celestiais. Desde então, o povo manteve por muito tempo o nome Saturnino, e o país também foi chamado de Lácio, um esconderijo (latente) do deus. Mas uma posteridade piedosa inscreveu um navio no dinheiro de cobre para comemorar a vinda do deus estrangeiro. Eu mesmo habitei o solo cujo lado esquerdo é banhado pela onda vítrea do Tibre arenoso. Aqui, onde agora está Roma, a floresta verde permaneceu vazia, e toda esta poderosa região era apenas pasto para algumas vacas. Meu castelo era a colina que a era atual está acostumada a chamar pelo meu nome apelidando-a de Janiculum. Eu reinei nos dias em que a terra podia suportar deuses, e as divindades moviam”.-se”. livremente nas moradas dos homens. O pecado dos mortais ainda não havia colocado a Justiça em fuga (ela foi a última dos celestiais a abandonar a terra): a honra pessoal, não o medo, governou o povo sem apelar para a força: labuta não havia ninguém para expor o direito aos homens justos. Eu não tinha nada a ver com a guerra: eu era o guardião da paz e das portas, e estas,' disse ele, mostrando a chave, 'estas são as armas que eu carrego." -- Ovídio Fasti 1.
Or rather because he taught and persuaded them to live together after a civil and honest sort, in husbandry and tilling the ground, whereas formerly their manners were rude and their fashion savage without law or justice altogether." (…)
Although the Romans saw and handled constantly the coin having the double-faced head of Janus, yet, in spite of all the nice analogies to be noted between a door and such an image, and in spite of the prominence of the deity in worship, they were not moved to make other representations of him in this form. This is significant of the fact that the two-faced Janus was a god of coins only; that aside from these coins, he was not thought of in this shape. Therefore Ovid's statement that Janus had no Greek counterpart is true. The identity of the Greek Hermes and of the Janus of the same form never occurred to the poet, partly, perhaps, because they were alike in so few particulars, and partly because the identification of Hermes with Mercury had obscured the early association of Hermes with Janus. – Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca.
“(...) a afirmação de Ovídio de que Janus não tinha contraparte grega é verdadeira” mas apenas na medida em que poucos ou nenhum dos deuses chamados Di indigetes a tinha. Por outro lado o facto de haver em ambos os panteões deuses com várias funções e vários deuses com a mesma, tornava difícil a interpretatio graeca. No caso de Janus esta nunca foi tentada porque, tendo este funções equivalente da Jú-pater que, por sua vez, foi confundido com Aeneas Iuppiter Indiges, mais difícil seria a sua interpretatio graeca, que a ser feita teria que ser sobretudo como Hermes e em parte com Zeus. Importa frisar que, contra a opinião de Bessie Rebecca, Jano foi o deus supremo do calendário sacerdotal romano, que começava em Janeiro, conforme o “De mensibus” de João Lídio:
Mas enquanto essas e todas as outras nações observavam um único ponto inicial do ano, os romanos [observavam] três: um, "sacerdotal", um segundo, "ancestral" e outro, "cíclico e cívico". O [início] sacerdotal é em janeiro, quando o sol, passando por Capricórnio, causa um aumento do dia. O [início] ancestral é o que eles chamam de primeiro dia do mês de março - quando é costume romano até hoje "sacudir as armas", do mês de setembro, que os gregos chamam de "repartição" [epinemêsis], mas eles próprios chamam de "indição". Pois indictio [é o que] os romanos chamam de declaração do ciclo anual em sua língua ancestral. O "cívico" ou melhor, "cíclico" [início] é o primeiro dia do mês de setembro, que os gregos chamam de "repartição" [epinemêsis], mas eles próprios chamam de "indição". Pois, indictio [é o que] os romanos chamam de declaração do ciclo anual em sua língua ancestral [32]. -- De mensibus, João Lídio.
Se, então, o antigo rei era o representante de Júpiter na terra, é claro que o rex sacrorum, a sobrevivência atual do rei, deve ter sido um sacerdote de Júpiter, e não de Jano, como geralmente se supõe.
Ou então, o que parece mais lógico, deve ter sido um sacerdote de Júpiter, e de Jano, como geralmente se supõe pois, a ser assim, Júpiter tinha dois sacerdotes. E, na verdade, os fatos que são conhecidos, bem como as tradições que foram transmitidas, sobre o estabelecimento do corpo de sacerdotes em Roma, levariam a crer que esse era o fato.
Os romanos pensaram que Numa instituiu os três grandes flamines e o pontifex maximus. Vale a pena notar que se diz que ele reservou para si certos deveres importantes, "especialmente aqueles que pertencem ao flamen Dialis". Ou seja, os ritos que em tempos posteriores foram realizados pelo sacerdote de Júpiter, foram os mesmos que Numa não renunciou, circunstância que constitui outro elo que liga o rei a Júpiter. Mas, como Lívio continua dizendo, Numa nomeou um sacerdote para Júpiter, porque sentiu que muitos de seus sucessores reais, estando mais interessados na guerra do que na religião, negligenciariam o sacerdócio; enquanto a nomeação de um padre regular garantiria a continuação dos ritos.
