terça-feira, 27 de agosto de 2013

AS DEUSAS "MÁSCULAS", por arturjotaef.

ATENA PROMACHO.. 2

MACHA.. 2

DIANA.. 4

 

ATENA PROMACHO

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Figura 1: Atena Promachos (de Nikomachos).

Machae (Makhai) = The personifications of quarrels.

Atena Promacho é o reconhecimento grego da relação máscula das deusas virgens com a sagacidade das estratégias de caça. Dito de outro modo, o epíteto de Atena Promacho confirma a identidade entre Atena e Artemisa, que funcionalmente se depreende do facto de ambas terem sido Virgens Mães e destemidas. Já não tão surpreendentemente o epíteto de Atena Promacho reporta-nos também para Afrodite, permitindo estabelecer uma correlação implícita entre estas deusas gregas, relação que na Fenícia era explícita entre Anat e Astarte.

Promachos | < Phor < Kur | -Mashu, lit «a Sr.ª dos montes gémeos» mamilares!

< *Kur-Ama-Kaki => Artemisa, a irmã gémea de Apolo.

< (Pró)-machos < Machae < Makhai < Ma-ki-ka-hi > Maqui-ash > «Micas».

Atena Promacho < *Phro-Ma(-ish)

ó *Ma-phroish = Ma *Aphro-Kiki ó Mãe Afrodite, a deusa das belas «formas» e que, enquanto Deusa Mãe, era deusa da formação fetal e infantil, bem como da formação geral da educação das crianças.

Ora, nem de propósito, um dos epítetos de Afrodite era Morfo.

 

Ver: AFRODITE / MORFO (***)

 

MACHA

Ao lado de Artemis, deveriam ter lugar adequado, numa série de deusas marciais, Minerva, Atena & Diana pois são funcionalmente equivalentes. Porém, a história andou com os deuses aos tombos de tal modo que as vicissitudes da evolução semântica se torna patente tanto nas deformações fonéticas dos nomes divinos quanto nas alterações funcionais das suas personalidades. Assim sendo, Atenas e Diana são do mesmo étimo e, por isso, as semelhanças funcionais não serão mera coincidência e ambas descendem da tradição das deusas mães do fogo dos lares que defendiam com unhas, garras e dentes, até à morte se necessário. De facto, Artemis era uma deusa da iniciação sexual feminina, a casta e virilizada como todas as amazonas.

Equivalente a estas deusas da caça e da guerra era a céltica Macha.

Amish < Ama-ash > Macha

Este nome terá assim chegado aos celtas sem grandes alterações fonéticas e significaria na origem arcaica bem pouco mais do que meramente «filha da mãe»! No entanto, mais uma vez se pode por em dúvida a derivação latina dos termos correntes, ditos derivados por via popular, da língua galaico-portuguesa. Na verdade:

«Macho» < Maclu < Lat. masculu

Como mascu-lu é um óbvio diminutivo de *mascu será inevitável postular a existência autónoma deste termo, que, nem por acaso, é quase foneticamente o mesmo que mashu. Sendo assim, nada impede pensar que o termo luso derive deste e não daquele ou seja, a tendência do latim clássico para o uso de diminutivos não terá tido correspondência nos falares ibéricos. Existindo já termos idênticos no galaico-português os falantes romanizados terão preferido conservar os seu próprios termos sem diminutivo. A lei fonética da transformação do som latino cl > ch português, manter-se-á verdadeira mas com uma explicação que não passará sempre pela simplicidade fonética que os gramáticos oficiais lhe atribuem. Não se tratará de uma verdadeira derivação mas de uma autêntica tradução literal que só nos tem passado despercebida por ignorarmos completamente os falares ibéricos pré-romanos.

Outra deusa guerreira dos celtas era Morrigan.

Morrigan = Mor rigu + An > Murigen.

Morgana = Mor + ur + ki + Na ó Macarena

Urki = *Rig- + An => Regina = Deusa mãe guerreira

se a mãe guerreira é Grande => Ma + ur = Mor

=> (Ma + ur) + (Ur + ki + An) = Morrigan

Quanto a Artemísia (*Artim + Isia => Artemísia) esta era uma verdadeira Deusa Mãe de que deriva, afinal a deusa da caça, a deusa mãe dos múltiplos seios de leite e mel, mais parecida com as Madonas romanas e celtas do que com Diana, a jovem virgem caçadora.

