quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DEUSES DA SAÚDE – III, por artur felisberto

GULA.. 1

HIGEIA.. 4

ANQET. 12

SEKMET. 14

SR.ª DA SAÚDE. 15

_____________________________________________________________________

 

GULA

Figura 1: Gula: diosa de la medicina. Su símbolo era el perro. Gozaba de gran popularidad y contaba con muchos centros de culto, aunque el principal era el E-galmah de la ciudad sumeria de Isin. A veces se la consideraba esposa de Pabilsag o Ninurta. Madre de los dioses relacionados con la medicina, Damu y Ninazu, su nombre significa "la Grande".

clip_image001

Gula, a grande por ser senhora do monte, e logo derivação de Sr.ª do Kur, ou seja, Nin-Kur-sag.

No entanto, o elo fonético específico perdido de Gula pode encontrar-se entre os Guanches onde Aran-faybo, Hir-guan, (h)Ir-(g)uene, Gua-yota seriam meras variantes arcaicas de Hermes Psicopompo, já de si variante de Enki, na forma *Gua do extremo ocidental da Europa da pré-história e quiçá *Oug entre os berberes.

 

Ver: GUANCHES (***)

 

clip_image002

Figura 2: A healing ritual taking place in a reed hut. with the healing goddess's dog on the roof along with other deity symbols. The sick person is stretched out on a bed, two priests carry out the rite, and, on the right, a figure stands with raised arms, while the figure on the left holds weapons.

Cylinder seal from Tel Halaf. Dated to the first half of the first millennium BCE.

Drawing © Stephane Beaulieu, after Fuhr 1977: 138, fig. 9.

clip_image003

Grande curandeira cujo encantamento é vida (saúde), de quem os feitiços restabelecem o homem doente, Mãe da nação, misericordiosa…Assim rezou Sin-iddinam, rei de Larsa, que reinou de 1865 a 1843 BCE, numa carta oratória que enviou a Nin-Isina, "Senhora (da Cidade de) Isin". Ela era um das deusas da cura, que incluíram Bau ou Baba, Gula, e Nin-karak.

Baú / Baba era também uma deusa da fartura e da abundância.

 

Ver: DESUSAS DA FARTURA E DA ABUNDÂNCIA (***)

 

O altere ego destas deusas da cura era o cão. Nas iconografias, tais deusas entram junto com os cães e só o cachorro as pode representar. A razão pela qual estas deusas eram associadas com cachorros é obscura. Talvez os antigos tenham notado que as lambidelas de cachorros promoviam a cura. Possivelmente, como alguns sugerem, a saliva (em geral e a dos cães em particular) contém elementos (lisossimas) medicinais. Além disso, os curandeiros antigos poderiam ter usado partes de corpo de cachorros nos seus tratamentos deles.

Um fascinante selo cilindro mostra uma cura ou um ritual de exorcismo. Numa cabana de cana, um paciente na cama presta atenção a sacerdotes curandeiros. O cão no telhado significa a presença de uma deusa curativa. -- Traduzido de "Going to the Dogs": Healing Goddesses of Mesopotâmia, by Johanna Stuckey.

Na verdade, na mitologia popular portuguesa, que ainda era comum na metade do século XX, o termo «ouguado» era usado para todos os casos de doença resultado do mal de inveja situação particularmente frequente nos tempos de fome e miséria em uma criança pobre parecia adoecer com fraqueza por ter visto uma criança rica a comer, sem que esta tivesse partilhado nada com aquela! Claro que esta crendice tinha o lado positivo de constituir um apelo antecipado à piedade dos ricos. Os erudito supõem que este termo e uma corruptela de «aguado», o que não será senão uma etimologia por semelhança onde a fonética partilha a semântica do «aguado» (deslavado e sem sal) com o estado de debilidade física das vítimas do mau-olhado. O interessante e que o «ouguamento» era curado desde que se deitasse um bolo cru de pão levado atrás duma porte para que viesse um cão e o comesse. Outro aspecto interessante desta crendice é que a deusa da cura dos sumérios era Gula, literalmente a grande cujo animal totémico era o cão. Com um pouco de boa vontade podemos postular que o nome do pecado da gula decorria do nome castigo esta deusa infligia aos gulosos que não se importavam com os pobres que ficavam «ouguados» e morriam de fome.

Pt. Pop. «auga »

ó Pt. «água»

Pt. Pop. «ougado» / «az-ougado»

ó oguado < Auguado < A-Gua-do

Assim, ficar «ouguado» não era mais do que ser possuído por uma forma de licantropia, tal como andar «azougado» (• adj. buliçoso; • estouvado; • vivo) seria uma variante de sintomas opostos, que, levando à morte teria *Oug por psicopompo entre os berberes o. Este deus seria a evolução fonética de A-Gua, o senhor das águas doces e sem sal, Enki, também deus da sabedoria e da medicina! Pois bem, se o pecado da «gula» vem da garganta latina a verdade é que já Hipócrates sabia de experiência feita que uma grande parte das doenças começava e terminava pela boca. Assim sendo, talvez seja a garganta que vem da gula e não a inversa. De resto, já os escolásticos caracterizavam o pecado da gula quando de forma particular se comia imoderadamente de forma a provocar um grave dano na saúde ou sofrimento a si mesmo e aos familiares. Empiricamente, já os sacerdotes da deusa gula saberiam isto e muito mais! De facto, um dos grandes erros evangélicos, que saiu caro ao cristianismo medieval, foi ter pensado que este aspecto se resumia ao pecado da gula e não envolvia a falta de higiene de que os judeus já tinham a intuição! Assim, a gula latina pode em tempos ter tido origem numa das invocações desta deusa na sua qualidade de protectora das doenças da garganta que dizimavam grande parte das crianças antes da vacina da difteria. Por outro lado, o nome de Gula pode ter a ver com Gua-yota, o deus dos guanches, que mais não seria que o seu filho e “deus menino”, senhor dos infernos do Kur, e por isso Iskur, marido, filho e irmão de Istar, conforma as circunstancias míticas o desejavam. Esta deusa seria então a variante negra de Istar, ou seja Ereskigal / Perséfone.

Goddess - of medicinal healing = Sumer. Gu-La.

Sumer. Gu-La = Big. Gud(2), gu2,4: = warrior = domestic ox, bull.

clip_image004

A deusa de curar por excelência da Mesopotâmia era Gula, protectora dos médicos cujo nome era de fato um título que significava "A Grande". Obviamente o epíteto teria substituído o nome divino original agora perdido. Ela também era conhecida como "Grande Mãe", "Mãe Gula", e "Senhora da Vida". Ela era a filha de An/Anu. O seu cônjuge, enquanto dependendo da cidade, era o deus de tempestade Nin-urta, o guerreiro Nin-Girsu, ou Pabil-sag, Deus de Isin. Os seus sete filhos incluíram o deus curativo Damu que foi adorado a Isin e Nin-azu, deus de cura e do sinferno.

Como outras deidades curativas, Gula também infligia pragas e doenças. -- Traduzido de "Going to the Dogs": Healing Goddesses of Mesopotâmia, by Johanna Stuckey.

A deusa Gula seria em sumério literalmente a rapariga dos bois, o equivalente neolítico no feminino do moderno cowboy, possivelmente uma forma aguerrida e taurina de denominar Inana / Irnina de que iria decorrer o nome de Istar, razão pela qual teria também a semântica de coisa grande. O sumério la tem semânticas desapreciadas de pequenez, servidão, deficiência e prostituição, etc. que demonstram o começo duma reacção patriarcal contra o domínio da mulher cretense, matriarca aguerrida e “má como as cobras” da Deusa Mãe, reacção esta de tal monta que iria fazer do médio oriente moderno o reduto do mais feroz dos patriarcados onde o demónio é mulher de língua afiada e por isso açaimada com uma «burca».

No entanto nada obsta a que la não fosse o feminino de lu, este sim inequivocamente o homem e companheiro. Neste caso Gula seria o feminino de Gulu. De facto, existiu um demónio da destruição como o nome de Kigula. [1]

Sumer. Ki-Gul-La = Daemon of Destruction. [2]

O sumério, na sua natureza aglutinante, é mesmo assim, uma língua primitiva e transparente de tal modo que se conseguem ver as entranhas da sua evolução semântica. Kigulla teria tido o masculino Kugullu. Enfim, quer fosse um nome composto a partir de Ku-Lu, quer uma evolução de Kur por Kur-lu, a verdade é que nada impede de suspeitar que o sumério Gu seja uma evolução a partir de Kur. Esta aproximação permitir-nos-ia compreender a possível relação dos Apkallu com Carlos e Apolo e destes com a medicina!