O flamen Dialis, então, estava na mesma relação com Júpiter que o flamen Martialis tinha com Marte, e o flamen Quirinalis a Quirinus, exceto pelo fato de que as divindades a quem os flamines de Marte e de Quirinus serviam eram divindades mais ou menos distantes, enquanto o deus do flamen Dialis era em parte concebido como um ser etéreo, em parte como encarnado no rei terrestre. (…)
Essas conjecturas conferem razoabilidade ao estado de coisas contraditório encontrado na existência de:
1. Um pontifex maximus, que é o chefe da organização religiosa do estado e que, no entanto, não é de forma alguma o sucessor do antigo rei;
2. Um rex sacrorum, que nominalmente ocupa o primeiro lugar entre todos os sacerdotes, que parece ser a sobrevivência do rei primitivo e, no entanto, é subordinado ao pontifex maximus e nomeado por ele;
3. As virgens vestais, que são a sobrevivência das filhas do rei, mas são oficialmente filhas do pontifex maximus, não do rex sacrorum;
4. Títulos reais, insígnias, etc., que são carregados pelos deuses, o rex sacrorum, o pontifex maximus, sacerdotes de Júpiter, cônsules e generais e imperadores.
Até agora foram produzidas evidências mostrando que o rex sacrorum era um sacerdote de Júpiter; resta apresentar a evidência negativa mostrando que ele não pertencia a Janus. Este sacerdote foi atribuído a Janus porque tal arranjo se encaixa tão bem com o evidente paralelismo entre o culto doméstico e o culto estatal, e porque se acredita que seja corroborado por duas passagens, uma em Ovídio e outra no Acta Arvalium. Em Fasti I, 318, Ovídio diz sobre a agonia de janeiro:
Ianus agonali luce piandus erit.
Janus será apiedado pela luz agonal.
Nas linhas seguintes ele acrescenta que o rex sacrorum sacrificou um carneiro naquele dia. No Acta Arvalium, um carneiro é mencionado como oferenda a Janus. A partir dessas duas passagens, assumiu-se que o rex era um sacerdote de Janus e que ofereceu um carneiro a Janus na primeira Agonalia do ano. Laurentius Lydus, uma autoridade geralmente negligenciada a esse respeito, e com razão, já que era um escritor grego tardio mostrando pouco conhecimento dos assuntos romanos, diz que essa agonalia era um festival do ar. Ele então continua dizendo que Janus é o ar. Evidentemente ele, pelo menos, pensava que o dia era sagrado para Janus, provavelmente baseando sua crença no fato de que caía no mês de janeiro. Além disso, por volta do século VI, quando Lydus viveu, a mitologia dos gregos e romanos tornou-se tão impregnada de misticismo oriental que seu caráter original foi obscurecido; e Janus, portanto, tornou-se uma divindade cósmica, identificada com Júpiter. Além disso, Lydus não acrescenta mais informações sobre a natureza das cerimônias, mas, por meio de uma incursão em Callimachus, tenta explicar a etimologia da palavra Ianus. Seu filosofar, portanto, não vale nada como prova da identidade do deus dessa agonalia. Na época de Ovídio, ao contrário, o rito ainda era realizado; e, sob o encorajamento de Augusto, todo esforço estava sendo feito para preservar o antigo ritual em sua pureza. O que Ovídio diz sobre a cerimônia é, portanto, digno de algum respeito. Depois de fazer muitas conjecturas sobre a etimologia e o significado da palavra agonium e nessas suposições ele mostra o mesmo tipo de ignorância pedante dos outros etimologistas, Ovídio diz:
…Ita rex placare sacrorum numina lanigerae coniuge debet ovis.
Assim, o rei deve apaziguar as divindades sagradas com um par de ovelhas lanosas.
Varro, também, afirma que o rex sacrificou um carneiro na agonalia, mas não nomeia a divindade homenageada. A palavra numina na passagem de Ovídio pode significar que mais de um deus foi invocado. Pode, no entanto, ser apenas uma instância do uso comum do plural para o singular. Esta única palavra, portanto, não pode ser tomada como prova de que Janus não era o deus da cerimônia. Mas é bem sabido que Janus ocupava o primeiro lugar na lista dos deuses e era regularmente invocado em oração diante dos outros deuses. Quando uma lista completa foi dada, Vesta ocupou o último lugar. Isso era tão comum que "Janus & Vesta" passou a ser um nome coletivo para o corpo de divindades a quem a oração geralmente era oferecida; como, por exemplo, diz Juvenal:
et farre et vino Ianum Vestamque rogabat.
e pediu pão e vinho a Janus e Vesta.
Mesmo quando o sacrifício não era para ser feito a toda a companhia de grandes deuses, incluindo Janus, mas a alguma divindade, uma oferenda preliminar era geralmente dada a Janus, como é atestado por muitas fórmulas e por estas linhas de Ovídio:
Cur quamvis aliorum numina placem, lane,
tibi primum tura merumque fero?
Pois, embora eu goste dos outros numes,
Jano, a ti trago o primeiro e puro incenso.
Macrobius, também, afirma o mesmo fato:
invocarique primum, cum alicui deo res divina celebratur.
e o primeiro a invocar, quando uma coisa divina é celebrada a algum deus.