Matres (Matronae), Deusa mãe = mater + Ana > Materan > Matran

Matauran = Deusa vaca mãe => Matoran > Matrona > Mater ina > «madrinha». Na verdade tudo leva a pensar que:

ðEtr. Ati <= Antu > Amitu > ami > MA = «mãe»!

ðAba > Apa > PA = «pai»!

Taur > Tar(oth) / (Chu pi) Ter- / Tyr / Thor /Turmes.

O *Ter-, do poder patriarcal, vem precisamente desta fonte.

Obviamente que as equivalências greco-romanas dos nomes de Atena / Minerva e Artemisa / Diana andam trocadas em resultado duma tradução infeliz por parte dos poetas e sacerdotes dos novensiles romanos, precisamente por se tratarem duma mesma entidade mítica. De facto, etimologicamente falando, Atena deveria ser Diana e Artemisa, Minerva.

Senão vejamos:

 

GRÉCIA

ROMA

Atena < Athena > At-Ana < *Ishian < *Ki-Ki An

An Kar Ki Ama >(A)mean Herwa > Minerva

Artemisa < Karthi me ish < Kar Ki Ama ish.

*Ishian > (A)thian > Diana.

Dito de outro modo, Atena < Athena ó Theana > Diana.

Mas, também é evidente que, se a troca nunca foi denunciada, é porque não chegou a haver um sólida motivação funcional para tanto porque, em boa verdade, estas deusas eram facetas guerreiras, aliás muito idênticas, da Deusa Mãe.

 

DIANA / ARTEMISA

Daena = "Lady Guardian": Her name means "That Which Has Been Revealed." In Zoroastrian tradition, She is the daughter of Armaiti (see Creation chapter). She is a judge of the dead, who leads them to either Heaven or Hell.

O simples facto desta Daena ser irmã de Armaiti reforça-nos a suspeita de existirem trocas nos nomes e paredros de certos deuses clássicos ao ponto de ser plausível a seguinte proposta de correcção.

Atena = Diana < Deana < Daena

º Artemisa < Artamito < Ar-mathito / Armaiti

< Armahiti < *Karma-kiki Karmish > Hermes.

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Figura 2: Artemis Bentis & Apolo (ou uma muito pouco provável amazona

Le dieu assis sur un large cube de pierre est facile à reconnaître; c'est Apollon tenant une phiale et une longue tige de laurier, la tête ceinte d'une couronne de feuilles du même arbre. Un manteau enveloppe la partie inférieure de son corps, en laissant nu tout le buste. Devant le dieu est debout une femme, Diane ou une Amazone, vêtue d'une riche tunique courte sur laquelle se croisent des bandes qui sont en harmonie avec une ceinture pareille; un péplus rattaché au moyen d'une large fibule couvre ses épaules; sur sa tête est une mitre phrygienne à crête dentelée, de laquelle descendent des fanons; ses bras et ses jambes sont nus et dans sa main gauche est une lance.

(…) Quant au personnage en costume oriental, on peut y reconnaître, soit une Amazone, soit Artémis Scythique qui apporte l'or des contrées hyperboréennes à Athènes. L'ambiguïté de sexe est le caractère propre des Amazones et à cet égard il existe un passage curieux de Palèphate, qui dit que les Amazones étaient non des femmes, mais des guerriers barbares vêtus de tuniques Salaires comme les femmes de Thrace et coiffes de mitres qui cachaient leurs cheveux; ce costume et le soin qu'ils prenaient de se raser la barbe leur donnaient l'apparence de femmes. -- Elite des Monuments ceramographiques, 2, Charles Lenormant and Jean de Witte.

Outra prova duma possível relação entre as deusas do amor e as da caça pode ser derivada dum dos epítetos de Diana:

Diana Trivia <= Kian | Turwia < Taur Ki |

=> Ki An Kaur Ki > *An Phaur Kiki > Anfitrite.

