quarta-feira, 19 de junho de 2013

DEUSES DAS CORES IV - CORES BÁSICAS por artur felisberto

DEUSES DAS CORES IV - Cores básicas, por Artur Felisberto



Figura 1: O casamento de Zéfiro e Chloris afresco de Pompeia.

The Missing Shade of Blue foi um problema que o filósofo escocês David Hume (1711-1776 EC) apresentou sobre experiências sensoriais e como adquirimos conhecimento. Segundo Hume, as interações com o mundo podem ser divididas em ideias e impressões. As ideias são exatas, mas são cópias mais fracas de impressões, derivadas da interação direta com o mundo. Se você realmente ver, tocar e provar uma laranja, a impressão será muito mais vívida e forte do que a ideia de ver, tocar e provar aquela laranja. Mas você poderia imaginar o sabor ou o cheiro de uma laranja se nunca tivesse experimentado essas sensações antes? Hume também sugere que a mente pode derivar uma ideia sem uma impressão correspondente, com base em precedentes relacionados. De acordo com Hume, se uma pessoa estivesse familiarizada com todos os tons de azul – exceto um – porque já os tinha visto antes, e então recebesse uma sequência de tons organizados do claro ao escuro com um espaço em branco indicando a posição do tom ausente, a mente dessa pessoa, no entanto, seria capaz de evocar a sombra que faltava.



O experimento mental de Hume é importante para dissipar equívocos sobre experiências mentais de cores e representações na cultura escrita e visual. Durante muito tempo pensou-se que os falantes de línguas sem palavras abstratas para “azul” ou “amarelo” eram insensíveis a esses tons. Além disso, em muitas línguas antigas do Oriente Próximo, como o sumério, o acádico, o egípcio, o hitita, o aramaico, o ugarítico e o hebraico (falados de cerca de 3500-500 aC), não há sequer uma palavra para 'cor'. Não há tratados antigos do Oriente Próximo que expliquem a natureza da cor. As pessoas pensavam que a cor era uma parte imutável de substâncias como pedras e metais? Poderia variar quando submetido a forças como calor ou luz? Nós não sabemos. E, no entanto, documentos escritos sugerem, sem sombra de dúvida, que a cor era reconhecida como um aspecto essencial das substâncias naturais e artificiais. Embora as palavras para cor apareçam em todos os estratos da actividade humana registrada – desde documentos administrativos prosaicos que narram as actividades do dia-a-dia, em textos tecnicamente informados, como manuais médicos, farmacológicos e divinatórios, bem como em livros religiosos, mágicos e religiosos mais ideologicamente carregados. e composições literárias — a cor como uma faceta da vida antiga despertou relativamente pouco interesse académico.

A partir do século 19, linguistas e antropólogos perceberam que pessoas de diferentes sociedades pensavam sobre a cor de forma diferente. Inicialmente, a pesquisa se concentrou na semântica da cor em línguas antigas como o grego e o latim. A falha em encontrar correspondências palavra a palavra entre a terminologia antiga e as palavras coloridas em inglês moderno fascinou os historiadores e levou à questão de saber se a percepção e a nomeação de cores no passado diferiam ou não de hoje. (...)

O que isso significa é que, para entender as palavras para “azul” nas línguas antigas do Oriente Próximo, devemos primeiro ajustar nossas perspectivas linguística e culturalmente distorcidas. Diferentes idiomas dividem o espaço de cores de maneiras únicas. Ao contrário do inglês (e da maioria dos idiomas europeus modernos), a terminologia de cores acádicas não é baseada em matiz (ou seja, descritível como vermelho, verde, azul ou amarelo), mas é orientada para o brilho e a saturação. Por um lado, isso significa que um falante acádico teria considerado “brilhante” (namru), “dim” (eṭû) “escuro” (eklu) e “multicolorido” (barmu) como parte de seu vocabulário regular de cores, enquanto um falante de inglês não necessariamente o faria.

Por outro lado, este conceito também significa que correspondências um-para-um entre a terminologia acádica e inglesa não são possíveis. Assim, ao fornecer traduções, devemos explicar que da'mu é 'escuro + castanho' e que peṣû é 'claro + branco'. Nesses casos, ambas as características da cor são de igual importância para o significado da palavra. Isso pode ser difícil de imaginar no início, mas existem palavras de cores em inglês cujos significados também não são inteiramente baseados em matiz. O ouro e o âmbar, por exemplo, descrevem a qualidade do brilho e da tonalidade.

O que isso pode nos dizer sobre o pensamento e a cognição humanos nos tempos antigos? Os falantes do acádico dividiram, experimentaram e se lembraram das coisas de maneira diferente porque falavam acádico e não inglês? Por exemplo, há muito mais palavras de cores relacionadas à qualidade do brilho em acádico do que em inglês. Isso significa que eles prestaram mais atenção a esse fenómeno? Ou será que tanto os falantes de acádico quanto de inglês percebem as mesmas coisas, mas simplesmente falam sobre elas de maneiras diferentes? Como não temos falantes acádicos vivos, essa é uma pergunta que só pode ser respondida por analogia.

Pesquisas recentes sobre línguas modernas faladas em todo o mundo sugerem que a (competência na) linguagem desempenha um papel (importante) na formação do pensamento e das habilidades cognitivas. Os falantes de Kuuk Thaayorre, uma língua falada entre os aborígenes Pormpuraaw no norte da Austrália, falam sobre o espaço usando termos de direcção cardinal em vez de “esquerda” ou “direita”. Para dizer “mova esse livro para o noroeste da mesa” ou “minha perna sudeste está quebrada”, é preciso estar incrivelmente orientado o tempo todo (mesmo nas memórias!). Acredita-se que esse tipo de conhecimento espacial e capacidade de navegar se desenvolva na primeira infância entre os falantes de Kuuk Thaayorre. E a cor? Pesquisas sugerem que, se duas cores receberem o mesmo nome em um idioma, os falantes julgarão essas duas cores mais semelhantes do que se houvesse dois nomes diferentes para elas. Os falantes de russo, que fazem a distinção habitual entre goluboy (aproximadamente azul claro) e siniy (aproximadamente azul escuro), são mais rápidos em diferenciar estímulos visuais que se enquadram nessas duas categorias linguísticas (um goluboy e outro siniy) do que entre estímulos que são chamado pelo mesmo nome (ambos goluboy ou ambos siniy). Este não é o caso de falantes de inglês, por outro lado, para quem esse limite de cor não existe. Os falantes de inglês e russo são igualmente capazes de distinguir perceptivamente entre azuis claros e escuros, mas os falantes de russo costumam usar o limite de cores mesmo quando realizam tarefas perceptivas que não exigem linguagem.

