A TORA, OS TRONOS E POTESTADES
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O TRONO DA DEUSA MÃE.
Na tradição antiga o luxo mais faustoso era comer na cama, ou seja a soberania exercida em banquetes reais poderia ser assim servida à mesa! Sendo assim “trono e cama” acabariam por ser quase sinónimos de “andor e liteira” como adiante se verá a propósito das festas micénicas. Ora, no plano da pura objectividade o que é comum a todos estes utensílios é a matéria-prima pois que todos eles eram construídos de madeira. Pois bem, as duas figurações anteriores parecem ser meros pretextos de expressão festiva de virtuosismo estilístico em louvor e honra da “árvore da vida”. No painel assírio parece existir uma dualidade em torno das tamareiras e da videira que no vaso grego se fica pelo videira facto que indicia haver razão para suspeitar que por detrás de tanta festa estaria o vinho de que rezam as escrituras que «laeticiat cor homnis»! Pois, seria que do fruto das tamareiras se fariam também saborosos licores espirituosos? Na verdade, parece que, no início da história mítica, tudo era necessariamente parco e modesto e a mobília do dote da Deusa Mãe, Inana/Istar, seria apenas uma “cama e uma cadeira”.
Ver: HULUPPU DE INANA
Figura 1: Os faustosos banquetes de Assurbanípal, o nababo Sardanapalo, aliás nem mais nem menos faustosos do que os imaginados para heróis gregos como no caso de Hércules da figura seguinte.
(OU OS CULTOS DE FERTILIDADE DA «ARVORE DA VIDA») (***).
Figura 2: Atena cortejando Dionísio.
Nesta, Atena aparece servindo um festim a Hércules, seguramente a quando duma visita de trabalho, deste herói ao reino dos mortos. A pintura deste vaso, embora do período arcaico da cultura grega, é de data posterior ao império assírio, que deve ter sido uma das fontes inspiradoras da cultura grega. Aliás, o súbito progresso das artes plásticas neste período da cultura helénica pode ter sido devida a uma emigração de artista após a queda do império assírio. Assim se explicaria a frequente influência estilística assíria na arte grega arcaica, particularmente no maneirismo do cinzelado das barbas e cabelos, influência que este vaso manifesta quase como um plágio do mural do palácio de Assurbanípal da figura anterior.
Figura 3: Inana ou Istar junto ao disco solar alado é uma óbvia divindade lunar, sentada no trono dos montes leoninos da aurora e cercada por vários animais é assim uma forma de Artemisa. Entre «grifos», «quimeras» e símbolos das cobras abissais ela é uma manifestação da Deusa Mãe Tiamat. De qualquer modo estamos perante uma representação bem arcaica e bem típica duma deusa mãe «entronizada»! |
O motivo da «árvore da vida» seria uma das razões pela qual o tálamo nupcial e o trono aparecem no mito do «Huluppu de Inana» como utensílios de igual importância nos aposentos duma rainha. De facto, sob o ponto de vista semântico o mito «O Huluppu de Inana» só nos vem confirmar a relação entre a «árvore da vida» com Inana enquanto Deusa Mãe, pois que, mesmo depois de morta, tem o destino a se transformar em «toro» do madeiro para construir um «trono» e um «tálamo» para a Deusa Mãe da «guerra e do amor»!
Mas o trono tem outra relação com a mitologia suméria que não é menos interessante do que estas.
Anduruna: In Mesopotamian cosmology, heaven, where the gods "play." The god's dwelling. «Andor» < de andar? do Pers. handu? do Mal. andola? espécie de padiola portátil e ornamentada sobre a qual se transportam as imagens nas procissões.
Ver: ANU (***)
Existem expressões idiomáticas sobre a respeito do «céu dos pardais» que é o mesmo onde voam as andorinhas quando fazem a primavera! Se o céu é a morada dos pardais é também e com mais propriedade das andorinhas porque:
De facto, tal é possível para o francês hirondelle mas dificilmente terá sido para «andorinha».
*Hirund | ina ó hirunde-ula > ancien franc. hirundelle > franc. Hirondelle.
*Hurand-ina < Kuran-thuna ó aka Anthuruna > Anduruna.
*Harund | ina < *Haurond-ula > arondelle.
«Andorinha» (< Lat. *hirundina???) Anduriniha < Anduruna-ka, lit. «ser vivo celestial», com muito mais poesia e acerto do que por meio do termo latino virtual *hirundina que teria dado origem ao nome próprio «Hirondina». Então:
Anduruna < Anthaur-una, lit. «tronos do céu, ou dos senhores (deuses»»!
«Andor» = trono de deuses < An-thaur = Thaur-na > «Trono».
ISIS E O TRONO DOS FARAÓS
Isis is frequently identified with Aset, but I don't think people notice that when I use the term "Isis" and when I use the term "Aset", I am doing so deliberately. The goddess Isis, who gained astounding popularity with the Egyptians, Greeks, and Romans, is in many ways very distant from the goddess she began as, the Netjert whose name is pronounced by our current phonetic understanding as "3st" or "AH-set", and whose name means, literally, "the Throne".[1] De todas as Deusas Mães nenhuma foi tão explicitamente relacionada com o trono como Isis, ao ponto de andar com ele à cabeça, como que para proclamar o que começava a ser esquecido que a fonte de todo o poder era a deusa mãe». |
Por ser a deusa real seria defensora do trono também por ser considerada a esposa fidelíssima de Osíris de quem engravidou depois da morte deste, como garantia duma sucessão legítima.
