Figura 1: Estátua romana de Livia Drusilla vestida como a deusa Ops.
🌾 Conso: o deus escondido da fertilidade e dos celeiros Na antiga Roma, Conso era o deus que protegia os grãos armazenados. O seu altar ficava enterrado no Circo Máximo, e só era descoberto em dias de festa. Isso já mostra o seu lado oculto e subterrâneo, ligado à fertilidade da terra e aos mistérios da vida.
🗓️ Festas e rituais
Consualia (21 de agosto e 15 de dezembro): festas dedicadas a Conso, ligadas à colheita e à semeadura.
Ops Consiva: deusa da abundância e da semeadura, celebrada logo após Conso.
Mundus Patet: abertura simbólica do mundo subterrâneo, onde os deuses ctónicos se manifestam.
🌱 Conso e a semente O nome de Conso pode vir de conserere (semear) ou condere (guardar). Ele representa o momento inicial da vida — a concepção — e está ligado a Jano Consivius, o deus dos começos.
🧬 Etimologia e mitologia Conso é associado a palavras como cunnus, cuneus, cone, coito, consumir, e até consoada — todas ligadas à fertilidade, ao alimento e ao sagrado. Há paralelos com deuses egípcios como Khonsu, Satis e Ea/Haya. A linguagem revela que o que hoje é considerado vulgar já foi símbolo divino da criação.
🔥 Conso e o fogo da vida Conso não é só o guardião dos grãos. Ele é também o cozinheiro dos deuses, o que transforma o cru em cozido, o semente em pão, o desejo em vida. Está ligado à temperança, aos temperos, e até ao canibalismo ritual como metáfora da comunhão com o divino.
Ops, a Deusa da Abundância e Consus, o Deus do Celeiro, poderiam ser considerados como os Deuses, feminino e masculino, da Terra Abundante. Dois festivais para Consus e Ops eram realizados anualmente – o primeiro em agosto e o segundo
Em agosto, a Consualia (21 de agosto) e a Opiconsiva (25 de agosto) atuvam como suportes para a Volcanalia, realizada para Volcanus, o Deus do Fogo. Em dezembro, a Consualia (15 de dezembro) vem antes da Saturnália (17 de dezembro) realizada para Saturnus, com a Opalia seguindo em 19 de dezembro. Alguns historiadores religiosos teorizaram que a razão para a conjunção desses festivais tem a ver com os “humores da Terra”. A secura quente de Volcanus contrasta com a umidade fria de Saturnus. Enquanto isso, Consus e Ops atuam como suportes para esses dois opostos.
Na Consualia, o altar subterrâneo de Consus é escavado. (Rômulo, que iniciou este festival, afirmou que encontrou um altar dedicado a esse Deus no subsolo.) Os grãos seriam oferecidos a Consus para proteger os estoques de alimentos. Ao redor do Seu altar são colocadas imagens de Seia, a Deusa da Semeadura, Segetia, Deusa dos Grãos em Pé, e Tutulina, Deusa da Colheita. Essas Deusas recebem coroas de flores. (Observação: as Divindades Agrícolas nunca têm seus nomes pronunciados em voz alta em ambientes fechados.)
No dia 24 de agosto, o Mundus Patet é inaugurado pela primeira vez no ano. Os outros dois horários são 5 de outubro e 8 de novembro. “Quando o mundus é aberto, a porta se abre para a escuridão dos Deuses infernais.”
(Macróbio, Saturnalia 1.16.18) Acredita-se que o Mundus seja o celeiro subterrâneo dos romanos.
A Opiconsiva é realizada em homenagem a Ops Consiva, Senhora Generosa da semeadura e do plantio. Seu sacrário (santuário) era o penus (despensa) da Regia (a sede do Pontifex Maximus (o sacerdote principal)). Os romanos guardavam seus objetos sagrados ali. Os Sacerdos Publica (sacerdote presidente) e as Virgens Vestais faziam oferendas no sacrário em cerimónia privada.[1]
Mundo < Lat. Mundus < etrusco mu(n)θ “poço, mundo”) < *Mnund(us)
Min + unt(us) = Deus Min, gordo e bem nutrido > Menendes > Mendes.
Ver: DEUSES LATINOS – OPS e as antigas deusas mães italianas (***)
Consivius, semeador, é um epíteto que reflecte a função tutelar do deus no primeiro momento da vida humana e da vida em geral, a concepção. Esta função é um caso particular da sua função de padrão inicial. No que diz respeito ao homem, é obviamente da maior importância, embora Agostinho e alguns estudiosos modernos o considerem de menor importância.[G. Capdeville acima, p. 432] Agostinho mostra-se surpreso pelo fato de qualquer um dos dii selecti poder realizar tal tarefa: “Na verdade, o próprio Jano primeiro, quando a gravidez é concebida... abre o caminho para receber o sémen”. [Agostinho acima de VII 2] Varrão, por outro lado, tinha clareza sobre a importância da função de iniciar uma nova vida abrindo caminho para o sémen e, por isso, iniciou sua enumeração dos deuses com Jano, seguindo o padrão de Carmen Saliare. [“Portanto o próprio Varrão começa mencionando e enumerando os deuses desde a concepção do homem, que receberam a vida de Jano”; VII 3: "... responde-se que Janus tem todos os começos em seu poder e, portanto, não é sem causa atribuída desde a abertura até a concepção."] Macróbio dá a mesma interpretação do epíteto desta lista: "Consivius da semeadura (conserendo), isto é, da propagação da raça humana, que é divulgada pela obra de Janus" [A etimologia de sero, embora clara, apresenta um problema com o longo primeiro ī de Consīvius: esta dificuldade pode ser superada se considerarmos Consēuius, atestado por Tertuliano Ad Nationes II 11, 3.] como a forma mais antiga. No entanto, ele não considera Conseuius um epíteto de Jano, mas um teónimo por direito próprio.
Lido entende Consivius como βουλαιον (consiliarius) devido à combinação com Conso através de Ops Consiva ou Consivia. A interpretação de Consus como deus do conselho já estava presente em autores latinos [117] e se deve à etimologia popular apoiada na história do sequestro das mulheres sabinas (ocorrido no dia da Consualia aestiva), supostamente avisadas por Conso. No entanto, nenhuma fonte latina cita qualquer tipo de relação entre Conso e Janus Consivius. Além disso, em ambas as passagens esta etimologia apresenta dificuldades, sobretudo porque parece que Conso não pode ser etimologicamente relacionado com o adjetivo consivius ou conseuius, encontrado
No entanto, o contexto mítica aponta para que seja precisamente a relação de Conso com a semente e a concepção que, fazendo a ponte deste deus latino com o deus egípcio Chonso, a que permita explicar a relação de Janus Consivius com Ops Consivia e deste com a semeadura e não com o conselho.
CONSO
Na antiga religião romana, o deus Conso era o protector dos grãos. Ele foi representado por uma semente de grão. Seu altar (ara) estava localizado na primeira meta do Circo Máximo. Era subterrâneo, ou de acordo com outras fontes, coberto de terra, que era varrida durante as Consualia, as festas em 21 de Agosto, 15 de Dezembro e em 7 de Julho, quando os pontífices realizaram lá um sacrifício. Ele era, portanto, um deus ctónico.
A etimologia do nome Consus é incerta. Pode ser de origem etrusca ou sabina. Na etimologia popular da antiguidade, o nome estava relacionado ao verbo latino conserere, "semear", assim como o título da deusa Ops Com-siva.
Con-siva.> Con-sivia > Jano Con-suvius > Co(n)-zeuios <Con-seuius
< Cōn-sē®vī- < Lat. con-serō.
Lat. se-ro < se-men-te < se-mente(m) < sé-men / se-minis < *Se-Min
< proto-itálico *sēmen < PIE *séh₁mn̥ (“semente”)
< *seh₁- (“semear”) + *-mn̥.
< *Se-Min > sé-men / se-minis.
Aparentemente a raiz crítica da semeadura é se- que nada nos garante que deriva do PIE *seh₁ mas que seguramente está presente no nome do deus latino Semon Sancus. Que Min era um deus do “leite” seminal a quem mítica e metaforicamente eram consagração as alfaces e as leitugas, é um facto conhecido. Que entidade mítica seria *Se-Min já é menos claro de identificar. Numa primeira aproximação poderia ser o equivalente de Apolo Esménio identificado com Ismin, o deus da medicina dos fenícios e que, neste caso poderia ser a origem do étimo latino *Se-Min, da «semente» e do «sémen», mas que pode estar relacionado com o estranho deus infernal latino Sumano que já se demonstrou estar relacionado com o caldeu Sulmano que também seria um deus do sub-mundo, da fertilidade e da guerra que o fenício Ismin também seria pois que enquanto deus xamânico seria também cirurgião militar.
> Shul-Manu > Sulmano.
Summano < *Su®mnus < *Xu®-Min < Kur + Me-Anu
Summano <=> (A) Esménio > Ish-Min > *Se-Min > sé-men / semente.
Ver: SEMO SANCO DIUS FIDIUS (***)
Na verdade, a estratégia demonstrativa de linha fonética do PIE no caso específico exemplificativo do gaélico sínid demonstra caminhos com passos contraditórios e sem saída.
