No século IV, o poeta romano para assuntos geográficos, Rufus Avienus Festus (ou Rufo Avieno Festo), na Ora Maritima, um documento inspirado por uma viagem martitima, anotou "Oestriminis" (ou o extremo ocidente) povoados pelos Oestrimni, um povo que vive naquela área desde há muito tempo, que tiveram que fugir das suas terras depois de uma "invasão de serpentes". -- Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ophiussam ad usque. rursum ab huius litore
internum ad aequor, qua mare insinuare se
dixi ante terris, quodque Sardum nuncupant,
septem dierum tenditur pediti via.
Ophiussa porro tanta panditur latus
quantam iacere Pelopis audis insulam
Graiorum in agro. haec dicta primo Oestrymnis est
locos et arva Oestrymnicis habitantibus,
post multa serpens effugavit incolas
vacuamque glaebam nominis fecit sui.
Tras aquellas tierras41, sobre las que antes hemos hablado, de nuevo se abre una gran ensenada, que abarca una extensa llanura marina hasta Ofiusa42. Retrocediendo desde su litoral hacia el llano del mar Interno43, por donde dije antes44 que el mar, al que llaman Sardo, se adentraba en las tierras, se emplean siete días de marcha a pie45. Ofiusa presenta un flanco tan prominente hacia adelante, cuanto oyes que se extiende la isla de Pélope en tierras de los griegos46. Al principio se la denominó Estrimnis, y los habitantes de estos lugares y campos eran los estrímnicos; posteriormente una plaga de serpientes puso en fuga a sus habitantes y logró que esta tierra quedara despojada hasta de su propio nombre47.
Notas:
41 Se refiere a la Isla Sagrada y a la de los albiones. Ahora el poeta cambia de dirección, porque empieza a describir las costas de Norte a Sur.
42 Esta gran ensenada podría ser el golfo de Vizcaya. Ofiusa era un antiguo nombre griego para referirse a la Península Ibérica; se decía que significaba "tierra de serpientes", por su relación con óphis, "serpiente" en griego.
43 El Mediterráneo tuvo en principio nombres locales, como aquí, donde se llama Sardo al mar entre Cerdeña y España.
44 Versos 82-84.
45 Por la ruta terrestre que enlazaba el núcleo comercial más importante del litoral del golfo de Vizcaya, Burdeos (Burdigala), con Narbona, ya en la costa mediterránea, a través del curso del Garona, de Tolulouse y Carcasona.
46 Avieno se refiere a la península del Peloponeso.
47 Según esto, el nombre más remoto de la Península Ibérica habría sido Estrimnis, que también se aplicaba a la Gran Bretaña, algo explicable quizá por las relaciones comerciales entre ambas y el mar del Norte. La "plaga de serpientes" que expulsó a los estrímnicos podría implicar a su vez una referencia a los celtas, llamados "sefes" nombre procedente del griego sepe = "serpiente".
Uma coisa é certa, a simbologia da cobra que perpassa em toda a mitologia mediterrânica como secreto e profundo apelo a uma religiosidade órfica esquecida, feminina e sensual; encontra-se sistematicamente enrolada nas formas das vagas do mar e constitui o apelo ao Oceano profundo e primordial que deverá ter sido o pesadelo constante dum povo e de uma cultura arcaica de marinheiros. Ora, marítima, matriarcal e adoradora de deusas das cobras foi a talassocracia cretense. Toda a tradição posterior que adoptou o tema ofídio deve ter tido com esta, e outras culturas neolíticas mediterrânicas menos reconhecidas, antigas relações culturais. As costas da Lusitânia foram, seguramente, uma destas e a razão étmica do seu arcaico nome de Ofiussa, literalmente a “filha da cobra”, a grande deusa mãe dos cretenses.
Na verdade, as cobras nativas portuguesas nada teriam de especial para serem por si sós a causa do nome de Ofiussa!
Ofiussa < Ophi®-usha < Kafur | ó Sacar | -isha
Ofiússa ou Ophiussa é o nome dado pelos antigos gregos ao território português. Significa Terra das Serpentes. Os ofis viveriam, principalmente, nas montanhas do Norte de Portugal, incluindo a Galiza. Outros dizem que estes viviam na foz dos rios Douro e Tejo. Este povo venerava as serpentes, daí Terra das Serpentes. Existem alguns estudos arqueológicos que mencionam este povo e cultura. Alguns crêem que o dragão, símbolo da cidade do Porto está relacionado com este povo, ou com os celtas que mais tarde colonizaram a zona, que por sua vez poderiam ter sido influênciados pelo culto ofi.-- Wikipédia, a enciclopédia livre.
Na freguesia de Afife nasce um rio com o mesmo nome, que tem três afluentes: os ribeiros da Pedreira, de Agrichousa e do Fojo.
É possível, como resa a erudição, que o topónimo Afife se trate de um genitivo antroponímico árabe, Afif, que inicialmente era utilizado como adjectivo para designar algo ou alguém virtuoso; mais tarde porém, aparecia num documento de 1108, com a designação Afifi, sugerindo a existência de uma Villa Afifi, que adquiriu o nome do seu senhor. No entanto a presença árabe a cima do rio Douro á difícil de entender!
Ao longo dos séculos, o topónimo foi apresentando diferentes grafias: Fifi, Affifi, Afifi até culminar em Afife.
Porém, trocar os vês pelos bês e os quês pelos efes pode ser uma tradição minhota herdada dos cretenses que os árabes e semitas mantiveram porque semitas seriam ao falares minóicos e egeus pré-micénicos.
Afife e Fojo teriam sido Kakiki e Kojo assim como Fão seriam equivalentes de Sião.
Quando a etimologia não vem dos latinos vem dos árabes porque se desconhecem os falares locais anteriores.
Norte, ade em Fão e a da < u
< Ophir-ia, a de Aveiro (< Aphi-eiro?)
ao cento, Serpa a Sul, etc. a minóica, egeia ou
A tradição dos cultos órficos da Grande Deusa Mãe mediterrânica teriam chegado
com a revolução naval do neolítico à foz dos rios de Portugal onde teriam
apenas florescido no Sado, no grande estuário do Tejo de Lisboa a Santarém, na
mítica Talábriga da região de Aveiro, no Douro e no Minho.
A cultura megalítica que explodiu na Lusitânia entre o IV milénio e a primeira metade do III milénio a. C +terá sido a expressão concreta destes cultos de morte e ressureição solar e a demanda do Graal a busca do túmulo do sol-posto nas costas da Andaluzia e da Lusitânia que acabaram na idade média em Compostela e mais recentemente no culto mariano de Fátima!
Isto pode ser uma relação aos Saephe ou Ofis ("o povo das serpentes") e aos Dragani ("o povo dos dragões"), que vieram colonizar aquelas terras e formaram um território conhecido pelos gregos como Ophiussa. Alguns autores relacionam o povo Ofi com os druídas ou proto-celtas ou, até mesmo, antigos Egípcios. Numa tradição egípcia, refere-se que as "serpentes" egípcias de Carnac ou Luxor teriam emigrado para a Europa. -- Wikipédia, a enciclopédia livre.
Oestrymn(is) < Hau-ish-Tur-Min(os), Lit. “Turminos do Oeste” Kurminos ocidentais, construtores de antas e dolmens.
Obviamente que os adorares da Grande Deusa Mãe das cobras eram no mínimo minóicos e seguramente da arcaica cultura marítima dos cretenses. De facto, desde logo porque o sufixo –ussa é reputado entre os filologistas clássicos como tipicamente cretense.
Ofiussa < Ophi- | cret. ussa < Sumer. Ush > Hit. usa |
=> Oki-usa => «Ocaso» < Lat. oc-casu = queda
=> Lat. oc-ci-dente => Lat. occiduu, caduco => Lat. occidere = «matar» < supostamente derivado de caedere (= matar) com o préfixo ob-.
Obviamente que o verbo occido não seria de formação latina mas herdado directamente da tradição arcaica cretense por via hitita e estaria relacionado com o poder que Nute / Anat / Atena, a Grande Deusa Mãe das cobras cretenses, tinha de devorar o sol-posto nas terras dos ocidentais (que os egípcios chamavam «Sentimento») para o parir quotidianamente com a Aurora!