Em vista desse fato, parece mais provável que Ianus piandus signifique simplesmente "um sacrifício deve ser feito" (???). Certamente, Ovídio não revela a identidade da divindade a quem o sacrifício é feito nesta agonalia. É possível, portanto, que o antigo deus tenha sido esquecido, enquanto seu festival sobreviveu, como era o caso da Lupercalia, ou que a oferenda fosse feita aos grandes deuses coletivamente. De qualquer forma, não há razão para pensar que Janus era o deus honrado, ou que o rex sacrorum era seu sacerdote. Uma vez que o rex era um sacerdote de Júpiter, existe uma pequena possibilidade de que esse sacrifício no qual ele oficiava fosse realizado em homenagem a esse deus. Se assim fosse, porém, parece provável que Ovídio tivesse mencionado o fato, como faz ao descrever as cerimônias dos Idos. Como nenhuma divindade específica é mencionada para o dia 9 de janeiro, parece mais provável que o dia fosse celebrado em homenagem às grandes divindades do estado. E o rex, por causa de sua posição de sacerdote de Júpiter, não teria sido impedido de realizar um sacrifício aos outros deuses da comunidade. O antigo rei, sendo o chefe da religião do estado, certamente adoraria todas as divindades da comunidade. O rex sacrorum, seu sucessor, faria o mesmo. Os calendários não marcam exceto AGON para 9 de janeiro, mas, além dos outros três dias assim marcados, há alguns festivais anotados: em 17 de março, o festival em homenagem a Liber, em 21 de maio, aquele em homenagem a Veiovis, e em 11 de dezembro, o Septimontium. Se os outros festivais marcados nos calendários como caindo nos dias da agonalia tinham ou não alguma conexão com a palavra agonium ou entre si, não está claro. Pela conexão do sacerdote de Júpiter com o primeiro, pode-se supor que todos os dias se referem ao mesmo deus e talvez celebrem diferentes fases de sua atividade. A questão toda é, no entanto, extremamente duvidosa. Todas as evidências até agora citadas provam que o rex sacrorum era um sacerdote de Júpiter, não de Jano. Existe a dificuldade de que, se este servo for tirado de Janus, o grande deus das entradas fica inteiramente desprovido de padre ou flamen. Os autores modernos parecem ter atribuído o rex sacrorum a Janus em parte pelo desejo de ver o importante cargo preenchido. No entanto, Janus não é a única divindade de reconhecida dignidade que é assim destituída. Existem vários deuses que carecem de flamines, entre eles Consus, uma divindade de algum nível no ritual do estado.
Resta discutir os poucos fatos conhecidos sobre o rex sacrorum e mostrar que eles não são inconsistentes com a teoria de que ele era um sacerdote encarnado de Júpiter. Ele foi o primeiro no ordo sacerdotum. Consequentemente, nos banquetes dos sacerdotes, sentava-se à cabeceira da mesa. Não porque ele era um sacerdote de Janus, que vinha em primeiro lugar na lista dos deuses, mas porque ele era originalmente o chefe de toda a religião do estado. Ao lado dele veio o flamen Dialis. Essa sequência, novamente, não se devia à superioridade de Janus sobre Júpiter, mas à predominância do rei-Júpiter encarnado sobre seu próprio sacerdote. (…)
Nenhum dos dados aqui fornecidos sobre os deveres e privilégios do rex sacrorum são inconsistentes com a teoria de que ele era um sacerdote de Júpiter. Além disso, há muito pouco que conecte essa sombra da realeza com a simplicidade de Jano, que pouco tinha a ver com reis. (…)
Mas a confusão entre Júpiter e Jano é a maior de todas, pois ambos parecem ser supremos. São essas reivindicações irreconciliáveis que levaram à teoria de que os dois eram idênticos.
1 Não apenas os estudiosos modernos, mas também os antigos, ficaram perturbados com essa semelhança nas características de Júpiter e Jano. Santo Agostinho pergunta: Cum ergo et Ianus mundus sit, et Iupiter mundus sit, unusque sit mundus, quare duo dii sint, Ianus et Iupiter?
Já que Janus é o mundo, e Júpiter é o mundo, e o mundo é um, por que existem dois deuses, Janus e Júpiter?
2 Ele cita Varro para uma espécie de explicação:
quoniam penes Ianum sunt prima, penes lovem summa.
pois Janus é o primeiro, e o amor é o mais elevado.
Mas, como é mostrado ao longo deste artigo, Janus não ocupou originalmente uma posição tão elevada como a que lhe foi atribuída por Agostinho; ele era um humilde porteiro. Nem Júpiter foi uma concepção tão nobre; ele era um rei terreno.
Foi somente depois de um longo período, quando os romanos se familiarizaram com as idéias filosóficas dos gregos, que deram a seus deuses o caráter sublime de divindades do mundo. (...)
A seguinte inscrição foi tomada como evidência de que Janus e Júpiter eram idênticos:
I O V I
D I A N O
C . H E R R E N . N I V S (Sic)
CANDIDVS
V . S . L . M .
3 (...) A primeira inscrição está, aliás, muito mal lapidada, como se pode constatar no exemplar. Certamente é inútil como evidência sobre o nome do deus, quando até mesmo o nome do homem que o criou está escrito incorretamente. Mas Santo Agostinho inconscientemente acrescenta à passagem citada acima, o teste pelo qual se pode determinar se as duas divindades eram ou não as mesmas:
seorsus habent templa, seorsus aras, diversa sacra.
Eles têm templos separados, altares separados, rituais diferentes.
Se duas divindades diferem no local de culto, no culto, na origem e no nome, algumas funções ou qualidades semelhantes não as tornarão idênticas. Mesmo no período literário da história de Roma, havia pouco em comum entre Júpiter Optimus Maximus, com suas vestes triunfais e coroas e pompa de sacrifício, e Janus, cujo nome vinha no início de cada oração, com certeza, mas para quem adorar alguns bolos, ou, no máximo, um carneiro bastava. Ambos foram elevados pelos conceitos dos filósofos a divindades mundiais. Mas deve-se notar que outras divindades também participam desse processo de elevação. Citando Santo Agostinho novamente:
Ipse in aethere sit Iupiter, ipse in aere Iuno, ipse in mari Neptunus, in Iano initiator etc.
O próprio Júpiter no éter, o próprio Juno no ar, o próprio Netuno no mar, o iniciador Janus, etc.
Tendo começado, então, em estratos inteiramente diferentes de concepções religiosas, Jano e Júpiter chegaram, finalmente, ao mesmo objetivo. – Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca.
