Actualização de 16/03/2016 do texto
DEUSES DO ANTIGO EGIPTO – NUTE, TEFNUTE
& NEIDE (***)
Figura 17: Neide, a mais
máscula das deusas machas e referencial das deusas “virgens mães” da caça e da
guerra como Atena e Artemisa, aparece aqui alada e
ictifálica como Min, na qualidade de
deusa criadora e autogerada, e ainda ladeada pelas cabeças da deusa leonina da
vingança de rá, Sekmet, e pela cabeça da deusa abutre do baixo Egipto Nekhbet,
uma deusa pré-dinástica que ajudava nos nascimentos reais e divinos mas aqui
com a coroa vermelha do baixo Egipto que as deusas Amonet e Neit poderiam
também usar esta.
Por outro lado, o mito do estranho nascimento de Atena a partir da cabeça partida de Zeus era também o resultado dos equívocos compromissos teóricos a respeito de teorias cosmológicas arcaicas contraditórias!
Neit é sem dúvida uma das divindades egípcias mais antigas. Divindade oficial do Baixo Egipto, a cidade de Sais era considerada como a sua casa, sendo obviamente o centro do seu culto. Por estas razões ostentava frequentemente a coroa vermelha do Norte, sendo o seu santuário de Mênfis conhecido pelo nome de «O Muro do Norte» (1) . O seu epíteto de Tehenut, «A Líbia», sugere que era provavelmente originária do Oeste, o que coincide com a zona do Delta onde o seu culto se fixou. O facto de haver na Líbia uma deusa com atributos guerreiros contribui para sustentar a hipótese da sua origem estrangeira (...)
Avaliando a frequência com que estes símbolos surgem, podemos considerar Neit uma das divindades mais importantes dos primeiros tempos. Contudo, a sua importância parece desvanecer-se à medida que a época histórica avança, não só na simbologia presente na tumulária dos primeiros reis, como na própria ideologia régia, assumindo posições secundárias ou de mero suporte, acabando quase por desaparecer logo após o Primeiro Período Intermediário. (...)
Todas estas alterações cultuais que se verificam entre o III e o II milénio no antigo Egipto estão articuladas com a emergência de um Estado unificado e a legitimação e centralização da estrutura real. A estabilidade da monarquia, bem como a existência do próprio Egipto, dependiam de um protocolo que legitimasse o rei para poder governar sobre as Duas Terras. A teologia de Estado que se vai elaborando exclui todas as divindades que não lhe são favoráveis, e o eclipse de Neit é disso apenas um bom exemplo, sobretudo se for considerada a hipótese de ter sido uma rainha deificada e derrotada com a unificação. -- NEIT NA IDEOLOGIA RÉGIA DO EGIPTO. A EVOLUÇÃO CULTUAL E O PROCESSO DE LEGITIMAÇÃO DO PODER REAL NO PERÍODO ENTRE O III E O II MILÉNIO A. C., Por Maria João Machado.
Figura 12: Emblems of Neith in serekh of a queen. Estes emblemas são óbvias estilizações florais de um arco e duas flechas.
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Figura 13: Estela pré dinástica com a representação proto hieroglífica do nome de Neide.
Notar que em ambas as representações aparece um pássaro que já seria seguramente o precursor do mocho de Atena enquanto “animal de transporte” das almas dos mortos a que as deusas da «noite» e do caos primordial sempre estiveram associadas, por várias razões míticas mas também por semelhança formal da noite com o luto da morte solar!
Um aspecto interessante dos hieróglifos emblemáticos de Net é o de que a estilização das setas cruzadas pode ter permitido a evolução para o conceito do «quiasma» relativo às deusas do fogo quer por relação com uma simbologia do X relacionado com Ki-Ki, a dupla terra, taui, do alto e baixo Egipto, quer com a Deusa Mãe do “duplo orifício”: a «vagina» e o «ânus»!