Sínid < proto-céltico *sīnī-ti, da mesma raiz de *sīros (“longo”) (compare o irlandês antigo senhor, galês hir), do PIE *seh₁- (“tardio, longo”) (compare o sânscrito साय ( sāyá, “noite”), latim sērus (“tarde”), gótico (seiþus, “tarde”) = estender, esticar.
A razão pela qual se segue esta linha de argumentação reside no facto de a força ortográfica ser etimologicamente tão forte como a fonética. Dito de outro modo mais claro, verificamos que o étimo mais arcaico que lavaria a *Se-Min seria *Xu®-Min que determinaria a supremacia da raiz ser- de sero de que derivaria se- de «semente». De forma indisperada verificamos que a raiz se- de «semente» será muito anterior ao PIE *seh₁- porque é análogo ao sumeriograma ŜE: ŝe’u(m) para «ce-vada» que, pelos vistos, não derivaria nem de Ea nem da deusa Haya da cevada mas possivelmente duma arcaica deusa mãe depois relacionada com latina Ceres e que seria a cretence Ker, por sua vez esposa ou mãe do deus menino Enki / *Kurmino < Xu®-Min!
O acádico tinha duas palavras que significam “grão, cevada” associadas aos sumerogramas: ŜE: ŝe’u(m) e e(y)yû(m). O primeiro é um empréstimo do sumério, o último provavelmente semítico. Novas evidências são apresentadas para ambas as palavras em listas lexicais, com o cuidado de tornar explícitos os contextos filológicos em que ocorrem. A questão da etimologia da palavra semítica é abordada, com uma avaliação dos tipos de evidências disponíveis. Sugere-se que a derivação de *hyy “vida” é de fato plausível, embora não da forma radical *hayum. Os nomes divinos Ea e Haya, esposa de Nissaba, também são considerados. Embora Ea e Haya possam estar, em certa medida, geneticamente relacionados entre si e com e(y)yû, eles não devem ser considerados idênticos em épocas históricas. -- The Akkadian Words for “Grain” and the God Haya, Mark Weeden.
De passagem refira-se a estranheza da existência em latim de dois verbos aparentemente sinónimos mas que se diferenciam foneticamente apenas no supino dando a entender que são meras variantes evolutiva de um deles: a saber, o que mantém sempre a raiz ser- e que é: cōn-ser-ō, con-ser-ere, cōn-ser-uī, cōn-ser-tum. Por isso mesmo ainda mais se suspeita que cōn-satum foi criado pelos gramáticos para ligar o latino satus / «semeado» com que o resulta do consumo de cereais e de pão usando o latino satis.
Satis < satius > satiō, satiāre, satiāvī, sa(tiā)tum <=> satum.
Sát-is ou Sat-et, na mitologia egípcia, era considerada a deusa das plantações, o cetro de talo de flor de lótus era característica dessa deusa. Representando a necessidade da afinidade com o ambiente para a realização da criação. Sátis era responsável pela inundação do Nilo (que gerava a fertilidade dos solos no Antigo Egito). Juntos, Khnum, Anuket & Satis formaram a Tríade Elefantina.
=> Crono.
Enki / *Kurmino < Xu®-Min > *Khu®num > *Khnum.
A deusa Satis, herdada dos egípcios, teria sido uma deusa da saciedade Saturnina da época dourada do neolítico onde tmbém imperava a deusa mãe Ops que era Consivia ou Consiva ó Con-| Xiva ó Xuva.
«Consumo» < galaico-português consumir / consomir,
< latim cōn-sū-mō, cōn-sū-mere, cōn-sū-mpsī, cōnsū-mptum
< con- (“com, junto”) + sūmō (“tomar; consumir”)
< sū-mō, sū-mere, sū-mpsī, sū-mptum < *subs(e)mō
< sub- + emō ("sumar, tomar") < emō, emere, ēmī, ēmptum (encher)
< proto-itálico *emō < proto-helênico *némō > νέμω (némō) (nomear, contar).
Ou seja, as referências aos excrescentes em sūmpsī & sūmptum denotam dúvidas sobre a verdadeira relação etimológica entre termos que parecem sinónimos redundantes. Dito de outro modo, consumo dispensa a passagem por sumo podendo derivar directamente de Consu + emō = cōnsū-mō = conceito arcaico relacionado com a deglutição canibal a que o congénere Chocho egípcio se dedicava.
Do mesmo modo se duvida que o termo luso para a ceia de natal, a «consoada», tenha a etimologia que lhe é dada ignorando por completo a sua relação quase incontornável com a festa de Consus, a consualia.
«Consoada» origem incerta < latim consō(l)āta, < consolārī, «consolar, confortar, animar, mitigar» ó consualia dies > *consulia dia > *consulada > «consoada». De facto a Consuália acontecia dois dias depois do dies natalis de Tellus Mater.
O dies natalis (d.n.) era o dia dedicado a comemorar a inauguração de um templo ou capela.
Dia 13: Ides de Dezembro. (meados de dezembro) Dies natalis do Templo de Tellus, dedicado à deusa Tellus Mater (ou Terra Mater), uma deusa da terra.
Lectisternium , cerimônia propiciatória consistindo em uma refeição oferecida a deuses e deusas. Nesta data era dedicado à deusa da agricultura, culturas de grãos, fertilidade e relações maternais, Ceres. Na ocasião das solenidades, colocavam imagens dos deuses reclinados em sofás, com mesas e pratos diante deles, como se estivessem realmente participando das coisas oferecidas em sacrifício.
Dia 15: Consualia ou Consuales Ludi para Consus, o segundo festival do ano em homenagem ao deus da colheita e armazenagem dos grãos Consus.
Semana de
«Esconso» < (ab)scōnsus (“oculto”), particípio passivo perfeito de abscondō. Cf. os dupletos absconso (um empréstimo posterior) e escuso (uma forma herdada popularmente). Compare o espanhol relacionado escusa, escuso, escusar, galego escuso, escusar.
Em conclusão, não é o nome de Conso que deriva de condo mas é este que recebe semântica oculta por abscondō de Conso por este derivar de egípcio Chonso, o filho de Amon, "O oculto", uma vez que originalmente era a personificação dos ventos.
O latino sero não parece ortograficamente relacionado com a deusa latina Ceres do cereal. Porquê? Muito possivelmente porque os gramáticos se equivocaram algures na linha evolutiva da linguagem desligando Ceres do plantio do cereal com serer e preferindo relacionar esta deusa com o verbo cērō, cērāre, cērāvī, cērātum (= encerar)…sem que se entenda a razão! Como acontece muitas vezes na história acontecem paradoxos que nem a emoção nem a razão entendem.
> *ser(e)o > Lat. sero = “semear, plantar”
Cer-es > *c(e)r-eō > cr-eō, creāre, creāvī, creātum = «criar».
> *c(e)r-ēscō > cr-ēscō, crēscere, crēvī, crētum
= «crescer», surgir, aumentar.
Cōn-serō, cōn-ser-ere, cōn-sē®vī, cōn-satum
= semear ou plantar (com ou em).
< con- + (serō, serere, sē®vī, sat-um = “semear, plantar”).
< cōn- + (-ser-ō, -ser-ere) > cōn-ser-uī, cōn-ser-tum
= juntar, atar e consertar (o cereal).
= con- + (-do, -dere, -didī, -ditum) = juntar.
(dō, da-re, de-dī, da-tum)= dar.
Quase seguramente que terá havido um latino *c(e)r-(eō / esco) directamente derivado do nome de Ceres relacionado com os cultos de fertilidade agrícola mas que não “vingou” por ser facilmente confundível com termos relativos à apicultura (como cerus, v.g.) tutelada na Grécia por Melissa e pela romana Mellona ou Mellonia...e não por Ceres. Também é possível postular que cērō (cēr-āre, cēr-āvī, cēr-ātum) = «encerar» “forçou” a diferenciação de *cereo
«Cera» < Lat. cera < grego antigo κηρός (kērós) < Kήρ
/ Ker a deusa da morte negra.
Ceres < proto-itálico *Kerēs, (= ? proto -indo-europeu *ḱerēs ?)
< Grec. Keres.
<=> faliscano (ceres, “Ceres”) e Oscan Kerrí (dat. sg.).
Então as Consualia foram chamados de Ludi, e a princípio eram em homenagem a Netuno, pois Netuno também tem o nome de Conso. Depois disso, Romulo dedicou os Equiria a Marte, embora eles reivindiquem os Consualia também para Romulo, alegando que ele os consagrou a Consus, o deus, como eles querem, do conselho; do conselho, na verdade, no qual ele planejou o estupro das virgens sabinas para serem esposas de seus soldados. Um excelente conselho, verdadeiramente; e ainda assim suponho que seja considerado justo e correcto pelos próprios romanos, não posso dizer por Deus. Isto também mancha a origem: certamente não se pode considerar bom aquilo que nasceu do pecado, da falta de vergonha, da violência, do ódio, de um fundador fratricida, de um filho de Marte. Mesmo agora, no primeiro ponto de viragem do circo, há um altar subterrâneo dedicado a este mesmo Conso, com uma inscrição neste sentido:
"Consus, grande em conselho, Marte, em batalha poderosas divindades tutelares." Os padres do estado sacrificam-se nele no início de Julho; o sacerdote de Romulo e das Vestais no dia doze antes das calendas de Setembro. Além disso, Romulo instituiu jogos em homenagem a Júpiter Ferétrius no Monte Tarpeiano, segundo o depoimento que Piso nos transmitiu, denominado Tarpeiano e Capitolino. (...) Consus, como mencionamos, está escondido no subsolo nas Metas de Múrcia. Esses dois nasceram de um ídolo. Pois eles querem que Múrcia seja a deusa do amor; e para ela, naquele local, consagraram um templo. Veja, cristão, quantos nomes impuros tomaram conta do circo! Você não tem nada a ver com um lugar sagrado ocupado por tantas multidões de espíritos diabólicos. -- Dos Espetáculos, Tetuliano.