No entanto, como muitos outros termos de todas as línguas e épocas, Gula teria sofrido interferências semânticas e, porventura onomatopaicas para poder ter esta leitura porque, quase de certeza, o nome original desta deusa teria sido muito mais próximo ainda do de Istar.

Gula < Kur-la ó Gu®-la => Galla ó Eresh-Ki-Gal.

Gula < Kul-ha < Kur-ka ó Kar-kika ó Ishkur => Istar.

                                                                 > *Kartu => Salket.

Gula = Lat. gula, (= garganta.) = glutonaria; • excesso na comida e bebida; • avidez, gulodice;

Goule: bec, bouche, génie, ogre, vampire. Goulet ou Goulot. s. m. Le col d'une bouteille, d'une cruche ou de quelque autre vase dont l'entrée est étroite. => Goulet, se dit maintenant, par analogie, de L'entrée étroite d'un port, d'une rade. =>

Goel = 1 a : the terminal point of a race b : an area to be reached safely in children's games.(…) Middle English, in the sense ‘limit, boundary’: origin unknown[3]

Sumer. Gu-La > Lat. gula > gule > Franc. Goule >

             > «gola» ó «gole» > «guela» < ??? > Cast. Goli-ella.

                                                               > Old Engl. *gauel > Middle Engl. goel.

A interferência onomatopaica dos sons guturais em termos com semântica relacionada com a garganta, supostos para «gargalo e gárgulas», deve ser meramente adicional e subsidiário e, pelo menos, tão superveniente como o diminutivo do castelhano Goliella que a fonética da goela deve ter imitado!

Possivelmente. antes de se ter transformado na deusa dos pecados da boca e das doenças alimentares a Gula, irmã da Temperança, seriam a deidades das artes culinárias, particularmente vocacionadas para as artes curativas.

No entanto as gárgulas também são gargalos de pedra pelo que os de vidro podem ter herdado o nome daquelas!

clip_image005

Figura 3: Gorgona ou gárgula?

«Gargalo» < • (do tema onomat. garg.), s. m., onom. colo, mais ou menos alongado, de garrafa ou de outra vasilha com entrada estreita.

«Gárgula» = • (to tema garg.), s. f. bica saliente nos beirais dos telhados, pela qual as águas pluviais caem distanciadas das paredes dos edifícios;• especialmente, cada uma das figuras caprichosas e fantásticas que, para esse fim, ornam os monumentos ogivais da Idade Média; • orifício por onde corre a água de biqueira ou cascata; • abertura por onde a água das goteiras dos telhados corre para o algeroz.

Claro que seria cómodo que a onomatopeia explicasse o que parece inexplicável por demasiado vil ou simples! Possivelmente os gramáticos chegaram a esta conclusão porque não encontraram latim suficiente para encontrarem uma etimologia decente para um termo tão prosaico!

Engl. gargoyle < Middle English gargoile < from Old French gargole, gargouille, throat, waterspout >«Gárgula»

«Garg-anta ó guela» => *gar-guela > gargaula > Old French gargole, gargouille.

Quase que seguramente a «guela» é uma elipse da *«garguela» mas é também quase seguro que a onomatopeia do gargarejo e dos esgares guturais das feras contribuíram muito cedo para a formação fonética duma semântica relativa à garganta devoradora da Deusa Mãe, que todos as tardes sois deglutia o por do sol para o parir na manha seguinte. Esta mitologia onomatopaica ficou fixada nos esgares da Medusa Gorgónia, uma postura estranha que na Grécia parecia residual e arcaica mas que no oriente parece omnipresente.

Aramaic. Gwgl < Akadic. Gu-galu = “controlador da água”, conceito relativo à administração dos canais de irrigação, tão importantes na cultura mesoputâmica! < Gu-Gal, lit. “grande (ou rei) Gu, epíteto de Enki, Sr. das águas doces. Como este deus era também Sr. do Kur é possível postular a existência dum termo alternativo Kurkalu e, então, «gargalo» pode ou não ter tido origem (embora nada obsta a que não tenha tido ressonância) onomatopaica.

*GARGUL (Ruler of the Underworld) Realms of Responsibility--This god collects all the souls and spirits of the dead and makes sure that they arrive at the proper plane of resting and do not roam the earth at will. He tracks down spirits that roam the prime material of Wold without proper reasons. Gargul is totally dedicated to the spreading of Evil.

*KERRACLES OF THE SECOND MOON (God of Generalities) Realms of Responsibility--Kerracles is an enigma in the pantheon. This God is the patron of all things not under the jurisdiction of another god and many things under the jurisdiction of other gods. His primary tasks to date include: Binder of Oaths, God of the City, God of the bringing of culture, Sole ruler of Kerra the second moon of The Wold, and God of Drunks. He is concerned about everything. He dislikes hard-nosed people and bigots. He appreciates tolerance and all things done in moderation.

 

Ver: HEBE (***) & MANDRÁGURA (***)

 

HIGEIA

Por tudo isto podemos começar a aceitar que Hugieia seria uma manifestação de Inana/Ishtar, a que roubou os mes de seu pai, entre os quais figurariam os relativos às artes mágicas? Pois bem, em mito idêntico, mas bem mais dramático e violento, Isis roubou a Ra, também seu pai ou esposo, os segredos do seu nome mais secreto que permitiriam a Isis o acesso ao gozo do mando.

Salket < Sar-qet < Kur-*Kiat = Ki-Kur-At (> zigurate) > Ki-*Kartu.

Assim pode muito bem ser que.

Hygi /eia / Ana = Atena + Afrodite, ou seja:

Hygieia < Ku®-Ki-Heja < Kaphur-Kika, deusa cretense das cobras e dos ritos subterrâneos da consolação e da magia reparadora e antepassada de Afrodite.

Hygîa < Hygêa < Hugeia <= *Ki-Gaia, lit « Gaia, a Terra», a deusa mãe primordial, logo Atena e/ou Afrodite ou Inana/Istar/Astart e/ou Ereshkigal/Anat?

<= Ki-Keja < *Ki-Keka = Hekat? Seria assim Higeia uma variante benigna de Hecate, de certo modo a deusa da «magia branca» das artes salutares?

<= *Kiwat, => Hit. Hebat, a esposa de Teshup.

> Egipt. Hesat > Egipt. Iset > Egipt. Asht > Isis, lit. a versão greco-latina do nome mais popular da Deusa Mãe do Egipto

ó -At ou –et, o radical mais frequente do género feminino entre os povos do antigo próximo oriente.

Na mitologia romana, Angitia era uma deusa das cobras. Como as cobras eram frequentemente associadas com as artes curativas na antiga mitologia romana, crê-se que Angitia teria sido principalmente uma deusa da saúde. Foi venerada particularmente pelos Marsi, povo da Itália central como Angita. Tinha poderes de feitiçaria (como Hecate) e era um mestra na arte das cura milagrosas e herbanárias, especialmente no caso de mordeduras de cobras,. Atribuíam-se-lhe também uma gama extensiva de poderes sobre as cobras, inclusivamente o poder matar cobras apenas com um toque. Muitos romanos reivindicam que ela era igual a Bona Dea.[4]

Bona Dea = Roman fertility-goddess worshipped by women. She presided over both virginity and fertility in women. She was also a healing goddess with an herb garden in her Aventine temple. (…) Her name was possibly a translation of the Greeks' Agathe Theos, who was related to Hygeia.

Bona reporta etmicamente para Fauna e Agathe para Hecate! De facto, em mais do que um contexto se denota que as deusas da bruxaria foram também deusas de cura o que não pode espantar porque na origem eram todas curandeira!

Agathe < Haka | Caca < Kika |-Te > Hecate.

Hygeia < Hu | Ku < Ki | -Ge | < Ka| -| Ya < Sha < At =| Te

Angi- | Tia < Tea < Te < At | < Enki-At = Hecate.

                 => Angu(s)-tia = Sr.ª das Angústias.

 

Ver: FAUNA (***)

 

clip_image006

Figura 4: Higeia & Asclépio sob a protecção de Atena.

Se é verdade que Apolo era o deus masculino da medicina grega também é certo que a prática desta arte estava sob a protecção de Esculápio, supostamente filho de Apolo. Ainda assim, Atena, herdeira dos poderes que Inana roubara a Enki, era também uma deusa protectora das artes, particularmente as da magia e da medicina. Ora, da infinidade de epítetos que esta tinha desatacam-se os seguintes: Ergane e Higeia. Quer dizer que Higeia resultaria da autonomização dum epíteto de Atena.