Mais interessante ainda nesta estela é ela revelar de forma inesperada, o que se pretende demonstrar por contexto mítico, que Neide também esteve na origem relacionada com conceito criador dos deuses das águas abissais representado pelo hieróglifo da cobra serpenteada e ainda presente no nome de Aten !
A verdade é que sendo o hieróglifo = N, pictograma de Nun, a cobra do mar primordial, deveria fazer parte da versão recente do nome de Net, e não faz, seguramente porque o “saco de setas” era o emblema que indicava imediatamente a deusa caçadora em causa.
Porém, como se comprovou na referida estela pré-dinastica, nos tempos arcaicos da história pré-dinastica do Egipto a “cobra de água” teria feito parte do nome desta deusa caçadora. Ora esta relação pictográfica entre Net e Nun não pode ser fortuita nem meramente ortográfica.
Figura 14: Net. Notar o aspecto guerreiro desta deusa igual ao de Atena / Diana "the mother, of whom no one is master".
Neith = Golden Dawn, Thoum-aesh-neith, it is believed that she was originally a goddess of war (due to the bow and arrows imagery) and may have become later a goddess of weaving (when wearing the shuttle). Revered as a goddess of wisdom, identified with Athena by the Greeks;
In later traditions, the sister of Isis, Nephthys, and Selket, and protectress of Duamutef, the god of the stomach of the deceased.
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Thoum-aesh-neith < Atum-ash-Neut, literalmente Anat o fogo (-ash > -at) do sol Atum?
A relação solar de Net < Anet > Aten, viria a reencontrar-se no nome do disco solar, Aten. Ora, ao falarmos da deusa do sol de Arina a propósito da etimologia de Atena verificamos que esta deusa ática teria sido uma deusa solar porque relacionada com o sol de quem seria a mãe primordial e na verdade porque estaria relacionada com o deus luvita Is-tano e, de facto, com o deus egípcio do disco solar, Aten, a cobra alada que transportava o sol e que formava um disco quando devorava a própria cauda como o ouróboro, a pescadinha de rabo na boca da astrologia, tal como se suspeita duma arcaica relação entre Poseidon, o deus que veio a ocupar o lugar do deus supremo da talassocracia cretense, e Atena, a evolução civilizada da deusa mãe das cobras cretenses por intermédio de Atana Potinija, também no caso de Net se suspeita que tenha sido esposa de Nuno.
Figura 15: Salquet e Net
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Mother of the crocodile god Sobek. Her largest temple, Sapi-meht, was located at Sais, the capital of the fifth nome of Lower Egypt. In Upper Egypt, she was portrayed with the head of a lioness. Here her husband was Khnemu, the ram-headed creation god of the
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Figura 16: Net e Isis.
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Por ser representada com cabeça de leoa era uma variante de Sekhmet e logo esposa de Ptah.
First Cataract, and her son was Tutu, a form of the god Shu.
It may be noted that as Khenmu-shu absorbed the attributes of Nu, Ra, Ptah, Thoth, etc., so several great goddesses, besides those already mentioned, were identified with his female counterparts, e.g., Nut, Net, < Neith < *Neut < *Newetu > Nebuut, etc.
She was self-produced and the Egyptians believed she was of both a masculine and feminine nature. It was said that Neith gave birth to Re while she was still in the waters of Nun. Neith was the protectoress of Duamutef, the guardian of the deceased's stomach.
Dito de outro modo, tempos houve em que Nu = Ra => Urano.
Ptah = Thoth => Neptuno, todos variantes de Enki.
In Upper Egypt, she was portrayed with the head of a lioness. Here her husband was Khnemu, the ram-headed creation god of the First Cataract, and her son was Tutu. Tutu was a form of the god Shu.
Então, Ptah não só absorveu os atributos de Khnemu / Chu como era seguramente uma variante heteronímica do mesmo deus criados que ambos eram.