Sem dúvida Conso era um deus "Ctónio", cujo altar "in Circo defossa est ad primas metas sub terra..." (Tertuliano), e não era descoberto excepto nos dias de festa. Da mesma forma, os outros deuses venerados no vale de Múrcia (onde foi construído o Circus Maximus) são todos agrícolas: Seia (para a sementeira), Segetia ou Messia (para a colheita), Tutulina (para proteger as colheitas após a colheita), eles são meros nomes para nós, mas sinais em Eles possuíam colunas dentro do Circo [Tertullianus Spect. VIII,3. Augustinus Civ. Dei IV,8. Macrobius Satur. I,16,8. Vide etiam Plinium NH 18,8.]. Finalmente, os feriados de Conso foram combinados com os festivais da deusa Opis: e em agosto e
Con-su-vius < Con-se-uius > Co(n) | *Ze-u(io)s > Zeus.
Eu + Se-vios > Eu Se-bi-os < Eu-Zebio < εὐ- (eu-, "bem")
+ σέ-βομαι (sébomai, "respeitar") .
< σέ-βας = σέ-βος < | σέ = σέ (sé) acusativo singular de σύ (sú) < Xu = tu | + βας, βᾶσᾰ, βᾰ́ν; particípio aoristo activo de βαίνω (baínō) = andar, ir > basar (regressar à base) < βᾰ́-σῐς = «base», degrau (de escada); Fundação, Subsolo (onde ficava o mundus de Consu) < Ba de Xu > βῐ́ος (bíos), tal como era suposta existir virtualmente no grão de trigo e na vitalidade que o cereal e o pão concediam. Na época paleolítica muito arcaica em que estes conceitos germinavam ainda o PIE nem seria sequer imaginável. Por outro lado é duvidoso que a reverência já passasse pelo «sebo» dos graxistas e «sebosos» (< latim sebosus, -a, -um.) cuja semântica idiomática deriva por metáfora alegórica muito seguramente deste termo grego e não o inverso. Quanto à etimologia do sebo seria uma outra longa história a partir de χῐών (terra gelada, neve) [3]
Outro termo grego relacionado com a religiosidade era Σέβας (sebas) = temor reverente, objecto de admiração < σέβομαι < proto-helênico *tségʷomai < proto-indo-europeu *tyegʷ- (“evitar, ceder a”). Os cognatos incluem o sânscrito tyaktá, “desamparado, abandonado”) e tyajati (tyajati, “abandonar, abandonar”) e o avéstico iθaiiajah-, iθiiejah- ???.
É óbvio que a etimologia indo-europeia proposta é forçada demais tal como os cognatos só o são à martelada!
Quais são as situação concretas actuais mais comuns e parecidas com estas arcaicas situações reverências? Por exemplo: o aluno que dá graxa ao professor, o corrupto «seboso» (que se acha importante) e que unta com «sebo» (?)nas mãos dos funcionários públicos, os que usam a manteiga, os óleos e os lubrificantes para facilitar os encaixes e as conexões das coisas da vida! Ou seja, o «sebo» e a gordura animal, particularmente de chibo e residualmente das vísceras, deve ter sido reservada aos deuses e pode ter sido usado em magia simpática como produto facilitador das relações mágicas dos homens com os deuses. Os Egípcios antigos usavam gordura de rabo de jacaré para amaciar os cabelos...acreditando que os deuses também o fariam com o sebo dos sacrifícios. Os gregos devem ter perdido o contacto fonético com a gordura do sebo de chibo egeu enquanto bode de expiação mais comum mas, como é frequente, os latinos mantiveram o sebo das botas e dos cabedais.
«Sebo» < sevo < Lat. sebum < sevum < saebum < proto-indo-europeu *seyb- (“derramar”), < proto-germânico) sāpō. < franco *saipā, < proto-germânico *saipǭ, < proto-indo-europeu *seyb-, *seyp- (“derramar, escorrer, coar”). ó inglês antigo sāpe (“sabão, pomada”), o inglês antigo sāp (“âmbar, resina, pomada, unguento”), o latim sēbum (“sebo, graxa”).
Donde veio o «sebo» latino? O indo-europeu também esclarece pouco ou nada embora o relacione com sabão...e com o sapo? Que o sabão fosse feito com cinza e gordura animal, como o sebo, tal não exige muita «sapiência» mas a verdade é que os deuses da criação da ogdoada do antigo Egipto eram sapos e rãs!
«Sapo» < galaico-português sapo, de origem desconhecida, possivelmente ibérica. Cognato de sapo galego, sapo mirandês, sapo asturiano, sapo espanhol, sapo aragonês e apo basco. O ato de lamber um sapo era usado para entrar em contato com Deus, isso porque a toxina liberada por ele tinha efeitos alucinógenos. Por isso a Igreja Católico proibiu este costumo dizendo que era coisa do diabo afirmando que o sapo era amigo das bruxas.cPara os egípcios, o sapo era um símbolo de vida e fertilidade, já que milhões deles nasciam após a inundação anual do Nilo, que trazia fertilidade para as terras que de outra forma seriam áridas. Consequentemente, na mitologia egípcia, começou a haver uma deusa rã, que representava a fertilidade, referida pelos egiptólogos como Heqet (também Heqat, Hekit, Heket etc., e mais raramente Hegit, Heget, etc.).
Ir para: A RELIGIÃO ROMANA E A LEGALIDADE RITUAL (***)
Aparentemente os nomes Eusébio, Sebastião, Sebastopol, derivam do verbo grego antigo σέ-βομαι significando veneração e admiração religiosa, o que em confronto com o nome de Zeus e de Con-su faria sentido pela relação destes deuses com o deus Xu da guerra e das tempestades.
Porém faz pouco sentido fazer derivações a partir de vebos quando são estes que se formam a partir de entidades capaz de agirem o serem agidas. Neste caso o beco sem saída da etimologia proposta pelo PIE *tyegw- = recuar, desistir, sair sozinho...com o rabo entre as pernas só pode ser superado aceitando a etimologia sugerida pelo próprio contexto do termo grego tomado como autóctone tanto mais que todos os termos derivados são virtuais excepto mesmo o próprio σέβας grego que supostamente teria esta semântica mas que nada tem a ver com a fonética de PIE *tyegw-.
De passagem há que notar que a declinação do pronome pessoal da segunda pessoa do singular tem em dórico e beócio a forma τῠ́ como em português e τῡ́νη, que parece apelar para o nome do deus supremo etrusco Tinia tanto mais que nas suas várias formas genitivas apela para o nome genérico de deus.
τέος / τεοῦς / τιοῦς / τεῦς / τέο / τεῦ / τεοῦ / τεοῖο / τοι† / τεος† / τίω / τίως / τίος / τώς
téos / teoûs / tioûs / teûs / téo / teû / teoû / teoîo / toi† / teos† / tíō / tíōs / tíos / tṓs.
Portanto, a maioria dos eruditos clássicos pensa que Conso é o deus que protege as colheitas armazenadas em celeiros no subsolo.
O teólogo republicano Varrão disse que Consualia dicta a Consus e G. Dumézil e G. Capdeville consideram o verbo latino condere ("armazenar") [4] a melhor etimologia: Consus seria um substantivo verbal arcaico que denota a ação de armazenar grãos. No entanto, Capdeville afirma que Consus não pode ser relacionado a con-serere e ao adjetivo consivius, e avança a hipótese de que con-dere pode ter que ser tomado no significado de "fundar" ou "estabelecer".
Hodie inter plerosque eruditos constat nomen Consum ex condendo ductum esse. -- Wikipedia latina.
Con-dō, condere, condidī, conditum = juntar > construir, estabelecer;
> formar, modar; fazer, construir > fundar.
< Con- (“junto”) + -d(i)ō (“colocar”) = Por com
Con-diō, condīre, condīvī / condiī, conditum
= temperar, condimentar, tornar saboroso.
< Variação de condo, talvez através de condus.
Não é fácil de explicar porque razão condire se transformou em «condimentar» se bem que em português transmontano se use muito o termo «conduto» < Lat. conditus. Como é obvio em português o termo «conduto» / «conduta» deriva de latim conductus, particípio passado de conduco, -ere, (= conduzir) sendo, por isso, uma homófona por convergência etimológica de «conduto» (= alimento condimentado) < Lat. conditus. Se aceitarmos que conditus deriva de relações funcionais com o deus Conso continuamos sem saber como é que um deus guardião dos celeiros subterrâneos se transformou em esposo da deus da Temperança culinária ou seja do que sendo sonso deixa de ser insosso.