Khenti-Amentiu, também Khentiamentiu, Khenti-Amenti, Kenti-Amentiu e muitas outras ortografias, são um nome da mitologia antiga egípcia que significa literalmente “o que vai a frente, ou chefe dos “ocidentais”, ou seja, dos que morrerem e vivem no país dos mortos que pelos vistos seria o mesmo local geográfico onde se supunha que morria o sol, ou seja, nas costas da Lusitânia.
Il semble que son culte se soit limité à la région d'Abydos ou il finit, avant la seconde période intermédiaire, par être assimilé au dieu Osiris, importé de Busiris ou il avait déjà supplanté le dieu Andjti. Khentamentiou devient dès lors, un des épithètes majeurs du dieu Osiris.
Esta queda do sol poente relacionado com o mito do assassínio e queda de Osíris (e de todos os restantes deuses de morte e ressurreição solar) gerou a semântica de queda e caducidade de Oki-usa, Grande Deusa Mãe das cobras cretenses…e Senhora do «Ocaso», mãe devoradora do sol poente no “mundo dos ocidentais” que quanto se sabia da geografia antiga ficava nas praias da Lusitânia que muito possivelmente por tudo isto terá sido, desde toda a antiguidade mais arcaica, a terra da deusa mãe das cobras, Ophi-usha / Ofiussa, a Senhora da Piedade e do «Sentimento», da saudade e do luto, ainda presente no culto da Virgem de Macarena.
Na verdade, a Lusitânia além de ser literalmente a cobra de luz, seguramente um teónimo metafórico alternativo de Ofiussa, seria também uma variante possível do nome da Andaluzia, esta literalmente a anta e túmulo da luz quiçá porque antes dos minóicos terem ultrapassado o estreito de Gibraltar para os povos neolíticos orientais o fim do mundo e o país dos ocidentais ficaria situado no sul de Espanha. De facto, é possível relacionar o nome da Lusitânia com o da Andaluzia precisamente em torno do mesmo mitema de Nut devorando o pôr-do-sol para parir o sol como Taveret, a deusa da Aurora!
Lusi-tân-ia < Lushi-| tanika < Tanit < Te-Nut > Anat > Lushi-Anat
= Anat-Lushi => Andaluzia.
Deste modo, parece intuir-se que o nome da Lusitânia foi atribuído em torno dum mitema de culto da deusa mãe das cobras (que a cartaginesa Tanit também foi) num contexto linguístico que deu nome a todos os locais geográficos terminados no sufixo –istão, ou seja por povos do neolítico que foram da Lusitânia ao Industão, como os portugueses fizeram, o que só pode ter acontecido coma talassocracia minóica.
Ver: IBERIA / ANDALUZIA (***)
O interessante deste mitema nem é apenas o que relaciona o deus dos «sentimentos» fúnebres com o pais dos ocidentais, que só poderia ter sido a Lusitânia (ou secundaria e alternativamente a Andaluzia) mas sobretudo a sua relação com Apuat.
Upuaut o Upuat «el que abre los caminos», deidad de la Duat (Más Allá), dios funerario y de la guerra en la mitología egipcia. Nombre egipcio: Upuaut o Upuat. Nombre griego: Ofois u Ophois. (…) Su culto, originado en Asiut (Sauty - Licópolis), fue practicado en Abidos como Jenti-Amentiu "Señor de Occidente"; también fue venerado en Sais, Heliópolis, Menfis, y en varias necrópolis. Iba al frente de todas las manifestaciones militares, religiosas y civiles; Así, precedía la más importantes celebraciones, como el Heb Sed y los "Misterios de Osiris", en Abidos.
* Pyr.1066 c (P.220) : Oupouaout s'associe au dieu de l'air, Shou, et à se parèdre, la déesse de l'humidité, Tefnout, pour protéger le pharaon défunt dans son ascension céleste.
* Pyr.1090 a-d (P.257) : Oupouaout s'associe au dieu Shou et aux «âmes d'Héliopolis» (entité collective générique d'essence solaire désignant les ancêtres royaux du roi défunt) qui bâtissent pour le roi défunt les marches d'un escalier destiné à son ascension céleste (l'infrastructure des pyramides royales de l'Ancien Empire adopte souvent un profil en escalier, la pyramide elle-même étant comparée à un immense escalier permettant l'ascension symbolique de l'âme du pharaon au ciel).
Claro que não é facilmente demonstrável que Apuat era uma mera variante de Anubis mas é facilmente aceitável tal postulado porque a proliferação de divindades egípcias é facilmente explicável por singularidades linguísticas e culturais que as distâncias ao longo do Nilo facilmente justificavam nos tempos arcaicos. Por outro lado as tríades compósitas com que os sacerdotes egípcios tentavam pactuar a rigidez da tradição com as necessidades óbvias dum sincretismo unificador tinham implícita a possibilidade de a multiplicidade de divindades dos egípcios corresponder a meras variantes fonéticas do mesmo nome ou a teónimos da mesma divindade.
No caso de Apuat, verificamos que esta divindade se pode relacionar linguisticamente com Anúbis se dermos conta que este deus tinha também variantes linguísticas tais como Anpu, Inpou, Anepou ou Anupu.
Anubis < Anupis < Anepu < *Ane-Shu
> Anpu-ish > Apuish
> Apu- | at = lu | > Etrusc. Apulo < Classic. Apolo.
O importante é verificar que não seria por mero acaso que Apuat também teve relações com Consu, o filho de Amon da tríade tebana, possivelmente o deus etimológico de Conso, o deus do latino dos bons concelhos.
L'enseigne du dieu est très fréquemment associée à une autre qu'elle surmonte, plus petite et plus mystérieuse, que l'on attribue généralement au dieu de la lune, Khonsou, par analogie du nom donnée à cette enseigne, «Khenes» avec le nom «Khonsou». Elle représente une sorte de sac (?) ou d'outre (?) à double renflement ou, plus vraisemblablement un placenta humain très stylisé, si l'on se réfère à l'étymologie supposée du nom de Khonsou. Les égyptiens considéraient le placenta comme le jumeau mort-né de chaque humain.
Obviamente que as associações míticas comprometem quem as faz e de tais compromissos e bons concelhos nasceu a religião e a filosofia atrás da qual se desenvolveu a linguagem erudita moderna. Mesmo assim, ainda que a deusa latina Canens seja a ninfa das canções é óbvio que o nome latino do «cão» teve seguramente esta arcaica relação entre o gémeo placentar de Anubis que seria Apuat, quiçá mera variante de Con-Shu. Ora *Kanesh seria um deus anterior ao egípcio e Khenes de que derivou o filho de Enki, Hanish e de que derivou o nome latino do cão por ter sido desde sempre uma divindade cinegética herdada dos tempos arcaicos em que o chacal acompanhava os humanos na competição pelos restos dos banquetes assassinos dos carnívoros. Este deus acabaria então por ser ou ter a forma ou a cabeça de cão ou chacal ou seja um deus psicopompo canídio como Anubis / Anpuat e que no mundo cretense e hitita viria a dar origem ao culto dos «couros» votivos aos heróis mortos e a Apolo.
Voltando ao deus Shu, que segurava o céu nocturno que era Nut sobre Gebo, que era a terra, numa cosmologia mítica simplificada que explicava o nascer e o por do sol, voltamos ao nome de Ofiussa desembocando no rio Tejo com a ideia de que a fonética grega de Apuat era Ofois. Como os gregos não seriam inteiramente duros de ouvido quando colonizaram o Egipto podemos postular que Ofiussa era a terra dos ocidentais e do deus dos «Sentimentos» funérios que também se chamava Apuat / Ofois. Por seu lado, este deus seria apenas uma variante muito arcaica de Shu, o “deus menino” solar que foi Gua na Andaluzia e deu nome ao rio Tejo.
«Tejo» < Tagus ó Te- | Gu < Shu | > Te-Shu + | Ba > We |
> hitita. Teshub ó Júpiter.
Claro que estamos a fazer conjecturas possivelmente menos arrojadas e temerárias que as que relacionaram a placenta com o mito dum gémeo nado morto responsável, no caso particular, pela gemelaridade Anpu / A(n)pu-at.