Figura 14: The temple of Janus Quadrifrons in Rome (Italie). by Matthew Dubourg
Evidentemente que Bessie Rebecca revela um parti pris contra Jano sem que se entendam as suas verdadeiras razões! É assim estranho que o deus principal da obra deste autor saia dela tão mal tratado. Só a bonomia de Jano, o grande amante da humanidade, permite entender que esta obra tivesse sobrevivido quiçá para enaltecer a magnanimidade do deus aqui reduzido ao papel de “humilde porteiro”, possivelmente de Júpiter. Mesmo que tal função, de porteiro do céu, torne este deus um equivalente de Hermes, tal como outras ainda mais flagrantes tais como: ser o deus duma agonália, ter preferências por sacrifícios de ovelhas, ser bifronte e gostar de guardar as portas das casas, ser deus dos comerciantes enquanto Portumno, etc, em nada desmereceria e primazia que os romanos lhe deram e que Burchett pretendeu, em vão, retirar-lhe, sobretudo porque o argumentário de advogado do diabo, usado neste estudo contra os diabos que Enki / Jano / Hermes sempre foram, apontam sempre para estes diabos escondidos com o rabo de fora desta história: Jano Gemino esconde mal a relação de dois irmãos gémeos que Jano & Júpiter eram, tal como estava oculta na irmandade de Enki & Enlil.
No entanto, o que teria sido interessante era que este autor tivesse investigado a razão porque Jano tenha etimologia de raiz Ju- e, por isso, funções originalmente idênticas às de Júpiter, que tenha andado confundido com este e acabado inteiramente esquecido e substituído por este. Por outro lado, Burchett, Bessie Rebecca embrulha-se nas contradições teológicas dos romanos republicanos ao referir a existência dum “estado de coisas contraditório encontrado na existência de: 1. Um pontifex maximus, que é o chefe da organização religiosa do estado e que, no entanto, não é de forma alguma o sucessor do antigo rei; 2. Um rex sacrorum, que nominalmente ocupa o primeiro lugar entre todos os sacerdotes, que parece ser a sobrevivência do rei primitivo e, no entanto, é subordinado ao pontifex maximus e nomeado por ele; etc, sem extrair daí a conclusão de que tal confusão tinha que resultar da contradição política que era o facto de o novo estado republicano romano ter mantido o poder teológico e judicial intacto e na posse dos patrícios, numa tradição monárquica que veio a ser herdado pelo papado até aos nossos dias. Ora, da mesma forma que Júpiter teve que ceder o lugar a Jesus Cristo para que Deus mantivesse o controlo da cúria aristocracia cardinalícia, herdada de Jano”, também este, no final da monarquia romana, teve que ceder a primazia a Júpiter mantendo-se no entanto à frente do calendário Juliano até aos nossos dias nos grandes festivais do Ano Novo onde o nome de Jano permaneceu do nome do mês e foi celebrado auspiciosamente como deus das boas entradas e melhores saídas até ao século sétimo. Jamais se poderá saber se o despeito de Jano pelo fim do seu papel como deus do ano Novo foi o de ter aberto as portas do império romano do ocidente ao Islão. Em conclusão, se os sacerdotes de Jesus Cristo expulsaram os diabos da mitologia romana porque conheciam bem os seus poderes aprendidos pelos judeus no exílio da Babilônia, quase que poderemos dizer que Júpiter nada teve que fazer para suplantar Jano porque eram a mesma entidade que por razões de alteração do regime monárquico para republicado teve que sofrer algumas adequadas adaptações.
A adoração dos deuses tradicionais parece ter sido discreta durante as calendas, mas Janus manteve uma posição proeminente, e os rituais tradicionais ainda eram realizados na Antiguidade Tardia. A Cronografia de 354, compilada para um proprietário cristão, parece ilustrar o mês de Janeiro com um ancião vestido de toga a fazer uma oferenda, provavelmente incenso, a um altar flamejante. Um dístico, cuja composição é provavelmente anterior à Cronografia embora tenha sido adicionado posteriormente, apenas menciona que o primeiro mês foi dedicado a Janus. Um (provável) tetrástico do século V também adicionado posteriormente oferece um brilho vívido e apropriado na cena: "Este mês é sagrado para Janus. Veja como o incenso brilha nos altares, os lares recebem incenso piedoso. A cabeça de anos e gerações; um aniversário de honras, nobres gravados em púrpura fasti." Parece, então, que Janus foi evocado e os deuses domésticos foram homenageados (ou pensado para ter sido honrado) em meados do século IV - precisamente o tipo de "idolatria" que tanto irritou Tertuliano.
Permaneceu tradicional, talvez quase superficial, invocar Janus nas calendas. Por exemplo, Ausônio, um cristão, invocou Jano de forma um pouco formulada tanto em sua monosticha de mensibus quanto em sua disticha de mensibus. , que implorou para que o ano começasse com bons auspícios e continuasse favoravelmente. Seu refrão, que repetidamente e sinceramente pedia a presença de Janus ("Janus, venha; ano novo, venha; seja renovado, venha, sol"), sugere uma apresentação pública. Uma segunda oração, muito mais breve, por seu consulado também solicitou bons auspícios para o ano vindouro, embora sem as repetidas súplicas de Janus. As invocações tradicionais continuaram nos gêneros tradicionais. Por exemplo, o imperador Majoriano invocou as "Kalends [dedicadas/consagradas] a Janus" quando assumiu o consulado em 1º de janeiro de 458.69 Da mesma forma, em seu panegírico em homenagem ao segundo consulado do imperador Anthemius (1º de janeiro de 468), Sidônio Apolinário (eventualmente bispo de Clermont) pediu a Janus, a quem era devida uma coroa de louros todos os anos, que deixasse de lado sua letargia e arrumasse o cabelo em comemoração.