Ora, para aceder à legitimidade do poder em regime patriarcal seria seguramente necessário tanto o recurso à arte da intriga política como o recurso às técnicas culinárias da produção de venenos e poções mágicas, artes aliás inventadas pelas mulheres, no segredo dos bastidores da cozinha, desde os primórdios da humanidade. Em parte este mito reflecte o preço feminino do fim do matriarcado.

A etimologia mais directa do nome de Higeia seria:

Hugieia <= Kuki-Eia, lit. «a filha de Eia/Enki».

No entanto, a conotação com todas as restantes etimologia do nome de deusas da saúde e o postulado simples «erre» mudo ser suficiente para implicar que muito mais possivelmente a verdadeira etimologia de Higeia seja a seguinte:

Higeia < Hugi-Eia < He®geia < Kurki-Eja > *Kertu-isha > Salket.

                                                    + Ana > Ergana.

La città di Andania, nella Messenia, fu sede di Misteri che avevano molta affinità con quelli di Eleusi, Tebe, Lemno, Samotracia e, in genere, con quelli che celebravano il culto delle Grandi Dee e dei Cabiri.  Le divinità venerate erano Demetra, Core (con l'epiteto di Hagna), i Grandi Dei o Cabiri, ed Apollo Corniolo. [5]

Core = Hagna < Kagina < Ki-kina

                         ó Hagi-ana ó Hagi-eia > Hegeia.

Claro que a relação das unidades de urgência com a Saúde Pública será uma realidade moderna. No entanto, é bem possível que a divindade que presidiu tanto à saúde como às urgências médicas tenha estado relacionada com ambas por intermédio da urgência que costuma ser o «trabalho» de parto! De facto, existem indícios de que, tanto a religião quanto a medicina, tenham surgido em torno de cultos matriarcais iniciados nas ilhas mediterrânicas, particularmente em Malta, em torno da necessidade de as parturientes neolíticas serem assistidas no parto! Os cultos da aurora seriam cultos da Deusa Mãe cretense *Kertu, que quotidianamente dava à luz o “deus menino”. Sendo assim, o epíteto de Atena Ergana estaria relacionado com as urgências deste esforçado e repetitivo “trabalho de parto”!

Ergana tem relação étmica incontornável com o termo latino da Urgência, senão vejamos:

Urgeo (less correctly urgueo ), ursi (perf. rare; past part. not found), 2, v. a. [Gr. Werg-, heirgnumi, to shut in; Sanscr. varg-, vargami, prevent; Germ. Merk; Engl. work] , to press, push, force, drive, impel, urge.

Germ. Merk < Melk < Mel-kartu => Kartu < *Kur-ki =>

*Kur-ki                 > Karki > Sanscr. varg-

*Kur-ki > Kaurki > Engl. Work.

*Kur-ki                 > Gr. Werg- > Heirg.

«Urgencia» < Lat. Urgen(-tia) lit. “a deusa (tia) Urguens”

< V(i)rguensa < Ver-Gin-(i)a > Virgínia.

O que se supõe serem raízes semânticas do verbo latino urgeo não são senão formas elípticas do nome duma deusa arcaica minóica que teria estado relacionada com o trabalho de parto e que teria tido nome de Virgínia, etimologicamente parecido com o de Ergana a partir do antepassado comum *Kurkina, que também teria sido antepassada de Ariadne, e suas variantes, e da celta Arduinna.

 

Ver: ARIADNE (***)

 

Estas deusas do parto da aurora seriam também por isso deusas infernais e, no caso da celta Arduina, seriam mesmo esposas do deus dos infernos e da aurora.

Arawn = The Welsh god of the underworld.

Arawn < Hara-Wen < Kur-Benu, o pássaro Benu” ó Wer-Gen

ó *Kurkina.

No que respeita a Hugeia importa apenas dar conta de que o verbo grego heirgnumi pode então conter a variante *Hergina do nome desta deusa. Então:

*Hergina < Hergi-ana = Ana *Hergi > Hergeia > Hur-Geia > Hugeia.

                                       > Ergana.

clip_image007

Figura 5: Higeia e o escorpião!

Hygêa or Hygîa (Hygieia), ae, f., = Hugeia, daughter of Æsculapius, and goddess of health. Her symbol was a serpent drinking from a cup in her hand.

From a number of passages in the texts of various periods we learn that Isis possessed great skill in the working of magic, and several examples of the manner in which she employed it are well known. Thus when she wished to make Ra reveal to her his greatest and most secret name, she made a venomous reptile out of dust mixed with the spittle of the god, and by uttering over it certain words of power she made it to bite Ra as he passed. When she had succeeded in obtaining from the god his most hidden name, which he only revealed because he was on the point of death, she uttered words which had the effect of driving the poison out of his limbs, and Ra recovered. Now Isis not only used the words of power, but she also had knowledge of the way in which to pronounce them so that the beings or things to which they were addressed would be compelled to listen to them and, having listened, would be obliged to fulfill her bequests. (…)

In the Hymn to Osiris it is said that Isis was well skilled in the use of words of power, and it was by means of these that she restored her husband to life, and obtained from him an heir. It is not known what the words were which she uttered on this occasion, but she appears to have obtained them from Thoth, the "lord of divine words," and it was to him that she appealed for help to restore Horus to life after he had been stung to death by a scorpion. --- [6]

 

Ver: SALUS (***)

 

Grande parte de toda esta especulação pode ser fundamentada no facto de o nome de Hugeia conter o nome das deusas primordiais da Terra-Mãe, *Ki-Gaia. Ora, as deusas da terra eram também deusas dos subterrâneos infernais do Kur, pelo que:

Se Ki º Kur, então: Hygieia º *Hyrgeia!

O importante de todas estas análises é dar conta de que mesmo Higeia se encontra relacionada com *Kertu, Istar e Salket. Mas, não menos importante é verificar que também na mitologia, ainda que se inventa mais do que se cria, ”nada se perde e tudo se transforma” e então, se o conceito dos trabalhos urgentes foi absorvido pelo epíteto de Atena Ergana, a verdade é que, entre os romanos, podemos encontrar este conceito precisamente no nome da própria equivalente latina de Atena, ou seja, em Minerva.

Minerva > «Minervina» => = Min-| Her-Ki- | Ana < *Hergina > Ergana.

                       Hárpia < Harphia < Harkia ó Hur-Kia > *Hu®-Geia > Higeia.

Figura 6: Aphrodite-Hygeia with Eros. Roman, from Asia Minor, A.D 100-200.

Os paradoxos da mitologia resultam mais de equívocos semânticos, por falta de informação dos contemporâneos, do que da falta de coerência do próprio sistema mítico. Quer isto dizer que a criança que acompanha muitas vezes Higeia seria de facto Hórus salvo por Isis da picada dum escorpião.

Assim, os antigos que identificaram esta faceta particular de Higeia com Afrodite não entraram em contradição com os que atribuem a Atena o epíteto de Hígea. Afinal, Atena e Afrodite seriam apenas a manifestação helénica da dualidade feminina intrínseca à Deusa Mãe (tão Virgem Imaculada quanto parideira, promíscua e prostituta) e que entre os canaaneus se manifestava na equivalência Anat/Astart.

Restaria apenas saber porque razão cobras e escorpiões acabaram associados com a mitologia da aurora na suméria enquanto no Egipto eram pictográfica e funcionalmente o mesmo que a deusas Higia, semanticamente aparentadas com N.º Sr.ª do Carque, em Resende, seguramente derivada da Deusa Mãe das cobras cretenses, *Kartu. Pois bem, Salket pode ter sido uma variante do nome de Anqet, na medida  em que, sendo Anquet apenas uma variante do nome de Isis na forma *Kiat, podemos propor:

clip_image008

Além do mais, esta equação étmica comprova o que se suspeitou noutros contextos: que Atena, porque foi também chamada de Minerva na região itálica teve no epíteto de Ergana o equivalente étmico desta tendo ambas sido afinal formas da Deusa Mãe das cobras dos cretenses de que as Hárpias foram uma das formas degradadas e vilipendiadas de perpetuação da sua memória.

 

Ver: ATENA GLAUKORIS (***) & MINERVA (***)

 

Higeia teria sido a primeira enfermeira mítica que, por ter sido a filha, esposa e mãe do deus Enki da sabedoria e das artes curativas foi a grande Deusa Mãe da terra, Ki ou Nincursage.

Nincursage < *Ninkur-Saphia > *Ninkur-Sábia?, então,

Gaia da Hagia Sofia, ou seja:

Higeia = Ki-| Geia < Gaya < *Ka(i)ki(a)!

clip_image009

Figura 7: Esculápio & Higeia.