No entanto, como se suspeita que Teshube, deus tipicamente hitita, teria sido também um deus “manda chuva” minóico, porque a cultura Egeia terá sido sempre a mesma desde tempos arcaicos e por isso mesmo comum a todos os povos ribeirinhos deste mar, o nome do rio Tejo seria uma homenagem minóica ao “deus menino” das tempestades, da guerra, da chuva e do ar que por conclusão de tudo o que ficou dito antes seria o deus dos «sentimentos» fúnebres, Kenti-amentu, e também Apuat / Ofois filho de Ofiussa, deusa das dores de morte e de parte e a senhora da Piedade e da Saudade.
O SEIXO E AS SEIXAS; O SEXO E A COBRA
Será algum dia possível confirmar a origem onomatopaica do nome sumério da deusa da terra, Ki? Qual dos dois sons da cascavel, FFff.!!! ou SSss!!!, foi a origem de Ki? A escolha de Ki/Xi como forma intermédia entre aqueles dois sons permite pressupor que terão sido ambos!
Ora é foneticamente evidente que «o-fi(deo)» ó O®phi < Ur-phi < Ur-Ki, literalmente a terra selvagem, metaforicamente o crescente lunar...
Ananta-Shesha est un serpent (nâga) de la mythologie indienne. Son nom en sanskrit signifie sans fin ou sans limite, éternel ou infini. Reposant sur les eaux primordiales, Ananta, le serpent cosmique, sert de couche à Vishnu lorsque celui-ci se repose après la dissolution (pralaya) d'un univers ancien, en attendant que Brahmâ renaisse de son nombril et crée un univers nouveau.
Figura 1: Vishnu descansa em Ananta-Shesha, com Lakshmi a massajar-lhe os “pés de loto.
Ananta era seguramente a prefiguração mítica da “via-láctea” e do “crescente lunar”, ambas variantes da Noite Primordial, a suméria Antu e Shesha, uma mera variante fonética de Caca, a deusa.
Shaushka, Sawuska, Sausg, => Sag = deusa hurrita do Amor, equivalente da assíria Ichat, a prostituta dos deuses < Hecat deusa lunar e feiticeira dos gregos < Egipt. Hequet / Heka, esposa do deus da águas primordiais < Kauket, a deusa egípcia do Cáos primordial ó Caca, deusa arcaica latina do fogo vulcânico e dos excrementos, venerada pelas virgens vestais < *Keka, deusa virtual do acto sexual.
Ichat < Ich-ach = Ich-Ich > Isis
> «Chixa» <=> Shecha (a Serpa mítica) >
«Seixa(s)» > shausha > Hit. Shaushka > Shawska > Sausg >
Sumer. (Ninkur)-Sag, lit. “Sr.ª do Monte da Seixa”. Seixa/o => «seixo» & «sexo».
Conta uma lenda fundadora de Seixas (V. N. de Foz-Côa), o seguinte:
Numa gruta rupestre situada no lado poente do sopé dum penhasco que coroa o monte denominado «Samartinho» (santo padroeiro e herdeiro dos cultos fálicos das festas dionisíacas do vinho novo) fazia o ninho uma cobra gigante chamada «Serpa». Supostamente esta gruta teria no fundo um poço entulhado que a ligava ao rio Douro, ali ao lado norte.
A «Serpa» era tão grande que conseguia ir beber água ao rio (situado a cerca de três quilómetros) e ficar com o rabo de fora da gruta. Um heróico pastor matou-a colocando sal na pele duma cabra, que a deixou cheia de sede e a obrigou a beber tanta agua que acabou por rebentar dentro da estreiteza da gruta, como odre cheio demais!
O interessante desta história não nos leva a uma psicanálise, aliás demasiado obvia, mas ao facto de poder corresponder a um mito fundador aonde se estabelece uma relação de identificação totémica do nome da aldeia com uma serpente cujo nome já ninguém ali consegue identificar com a genérica denominação latina Serpa.
Serpa < Ker-ub-a < Kar-u-ka, lit. A que transporta o ka da vida eterna.
s bíblicos o hitita m.
Mas, mais interessante será comparar este mito com o da luta do deus hitita Teshub com o dragão referida por Pierre Lévêque no II volume DAS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES. Nesta narrativa de gosto folclórico o dragão sucumbiu de gulodice após um festim que o seu adversário lhe ofereceu e depois do qual inchou tanto que, não conseguindo recolher à sua toca, adormecendo à entrada. Um mortal, Hupasya atou-lhe os pés pelo que foi facilmente morto por Teshub
Puruli (EZEN Puruliyas) era um festival hitita que durava quase um mês, celebrado em Nerik, dedicado ao casamento da deusa de mãe da terra Hanna-hanna com rei do ano novo. O rituais das Puruliyas celebravam a destruição do dragão Illuyanka pelo deus de tempestade Teshub.
«Pulhas» < Cast. Pulla? < Pullia < pululia < Puruliyas.
Sabendo que o
mito do dragão Illuyanka é uma quimera taurina variante da serpente fica
reposta a linha de coerência que permite aceitar a analogia entre o mito da
Serpa de Seixas do Douro e o mito da festa hitita do purulli, nome com relação fonética com as «pulhas» da noite do
Entrudo, um ritual de fortes conotações brejeiras e sexuais espalhado por toda
a região transmontana e beirã onde existia a tradição da festa dos rapazes de
segura tradição oriental.
No tempo em
que ainda havia tradições um jovem casadoiro gritava do alto da “Cascalheira”
para outro, no alto do “Carrascal”:
«Oh,
camarada, é verdade ou não que fulana e sicrano … (J)?»
E assim se
«deitavam as pulhas» em quadras em verso coxo pela boca de um funil, pondo a nu
os segredos mais íntimas e as pulhices secretas dos habitantes da aldeia.
Ora, a quase
universalidade destes mitos deixa-nos a suspeita que não seria hitita, (nem,
por isso, indo-europeu) mas correspondia “às
mais antiga tradição anatólica” pelo que, o que haveria a unir estes
extremos euro-asiáticos seria o fundo da antiga cultura neolítica
peri-mediterrânica de que se suspeita ter a cultura Suméria surgido.
Se Serpa se deriva de antigos falares em que era Shesha, fica então esclarecido tanto o topónimo da aldeia de Seixas (< Sexa < Sesha) como o do seu mito fundador.
Saxum, “pierre” spécialement “grosse pierre, roc, rocher”. Usuel dans le latin ancien et classique, mais peu réprésenté dans les langues romanes, où il a été concurrencé par petra (REW 7631). Un rapprochement du mot avec le groupe de secāre semble bien loisible. Pas de traces en castillan ou catalan, mais survivance du mot en galicien-portugais. On peut souligner, néanmoins, Xixón (Asturias), Xixona (Alicante), Saix (Alicante), Chinchón (Madrid), Gejo de Don Diego (Salamanca), etc.
E poderíamos acrescentar Sax e os Saxões. No entanto na Lusitânia moderna o termo sobreviveu como genérico de pedra, rocha, calhau, como nome duma espécie particular, o «seixo», rocha praticamente formada por quartzo comummente chamada sílex num óbvio estrangeirismo dos tradutores de obras alemãs de antropologia.
Claro que o topónimo de «Seixas» é parédro de «Seixo» e vem relacionado com seixos e calhaus que são das poucas coisas que por lá há com fartura, à parte a boa gente, o bom vinho, o azeite e o mel, claro!
No entanto há eruditos com inspiração poética que teimam derivar o nome de «Seixas» dum termo celta com que se denominavam as pombas para por ai irem postular que teria existido um convento de «pombinhas» algures por aqueles ermos onde é certo que há mais pombais do que pombas mas muitas rolas em abundância. No entanto, nada repugna que pombas tenham tido nome metafórico derivado de seixos brancos.
Saxum (in inscrr. also SAKSVM; from collat. form saxus; a vocative SAXE, Inscr. Orell. 2982), i, n. [root sak-; Sanscr. ska; cf. secare], any large, rough stone; a detached fragment of rock; a rock (in gen.; whereas rupes is a steep rock, crag, cliff).
Saxulum dim. [saxum] , a little rock.
Saxum < Saksu < Ka-Côs < *Kakisho, ou seja, tal qual aquilo que é, um pedaço de rocha, um filhote da terra mãe!