O caso do azuis russos nos ajuda a entender como uma palavra acádica como arqu, que significa “pálido” e abrange os espaços “amarelo” e “verde” do espectro de cores, teria sido entendida na antiguidade. Usar uma palavra para ambas as cores é uma escolha linguística (e cultural). A nítida distinção entre amarelo e verde que existe em nossas mentes é consequência da língua que falamos, não porque somos biologicamente capazes de perceber melhor as tonalidades. O mesmo vale para a palavra "lápis-lazúli", que era uma das principais palavras acádico para azul escuro e também violeta. Quando um falante de acádico descreveu algo como “cor de lápis-lazúli”, eles estavam menos interessados em distinguir entre “azul” ou “roxo” do que em capturar a particular escuridão lustrosa característica da preciosa e muito amada pedra preciosa.

Muitas das cores em acádico são baseadas em nomes de substâncias preciosas como pedras e metais. Dado que é a pedra preciosa mais bem documentada no registro textual e arqueológico da Mesopotâmia, não é de surpreender que a palavra para lápis-lazúli (uqnû em acadiano / za.gìn em sumério) tenha sido usada para descrever azul escuro, violeta e talvez também verde escuro. Para entender o status de "lápis-lazúli" como uma palavra de cor em acádico, sumério e egípcio antigo, devemos ter em mente que em muitas línguas, antigas e modernas, as palavras para azul estão ligadas a substâncias concretas.

Às vezes, a conexão entre o referente original e a cor é esquecida à medida que a linguagem se desenvolve (como o russo goluboj “azul claro”, originalmente “pombo”). Outras vezes, permanece vivo. No inglês antigo, falado pelos anglo-saxões até cerca de 1150 dC, o termo blæwen se referia a corantes e têxteis escuros (azuis). O elemento blaw provavelmente indicava “corante de pastel”, um dos corantes mais comummente explorados da Idade Média. A etimologia de duas outras palavras em inglês para azul, cyan e azure, também pode ser rastreada até termos mais antigos para substâncias. O ciano deriva do grego kyaneos, que por sua vez está ligado ao acádico uqnû. Tanto o grego kyaneos quanto o acádico uqnû originalmente denotavam um tom de azul escuro, mas quando o termo entrou na língua inglesa no século 19, assumiu o significado de “azul esverdeado”. A etimologia de azure, do francês azur, que descreve o azul claro ou brilhante de um céu claro, pode ser rastreada através do espanhol e do árabe até a palavra persa lāžward, “lápis-lazúli!” As etimologias de cyan e azure mostram como o significado de duas palavras de cores, ambas originalmente nomes para o mesmo material, mudou ao longo do tempo e acumulou novos valores exclusivos para as pessoas que falavam esses idiomas em particular. Perceber que as origens das cores na Mesopotâmia se encontram na ideia de brilho e saturação nos permite dissipar a noção de que o acádico tem um vocabulário de cores pobre e impreciso. Em vez de procurar equivalentes a palavras inglesas como vermelho, azul e roxo, devemos entender como as cores eram imaginadas e experimentadas pelo homem antigo nas condições de sua própria comunidade de fala. Só então podemos começar a apreciar o uso da cor em sua arte e poesia. -- O tom de azul que faltava por Shiyanthi Thavapalan.


 

Espenhol

Romeno

Latino

Catalão

Português

Galego

Asturiano

Ocitano

rojo

roşu

ruber

roig

Vermell

vermelho

vermello

bermeyu

roge

naranja

oranj

subruber

taronja

taronja

laranja

laranxa

naranxa

irange

amarillo

galben

flavus

groc

Groc

amarelo

amarelo

mariellu

jaune

verde

verde

viridis

verd

Verd

verde

verde

verde

verd

azul

albastru

caeruleus

blau

Atzur

azul

azul

azul

blau

blanco

alba

albus

blanc

 

branco

branco

blancu

blanc

negro

niagra

niger

negre

 

Preto/negro

negro

prieto

negre

 

Aragones

Basco

Siciliano

Italiano

Frances

Valão

Inglês

Grego

Turco

royo

gorria

russu

rosso

rouge

rodje

red

Κόκκινο

kırmızı

narancha

laranja

aranciuni

arancione

orange

orandje

orange

Πορτοκαλί

turuncu

amariello

horia

giarno

giallo

jaune

djaene

yellow

Κίτρινο

sarı

berde

berdea

virdi

verde

vert

vert

green

Πράσινο

yeşil

azul

urdina

blu

Blu/azzurro

bleu

bleu

blue

Μπλε

camgöbeği

blanco

zuria

janco

bianco

blanc

blanc

white

Λευκό

beyaz

negro

beltza

niúro

nero

noir

noer

black

Μαύρο

siyah

 

La semántica de los colores es muy elástica. En Sudáfrica los mulatos son "coloured" mientras que en España "colorado" significa 'rojo'. De una misma raíz indoeuropea proceden el catalán "blau" ('azul'), el inglés "black" ('negro'), el francés "blond" ('rubio'), el latín "flavus" ('amarillo'), el ruso "beliy" ('blanco') y el español "blanco".

Para la palabra "amarillo" se ha propuesto la etimología mozárabe "hamriellu", del árabe "hamra" ('roja', femenino de "ahmar", 'rojo').

Aunque la anterior es bastante dudosa, la etimología Rubeus > rubio (y "royo", "roig", "rouge"...) parece completamente segura. -- FORO ETIMOLÓGICO "LINGUAWEB"

Os nomes portugueses das cores parecem decorrer de Wer, o nome do deus das estações do ano que entre os celtas foi Beltano depois de ter sido Bel ou Baal no corredor sírio.

«Azul» < (Pers. lazward?) It. Azuro < Ashur, deus solar senhor do azul dos céus dos assírios. Mas, º Fr. «blue» < Bel-u < Wer-lu < Ker-lu.

           «Cerúlio» <= Lat. caerulu < Kaher-u-lu < Ka-Ker-lu > Sacar!

                          «Branco» < Germ. Blank < Wer-Enki.

                                  «Preto» < Phertu < Wer-tu < *Kertu(mino)

> Vertumno.   «Verde» < Lat. virde, / viride < verit < Wer-te < *Kertu.

                  «Vermelho» < Lat. vermiculu <= Wer-mis ou, plausivelmente:

                                     < Wer-| meliho < Wer-| Mer-ico > murish > murex.    «Amarelo» (< Ár. amrah?) < Hamar(i)lu | < Ka-Mer (=> «Américo»).

 

BRANCO

Português

Espanhol

Italiano

Francês

Grego

Latim

branco

branco

bianco

blanc

leukos

albus

                                               > Rauki > *lauki > Grec. Leukos.

Lat. Albu < alwi < Haur-ki <= Kur-an-ki > Wer-anki ó *Bel-ank

> Engl. Blanc (of Germanic origin. See bhel-1 in Indo-European Roots).

ó Wer-Kian > Wel-tan > celt. Beltano.

                      > Wul-kian > Vulcano.

Quanto aos povos bálticos, parece que terá sido precisamente a brancura dos longos dias gelados de inverno que terão dado nome a estas paragens, pelo menos na língua dos letões! De facto, a linguística sugere que os eslavos teriam adorado o mesmo deus solar dos celtas, Bel ou Beltano.