Isis < Us-ish < Haus-ash < Aus-a t > Auset > Ashet.
Isis < Aset > Ashat < Ishat > -Ast
No entanto, como muito bem refere o autor, a cátedra foi originalmente da Deusa Mãe, facto bem patente nos tronos leoninos de Cíbele, sendo os leões as montanhas da aurora e o trono a própria representação simbólica da poderosa e divina Mãe!
Se o nome de Aset significava provavelmente «assento» < • Lat. *sedentare, calcado em sedente < sedere, sentar), v. tr. assentar.
Sedeo, sêdi, sessum, 2, v. n. [Sanscr. root sad-; Gr. HeD, to sit; cf. e+dos, e+zomai; Lat. sedes, insidiae, sedare, sella, etc.; Engl. sit, seat], to sit.
E, nem de propósito, aqui temos mais um caso de etimologia convencional a martelo! Claro que um *sedente de «baixo latim» teria mais a ver com a homógrafa da «sede de poder» que provoca a embriaguez a quem se mete por «linhas tortas» que Deus tece e «portas travessas» escancaradas pelo diabo e acabe aos ziguezagues pela «rua direita» em direcção à «sé velha», depois de ter começado por transitar pela «via latina» da bela erudição!
«Sede» • (Lat. sede), s. f. lugar em que alguém se pode sentar; • capital; • jurisdição episcopal; • ponto de concentração de certos factos ou fenómenos; • lugar onde está instalado um governo, um tribunal, uma administração, uma empresa, etc.; • (fig., ant.) assento de pedra fixado à parede, junto da janela; • sede apostólica: a Santa Sé; • edifício mais importante de uma empresa de qualquer tipo, de uma instituição, etc. onde normalmente estão centralizados os órgãos de direcção e administrativos.
É certo que o latim clássico utilizou, parece que raramente o termo de que deriva eruditamente o nosso «sedentarismo», hoje vulgarizado.
Sedentârius, a, um, adj. [sedeo], of or belonging to sitting, sitting, sedentary (very rare): sutores, Plaut. Aul. 3.5.39; cf. opera, Col. 12, 3, 8: necessitas assentiendi, of giving assent while sitting, i. e. without rising to make a speech, Plin. Pan. 73, 3: fatigatio, fatigue from sitting, App. M. 1 init.
Ora, o mais razoável seria pensar que tanto o luso «assento» quanto o britânico assent tivessem derivado do verbo pressuposto na frase necessitas assentiendi!
The act. form assentio, îre, was out of use even in the time of Varro, Varr. L. L. Fragm. ap. Gell. 2, 25, 9; cf. Spald. ad Quint. 1, 5, 55.
No entanto, parece que as-sentio já era pouco usado no tempo da colonização ibérica porque entretanto teria sido a forma ads-sentio que teria vindo a ocupar o semantema relativo ao «consentimento»! Porém, nada obstaria a que o as-sentio continuasse fazer parte do latinório dos tabeliães que o mantiveram por via popular mas já não tanto na acepção do assentâtio dos cortesãos e políticos mas na conotação da intuitiva esperteza saloia dum consentimento «sobre o assento» escrito!
Assentâtio (ads-), ônis, f. [assentor]. I. A flattering assent, flattery, adulation. II. Rarely in a good sense, approbation, assent,
Se foi ou não o acto de • fazer sentar para melhor • firmar e • notar por escrito o que se acabava de • ajustar e • resolver que acabou por fazer chegar ao nosso termo «assentar» a verdade é que este contem toda a fonética necessária para fazer derivar o nome dos «assentos» deste verbo «assentar» não fazendo sentido a via rebuscada do latinório virtual *sedente. De resto mesmo o verbo «sentar» < «(as)sentar» pode muito bem ser uma forma anaclástica por aférese! De qualquer modo toda esta erudição serve apenas para dar conta que não é categórica a semântica dos «assentos» que em latim andaram desviados por promiscuidades bajulatórias mais adequadas a alcovas do que para tronos de real seriedade. No entanto, a decadência cortesã que fez do quartel romano sem bordel do tempo do rapto das sabinas num lupanar sem virtudes militares de Nerus, Eliagabalus e tantos outros imperadores surrealistas permite compreender que estes desvios semânticos não seriam partilhados pelo povo não iria ter apelo nem agravo pela (im)pureza do latim a quando da queda do império!
O mais provável então é que os «assentos» fossem de pau desde início como convinha tabeliães de tabulados!
Ora ash seria um arcaico termo relativo a tudo o que era «pau e lenha» e permite compreender melhor a história do «huluppu de Inana» que afinal poderia ter sido um freixo já que esta árvore ficou em Inglaterra com o nome de ash tree!
Quer dizer que que o nome de Ishtar pode estar mais relacionado com a «arvore da vida» do que se suspeitaria porque afinal se Isis significa literalmente «assento» porque os estes são eram de pau que era nos primórdios da linguagem uma mera, mas importantíssima, «acha» (< Lat. *ascla < *astla < astula < *ash-tela, «filha de Telus» > assula) de lenha!
Ishtar, tal como Astoret, e Atena Zoster eram as asheras, as deusas do madeiro sagrado a trave mestra que suportava a abóbada do universo!
Ishtar < *Ash-tor > Ashtor-et, lit. «o toro que dá achas» ou tábuas para camas e tronos!