Côs, côtis, f. [Sanscr. ça, to whet, sharpen; cf. cautes], any hard stone, flintstone,
Lapis, idis [etym. dub; perh. from same root with rupes; cf. Corss. Ausspr. 1, 545; not connected with lâas, Curt. Gr. Etym. p. 542], a stone (cf.: saxum, silex, cautes, cos, calculus). ó lithax, [lithos]
Lapis < Ra-pus < rupes < Urphis < Urkis, a Terra Mãe Natura, selvagem e natural > ruthes > luthes > lithos.
O que é certo é que o seixo teve primacial importância como matéria-prima para o fabrico dos «machados de mão» e outros utensílios do paleolítico. É quase seguro que, no começo do neolítico (e antes da idade dos metais) os mais importantes instrumentos agrícolas eram, tal como os maçados de mão defensivos, feitos de «pedra lascada», melhor dizendo, de sexos mais ou menos preciosamente lascados. Sendo assim natural seria que os instrumentos agrícolas mais arcaicos ainda disso se lembrem!
Só assim se entende (e ouve melhor) a ressonância da conotação que o latino saxu tem com o termo luso «sacho» e saxulu com «sacholo ou sachola». No entanto, algo de errado se passa com a etimologia oficial pois que nem «sacho», nem «sachola», nem «enxada» têm etimologia adequada do latim:
Sacho = • (< Lat. sarculu), s. m. espécie de pequena sachola = • s. f. pequena enxada (de folha larga) = • (Lt. * asciata < ascia, enxada), s. f. instrumento para cavar a terra.
Ascĭa , ae, f. [kindred with axinê, an axe] , an axe for hewing wood, a carpenter's axe (syn.: securis, bipennis, ferrum).
Sendo assim, Ascĭa era o moderna «machado» com que se fazem as achas de lenha!
«Machado» (Lat. *mac(u)latu por marculu, de martelo)??? Só mesmo ratos de biblioteca é que confundiriam martelo com machado, pois jamais o povo faria tal confusão! Seguramente que esta derivação do machado é mais que duvidosa. Se nos lembrarmos do machado duplo que era exclusivo da deusa mãe podemos postular:
Amatu + Ascĭa = Ma-Ascĭa-tu => «machado».
Machaira 1. a large knife or dirk, worn by the heroes of the Iliad next the sword -sheath, Il.: generally, a knife for cutting up meat, Hdt., attic
Fazer derivar «sacho», «sachola», apenas pela lógica da aparência morfológica, é na verdade andar com as leis da derivação aos arrecuos. Se a relação por ordem de grandeza vai de enxada < sachola < sacho tal facto não passa de mera contingência de milénios de uso e abuso destes instrumentos banais da lavoura. No entanto, a verdade linguística não permite dúvidas quanto ao facto de «sachola» ser um diminutivo de «sacho» e então, a lógica mais correcta seria fazer derivar «sachola» de sarculu. Porém, se algo impediu esta inferência óbvia é porque já era seguro que «sachola» não podia derivar de sarculu. Pois bem, muito menos poderá «sacho». O dicionário da «sociedade de língua portuguesa» faz derivar «sacho» < Lat. arculo, coisa que deve ser ainda mais difícil por sarculu.
Sarculum ī, n [SAR-] , a light hoe, garden-hoe: findere sarculo Agros, H.: dispersa per agros Sarcula, O. ó Grec. skallô [only in pres. and imperf.] to stir up, hoe, Hdt. skalis, instrument for hoeing, hoe or shovel,
Claro que se poderá tentar a via derivativa da erudição e forçar a seguinte equação: Sarcu-lu < salcú-lo < saclú-lo < ??? > sachau-lo > sacholo > sachola.
Quer dizer que é possível que «sacho» tenha derivado de um *sarcu de que sarculo veio a ser diminutivo? No entanto, se a realidade latina era esta já a lusitana pode não o ter sido.
Se os equivalentes paleolíticos dos «sachos» eram feitos de pedra de seixo então o termo latino saxu seria muito mais apropriado do que *sarcu. *Sarcu lido pela fonética grega seria *sarxu. Do mesmo modo um virtual Grec. *saxu < Lat. *sacu, que não seria outro que não saxum.
Claro que podemos admitir as duas variantes como etimologicamente válidas. Esta ultima já da idade do ferro e referente a sachos e sacholas de ferro!
Lat. sarku < *Sakaru, o «filho da aurora» e, quem sabe, se mera metáfora dos meteoritos de que se fizeram os primeiros instrumentos de ferro! < Iscur, o Sr. dos infernos filho da Terra Mãe primordial > Ishkali, filho do fogo celeste de Kali > Grec. Skali(s).
Uma mais arcaica referente a sacho e sacholas de seixo lascado! Os termos lusos podem ser a sobrevivência arcaica dessa homenagem ao paleolítico que a tradição milenar desta cultura tinha na península ibérica à época da colonização romana. Então, Lat. saxu = Lus. *saxo e Lat. saxulu = Lus. *saxola. A própria ortografia destes termos portugueses deveria então ser revistos à luz duma etimologia mais consentânea com a realidade histórica e com a lusitaniedade.
Assim, embora o latim seja parente do hitita, ao chegar à península ibérica terá deparado com os falares que já se aparentavam aos da cultura Suméria, por via dos antigos falares neolíticos dos tempos da oralidade anteriores à confusão das línguas do mito da torre de Babel, e da fusão destes falares com o baixo latim nasceram os crioulos ibéricos e a ocidente o galaico-duriense. Mas pode não ter sido necessário tal fundo de oralidade neolítica comum na medida em que cretenses, fenícios e gregos andaram por estas bandas ibéricas com as reminiscências de cultura Suméria e Acádica no bolso! Na verdade, a história contada reporta-se à margem sul do rio douro cuja etimologia só pode ser taurina (Taurus > Daurus > Douro) se bem que taurinos tenham sido os nomes de grande parte dos os rios como v.g. Coura, Cô(r)a), Corgo (< Kaurko), Tabura (< Kaphura), etc.
Ora bem, os rios eram taurinos pela violência imprevisível dos seus caudais mas, eram ofídicos pelo serpentear dos seus leitos e por serem filhos de Enki, o deus Dragão das águas doces dos abismos primordiais de que um dos descendentes egeus fundou na Foz do Douro a cidade dos dragões do mar, Cale, em nome de Kar (< Kur/Enkur/Enki/Gaio/Gu), esposo da Deusa Mãe, Geia ou Gaia.
Ver: CARALLIUM (***)
LISBOA
Uma lenda erudita popular conta que a cidade de Lisboa teria sido fundada pelo herói grego Ulisses e que, por associação a este fato, os gregos chamaram a cidade de "Olissipo", cidade de Ulisses. Posteriormente, o nome grego teria sido corrompido em latim para "Olissipona". Ptolomeu chamou a cidade de "Oliosipon". Os visigodos chamaram-na "Ulishbona" e os mouros, que tomaram a cidade no ano 719, nomearam-na, em árabe, "al-Lixbûnâ" ou "al-Ushbuna".
Pois bem, deve ter havido uma relação linguística entre Lusa e Lynsa, tanto mais que a mitologia etrusca considera essa relação.
É possível que a íntima relação etimológica entre Lusa e Lynsa tenha correspondido a uma unidade linguística existente na península ibérica, pelo menos à época da Lusitânia, e que tenha estado na remota origem do nome de Lisboa. De facto,
*Elkian > Lynsa > *Lysa > «Lusa» < Lûsa < Lunsa < *Lu-an-sha.
< Saly > Syl-
«Lisboa» < *Lysa-Wan < Syl-vans, terra do deus Sylvano, esposo da deusa Lusa, a Artemísa dos Lusitanos?
No plano linguístico, não devem ser irrelevantes as seguintes constatações:
Artemi
|
| sa
|
< sha
|
= kia < Kika|
|
Lu
|
| sa
|
< sha
|
= kia < Kika |
|
Potini
|
| ja
|
< sha
|
= kia < Kika |
|
Ou seja, pelo menos estas deusas silvestres estavam relacionadas com a semântica da deusa da terra. No entanto, nestas coisas de arcaicas etimologias nunca conseguiremos ter a última certeza de nada. O termo grego lissas, ados, Boeot. littas parece reportar-se a «lousas» de xisto que serviriam de lápides funerárias ou pedras tumulares. Por outro lado, Lussa era a deusa da loucura.