É estranho que se diga que o português «sonso» derive do zonzo espanhol (que também existe em italiano) e que é uma variante de sonso também com o mesmo significado
«Insosso» < «insulso» < Lat. insulso > ?? «insonso» ??
Se «insosso» tanto pode derivar por via popular de «insonso» como da via erudita de «insulso» já «insonso» ou «ensonso» é de etimologia mais do que duvidosa.
Insonso é um barbarismo da linguagem popular. É ainda comum a fórmula, também popular, ensonso. Provém do latim insulsu(m), insosso.
Claro que apetece contrapor que bárbaros foram os que acolheram os godos que nos fizeram esquecer as tradições ocultas do baixo latim onde ainda se sabia que Conso era o deus dos temperos à época basicamente com sal e ervas aromáticas o que, por isso, permite a seguinte etimologia exótica:
«Insonso» < (s)in(e) Shonsu. Dito de outro modo, é possível que na península Ibérica Conso fosse pronunciado com a fonética egípcia.
Schal < alto alemão médio schal (“insípido, turvo”) < ??? proto-germânico *skal- < PIE *(s)kelh₁- (“para secar”). ó Skäll sueco (“fino, fraco, sombrio”), inglês antigo sċeald (“raso,
Shoal = "place of shallow water in a stream, lake, or sea," Middle English sholde, from Old English scealde (adj.) "shallow, of little depth," an oblique case of sceald "shallow," from Proto-Germanic *skala- (source also of Swedish skäll "thin;" Low German schol, Frisian skol "not deep"), a word of uncertain origin.[5]
Conduto = 1. Cano ou tubo de condução para líquidos ou gases. = DUCTO;
2. Via, canal.
3. [Popular] Qualquer alimento que se costuma comer com pão. = PRESIGO
4. [Popular] Alimento que serve de acompanhamento a outro alimento.
5. [Regionalismo] Prato servido a seguir à sopa. = SEGUNDO PRATO.
Assim talvez tenhamos que recorrer à tradição mais arcaica do deus egípcio Conshu para entender o estranho contexto do Hino Canibal das Pirâmides referido mais adiante:
Vagueante (Conso), é o porta-facas dos senhores,
é aquele que cortará suas gargantas para Unis
e tirará para ele o que está em suas entranhas
- ele é o Mensageiro que ele envia para o confronto;
Shez(a)mu é quem vai matá-los para Unis
e com eles preparar em suas lareiras noturnas uma refeição para ele (Unis).
Ver: CHONSO, o deus canibal dos egípcios (***)
Portanto, Conso & Sésamo eram os cozinheiros do faraó no além e por isso os deuses dos temperos o que nos reposta para uma etimologia muito arcaica e explica que Conso fosse casado com a Temperança.
< condō < ? condus? Ou antes:
Con-Dio = Con-Su.
Con-dō < Con-diō < Con-dius > con-dus > con-ditus, etc.
Poderia parecer que Consus era membro do conselho dos Dii Consentes ("aqueles que estão juntos" ou "aqueles que estão de acordo") mas não há provas disso.
Fontes antigas, incluindo Festo, gostavam muito do som semelhante de Conso e consilium, e alegoricamente interpretaram seu nome como relacionado com "conselho" ou "assembleia" (consilium). Além disso, Tertuliano relata que em uma das metae do circus maximus uma inscrição dizia: "Consus consilio, Mars duello, Lares coillo po[tentes]" o que pode ser arcaico considerando co[v]illo e fatores externos. Isso também está perto de "ocultar" cf. abdere, (abs)condere. Esta derivação é certa, mas por outro lado, como de Vaan escreve sobre a etimologia de consilium, é muito incerto de onde vem a palavra principal, consulere-solere, embora muito provavelmente não de con-sideo.[6]
Tertuliano escreveu que (o altar de Conso) trazia uma inscrição que dizia:
Consus consilio, Marte duello, Lares coillo potentes
Isso se traduz assim:
Conso é poderoso em conselhos, Marte em guerra, os Lares em coillo (?).
O termo *coillo parece estar corrompido e não haver proposta de emenda convincente pois para uns seria co[v]illo e para outros coitu ou cubiclo ou ainda um sinónimo (qual?) de compito. Notar que coitus [< co- (“juntos”) + itus (“indo”), de eō (“eu vou”)] pode ser uma etimologia retórica porque nada impede que pudesse ser assim coitus <* cov-itus onde o coito não é o resultado sexual de quem «vai com» mas de quem vai copular na «covita» ou acoitar-se no «covil» da loba ou na «caverna» da Deusa Mãe. Esta via etimológica faz todo o sentido e adiante se verá como poderá fazer ainda mais para entender a etimologia de colleus ...e do coelho.
Lat. coitus <*cov-itus < cova < covus < *ca-Wer < ka-pher < Ka-Ker.
*ca-Wer + Ana > «caverna».
> covil < Lat. cubīle < (Matar) Kubileya / Kubel-eya
= Cibel. < ??? cubō (“deitar”) + -īle ???
«Cova» < antigo galego-português cova, < covus, forma alternativa do latim cavus (ou de uma variante do latim tardio cava, de cavum, cavus), < proto-indo-europeu *ḱówHwos (“cavidade”) ???.
Lat. Cavus < From Proto-Italic *kawos, possibly from Proto-Indo-European *ḱowh₁ós (“hollow”), from *ḱewh₁- (“to swell”).[1] Related to Old Irish cúas (“hollow, cavity”), Tocharian B kor (“throat”), Albanian cup (“odd, uneven”), Ancient Greek κῠ́ᾰρ (kúar, “eye of needle, earhole”), Old Armenian սոր (sor, “hole”), Sanskrit शून्य (śūnya, “empty, barren, zero”), Etruscan (caveθ). Further related to Proto-Germanic *hūnaz (“outgrowth, swelling; block of wood; offspring”), whence English hune and hound (“projection on a masthead, foretop; bar”).
Esta inscrição pode não ser autenticamente arcaica. Muitos estudiosos modernos criticam a potencial ligação etimológica entre Consus e consilium, a palavra latina para conselho. O filólogo clássico alemão Georg Wissowa argumentou que em uma inscrição antiga genuína deste período de tempo os nomes dos deuses seriam esperados no caso dativo, não no nominativo, que é o caso usado na inscrição. Theodor Mommsen, um erudito clássico alemão, acreditava que Tertuliano pode ter transcrito incorretamente as palavras latinas coitu ou cubiclo quando utilizou a palavra coillo. Alternativamente, pode ter sido uma transcrição da palavra grega para o Lacus Curtius (???). Coillo poderia ser um sinônimo de compito. A palavra latina compito significa encruzilhada, e os Lares eram frequentemente adorados nessas encruzilhadas. Da mesma forma, consilio tem sido teorizado como uma leitura equivocada de consivio, que significa "coleta da colheita". Esta teoria tem sido criticada por não ser apoiada por Tertuliano, que parece ter derivado diretamente a palavra consilio de sua fonte.
The name Consus is usually derived from the verb condere (“to hide,” or “to store”) and, for this reason, it is assumed that Consus and the Consualia ensured the protection of the newly stored grain crop. In principle, it would not be surprising to find in the Roman pantheon a deity whose sphere of influence included the protection of stored provisions. Losses to mildew and infestation were evidently considerable, and the amount of space devoted to advice on the construction and maintenance of granaries in agricultural treatises indicates that the task of preserving stored crops was a difficult one. -- A Place at the Altar, Meghan J. DiLuzio.
«Covilho» é um nome próprio inglês de possível origem ibérica relacionada com «cova» como a Covilhã e que em latim não existe ou «covela». Mesmo assim a pista de co[v]illo parece ser a mais produtiva e mais próxima da fonte tertuliana. Tratando-se de uma corruptela gráfica também poderíamos supor que o original seria coito onde o T passou a parece um duplo l. Neste caso significaria que os lares seriam poderosos na relação sexual («coito») o que faz todo o sentido. No entanto a frase só seria lapidar se formasse um jogo de palavras com alguma rima. Por isso, na mesma linha duma semântica reprodutora, a que os lares domésticos presidiam faria algum sentido patriarcal se *covillus fosse a forma arcaica de colei (testículo), neste caso coleo ou coleis. O Dicionário Latino de Lewis e Short relaciona a palavra a culleus ("um saco de couro para líquidos"). No entanto, esta etimologia não é geralmente aceita hoje, e de acordo com o Thesaurus Linguae Latinae a etimologia é desconhecida. Nos textos, a palavra para testículos é sempre grafada com col- e não cull-, e é plural.
Col-ō, colere, coluī, culto. = cultivar a terra, cultivar; habitar; frequentar, ser guardião, valorizar, cuidar, proteger, nutrir; (figurativamente) adorar, honrar, reverenciar, reverenciar.
Do proto-itálico *kwelō, do protoindo-europeu *kwel- ("mover-se, virar-se), girar em torno e, portanto, permanecer, habitar"). A mesma raiz também deu in-quil-īnus ("habitante") e anculus ("servo"). Os cognatos incluem o grego antigo πέλω (pélō), πόλος (polos), τέλλω (téllō), τέλος (télos), τῆλε (têle), πάλαι (pálai), κύκλος (kúklos), Sânscrito चरति (cárati).