Polaco

Eslovaco

Letão

Russo

Estonio

bialy

bieli

balts

beliy, belyj

valge

                                          Wer => Bel > Rus. Bel(iy), o «belo» deus solar do claro dia! > Polac. Bialy < Eslovac. Bieli < Bel +(En)Ki > Latv. Balts

                Engl. Bright ó Blank <=                   > Est. Valge > Rus. Belyj.

Se a «brancura» é de origem germânica a verdade é que as línguas desta área não herdaram esta raiz!

De facto,

Al. weiß < Engl. White < Middle English, from Old English hwclip_image001t. (See *kweit- in Indo-European Roots) < Kewit < *Ki-with < *Kiki-at > Hawith > Din. Hvid > Norueg. hvit > Suec. Vit.                Kuweit < *Kiki-at > Kakia.

Inglês

Alemão

Sueco

Dinamarquês

Norueguês

Islandês

Holandês

white

weiß

vit

hvid

hvit

hvítt

wit

De passagem descobre-se que a etimologia do hábito latino derivaria do facto desta deusa ter sido protectora dos lares das «habitações» (e, de modo algum, porque os «hábitos» monásticos, aliás nem sempre brancos, tivessem tido a premonição duma relação com a brancura que as togas romanas tinham!). O turco beyaz, de que, por contingências relativas a brancuras degradadas, derivara o nome da cor intermédia entre o café com leite claro e o creme, o «bege» (< Fr. beige < It. bigio, acastanhado < ???), pode também ter origem nesta mesma semântica.

Por outro lado, a relação fonética com o nome do novo riquíssimo emirato árabe do Kuweit não deixa de ser espantosa tanto mais que tudo indica estarmos perante a mesma semântica.

Kuwait, or officially the State of Kuwait, was referred to by the name "Qurain" (or Grane) in the early seventeenth century. The names "Qurain" or Kuwait are diminutive of the Arabic words Qarn and Kout. Qarn is a high hill and Kout is a fortress. In the dialect of southern Iraq and the neighboring countries, Kout means a house built in the form of a fortress adjacent to water.

«Couto» (< Lat. cautu), terra defesa, que outrora gozava de privilégios; coutada; => «Coito» • (< Lat. cautu), s. m. couto;• (< Lat. coctu), cozido; • (Lat. coitu), cópula carnal.

O nome do Kuweit seria então o diminutivo do termo arábico Kout cuja semântica, afinal, não estaria muito longe da do latino cautu.

Kuwait < Kawiat < Ka-Phi | < Ki | -at => Hebat.

                               > Kawit > Kout.

Sendo assim, tudo aponta para a inferência de que Hebat seria a “branca senhora do monte” de que derivaria a semântica da brancura germânica... e as literalidades inter semânticas dos «coitos». Em boa verdade, as «coutadas» remetem sobretudo para os “campos santos” de que derivaram as quintas e quitãs de Ki-Antu / *Kaphiat.

 

Ver: FARAO (***)

 

Parece assim que a semântica da brancura anglo-saxónica derivaria do nome da deusa virtual *Kikiat, percursora tanto da anatólica Hebat, esposa de Teshup, que, enquanto senhora dos brancos cumes dos montes da aurora era uma deusa de virtuosa brancura quanto de Kakia, a grega deus mãe de todos os vícios e que, por isso mesmo, daria a impressão de nada deve à branca pureza!

Hebat pode ter sido uma corruptela de Taveret por perda dum erre surdo o que recolocaria todos estes nomes na esfera de Wer.

O mito da cultura indo-europeia ficas assim mais uma vez abalado!

«Angina» • (< Lat. angina), s. f. infecção aguda na garganta, em especial, nas amígdalas, geralmente caracterizada por um exsudado branco pontuado, ou em toalha como na angina diftérica.

«Angina» < Lat. Angina < Enki-ana, seguramente Istar / Inana, a “Branca-Flor” e/ou “Branca-de-Neve”, filha amada de Enki > angin.

O termo angin dos indonésios parece derivado do nome de Enki enquanto Sr. Solar do claro dia o que confirmaria a hipótese de a civilização ter chegado ali muito cedo por via marítima a partir da cultura suméria. Quanto ao hindu safed e sem mais informações linguísticas correlativas, bom... o melhor será constatar que nem sempre a relação etimológica é patente e intuitiva pelo que, ainda que prospectivamente interessante, seria virtualmente fastidioso correlacionar este termo como o homógrafo inglês ou com o verbo português «safar» que, por não ter etimologia segura poderia ter sido um arcaico anglicanismo entrado na barra do Douro na rota do vinho do Porto com o «batoque» das pipas, por exemplo! Na verdade, é difícil saber, sem maior investigação, se «safar» começou por ter a conotação “livrar”, como o homólogo inglês, ou se teria começado por ter uma semântica mais arcaica, próxima do safed hindu, enquanto acto de branquear apagando! É que a circularidade das homologias semânticas bem pode resultar duma mera e casual ilusão resultante da própria redutibilidade de todas as coisas à sua unicidade original ou essencial!

Mais difíceis de enquadrar numa semântica evidente parecem ser os termos celtas.

Gaélico

fion, ban

Gales

Gwyn

O gaélico fion pode nada ter a haver com o gaélico ban (< blan < blank) que pode ser já uma corruptela recente de *blanc. No entanto, pode ser também uma corruptela a partir desse mesmo termo por ressonância com blanc.

Ki-Kian > Giwun > Gwyn.

     Kian > Phian > *Phoena, lit. «a Sr.ª da luz» que ilumina os pecados da humanidade? > fion > Fiona.

                           > *fian > Wan ó blan < blanc.

            > Poena > «Pena».

Pois bem, Phian ou Fanes era o deus protágono da branca luz primordial do claro dia e Fiona uma espécie de Branca-de-Neve.

Por sua vez, *Kian, lit.(monte entre) a terra e o céu”, é o nome primordial dos montes da aurora, equivalente de Sião, deixando a suspeita o gaélico fion ser de facto uma herança minóica porque era característico nos falares egeus transformar o Ki em Phi!

 

NEGRO

Grego

Latim

Portugês

Galego

Catalão

Asturiano

Aragones

Espanhol

Italiano

Francês

Basco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Portugês

Espanhol

Italiano

Francês

Latim

preto/negro

negro

nero

noir

niger

Iber. «negro» < B.Lat. *nigueru < Lat. nigeru < An-Ker > Niger ó Nilo.

                            Franc. noir < nauir < Na-Wer< An-Ker < *En-Kur >

Nihur > Niru > It. Nero.

À primeira impressão o black inglês nada teria a ver com esta série de termos relacionados com *En-kur, variante infernal de Enki, segundo Kramer.

«Black» < Middle English blak, from Old English blæc. See bhel-1 in Indo-European Roots.

No entanto, a teoria do indo-europeu aponta para uma raiz virtual *bhel-. Obviamente que, a haver algum fundo de verdade nesta teoria, então, o mais natural seria suspeitar que tal raiz seria uma variante do nome do fenício Baal.

                                                               > Sacar

Wer ó Bel < Baal (*bhel-) < Bahal < Ka-Kar > Hapal > Apolo.