Bochard também disse que Tagus (o nosso Tejo) vem do fenício, onde teria a forma Dagus (piscoso), e o rio Ana (Wadi Ana, ou Guadiana, dos árabes), seria “ovelha”, e Lisboa – Alisubbo (Baía amena). Tudo isso é possível, muito possível, só faltam as provas.
A evolução posterior do nome de Lisboa é mais fácil de seguir. Não sabemos, ao certo, de quem vem o nome Ulissipona (Ulisses? Elisha?), mas os árabes, quando o receberam atribuíram ao “Ul”, de Ulissipona, o valor do artigo definido “Al”. Como nós dizemos “o Porto”, e os ingleses fizeram disso “Oporto”. Portanto “Al-Lissipona”. E, como os árabes têm dificuldade em pronunciar o fonema “P”, o nome da cidade Ulissipona soava “Al-Lissibona”. O suposto artigo caiu, como não podia deixar de ser, e o “n” intervocálico também, e pronto ficou a “mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa… dos alfacinhas.
Após a invasão dos Visigodos, estes estabelecem-se em Toledo e após várias guerras durante o século VI, conquistam os Suevos, unificando a Peninsula Ibérica, incluindo a cidade que chamavam Ul-ish-bona.
Lisboa foi então tomada no ano 719 pelos Mouros provenientes do norte de África. Em árabe chamavam-lhe allixbûnâ. (...) Outros textos coevos assinalam Sintra como principal centro urbano, logo a seguir a Al-Usbuna. Câmara Municipal de Sintra.
Se Ptolomeu chamou a cidade na tradução helenista por "Oliosipon" e os visigodos mais tarde voltaram a traz chamando-a "Ul-ishbona" é porque de facto localmente assim continuava a ser chamada porque o ul fenício teria sempre ali ficado como mero artigo definido que os ingleses mantém para a cidade do Porto, chamando-a ao seu famoso vinho Oporto, facto que os conquistadores árabes investigadamente o reconheceram ao substituir o artigo ul fenício pelo al arábico. Embora pouco provável foneticamente que Alis Ubo viesse dar origem a Olissipo e muito menos a Olissapona a hipótese apenas carece de provas. Porém, é improvável que antes dos fenícios não tivessem andado por cá outros descendentes dos povos do mar, e sobretudo que muito mais antigas culturas cretenses e micénias não tivessem descoberto a riqueza estratégica do mar da Palha. O rossio de Lisboa faz apelo a um culto solar que a demanda do túmulo do sol deve ter tornado urgente. Os cavalos do carro solar são uma variante helenista do culto dos psicopompos representados pelos “corvos de S. Vicente” que podem, neste caso ter sido os cavalos lusitanos fecundados por Zéfiro ou os cavalos marinhos de Enki, o deus das talassocracias mediterrânicas, também deus *Kur (> Kar < KAL > hel-ios, o sol de Lisboa???).
A cidade de Carcavelos tem seguramente esta semântica de transporte solar na forma de Car-ka, lit. “transporte das almas”
O fenic. Alis-Ubbo, que na língua fenícia significaria "porto seguro" ou "enseada amena" (ou porto das Sereias de Ulisses?) seria uma mera adaptação fonética a partir de um hipotético *Ul-ish-Hippona, literalmente a “cidade dos bons cavalos” tal como os helenistas quiseram ouvir no nome da cidade dos corvos, o de Ulisses.
Mas que estariam os fenícios verdadeiramente a ouvir? Que a cidade era famosa pelos seus cavalos?
Razões pelas quais mitificaram, nesta finis terra do Mundo Antigo, as éguas fecundadas por Zephyrus que pariam potros mais velozes do que o vento e calcorreavam, em desenfreados galopes, o Mons Sacer de Varrão.
Puro-sangue Lusitano é uma raça de cavalos com origem em Portugal. Os seus ancestrais são comuns aos da raça Sorraia e Árabe. Essas duas raças formam os denominados cavalos ibéricos que terão evoluído a partir de cavalos primitivos existentes na Península Ibérica dos quais, se supõe, descenderem directamente o pequeno grupo da raça Sorraia ainda existente. Pensa-se que essa raça primitiva terá sido cruzada com cavalos Brad oriundos do Norte de África e mais tarde tiveram também influência do Árabe.
ICCONA
Iccona (Iccona-loimina, Epona) – Deusa guerreira e dos cavalos, muito venerada pelas tribos Lusitanas que vivem nas montanhas ocidentais.
"A inscrição Lusibérica do Cabeço das Fráguas ou Penedo da Moira segundo a transcrição mais credível (e mais aceite), feita por F. Patrício Curado: "Uma cordeira para Trebopala e um leitão para Laebo, uma vitela para Iccona Loimina, uma ovelha anata para Trebarina e um touro de cobrição para Reve Tre"
Se suspeitarmos que as referências arqueológicas a Iccona poderiam ser o resultado de escrita de pedreiros semianalfabetos que pretenderiam escrever *Kikona imediatamente nos recordamos que esta deusa seria equivalente feminino do deus que em Roma teria por esposo Aconio / *Kacónio um deus que presidia às agonias dos ritos de passagem dos jovens guerreiros e não seria senão variante de Fauno e de Pã. Mas nem apenas os analfabetos teriam deixado de dizer *Kikona como todo o povo teria passado a chamar-lhe *Ich-Kona, literalmente a filha da Deusa Mãe «Cona».
Obviamente que esta filha da Deus Mãe Cona seria uma Coré lusitana o que nos deixa na suspeita de que o calão luso «cona» (como o «cono» e o latino cunni) relativo a sexo feminino corresponde a uma arcaica mitologia popular. Obviamente que o nome do sexo feminino em vernáculo só teria passado a ser pejorativo com o cristianismo porque nos cultos arcaicos o culto do sexo da deusa mãe fazia parte dos cultos e morte e ressurreição solar e termos como «gruta, cripta e greta» eram relativo a locais de cultos em todos os santuários rupestres.
Mas o nome de Lisboa pode ter passado por um culto minóico a uma variante de Artemisa que poderia ser próxima de Lissandra, a guerreira da casa que seria mãe e esposa do deus rio Lizandro.
O Lizandro, também conhecido por Lisandro é um rio do distrito de Lisboa, Portugal, que desagua na praia foz do Lizandro junto à Carvoeira, perto da Ericeira no concelho de Mafra.
Outro rio sufixado em –andro, no concelho de
Mafra, é Sizandro que alguma relação teria com o anterior mas não locativa como
de imediato se deduz. Sizando não seria um nome locativo derivado de Cis
significando como em latim do lado de cá que seria Lisboa porque seria contra
geográfico logo só pode referir-se, como em Sesimbra, ao deus Set das saturnálias.
Sisandro de Origem
obscura, talvez pré-latina.Sem atestações antigas ou intermédias na
bibliografia consultada. Rio que desagua no Atlântico, conforme representa a
CMP 1:25 000 (folha 389 – Ericeira, Mafra), na qual também se assinala a forma
Sizandros como nome de uma localidade no concelho de Sobral de Monte Agraço,
localizada na nascente do rio em referência ou nas suas imediações.
Machado (2003) considera-o de origem pré-romana obscura, “[...] talvez
relacionada com o pré-indo-europeu Set-Sit, ‘monte’, em forma flexionada *Sits
> Size –andro, ‘rio sinuoso’”, ligando este ao francês Indre, com apoio em
Dauzat e Rostaing (1963), que registam a atestação de Andrana Idade Média, e a
Meandro, na antiga Frígia (hoje na Turquia, com a forma Meinder) Moralejo
(2007: 184) permite identificar um elemento sis-que não é indo-europeu e ocorre
em Sesimbra.677Também Villar (2000: 343) isola uma raiz sis-, de origem não
indo-europeia, identificável sobretudo em antropónimos mas também em topónimos
cuja distribuição geográfica “coincide ampliamente com la de los topónimos
ipo[cf. Olisipo]: faltan en la zona ibero-pirenaica, en las regiones orientales
y sudorientales”.678O facto de se registarem igualmente as
formas Sizandroe Sizandrospode sugerir a possibilidade de o hidrónimo encontrar
origem num nome de localidade.