Sendo assim, qualquer uma das variantes ortográficas do nome de Isis poderiam ter começado por significar as «achas» e tábuas do «assento» do trono e, com o uso talvez ficassem a significar o mesmo que o nome de Isis ainda com mais oportunidade, já que ficaram vagos para significar a «sede» (< Lat. sede < asethe < Egipt. Ashet) do trono quando caíram em desuso como teónimos!
A reminiscência desta mitologia étmica chegaria mesmo ao império hitita da Anatólia.
Hanwasuit = Tutelary goddess of Hittite throne.
Hanwasuit = Hanwa- | Chu-et < ishet < Egipt. Ashet |
Ver: ÓSIRIS/ «O GRANDE SELO» (***)
O facto de o trono aparecer também no nome de Isis faz pressupor que estes nomes terão tido uma estrutura semântica muito próxima na origem.
Isis = A(u)s-het / A(u)s-har = Osíris.
Desta tradição ortográfica teria derivado o nome da «cadeira».
«Cátedra» < Lat. irud cathédra <
«Cadeira» < cade(d)r(i)a < Lat. pop. cathédra < Gr. káthédra < Kaki-Thar >
Ash-Kar > A(u)s-har = Osíris! Ora,
Aus < Asht < ash < ish => Ishat, forma de Ishtar = Isis e Ish-har < Ish-Kur
= Urash = Urat => Ashur!
Ishat e *Urat ou Iscur/Ishtar teriam sido assim o casal solar precursor do nome de Isis/Osíris e o nome foneticamente mais próximo de Osíris seria o assírio Ashur, tal como o mais próximo geográfica e funcionalmente teria sido Sacar!
De resto, «trono» deriva seguramente de algo relacionado com os símbolos cretenses do poder do Minotauro.
«Trono» <• Lat. thronu < Gr. thrónos, assento real < Thor anus < Kar Na.
Ver: O TRONO DE CÍBELEE (***)
MATER THEIA
Nos textos micénicos em linear-b aparece o nome MA-TE-RE TE-I-JA.
MA-TE-RE TE-I-JA ("Mother Goddess")[2] = Mater Theia
< Mater | Tellya < *Taura > Tellus | > Deja > Theia. Então,
I-PE-ME-DE-JA > Iphimedeia.
Iphimedeia = in Greek myth, mistress of Poseidon and mother of the giants Otos and Ephialtes.
Obviamente, quem tem filhos *Ephi-artes, lit. «guerreiros de *Ephi» é porque ela própria é *Ephi logo,
Artemis < Kar-Ki Amish ó *Kauki-Ama-| Kura > *Taura (...) > Theia
=> Auphi-Ama-Tella > Ephi-Medeia = Deusa mãe de Efeso ??
=> I-Pe Me-De-Ja < Iphimedeia.
Na verdade, se aceitarmos que os primeiros laços da infância da civilização teriam sido os mesmos da criança então teriam sido os mesmos com que se teceram as primeiras intrigas culturais com que «as crianças, à volta do fogueira, aprenderam a palavra liberdade!»
Figura 5: Hera, ou Perséfone no trono dos infernos, presidindo a uma cena báquica? <= Figura 6: Seated Goddess from Taras. Persephone? Berlin: |
Porém, como o comprova a figura 9, «sentada no trono» esteve também Perséfone, a rainha do inferno, que, por se tratar da filha de Deméter, foi aqui representada sem nenhum dos símbolos tradicionais da Deusa Mãe, alem do trono típico das arcaicas matronas!
Restaria descobrir depois como é que a «haste» da «árvore da vida» foi da «acha» de lenha à Asht do «trono». A verdade é que o trono antes de ser assento real foi apoio de gente vulgar que se «assenta» à roda da fogueira. Será esta ideia de estar diante do fogo que gerou o termo latino *sedentare, calcado em sedente < sedere, sentar > assentar? No termo latino não é muito evidente uma virtual relação dos «assentos» com o fogo, ainda que sedente (| < Kete < Kiki | ante) mas no termo assento (< ash antu) português e fogo arcaico (ash) chia e crepita demonstrando mais uma vez que o português é uma língua autóctone anterior e mais arcaica do que o latim.
Procurando na memória infantil em busca de arcaísmos provincianos recordo os «escanos» (< Lat. scamnu, m. s. < ishcaminu < Ish Kima Anu, relativo Kima, a deusa mãe da cozinha ), s. m. «escabelo de cozinha».
«Escabelo» < Lat. scabel-lu < Iscur-lu, lit. «o escravo do Sr. do Kur».
«Esquife» < ??? (ant. alt. Al. skif, navio), s. m. espécie de caixão para transportar cadáver. Esta etimologia se não é suspeita na sua relação naval com a barca solar que transportava os mortos para o outro mundo, é pelo menos duvidosa na sua origem árabe! O mais provável será que o termo seria originalmente Egípsio do qual derivou a conotação naval para os árabes e a conotação de féretro para os lusitanos. Claro que o «mocho» não derivará do latim murculu ou mutilu, mesmo enquanto ave de rapina nocturna muito vulgar em Portugal. Na verdade, enquanto animal de estimação de Atena Promachos é na mitologia desta deusa que deve ser procurada a sua etimologia. Aliás, recordo que na minha infância esta ave da sabedoria era preferentemente «a mocha» (< Ma-Kiki), ou seja uma feminina como a rola! Porém, o «mocho», banco sem encosto pode ser uma mera convergência homófona a partir duma relação com o banco de cozinha da deusa mãe *Kima-ish > hamicho (correlativo de godmiché) > «mocho»!