A aparição de um Janus de duas faces nas ruas da Filadélfia Lídia em meados do século VI estava, no entanto, longe de ser habitual e pode parecer rebuscada, embora a prática tenha sido atestada por um nativo da cidade e, portanto, não deveria ser descartado como mero jogo literário histórico. De acordo com John Lydus, "mesmo agora" nas calendas, Janus (ao que parece) sai todo vestido. Infelizmente, Lydus não especificou como Janus (chamado Saturno ou Chronos) estava presente, ou mesmo o que esse Janus fez, ou onde ele fez isso. Mesmo assim, a presença pública de Janus, talvez em procissão, era bastante heterodoxa, por assim dizer. Juntos, esses poemas, orações e apresentações parecem sugerir que Janus desempenhou um papel maior nas antigas calendas do que se pensava anteriormente, embora isso possa ser uma questão de evidência em vez de prática. A aparição contínua (e, na Filadélfia lídia, dramática) de Janus desencadeou uma série de autores cristãos, que denunciaram a veneração de Janus como uma forma de pintar as calendas com o pincel preto da idolatria. Ambrosiaster (um membro do clero romano ativo de ca. 366 a ca. 384) reclamou que eles ("pagãos") adoravam supersticiosamente Janus Bifrons nas calendas, algo do qual os servos de Deus deveriam permanecer distantes - isso sugere que alguns cristãos fizeram o que não deviam então. No final do século IV, Prudentius, um poeta espanhol que passou algum tempo em Roma, também lamentou que "alguém faz uma oferenda a Janus em um mês repleto de auspícios e banquetes sagrados, que, infelizmente, miseráveis [isto é, "pagãos"], eles celebram de acordo com a honra de longa data e conduzem as alegrias festivas das calendas."
Mas os "pagãos" não eram, sem surpresa, os únicos que gostavam das calendas. Na verdade, os bispos cristãos acabaram se voltando para argumentos euemerísticos, valendo-se de uma tradição clássica na qual Jano era imaginado como um rei primordial (isto é, muito antigo), em uma tentativa de provar que as calendas eram irremediavelmente idólatras em sua origem e, portanto, um anátema para seus congregantes. Máximo, bispo de Turim de 397 a 415, afirmou que os gentios ("pagãos") batizaram as Calendas em homenagem a um homem chamado Janus, que fundou uma cidade chamada Janiculum (a colina em Roma, parece ). E assim, quem venerava as calendas cometia um pecado ao prestar serviço divino a um morto. Quase um século depois, Cesário, bispo de Arles de 502 a 542, que ficou conhecido por seus sermões contra os "ritos totalmente pagãos" das Calendas, alegou de forma semelhante que Janus, um homem perverso e ímpio, havia intimidado tanto os ignorantes que eles o adoravam como um deus - uma prática supostamente comum naquela época ignorante. O que é pior, os idólatras então criaram um monstro Janus com duas faces (uma voltada para o ano velho, outra voltada para o novo), obviamente um demônio, não um deus.75 Nenhum cristão verdadeiro participaria de qualquer celebração em homenagem a tal deus monstruoso e falso. A vita do bispo Hilário de Mende (falecido em 540), contemporâneo de Cesário (embora a vita possa ser muito posterior), fez com que seu herói interrompesse as sacrílegas celebrações das calendas em homenagem a Janus, um rei após o qual os gentios ("pagãos") chamado janeiro.
O tênue argumento euemerístico teve uma vida longa. Um concílio de Tours em 567 condenou a adoração de Janus, um rei "gentio", não um deus, nas calendas - um argumento repetido posteriormente por Isidoro de Sevilha (cerca de 600 a 636), enquanto uma homilia no chamado Homiliare Toletanum (homilia de Toledo), compilado na segunda metade do século VII, repetiu as afirmações euemerísticas de Máximo de Turim. Em 739, o papa Gregório III determinou que qualquer um que honrasse Janus de acordo com o costume "pagão" faria penitência - seis anos para o clero e três para os leigos. Depois do século VI, essas condenações euemeristas genéricas posteriores do Ocidente latino tornaram-se cada vez mais comuns e "puramente polêmicas", tentativas laboriosas de estigmatizar as calendas como prática "pagã", mas desprovidas de referências específicas a rituais.
Em contraste, Janus era quase desconhecido no Mediterrâneo oriental, exceto por sua notável aparição (em qualquer forma) na Lídia Filadélfia. Na verdade, o bispo Asterius de Amasea, no Mar Negro, argumentou que as calendas não eram realmente um festival porque não era possível identificar o motivo (singular) de sua celebração - suas múltiplas histórias de origem (mitos) eram contraditórias e falsas, histórias sobre que Asterius infelizmente não disse mais nada.
Fingindo ignorância ou não, Asterius talvez inadvertidamente tenha apontado para a multiplicidade de rituais tradicionais e também honras divinas associadas às calendas (associações que também podem variar ao longo do tempo e de um lugar para outro). Por exemplo, em 1º de janeiro de 363, o imperador Juliano abriu caminho para um templo do Gênio (de acordo com Amiano Marcelino) ou um santuário de Tique (de acordo com o relato aparentemente paralelo de Teodoreto de Cirro) - ambos aparentemente indicando um templo do Tyche de Antioquia — para oferecer sacrifício, supõe-se. Cerca de trinta anos depois, também em Antioquia, Libânio sustentou enigmaticamente que as calendas honravam uma "grande divindade" — talvez sinalizando o imperador ou mesmo o próprio Império. As calendas, cantava Libânio, coincidiam com o imperium romano — o único festival celebrado em todo o Império. Mas agora, em 392 ou 393, uma lei recente restringia os abundantes sacrifícios antes oferecidos nos altares dos deuses (sem nome). seguiam para os templos (dos deuses novamente anônimos) acompanhados por multidões festivas na manhã das calendas, onde os encarregados dos cavalos ofereciam sacrifícios e rezavam pela vitória.83 Além de Jano, então, imperial, cívico e talvez outros deuses receberam culto em Antioquia pelo menos no final do século IV, embora os imperadores provavelmente recebessem honras em todos os lugares e por mais tempo.