Dando outras voltas ao texto poderíamos dizer que Potnia Teron era o equivalente helénico de Diana Trivia e que ambas eram uma variante corrompida do arcaico *Ankurkika, um dos nomes arcaicos da deusa mãe de que derivou o de Anfitrite. Em parte por ter sido deusa das «trilhas» de caça e depois porque do étimo Kur da sua relação com as deusas taurinas do amor derivou o étimo das trilhas(< tarillias < tarijas < tarikias) e do turismo já presente no étimo vulcânico das voltas e reviravoltas da vida e enfim, porque as deusas do amor estiveram sempre presentes nas encruzilhadas da vida sentimental ou pelo menos lá onde o deus Terminus (< Ther me an < Karmean => An Hermes) preside aos maus caminhos.

Sendo assim, como a plenitude lunar deveria ser apanágio da deusa mãe então, sendo Artemisa a deusa lunar dos gregos, deveria ter sido também deusa mãe. A verdade é que, no mundo grego, este estatuto só é encontrado em Éfeso já que este seria incompatível com o outro, de pura Virgem sempre eterna, que partilhava com a sua heterónima Atena, razão suficiente para que, na prática do senso comum, surgissem conflitos na consciência religiosa de crentes mais escrupulosos facto que levaria os cristãos a criarem (precisamente em Éfeso) o conceito teológico de “Virgem Mãe de Deus”!

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Figura 3: "Diana de Versailles".

Adaptation romaine d'après un original créé vers 330 avant J.-C., par Léocharès (?). (…). Diane pour les Romains représente, accompagnée d'un cerf, l'Artémis grecque, soeur jumelle d'Apollon, vierge farouche et chasseresse inlassable, dont les traits peuvent punir l'outrage des hommes. La statue s'inspire d'un bronze du IVe siècle attribué à Léocharès: le mouvement et l'agitation des plis appartiennent aux recherches de cette période, où les formes s'humanisent. – Musée du Louvre.

A crença de que a Mãe de Jesus Cristo habitou em Éfeso com S. João Evangelista depois da morte de Seu Filho é uma metafórica homenagem ao arcaísmo do culto da “Deusa Mãe” de que o culto Mariano é um prolongamento cristão. Assim, o culto antigo de Artemisa que só em Éfeso era venerada simultaneamente com Mãe e como virgem foi a razão cultural de que não tenha sido por mero acaso que tenha sido no Concilio de Éfeso de 431 que Maria foi reconhecida como “Virgem Mãe de Deus”.

Que Diana teria sido em tempos esta arcaica Deusa Mãe prova-o o facto de a sua correlativa fonética grega tenha sido Dione, uma das muitas deusas mães deste povo de heteróclitas tradições míticas. Prova-o também o facto de a cultura rival dos latinos, a dos cartagineses, ter por deusa mãe Tanit, uma variante quase audível de *Thianet, nome virtual que mais não seria do que Diana, a mulher ou a mãe de *Diano, deus que se não existiu nesta forma explícita existiu, entre outras de várias culturas mediterrânicas, na forma latina de Fauno e na do grego Pan.

Tanit < Thanet < *Dianet ó Diana.

                            > Hanath > Anat ó Atena.

 

Ver: MINERVA (***) & ATENA 1 (***)

 

DICTINA AFAIA BRITOMARTIS

Britomartis seria então o verdadeiro e original epíteto de Atena herdado duma deusa homónima cretense que pode ter sido a forma arcaica inicial deste epíteto e por isso mesmo também a deusa antepassada tanto de Artemisa quanto de Atena.

Britomartis = A Minoan (Crete) goddess depicted as a hunter, often accompanied by a baby and/or a snake.

Uma deusa acompanhada de uma criança e/ou uma cobra não seria senão a deusa mãe das cobras cretenses, Atena Higeia e/ou Artemisa.

Com este nome esteve seguramente o nome de Beirute, possivelmente uma antiga colónia cretense, como aliás terá sido toda a fenícia pré filisteia. Na verdade os filisteus foram os derradeiros emigrantes cretenses no corredor sírio, pelo menos até à colonização grega da Ásia menor e até ao helenismo.