Dito de outro modo, se os conceitos de «santidade & sanidade» andaram semanticamente ligados na língua latina pelo lado do étimo San-, seguramente pela via do conceito virtual Ki-Antu, «o campo santo» que dava a ressurreição à alma dos guerreiros mortos, esta mesma relação teria na Grécia o termo hugiês em relação com o nome da deusa Higeia.

Hugiês < hugiea (= «sadio») & hagios

> hosios (< «santo»).

Ora bem, Higeia só veio a ser a patrona da higiene por mera contingência semântica pois que dos 85 vocábulos que tem a língua grega para saúde nenhum deriva de hugiês o que significa que a relação com a medicina foi tardia e sempre pelo lado curativo inerente à deusa mãe da Natureza! Notar que assim sendo, Atena/Anat/Nut/Net, etc, não seriam mais do que as esposas do Sr. (e/= do Céu)!

Pois bem,

Enki-at = An + Ki-at/et = Anqet, lit «S.ª *Kiat»

= esposa de *Phiat/*Poth ou Toth/Ptah.

Assim, todas estas deusas podem ter sido apenas Anqet do mesmo modo que foi seguramente Hedetet, também esta "a Egyptian scorpion-goddess" e mera redundância de Anqet, já que

Hedetet = | Hedet < Hekat | -et.

Quer dizer que em momentos decisivos todas as minudências contam não sendo portanto despiciendas as diferenças ortográficas entre as formas gregas referidas acima. De resto, as provas da confirmação da teoria da grande unificação linguística primordial acabam por aparecer de todos os lados e das mais estranhas maneiras! Na verdade, para confirmar tudo isto bastaria encontrar na mitologia de Hegeia uma ligação com Artemisa, seguramente uma homóloga de Atena tanto mais que enquanto herdeira dos atributos de *Kima foi seguramente uma variante da Sr.ª da Saúde.

 

Ver: KIMA (***)

 

O elo que nos falta encontramo-lo no nome da deusa Hindu Lakshami.

Lakshami is the Hindu goddess of wealth and beauty.

Tem certas ressonâncias fonéticas com o deus babilónico Lahamu ou seja, poderia ser o feminino deste nome na forma Ki Lahamu.

Ki Lahamu ó Lakshami > La-Ki *Ashma

                          Lakshami < (U)Ra-Ki Shamas < *Kartu-*Kima => Artimes.

Neste caso revelaria antecedentes de arcaica deusa do fogo Ashma/Ashma.

A deusa grega deste trio que teria estas funções e as de guardiã da saúde seria Atena nome que no entanto nada tem a ver foneticamente com este. De facto, Lakshami tem semelhanças fonéticas com o epíteto Alalkomene (< | Alal > Ar | *Kima An), a protectora (da cidade ou saúde?), que aproxima também Atena de Artemisa. De resto, Artemisa era a gémea de Apolo, o equivalente do babilónico Shamas existindo a suspeita de estarmos perante um arcaico trio de gémeos (Artemisa & Apolo & Hermes) equivalentes dos arcaicos gémeos sumérios Lamashu.

 

Ver: GÉMEOS (***)

 

Near the statue of Diitrephes--I do not wish to write of the less distinguished portraits--are figures of gods; of Health, whom legend calls daughter of Asclepius, and of Athena, also surnamed Health. -- Pausanias, Description of Greece [1.23.5]

De facto, até Pausanias sabia que a deusa da Saúde seria um mero epíteto de Atena Hugieia que por ter sido a sempre virgem nunca teria tido filhos de Asclepio, a menos que este tivera sido um mero heterónimo de Apolo e aquela uma variante de Artemisa, pois que artem-ês, es, = «são e salvo» e artem-ia, hê, = «saúde e robustez»!

Se mais nenhuma comprovação existira de que Atena e Artemisa foram a mesma entidade mítica, alem da que resulta do facto de ambas as divas manifestarem quase a mesma personalidade, de teríamos esta prova linguistica a deixar para sempre a suspeita insuperável de que assim teria que ter sido! De resto, O epíteto Alalkomene de Atena, com o significado de «Protectora», mais no sentido sanitário que espiritual, como adiante se verá, torna iniludível o quanto Atena e Artemisa foram outrora a mesma entidade mítica.

Alalkomene = Alal + komene < | Alalu(a) < *Auraura, lit. «a Sr.ª da Aurora» < Aruru, Deusa Mãe dos guerreiros (sumérios) | + | Kau-Min, lit. «vaca soberana»? < *Kime An, lit. «dispenseira do céu» < Ki-Ama-An, lit. mãe da terrra e do céu =>

ð     Aruru-Ki-Ama-An = Deusa Mãe dos guerreiros da terra e do céu!

ð     *Auraura-Kau-Min = A Sr.ª da Aurora, (vaca) soberana!

ð     Ar(uru)-Ki-Ama(-An) + ish => Artemisa.

Como sinónimo desta função de enfermagem da divina Atena aparece o epíteto Hugieia (= a Sr.ª da Saúde! < *Kukikeia, lit. «a cozinheira dos deuses»?). Assim, a mesma relação minoica de Deusa Mãe com relação com as cobras e com as Gorgonas deve ser a explicação da variante Artemisa para o nome da deusa mãe. De facto, o papel virginal e infecundo de deusa da caça atribuído a Artemisa é seguramente uma heresia tardia que a antiquíssima tradição do santuário de Éfeso, um dos mais arcaicos locais de veneração da deusa mãe, acaba por desmascarar.

Artemisa (< Artemikia < Kar tem Isis).

Que Artemis tinha uma impiedosa faceta prova-o o mito do assassínio de Acteion (fig. 12). Claro que a semântica do nome de Artemisa [ Kart emi >*Artim ] nos reporta para os deuses marciais de que a deusa teria sido paredro enquanto foi Ki, a deusa mãe e que teve o nome de Artimpasa (< Artim Phaka < Artim | Kaka = KiKi => Isis|) entre os citas. Porém, um melhor esclarecimento deste nome pode surgir por comparação com o nome de Alquimedes (o primeiros presos políticos da história) e Arquimedes (< Ar Kime | thes < at es < ash |), de tal modo que acaba por nos ficar a sensação de que, dadas as qualidades de primeiro engenheiro físico da história desta figura, deve ter sido mais uma alcunha, na linha semântica de Kotharwa-Hasis, do que nome próprio.

 

ANQET

Anqet was the goddess of the island of Sahal, near the First Cataract of the Nile. She was shown as a woman who wears a crown of ostrich feathers. Her sacred animal was the gazelle. She was the daughter of Satet, the wife of Khnemu. Together, the three deities formed the Triad of Elephantine, the principal deities of that city. Anqet was originally a water goddess from Sudan.

clip_image010

Figura 8: Anqet = clip_image011 > Nebt

Her name meant, "to embrace" which was interpreted to mean that her embrace during the annual Nile floods fertilized the fields. Later, she became a goddess of lust, whose attributes and cult were obscene. However, her cult's original can be traced back to the Old Kingdom. She is closely associated with Nubia. She is not an imported goddess though. Her worship was common throughout northern Nubia and the center of her worship was the island of Sahal, near Aswan. There she was called the "Lady (Nebt) of Sahal” Anqet's temple at Sahal was called "Amen-heri-ab".

De facto, se Anquet foi nebt, Sahal pode ter tido nome a partir de variante Anquet

Anquet > neket > newet < Newiat < *Nephiat / Satet > Neftis.

Sacar > Sahal => Sahal + (Ne)wet > Sahal-quet > Saalket > Selket.

Anceta, Angita, Anagtia = Roman Triple goddesses of healing. Angitia = A roman snake-goddess(es) of healing worshipped especially by the Marsians.

Lat. | Angitia < An(a)gita < Anagtia > Anceta | < Enki-at, lit. esposa de Enki, o deus sumério dos mesh da medicina > Egipt. Anquet.

Aurita = Roman Healing goddess of earaches. Aricia = Roman A goddess of prophesy.

Aricia < *Kur-ikia > Haurita > Aurita

     «Sr. do Carque» > Karki-et ó *Kartu

                                                 > Salki-et > Salket

Em qualquer dos casos estamos perante variantes de deusas do nascer do sol! Claro que, até prova em contrário, a conotação de violência do termo sekhem poderia derivar da fama que a própria deusa emprestou ao termo e não o inverso! Porém, quase que Tiamat, Kali, as Gorgonas, Cíbele e Artemisa fizeram parte de um ciclo de deusas mães primordiais, guerreiras, terrificas e leoninas a que, sob o ponto de vista étmico se poderia juntar a deusa do amor hindu Lakshmi.

