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Figura 1: La tenture de l'Apocalypse (ou les tapisseries de l'Apocalypse, ou encore l'Apocalypse d'Angers) est une représentation de l'Apocalypse de Jean réalisée à la fin du xive siècle. L'ensemble, initialement composé de sept pièces, dont six sont conservées, est exposé à Angers, dans le musée de la Tapisserie de l'Apocalypse situé dans une très longue galerie du château d'Angers.
A autoria tradicional do Evangelho tem sido questionada pelos críticos. Ireneu é acusado de ter feito de Papias um discípulo de João o Apóstolo para dar suporte a suas próprias teorias: Eusébio de Cesareia mais tarde teria mostrado que Papias foi um discípulo de João, o Presbítero. Mas nem mesmo Eusébio está livre de crítica. A sua citação de João, o presbítero, parece ser motivada pelo argumento da autoria do Apocalipse. As memórias de Ireneu no testemunho de Policarpo são memórias de infância, e de vaga lucidez. Por exemplo, ele sita o relacionamento entre Policarpo e um "João", mas não especifica qual seria este João.
O Evangelho segundo João expõem explicitamente no seu texto que foi escrito pelo “Discípulo amado / discípulo a quem Jesus amou”, de modo que o maior esforço foi empregue não em determinar factualmente mas em decidir por interesse teológico quem esta pessoa poderia ser.
Tradicionalmente é identificado como João, o Apóstolo, porque de outro modo, no quarto Evangelho faltaria completamente um dos mais importantes apóstolos dos outros Evangelhos.
Assim, a razão principal que terá levado a tradição cristã a considerar que João foi o autor do 4º evangelho que leva o mesmo nome terá sido o facto de este apóstolo nunca ser nomeado neste evangelho, quando nos restantes aparece como figura destacada logo a seguir a Pedro. Mas também é verdade que este evangelho apenas refere os primeiros discípulos chamados por Jesus como sendo: André, e um outro, Pedro, Filipe e Natanael. Esse outro poderia ser João aparecendo de novo inominado na cena da ressurreição. Porém, tirando o nome de Pedro, e uma ou duas vezes Filipe, Tomé, os dois Judas, quase mais nenhum nome de apóstolo é referido neste evangelho antes da ressurreição. Depois da ressurreição aparecem pela primeira vez no 4º evangelho Tomé e os dois filhos de Zebedeu, um dos quais seria obviamente João.
1 Anónimo + André + Pedro + Filipe + Natanel + 2 Judas (um iscariotes) + Tomé + 2 Filhos de Zebedeu + 2 Anónimos = 12.
Nomeados temos no total apenas 9 discípulos.
O 4º Evangelho nunca fala em apóstolos.
As referências aos discípulos anónimos é desesperante porque no total ficamos sem saber se seriam mais dois ou mais três. No entanto, a lista chega aos 12 contando todos os anónimos como aparecendo pela primeira vez, sendo assim desnecessário o recurso ao discípulo amado, que, aliás, aparece por vezes também como anónimo.
A forma displicente como o autor se refere aos filhos de Zebedeu (e apenas depois da ressurreição) deveria ter sido suficiente para os primeiros exegetas não terem identificado o discípulo amado com um dos doze. De resto, em João ou nos seus primeiros comentadores, a diferença entre discípulos em geral, claros e ocultos, e os outros (doze ou não vá-se lá saber agora!) é marcante.
João 19: 38 Depois disso, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus.
20: 24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
De resto, a forma lacónica como João trata os doze, além de ser também um tanto displicente deixa a suspeita de, o verdadeiro número de discípulos permanentes, poder ser incerto e variável e de o número doze se tratar dum acrescento posterior por motivo alegóricos. João fala nos doze num momento crítico do messianismo, em que muitos dos seus discípulos flutuantes ou seguidores começaram a abandonar Jesus por terem descoberto que ele não queria que o fizessem rei e que apenas pretendia um messianismo místico e religioso.
João 6: 66 Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. 67 Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? 68 Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, 69 e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus. 6: 70 Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E (no entanto) um de vós é um diabo. 6: 71 E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.
A interpolação a respeito de Judas está tão fora de contexto que só pode ser tardia e feita por um beato de pouca inteligência o que deixa a possibilidade de nem este ter sido nomeado. No contexto dos outros evangelhos sabemos que a haver um discípulo diabo só poderia ser Pedro, porque foi assim que Jesus o chamou precisamente neste contexto, mas a Igreja reinante sobre a égide de Roma, que acreditava ter as chaves de Jano como sendo de Pedro já não poderia aceitar uma verdade que fosse indigna para o seu suposto fundador. Nos sinópticos o afrontamento entre Jesus e Pedro a respeito de divergências sobre a forma como Jesus deveria assumir o messianismo é flagrante! No apócrifo de Barnabé chegou a ser uma questão de cisma.