A palavra básica para os testículos em latim era cōleī (singular: cōleus). Parece ter tido uma forma alternativa *cōleōnēs (singular: cōleō), da qual os cojones espanhóis e outras formas românicas são derivadas. (Uma fonte latina tardia tem a grafia culiones.)
Cōle-ōnēs é produtivo na maioria das línguas românicas: cf. coglioni italiano, couilles francês, couillons; colhões portugueses, collons galegos, collois, collós, collons catalães, cozzones da Sardenha, coi romeno, coaie, cojones espanhóis.
«Colhão» < antigo galaico-português colhon < latim tardio
< cōleōnem *cōillōn(em) < latim cōleus ("saco, escroto") + on
> antigo galaico-português colhon > «colhão».
< Lat. Antic. *coillus > co[v]il-lus
> Maia Kʼawiil.
> Franc. couille / couilles.
Lat. Antic. *coillus < Lat. Antig. couillus < *kauwillu < Sumer. Kawillu
< Ka-pher-lu = o homem (lu) que transporta (pher) a vida (ka) < Ka-ker-ru
> Egipt. Sakeru.
Akk. Awilu > We-ilu > Hapiru > Gabiru.
Kʼawiil, nos códices pós-clássicos correspondentes ao Deus K, é uma divindade maia identificada com relâmpagos, serpentes, fertilidade e milho. Caracteriza-se por cabeça zoomórfica, olhos grandes, focinho longo e virado para cima e pé de serpente atenuado.
O mandaeísmo ensina que o dilúvio de Noé foi o último de três eventos em que a população mundial foi reduzida a uma única família. (.... Noé e sua família são salvos porque foram capazes de construir uma arca ou kawila (ou kauila, um termo mandaico; é cognato com kēʾwilā siríaco, que é atestado no Novo Testamento Peshitta, em Mateus 24:38 e Lucas 17:27).
No contexto do dilúvio a kawila era mesmo «a barca de transporte das almas»!
A sociedade babilônica consistia de três classes: os estratos superiores (chamado awilu), os estratos baixos (chamado mushkenu) e os escravos (chamado wardu).
Os seres humanos foram considerados vivos (Akk. awilu) desde que tivessem sangue nas veias e respiração nas narinas. (...) Sua etiologia é descrita no épico de Atrahasis que narra a criação dos humanos a partir do sangue do deus morto We-ilu. O texto usa o jogo de palavras para conectar o etemmu a uma qualidade divina: We-ilu é caracterizado como alguém que tem ṭemu, "compreensão" ou "inteligência".
Na sua teologia, havia grandes deuses e deuses menores. Os deuses maiores sobrecarregaram os deuses menores com trabalhos braçais. Os deuses menores decidiram rebelar-se contra isso, mas antes que a batalha pudesse começar, um acordo foi alcançado: os seres humanos foram criados para fazer o trabalho dos deuses menores. Eles mataram um de seus deuses (awilu), misturaram sua carne e sangue com argila para formar os primeiros humanos.
Robert Brown, Poseidôn: A Link between Semite, Hamite, and Aryan, page 70:
Consus, moreover, is regarded as a god of the lower world, or Chthonian divinity—another circumstance which connects him with Poseidôn, whose character becomes more and more Chthonian the farther his cultus is traced into the East, where also his phase as lord of knowledge and wisdom appears more manifestly.
O local foi coberto durante a maior parte do ano, embora tenha sido descoberto durante ocasiões religiosas para sacrifícios e rituais. O autor romano Tertuliano afirmou que os sacerdotes públicos fizeram sacrifícios no altar no dia 7 de julho durante a Caprotinia. Ele também escreveu que os Flamen Quirinalis e um grupo de virgens, potencialmente as virgens vestais, fizeram sacrifícios no altar no dia 21 de agosto. Isso foi em celebração da Consualia, um feriado romano que homenageava Conso. Como parte deste feriado, jogos comemorativos do Estupro das Mulheres Sabinas foram realizados neste altar. O Altar de Conso (em latim: Ara Consi) foi um antigo altar romano dedicado aos deuses Conso e Marte, bem como aos lares, que eram antigos guardiões da casa romana. Ele estava localizado abaixo do Circo Máximo. O altar também pode ter servido como o primeiro posto de viragem do Circo Máximo.
Figura 2: Circus Maximus (Atlas van Loon).
É possível que a localização subterrânea deste altar esteja ligada à prática romana de armazenar trigo no subsolo e especificamente paralela ao antigo mundus de Ceres supostamente instituído por Rômulo na fundação da cidade. Isso, por sua vez, está associado à interpretação moderna de Conso como uma divindade agrária. Dionísio de Halicarnasso escreveu que alguns antigos romanos acreditavam que o altar estava localizado no subsolo porque pensavam que o deus Conso correspondia a Poseidon, que também era um deus dos terremotos. Ele também afirma que outros romanos acreditavam que o altar era dedicado a um deus inamável que presidia concílios ocultos. Esta explicação está associada às antigas conexões entre Consus e o segredo e os conselhos ocultos. Tácito menciona o altar como um marco de sua reconstrução conjectural do pomerium, a fronteira sagrada da cidade de Roma propriamente dita, como originalmente estabelecido pelo sulco primigênico de Rômulo.
Segundo G. Capdeville, era costume que os jogos fossem realizados na fundação de um novo assentamento. Estes estavam ligados a rituais que incluíam jogos atléticos, como corridas a pé e jogos de casamento, juntamente com convites para se estabelecerem na nova cidade: Ele menciona os casos de Caeculus em Praeneste e outros assentamentos em Creta (Dreros, Hierapytna, Praisos, Lyttos, Knossos). Todos esses eventos tiveram um significado religioso. Tanto em Creta como em Roma, parece que o deus envolvido era Vulcano (Bελχάνος), ou seja, o megas Kouros cretense, mais tarde interpretado como Zeus. Em Roma, a relação de Vulcano com Conso é evidente nas datas de suas festas e no fato de que os flamen volcanalis oficiaram nas Calendas de Maio o sacrifício a Bona Dea.
Consus talvez deva ser identificado com "Netuno Equestre" (Neptunus Equestris). As corridas de mulas ou cavalos eram o evento principal do festival. Durante o festival, cavalos e mulas eram enfeitados com flores e descansavam do trabalho. Este fato é atribuído por Capdeville ao fato de Poseidon ter sido o sucessor do deus desconhecido da Arcádia Hipócrateia mencionado por Dionísio de Halicarnasso, que talvez tenha sido o sucessor de um deus cavalo. A estreita ligação de Consus com os dois Pales e de ambos com o cavalo parece aparente.
CINOCEFALIA
Figura 3: Olho de Hórus, deus Thoth na forma de Íbis diante dum babuíno. Adaptação de desenho da obra “Panteão Egípcio (1823-1825) por Leon Jean Joseph Dubois.
Na religião egípcia antiga, Aani ou Aana é o macaco com cabeça de cachorro sagrado para o deus egípcio Thoth. "Um dos nomes egípcios do Babuíno Cynocephalus, que era sagrado para o deus Thoth."
A palavra hieroglífica egípcia para "babuíno" é jꜥnꜥ (janu?) no estilo alemão de transliteração. Atestada cerca de quarenta vezes na literatura existente, essa palavra se refere ao próprio animal. Muitos deuses egípcios podem se manifestar em um aspecto de babuíno ou ter outras associações com o animal, incluindo Khonsu, um deus conhecido como "comedor de corações" nos Textos da Pirâmide. Thoth, um deus da razão e da escrita: "E assim surgiu o Babuíno de Thoth", diz um texto da 18ª dinastia.
Este nome deriva do grego antigo "Kónon (Κόνων)", provavelmente de "konéo (κονέω)", que significa "levantar a poeira, rápido, rápido". São Conon (o jardineiro) é comemorado no Martirológio Romano como um fazendeiro da Panfília (Ásia Menor), que foi martirizado durante a perseguição do imperador Décio.
A cinocefalia era familiar aos gregos antigos a partir de representações dos deuses egípcios, Dua-mut-ef (filho de Hórus), Wep-wa-wet (o abridor dos caminhos) e Anúbis (o deus egípcio dos mortos). A palavra grega (em grego: κῠνοκέφᾰλοι) "cabeça de cachorro" também identificava um babuíno egípcio sagrado com o rosto de um cachorro.
Nos tempos medievais era comumente aceito na época que havia vários tipos de raças, o Cynocephalus, ou pessoas com cabeça de cachorro, sendo um dos muitos que se acredita povoar o mundo. Walter de Speyer, um poeta e escritor alemão, retratou São Cristóvão como um gigante de uma espécie cinocéfala na terra dos chananeanos que comiam carne humana e latiam.
O uso de homens com cabeça de cachorro na iconografia não se limita ao ícone de São Cristóvão. Esses seres enigmáticos aparecem também em imagens de Pentecostes, com destaque em manuscritos armênios, mas também em imagens ocidentais.
Figura 4: A cinocefalia era familiar aos gregos antigos a partir de representações dos deuses egípcios.