De qualquer modo, o realce na natureza aguerrida e caçadora de Net não pode deixar de ser uma consequência da ênfase que passou a ser dada ao componente masculino duma Atena implicitamente bissexual enquanto Virgem Mãe primordial, herança esta que já vinha dos tempos em que os povos do mar Egeu partilhavam Atena com a Neide dos Egípcios. Por tudo isto Net não passava de uma mera variante pós dinástica da mesma arcaica Deusa Mãe das águas primordiais de que iriam derivar pelo menos três variantes relativamente autónomas conhecidas. Net, a deusa da caça equivalente de Atena, Nut, supostamente a filha de Shu & Tefnut é a mais adequada potinija egípcia e Nunet a esposa oficial de Nun.
Nunet Egyptian goddess of the ocean. <= Naunet An Egyptian goddess who representes the primordial abyss of the underworld. Her male counterpart, as well as her consort, is Nun. In the cosmogony of Hermopolis she was a member of the Ogdoad of eight primordial deities.
Esta variante da mitologia Egípcia confirma a suspeita que se irá repetir a respeito dos equívocos de Tefnut, que Neide deveria ser Nut.
Antu ⬄ Anta ⬄ Anat > Atan > Atena.
Net <Neith < Neit < Neut < *Newt < Nwt > *Nwit > Nuit > Nut.
Saïs (en grec ancien: Σάϊς, ou Sa ou Saou ou Zau ou Sau en ancien égyptien) se situait sur la branche canopique du Nil dans le delta occidental.
Figura 18: A stela with text recording a royal decree stating that a tenth of the taxes collected on imported goods should be donated to the temple of the goddess Neith in Sais, Nectanebo I, Late Period.
Neb-t Sau = Lady of Sais, i.e., the goddess Neith (...) a self-produced perpetually virgin-goddess,who gave birth to the Sun-god; originally she was a goddess of the chase. The centre of her cult was at Sais where she had the four forms:
Net Hetch-t, Neith of the White Crown.
Net Sher-t, Neith the maiden.
Net tha, Neith of the phallus.
Net Tesher-t, Neith of the Red Crown.
De qualquer modo o culto de Neide em Saís revela uma faceta desta deusa guerreira desconhecida em Atena. Ali era a deusa mãe “vaca” que tinha servido de matriz onde o deus Rá se auto gerou...deixando assim Neide como uma eterna Virgem Mãe como Atena...e a Virgem Maria.
No extremo sul do Nilo Neit era recordada e adorada na cidade actual de Esna e que foi originalmente Iunyt ou Ta-Senet.
No Antigo Egipto, Esna recebia o nome de Iunyt ou Ta-senet; os gregos deram-lhe o nome de Latópolis, relacionado com o facto de ali se adorar o peixe perca (Lates niloticus). Este peixe era abundante nesta parte do Nilo na Antiguidade, figurando em várias esculturas da deusa Neit. Na zona ocidental da cidade existia mesmo um cemitério onde se enterrava o peixe sagrado.
O nome egípcio Ta-senet deu origem à Sne na língua copta, que por sua vez esteve na origem de Isna em árabe, actual nome da localidade. (...)
No centro de Esna, a cerca de duzentos metros do rio, encontra-se um templo dedicado ao deus Khnum, à deusa Neit e ao deus Heka, bem como a outras divindades menores.
Se a cidade de Neide em Esna era Junite, a cidade da deusa Juno ou da esposa de Khnemu / Chu, era também mais explicitamente Ta-Se-Net, literalmente a (ta) terra sede (se) de Neide.
Ta-senet = Terra de Senet < *Ish-Net > copt. Sne > Isna.
Iunyt < Junet < < Xunet > Junet > Jana, esposa de Jano.
Ta-senet = Terra de Senet < *Ish-Net > copt. Sne > Isna.
Iunyt < Junet < < Xunet > Junet > Jana, esposa de Jano.
Tânis (Τάνις), é o nome grego dado a cidade de Dja-net do Antigo Egito (...) localizada a nordeste do delta do Nilo.