Figura 7: Dama de Baza. A Dama de Baza é uma figura feita em pedra caliza policromada, do século IV a.C.. Foi encontrada em 22 de julho de 1971 pelo arqueólogo Francisco José Presedo Velo no Cerro do Santuário, necrópole da antiga Basti (Baza), na província de Granada, na Espanha. Estava dentro de uma câmara funerária de 2,60 metros quadrados e 1,80 metro de profundidade, onde havia também uma ánfora púnica que se comunicava com a superfície por meio de um funil, através do qual seguramente se faziam oferendas líquidas desde o exterior. Isto indica que se professava culto à pessoa ali enterrada. |
A dama de Baza poderia ser uma imagem da deusa mãe de Perséfona mas segundo os relatos arqueológicos seria apenas uma grande dama Ibérica de Granada entronizada como Rainha e a quem se prestava o culto tumular de uma mãe divinizada.
Ver: MACARENA (***)
A FESTA DOS TRONOS
A respeito dos tronos poderemos referir ainda as festas micénicas dos tronos e dos tálamos.
Two major festivals, and several minor ones, are mentioned in the Pylos texts:
1. RE-KE-TO-RO-RI-JO = [RE-KE]-(TO-RO)-(RI-JO) lekhestroterion(?) ("preparation of the couch"?). Perhaps a celebration of the sacred marriage of Poseidon and Potnia at PA-KI-JA-NE.
2. TO-NO-E-KE-TE-RI-JO = [TO-(RO)]-NO-[(R)E-KE]-TE-(RI-JO) throno-helketer ion(?) ("setting up of the throne"). Perhaps connected with the worship of the Wanasoi. (...)--[3]
Então poderão identificar-se pelo menos três morfemas nucleares nestas inscricões em linear-b. A saber: *Re-Ke < *Ur-Ki > Leke. *To-Ro ou *To-Ro-No < Kur > Turu.
« Pandega & Pandilha» <= «Rixa» < *Ri-Jo > *Kurillo > *Phurijo > foria > «feria > feira»! Ora, numa priemira aproximação à musicalidade semantica dos termos poderiamos traduzilos literalmente do seguinte modo:
1. «Rico Toro (de madeira) + (em festiva) rixa»!
2. «Trono Rico + (em festiva) rixa»!
«Rico Toro & Trono Rico» não passaria de uma brincadeira de palavras se não se comprovasse a coisa séria que é a confirmação de persistência de arcaísmos no fundo de saco da memória falada onde se junta o cotão da história linguística. Do mesmo modo pode voltar a suspeita de que os micénicos falavam a língua comum da talassocracia o cretense que era a mesma dos Tartejos ibéricos. De qualquer modo não deixa de ser estranha a coincidência de que o termo «toro» ter permanecendo no português como um arcaísmo relativo ao tronco das árvores de que se extrai a madeira com que se faziam outrora «cama e cadeira».
Jamais saberemos se quem se sentava neste trono seria um «rei sacerdote», de tipo sumério e Egípcio, se uma «rainha mestra» e sacerdotisa de *Kaphurano, a cobra solar da Deusa Mãe, representante antecedente da realidade ideológica do tipo da soberania matriarcal em vigor nas ilha mediterrânicas do neolítico! A verdade é que os «grifos» que ainda ladeiam este trono são uma síntese estilística, de «águias míticas e leoas»! Figura 8: "Sala do Trono" do palácio de Knossos, em Creta. |
Genuinamente cretenses, estes «grifos» seriam talvez um compromisso de transição entre as «leoas» micénicas do matriarcado em decadência e as «águias» de Zeus dum patriarcado em crescimento e que já era regra no Egipto e na suméria!
Começando por [RE-KE]-(TO-RO)-(RI-JO) => lektrolenia (?) as mesmas lenias das falofórias e etimologicamente muito mais plausivel do que o proposto! Então sim, estariamos perante a festa do «tálamo nupcial», talvez uma cerimónia do «herogamos», as festas de casamento de Poseidon & Potnia em Pa-Ki-Ja-Ne da talassocracia cretense. Mas...
lektron, to, (lechomai) couch, bed, Hom. (esp. in Od.); lektronde to bed,
Pelo que ... < [re-ke]-(to-ro)-(ri-jo) < Lek(hes)-tro-ryi(on)
=> Leke(s)trolenia ou lekhestroterion?
Porém, antes de chegarmos em épocas recentes ao «tálamo» nupcial, lektron, teríamos começado pelo termo teros que teria tido origem neste arcaico (Kur > *Kar > Thauro >) *To-Ro.
Teros (eos, to, dub. in Inscr.Cypr.65 H). = temen-os [eos, to, Arc. nom. and acc. sg. temenes IG5(2).432.31,42 (Megalop., ii B.C.); Aeol. gen. sg. temenêos Alc.152: (temnô): a piece of land cut off and assigned as an official domain; a piece of land marked off from common uses and dedicated to a god, precinct; temple] < Te(r)menos < Lat. Terminus < teremna (Artem) < teremnon or teramnon [to, a word used esp. by Euripedes, but only in pl. and always ([4]) in lyr. passages, chamber, house, also in late Prose, teremna Artem] <= Ter-Ama-an(-os) < *Kar-Ama-An => tharemos > «tálamos» (tha ho, an inner room or chamber, surrounded by other buildings: freq. in Hom., 1. generally, women's apartment, inner part of the house). -- consulta a partir de Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek.