Beruth = Earth mother goddess of the Phoenicians. Today's Beirut is her city.

«Beirute» < Beruti < Wer tu < *Kertu < *Kartu < Kur-ish, lit «filha do Kur»

> Iscur!                                                  > Virtu(s) > Writu > Brito-.

Afinal, nesta época de matriarcado e regime de “macho dominante” todas as fêmeas férteis acabavam «Virgens Mães» porque ainda não existia o regime do casamento patriarcal.

Na genealogia dos deuses acontecia o mesmo que com as gerações. As filhas cresciam e tornavam-se mães e as mães em grandes mães e no final eram sempre a Grande Deusa Mãe de todos os nascimentos, a Natureza, quem presidia a todas as gerações! Por outro lado, é bem possível que o matriarcado não fosse mais do que a expressão do regime de acasalamento de tipo “macho dominante” comum nos grandes símios. Na verdade, a mitologia grega tardia revela demasiados restauros poéticos de ocasião e este deve ter sido um dos que Hisíodo, ou outro mitólogo semelhante, inventaram para justificar a mutação paternalista bruscamente introduzida pelos hititas do sec. XIII a. C., à revelia das tradições míticas mais arcaicas onde a terra mãe era de facto a única Britomater.

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Figura 4: Imagem de Dictina (dir.) em moeda de Cidónia, segurando uma tocha e com cão de caça aos pés. Na outra face, a cabeça de Ártemis.

Britomártis, também chamada Dictina (Diktynna) ou Dicte, é uma ninfa ou deusa de origem cretense, às vezes sincretizada com a deusa grega Ártemis. Segundo uma interpretação de antigos gramáticos, seu nome significaria "doce virgem", mas é possível que seja uma tentativa erronea de explicar por meio de raízes gregas um termo minoano de significado desconhecido. Era adorada principalmente no Oeste de Creta e seus templos eram protegidos por cães ferozes, ditos mais fortes do que ursos. Em algumas cidades, era considerada a nutriz de Zeus.

Em inscrições mais antigas, é chamada Britomárpis e seu festival era chamado Britomarpéia. Alguns acreditam que tenha sido originalmente a deusa-mãe cretense, representada segurando um machado duplo e cercada de animais selvagens, identificada por arqueólogos como "Senhora dos Animais" (em grego, Potnia Theron), da qual Hera, Ártemis, Afrodite, Demeter e Atena teriam herdado muitos traços.

Em uma das versões gregas, Britomártis, filha de Zeus e Carme, teria pertencido ao cortejo de Ártemis de Gortina, em Creta. Desejada por Minos, este a perseguiu por nove meses pelas montanhas e vales da ilha. Percebendo que cairia nas mãos do rei, ela lançou-se ao mar de um penhasco. Foi, todavia, salva por pescadores que a recolheram em suas redes. Daí viria o epíteto de Dictina, "a jovem da rede", pois díktyon é rede, em grego, mas também essa etimologia pode ser fantasiosa.

Conta-se, também, que durante uma caçada foi presa numa rede; salva por Diana, rendeu-lhe homenagens sob o nome de Dictina. A deusa colocou-a no rol das divindades. Os habitantes de Egina ergueram-lhe um templo, venerando-a sob o nome de Áfea. Como Diana, é representada no meio de cães e em traje de caça.

Atena < Atan < Ki-Tan, a cobra fêmea ó Ki-Ctonia, lit. “Kiki, a filha da Sr.ª da Terra” e irmã gémea de Eritónio

< Dictaunia < Thi-Kitumnia | < Dictina Apheia > | Aqueia

< Ca®queja < *Kakika, lit. «Kika, a pequena Queca filha de Ki, a Deus Mãe Terra».