Ora bem, para se ir de Tiamat a Artemisa só seria necessário o seguinte:

Tiamat < Kur + Ki-Ama-At = Artemisa = Sekhmet + Kur.

Relembrando que uma das variantes do nome da deusa leonina dos Egípsios era Nesert podemos virtualizar o seguinte.

Ne(se)rt + (Se)khmet = Ne-(se)[rt + Khmet] = An-Her-khmet < (An) *Kur-Kime-at > Artemisa.

Assim, sabendo-se que esta deusa é tida como variante guerreira do tipo de Hera e Kali ela foi seguramente uma das percursoras de Artemisa pelo que poderia ter tido o nome de *Serkhmèt ou *Selkimet.

*Selkimet < | Selk < Serq < Serk |-et + Ama = Ker-ki (A)me-ash => Artimes.

Selket esposa e mãe de Sarko / Sacer / Osíris.

Sarko-ph(ago), lit. «o que transporta os fagos ou pedaços de Sarko / Sakar ou seja, de Osíris» ???.

A estas deusas da aurora primordial andaria associado Hermakhis, enquanto filho querido.

A noter que le nom Harmakhis désignait également à partir du Nouvel Empire le sphinx gardien des portes de l'autre monde. (...)

Harmakhis < Har ma kakis < Har mah Kis < Har Thi mahs

=> Artimes / Hermes.

Kemour = Divinité taureau d'athribis (chef-lieu de la Xè province (Nome) du delta du Nil, où il fut souvent assimilé à une manifestation du roi défunt Osiris.

Kemour - < Kime Ur > Ur kime => Artimes.

"Wurusemu, (Wuruntemu?), 'Sun Goddess of Arinna', 'mistress of the Hatti lands, the queen of heaven and earth', 'mistress of the kings and queens of Hatti, directing the government of the King and Queen of Hatti' This goddess is later assimilated with Hebat. She made the cedar land. She is the primary goddess in Arrina, with Taru as her consort. She is a goddess of battle and is associated with Hittite military victory. She is the mother of the Storm-god of Nerik, and thereby possibly associated with Ereshkigal. She aids in returning him from the underworld."[7]

Wurusemu < Wuri-Zimo, a «guerreira» do fermento

< An + Kar Kime + ish => Artimes.

Arinna < Har I(na)nna < Kar | Inanna = Nin An = En An, Sª Do Céu |

=> Kar me an > Karmina < «Carmen» > N.ª Sr.ª do Carmo.

Em Creta, esta deusa teria o nome de Ariadne no tempo de Teseu.

Ariadne / Hariath(a)ne / Kary Athen, conceitos que literalmente se pareceriam com o de «rainha de Athenas» ou, pelo menos, «rainha Athena» mas que de facto significaria apenas um dos nome de *Karia ou Kali, a esposa do deus sol, que era o deus Ka(u)r, e «fogo sagrado do Céu»!

 

Ver: ARIADNE (***)

 

Ora bem, o facto de Arinna, a rainha de Hatti, ser também chamada por Wurusemu (=> Artemisa), prova que, mais do que «deusa do sol», ela era, porque veio a revelar-se como sendo entre os clássicos a irmã de Apolo, a sua esposa e, portanto, deusa lunar, como, aliás, teria que ser enquanto Artemis.

Wurusemu, «rainha do país hitita» < Wur-us-hemu < Kur-ush-*Kima = Kar-*Kima-ush => Artemisa.

Em Portugal a festa outonal de St. Eufémia era outrora muito popular e era seguramente uma sobrevivência de cultos arcaicos à deusa mãe que teria tido por esta bandas da ibéria o nome de *Kaukimea, nome que nos reporta tanto para Enki como para a referência ao seu mítico privilégio de posse das tábua da lei (me) do distino.

Kaukimea < Ama + Kaukania > Aufaniae.

Aufaniae = Continental Celtic deities. They seem to have been matron-like figures.

 

SEKMET

Se com Maat nos ficávamos pelos domínios da salvação pela justiça com Sekhmet iniciamo-nos na salvação pela cura das maleitas físicas. Etimologicamente falando e como Maat = Met => Grec. Metis, podemos postular que:

Sekhmet = Sekh/Bast + Maat.

Ora, foneticamente aparentada com Sekhmet:

Sekhmet < *Ka-ki-ma-at > Ma-Ma-Ki-at foi

Shamhat = Ma-(Ma)-Ki-at º Ama Shakat > *Kakiat > Hepat / Hekate

=> Bast / Haphiat > Ptah!

Shamhat: Also pronounced Shakat, "voluptuous one, harlot" name of the prostitute sent to Enkidu. Probably belonged to the cult personnel of Ishtar's temple in Uruk.

clip_image012

Figura 9: Sekhmèt, a esposa de Ptah.

On attribue à ce couple la filiation d'un jeune guerrier: le dieu Néfertoum qui représenté sous la forme d'un lion devient un redoutable gardien des frontières. Sekhmèt qui signifie "la puissante" incarne les dangereux rayons du soleil à son zénith. Egalement " déesse de la guerre " Sekhmet est capable d'envoyer des maladies, mais aussi de les guérir, c'est pourquoi elle est la patronne de la médecine et des prêtres qui connaissaient l'art de guérir.

O nome desta deusa manifesta ainda as seguintes variantes:

Sekhmet, Sekhet, Sakhmet, Nesert.

A minha intuição é a de que esta deusa seria o equivalente semântico de Artemisa no Egipto, só que... falta um «erre» em quase todos este nomes pelo que nos ficaríamos apenas por uma variante do tipo *Kakiki-Maat > *Ishmet (=> Esménia/nio, um dos epítetos de Apolo), possível esposa de Eshmun, o deus Sumério da Medicina, e por isso mesmo suspeito de ser uma variante dum arcaico deus primordial, esposo de Tiamat.

Sekh-met, Sekh-et, Sakh-met => Sak (h-met) = Kaki-(*Kima)at = Ish-Tiamat, lit. «o poder do fogo da Deus Mãe Tiamat».

Having once unleashed her powers for the destruction of mankind, the Egyptians feared a repeat performance by Sekhmet.

Nesta parte do mito estamos seguramente perante uma metáfora do poder destruidor da Terra Mãe nos seus aspectos telúricos mais agressivos, como sejam as manifestações do vulcanismo e dos cataclismos naturais diversos e também os relativos às maleitas, sofrimentos e dificuldades várias da vida! A analogia funcional com Tiamat do mito da titanomaquia de Marduque é aqui mais do que evidente!

The Egyptian people developed an elaborate ritual in hopes she could be appeased. This ritual revolved around more than 700 statues of the goddess (such as the one to the left). The ancient Egyptian priests were required to perform a ritual before a different one of these statues each morning and each afternoon of every single day of every single year. Only by the strictest adherence to this never-ending ritual could the ancient Egyptians be assured of their ability to placate Sekhmet. She is generally portrayed as a woman with the head of a lioness surmounted by the solar disk and the uraeus. The name "Sekhmet" comes from the root sekhem which means "to be strong, mighty, violent".

Como

Nesert < Nezer-et (> Nazaré) <= Anaxaret < An Ishtar-at, então

=>, Sekh-met + Nesert = Ish-Tiamat + An Ish-tar-at = An-Ish (Kar + Kima)-At = An-At (Artem)-ish = Atena Artemisia.

Como nos parece mais do que evidente, estamos perante uma mera variante

 

SR.ª DA SAÚDE

Artemisia, wormwood, a. platutera, = Artemisia arborescens, a. leptotera, = A. campestris. 2. a. monoklônos, = A. scoparia.

Ambrosia, immortality, rare in general sense, elixir of life, as used by gods for food, etc.; as perfume; as unguent; as pasture for horses, etc.

Athanasia,  immortality. II. elixir or antidote, a. Mithridatou.Liddell-Scott-Jones Lexicon of Classical Greek

Com estes mesmos conceitos relacionados com os poderes mágicos do domínio do fogo obtido pela imolação do lenho da «arvore da vida», a Deusa Mãe andou relacionado a medicina nos aspectos correspondentes à preparação dos “elixires da longa vida, das poções mágicas e dos filtros de amor”, de cuja longa arte e repetida prática derivou a «farmácia».

«Farmácia» < pharmakia < Kar me ki(a) < Kar Ki me => Artimes.

Sabemos que a deusa Atena derivou a sua celebridade da devoção da cidade de Atenas à Virgem Mãe e que, por isso mesmo, não é mais do que um aspecto particular duma deusa do fogo. Como esta deusa é muito semelhante a Artemisa é interessante notar que a um dos epítetos de Atena foi Hugeia.