Ora, se temos assim na antiga língua grega vários elos semânticos que nos permitem ir de *To-Ro ao «tálamo» (Lat. thalamu < Gr. thálamos), também não nos devem faltar elementos seguros que nos permitiriam ir de Kur a *To-Ro. Então ficaríamos com todos os elemento semântico que nos permitiriam aceitar que lekhe(s)tro terion (ou ao ainda mais verosímil Leke(s)trolenia) seria mais do que uma proposta virtual, em grego antigo, para a leitura do micénico Re-Ke-To-Ro-Ri-Jo!
Toro = (...) • (poét.) leito conjugal.
Etrusc. *truna, *thruna = power, rule
Na verdade, do nome do Kur derivaram certamente os «curros» e destes saem ainda hoje os touros para as arenas da tauromaquia ibérica. Claro que sabemos que o Kur era o sub-mundo das entranhas da Terra-Mãe e que os «curros» teriam sido outrora as cavernas naturais onde se encurralavam os animais selvagens, nas primeiras fases de transição da caça controlada para a domesticação animal permanente! O que não se nos afigura tão imediato é a relação de tudo isto com as «camas nupciais». Mas, que tinham os «curros» taurinos a ver com a «cama nupcial» a não ser que a noiva celestial fora uma «vaca divina»?
Pasiphae -- Wife of King Minos of Crete. When the gods sent Minos a beautiful white bull, he did not sacrifice it as he should have done. In punishment, Pasiphae was inflicted with a passion for the beast, which ultimately led to the birth of the Minotaur, a monster half-man and half-bull. Minos had the Labyrinth built to house the beast and, some say, his wife as well.
Na verdade o mito do Minotauro é uma perversão «politicamente incorrecta», porque premeditadamente arquitectada pelos atenienses, dum rito arcaico do Herogamos relacionado com a fertilidade taurina de que toda a cultura cretense estava impregnada e que se prolongou na máscula e castiça cultura tauromáquica ibérica que ainda hoje em dia tem em Sevilha a sempre noiva de Deus e Virgem Mãe (solteira), padroeira dos toureiros, N.ª Sr. ª da Esperança Macarena.
2. TO-(RO)-NO-[(R)E-KE]-TE(R)-(RI-JO) < th(r)ono-(h)erkete-rilho (?) < th(r)ono-leketer-ion < throno-helketer ion(?), admitindo que -ilho pode ser sinónimo de -ion, enquanto genérico indefinido de movimento festivo, teremos refeito o sentido proposto de «festa da intronização da Deusa Mãe no seu «andor» sagrado". Ou seja: (R)EKETE(R) > Helk-êtêr, o que confirnma a suspeita de que a língua micénica «comia» os «erres».
Thronos, ho, seat, chair. Helk-êtêr, êros, ho, one that drags.
> «Basílica».
> Bazir-ika-ka < Yazili-kaya.
(Dionísio) Bassareu < *Wasir-eu < Wasileco < Basilísco < *Kaphurisco.
«Basileu» < *Wasir-eu > Awsir-ehu < *Ausar-ico,
lit. «um representante de Ausar / Ósiris na terra. <= Sacar.
Figura 9. Friso dos dose deuses de Yazilikaya
Ver: DIONÍSIO / BASSAREUS (***)
Que dizer que quem se sentava neste trono poderia ser já um «basileu» o que se aceita facilmente se pensarmos numa muito provável unidade, ou mesmo dependência religiosa, do Egipto pré-dinástico em relação à talassocracia minoica. De facto, o *Kaphurisco seria um o deus do fogo das cobras cretenses que transportava o sol (e as almas) no céu. Relacionado com «basileu» andou andado antes de mais a «basílica» que já era conhecida dos hititas como sendo um grande panteão nacional denominado Yazilikaya. Todos estes termos estiveram relacionados com sagrados cultos solares a Sacar, um deus de morte e ressureição solar como Osíris que teria tido também o nome de Basilísco e Cocatrix.
Este mesmo deus, segundo alguns autores seria de origem semita e denominado Yashashalam, nome também da mesma origem.
The chief of the pantheon appears to have been the god Yashashalam, whose name in West Semitic means "He Who Causes Well-Being". Nothing is known of his attributes, but six of the eighteen known Minoan cult objects -- stone libation tables and the like -- are dedicated to him. His worship may still survive, for the Mandeans, a small sect of southern Iraq, still revere a deity they call ``The Great Shishlam''; if so, he is the longest continuously worshiped god so far recorded.[5]
The entire inscription read Ic ya-sa-[sa-la-Tnu- ■ - -] ■ • ki-le-te-bi ki-re-ya-lu, a perfect northwest Semitic dedicatory formula that means, "To the god Yashashalam so that the city may thrive". There was no longer doubt as to the classification of the Minoan language. It was northwest Semitic, of a type that the ancient Greeks would have called Phoenician.
Este deus supremo e arcaico não seria senão *Kikiko, o filho de Kiki (e do arcaico “deus do fogo”, Kaka), também chamado Iscur(an), a “besta de transporte do sol, o fogo do céu” = *Kiash-Ishuran [6] => Yashashalam.