Fingindo ignorância ou não, Asterius talvez inadvertidamente tenha apontado para a multiplicidade de rituais tradicionais e também honras divinas associadas às calendas (associações que também podem variar ao longo do tempo e de um lugar para outro). Por exemplo, em 1º de janeiro de 363, o imperador Juliano abriu caminho para um templo do Gênio (de acordo com Amiano Marcelino) ou um santuário de Tique (de acordo com o relato aparentemente paralelo de Teodoreto de Cirro) - ambos aparentemente indicando um templo do Tique de Antioquia — para oferecer sacrifício, supõe-se. Cerca de trinta anos depois, também em Antioquia, Libânio sustentou enigmaticamente que as calendas honravam uma "grande divindade" - talvez sinalizando o imperador ou mesmo o próprio Império. As calendas, cantava Libânio, coincidiam com o imperium romano — o único festival celebrado em todo o Império. Mas agora, em 392 ou 393, uma lei recente restringiu os sacrifícios generosos antes oferecidos nos altares dos deuses (sem nome). Em um exercício retórico descrevendo as calendas, Libânio sustentou que um treinador de cavalos (talvez um chefe de facção racial) se dirigia aos templos (dos deuses novamente anônimos) acompanhado por multidões festivas na manhã das calendas, onde os encarregados dos cavalos ofereceria sacrifício e rezaria pela vitória. Além de Janus, então, deuses imperiais, cívicos e talvez outros deuses receberam culto em Antioquia até o final do século IV, pelo menos, embora os imperadores provavelmente recebessem honras em todos os lugares e por mais tempo.
Por exemplo, o autor da Historia Augusta, também escrevendo no final do século IV, mas em Roma, imaginou o imperador Tácito (r. 275-276) ordenando a construção de um templo no qual seriam alojadas as estátuas dos bons imperadores, então que oferendas possam ser colocadas diante desses imperadores deificados nas calendas e outros feriados. Em seu sermão do início do século V, de talvez duas horas e meia (uma tentativa fracassada de manter sua congregação longe das calendas), Agostinho se empenhou em uma extensa crítica das imagens divinas e rituais de imagens, incluindo o sacrifício. Embora essas práticas nunca tenham sido explicitamente colocadas no contexto das calendas, Agostinho pode tê-las visado porque, na verdade, ainda eram fundamentais para a vida religiosa norte-africana em geral e para o ano novo em particular. Quase dois séculos depois, na Península Ibérica do final do século VI, o bispo Martinho de Braga reclamou que alguns ainda serviam vinho e ofereciam frutas sobre uma tora na lareira – então, os gestos rituais domésticos também aí perduravam.
A execução contínua de rituais tradicionais aparentemente levou à sua paródia em alguns contos de mártires da antiguidade. Na passio latina de Almachius (aparentemente conhecido também como Telêmaco), o herói tentou parar uma luta de gladiadores no anfiteatro Flaviano, gritando: "Hoje é a oitava de nosso Senhor [isto é, as calendas de janeiro]; abstenha-se de a superstição de ídolos e sacrifícios impuros" - após o que ele foi prontamente morto por um gladiador em algo como um sacrifício humano. O (auto)sacrifício humano era a ordem explícita do dia (das calendas) no Martírio de Dasius ambientado na Moesia Inferior e na passio de Cesário de Terracina. Claro, tanto o heroísmo de Almachius, que supostamente levou o imperador Honório a banir munera, quanto os auto-sacrifícios nos outros contos de mártires são histórias apócrifas - provocadas talvez por memórias persistentes de sacrifício tradicional e culto à imagem tradicional e do culto à imagem (ou possivelmente pelo espectro vivo da prática contemporânea). – The Re-invention of the Kalends of January in Late Antiquity: A Public Festival Between "Pagans" and Christians. Jacob A. Latham.[33]
[33] The names of the months are in general obvious, if you count from March, as the ancients arranged them; for the first month, Martius, is from Mars. The second, Aprilis, as Fulvius writes and Junius also, is from Venus, because she is Aphrodite; but I have nowhere found her name in the old writings about the month, and so think that it was called April rather because spring aperit 'opens' everything. The third was called Maius 'May' from the maiores 'elders,' the fourth Iunius 'June' from the iuniores 'younger men.'
[34] Thence the fifth is Quintilis 'July' and so in succession to December, named from the numeral. Of those which were added to these, the prior was called Ianuarius 'January' from the god who is first in order; the latter, as the same writers say, was called Februarius 'February' from the di inferi 'gods of the Lower World,' because at that time expiatory sacrifices are made to them… [tr. Kent, LCL].
[1] Tradução livre do autor.
[2] 7. Verum quia, ut supra diximus, prior illuc Ianus advenerat, cum eos post obitum divinis honoribus cumulandos censuissent, in sacris omnibus primum locum Iano detuleruat, usque eo, ut etiam, cum aliis diis sacrificium fit, dato ture in altaria, Ianus prior nominetur, cognomento quoque addito Pater, secundum quod noster sic intulit:
Hanc Ianus Pater, hanc Saturnus condidit arcem.
Ac subinde: Ianiculum huic, illi fuerat Saturnia nomen.