Nombre egipcio: Dyanet, Per-Uadyet. Griego: Tanis. Árabe: San el-Haggar. La bíblica Zoán. -- Wikipedia
Tanis < Tanit < Dja-net < Dyanet < Kian-et > Dianita
⬄ Diana / Atena. > Zoán > San > Sião.
Uadyet era uma deusa cobra protectora do Baixo Egipto e do faraó cujo nome wȝḏt significa "papiro verde" e representava o crescimento da vida e a fertilidade..e a víbora ou cobra verde como era Afrodite Cipíria.
Per-Uadyet não seria um nome próprio da cidade mas um epíteto referente à sua deusa tutelar porque assim era também chamada a cidade de Buto. Ora, se Tanis era a casa de Uadyet e esta se pode identificar com Neide por transportarem a mesma coroa do Delta então podemos dizer que nos tempos mais arcaicos Buto, Tanis e Saís eram tuteladas pela mesma deusa das cobras cretenses que veio a ser Atena, tal possivelmente Damieta por ter sido Tamiat / Tiamat, a que Bus-iris e Buba-tis transportam o nome de Buto consigo, ou seja, a cobra de água dos pântanos do Delta do Nilo dominava de facto a alma dos povos que ali viviam em relação ribeirinha com a cultura Egeia de que fizeram parte até ao período dinástico e voltaram a fazer com os Ptolomeu alexandrinos.
The name Wadjet is derived from the term for the symbol of her domain, Lower Egypt, the papyrus. Her name means "papyrus-colored one", as wadj is the ancient Egyptian word for the color green (in reference to the color of the papyrus plant) and the et is an indication of her gender.
Esperar-se-ia que a cidade ao lado direito do Delta do Nilo chamada Tanis fosse então a cidade de Neithe. Pode ter-lhe dado nome de nascimento em época arcaica mas nada na mitologia e arqueologia da cidade o recorda porque era a tríade tebana que reinava nela. Mas é possível que tenha sido o pomposo Ramsés II que a tenha descaracterizado ao ter desejado transforma-la na Tebas do Delta destruindo assim todas as memórias fundadoras da cidade. O certo é que o nome da cidade parece esconder a sua relação original com Neide.
Figura 19: Variantes posturais de Neide.
Objectivamente o nome de Saís nada parece dever ao de Neide e quanto muito apela ao de Zeus (< Zau < Sau > Sa) ou au de Sa-turno, o deus da satisfação que é o que Sa significa em egípcio.
Her largest temple, Sapi-meht, was located at Sais, the capital of the fifth nome of Lower Egypt.
Porém, Sa-pi era o nome do seu templo em Saís e. Ur-t era nome da sumo-sacerdotisa de Saís e Ur-ti, o das duas sumo-sacerdotisas de Hierópolis o que levanta s suspeita de que Saís seria inicialmente a cidade de Ur / Ra e de sua mãe e esposa Ur-ti ⬄ *Ker-Tu que era também Sapit, a esposa de Rá na cidade de Saís, logo Sapi seria também o nome da cidade de Neide pelo lado do seu filho Sapi / Rá.
Figura 20: Disco solar alado em diversas culturas: Egípcia, masdaista, hitita e maia e representava uma complicada teoria teológica que procurava preencher a lacuna da falta de uma teoria racional cosmológica relativa ao movimento solar na abóbada celeste. Assim sendo ora o sol era movido por um disco solar com asas ou era o próprio sol que era movido aos ombros de uma ave quimérica que no fundo era o Espírito santo do cristianismo.
Pois bem, o disco do solar alado tinha o nome de Aten entre os Egípcios, particularmente reverenciado no atenismo de Akenaton, e era Sham-sha-tu ou Ni-phu entre os caldeus.
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His sign is the Shamshatu or Niphu, the sun disk of Chamazh (Black & Green s.v. solar disk), which we may interpret as follows: The golden, pointed rays represent the light of the sun, and the red, wavy rays represent its heat. Pythagorean Tarot homepage.