Jesus respondeu: "E vos quem achais que eu sou"? E Peter respondeu: "Tu és o Cristo, filho de Deus". Então Jesus irritou-se, e com raiva o reprovou, dizendo: "Vai-te embora e afasta-te de mim, porque tu és o diabo que me procura perder! E ele ameaçou os onze, dizendo: "Ai de vós se algum acreditar nisto, porque eu ganhei de Deus uma grande maldição contra esses que acreditam nisto". E estava com intenção de expulsar Pedro; Mas os onze suplicaram a Jesus por ele, que assim acabou por não o expulsar, mas novamente o reprovou dizendo: “Previne-te para que nunca mais me dirijas tais palavras, porque Deus te reprovará! " Ao que Pedro lamentou e disse: "Senhor, eu falei sem pensar; peça a Deus que ele me perdoe. – Evangelho de Barnabé.
Sendo assim, a ausência duma referência explícita ao nome do apóstolo João no contexto sumário dos apóstolos referidos no 4º evangelho mais do que não ter de provar a identificação do seu autor, levanta, sobretudo, as questões tanto do verdadeiro número dos Apóstolos que acompanharam Jesus desde a primeira hora como sobretudo da sua importância de acordo com os pontos de vista das primeiras seitas cristãs. O número dos Apóstolos pode ter sido apenas cinco como o referem fontes talmúdicas, ou sete como parece inferir-se de algumas tradições e não os doze que por uma razão qualquer dogmática (analogia com as dose tribos de Israel ou uma subliminar simbologia com os doses deuses olímpicos) motivaram a listagem canónica que veio a ser interpolada nos sinópticos. Numa coisa João parece ter razão: que, se os irmãos de Jesus vieram a fazer parte do número dos doze, estes só poderiam ter ficado completos depois da ressurreição e, por isso, no início estes seriam apenas 5, 7 ou 9 e não doze.
Na verdade, a identificação de S. João Evangelista com João Bonareges constitui uma das mais vergonhosas mistificações da história do cristianismo motivada por meras razões circunstanciais de boa forma forçadas pela necessidade do dever ser teologicamente correcto e não pelo mínimo de provas hermenêuticas e eurísticas que foram sempre suficientes para terem deixado o 4º evangelho na suspeita duma autoria obscura e inconclusiva.
Os especialistas críticos sugerirem algumas outras possibilidades. Filson, Sanders, Vernard Eller [1], e Rudolph Steiner [2] sugerem que este discípulo amado é Lazaro, desde que João 11:31 e 36 indica especificamente que Jesus “o amou”, e é ele talvez também o implicado no Evangelho secreto da Marcos. Isto caberia bem ao interesse do autor nas actividades Judaicas de Jesus. A ideia que Lazaro foi ressuscitado por Jesus de entre os mortos pode também explicar porque alguns esperaram que o Discípulo Amado não iria morrer (João 21:22 - 23). Parker sugeriu que este discípulo poderia ser João Marcos; apesar de tudo, os Actos dos Apóstolos indicam que João Marcos era muito jovem e um discípulo recém-chegado. J. Colson sugeriu que ainda que “João” era um sacerdote em Jerusalém, explicando a personalidade sacerdotal alegada no quarto Evangelho.
A resposta será a de que todos terão razão e tudo aponta nesse sentido mas, antes de mais, a primeira e mais fértil tarefa dum historiador nem será tanto a de saber quem foi o autor do 4º evangelho mas sobretudo, por ser o mais fácil, demonstrar que este não poderia ter sido João Bonareges, filho do trovão e de Zebedeu!
Pois bem, quem teve um pouco de formação teológica cristã terá ficado espantado com as diferenças de tom e de estilo entre o evangelho segundo S. João e o Apocalipse segundo S. João. Sendo assim, o João Bonareges poderia ser o autor do apocalipse mas não do evangelho.
Mas mesmo a identidade do autor do Apocalipse é duvidosa não estando isenta de polémicas. Na verdade a relação do autor deste livro sagrado com a ilha de Pátmos parece duvidosa. Textualmente dos 10 primeiros versículos em grego o 9º excede em comprimento a média de todos os outros e apenas mais dois têm dimensão idêntica.