Κήνουλος (Janus Coenulus) e Κιβουλλιος (Janus Cibullius) não são atestados em fontes latinas. O segundo epíteto não é encontrado nos manuscritos do Lido e está presente em Cedrenus junto com sua explicação de Coenulus como ευωχιαστικός, bom anfitrião de um banquete. Capdeville considera o texto de Cedreno devido a um erro paleográfico: apenas Coenulus é sem dúvida um epíteto de Janus e um adjetivo usado para explicá-lo, significando apresentar e tratar bem numa refeição, pois foi usado num ritual de invocação antes das refeições, desejando que aproveite dos comensais. Esta é uma das características de Janus mostrada no mito que o associa a Carna, Cardea, Crane. -- ([7])
«Ceia» < Lat. cenam < coena < latim antigo cesna < Úmbria: śesna
< osco kersnu < proto-itálico *kert(e)s(e)nā < *kret(e)s(e)nā
< κρήτη + σκηνή = cenáculo cortesão.
Em conclusão, a «ceia» latina não tem nada a ver com o PIE; deve ser, como a cena de teatro, um termo proto helénico derivado directamente da cultura minóica e o termo alternativo co-ena (< *co-scena) deve ter sido um desvio conotativo por via de uma etimologia popular relativa a suposição de que derivaria duma «cena» em conjunto (co). A relação do epíteto de Janus Coenulus com a «ceia» deve ter aparecido depois continuando na origem uma incógnita...a menos que o relacionemos com uma arcaica relação com os deuses canídios e psicopompos.
«Cinocefalo» < Lat. cynocephalus, do grego antigo κυνο-κέφαλος (kunoképhalos). < κύων (kúōn, “cachorro”) + κέφαλος (képhalos, “cabeça”). Como κέφαλος (képhalos) não importa muito nesta etimologia resta-nos esclarecer κύων (kúōn, “cachorro”) tanto mais que este tem ressonâncias fonéticas com Consus.
Kῠ́ων (kúōn) (genitivo κῠν-ός); = cachorro = κυνάς (kunás)
=> κῠν-έη = capacete de couro para soldados.
«Coelho» < co(n)-ejo < Esp. con-ejo < *con-ixo ó con-iculo = cuni + culo
ó kύνεος +-κλος > *kύνεοκλος > Gr. κόνικλος ou κύνικλος.
> *coneuclo > coeuclo > «coelho» ó co(n)-ejo.
Κύνεος, kyneos. Meaning, shameless, unabashed. Synonyms, ἀναιδής. Comments. Iliad.[8] A palavra, kyneos, kyneos, ou seja, («canino») sem vergonha, descarado. Sinónimos, ἀναιδής atrevido. Comentários. Ilíada.
ó talvez da transliteração de alguma palavra ibérica como poderia ser o caso do basco untxi < untxe < *huntxe < Iber. *kun-ti-xe precisamente pela mesma via da relação dos coelhos com as «covas» e destas com o «coito» e deste com o «cono» ou Coina da Deusa Mãe.
Evidentemente que, sendo qualquer língua oficial de um povo o resultado da sobreposição de vários falares e dialectos locais, são possíveis varias vias etimológicas convergentes muitas vezes responsáveis por ressonâncias que acabam por explicar etimologias foneticamente inesperadas.
Cunina = Deusa romana das crianças < Cu-nin-a = N.ª Sr.ª dos Meninos.
Cūnīna f sg (genitivo Cūnīnae); 1. (mitologia romana) A deusa que protege as crianças no berço. < cūnae ("berço") < proto-itálico *koinā, < protoindo-europeu *ḱoy-no- ("covil, berço") < ??? *ḱey-??? . ó com o grego antigo κοίτη (koítē) ó «coito» ó «cova».
< dim. de cuni = < genitivo κῠν-ός de cão ???
Cuniculum > cuniclus > cunicolus > conículo > conícolo = coelho
< toca de coelho < «cova» < Vagina da Terra Mãe
> mina, túnel, gruta ou galeria.
É pouco provável que o termo específico para «coelho» seja autóctone da ibéria até porque existem por cá outros termos mais populares como, «láparo», «caçapo», lebre, podengo, etc. Também é duvidoso que os gregos e os latinos desconhecessem o coelho bravo porque pelo menos a lebre era conhecida dos hititas que a usavam como mascote da sorte. É obvio que os coelhos são diferentes das lebres mas é pouco provável que quem caça lebres não acabe por encontrar coelhos até porque em regre são mais frequentes que aqueles.
Enganou-se Elio, pois muitas das palavras antigas dos gregos, como se fossem nossas próprias, resultaram em ligações etimológicas falsas. Não dizemos pois leporem 'lebre', como ele afirma por ser aquilo que é leuipes 'de pés ligeiros', mas porque esta é uma palavra grega antiga — lepor. GÉLIO apud CECATO, 2005, p.56,
De qualquer modo, os romanos que encontraram a Espanha cheia de coelhos devem tê-los confundido inicialmente com pequenos cães ou *canículos que por se acoitarem em covas passaram a cunuculos e que os gregos traduziram por κόνικλος.
The slang word “cunny” is also found in
Figura 5: Os refugiados daquelas cidades consultavam os Deuses para saber com certeza onde deveriam parar; quando receberam em resposta que Diana lhes indicaria precisamente a localização de sua futura casa. Assim, enquanto esperavam em campo aberto o sinal visível que lhes foi prometido, passou uma Lebre, que perceberam como o arauto e arauto da vontade daquela Divindade, e por isso partiram para segui-lo. Depois de um tempo o animal se deparou com uma murta, parou ali sem demonstrar medo de quem se aproximasse e, contrariamente à sua natureza, não fugiu de ser acariciado pelos homens. Satisfeitos com tal sinal, aqueles, sem qualquer hesitação e felizes, construíram imediatamente a nova Cidade neste mesmo local, considerando sagrado o mato onde a Lebre havia ficado, e homenageando Diana com o título de Conservadora. Quem olhar para esta pintura certamente reconhecerá que o artista pretendia representar o acontecimento narrado. -- Pitture de vasi antichi: de
Cuneus m (genitivo cuneī); 1. cunha, formato de cunha.
< Raiz incerta, aparentemente cuno + -eus.
Aparentemente parece ter havido ressonância com o grego kύνεος, kyneos, que significava «canino», o que explica mal a forma da cunha e do cone mas há que se atender ao que se referiu antes para a etimologia do «coelho». Existe a possibilidade de que cuneus seja um empréstimo do grego antigo γώνιος (gṓnios, “canto, ângulo”) por meio de um intermediário etrusco, que poderia explicar a dessonorização, o que parece mais causa do que consequência, porque a verdadeira origem étmica é a pinha do pinheiro que os bacantes usavam na ponte do seu Tirso.
Figura 6: Pinha do Vaticano (Pigna), também conhecida como Pinhão, é uma escultura romana de bronze do século 1 que está colocada num dos pátios do Vaticano, a Corte del Cone del Pino.
Um tirso (em grego clássico: thýrsos; em latim: thyrsus) era um bastão envolvido em hera e ramos de videira e encimado por uma pinha. Tem sido sugerido que o tirso teria um carácter fálico, sendo a pinha um símbolo para o sementes e sémen.
Lat. cōnus (“cone”) < Ant. Greg. κῶνος (kônos) = «pinha» > óvulo cónico
> «cone» < origem pré grega seguramente relacionada com a relação da pinha com os cultos de fertilidade da Deusa Mãe Isis ou Cibele.
Tradicionalmente derivado do proto-indo-europeu *ḱóh₃nos, da raiz *ḱeh₃- (“afiar”), como o sânscrito शाण (śāṇa, “pedra de amolar”), o latim cōs (“pedra de amolar”) e o latim catus (“inteligente, afiado ”). Schwyzer, porém, considerou o termo de origem estrangeira; isto é confirmado pela variante apresentada por Furnée, que sugere uma origem pré-grega.
Esta grande estátua foi encontrada na Idade Média perto das Termas de Agripa e tem a assinatura de Públio Cíntio Sávio, no século II d.C. Provavelmente decorou originalmente o templo vizinho de Ísis, onde deve ter sido parte de uma fonte de onde jorrou água em sua ponta. Daí o nome do bairro romano Pigna (rione de Roma), que ainda está
«Cona» < ? < Lat. cunnus m (genitivo cunnī) = 1. (vulgar) boceta, «cona» (palavra obscena para vulva) 2. (vulgar, sinedoque) uma mulher.
A respeito dos descendentes de cunus deve notar-se:
1º Só os italianos mantém duplo ene.
2º O siciliano e o napolitano mantem a grafia latina cunnu <
3º Todos os restantes supostos derivados denotam uma raiz con- o que significa que não serão de origem latina directa pois que serão termos populares préxisistentes quase seguramente da mesma linha do Ant. Greg. κῶνος (kônos).
Os termos en kund- são derivados do mesmo tipo por via germânica
• → Tcheco: kunda.
• → Eslovaco: kunda.
< proto-germânico *kuntǭ. Cognato com o inglês antigo *cunte (compare o inglês cunt), o holandês médio conte e o sueco kunta.
Cunnus tem uma linhagem indo-europeia distinta. É cognato com o persa kun "ânus" e kos "vulva", e com o grego κύσθος (kusthos = vulva / cona). Tucker e de Vaan derivam-no de um *kut-nos indo-europeu semelhante ao galês cwd 'bag, scrotum'. Apesar de sua semelhança com "cunt", o Oxford English Dictionary adverte que as duas palavras podem ter se desenvolvido a partir de raízes diferentes. (???)