* Baptista (ibidem) refere ainda que o Sizandro “[n]asce uma légua ao S. do Sobral
de Monte Agraço, na fonte Sizandro”, baseando-se em João Baptista de Castro (Bautista 1762: 139), autor
que diz mais precisamente que “principia a descubrirse na Sapataria de huma fonte chamada Sizandro”. -- ETIMOLOGIA DOS
HIDROTOPÓNIMOS DE PORTUGAL CONTINENTAL – HISTÓRIA LINGUÍSTICA DE UM
TERRITÓRIO Carlos Alberto Matias de Abreu Rocha.
Meandro (em grego antigo, Μαί-ανδρος, Maiandros) é um personagem mitológico grego,
deus do rio tutelar do homônimo Rio Meandro (atualmente chamado de Büyük Menderes) em Caria, sul da Ásia Menor.
O rio turco Kara Menderes refere-se ao rio homérico Escamandro!
Possivelmente a atual terminologia poderá está mais próxima do nome original
onde Kara < Iskur seria relativo ao deus das tempestades que alimentava o
rio Menderes que seria apenas uma variante de Minotauro e uma homenagem ao deus
Men intensamente adorado em tempos anteriores ao helenismo. Este deus seria
então um deus rio da cultura minóica de que derivou Menandro > *Meandro que
antes de ser o genérico meandro foi nome de outro rio turco, ou seja, o
original Menderes. O importante é notar que a passagem do
-tauro, comum a muitos rios a norte particularmente ao Douro e relacionada com
o culto vinícula de Dionísio como o rio Dão, a –andro denota uma passagem pela
cultura grega e ser portanto um indicio de que a região do distrito de Lisboa
foi intensamente colonizada pela Grécia clássica.
Iccona Loimina seria uma Coré senhora dos animais, incluindo os cavalos selvagens (lys-) da Lusitânia. De facto, o cavalo alado Pégaso nasceu do sangue da Medusa / Artemisa uma variante de Loimina.
Loimina < Lauimina < Rawi-Mina < | Ar-Ki-me > Artime
=> Artemis| -An.
De resto, o radical -mina reporta-nos para a relação dos minhotos com os minóicos e de Artemisa com *Kartu-Mina, ou seja um dos nomes da deusa das cobras cretenses.
Por outro lado fica assim explicado o nome dos cónios que deram nome a Coimbra.
Os cónios (do latim, Conii), também denominados cinetes, foram os habitantes das actuais regiões do Algarve e Baixo Alentejo, no sul de Portugal, em data anterior ao séc. VIII a.C., até serem integrados na Província Romana da Lusitânia.
Não sobreviveu nenhuma forma latina do etnónimo nas fontes. Apenas do corónimo CUNEUS, CUNEO, já do Império, mas compatível com a forma grega do etnónimo KOUNEOUS. A forma CONII e a sua tradução CÓNIOS são uma invenção moderna baseada na forma grega KONIOIS. De facto, a tradução de KUNETAS/CUNEUS em latim, sobretudo no plural, levanta delicados problemas aos autores latinos e posteriores latinistas, devido à enorme semelhança com cunni, no sentido obsceno de orgão sexual feminino (e, simultaneamente de coelho, dualismo semântico que ainda se mantém hoje em espanhol). Avieno transforma o u grego em y, alterando o valor da vogal (CUNETAS > CINETAS). O "Cronógrafo de 354" é mais cauteloso e traduz KONNIOI (em Hipólito) por CUNIENSES. Os latinistas modernos preferem as formas CONII e CUNAEI, não documentadas nas fontes. É possível que a forma indígena corrente no início da dominação romana fosse semelhante a *COUNEUS, o que justificaria as vocalizações CO-, COU- e CU- assim como os plurais helenizados em -IOIS e -EOUS e as formas latinas CUNE-US,-O.
O mais interessante não é que os cónios tenham sido ligures e, como tal indígenas do sul mediterrânico ocidental do Algarve à Ligúria italiana. Para outros investigadores os cónios terão ido mais longe porque “os povos “Ibéricos” além de possuírem a Península Ibérica, França, Itália e as Ilhas Britânicas, penetram na península dos Balcãs e ocuparam uma parte de África, Córsega e norte da Sardenha, tendo mesmo deixado rastos na Anatólia (na província de Konya da actual Turquia) e no nome dos vascos (vas-cones). Pelo menos sabemos que houve Iberos no Cáucaso.
Figura 2: Epona, deusa galo romana levada pelo império até à Macedónia.
Pois bem, a deusa dos cavalos lusitanos era nem mais nem menos do que *Ka-Ki-Ana que localmente seria *Kicona. A cidade de Lisboa seria também um centro comercial de cavalos lusitanos e por isso teria esta deusa por patrona como Atenas teve Atena. De resto e nem por mero acaso, Atena pode ter tido como nome arcaico *Ka-Ki-Ana e só não foi uma cidade de cavalos oferecidos por Poseidon dos cretenses porque preferiu ficar ligada ao culto da oliveira. Mesmo assim, se cidade de Lisboa não ficou ligada ao culto do mocho de Atena ficou com os corvos de Hermes Acónio, que os cristãos inventaram serem de S. Vicente.
Epona < e-wona (P.I.E. *e-kwo- > O. Ir. E-ch-)
< *Ich-Kona < *Kikona < *Ka-Ki-Ana
> Ashiana > At-Ana > Atena.
Epona o Épona es la diosa celta de los caballos, de la fertilidad y de la naturaleza, asociada con el agua, la curación y la muerte indistintamente, comparable a Cibeles. Es original de la mitología gala, y en Irlanda se le conoce como Edain. Su equivalente en la mitología galesa es Rhiannon, esposa de Pwyll, obligada a llevar a las visitas de su marido en forma de yegua hasta el interior del palacio. (…). Su asociación con la muerte se debe a la antigua creencia de que los caballos eran guías de almas, de uno a otro mundo. (…) Se la representa sentada a lomos de un caballo, de pie en medio de una manada de caballos o alimentando a los potros, y en la Galia como una ninfa acuática u ondina. Su atuendo es de largos ropajes, cubierta con un manto sobre la cabeza y una diadema, aunque a veces puede ir desnuda. El nombre Epona deriva de la palabra céltica Epos, caballo, y fue identificad con la deidad Iccona.
Epona < Ic-Wona < Iccona > Ec-Thauna > Edina > Edain.
O nome galês Rhia-(nin-on) desta deusa reporta-nos para Reia, filha de Gaia, e por isso para os cultos matriarcais mais arcaicos de Reia / Cibele.
Uma inscrição oferece à deusa Galo romana Epona uma profusão arcaica de epítetos tais como, Eponina “querido ou pequena Epona”. Ela é também Atanta, Potia (comparar com Potnia Teron), Dibonia (do latim, “deusa boa”), Catona “batalhadora”, Vovesia, boa e nobre.
Em todos estes epítetos se podem inferir outras tantas variantes locais do nome desta deusa pois Atan-ta seria o mesmo que “deus Atana”; Dibona e Catona variantes fonéticas próximas de *Ka-Ki-Ana. De resto, esta deusa de cavalos seria uma deusa de animais e bichos como Pótnia Teron / Artemisa e, por isso, uma «Bichona» ou *Ichbona…ou apenas Despoina, um dos epítetos de Atena.
Despoina = Deusa de cavalos. Despoina era filha de Poseidon e Deméter. Poseidon procurava a sua irmã Deméter que tinha fugido dele. Esta tinha-se disfarçado de égua, escondida numa récua de outras éguas, mas Poseidon que reconheceu a nova forma da deusa transformou-se num garanhão e montou Deméter. Então Deméter pariu Despoina e o cavalo mágico com o nome Arião. Desponia muitas vezes era confundida com a sua meia-irmã, Persefone. Na verdade não há nenhum mito próprio de Despoina para além do relativo ao seu nascimento de Poseidon e Deméter. Despoina era um das deusas adoradas nos Mistérios de Eléusicos, sobre outro nome Despoina porque o seu nome verdadeiro era um segredo que só os iniciaram souberam.
Na verdade, nem poderia haver nenhum mito específico de Despóina porque este era um epíteto de Atena, o nome secreto da deusa nos mistérios elêusicos!
Uma das formas de encobrir o de Despoina Eleusina seria o de lhe inventar muitos nomes como terá
sido o caso de Hipodameia a que esta
deusa terá dado nome e parte do confuso mito.