“And beyond others thou [Artemis] lovest the Nymphe of Gortyn [in Krete], Britomartis, slayer of stags, the goodly archer; for love of whom was Minos of old distraught and roamed the hills of Krete. And the Nymphe would hide herself now under the shaggy oaks and anon in the low meadows. And for nine months he roamed over crag and cliff and made not an end of pursuing, until, all but caught, she leapt into the sea from the top of a cliff and fell into the nets of fishermen which saved her. Whence in after days the Kydonians call the Nymphe Diktyna (Lady of the Nets) and the hill whence the Nymphe leaped they call the hill of Nets (Diktaion), and there they set up altars and do sacrifice. And the garland on that day is pine or mastich, but the hands touch not myrtle. For when she was in flight, a myrtle branch became entangled in the maiden’s robes; wherefore she was greatly angered against the myrtle. Oupis [Artemis], O queen, fairfaced Bringer of Light, thee too the Kretans name after that Nymphe … These were the first who wore gallant bow and arrow-holding quivers on their shoulders; their right shoulders bore the quiver strap, and always the right breast showed bare.” Callimachus, Hymn III to Artemis 188

Ninfa de Gor - Tyn(a) < Gaurtu(m)na < *Kartu-Mina => *Kartuna.

Ninfa   Dik - Tyna < *Thetina ó Titania [Artemis] > Tanit < Kiki-Tuna, lit. “a cobra (tan dos semitas e tuna dos cartagineses) Kiki, ou seja a Deusa Mãe das cobras cretenses *Kartu.

O cortejo das ninfas que acompanhavam Artemisa seria seguramente as muitas variantes das “deusas machas” e titânides conhecidas desde a mitologia minóica e cretense. Dictina, Afaia e Britomartis seriam possivelmente uma das triádes cretenses mas outras haveria como Opis, Loxos & Hekaergos.

As ninfas hiperbólicas eram três semi-deusas das terras míticas do norte que foram adoradas na ilha de Delos. Eles eram servas da deusa Artemis e que presidiam a várias habilidades da arte do tiro ao arco – pontaria (Opsis), trajetória (Loxos) e distancia (Heka-Ergos).

En Egina, yendo hacia el monte de Zeus Panhelenios se encuentra el santuario de Afea, a quien también Píndaro compuso una oda a instancias de los eginetas. Los cretenses dicen (los mitos sobre Afea provienen de Creta) que Euboulos era hijo de Karmanor, que purificó a Apolo de la matanza de la Pitón, y dicen que Britomaris era la hija de Zeus y Karme (hija de Euboulos). Disfrutó de las carreras y de la caza y era particularmente querida por Artemisa.

Karm(e)-anor > Euboulos > Karme < Carm-enta ó Artemis.

=> Brito- | Maris < Márpis < Mar-Opis > Britomártis

Mientras huía de Minos, que la deseaba, se moldeó a sí misma en molde de red para pescar. Artemisa la hizo diosa, y no sólo los cretenses sino también los eginetas la reverenciaban. Los eginetas dicen que Britomaris se mostró a ellos en su isla. Su epíteto entre los eginetas es Afea y también es Diktynna o Dictina (Pescadora con red) en Creta. -- Pausanias. Descripción de Grecia II.30.3

Ana-| Ka-Kiki > Kakiha > Anat > Atena

*A(na)-Phaja > Aphaia + Minos > *Aphaymina > apheimena.

Sendo assim pode postular-se que a deusa mãe das cobras cretenses poderia chamar-se virtualmente:

*Kartu-Mina e/ou *Kartu-Macha => Artemisa.

*A(na)-Phaja => Atena, e Potinija

*Thetina => Tetis. Por outro lado, *A(na)-Phaja + *Thetina

=> Despoina e Potinija.

Em qualquer dos caso, Britomartis revela uma redundância semântica, do tipo «Maria Brites», uma «Maria rapaz», macha e varonil, de que teria derivado a tradição das moças minhotas, «moiras de trabalho», valentes, estrénuas e esforçadas tal como seria de esperar numa sociedade de arcaicas tradições matriarcais.

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Figura 5: templo de Atena Aphaia: Frontão Ocidental.

Acaia (Achaea) era um sobrenome de Atena /Minerva adorada com este nome em Luceria, na Apúlia, em cujo templo foram preservados os membros de Diomedes. (Aristot. Mirab. Narrat. 17.)

Afaia (do grego aphaia, invisível) está identificada com a ninfa cretense Britomartis por Pausanias e Antonino Liberal, era una deusa grega da luz e seria filha de Leto, e portanto meio-irmã de Apolo e Artemis.