Eique, eo quod mire praeteritorum memor, tum etiani futuri
Rex arva Latinus et urbes
Iam senior longa placidas in pace regebat.
quo regnante Troianos refert in Italiam devenisse, quaeritur, quomodo Sallustius dicat: Cumque his Aborigines, genus hominum agreste, sine legibus, sine imperio, liberum atque solutum?
[3] Two Fragments of the Carmen Saliare and the Manuscript Tradition of Varro’s De Lingua Latina Giulia Sarullo – Daniel J. Taylor.
[4] Jano - Trenfo https://www.trenfo.com/pt/historia-pt/mitologia-pt/jano
[5] "Janus, like so many ancient gods who lacked the grace of a story, was a messy concrescence of scraps fallen from the table of memory. His incoherence was the cause of some puzzlement in the Roman Imperial era, and so he was periodically subjected to reassessments by master yarn-spinners like Ovid or by cosmologists and philosophers seeking to find profound symbolism in his duality." -- Rabun Taylor
[7] Frothingham argued (a) that in early days,when Rome consisted in a group of neighbouring tribes, each tribe had its separate ianus on the line of its own pomoerium (ianus Curiatius, ianus Carmenialis, ianus Qnirinus), such iani being, not gates in a fortified wall, but arches built outside to commemorate events of communal importance and placed under the protection of the communal god Ianus; (b) that the unified Servian state similarly had its ianus, the porta triumphalis, on the enlarged pomoerial line of the via Flaminia; and (c) that this famous portal was copied and recopied by communal arches far and wide through the dominions of imperial Rome.
[8] Não se entende porque Junonius < Jūnōnis há-de significar aéreo quando deveria significar (marido) pertensente a Juno, sendo assim mais uma prova de que Jano era uma variante arcaica de Júpiter.
[9] Horatii & Curiatii , nalenda romana, dois conjuntos de irmãos trigêmeos cuja história provavelmente foi moldada para explicar práticas legais ou Rituais existentes. Os Horácios eram romanos e os Curiatii Albanos, embora o historiador romano Lívio tenha escrito que alguns relatos anteriores haviam invertido essa ordem. Durante uma guerra entre Roma eAlba Longano reinado de Túlio Hostilius (tradicionalmente 672-642 aC), foi acordado que a solução da disputa deveria depender do resultado do combate entre os dois grupos de irmãos.
Na disputa, dois dos Horatii foram rapidamente mortos; mas o terceiro, fingindo fuga, conseguiu matar seus perseguidores feridos um a um. Quando o sobrevivente entrou em Roma em triunfo, sua irmã reconheceu entre seus troféus ummantoque ela havia feito para um dos Curiatii com quem era noiva. Ela não conseguiu esconder sua dor e foi morta por seu irmão, que declarou: "Então pereça qualquer mulher romana que chore o inimigo". Por este ato, Horácio foi condenado à morte, mas foi salvo por um apelo ao povo.
[10] As Mastandrea, p. 32 n. 62, suggests, this is most likely a garbled explanation of the month's name rather than the god's, i.e., Ianuarius = Aeonarius (so already Reitzenstein, Poimandres [Leipzig, 1904], p. 274). Cf. also the detailed discussion in Männlein-Robert, pp. 369ff., who brings in also Tzetzes, Posthomerica 771-2, equally attributing this equation to Longinus. For Aeon (Aiôn) in general, see LIMC 1: 399-411; G. Zuntz, Aion: Gott des Römerreiches (Heidelberg, 1989)—with pp. 33-36 discussing the present passage; id., ΑΙΩΝ im Römerreich: Die archäologische Zeugnisse (Heidelberg, 1991); id., Αἰών in der Literatur der Kaiserzeit (Vienna, 1992); A. D. Nock, "A Vision of Mandulis Aion," Harvard Theological Review 27 (1934), pp. 53-104. The word Aiôn, of course, could be understood as a common noun, "time / eternity." Börtzler, "Janus und sein Deuter," Abhandlungen und Vorträgen, Bremer wissenschaftliche Gesellschaft 4.3-4 (1930), pp. 106-7, appeals to that meaning in his attempt to reconstruct the text here: in his view, the explanation following the quotation of Callimachus (ia = mia) was originally a marginal gloss, (rightly) presupposing ia + en(os) as the roots assumed by Longinus for the interpretation of the month's name. For alternative traditions and associations of Aiôn with the monad, see §17 below (with notes).
[11] Gk. Eniautos.
[12] *12 Fr. 33 Pfeiffer. Reitzenstein, p. 274, sees a further association here with the explanation of Janus' name as being from the word "to go" (Lat. eo, ire), thus originally Eanus (Macrobius, Saturnalia 1.9.11; cf. Cicero, De natura deorum 2.26.67). The multiple explanations advanced in Macrobius' text in 1.9.10-12 — he year, the act of "going," and the endless cycle (of the universe) — are all arguably connected; John here naturally puts most emphasis on the chronological connection. Note also the association of the ouroboros figure (cited by Macrobius in 1.9.12) in regard to the year in 3.4 above, to the world and Agathos Daimon in §161 below — in which connection too, it is presumably significant that Aeon (Plutonius) at Alexandria was identified with the patron god Agathos Daimon (Ps.-Callisthenes, Historia Alexandri Magni 1.33 [p. 33 Kroll.
[13] This etymology, for John, may indicate a connection with Helios / Apollo (cf. 2.4), which seems to be in the background for cosmological associations of Janus elsewhere in the discussion as well. Reitzenstein, p. 274, posits the intended etymological connection as ἴα ὤν ("being [m.] one [f.]") changing into αἰών.
[14] For Messala, cf. the citation in Macrobius, Saturnalia 1.9.14; also see Zuntz, Aion: Gott des Römerreiches, pp. 33-36, who critically analyzes the historical value of these references to Messala (M. Valerius Messala Rufus, cos. 53 B.C.) in detail.