Claro que este nome seria mais uma invocação divina do que um teónimo razão pela qual este conceito teológico relativo ao “Filho de Deus” teria dado origem ao mito de Jesus Cristo e teria sobrevivido até aos nossos dias no nome do deus mandeieno Shishlam, mera variante muito conservadora dum nome que logicamente não era senão, na sua formulação mais simples e comum a do deus (An) sumério Iscur = Iscur-an, mas que já então teria permitido variantes evolutivas controversas, tais como Ishtaran, uma variante que permite situar este deus como irmão gémeo de Ishtar, e Ishullanu, irmão gémeo de Ishtar tanto ou mais ainda do que Ishtaran, ao ponto de aquela o ter seduzido e depois abandonado como um sapo, mistificação que foi glosada em história infantis precisamente ao contrário o que permite supor que estamos perante uma óbvia manipulação com o propósito político premeditado de desacreditar a cidade de Der.
Shishlam < xixlam < Ishxran ó Ishullanu < Ish-hul-anu > «Isolino»!
O pretexto era o pressuposto mítico de este deus do Kur ser também um patrono dos ferreiros quase sempre feios, enfarruscados de cinza e tisnados de negro de fumo, e aleijados ou antigos estropeados de guerra! A história de Ishullanu deve ter sido tão divertida quanto glosada pois parece ter servido como um dos modelos do mito de Adão, o primeiro homem e jardineiro do paraíso, também seduzido por um réptil, a «cobra da tentação»!
Ishtaran: - Angal, lit.« rei do céu» e "Patron god of Der, a city East of the Tigris".
Ishullanu: Gardener of the Sumerian god Anu, who presented baskets of dates to Anu's daughter Ishtar, whom he loved. After making love to him, however, she turned him into a frog.
De qualquer modo, a relação de Ishtaran com Vulcano permitiu a construção do termo que acabou no «carvão» < Lat. carbono, lit. o bom sol = o deus do «fogo» do Kur = *Iscuran < *Kiki-kur-An > Kur-Ki-an > Kur-wanu, (notar o étimo de Pan e de Vénus, precisamente numa mitologia relativa a Vulcano) > Wurcano > Vulcano > Wacurano, lit. «o deus bácoro, o sujo e porco»! Esta relação com os deuses ferreiros já estava manifesta na relação com o mito ugarítico de Kothar-wa-Hasis!
ð > Thzaish-Xauran > Kasis-Wa-Kothar > Kothar-wa-Hasis!
ð Thzaxa-Xauran > Jaxa-Xaran > Yashashalam!
ð Jashua-Karistos (an) => Jesus Cristo!
ð Zaw-Iscuran lit. = «Zeus (filho de) Crono»!
Mas, a verdade é que se tratava de uma invocação relativa a deuses muito arcaicos que os Hititas arrumaram numa gaveta rotulada com o sumeriograma Kal, variante do sumeriograma *Kar relativo aos deuses de transporte (do sol e da lua e, por pressuposto genérico, das almas?), caracterizado por se referir a deuses protectores, curandeiros e profiláticos, e
ð Sacar, o deus da aurora na Síria / Socer, uma variante arcaica de Ósiris ne ciclo dos cultos dos mortos, no antigo Egipto + An = Saturno
ð Kakawira > Wira-Kaka > Wiracocha, a serpente emplumada e sol criador dos amerindeos!
ð Sephirot!
*To-Ro ? <= toros, ho, borer, drill, (used in trying for water, etc) <= «furão» => «penetrante» (piercing: I. of the voice, => b. of the ear, acute, fine, AP7.409 (Antip. Thess.).=> c. of the eye, piercing) 2. metaph., clear, distinct, plain, II. of persons, sharp, ready, smart.
Voltando ao trono teremos para *To-Ro-No: O conceito ritual e mítico da Deusas Mãe, «sentada no trono» deve ter sido tão importante quanto o da própria soberania feminina durante o matriarcado. De facto, o «mando» só é sereníssimo e majestático quando exercido confortavelmente sentado no trono! Ora, o que nos reforça a ideia de que é este o sentido mais adequado à semântica destes termos é a seguinte referência gnóstica:
The words Hlios (Hêlios, Sun), Aidwneus (Aidôneus, Hades), Hfaistos (Hêphaistos) and Hlektwr (Êlektôr, the Beaming Sun) all reduce to 3. (Except for Hêphaistos, these are names used by Empedocles to refer to Fire). A related words that reduces to 3 is To Augoeides Swma (to Augoeides Sôma, the Radiant Body). -- Biblioteca Arcana page.
Hlektwr (Êlektôr, the Beaming Sun ??? ou antes «o que transporta o sol»?)
> Hel-Keter = Ker-Kiphur = *Kar-KiKuro.
Figura 10: Terracota cretense arcaica. Tratar-se-á de uma «entronização» taurina e festiva da Deusa Mãe? Reparar que a trindade taurina de animais de «tiro» (< Fr. tour < *To-ro < sumer. Kar > «curro» > «carro») faz lembrar os estranhos estandartes taurinos da Anatólia |
Porém, mais do que mero trono estático, cadeira solene ou cátedra, estaremos, de facto perante um trono ambulante, um andor puxado por bois ou uma liteira aos ombros de divinos escravos! E é então que voltamos a tropeçar nas tábuas do linear b dos textos de Knossos perante o termo ainda por decifrar Karawi Poro.