Assim é duvidosa a etimologia proposta para o latino cunnus < PIE *kutnos (“capa”), cognato de cutis (“pele”) tanto mais que supostamente da suave e subtil cútis latina teria derivado a rude e grosseira «côdea» do pão.
No entanto parece evidente que todos os termos vulgares de «cona» foram genéricos de mulher antes de se terem fixado na semântica vulgar de vulva.
Proto-indo-europeu *gwḗn ("mulher"), de onde seria cognato do grego micénico ku-na-ja , inglês antigo cwene, proto-eslavo *žena, sânscrito jani (Jani); Grego antigo: γυνή / γῠναικός (gunḗ) <=> com γουναίκα tsakoniano (gounaíka) < Proto-helênico *gʷonā, do proto-indo-europeu *gʷḗn (“mulher”).
< Frígio: κ(u)να-ικα = k(u)-na-ika > Luwiano: (ku)an-attis ó *ϝάν-ακτς
> Micenic. Wanax / Wanassa.
O wánax na hierarquia social micênica é geralmente aceito para funcionar como um rei, embora com vários papéis que também se estendem fora da função administrativa. Acredita-se que o termo "wánax" tenha eventualmente se transformado no termo homérico "anax", tendo caído em desuso com o colapso da civilização. No grego posterior, o termo wanax é usado quase exclusivamente como epíteto de divindades.
A palavra anax deriva do caule wanakt- (nominativo *ϝάνακτς, genitivo ϝάνακτος), e aparece no grego micênico escrito na escrita linear B como wa-na-ka, e na forma feminina como wa-na-sa (mais tarde ἄνασσα, ánassa). O digama ϝ era pronunciado /w/ e foi abandonado muito cedo, mesmo antes da adoção do alfabeto fenício, pelos dialetos gregos orientais (por exemplo, grego jônico); Outros dialetos mantiveram o digama até bem depois da era clássica...e neste caso poderia denotar ter tido também a pronúncia de «efe».
< Lat. vul-va < vul-ka + (a)nu > vulcão
> Lat. va-gina < ka-kina > ka-wina < ku-wanassa
A maioria das línguas escandinavas modernas hoje distinguem entre variações derivadas de kona < grego micênico ku-na(-ja), que significa esposa, e variações derivadas de kvinna, que significa mulher < *ku(wini)na < *kuwana < ku + wanassa
Islandês: kona
Ilhas Faroé: kona < *ku-uana < *kuwana > Kvinna
Norueguês Nynorsk: kona, konu, kone; Kvinna, Kvinne
Sueco antigo: kona, kuna (gen. plur. kvinna, kvænna)
Sueco: kona; Kvinna.
Dinamarquês: kone < konae < Island. kona < nórdico antigo kona ("mulher, esposa") ó kuna < proto-germânico *k(u)wenǭ, < proto-indo-europeu *gʷḗn.
Nordic. Ant. kván ("esposa") = kvæn < Nordic. Ant kvæna > kvenna, kvinna
Nordi. K(u)vinna = uma mulher < sueco antigo kvinna, < runic Swedish kuino
> inglês antigo cwēn > quee = rainha, esposa (do rei).
De passagem suspeitasse que afinal o nome de Vénus derivará do proto-helénico Wanassa.
«Coina» < «Cona» < «cona-ça»
ó «conacha» < grego micênico ku-na-ja (= fêmea)
> γῠνή / (gŭnḗ), γῠναικός) = mulher, fêmea
Por outro lado é evidente que a «cona» veio na bagagem dos cónios algarvios que a espalharam por todo a Lusitânia até na toponímia de Coina e de todas as aldeias com estranho nome como A…de alguma coisa sem sentido. No entanto não ficou como nome digno de mulher ou de esposa de rei como entre os germânicos possivelmente por pressão dos pudicos romanos e depois dos clérigos cristãos. Na verdade o calão de vulva dos germanos não é «cona» mas «cunt» da mesma origem etimológica egeia.
Gal4(-la), gála: vagina, vulva, female genitalia (throat-like chamber + lá, 'to penetrate, pierce').
Géme, ñéme(?): woman; workwoman; maid; slave-girl (ñeš, 'tool', + mí, 'woman').
Murub(2): vulva; woman; sexual charm [MURUB2 archaic frequency: 4].
De facto, os termos sumérios conhecidos para vulva não têm qualquer relação com o calão ocidental e muito menos se confirma o ideia corrente de que Kunt é o termo sumério para a origem do germânico kona. Para alguns outros a deusa hindu Kunti, ou grande "Yoni do Universo", representava a beleza e o poder do corpo feminino em Mahābhārata, um grande épico sânscrito da Índia antiga. No entanto, supostamente Kunti era uma mortal que gerou semideuses como Arjuna e que acabou divinizada como uma das pancha ("cinco) - kanya (donzelas"), incorporando ideais de castidade feminina. Acredita-se que seu nome possua qualidades purificadoras, capazes de dissipar o pecado quando recitado. Kunti é elogiada como o epítome da maturidade, clarividência e feminilidade obediente.
Não está claro exactamente de onde a palavra Kunt veio, mas todas as origens possíveis eram benignas (o latim “cunnus”, que significa vulva ou “cuneus”, que significa cunha) ou positivas para o corpo (no antigo Egito, “kunt” referia-se a mulheres respeitadas na comunidade).
These include Sumerian KU.AN, 'the metal of heaven', Akkadian uqna^, quna, 'lapis lazuli (or the colour thereof)', Ugaritic iqn(i)a, 'lapis lazuli', and Hittite ku(wa)nna, 'copper, calcium copper silicate (that is, blue frit). -- Gods' Blue Hair in Homer and in
A etimologia de cunt é uma questão de debate, mas a maioria das fontes considera que a palavra derivou de uma palavra germânica (proto-germânica *kuntō, stem *kuntōn-), que apareceu como kunta em nórdico antigo. Os estudiosos não têm certeza da origem da própria forma protogermânica. Existem cognatos na maioria das línguas germânicas, a maioria das quais também tem o mesmo significado que o cunt inglês, como o sueco, faroês e nynorsk kunta; Kunte da Frísia Ocidental e do Médio Baixo Alemão; outro kutte do Baixo Alemão Médio; kotze do Alto Alemão Médio (que significa "prostituta"); kott alemão moderno; Conto holandês médio; palavras holandesas modernas kut (mesmo significado) e kont ("bumbum", "arse"); e talvez berço inglês antigo.
A etimologia do termo protogermânico é contestada. Pode ter surgido pela lei de Grimm operando na raiz protoindo-europeia *gen/gon "criar, tornar-se" vista em gônadas, genitais, gametas, genética, gene, ou a raiz protoindo-europeia *gwneh₂/guneh₂ "mulher" (em grego: gunê, visto em ginecologia). Relações com palavras de sonoridade semelhante, como o latim cunnus ("vulva"), e seus derivados francês con, espanhol coño, e cona em português, ou em persa kos, não foram conclusivamente demonstradas. Outras palavras latinas relacionadas ao cunnus são cuneus ("cunha") e seu derivado cunēre ("prender com uma cunha", (figurativo) "apertar"), levando a palavras inglesas como cuneiforme ("em forma de cunha"). No inglês médio, cunt apareceu com muitas grafias, como coynte, cunte e queynte, que nem sempre refletiam a pronúncia real da palavra.
A palavra, em seu significado moderno, é atestada no inglês médio. Provérbios de Hendyng, um manuscrito de algum tempo antes de 1325, inclui o conselho:
Ȝeue þi cunte to cunnig and craue affetir wedding.
(Dê sua astúcia sabiamente e faça [suas] exigências após o casamento.)
«Icon» < Latim īcōn, < grego antigo εἰ-κών (eikṓn, “semelhança, imagem, retrato”) < *weyk- proto-indo-europeu, embora não existam cognatos certos fora do grego. Cognato com ἔο-ικα (éoika), εἴκελος (eíkelos), εἰκάζω (eikázō) e outros.
< -κός < proto-helênico *-kos, < proto-indo-europeu *-kos, *-ḱos.
ó com latim -cus, proto-germânico *-gaz, sânscrito -शस् (-śas) e antigo eslavo eclesiástico -ъkъ (-ŭkŭ).
-κός • (-kós) m (feminino -κή, neutro -κόν).
forma adjectivos com o sentido genitivo: 'de ou pertencente a', 'na maneira de' PIE *-ko- em radicais nominais carregavam o significado “característico de, semelhante, típico, pertencente a', e em radicais adjectivos agia enfaticamente.
Em boa verdade o sufixo não e –κός mas ικός de tal modo que, por ex., ἡλίκος é delirantemente interpretado como derivando do PIE *yós, como o pronome relativo básico ὅς (casa), + o mesmo sufixo do latim tālis (“tal”) e quālis (“[tal] como”) + -κός (-kós, sufixo adjetivo ) quando na verdade ἡλ-ῐ́κος (tão grande ou grande quanto, tão antigo quanto) parece ter derivado de ἥλ-ῐκος ou seja seria a evolução dum mero dum mero genitivo de ἧλ-ιξ (hêlix) (da mesma idade) que por sua vez seria derivado de –ίσκος. Quanto ao suposto –τικός corresponde ao sufixo -ῐ́κος em palavras terminadas em te, sufixo arcaico egeu de divindade, ou seja, será uma elipse de -τε-ῐ́κος.