                     ó *Bel-Caco > belacko > blaec > black.

Porém, este deus da aurora seria mais naturalmente um deus de brancura do que de negritude pelo que se suspeita que a etimologia de black tenha uma origem que pouco ou nada deveria ao suposto indo-europeu, tanto mais que parece ser único no conjunto das línguas germânicas. Em boa verdade apenas se pode afirmar que black não se parece com os restantes termos germânicos para a negritude porque *Bel-Caco é etimologicamente equivalente a *Kertu, deus cretense das cavernas infernais, e sob o ponto de vista semântico o mesmo que Baco / Dionísio.

Sendo Bel um nome canaanita genérico para deus e senhor, *Bel-Caco seria então o Sr. Caco, Dis Pater do fogo infernal.

Dinamarquês

Sueco

Inglês

Alemão

Holandês

sort

svart

black

schwarz

braam

Ora bem, o dinamarquês sort parece ter conotações fonéticas demasiado próximas da «sorte» portuguesa para ser uma mera coincidência! É obvio que a sorte latina teria tido origem no culto dum deus continental que acabou também como deus da escuridão nórdica! O holandês braam parece ter a mesma etimologia do escuro deus das brumas e dos vermes.

                                                        ó Kermish > Hermes.

Lat. bruma < Wer-amu > Wer-mis > «verme».

                                                                                                 > Fortu(na).

             *Bel-Caco < Wercico < Wertu < *Kertu > Phertu > «preto».

«Sorte» < Lat. sorte < *saurt < Kauret ó *Kertu ó Ta-Wer-et.

                 Dan. sort < *saurt > Suec. Svart > Alm. Schwarz.

                                                                         Engl. swart

Ora, não é que o deuses da sorte e da fortuna era Dis Pater dos deuses infernais do da «fortuna» da «sorte» e do «destino»?

Lat. Destinus <= Dis-Tun ó

                          Phor-Tun => Fortuna ó Portumno.

                        Nephi-Tun > Neptuno.

Como podemos inferir do contexto mítico, todos estes deuses seriam variantes do nome do antigo deus sumério Enki, que também teve nome de Gu (> Iberic. Gua) e de Du, o «deus menino» Baco. Então, o galês du seria, uma sobrevivência quase inalterada do nome deste deus, o que não deixa de ser manifestação de longevidade difícil de entender no volúvel e volátil universo das linguagens!

Gaélico

Galês

Dubh < Du-| Behu < Beco > Baco |

du

No universo das línguas eslavas parece inferir-se que o papel de Dis Pater teria cabido ao deus celta Chernuno, se bem que o polaco Koc possa ter derivado de Caco, o primitivo deus do fogo infernal enquanto o letónio seria também uma estranha sobrevivência do nome grego de Afrodite Melânia, a virgem negra como a hindu Kali de que derivaria o nome da hindu negritude! Ora, tanto o nome desta virgem mãe negra como o turco kara derivarão do nome do deus dos infernos do Kur.

Polaco

Eslovaco

Russo

Letónio

Grego

koc

cierny

cherno / chёrnyj

melns

Melanos /mod. maúros

Estranhamente, o indonésio hitam seria uma sobrevivência de Afrodite Kitana, a deusa “cobra da terra”, outra variante de Ker(tu) /Kali, deusa mãe da terra das cobras infernais?

Turco

Hindu

Indonesio

Siyah / kara

kala

hitam

 

VERMELHO

Podemos confirmar que o nome da cor rubra das línguas latinas deriva do termo russus que em latim não era o mais comum entre os eruditos visto estes preferirem o termo ruber, de que deriva o erudito «rubro» no sentido de tão quente quanto o ferro em brasa. Da raiz rub- surgiria o termo rubeu daqueles que por terem os cabelos louros avermelhados eram também russos como os vikings que vieram a colonizar e dar nome à Rússia!

«Ruivo», lit. “filho de Ru/Ur < ru-| ivo < biu | < Lat. rub-eu.

A origem destes termos é seguramente relativa às deusas e deuses da aurora e a mesma da lisboeta Praça do «Rossio» que pouco mais terá a ver com “terreno roçados em comum” que o facto de ter sido o uso laborioso destes baldios a transformar o latim ruptiare no «roçar mato» português. De facto, de ruptiare teria derivado o termo português «rotear» ou, no mínimo, «roçar e rotear» serão variantes do mesmo latino ruptiare. De qualquer modo, é possível postular rup- ó rub- tanto mais que rup- terá sido criado com o nome da Europa como variante do nome de Aurora.

 

Grego

Latim

Portugês

Galego

Catalão

Asturiano

Aragones

Espanhol

Italiano

Francês

Basco

rhousios / mod. kokkinos

Ruber / russus

vermelho

Vermello

roig o vermell

Bermeyu

royo

rojo

rosso

rouge

Gorria

 

 

 

Esta raiz rup- ó rub- parece ser a que está presente tanto nos termos latinos quanto germânicos para a cor vermelha e na suposta raiz indo-europeia *reudh-, de todos estes termos quem tem tanto a ver com *Urki, a deusa nocturna e lunar da morte e da aurora como com seu filhos primordial o deus do sol nascente, Urash!

«Red» < Middle English, from Old English rēad. See *reudh- in Indo-European Roots.

Inglês

Dinamarquês

Sueco

Alemão

Holandês

red

rod

rod

rot

rood

                                                                 > *reudh-.

                                                                 > ruath > Riad > rēad > red.

Rup- < Ruwi < Urki ó Urash > Raush > rauth > rod >rood > rot.

  «Rosa» < Lat. Rosa  < rausa < Raush > rauje > franc. rouge.

                                                                 > «roxo» > esp. rojo.

ó It. rosso < Lat. russu(s) ó Grec. Rhousi(os)

Os deuses da aurora terão nascido como Zeus nas grutas de Creta pelo que, a conotação rude e rupestre da raiz rup- terá surgido precisamente do contraste da rudeza bravia da continentalidade balcânica com a rósea suavidade marítima das ilhas do mar Egeu!

Voltando atrás, a confusão entre «rossios e roças» é foneticamente possível mas a semântica dos «rossios» começa com os «rocios», as orvalhadas matinais que fecundam e tornam a terra «viçosa» acompanhando as dores de «cio» e de parto da Senhora do Rocio e assim contribuindo para a «fartura» dos rossios medievais que no Brazil se tornaram em «rocios».

«Rocio» < rociar (< Lat. roscidare)

               < Rau | < Ura- < Haura < Aurora- | «cio» < chiu < ??? chilu < Lat. zelu < Gr. Zêlos < zilu(s) < Zu-lu. Ou antes, do Lat. *roscivu? >

                          Zu-lu ó Zu-Ki = Ki-Zu > *Wi-Zu > Wi-Chu > «viço».

               < Rau > Ro | «cio» < xiuu < Lat -*civo < ciwo < Ziwu

                                     < Zu-Ki.                                > «chibo», o deus dum cabrão de Enki e do cio animal por antonomásia!

Sumer. Zu = ardor sexual = «Cio».