KARAWI PORO (= klarwiphoros or "key-bearer") whose precise function is unclear since it is not known to what such an official had the key. -- [7]
Karawi Poro = karawi phoros = o que transporta os Karawi > Krawi (> «cravos» <) > klarwi > clavis = «chaves»!
O mitema da chave das portas dos céus e dos infernos deve ser tão recente quanto a tecnologia do ferro mas derivará de tecnologias anteriores mais simples e primitivas como seria a dos trincos e ferrolhos relacionados com a semântica relativa aos espaços cercados para confinamento de animais, os «curros»! De facto:
«Igreja» < Lat. ecclesia < Gr. ekklesía, assembleia), s. f. templo dos cristãos < ek-klesía < Hiku - Kleki < Kiko-kerki, lit. «um "cibo" de terra cercada» < Kurki, lit. «curro ou curral, cerca, circular como alua cheia (= Urki), para confinamento de animais???. =>
«Claustro» < Lat. claustru, m. s.), s. m. pátio interior, descoberto e rodeado de arcarias, nos conventos < claw-istor lit. «cerca fechada por toros de árvore» ??? => Grec. helke(s)ter ??? > lekhestro ???
No caso de as portas dos templos já terem, à época, chaves à guarda dum deus Janus, não se percebe porque é sendo coisas sagradas e secretas andariam de mãos em mãos e seriam precisos funcionários sagrados paras as transportar.
Ver: JANO (***)
Sabemos que séculos depois houve vários tipos de transportadores sagrados (teóforos e cristóforos pelo que similarmente os Karawi viriam a tornar-se nos Kauroi, tão típicos da Grécia arcaica) que não seriam afinal senão os precursores dos modernos transportadores dos pálios e dos andores nas modernas procissões católicas. Um deles veio a dar o nome ao mais célebre dos anjos da perdição que foi Lúcifer.
Se, os Karawi poderiam ser teoricamente até pregos ou flores denominadas mais tarde por «cravos», precisamente em honra do deus sol que os faz desabrochar com a primavera, seriam muito mais simplesmente os Kauroi. Na verdade,
Karawi | > Kawrai > Kauroi | - Poro < Phero, lit. “os Karoi de transporte”.
Estes transportavam os andores sagrados em geral ou, mais especificamente, todos aqueles escravos sagrados que transportavam os Kauroi, as arcaicas e gigantescas imagens solares de Apolo.
Amphipoloi who may have been servants of Potnia charged with the care of ceremonial costumes -- [8]
Do mesmo modo se pode rectificar o termo da mesma origem AMPHIPOLOI (Gr. amphíbolos = equívoco <= Anki-poro, lit. os que transportam a água de Enki? < *Enki-kur => Apkallu!), seguramente referidos a uma deusa Potnia, mas mais correctamente ainda como sendo referidos a escravos que transportavam as ânforas de água ou vinho para os plácios micénicos!
A TORA, OS TRONOS E AS POTESTADES
Um terreno insuspeito onde vamos encontrar reminiscências do trono da Deusa Mãe é na Tora judaica.
The word "torah" means "a teaching". The Torah is HaShem’s (God's) teaching to the Jewish people. In the Torah HaShem tells us how to live. The Torah has many mitzvos (commandments) in it. They are HaShem’s instructions to us. The Torah also contains stories. These stories are true and teach us about our history and our relationship with HaShem. The Torah has two sections, the Torah Shebiksav (the Written Torah) and the Torah Sheb’al Peh (the Oral Torah). The Torah Shebiksav has three parts: Torah: This is the part that was given directly to Moshe Rabbeinu (Moses our Teacher) at Mount Sinai by HaShem (God). It is made up of five books. Each book is called a Chumash. B’reishis (Genesis), Shemos (Exodus), Vayikra (Leviticus), Bamidbar (Numbers) and Devarim (Deuteronomy).
A origem do nome da «tora» pode ter resultado da analogia metafórica entre os rolos dos chumash, os volumosos chumaços de pergaminho onde era escrita a bíblia dos judeus, e os toros de madeira com que morfologicamente se pareciam. Mas, seria intrigante se tal nome resultasse duma muito mais suspeita relação antiga da origem da tradição cultural judaica com os cultos taurinos da Anatólia que Moisés tanto odiava. De qualquer modo o genérico nome de deus,
HaShem < Ka-Shemos < Ka-Shamas < *Ki-ashmas > «quiasma»!
permite-nos suspeitar de muito arcaicas relações étmicas com a arcaica mitologia cretense.
Ver: *KIMA (***)
Ora, as diversas ressonâncias que as palavras antigas receberam de diversos contextos e influências culturais explica-se tanto pela plasticidade intrínseca da linguística como sobretudo por uma polivalência a que a linguagem original se sentia forçada pelas circunstâncias duma ânsia de sentido em face da sua natural insuficiência, própria duma realidade nascente, de que derivou a tradição da polissemia das línguas modernas.
A verdade é que:
Dada a frequência com que a Tawrah (Tora) é citada no Alcorão, torna-se conveniente clarificar as ideias quanto ao seu significado exacto. Vagamente, podemos dizer que se trata das Escrituras Judaicas. A Tawrah é mencionada com honra como tendo sido, na sua pureza, uma verdadeira revelação de Deus. (...)