«Fantástico» < latim tardio phantasticus (“imaginário”),
< grego antigo φανταστικός (phantastikós) < φαντάζω (phantázō) + -τικός (-tikós).
Algo de estranho existe nesta derivação porque φαντάζω (phantázō) é uma voz activa que significa «mostrar» de forma clara e visível o que nada tem de fantasia nem de fantasmagórico semântica que só aparece na voz passiva φᾰντᾰ́ζομαι (phantázomai, “fantasio”) precisamente como φαντάστηκα na 1ª pessoa do singular do indicativo passado simples da voz passiva de φαντάζω (fantázo).
Past tenses ➤ | Imperfect | Simple past | ||
1 sg | < (φαντάσθηκα)2 | |||
2 sg | ||||
3 sg | ||||
| ||||
1 pl | ||||
2 pl | ||||
3 pl |
Por este meio derivam outros adjectivos:
> φανταστικά • (fantástika) =>
φᾰντᾰστ-ής (phantastḗs) = fantasmas.
φᾰντᾰστ-ός (phantastós) = imaginável.
φᾰντᾰστ-ῐκός (phantastikós) = fantástico.
Chegado aqui começamos a ser capazes de entender a evolução da raiz –κών como sendo um genitivo do feminino –κή < Ki > Te > Ge que teria como masculino –κός < –κή + ός que, por mais estranho que pareça seria o antepassado egeu mais arcaico de Te-os que mais não era do que um tuitativo antonomástico (dórico ou seja cretense) para o filho da deusa Ki.
Assim sendo, –κών será o genitivo de –cos e icon / ε-ἰ-κών < eu-ἰκών.
Assim os ícones foram genericamente a figuração do deus menino Chonsu ao colo da deusa Ikώνα também conhecida como ξοᾰνον • (xóanon) < xúō, “esculpir, alisar”. Compare xúlon (xúlon, “madeira”) = Xoanon, uma imagem de um deus esculpida em madeira.
«Conso» < Consus < Chonsu < *Xon-Xu < *Xur-Min < *Kur-Min.
Xu-Ana + Chon > Xoanon.
KONOSSO E O ÍCONE DA DEUSA MÃE:
A LINGUAGEM SAGRADA DO CORPO
Figura 7: Sala do trono de Knossos.
A peça central do palácio "minoico" era a chamada Sala do Trono ou Pequena Sala do Trono, datada de LM II . Esta câmara tem um assento de alabastro | identificado por Evans como um " Trono " embutido na parede norte. Em três lados da sala há bancos de Gesso. Uma espécie de área de banheira fica em frente ao trono, atrás dos bancos, denominada bacia lustral, o que significa que Evans e sua equipe a viam como um local de purificação cerimonial. (...)
O uso real da sala e do trono não é claro. As duas principais teorias são as seguintes:
2 Uma sala reservada para a epifania de uma deusa, [ Peter Warren: Minoan Religion as Ritual Action , Volume 72 de Estudos
Uma vez que o recuo do assento parece ser moldado para as nádegas de uma mulher, Especulações adicionais são que o trono foi feito especificamente para um indivíduo de sexo feminino. Além disso, o uso extensivo de bordas curvas e a lua crescente esculpida em sua base simbolizam a feminilidade.
Knossos < Knossos < Κνωσσός (Knōssós) < grego micênico ko-no-so / ko-no-so-de. ó hebraico כְּנֶסֶת (k'néseth) < (k-n-s) < aramaico כְּנַשׁ ("reunir, coletar").
A raiz parece ser k-n porque aparece também no «sinédrio» judaico dos evangelhos a partir do grego antigo συνέδριον (sunédrion, "sentar juntos; assembléia; conselho") < grego σῠ́νεδρος (súnedros) “sentar juntos”) + -ιον (-ion), < σῠν- (sun-, “com”) + ἕδρᾱ (hédrā, “assento”).
κοινωνίᾱ • (koinōníā) f (genitivo κοινωνίᾱς); = comunhão, associação, parceria, companheirismo, dom comum, contribuição, esmola. < κοινός • (koinós) m (feminino κοινή, neutro κοινόν); = público comum, geral, o que comprova que o comunismo primitivo feito de comunidade de bens e de mulheres correspondia ao matriarcado primitivo do macho dominante próprio dos primatas que ainda vigorava na ilha de Creta minóica.
Konosso é também uma montanha e está localizada na Prefeitura de Guékédou, Região de Nzerekore, Guiné. A elevação estimada do terreno acima do nível da foca é de
Konosso é um lugar povoado e está localizado na região de Ségou, Mali. A elevação estimada do terreno acima do nível da foca é de
No latim passou-se o mesmo com a conjunção «com».
«Com» (< Lat. cum <) Lat. Antic. Com < proto-itálico *kom,
< proto-helénico *koňňós < *Xu-Minos < Kur-Min > *Xon-xu
> Jónio ξῡνός (xūnós) > *koňi-ňós > Grec. koinós (κοινός, κοινή, κοινόν).
As voltas que o PIE dá para chegar ao ponto de partida são fantásticas. Afinal a Liga Hanseática funcionava como um «sinédrio» de comerciantes e tinham a mesma estrutura semântica nominal logo seriam muito possivelmente uma transliteração do mesmo conceito de pessoas sentadas em conjunto na mesma assembleia como no k'néseth. Como já se demonstrou noutros textos que a «sede» tem origem egípcia no trono de Isis podemos aceitar que, se o germânico não foi buscar este termo ao Egipto então ele seria um sinónimo de –εδρος existente na mesma fonte do grego. Quanto ao *ḱóm é óbvio que derivaria da mesma fonte do semita kono e do micénico Ku-na que obviamente deriva também do «Cono» da Deusa Mãe das cobras cretenses que teria Santuário no suposto palácio de Cnossos onde os crentes se reuniriam em assembleia e onde aprendiam que «estar conjunto com» como o «deus filho» estava em privado com o «cono» santo e sempre virgem da Deusa Mãe por onde dava à luz o sol diário para o devorar quotidianamente ao por do sol.
Figura 8: Vista de rochas de granito, Ilha Konosso, Philae, Egito.
«Cona» < «Cono» < Mic. Ku-na < Kiana > Diana = Artemisa.
> Kinthia > Cintia = Artemisa.
Se em Creta teria existido uma deusa mãe com o nome de *Kuna ficamos sem saber que nome teria deusa idêntica suméria.
Ancona, que foi fundado por refugiados gregos de Siracusa por volta de
Ascona é uma comuna da Suíça, no Cantão Tessino, com 5.489 habitantes. Estende-se por uma área de 5,0 km², de densidade populacional de 1.016 hab/km². Confina com as seguintes comunas: Brissago, Intragna, Locarno, Losone, Ronco sopra Ascona, San Nazzaro. A etimologia do topônimo é desconhecida, existem várias sugestões de estudos do século 19, todas elas incertas: do latim scanum "sedimento aluvial", do latim ab abscondito, ou de um incerto românico inicial asculà "pasto em terra não cultivada". [6] A forma alemã do nome, Aschgunen, é registrada a partir do século 16, quando Locarno ficou sob o domínio da Antiga Confederação Suíça.
Para quem não domina os labirintos da etimologia e da mitologia comparada, este estudo revela que Conso, o deus romano dos celeiros, é muito mais do que um guardião de grãos. Ele representa:
🌱 A fertilidade da terra e do corpo, sendo ligado à semeadura, à concepção e ao alimento.
🔥 O fogo da transformação, como cozinheiro dos deuses e símbolo da passagem do cru ao cozido.
🕳️ O mundo subterrâneo, onde se escondem os mistérios da vida, da morte e da regeneração.
🧬 A linguagem sagrada, onde palavras como cona, coito, cunnus, cuneus, consumir e consoada revelam raízes divinas esquecidas.
Este texto convida-nos a reverenciar o que foi profanado, a reconhecer que o corpo, o sexo, o alimento e o nome foram, em tempos, expressões do sagrado. Conso é o elo entre o que nasce e o que se consome — entre o grão e o pão, entre o desejo e a vida.
[1] https://neptunesdolphins.wordpress.com/2017/08/21/gods-of-the-month-consus-and-ops/
[3] «Cieiro» = Aspereza e gretadura na pele causadas pelo frio. = SEBO < latim cerium, ii, espécie de inchaço ou de úlcera. Na linguagem corrente o sentido original de sebo deslizou para cieiro primeiro por causa da conotação com o cio e com as boqueiras candidíasicas por DST e depois para o seu agravamento pelo vento cieiro, muito frio e seco, e aí sim com interferência ressonante com o xion grego.
[4] Desnecessariamente, aliás, porque cōn- + (-serō, -serere) > cōn-seruī, cōn-sertum) é sinónimo de condere e mais próximo etimologicamente de Conso.
[5] https://www.etymonline.com/search?q=shoal.
[9] Our self-contempt originates in this: in knowing we are ‘cunt’ by Mina Moriarty.
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