[85] LXXXV. Crisipo: Laio, filho de Lábdaco, raptou Crisipo, filho ilegítimo de Pelops, nos Jogos
de Neméia por causa de sua grande beleza. Pelops fez-lhe guerra e recuperou-o.
Por iniciativa de sua mãe Hippodamia, Atreu e Tiestes mataram-no. Quando Pelops
culpou Hipodameia, ela suicidou-se. --
Higino, FABULAE.
Figura 11: Pélops & Hipodameia. (Desenho
ciberneticamente manipulado a partir da obra Griechische
Vasenmalerei, de Adolf Furtwängler & K. Reichhold relativa a uma ânfora ática de “figuras vermelhas” de cerca de
410 a.C. (clássico final) existente no Museo
Nazionale Archeologico. Arezzo.)
Neste vaso grego, em que Pelops dirige a quadriga de Poseidon ultrapassando velozmente
Enómao, Hipodameia ao seu lado nada teria a ver com uma deusa dos cavalos mas
como tal acabou por ser representada, o que demonstra o quanto a cultura se
reproduz a partir de motivos metafóricos (mitemas) metalinguísticos que se
repetem e interligam numa teia de níveis imprevisíveis e plurais como “brincos
de cerejas” num açafate.
Ver: APOLO KARNEOS
/ KARNALIA (***) & POSEIDON (***)
25.
Civilio,
o responsável pela sublevação na Galacia, tinha, como e natural, muitos
cúmplices, entre os quais se contava Sabino, pessoa jovem e de boa linhagem,
que pela sua riqueza e fama era o mais ilustre de todos os Gálatas. Cumprida a sua grande
empresa, uns suicidaram-se, pois anteviam que pagariam um castigo, e outros
foram capturados quando tentavam fugir.
Quanto
a Sabino, todas as circunstâncias lhe permitiam com facilidade fugir e
refugiar-se entre os bárbaros. No entanto, estava casado com a mais nobre das
mulheres, a qual nessa terra davam o nome de Empona, que em grego responderia pelo nome de Heroína. (*) O nome
desta mulher varia consoante as fontes antigas. Tácito chama-lhe Emponina (Historias 4. 67) e Dion Cassio, Peponila (65. 3 e 16). – Plutarco. Diálogo sobre o Amor, Relatos
de Amor. Tradução do grego,
introdução e notas de Carlos A. Martins de Jesus.
Todas estas
indefinições a respeito do nome da esposa de Sabino Gálata
só podem resultar do facto de nenhum dos autores ter dado conta de que o nome
desta mulher seria Eponina que rimaria e seria conotada com uma «heroína»
por ser um diminutivo em homenagem à deusa Epona
dos gauleses, deusa dos cavalos e correlativa de Pótinia Teron. Deste modo fica-se com a suspeita de que Epona teria também a variante Empona / En-pona, literalmente a senhora Epona.
«Heroina» < Lat. heroine, heroina (plural heroinae) < Grec. heroin
< Grec.
Heros < *Ker-ush, filho de Ker ou *Kertu a Ceres cretense.
O interessante também é constatar então que Epona seria uma variante de Minervina, literalmente a “Heroína de Minos” e por isso quase o mesmo que Despóina ou Despotina o que começa a deixar a ideia de que a conotação desta
deusa com os cavalos teriam sido um acessório tardio.
De resto, é quase seguro que Despóina seria um epíteto da Despotina,
a rainha dos infernos enquanto Dis-Poena, a deusa “da penas do inferno” para os
crentes menos fiéis e logo também da “pena de morte”, banal no mundo antigo
tanto para o inimigo interno, do crime comum à fácil, natural mas nem sempre
prevista traição dos escravos rebeldes, como para o inimigo externo no campo de
batalha!
A razão pela qual Despoina
ficou ligada aos cavalos decorre obviamente das potencialidades míticas que
já eram próprias de Artemisa
enquanto Pótnia Teron. Este facto
reforça a ideia de que Atena e Artemisa não eram senão variantes de Coré / Persefone!
Hippos acabou
relacionado com Despoina e desta com
a galesa Epona possivelmente pela
relação mítica de Poseidon com o
delfínio cavalo-marinho, com o hipopótamo e com o mítico hipocampo e obviamente
também pela superficialidade da semelhança fonética, desde logo de Despoina com os póneis e depois…de Potnia e Poena com hippos.
Chegados a este ponto temos que confessar que é pouco provável
que o grego hippos derive directamente seja de Despoina, seja de Pótinia
Teron mas terá fixado por ressonância com o nome destas deusas a sua etimologia,
semelhança fonética que acabou por modelar o nome gaulês de Epona.
Ver: DEUSES DE
TRANSPORTE SOLAR / PÉGASO (***)
De resto, é quase seguro que Despóina seria um epíteto da Despotina, a rainha dos infernos enquanto Dis-Poena, a deusa “da penas do inferno” para os crentes menos fieis e logo também da “pena de morte”, banal no mundo antigo tanto para o inimigo interno, do crime comum à fácil e natural traição dos escravos rebeldes, como para o inimigo externo no campo de batalha!
A razão pela qual Despoina ficou ligada aos cavalos decorre obviamente das potencialidades míticas que já eram próprias de Artemisa enquanto Pótnia Teron. Este facto reforça a ideia de que Atena e Artemisa não eram senão variantes de Coré / Persefone! Hippos acabou relacionado com Despoina e desta com a galesa Epona possivelmente pela relação mítica de Poseidon com o delfínio cavalo-marinho, com o hipopótamo e com o mítico hipocampo e obviamente também pela superficialidade da semelhança fonética, desde logo de Despoina com os póneis e depois…de Potnia e Poena com hippos.
Figura 3: Os cavalos-marinhos de Neptuno/ Poseidon.
Ver: APOLO KARNEOS / KARNALIA (***) & POSEIDON (***)
Ora, o culto do cavalo é tipicamente cita e indo-europeu, no mínimo que se pode atribuir a este mito linguístico enquanto resultante da penetração inevitável dos povos citas da Europa central no mundo neolítico depois da decadência da civilização cretense. No entanto, a mitologia parece relacionar a introdução do cavalo com o deus dos mares Poseidon o que levanta a suspeita de que a domesticação do cavalo teria sido originariamente centro europeia e introduzida no mediterrâneo pela própria cultura cretense por contacto dos povos do mar Egeu com a Crimeia, como o compravam os mitos da busca do velo de ouro dos argonautas. Do mar egeu teria sido levado pelos campinos na senda dos touros cretenses para as lezírias do Ribatejo e para a Andaluzia!
«Mafra» < Ma-ph(y)r-| ha < ka |, lit. “a mãe que transporta a vida (ka)”
< Arabic. mahāfrâ < mahāfr' < mahfra
(«cova»).
< Ma-Kur + Ana > (Virgem de) Macarena.
ó Ma-Ka-Ur = “mãe da vida selvagem” = Ma-Ur-Ka
> Malka > Melka > «Melga» (=> «Melgaço») > Melwa > «Malva»
< «Malveira» < Mel-pheira < Mer- | Keria < Ker(i)ja < Ker-ita >| Creta |
> Melkart.
m relação a Mafra, Machado diz que é possível
que este nome derive de 'mahāfrâ', adaptação de 'mahāfr', que era o plural da
palavra árabe 'mahfra', «cova». (...). Mafra assume em documentos dos séculos
XIV e XV a forma “Maffara" e "Mafora" (estas eram, ao que
parece, formas esdrúxulas).
Esta etimologia pode servir como elo de
ligação do conceito de «cova» com o do colo da terra mãe que transporta a vida.
De facto, noutros contextos cova e lapa estão associados ao culto da «deusa
mãe» enquanto gruta ou cavidade natural no sopé dos montes que era frequente
nos cultos rupestres da senhora do monte e representava local mítico onde
nascia e/ou se punha o sol!
O nome da «Malveira» é um caso típico de evolução linguística por etimologia popular que tende a tornar compreensível o que passou a ser difícil de pronunciar por perda de contacto com o sentido original.