Shapash, Shapsh, Shapshu or sometimes Shemesh was the Canaanite goddess of the sun, daughter of El and Asherah. She is known as "torch of the gods" and is considered an important deity in the Canaanite pantheon and among the Phoenicians. The Akkadian sun god, Shamash, was the Mesopotamian male equivalent of the female Canaanite Shapash. She may also be related to a preeminent deity at Ebla named Shipish, and to Shams or Chems, a pre-Islamic Arabic sun deity worshipped at sunrise, noon, and sunset.
Ash-apa-ush, lit. “filha do filho pai, ou seja, neta...de Anu?”
> Shapshu > Shapash
> Shapash > Sha-phu > Ebl. Shipish > Egipt. Sapit.
Ni-phu < Nin-Ku ⬄ Ash-Ku > Sha-tu.
Estar à «chapa do sol» e «ter a cara «chapada» do pai > Shaphu, < «Chapa» de latão usada para o fabrico do disco solar terá surgido o termo «chapa», para peça chata de metal. Relacionado com a mesma rebuscada e ordinária etimologia terá estado o que é «chano» e «chato» (??? < Lat. plattu, aplainado < Gr. Platýs).
Na verdade é suposto que o fonema latino formado pela consoante dupla pl- daria sempre pela via popular o som luso ch-. As excepções são quiçá maiores do que a regra e, o mais provável terá sido que aos termos latinos deste tipo já existiam localmente em termos com a mesma semiologia.
Sha-pa-sh ⬄ Sha-ma-sh parece corresponder a um jogo fonético em torno da uma alternância pai (pa) / mãe (ma) ao ponto de perecer que os canaanitas teriam intuído que em pleno e pujante patriarcado não faria grande sentido que o sol continuasse a ser apenas “filho da mãe”!
In Japanese mythology, Yata (< Jata < *Shata < Kata) is the star-mirror of the sun goddess.
O “disco solar alado” seria assim uma espécie de «chapa chata» de latão polido que servia de espelho à vaidosa esposa do sol...antes de se ter transformado no Espírito Santo que entre os masdeístas era Spenta.
Amesha Spenta ("Imortal Sagrado" em avestano) é o nome que recebe no zoroastrismo cada uma das seis ou sete emanações de Ahura Mazda ("Senhor da Sabedoria", Deus).
Sha-phu > Ebl. Shipish > Egipt. Sapit > Lat. Sapiens > Avest. Spenta.
Como é que o «sabão» aparece no meio da mitologia da sabedoria? Porque esta estava relacionada com a purificação do Espírito e obviamente que além da agua e do fogo que os avestas consideravam elementos fundamentais de purificação espiritual poderemos acrescentar o sabão como elemento de purificação física, facto que deve ter ocorrido durante a idade das trevas onde além de guerra e fome houve uma grande peste começada precisamente com a expulsão dos leprosos do Egipto no temo de Akenaton e que foi confundido com o êxodo dos Judeus. As práticas crematórias pelo fogo começaram por esta altura tendo-se caracterizado como uma prática funerárias típica dos indo-europeus que surgem precisamente depois da grande crise dos «povos do mar». Resta a explicação do aparecimento do sapo na mitologia de Sais...e de Neide o que só pode ser explicado da forma mais simples e directa. Rá / Heka era um «sapo» dos pântanos do Delta e por isso se chamava Sapi e deu nome à «rã», e Neide ou Naunet era uma víbora dos pântanos do Delta, ou seja uma cobra venenosa razão porque deu nome em grego às víboras que eram σήψ (seps) que para serem serpentes em latim passaram a ser Serpas.
Rá + An > Lat. rana > «rã» ⬄ «sapo» < Sapi / Rá.