 

Ver: HIGEIA (***)

 

Hugieia < Kuki Geia, lit. a deusa mãe das artes mágicas do fogo e da culinária.

Claro que, tal como ontem e ainda hoje, eram as deusas mães que confeccionavam ao lume as tisanas e os xaropes que serviam de remédio balsâmico para as maleitas humanas. Assim sendo, o caduceu do saber hermético, que é o símbolo da medicina, revela-se uma justa homenagem à Deusa Mãe ao descrever duas cobras entrelaçadas.

clip_image013

Figura 10: As cobras aladas sumérias, os lamashu, que deram origem ao caduceu hermético.

clip_image015

Figura 11: Caduceu hermético e da medicina.

Reparando com mais atenção no desenho do vaso caldeus da Figura 8 ficamos a suspeitar que a origem remota deste símbolo do poder religioso e taumatúrgico da Deusa Mãe deriva duma mitologia ainda mais arcaica relacionada com os mitos da aurora dos cultos de «morte e ressurreição solar» onde as deusas cobras seriam os lamasshu do casal de gémeos primitivo e os dragões os equivalentes dos Aker do Egipto.

 

Ver: GÉMEOS (***) & ALVOR (***)

 

Este mesmo símbolo, enquanto keyron de Hermes revela-nos que este deus foi outrora um irmão gémeo de Apolo e o esposo adequado de sua irmã gémea, a deusa mãe Artemisa, tanto por razões fonéticas quanto funcionais. Dos gémeos primordiais Apolo herdou o lado solar do auróboro alado e Hermes, o caduceu!

Aliás, foneticamente falando, Artemisa estaria mais bem emparelhada com Hermes do que com seu irmão oficial, o deus Apolo.

O termo «remédio» (Lat. remediu), s. m. nome genérico de qualquer substância que pode debelar uma doença; • medicamento; não parece ter uma etimologia latina muito expressiva mas, a verdade é que «remediu(m)» < uremethium< carmenthiu < Kar me Antu => Artemisa ( => Ka Kar menthiu > «sacramento», unguento do deus Sacar).

Quer dizer que, por mera coincidência semântica ou por profunda relação etimológica, a Sr.ª dos Remédios é a mesma que a Sr.ª da Saúde e ambas variantes recentes da profunda veneração que a humanidade sempre teve pelos primeiros e mais eficazes cuidados que a Deusa Mãe sempre teve pela nossa saúde. Claro que uma das primeiras relações simpáticas que a humanidade teve com a saúde derivou do facto de Ter descoberto que a carne assada ou cozida não apodrecia tão depressa facto que lhe permitiu aprender a conservar carne assada em banha, fumada ou seca ao sol e depois salgando-a. Daí que o sal tenha sido considerado como «cal» com o poder do fogo ou como algo que confere à carne as virtudes que só o fogo lhe conferia. De qualquer modo, lidar com o fogo era um primeiro passo para os segredos da vida eterna.

Um dos epítetos de Apolo, irmão de Artemisa, foi Esmenian. Este deus grego foi médico tal como Eshmun era deus da saúde dos fenícios.

Esmenian < Eshmun < Ish mean < Ka (ur) kime ou Baalat Asclepius < Srª. Ishkur-akius, Ishtar filha de Enki/Ishkur?

 

Ver: APOLO (***) & N. SR.ª DOS REMEDIOS (***)



[1] Que terá dado nome à povoação de Cogula, no concelho da Meda.

[2] Sumerian - English Dictionary, ©1995-1996 Twin Rivers Rising

[3]"goal," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. The Concise® Oxford Dictionary,  9th Edition. (c) © Oxford University Press. All rights reserved.

[4] In Roman mythology, Angitia was a snake goddess. As snakes were often associated with the healing arts in Ancient Roman Mythology, Angita is believed to have been mainly a goddess of healing. She was particularly venerated by the Marsi, a people from central Italy (may be same as Angita). She had powers of witchcraft and was a master in the art of miraculous and herbal healing, especially when it came to snakebites. She was also attributed with a wide range of powers over snakes, including the power to kill snakes with a touch. Many Romans claim that she is the same as Bona Dea.

[5]LA DIASPORA ETRUSCA LA RELIGIONE DEI MISTERI,I Pelasgi e i Grandi Dei

[6] Egypt Home Page, Design, Layout and Graphic Art by Jimmy Dunn, an InterCity Oz, Inc. Employee.

[7] Hittite/Hurrian Mythology REF 1.2 --by Christopher B. Sirencbsiren@hopper.unh.edu last modified Mar. 13th, 1998: added a bunch of information from the first half of Hoffner.Mar. 29th, 1996: corrected some cross-reference links.

DEUSES DA SAÚDE – II, por artur felisberto.

clip_image001

Figura 1: Medicina & Cirurgia, ou o “namoro e a agressão”. Baixo-relevo de Herculano.

ESCULÁPIO.. 1

O MITO DO ROUXINOL DE PROCNE. 2

ESCAPULÁRIO.. 5

QUARESMA.. 7

 

ASCLEPIO

Apollo begot him by a woman named Coronis, whom he killed when he found she had been unfaithful to him.

(The Greek noun "korone" refers to a seabird, possibly the puffin, but also to the "crow"; how this enters the storyline is not clear. One thinks of Penelope being derived from "penelops" = «duck»; wild waterfowl are monogamous.)

Teria sido "korônê" a derivar do nome da mãe de Asclépio ou pura e simplesmente teria sido o pássaro marinho a receber o nome da deusa a quem teria sido dedicado? Todos sabemos o quanto a nomenclatura corrente das coisas da natureza varia de língua para língua, e, mesmo dentro do mesmo dialecto, de terra para terra pelo que derivar nomes genéricos de coisas comuns é muito arriscado! Ora, a lógica racionalista da etimologia clássica pretende ir mais longe na blasfémia ao ousar pensar que é o nome das coisas que determina o nome dos deuses, a quem estas são consagradas!

Coronis < Kor-An-ish, lit. «jovem filha do Senhor» < Ish-Tar(-Ana).

De facto, Coronis é, nem mais nem menos, Istar, a deusa taurina e rainha do céu, filha predilecta do deus Enki, razão pela qual se entenderia esta relação de "korônê" com as aves marinhas!

Do mesmo modo podemos encontrar nesta história uma referência mal contada ao crime cometido no santuário da deusa mãe em Delos onde Apolo matou a cobra Piton numa referência indirecta ao triunfo do paternalismo sobre o domínio matriarcal dos deuses vulcânicos de Creta, equivalente da gigantomaquia de Marduque.

Porém, este foi apenas um dos significados deste termo que, aliás, nem é sequer o único pois foi também nome de pássaros como o «corvo» e o «rouxinol». Ora, da semântica do nome do Corvus cornix poderia inferir-se que derivaram alguns mitos relativos às aves agoirentas conotadas com as Harpias enquanto aves de transporte das almas.

Harpias < Kar-ki > Kaurwi + us > Corvus, mensageiro de deus  > «corvo».

Esculápio < Asclepios < Ish-Kur-Oephius, Iscur, a cobra de Enki!

 

O MITO DO ROUXINOL DE PROCNE

Procne, filha dos reis míticos de Atenas, Pandion & Zeuxippe, casou com Tereu, filho de Ares, rei dos Trácios que ocuparam Daulis dos Focios, e de quem teve um filho denominado Itys.[1],

clip_image002

Figura 2: Asclépios.

Entretanto um oráculo predisse que Itys morreria dum crime sangrento cometido pelas mãos dum parente. Tereu pensou que este seria o seu irmão Dryas para ocupar o trono em sua vez, pois esta era a baixa política mais comum desses tempos, pelo que o matou à machadada!

Tereu, tendo-se apaixonado pela sua cunhada Filomela, irmã mais nova de Procne, veio a repudiar a esposa a quem cortou a língua e mandou viver numa cabana entre os escravos, vindo a espalhar o boato da sua morte. Este ardil resultou tão bem que os seus sogros, em sua substituição, lhe deram a irmã que este desejava com uma paixão não correspondida. Procne bordou na barra duma saia, que mandou entregar à irmã Filomela, a mensagem secreta «Procne esta entre os escravos»! Filomela, foi ao encontro da irmã que libertou e colocou ao corrente do que se passava! Procne, em cumprimento da profecia matou o próprio filho, que, para se vingar do marido indigno, cozinhou e, com a cumplicidade da irmã mandou dar a comer a Tereu, não sem entretanto fazer com que este se apercebesse de que o gosto estranho da carne que comia provinha do corpo do próprio filho!