In Greek mythology, Zelus ("zeal") was the son of Pallas and Styx and brother of Nike, Cratos and Bia, and part of Zeus' retinue. He was the personification of dedication and emulation.

«Cio» = • (Lat. zelu < Gr. Zêlos, fervor, zelo), s. m. apetite sexual dos animais em determinados períodos;• brama, berra;• (Trás-os-M.) viço;• vigor (das plantas).

«Ciúme» = (de cio), s. m. zelos amorosos; • emulação; • inveja; (...).

«Ciones» = marcos (de madeira ou pedra) que na Grécia antiga se colocavam geralmente nos caminhos, em representação de algum deus.

De facto, a etimologia do «cio» a partir do nome latino do deus grego Zelos parece erudição rebuscada demais para um termo que o povo reserva para uso animal num contexto de pura ânsia sexual que tem pouco de «zelo» e quase nada de humano «ciúme»! Aliás, derivar «ciúme» de «cio», sem mais delongas, é fechar os olhos à particularidade linguística de as palavras portuguesas terminadas em «ume» serem quase seguramente o rasto fenício e a sobrevivência gramatical do plural semita, ou seja, o senso comum primitivo saberia perfeitamente que enquanto os animais soem ter apenas uma época de «cio» os humanos teriam «cios» recorrentes e longos como as paixões!

De resto, adiante se verá que este deus fez parte da etimologia da cor amarela que pouco tem a ver com as cores da aurora!

No entanto, parece que os primitivos teriam uma aproximação muito mais pragmática destas realidades pois que viam no «cio» menos a pulsão sexual e mais a capacidade procriava que no reino vegetal era para os antigos falares mirandeses o mesmo que o «viço»! De qualquer modo, a atestar a relação óbvia do «cio» com a procriação esta, por um lado a conotação genitiva do sufixo –cio e por outro a sobrevivência fóssil do prefixo cio- no termo «ciones», possivelmente a tradução em português erudito das Xoanas (< Chu-ana > Juno, esposa de Ju(piter)!), equivalentes femininos dos arcaicos e ictifálicos «erma» gregos! A talho de foice podemos constatar que afeição se diz cion em gaélico irlandês!

Em conclusão pelas suas cores de fogo que vão do amarelo ao vermelho passando pelos belos tons do alaranjado a Aurora esteve primordialmente associada à cor vermelha antes de ter dado nome ao verme que deu a cor rubra à púrpura antiga.

 

Ver: PIETA / VIRGEM DO ROCIO (***) e ANZU / ZU (***)

 

Os termos eslavos para esta cor revelam-se directamente relacionados com os deuses sacarídeos da aurora!

Polaco

Eslovaco

Russo

Checo

Letão

czerwony

cervený

Krasno > krasnyj

Červená

sarkans

Polac. Czerwony < Eslovac. cervený < Kerwan-i(s)< Kar |

<= Kur | -Ki-an-ash ó *Karashan > Krashan > Rus. Krasno =>

 krasnyj.                                           => *Sarkan(us) ó Sacar-an.

                                                                                      > Leton. Sarkans.

*Karashan parece mesmo ser o nome original dum deus da cordialidade e origem étmica do «coração» português!

«Coração» = (de *coraco < Lat. cor), s. m. órgão muscular, agente principal da circulação do sangue.

Na verdade, se o nome francês para este órgão vital se revela um perfeito latinismo já os termos ibéricos manifestam origem duvidosa a partir do latim na medida em que tal derivação necessita de postular um termo virtual *coraco, supostamente de baixo latim, porque desconhecido na literatura latina que, aliás, se revela só por si foneticamente insuficiente para gerar o «coração»!

«Coração» < Esp. coraçon < *coracone(m) <= *coraco, onis, ou antes

                                                                      < *Ka(u)rash(-aun) < Kur-ish-anu = Ishkur-an!                                                    Kur-ash > Ker-at > keart > Engl. «heart»! => (Mel)kart

Ora, como o genitivo latino de cor é cordis, literalmente Kaur-dis, ou seja Dis, literalmente “o deus (dos infernos) do Kur”, era, por isso mesmo, o “deus menino” filho da Aurora da ilha de Creta e das terras orientais do Curdistão!

O calão lusitanos sugere que o pénis é um órgão do «caraças», ou seja, relacionado com os deuses da aurora, quanto mais não fora por força das imperiosas erecções matinais, que então teriam tido por estas bandas, entre outros, o nome de *Ka(u)rash(-aun)! Este deus chifrudo dos infernos teria «encarnado» como “deus menino” com o nome eventual de *Kurminu, o deus do «carmim», ou *Kermish e na forma dum «chibo», do amor «cordial» e do espírito santo do Pneuma «pulmonar»!

«Pulmão» < Lat. Pulmone < Phur-Maune < Kur-Ma-Anu > *Kurminu.

O estónio punane pode estar relacionado com as vias étmicas do grego moderno kokkinos e este com o nome de Canaã!

Ora, o galês coch bem pode ser a sobrevivência fóssil dum arcaico termo minóico de que teria derivado o kokkinos do grego moderno.

Porém, o gaélico dearg ainda que pareça ter ressonâncias com o nome dos argonautas só muito dificilmente se pode confirmar que derive do nome do deus do fogo infernal do Kur.

Gaélico

Galês

dearg < te-ark < te(o)

| Kar < Kur| ???

coch < caushi

< Kauishu, Caco, deus arcaico do fogo e filho de Ki?

 

Ver: FENÍCIA (***)

 

O Hindu lal será um arcaismo relacionado com Aralu, a Deusa Mãe da aurora! Por sua vez o menolak indonésio será uma corruptela do nome minóico *Kaur-min, antepassado do sâncrito Krmija e análogo do nome de Hermes.

Indones. menolak < men-auraki = Aurakimin < *Kaur-min > «carmim»!

Estonio

Hindu

Indonesio

Curdo

Turco

punane

lal

menolak

Sor

kýrmýzý

O turco kýrmýzý < Ár. Kirmizí ó Sânsc. Krmija

ó «quermes» > «carmim» > «carmezim»!

«Quermes» = excrescência vermelha formada pela fêmea do pulgão (cochonilha) sobre as folhas de uma espécie de carvalho e de que se extrai uma cor escarlate. «Carmesim» = • (Ár. kirmizí, da cor do quermes), s. m. cor vermelha muito viva; • adj. vermelho; «carmim»!

Em português a cor «vermelha» recebeu o nome a partir da sua relação com o pequeno verme (< Lat. vermiculu) da púrpura a que os latinos davam o nome de murex. O facto de do «carmim» derivar também dum agente biológico, o «quermes», de que se extraia também a cor vermelha, permite suspeitar que a etimologia oficial do «vermelho» não será a mais plausível e que, pelo contrário, terá sido este molusco a receber o nome do deus dos infernos e da aurora e das cores da primavera que, por regra, era também o deus outonal das guerras santas, ou seja do preto da morte negra e do vermelho sanguíneo!

                                                                                         > celtic. Bormio.

                                            Kur-Ama-ash > *Kermish > Hermes.