Os Judeus dividem as suas Escrituras em três partes: (1) a Lei (Tawrah), (2) os Profetas (Nebiim) e (3) os Salmos (Kethubim). As palavras árabes correspondentes seriam: (1) Tawrah, (2) Nabiyin e (3) Kutub. Esta divisão era provavelmente comum, no tempo de Jesus. Em Lucas xxiv. 44, Jesus refere-se à Lei, aos Profetas e aos Salmos. Noutras partes (por exemplo, Mateus vii. 12) Jesus refere-se à Lei e aos Profetas como a um resumo de todas as Escrituras. No Livro do Antigo Testamento, II. Crónicas xxxiv. 30, a referência ao Livro da Aliança deve referir-se à Taurah ou Lei original. Isto é interessante, pois o Alcorão refere-se frequentemente ao Livro da Aliança com referência aos Judeus. Os recentes termos cristãos "Antigo Testamento" e "Novo Testamento" substituem os antigos termos "Antiga Aliança" e "Nova Aliança". Os Samaritanos, que afirmam ser os verdadeiros Filhos de Israel e repudiam os Judeus como sendo cismáticos, a partir da sua Lei de Moisés, apenas reconhecem o Pentateuco numa versão ligeiramente diferente da que consta no Antigo Testamento. -- O Conceito da Tora e do Evangelho no Islão[9]
«Tora» < Torah < Taurah < Tawr-ah < *Ta-Wer-ka, lit. «O que transporta a vida!». => taur(ah) > «touro».
Esta conotação para a palavra divina era já metafórica porque originariamente seria, com muito mais propriedade alimentar, aplicável ao touro. A conotação relativa às tábuas da lei terá sido muito arcaica já que permanece no latim em tabula.
«Tábua» < Lat. Tabula < Tawura < Ta-kur-ah > *Ta-Wer-ka.
Sendo assim, o conceito original de Tora era, de facto, o de lei mosaico no sentido de conteúdo vivificante das tábuas (da lei), conotação arcaica que já vinha dos tempos das tábuas do destino de Enki.
Mas, na altura do Profeta (e desde então), os Judeus seguiam, em grande parte, ou o Talmud, ou um corpo de exposições orais reduzido à escrita em diferentes escolas de doutores e homens de saber. O termo "Talmud", em Hebraico, tem como raíz a palavra árabe, Tilmidh, que significa "discípulo" ou "estudante".. -- O Conceito da Tora e do Evangelho no Islão[10]
«Talmude» < Ár. Tilmidh ???
«Almude» < Ár. Al-mudd ó *Tal-Mudh > Jud. Talmud.
Afegan. «taliban» ó Tar-i-wan < *Tawiran
> *Ta-Wer -an > Lat. taberna, tenda, barraca > «taverna».
> tabernáculo, templo, escola.
Na tradição judaica encontramos na cabalística do Sefirot, (o segredo do panteão judaico encoberto), uma interessante referencia muito indirecta à importância do sacro conceito do poder dos «tronos o potestades» enquanto sublimações angélicas da antiga idolatria Canaaneia, na linha da tradição religiosa refundamentadora herdada dos persas.
"The ten sephirot were arranged in a rigid hierarchy, and each lower sephirah grew out of the one immediately above; that is, the second ranking sephirah grew out of the first, the third out of the second, etc. Thus the first sephirah had all the powers of the sephirot under him; the second had its own power plus all the powers of the succeeding eight, and so on. They were:
Kether [Crown < «Coro(n)a» < *Kuran > Taranus > Gr. thrónos >
Lat. thronu > «trono«, assento real
=> Lat. cathedra < Gr. káthédra < (ka)-*Kuran > Kather-(na) >
Kether > «cátedra» ] ...
…also called the Simple Point, because this initial and paramount sephirah was unknown and all-embracing. Kether was known familiar as the Old One, the Ancient of Days (from Daniel 7:9), the White head, or the Long Face.
Este deus dos tempos antigos só poderia ter sido Saturno / Crono o mesmo deus da idade de ouro Iscuran, o deus “campeão e garanhão” dos antigos exércitos da deusa mãe) de que deriva o termo relativo TRONOS E POTESTADES... ou seja, ao poder dos Anjos!
[1] Isis or Aset? A Study in Semantics, by the Nebet mery-Bast.
[2] => Tellia > Teija («Tejo» <= Tellium).
[3] MYCENAEAN RELIGION AS EVIDENCED IN THE LINEAR B TEXTS, Texts from Knossos, © Copyright 1996, 1997, Trustees of Dartmouth College.
[4] except once, teramna t' oikôn ti = Eur. Hipp. 418
[5] Copyright © 1996 P.F. Collier, A Division of Newfield Publications, Inc. Cyrus H. Gordon, MINOAN CIVILIZATION., Vol. 16, Colliers Encyclopedia CD-ROM, 02-28-1996.
[6] Como o giria e o calão costumam revelar-se um autêntico «caixote do lixo» da história seria interessante conotar esta invocação arcaica com uma evolução literal que daria em calão luso actual => O «Gaijo Chulão»!«Gajo» por este deus hermético ter sido atrevido e marinheiro como Enki, e «chulão» por ter sido garanhão e senhor de putas e *potinilhas!
[7] MYCENAEAN RELIGION AS EVIDENCED IN THE LINEAR B TEXTS, Texts from Knossos, © Copyright 1996, 1997, Trustees of Dartmouth College.
[8] idem.
[9] ©Copyright AL FURQÁN.
[10] ©Copyright AL FURQÁN.