Com o mesmo machado com que matara o irmão Tereu perseguiu as duas irmãs que, diz o mito, este teria morto se os deuses não se tivessem apiedado transformado aos três em pássaros quando aquele estava quase para as apanhar.

 

Ver: HARPIAS (***)

 

Do mais cantado dos pássaros, o «rouxinol» (Erithacus or Luscinia megarhynchos) da Bela Aurora se pode suspeitar que seria uma das almas do filho de deus, Megarintos, o grande Intu dos incas, o sol-posto nas grandes cavernas funerárias das entranhas de *Ama-Kaur-Ki-Antu, a Deusa Mãe da Aurora.

«Rouxinol» < Prov. rosinhol < Lat. * lusciniolu < Luscinia-ulu º

*Urisha-Nerio < Ur-Kiki-Urano º Urki-Kurano

O nome do casal seu pai onde Pandion é uma óbvia referência ao arcaico deus Pan, enquanto Zeuxippe seria apenas a esposa de Zeus, e Itys «o fogo, ou filho do sol»!

Zeuxippe < Zeux- | phiphe < Kiki |.

Itys < I(n)thush < *U(n)to-ish.

Ressonâncias óbvias com este arcaico mito solar podemos encontra-las no epíteto Daulia Korone, o rouxinol de Daulis dado a Procne, heroína lendária da fundação da cidade de Atenas, com muito mais de mítico do que com algo de histórico. Desde logo, a semelhança do nome de Procne com o de Afrodite.

Procne < Phrokina < *Ka-Phur-Ana < An-Kaur-Ki(ki) => Afrodite.

Filomela < Phylo + Mela, lit. «a amiga da senhora», por isso, não necessariamente irmã de Procne mas quiçá apenas cortesã da corte de Tereu!

«Andorinha» < Lat. * hirundina < *Kur-Enkina = An-Kur-Anu > Sumer Anduruna, morada celeste onde os deuses se divertem.

Claro que a lenda pode ter algo de verosímil mas está seguramente contado à luz do enquadramento retórico duma de entre muitas mitologias em voga, de cultos de morte e ressurreição solar! Evidentemente que o que terá acontecido foi uma tragédia lendária na forma dum duplo homicídio seguido dum suicídio. As almas destes infelizes, mortas por «loucura divina», transformaram-se em aves de “transporte das lamas” que permitiram aos sacerdotes inventar um mito explicativo para a origem de três espécies de pássaros:

Tereus, tornou-se numa «poupa», Filomela, numa «andorinha» e Procne, num «rouxinol», que foi o pássaro cantor (aêdôn) da alvorada desta lenda!

Porém, o significado mais provável de "korônê", implícito no nome da mãe de Esculápio, deve ter sido o genérico relativo a «tudo o que era curvo ou arqueado» tal como era o caso das «coroas» de louros de que teria derivado o latino corona. Ora, o facto de existir na língua grega o termo korônis (idos, hê, acc.) com o duplo significado de:

1.    bico de cajado: (portanto, geralmente, curvo, in Hom.)

2.    cornos de vaca retorcidos, (Theoc.25.151.) = Korônios (= nome dum monte em Knossos) permite-nos a suspeita de que tudo começou como epíteto sagrado da Deusa Mãe enquanto a grande Vaca Sagrada do céu dos cornos recurvados como o crescente-lunar, tal como Athor e Ishtar.

Sendo assim, a mãe de Esculápio foi Ishtar o que nos permite a suspeita muito mais grave de que estamos diante dum mito tardio resultante dum compromisso ideológico entre duas tradições sobre o deus da medicina. Uma relativa a Apolo da linhagem dos Apkallu, os sábios semideuses filhos de Enki. Outra directamente ligada a Esculápio que, enquanto Escur-Enkio, seria *Kurisco, que foi a primeiro a cobra solar alada do caduceu sacramental do próprio Enki, que, feito Hermes, o deus que quotidianamente salva da morte a almas do sol-posto! Mais tarde *Kurisco seria o nome grego para toda e qualquer «fulano».

«Fulano» < phurano < *Kaurano > Kyron > Quíron!

«Centauros» < Kian-kaur-ish < *Ki-An-Kur-Kikus.

Em boa verdade Quíron aparece no mito apenas para reunificar a relação do bom centauro com o sub-mundo dos infernos onde Enki foi Pan, o pai de todos os «Centauros».

 

ESCULÁPIO

clip_image003

Figura 3: Asclépio, a versão romanizada de Esculápio.

Conta a lenda de Esculápio:

Sorry for what he had done, Apollo decided to save the child Asclepios, and entrusted him to the care of the wise centaur, Chiron, from whom he learned the art of medicine. At the wish of Artemis, Asclepios restored Hippolytos to life, angering Zeus who slew him (a sad setback for medical art!), upon which Apollo killed the Cyclops who were the volcano-smiths of Zeus' weaponry.(...)

Como se vê o mito de que Apolo teria morto a *Kafura sagrada da deusa mãe repete-se ora como Piton ora como Ciclopes. E nós a pensar que tinha sido Ulisses a cegar este monstro!

For this crime he was forced to do ritual penance as servant to a local king Admetos (< Thamatus < Tiamat-us), who was slated to die unless he could find someone else to take his place. (From this point on the extant play of Euripides provides us with the basic facts.)

Cyclops < Ki-Kur-Opus < Kikur Ophis, as cobras *Kiphuras, as sagradas operárias do fogo dos infernos.

 

Ver: HERMES PROPILEU / CÍCLOPES (***)

Alcestis, the wife of the king elects to die for him, and does so, but Heracles, an unexpected and rather riotous guest in the house, dives down to hell and brings her back, thus usurping the role of Asclepius to some degree.

A metáfora da especialização:From this exaggerated melange of inconsistent story-telling, we can abstract these facts: Apollo is the original medical healer, but when his role shifts to new areas (forgiveness for sin at Delphi, archery, justice, music, literature and so forth), Asclepius is invented to take over his purely medical functions. The connection with the centaur, who is a stock nursemaid and instructor to various young heroes, is interesting and probably has further meaning. But Asclepios can not save himself, and dies by violence, which is a symbolic way of stating the truth that no medicine is proof against death. Yet his name persists in Greece as the curator of medicine, his great temple at Epidauros was for centuries a center for healing, and he lives on through the ages in Greco-Roman society as the ultimate medical authority. -- ancienthistory.guide@miningco.com

 

ESCAPULÁRIO

(de Nossa Senhora do Carmo)

«Amuleto» < Lat. amuletu < amuretu > *armeto, lit. «pequena arma» (de protecção individual como as armaduras, os capacetes e os escudos mas, neste caso, de natureza mágica) < Karmatu < Kar Ama Chu => Kar *Ashma.

clip_image004

Figura 4: Ara Pacis: crianças da família de Augusto com as bulla carma ao peito.

«Amuleto» ( =• s. m. «talismã»; • objecto que os supersticiosos usam ou trazem consigo por julgarem que os preserva de desgraças ou malefícios).

Ver: *ASHMA (***) & MACHA (***).

 

Outra curiosidade semântica de interesse é o que relaciona o escapulário com as escápulas aspecto que nos deixa a suspeita de que o escapulário teria deixado de ser uma protecção de guerreiros para passar a ser protecção de escravos dos templos que magoavam os ombros durante árduos trabalho de transporte de carregos aos ombros em campos santos ou quiçá durante a construção de Pirâmides e Zigurates.

Em qualquer dos casos estes amuletos vieram até aos nossos tempos não apenas na forma dos catolicíssimos «escapulários de pano»[2].

clip_image005

Figura 5: O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

A palavra "escapulário" remete à peça de roupa usada pelos monges durante o trabalho manual. Com o tempo tal peça começou a simbolizar o "carregar a cruz com Cristo", diariamente. Tornou-se sinal de serviço gratuito e da dedicação dos Carmelitas a Maria, expressão de confiança em seu amparo maternal. O escapulário de Nossa Senhora do Carmo tem suas raízes na tradição da Ordem e exprime o compromisso de seguimento a Jesus Cristo, como Maria, o modelo perfeito de todo cristão.

clip_image007

Figura 6: Escapulário dos monges do Carmelo.

Um conceito relacionado com a sobrevivência em situações arriscada como eram as primeiras actividades guerreiras dos jovens iniciados nos «ritos de passagem» quaresmais era a imposição nestes rituais de «meios de protecção individual» que vieram até nós na forma de «escapulário»!