[15] Probably a reference to the celebration of Aiôn's birth from Korê attested in Alexandria (Epiphanius, Panarion 52.22); cf. Zuntz, Αἰών in der Literatur der Kaiserzeit, pp. 11-25; Nock, "Mandulis Aion," pp. 90-96. Reitzenstein, p. 274 (following Plasberg), suggests that the date reference was meant to be the 5th day before the Ides, i.e., 9 Jan, with a reflection of the Agonalia held on that day (the theory is mentioned with some caution by K. Latte, Römische Religionsgeschichte [Munich, 1960], p. 135 n. 1, and Degrassi, p. 391, with pp. 393-4 and 536 for Degrassi's further discussion of Agonalia); cf. §155 below with notes.
[16] I.e., the constellations Ursa Major and Ursa Minor.
[17] This is printed by editors as an Orphic testimonium — i.e., a witness to Orphic initiatory activity (test. 211 Kern = 663T Bernabé; but note Bernabé's cautions about calling this sort of reference "Orphic" in the
introductory essay to this section of testimonia, Poetae Epici Graeci, 2.2: 224).
[18] Translated with introduction and annotations by Mischa Hooker.
[19] It is well known that the Romans did not represent their gods by statues until a comparatively late period in their history. It is said that for over a hundred and seventy years they had no images of any kind. This state of affairs is attributed to Numa, who, according to the tradition, had been taught by Pythagoras that it was wrong to represent the deity in the form of man or beast. (…) Their impersonal divinities, or numina, were hardly distinguishable from the things in which they dwelt, and, to the primitive worshipers, these objects were sufficient symbols of the divine presence. After a time, however, partly under the influence of the Greeks, some of these numina developed into true anthropomorphic gods and were represented in art. But Janus was never worshiped in human form. To the end of pagan belief he remained a door-way, just as Vesta remained "naught else but living fire". The evidence for this is the fact that, whereas of other gods statues and statuettes have been found in great numbers, and are mentioned again and again in literature, not a single statue of Janus has been unearthed, and there are references in Latin writers to only three. Evidence can be presented to show that at least two of these were not representations of Janus at all.
[20] http://opsopaus.com/OM/BA/PT/M21.html
[21] Franco C., "Religion in the home", History Cooperative, October 18, 2021, https://historycooperative.org/religion-in-the-home/. Accessed July 14, 2023
[22] The Janus Portunus who was worshiped near the Tiber as a protector of grain, may be associated with the Janus of early commerce. Portunus is identified in Paulus-Festus with the Greek Palaemon. Professor Fowler, arguing from an obscure passage in the Veronese Commentary on Vergil Aeneid 5, 241, comes to the conclusion that Portunus was not originally a god of harbors at all, but that he was guardian of the door to the granary in the Forum Boarium. This brilliant theory explains the keys that are assigned to him. It shows clearly, also, how he came to be an off-shoot of Janus: he was a localized form of the door-god. He became patron of harbors, probably, because his prototype Janus was a god of harbors and partly because the storehouse over which Portunus presided was near the Tiber. When grain was being transported up the Tiber in times of scarcity, the deity who guarded it in the storehouse probably extended his protection to it as it lay in the harbor close by. Thus he became protector of the boat landing. – Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca
[23] The Janus Portunus who was worshiped near the Tiber as a protector of grain, may be associated with the Janus of early commerce. Portunus is identified in Paulus-Festus with the Greek Palaemon. Professor Fowler, arguing from an obscure passage in the Veronese Commentary on Vergil Aeneid 5, 241, comes to the conclusion that Portunus was not originally a god of harbors at all, but that he was guardian of the door to the granary in the Forum Boarium. This brilliant theory explains the keys that are assigned to him. It shows clearly, also, how he came to be an off-shoot of Janus: he was a localized form of the door-god. He became patron of harbors, probably, because his prototype Janus was a god of harbors and partly because the storehouse over which Portunus presided was near the Tiber. When grain was being transported up the Tiber in times of scarcity, the deity who guarded it in the storehouse probably extended his protection to it as it lay in the harbor close by. Thus he became protector of the boat landing. – Janus in Roman life and cult, a study in Roman religions. By Burchett, Bessie Rebecca
[24]"wind2," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. The Concise® Oxford Dictionary, 9th Edition. (c) © Oxford University Press. All rights reserved.
[25] http://opsopaus.com/OM/BA/PT/M21.html
[26] http://opsopaus.com/OM/BA/PT/M1.html
[27] http://opsopaus.com/OM/BA/PT/M21.html
[28] Pausanias, 5, ii, 8.
[30] E quando em todas as coisas eles tinham o maior primeiro e último poder, eles escolheram Janus para ser o chefe no sacrifício...Mas o poder dela (de Vesta) pertence aos altares e lares. Portanto, naquela deusa, que é a guardiã das coisas íntimas, toda a oração e sacrifícios são extremos.
[31] The poet Martial thus described Janus as “the progenitor and father of the years”.
[32] But while these and all the other nations observed one single starting point of the year, the Romans [observed] three: one, "priestly," a second, "ancestral," and another [61], "cyclical and civic." The priestly [beginning] is in January, when the sun, passing Capricorn, causes an increase of the day. The ancestral [beginning] is what they call the first of the month of March—when it is the Roman custom even to this day to "shake the weapons."147 The "civic" or rather "cyclical" [beginning] is the first of the month of September, which the Greeks call "apportionment" [epinemêsis], but they themselves call "indiction." For indictio [is what] the Romans call the declaration of the yearly cycle in their ancestral language.
[33] https://muse.jhu.edu/article/849264
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