Según Diez, la palabra sapo viene el griego σήψ (seps), genitivo σηπός (sepos) que significa serpiente venosa. También menciona que en euskera el término es apoa zapoa. El DRAE dice que es una voz prerromana y que es una onomatopeya del ruido que hace al caer sobre el agua. Esto sería algo así como tzap, que dio zapa (pisar) en euskera. Corominas dice que es de origen incierto, quizá prerromano y posiblemente se trata de una onomatopeya muy antigua. Monlau por otro lado, también dice que viene del griego σήψ (seps = serpiente venenosa) y que el vascuence lo tomó del castellano.
A verdade é que a etimologia oficial anda eivada de imprecisões! Em basco o sapo é apo arrunta e não apoa zapoa, que obviamente já ressoava a redundância. O problema das etimologias onomatopaicas é que estas são de curta duração na história e geográfica porque os sons naturais soam de forma imprecisa e cada um ouve-os como gosta e lhe parece! Uns dizem que o cão faz ão-ão para rimar mas em espanhol?! Guau! Em italiano? Bau! Em inglês? Woof!
Cognatos de «sapo»: aragonês zapo: catalão gri-pao
Albanês = sape; Loreno = sevet; Romeno = sopirla (?)
Șopârlă. Old Church Slavonic žaba.
O romeno sopar-la deixa a suspeita de que a Serpa latina não necessitou de acrescentar um «erre» à σήψ (seps) grega porque já seria também Sa(r)pi ⬄ Kar-pi > Harpo-cra-tes.
Toad (n.) = c. 1300, from late Old English tadige, tadie, of unknown origin and according to OED with no known cognates outside English. Applied to loathsome persons from 1560s. Toad-strangler "heavy rain" is from 1919, U.S. Southern dialectal.
Paddock (n.1) = "a frog, a toad," c. 1300, diminutive of pad "toad," from Old Norse padda; common Germanic (Swedish padda, Danish padde, Old Frisian and Middle Dutch padde "frog, toad," also Dutch schildpad "tortoise"), of unknown origin and with no certain cognates outside Germanic.
Toad < Middle English tode < Old English tāde < tādi(g)e > *padike
⬄ Paddock > padda > padde > Dutch (schild)-pad.
⬄ Paddock > Dock-pad < Ckpado < Shapa-tu.
A interjeição portuguesa da lengalenga infantil «sape gato p´ro buraco» prefere os gatos aos sapos que saltam na terra e não para a água que isso é coisa de rãs. Portanto fora de interjeições as etimologias onomatopaicas são sempre duvidosas e quanto muito contribuem para condicionar a evolução linguística mas raramente para dar nome a coisas de alguma importância cultural. E o sapo teve muita importância porque foi um dos animais mais pois esteve desde sempre associado na cultura popular e na literatura com a bruxaria.
O sapo tem sido desde sempre considerado um animal de mau agouro ou uma ligação ao mundo dos espíritos. Esta ligação pode ter as suas origens pelo facto do animal usar como habitat tanto a água como a terra. Pode causar repugnância devido à sua pele escurecida e rugosa, aos seus movimentos lentos e pela forma como emerge de um buraco escuro. (...) Era sabido que o sapo podia envenenar pessoas, e como familiar de bruxas, julgava-se que tinha poderes mágicos. Mesmo as pessoas comuns fizeram uso de sapos secos, da sua bile, das fezes e do seu sangue. (...) A saliva do sapo era considerada venenosa e conhecida como "veneno que abafa". Acreditava-se que o sapo podia cuspir ou vomitar fogo venenoso.
Ora o que havia de comum nestas lendas e crenças era o facto de a principal substância tóxica encontrada em glândulas parotoides e na pele dos sapos e de algumas salamandras venenosas, ser a bufotoxina com propriedade semelhantes à dos digitálicos o que tem tanto de venenoso quanto de medicinal de acordo com a intenção e a ponderação de quem usava estes venenos mágicos.