Afaia parece ter sido apenas adorado no santuário da ilha de Egina, no Golfo Sarónico. A ela é atribuída a invenção das redes de caça. Muito bela, foi perseguida sem cessar pelos homens. Minos foi dos que a teriam cobiçado e, fugindo dele, lançou-se ao mar mas foi recolhida pelas redes de um pescador egineta que por ela se enamorou. Sua meia irmã e protectora, Britomartis, a fez desaparecer e foi então convertida em Afaia, a Invisível. Um templo foi erguido no local em que se teria passado o seu desaparecimento.

Se la conocía ya desde tiempos tan antiguos como el siglo XIV a. C. como una deidad local asociada con la fertilidad y el ciclo agrícola. Bajo la hegemonía Ateniense, se la llegó a identificar con las diosas Atenea (Atenea Afea) y Artemisa y también con la ninfa cretense Britomartis.

                          > *afaja > «afaga».

Afaia < Aphaia < Acaia < Achaia < Kakaisha > Kakaja > Apega.

                          > *Apaja > «apaga» <???> a + pagar < Lat. ad + pacare.

                                         > Apeja > Apega > «pega».

Afaia parece ser assim uma deusa que produziu directamente vários termos lusitanos de duvidosa origem latina.

A possível relação de Afaia com as carícias e «afagos» pode não ser intuitiva na mitologia conhecida nem de Afaia nem de Atena embora seja inerente a uma poderosa deusa mãe que seria tanto luminosa e «afável» como tenebrosa e capaz de variadas e tortuosas formas de morte, como a que veio a instituir-se em Esparta com o nome de “Apega de Nabis”.

Embora o historiador Políbio tenha sido uma aristocrata grego da Arcádia (13.6) que foi levado para Roma como refém pelos romanos com mais mil companheiros ali teve a oportunidade de ser preceptor do jovem Cipião Africano, futuro herói da Terceira Guerra Púnica com quem estabeleceu aços que os ligariam para toda a vida. Tendo presenciado a destruição de Cartago e de Corinto deve ter acabado por interiorizar a sujeição total e incondicional do helenismo grego ao império romano pelo que a sua descrição dos acontecimentos nem sempre é neutra, sendo claro o seu esforço no sentido de encarar a História como uma sequência lógica de causas e efeitos dos erros gregos e da clara supremacia militar dos romanos. De resto, Políbio fazia parte da Liga Aqueia que foi rival da Liga Etólia a que Esparta pertencia sendo por isso notório o seu esforço preconceituoso de a extensão da tirania do espartano Nabis.

Políbio conta que os ricos proprietários de terras de Esparta foram frequentemente chamados à presença de Nabis e forçado a pagar-lhe avultadas somas grandes de dinheiro e sempre que estes se recusaram foram torturados, supostamente pelo uso de uma máquina conhecido como o Apega de Nabis.

La máquina Apega se decía que era vestida con ropa cara, pero la parte inferior de los brazos del dispositivo, manos y pechos estaban cubiertos de clavos de hierro que fueron capaces de aplastar el cuerpo de su víctima. Nabis controlaría la máquina a través de interruptores o dispositivos ocultos, hasta que la víctima accediera a pagar un tributo, o al punto de la muerte.

Apega ó «pega» < «pegar»• < Lat. picare (???), v. tr. fazer aderir, colar;

• unir; • segurar; • agarrar; etc.

É quase seguro que Apega seria uma variante de Afaia na forma de estátua de bronze de vestir a que seriam outrora consagrados sinistros sacrifícios humanos de que Apega de Nabis seria uma reminiscência reactualizada com os requintes da mecânica helenística para ser utilizada oportunistamente por tiranos de Esparta para aterrorizarem os cidadãos numa forma de fiscalidade extorsionária. Do mesmo modo, o mito de que as «pegas» são pássaros com a reputação de ladras de tudo o que é brilhante é pouco justificada, uma vez que a ocorrência de autênticas cleptomanias são extremamente raras, tendo sido no entanto reportados alguns casos de ninhos com objectos brilhantes, não necessariamente de ouro ou de prata, mas que nada a ver com alimento de pássaro.

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