«Escapulário» < Lat. * scapulariu < scapulla, espádua. s. m. tira de pano, pendente do pescoço, usado por certos religiosos e religiosas que o trazem por cima do hábito; < • atadura larga para comprimir emplastros ou parches.

Dito de outro modo, é o habito dos carmelitas que copia hábitos mais ou menos mágicos de «amuletos» e charmes antigos que já então seria menos mágicos e mais fisicamente medicinais como teria sido o caso das «bulla carma» dos latinos que eram pequenos sacos em forma de bola (< bulla) cheios de ervas medicinais, cujos poderes curativos não seriam menores do que os modernos placebos da medicina clássica ou os medicamentos homeopáticos que, se bem não fizerem raramente mal fariam!

Um aspecto semântico interessante é o que relaciona estes instrumentos de medicinas arcaicas, então menos alternativos do que hoje, com a N.ª Sr.ª do Carmo e com do monte Carmelo, seguramente uma reminiscência de antigos cultos fenícios naquele monte da palestina não tanto a Baal, como supunha Elias, mas a sua esposa Anat, variante do nome de Artemisa. Se teriam existido ou não «fontes santas» naquele monte ignoramo-lo mas existem ainda no Caramulo, montes lusitanos de nome parecido.

A relação do nome do Carmelo com Artemisa deve passar pelo nome da cidade de Carquemiche.

 

Ver: TALÁBRIGA (***) & *KIMA (***)

 

clip_image009

Figura 7: Extraida da Edição Microsoftâ Ancient Lands.

De resto, o próprio termo «talismã» nos reporta para a «Quaresma».

«Talismã» < • Ar. tilasm, figura mágica < Gr. télesma, rito religioso < teresme < Kar *ashma > «quaresma» < quahresjma < quathresjima < Lat. quadragesima ??? = "s. f. os quarenta dias que vão de Quarta-Feira de Cinzas até Domingo de Páscoa."

In Latin the term quadragesima (translation of the original Greek Τεσσαρακοστή, Tessarakoste-, the "fortieth" day before Easter) is used. This nomenclature is preserved in Romance, Slavic and Celtic languages (for example, Spanish cuaresma, Portuguese quaresma, French carême, Italian quaresima, Romanian pa(resimi, Croatian korizma, Irish Carghas, and Welsh C(a)rawys).

 

QUARESMA

Seria muito estranho que entre o arcaico conceito mítico *Ashma e a «Quaresma» não existisse mais do que uma mera coincidência de cruzamento de cadeias etimológicas.

Whence, then, came this observance? The forty days abstinence of Lent was directly borrowed from the worshippers of the Babylonian goddess [Astarte / Ishtar]. Such a Lent of forty days, "in the spring of the year," is still observed by the Yezidis or Pagan Devil - worshippers of Koordistan, who have inherited it from their early masters, the Babylonians.

Such a Lent of forty days was held in spring by the Pagan Mexicans, for thus we read in Humboldt, where he gives account of Mexican observances: "Three days after the vernal equinox .... began a solemn fast of forty days in the honour of the sun."

Such a Lent of forty days was observed in Egypt, as may be seen on consulting Wilkinson's Egyptians.

Among the Pagans this Lent seems to have been an indispensable preliminary to the great annual festival in commemoration of the death and resurrection of Tammuz, which was celebrated by alternate weeping and rejoicing, and which, in many countries, was considerably later than the Christian festival, being observed in Palestine and Assyria in June, therefore called the "month of Tammuz;" in Egypt, about the middle of May, and in Britain, some time in April. To conciliate the Pagans to nominal Christianity, Rome, pursuing its usual policy, took measures to get the Christian and Pagan festivals amalgamated, and, by a complicated but skilful adjustment of the calendar, it was found no difficult matter, in general, to get Paganism and Christianity -- now far sunk in idolatry -- in this as in so many other things, to shake hands.

Originally, even in Rome, Lent, with the preceding revelries of the Carnival, was entirely unknown; and even when fasting before the Christian Pasch was held to be necessary, it was by slow steps that, in this respect, it came to conform with the ritual of Paganism. What may have been the period of fasting in the Roman Church before the sitting of the Nicene Council does not very clearly appear, but for a considerable period after that Council, we have distinct evidence that it did not exceed three weeks. The words of Socrates, writing on this very subject, about A.D. 450, are these: "Those who inhabit the princely city of Rome fast together before Easter three weeks, excepting the Saturday and Lord's day." But at last, when the worship of Astarte was rising into the ascendant, steps were taken to get the whole Chaldean Lent of six weeks, or forty days, made imperative on all within the Roman empire of the West. The way was prepared for this by a Council held at Aurelia in the time of Hormisdas, Bishop of Rome [514-523], about the year 519, which decreed that Lent should be solemnly kept before Easter. It was with the view, no doubt, of carrying out this decree that the calendar was, a few days after, readjusted by Dionysius.

Source: The Two Babylons, by Alexander Hislop, second American edition, 1959, published in America by Loizeaux Brothers, pages 106, 107.

Se é verdade que alguns mestres dizem que cerca de 75% dos rituais da Igreja católica romana são de origem pagã então a «Quaresma» deveria ter sido uma rito tão arcaico como possível e seguramente foi a Páscoa.

Digamos mesmo que a quarentena de dias que precedia a Páscoa correspondia ao tempo de tirocínio que permitia preparar os jovens neófitos para os «ritos de passagem» do solstício da primavera.

Secondly, deified by his descent to the Underworld, Dumuzi then stands between man and the gods, between life and death as the archetypal Dying and Resurrected God. His fate in this context is identified with the annual death and resurrection of vegetation outside the irrigated land. In Mesopotamia, for a few months in non irrigated areas, a temporary desert may become real for a short while. This seasonal connection is confirmed by the astronomical position of Dumuzi. The Bull of Heaven ( = Dumuzi = Taurus) disappears for six weeks below the Sumerian Horizon (from January to March, the beginning of the Sumerian year). As we know from various cultic calendars, the partial disappearance of Dumuzi was also celebrated in a ritual journey which seems to have lasted half a year. Dumuzi started from the Elamite mountains, proceeded to Lagash and via Apisala to Enlil in Nippur. After a stop-over in Umma, he went on to Uruk and presumably Eridu until he reached the temple of Geshtinanna in Zabalam. -- Dumuzi (Tammuz),Lord Of Love And Fertility, The Divine Bridegroom, By Lishtar

 

Ver: GRIFOS (***)

 

O festival de Inti Raymi em honra do deus sol, (...) acontecia durante o solstício de inverno que estava ao redor de 24 de junho no Império incaico. O festival acontecia em Cuzco e era assistido pelas quatro nações de Tahuantinsuyu.[3]

Inti | Raymi < Urasjmi < Urash-Ma < Kur-*ashma > Quaresma |.

Sabendo que Urash era um dos nomes sumérios do sol e de Tamuz fica assim explicado o nome da quaresma enquanto sendo o arcaico festival em que a Deusa mãe chorava tanto a morte do sol morto do solestício de Inverno como as dores de Parto do solestício da Primavera.

Assim sendo a importância ritual e religiosa deste conceito deve ter sido tão antiga e universal como aparenta ter sido! Ora, em francês a «Quaresma» é Carême, termo este muito mais próxima de Kar-*ashma! A verdade é que é também na Páscoa que se confirmam os votos do baptismo por meio do «crisma» (<Lat. crisma < Gr. chrísma, óleo de ungir, perfume, unção, que é quase um creme medicinal em francês, pois se chama chrême nesta língua!) o sacramento que confere «carisma» (< Lat. charisma < Gr. chárisma, favor, graça). Se de facto encontramos pontes étmicas entre Kar *ashma e diversos ritos sacramentais do período que vai do «Carnaval» (< It. carnevale ???) à «Páscoa» (< Lat. pascha < Gr. páscha < Hebr. pesakh, = passagem) porque não haveríamos de aceitar como sugestivas as eventuais relações deste conceito mítico virtual com a etimologia da «Quaresma»?



[1] http://www.geocities.com/Area51/Orion/3983/Myths/TereusM.htm

[2] como ainda na forma dos que eram usados, para protecção do seu quarto, da sua casa e dos seus, pela minha avó paterna do concelho de Lamego, na forma de rosários em pequenos sacos de pano perfumado com relíquias e terra sagrada de capelas e santuários visitados na sua longa vida de romeira. Enfim, todos somos apenas romeiros nesta vida!

[3] The festival of Inti Raymi, which honours the sun-god, (…) The festival of Inti was held during the winter solstice, which was around June 24 in the Incan Empire. The festival was held in Cuzco and was attended by the four nations of Tahuantinsuyu. Wikipedia, the free encyclopedia.