Ora, no Egipto o deus das bruxas era o deus menino Heka que era filho de Neide e de Chnum e noutras cosmologias de Atum, o deus hermafrodita que deste modo substituiria o hermafroditismo de Neide. Por correlação com a mitologia de Saís Heka seria Rá e deus da bruxaria também, razão que levou Ísis a embebeda-lo para lhe conhecer o nome oculto de misteriosos efeitos em bruxaria. Seja como for o nome do deus Heka reporta-nos imediatamente para Hekate deusa grega da bruxaria e para a deusa Heket do parto e da fertilidade na ogdoada egípcia.
Para os egípcios, o sapo era um símbolo de vida e fertilidade, já que milhões deles nasciam após a inundação anual do Nilo, que trazia fertilidade para as terras que de outra forma seriam áridas. Consequentemente, na mitologia egípcia, começou a haver uma deusa-rã, que representava a fertilidade, referida pelos egiptologistas como Heqet (também Heqat, Hekit, Heket etc., e mais raramente Hegit, Heget etc.), escrito com o determinante sapo.
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As the daughter of the sun-god Re she is called 'Eye of Re' and 'Mother of the gods'. She is regarded as the consort of Khnum.
A Ogdóade de Hermópolis tornou-se a ogdóade mais importante do Antigo Egipto. Esta ogdóade reunia quatro divindades masculinas e quatro divindades femininas. Os deuses eram quatro casais: Nun e Naunet, Huh e Hauet, Kuk e Kauket e, finalmente, Amon e Amaunet. O último casal variou em alguns períodos, podendo ser substituído por Te-nemu e Te-nemuit, Niau e Niaut ou Gereh e Gerhet.
Note-se que o nome das deusas era apenas a versão feminina do nome do deus. "Nun" significa água (dos mares abissais), Huh, o espaço infinito, "Kuk", trevas e Ámon, o oculto ou o ar. A partir destes quatro elementos primordiais tudo se tinha originado.
Na iconografia estas divindades eram representadas com cabeça de rã (deuses) e com cabeça de serpente (deusas). Notar que o par alternativo da ogdoada Te-nemu estado no lugar de Amon, deus do oculto e do ar, se aproxima mais de anemos, os ventos gregos. Finalmente a alternativa Gereh & Gerhet confirma-nos que esta tradição era cretense porque temos aqui a marca da deusa mãe das cobras cretenses *Keret / Kurija.
Nun & | Naunet > Niaut > Neide, que foi mãe de Kuku o “deus menino” Heka ou Rá o deus que vagueia o espaço infinito e que gramaticalmente teria que fazer par com Heqat, Hekit, Heket, a deusa da bruxaria como Hekate grega.
Anta (Anat) = Considered by the Egyptians to be a daughter of Ra, Anta is an aspect of Ishtar.
Anastasia, St. = Christian title of Rome’s 'Great Goddess', personified as a pseudo-saint. Her three attendants Agapeta, Theonia, and Irene were originally the three Horae or Graces who attended the Goddess, or they were herself in triad from. Her holy day coincided with the winter solstice, when the Great Mother gave birth to the sun, beginning on its eve, December 24, called Matrum Noctem, ‘Night of the Mother’. Angerona was probably part of this tradition.
Anastasia. < An-ast-akia = aka Anat, lit. “deusa Antat”!
Quer isto dizer que, a corrupção dos nomes tem múltiplas causas que vão da simples degradação natural por erros de memorização e simplificações linguísticas por manipulação premeditada por motivações doutrinárias. Anastasia já pouco ou nada teria a ver com Antu / Anat por ter sido decorada na forma anatólica de “aka Anat” em posição inversa. Santa Anastácia seria outra perversão mas já essencialmente semântica porque deveria ter sido chamada de Virgem Mãe e não de Santa.
Angerona seria um dos epítetos telúricos da Deusa Mãe.
Angerona = Winter soltice goddess whose holy day was on Dec. 21 and connected with the sun after the solstice. She was a tutelary goddess of ancient Rome and a goddess of secrecy. She is depicted holding a finger to her closed mouth.
Angerona < An-Ker-Auna, lit. “a grande Anker, ou a Sr.ª mãe de *Enkur,
o senhor dos infernos!”
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