Sendo a «Malveira» próxima de «Mafra» e ambas na zona saloia de Lisboa seria de esperar que estas arcaicas localidades neolíticas tivessem a mesma deusa mãe tutelar já que o nome de ambas assim o sugere. Acontece que retirando o sufixo –eira, genérico de lugar, ficamos com a «malva» salutar…sem “mandar às malvas” o resto da Estremadura lusitana, obviamente!
«Malva» < Lat. malva = género de plantas emolientes “de pr
< Greek μαλάχη (malakhē) meaning "yellow"(???)
ó Hebrew מַלּוּחַ (malúakh) meaning "salty" < Malwa < Mâlavâ
< Maraka, “Maria que dá vida” < Ma-Ur-Ka = Ma-Ka-Ur > «Mafra»!
Le Mâlvâ ou Mâlwâ est une région de l'Inde centrale, située dans la partie occidentale de l'État du Madhya Pradesh et le sud-est de l'État du Rajasthan, connue dans l'Inde ancienne sous le nom de Mâlavâ.
LISBOA
Assim sendo a cidade de Lisboa teria tido nome parecido com o de Atenas se não tivesse sido a interferência desastrada dos fenícios que lhe colaram um artigo (como os ingleses coloram ao Oporto) chamando-lhe *Ul-Ichbona. Os gregos, sabendo que o nome tinha a ver com cavalos e não entendiam o Ul que imaginaram relativo a Ulisses afeiçoaram a fonética de Lisboa para *Ol-ish-Hipona. O resto é história conhecida.
Lat. Olisipona < Grec. Olisipo < Ptol. Oliosipon < *Ol-ish-Hipona
< *Ul-Ich|-Kona < -Phona <-Wona|
> Visigotic. Ul-ish-bona
> Arab. al-Lixbûnâ > Al-Usbuna ou Lissabona > Lis-bo(n)a.
Ao depararmos como o infixo Phona presente nos falares actuais da região dos antigo cónios (Algarvios) em termos como «matrafona» e «marafona», seguramente arcaicas variantes locais de Perséfona ficamos a suspeitar que também o nome desta passa por *Pher-ish-Phona, a que transporta…a «Cona»!
É tamanha a convicção nesta hipótese de Lisboa derivar de arcaicos cultos a Artemisa *Lissaphona que é possível postular que seria no Rossio que teria começado Lisboa e onde se realizaria este culto.
Notar a relação do nome virtual *Lissaphona com o rio Lizandro referido acima.
Diz-nos José Pedro Machado, no seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, que «acerca desta palavra continuamos como em 1936: “O étimo de rossio ou ressio não está ainda dado”, L. V. (‘Etnografia Portuguesa’, II, p. 345), que (no mesmo local) acrescenta: “Penso dever buscá-lo [o referido étimo] no adjectivo latino ‘residuus’, remanescente, derivado do verbo ‘resideo’. (…)
Por outra, ‘residuus’, com o i de ‘resido’, foi recomposto ‘*re-si(d)uu-’, e s(s) ao contacto de i tornou-se x, nas formas rexio, roxio, do Minho, como é próprio da linguagem popular dessa província. O sentido convém perfeitamente: ainda há em galego resio ‘residuo’; e cf. Mexia, Mexias (arc.): de Messias. A história de ressio ou rossio em português mostra que a palavra significou sucessivamente ‘baldio’, isto é, o que resta por cultivar, ou fica para trás ou fora de terreno cultivado (como também em galego), e terreno que está para trás ou fora de povoação, ou o que está para trás ou fora da casa em que se habita: adjectivo que se substantivou” (cf. também, do mesmo autor, na “Revista Lusitana”, XXXIII, pp. 310-313).»
Veja-se ainda o que afirma José Pedro Machado, agora no Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, sobre Rossio: «nome próprio dado a vários campos ou largos citadinos de Portugal, antigamente – como, por exemplo, ainda hoje, o de Évora –, fora das muralhas ou cerca urbana; neles se realizavam, e ainda realizam, feiras; o mesmo se deu com o Rossio (Praça D. Pedro IV) de Lisboa. Primitivamente, depois do terreno desbastado e preparado, serviam os rossios para semeadura de cereais, para hortas ou para pastagem de gados da comunidade. Assim se tornaram pontos de reunião dos moradores e centros comerciais. Segundo Robert Ricard (no “Bulletin Hispanique”, 56.º, 1954), o português rossio é espaço aberto no limite, entre a aglomeração urbana e o campo circundante, e corresponde ao castelhano ‘ejido’ (do latim ‘exitus’). No SO de Espanha, parece que, pelo menos na região de Huelva, teria o vocábulo rocio o mesmo sentido que em português. As formas portuguesas medievais ressio e rissio (1227) são frequentes e raros os exemplos com c-; foi isso que determinou a adopção oficial, no séc. XX, da grafia com -ss-, apesar de ainda não haver acordo quanto à verdadeira origem da palavra».
Tudo aponta para que o Rossio de Lisboa fosse a feira dos cavalos lusitanos gerados por Zéfiro. Mas ainda subsistem dúvidas sobre a grafia deste termo que alguns acham dever ser Rocio e por isso relacionado com a Sr.ª do Rocio, do orvalho da Aurora e que só emergiu e desabrochou assim em Sevilha.
Em Lisboa põe ter-se limitado a dar nome à cidade e ficado com o patrocínio de muitas senhoras com o menino da cidade.
Uraš o Urash, na mitologia suméria, foi uma deusa ctónica (veja ctónico) e uma das consortes de Anu e mãe de Nin'insima.
Rocío < Raush-iho < Urash < *Ur-Kishu => «Roxo».
Urash + Kiana > Urash-Phiana > Ulish-Phona
> Lissabona => «Lisboa».
Na fantasia dos míticos poetas Lisboa pode ter sido “a terra dos cavalos selvagens» (< Lys-hepona) ou a “terra dos cavalos do sol” (< *Helish-hepona), invocações apolíneas que seriam tão análogas que poderiam ser quase o mesmo. De facto os lobos brancos eram animais Apolíneos relacionado com Apolo Likeios ou Liceu!
De qualquer modo, ficaríamos a suspeitar de que Lisboa antes de vicentina foi uma cidade apolínea facto que já se poderia suspeitar pelo topónimo da região lisboeta de Palhavã que apela para um deus Apolo micénico.
Um sítio que de há muitos séculos tem nome de Palhavã e que apesar de ter sido uma quinta não o seria pela redundância banal de “ser vã a sua palha”. Não havendo etimologia consagrada para este lugar sempre se poderá postular que derivaria de antiquíssimo local de cultos ao deus micénico Pajavon que era Macário na Lusitânia e Apolo na Grécia.
Figura 4: Palácio de Palhavã.
|
«[...] O sítio chamado de há muitos séculos Palhavã, onde se ergue o majestoso palácio deste nome, construído em 1660 pelo 2º conde de Sarzedas e melhorado e aumentado pelo 3º conde, seu filho. Data desta época o portão que hoje se vê armoriado com o escudo dos Mendonças, da casa de Azambuja, que o venderam por sua vez à Legação de Espanha.»
|
Neste palácio m. em 1683 a rainha D. Maria Francisca, de Sabóia, mulher dos reis D. Afonso VI e Pedro II. Aqui residiram também os infantes D. António, D. Gaspar e D. José, filhos naturais de D. João V, que ficaram por isso conhecidos por meninos de Palhavã. Os franceses danificaram muito este palácio, em cujos sumptuosos jardins e parques, entretidos ao gosto holandês, se desenrolaram as últimas cenas das lutas liberais, tendo os soldados do marechal Bourmont, comandante do exército miguelista, ocupado estes terrenos, atacando destes os redutos da Atalaia e Campolide, onde o exército liberal do Duque de Saldanha defendia a cidade [...]»
Esta lenda foi-me contada pela primeira vez por volta dos sete anos pela minha prima Fernanda Ribeiro que me levou ao alto do monte de São Martinho para me consolar vendo do alto do mirante da capela o Seixo para onde os meus pais tinham ido com o meu irmão mais novo visitar o meu primo Cândido Ribeiro que tinha regressado de África.
L´expression de la notion “pierre” en latin tardif de Hispania. cast. berrueco: les données de la toponymie, (E. Nieto Ballester, UAM, España), Sextus conventus internationalis Latinitatis vulgaris et posterioris.
...um deus fálico que anda sempre alegremente na boca dos durienses e minhotos.