                                                                     < *Kermish > Ár. Kirmizí.

«Vermelho» < Lat. vermiculu <= Wer-mis ou, plausivelmente:

                                                   < Wer- | meliho < Mer-ico > murish > murex.

Este termo português tem equivalente popular no topónimo andaluz  Bormujos e Fuente Vermeja (do espanhol medieval vermejo[1]) e, erudito, na língua inglesa e francesa em vermeil.

«Vermeil» Middle English vermail, from Old French vermeil, from Late Latin vermiculus, a kind of red worm, from Latin, grub, diminutive of vermis, worm. See wer-2 in Indo-European Roots.

Pois bem, mais uma vez se confirma que as supostas raízes linguísticas indo-europeias não são senão a confirmação dum passado mítico comum que terá tido um momento particular nos falares das tribos urálicas de que derivam as recentes línguas ocidentais. As este respeito verifica-se que, tal como no caso do «preto», o português não segue a linha semântica dos restantes termos mais comuns para a cor do sangue entre o grupo das línguas latinas, em grande medida porque o termo português «roxo», foneticamente equivalente, ficou reservado para uma cor secundária violácea que resulta da mistura do azul com o vermelho. Não deixa por isso mesmo de ser interessante que idêntico destino tenha acontecido à cor «púrpura» que em latim dava nome ao tecido que celebrizou o murex e a Fenícia. Que estranho fenómeno terá sido este que fez com que os rubros tecidos reais chegassem desbotados às costas lusitanas? Possivelmente porque uma das cores do molusco da púrpura era azulada!

Em todo o caso, suspeita-se que o latino vermiculo não seria apenas sinónimo do genérico “pequeno verme” que o murex era, já que pequenos são praticamente quase todos os restante, mas que teria sido originariamente um diminutivo do nome do deus Wer, na forma latina mais de Verminus, que por ter sido deus dos mortos foi também senhor dos vermes que decompõem os cadáveres, possivelmente confundindo as cochinilhas com as rubras minhocas.

Verminus a God who protects cattle against worm disease, might also be honored on this day.

                                Verminus < Werm-inus < Herma + Anu.

Lat. Vermiculu < Wermi-kuru ó Werm-isho < Hermish > Hermes.

Em todo o caso, Hermes parece ser a origem étmica do vermelho, seja na sua óbvia relação com o ocre vermelho e o «cinabre» com que se cobriam os cadáveres simbolizando o ka da vida transportada por Hermes Psicopompo para o reino dos mortos. Possivelmente o «cinabre» só veio a ser usado muito tardiamente e em sepulturas reais pois o do comum dos mortais seria o ocre vermelho, um tipo de argila utilizada na pré-histórica para confecção de inscritos em pedras e pintura de estatuetas paleolíticas e neolíticas, facto que permitiu a conotação mítica por antinomia entre os deuses da vida e da morte por meio do rubor dos cálidos infernos vulcânicos onde se encontra o «cinábrio».

Árabe "hamra" (femenino de "ah-mar", cor vermelha) < Ka-mura!

O árabe parece ser assim uma das poucas línguas que parecem reportar para o da deusa dos mortos e dos mouros.

No entanto, existe também uma relação evidente entre a cor vermelha e este deus do vigor sexual como fonte de vida, patente em Hermes Propileu, o deus dos tortulhos fálicos e dos rubros cogumelos da espécie Amonita Faloides.

«Cinabre» cinábrio ou cinabarita, é o nome usado para o sulfureto de Mercúrio(II) (HgS) ou vermelhão nativo, o minério de mercúrio comum. O nome vem do Grego, - "kinnabari" - usado por Teofrastus e provavelmente foi aplicado a muitas substâncias diferentes.

Fontes diferentes informam que a palavra vem do Persa zinjifrah, originalmente significando "perdido". (???)

Pois bem, mais depressa o Persa zinjifrah significaria aquilo a que ressoa, «gengibre», do que dar o significado ao «cinabro» a partir de algo perdido.

                                                Ár. Zenjebil <

«Ginguba» (=amendoim) < Gin-Gu-wa® > Sumer. *Zen-Zi-Bil

< Ken-Ki-Ker > Gin-gi-Wer > Pers. Zinjifrah.

«Gengibre» óLat. zingiberez < Sânsc. S®n-ga-vêra, córneo), s. m. planta vivaz das regiões intertropicais, da família das zingiberáceas.

Em latim o cinábrio era também o minium, (que proviene del Río Miño en el norte de España donde foi extraído pela primeira vez.) significando também “zarcão” - uma palavra emprestada do ibero (cf. basco "armineá" = cinábre).

«Zarcão» < • (Ár. Zar-kun < Pers. azargun, cor de fogo), s. m. designação vulgar do mínio; • cor de laranja ou de tijolo muito viva;

«Mínio» • (Lat. miniu), s. m. óxido salino de chumbo; • zarcão; • vermelhão; • cinábrio.

À l'époque de Pline l'Ancien, le terme de minium a désigné en premier le cinabre (sulfure de mercure de formule HgS) puis le carbonate de plomb (céruse). D'ou de fréquentes confusions entre céruse, minium, vermillon, cinabre.

«Carmim» = carmesim = quermes • (Ár. kirmíz,), s. m. tinta vermelha, muito viva, extraída da cochonilha e de outras plantas; < Sânsc. krmija), s. m. sing. e pl. excrescência vermelha formada pela fêmea do pulgão sobre as folhas de uma espécie de carvalho e de que se extrai uma cor escarlate;

Hermes, também chamado Herman e denominado de muitas variadas maneiras noutros tempos e lugares, é assim, o responsável por todas as variantes dos nomes do vermelho. Estas foram facilitadas pelas confusões decorrentes dos nomes dos pigmentos que eram utilizados para obter em pintura esta cor. De facto, só modernamente se esclareceu que a identidade elementar das cores depende apenas do comprimento de onda da luz que as produz nunca tendo sido, por isso, encontrar um pigmento elementar de cada cor, já que esta depende tão somente da forma como estes diversos pigmentos se comportam perante os diversos comprimentos de onda da luz visível.

Hermes < Ker-mish > Tur./Ár. Kirmíz > «quermes».

«Carmesim» < «carmim» < Karmin < Ker-| Me-an > Gal. Miniu > Lat. Miniu | >  Harmine > Basc. "armineá" > Herman.

Grec. Kinna-bari < Acádic. Kinahhu + Wer, lit. “O que transporta o Kinahhu” (o nome canaanita do murex)

 

Ver: FENÍCIA (***)

 

AZUL

Czech:

modř, modrá barva

Latvian:

zila krāsa

Danish:

blå

Lithuanian:

mėlynumas, žydrumas

Dutch:

blauw

Norwegian:

himmelens blå

Estonian:

sinine

Polish:

lazur

Finnish:

sininen

Portuguese (Portugal):

azul

French:

bleu

Romanian:

albastru

German:

das Blau

Russian:

голубой, синий цвет

Greek:

το γαλάζιο χρώμα

Slovak:

modrá farba

Hungarian:

kék ég

Slovenian:

sinjina

Icelandic:

himinblámi

Spanish:

azul

Indonesian:

warna langit cerah

Swedish:

blå färg, blått

Italian:

blu, azzurro

Turkish:

mavi

O «azul» parece ser tipicamente ibérico ainda que estranhamente polaco e vagamente italiano! De facto, as cores mudam com a moda e o colorido local e, por isso, pouco ou nada resta do nome delas relacionado com as línguas clássicas. Como chegou o azul à Polónia e à Letónia e quase tão difícil como saber como chegou às Espanhas mas é bem possível que tenha sido levado pelos exércitos de Carlos V para o centro da Europa e vá-se la saber porque razão esta moda filipina tenha pegado apenas naqueles países eslavos! A moda dominante nas cortes europeias medievais terá sido a do ouro sob azul da flor-de-lis dos franceses. Se o azul não for reconhecível na língua árabe é quase seguro que se trata de um termo autóctone partilhado com os fenícios sabe-se la desde que remota antiguidade!

Portugês

Espanhol

Árabe

Grego

Latim

azul

azul

أَزرَقfon. azraq

kuanos(fem.)

Cianus / livor

Blue < Middle English blue, bleu, from Old French bleu, of Germanic origin. See bhel-1 in Indo-European Roots.]

Na série das cores portuguesas principais só o «azul» parece fugir à regra da derivação a parir do deus Wer.

No entanto, ainda assim se pode reparar que o termo «blue», equivalente francês do «azul», permanece na mesma linha etimológica que parece ter origem remota nos falares minóicos. Por outro lado, o adjectivo erudito «cerúlio» é o que resta na lusa língua duma eventual relação do «azul» com o deus Wer, que afinal não seria senão uma variante do nome do deus da aurora, Sacar!

From the Chaldean zhr, "to shine," comes, in the participle active, zuhro or zuhre, "the Shiner"; and hence, no doubt, from zuhro, "the Shiner," under the prompting of a designing priesthood, men would slide into the idea of zuro, "the seed,"--"the Shiner" and "the seed," according to the genius of Paganism, being thus identified. This was manifestly the case in Persia, where the sun as the great divinity; for the "Persians," says Maurice, "called God Sure" (Antiquities). -- [2]

«Cerúlio = da cor do céu ou do mar.

Obviamente que o «azul» propriamente dito, deve o nome a Ashur, o deus assírio do sol que seria um equivalente de Bel (Marduque).

«Azul» < (Pers. lazward?) Arab. Az(u)ra(q) > It. Azzurro <= Ashur, deus solar senhor do azul dos céus dos assírios < *Ashkur > Ishkur

º Ker-lu > Wer-lu > Bel-u > Fr. «blue».

Ishkur < *Ashkur > Fen. Sacar => Cal. Zhr = brilhar!

Obviamente que a relação caldeia de zuro, semente com Zhr de brilhar é tão circunstancial como a de Ceres com cereal mas. Obviamente que os cultos solares muito tempo e trabalho tiveram para levarem a estes encontros furtivos a que a riqueza linguística tanto deve!

O deus de todas as cores era seguramente o senhor da luz primordial ou seja Fauno / Phanes / Pan.

Phanes < Ki-an = Ku-an > grec. kuanos > Lat. cianos!

Por sua vez, os termos germânicos terão derivado do nome de Bel, que além de deus da brancura diurna nas línguas eslavas seria, nas línguas supostamente indo-europeias deus da escuridão o que pareceria coisa oposta ao estatuto dum deus solar, senhor do azul do céu! A verdade é que os linguistas ingleses reportam tanto o negro black quanto o cerúleo blue da suposta raiz indo-europeia *bhel- o que só pode explicar-se partindo do pressuposto que o deus das cores era o deus da aurora, senhor tanto dos «escuros» (< Ishkur[3]) infernos do Kur quanto do sol do claro dia!

Italiano

Francês

Inglês

Alemão

Dinamarquês

Sueco

Holandes

blu

bleu

blue

blau

bla

blå

blauw

Wer ó Bel < Baal (*bhel-) < Bahal < Ka-Kar | < Kur | > Hapal > Apolo.                                                  > *Belu > Blue ó bleu > blau > blauw > bla                                                                                      > blu.

Entre as línguas eslavas a diversidade de termos para a cor vermelha parece ser a regra. O russo nebo e o polaco niebieski derivarão do nome do deus semita Nebo, da escrita e da sabedoria, seguramente o mesmo que Enki e Anpu!

Enki > Neku > Newu ó Anwu > Anpu.

Polaco

Eslovaco

Letão

Russo

niebieski

modrý

zils

goluboj, lazurnyj’, nebo

A partir daqui a única coisa que poderemos afirmar é que Enki o mesmo que *Enkur, o Sr. do Kur! O russo lazurnyj estás seguramente mais próximo do Pers. Lazward que, deste, o «azul» lusitano e o letónio zils é quase «azul». Porém, o eslovaco modrý é de derivação difícil (ainda que numa primeira aproximação se pareça com uma corruptela do nome de Marte < Marti < Martu ó mauthr > modrý) e o russo golubojv ressoa a uma corruptela do nome do deus marítimo Glauco! Do turco mavi apenas se poder estranhar que «amavioso» tenha sido preterido pelo adjectivo «mavioso» quando é verdade que este adjectivo é sobretudo utilizado em relação com ambientes primaveris que muito têm a beneficiar de suaves dias de céu azul, o que bem pode sugerir uma situação de ressonância semântica por influência de falares moçárabes!

«Amavioso» • adj. em que há amavios;• cheio de encantos;• amável; • delicado.

«Mavioso» • (por amavioso < mavio), adj. suave; • harmonioso; • enternecedor; • agradável; • afectuoso; • terno.

De qualquer modo, não é fácil encontrar pistas que nos conduzam aos deuses anatólicos que terão estado por detrás do nome do azul celeste do céu da terra de todos os deuses e deusas dos pais dos hatis! Será que, sendo Kumarvi o equivalente fonético de Hermes e por, isso mesmo, uma variante anatólica de Enki, foi considerado, enquanto no papel de pai de todos os deuses, senhor do claro azul do céu?

Kumarvi < Ki-ama-ur-ki = Ki-ur-ma-ki(ki) > Murmash => Hermes

                 > huma®vi > Turc. mavi ó Martu.

Claro que se pode estranhar que uma variante marcial do mesmo deus possa dar nome tanto ao «encarnado» quanto ao azul celeste! Mas não é deus o senhor de todas as coisas e de todas as cores? De qualquer modo, üzgün/hüzünlü parece ser um termo relacionado com um dos muitos deuses hititas esquecidos com óbvias ressonâncias com a fonética do «azul». E se um dia se viesse a demonstrar que foi da origem mítica anatólica deste termo turco que veio nome ao «azul»? O estónio revela muitos termos para o azul mas nenhum tem ressonâncias óbvias com equivalentes europeus, a não ser o termo ropp (< rup- < rub-) nem com mitos conhecidos ocidentais, o que não significa que um trabalho de especialista não venha a descobrir as raízes míticas desta língua!

Estónio

Turco

Hindu

Indonesio

Gaélico

Gales

nukrameelne, ropp, sinine, aadellik; sina

Mavi, üzgün, hüzünlü.

nila

biru

gorm

baedd

O estónio revela-se uma língua difícil de entender no contexto dos ditos falares indo-europeus.

Eston. Nukrameelne < nukramelene < An-kur-am-ar-an(tu)???

Será *Enkur-Amarantu uma variante do nome de Hermes, senhor do mundos dos mortos como *Enkur? A verdade é que a flor vermelho - púrpura do «amaranto» pode ter sido confundida com o azul e, enquanto símbolo da imortalidade, esta flor poderia fazer parte dos cultos dos mortos associados ao deus de transporte das almas que era Hermes!

Que *Enkur deu nome ao Nilo, bem como obviamente à cidade lacustre de Ankor, ressoa a obvio, mas que tenha dado origem à cor nila que deu seguramente origem ao annil dos árabes!

«Anil» • (< Ár, annil, azul escuro), s. m. matéria corante azul de origem vegetal. «Índigo» < Lat. indicu < Gr. indikón, s. m. substância corante, para tingir de azul; • anil; • uma das cores fundamentais do espectro solar.

Quanto ao «índigo» parece óbvia a sua relação com o oceano Índico (ou com a cultura hindu) mas não deixa de ser estranha a possibilidade de o nome do sol dos Incas ter derivado do nome do deus patrono dos hindus que, por ter sido um deus solar terá dado nome ao sol e a mar azul do Índico! O indonésio biru é obviamente indo-europeu relacionado com Wer/Bel! O gaélico gorm pode ser uma corruptela duma variante do nome de Hermes / Bormios! O galês baedd é quase tão impronunciável quanto etmicamente dedutível!

 

VERDE

Portugês

Espanhol

Italiano

Francês

Grego

Latim

verde

verde

verde

vert

chloe / chloros;

mod. prasinos

Viridis, viror,

ceruleus

A uniformidade do nome da verdura primaveril nos falares românicos ocidentais prova à saciedade que estes não terão derivado directamente do latim porque o terão precedido tanto no tempo como na importância e distribuição geográfica pelo que, a latinidade deve ser reservada às culturas péri-mediterrânicas ocidentais que vieram a sofrer a dominação militar romana que lhes era culturalmente inferior. Aquilo que se pode postular com propriedade é que a civilização romana acabou por uniformizou os diversos dialectos da latinidade ocidental gerando diversos crioulos romanizados de alguns dos quais se geraram as línguas modernas.

                                > vir-(i)the > Lat. virde > Lat. virid(is).

«Verde» < Wer-thi < Wer-tu < *Kertu + Minus =

*Kertumino > Vertumno.

*Kertumino º *Kertuno ó Fortuna.

                        *Ker-tu-an ó Ker-an < Kauran.

O deus da verdura primaveril seria então *Kertumino ó Vertumno, «o deus menino» filho de *Kertu, a “Sr.ª do monte” das grutas de Creta. Uma variante mais arcaica do nome deste deus seria *Kuran / Crono / Saturno, deus dos cereais, esposo ou filho de Ceres. O termo latino ceruleu é assim uma homenagem ao deus que era o “homem de Ceres”, ou ao guerreiro solar que esta Virgem Mãe transportava no seio e ao colo! A origem minóica da romanidade ocidental parece ser cada vez mais incontestada na medida em que os mesmos mitemas minóicos parecem estar na origem de termos fundamentais dos falares nórdicos que, assim, cada vez mais se manifestam como sendo o resultado duma colonização da época dos «povos do mar»!

Chloris, Cloris, Cloria: myth name (goddess of spring)

                                                                      > virur > Lat. viror.

Lat. cerul(eu) < Cer-lu < Kar-lu > Kal-ur > «calor»

                                                                       > Grec. Clor(is).

Green < Middle English grene, from Old English grēne; see ghrē- in Indo-European Roots. translation of German (die) Grünen, (the) geens, from grün, green.]

Green < grene < gréne < grün < graun > gron > groen.

                                                          > graun > Lat. granu > «grão»!

                               Kuran > *ghrē-n < ???

                                                  > Krau-(n) > Clau- > Grec. Chloe / Cloris.

Inglês

Alemão

Dinamarquês

Sueco

Holandes

green

grün

grøn

gront

groen

As línguas eslavas parecem ter copiado as germânicas preferindo o «zê» de Zeus ao «guê» dos deuses do grão!

Polaco

Eslovaco

Letão

Russo

zielony

zelený

zaïð

zeleno, zelёnyj

.                                                           > Lat. Placens.

Modern. Grec. Prazinos < Phrashin < Phar-ish-an < Kur-ish-an

ó Ish-Kuran.

            Kuran > *Ker-eno > Zer-eno > Rus. zeleno < Polac. Zielony

< Eslovac. zeleny.                       > «Sereno».

«Sereno» = (< Lat. serenu), adj. calmo; • tranquilo; • limpo de nuvens.

«Prazente»• (Lat. placente), adj. (ant.) aprazível; • que apraz.

Um deus dum tempo «sereno» teria que ser um deus primaveril como sugere o grego moderno prazinos, pelo que é quase certo que estamos no domínio do vento suave de Zéfiro como o sugere o termo turco para o verde!

Turco

Yeþil < Jephir > Zéfiro

O estónio, ainda que ilegível no contexto indo-europeu, na medida em que corresponderá como o basco, ao remanescente das arcaicas culturas que foram deslocadas pela movimentação de povos modernos nos tempos dos povos do mar, oferece, ainda assim uma rica variedade de ressonâncias míticas que se aproximam das restantes.

 

Estónio

 

 

muru, < Amurru?

värske, < Waresko < Wer-isho

aedvili, < adevili < Aka-Wer???

roheline,< Rokelinu ó Urcelino < Kur-kur-an

rohelus < rocelus <kurkilu => Cloris.

 

Gaélico

Gales

glas, < Klas ó Grec. Cleo

uaine <???> warin < Wer-an

Gwyrdd <= Werth < *Kertu

Indonesio

Hindu

Hijau < Kishal <???

Hara < Kara(n)

         

 

=> AMARELO (***)



[1] "Ya Campeador en buen ora çinxiestes espada! / De Castiella vos ides pora las yentes estrañas; / assi es vuestra ventura, grandes son vuestras ganançias, / una piel vermeja morisca e ondeada / Çid, beso vuestra mano en don que la yo aya." Poema de mio Cid, Anónimo.

[2] Bible And History, http://www.piney.com/index.html

[3]Literalmente filho do Kur, deus violento dos terramotos e das intempéries e, por isso mesmo, simultaneamente deus turino da fertilidade primaveril e “Sr. da guerra”, como Marte e, por isso, provavelmente o mesmo que o sumério Martu.

1 comentário:

  1. Encantada com seu trabalho e a disposição de, generosamente, transcrevê-lo na Web. Um abraço. Ana

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