9Eu, João, sou vosso irmão e, em Jesus, companheiro nos sofrimentos, na paciência e no reino. Estava euexilado (na ilha de Patmos, por ter pregado a palavra de Deus e falado sobre Jesus Cristo,) 10 quando, no dia do Senhor, fui tomado pelo Espírito e ouvi uma voz muito forte por detrás de mim, com um timbre semelhante ao de uma trombeta e
9 εγω ιωαννης ο αδελφος υμων και συγκοινωνος εν τη θλιψει και βασιλεια και υπομονηεν ιησου εγενομην εν τη νησω τη καλουμενη πατμω δια τον λογον του θεου και την μαρτυριαν ιησου
10 εγενομην εν πνευματι εν τη κυριακη ημερα και ηκουσα οπισω μου φωνην μεγαλην ως σαλπιγγος
Ora, sabemos que originalmente os versículos dos rolos essénicos correspondiam a linhas que eram escritas de forma poética por razões de mnemónica. Assim sendo, podemos aceitar que o seu autor foi um tal João que o escreveu durante o exílio mas não podemos ter a certeza do local onde foi escrito. De qualquer modo nem mesmo Eusébio, quase sempre tão assertivo em matérias que poderiam fazer a diferença entre a tradição e o dogma, tinha a certeza de qual dos dois discípulos com o mesmo nome de João e com túmulo em Éfeso teria sido o autor do Apocalipse.
I. Eusebio, Cronicón (Syncell 655, 14) por Olymp. 220 -- Ireneo y otros registraron que Juan el Teólogo y apóstol sobrevivió hasta los tiempos de Trajano; después de aquel tiempo, Papías de Hierápolis y Policarpo, obispo de Esmirna, que fueron oyentes suyos, llegaron a ser bien conocidos.
III. Eusebio, Hist. Ecl. iii. -- 39 Y también, siempre que venía una persona (cerca de mí) que había sido seguidor de los ancianos, inquiría de él sobre los discursos de los ancianos: lo que había dicho Andrés, o Pedro, o Felipe, o Tomás, o Jacobo, o Juan, o Mateo, o algún otro de los discípulos del Señor, o lo que dicen Aristión y el anciano (presbítero) Juan, discípulos del Señor. Porque no creía poder sacar tanto provecho del contenido de libros como de las expresiones de una voz viva y permanente. (…) Así que por ello resulta bien evidente que es verdadera la afirmación de los que dicen que había dos personas de este nombre en Asia, y que había dos tumbas en Efeso, cada una de las cuales hasta el día de hoy es llamada (la tumba) de Juan. Y es importante notar esto; porque es probable que fuera el segundo, si uno no quiere admitir que fuera el primero, que vio la Revelación que es atribuida al nombre de Juan.
A verdade porém é que os golpes de rins de Eusébio, que ora queria agradar a gregos ortodoxos ora a arianos e troianos, refere no seu Cronicão o que não se pode inferir da sua História Eclesiástica a menos que se admita que João o teólogo era também João o Presbítero e logo alguém diferente dos doze apóstolos. O equívoco, porém estava lançado e iria ser sedimentado e perpetuado por S. Jerónimo com o suposto apoio de Ireneu.
IX. Jerónimo, ad Theodoram Epist. 75 (29), c. 3 Ireneo, un discípulo de Papías que fue oyente de Juan el Evangelista, refiere.
Porém, Eusébio não refere que Papias tenha sido ouvinte directo do apóstolo João, que colocava no rol dos antigos, mas apenas de Aristião e de João o Presbítero. Assim, existe uma forte probabilidade de este ter sido o discípulo que viveu até à época de Nerva.
VI. Georgius Hamartolus, Cronicón: Después de Domiciano reinó Nerva un año, el cual mandó llamar a Juan de la isla (esto es, Patmos) y le permitió que residiera en Éfeso. En este tiempo él era el único superviviente de los doce apóstoles, y después de esciribir su Evangelio recibió el honor del martirio. Porque Papías, obispo de Hierápolis, que fue un testigo presencial suyo, en el segundo libro de las Palabras del Señor dice que fue muerto por los judíos, y con ello, evidentemente, cumplió, junto con su hermano, la profecía de Cristo con respecto a ellos, y su propia confesión y empeño respecto a él. Porque cuando el Señor les dijo: ¿Podéis beber de la copa que yo bebo?, y ellos asintieron al punto, él dijo: Mi copa beberéis, y del bautismo que soy bautizado seréis bautizados. Y es natural que sea así, porque es imposible que Dios mienta. Esto también afirma el sabio Orígenes en su interpretación del Evangelio de san Mateo, que Juan fue martirizado, declarando que él había sabido el hecho por los sucesores de los apóstoles. Y verdaderamente el bien informado Eusebio también, en su Historia Eclesiástica, dice: «Tomás recibió por suerte Partia, pero Juan, Asia, donde fijó su residencia, y murió en Efeso.»
Georgius Hamartolus só citou de Papias o que lhe convinha porque este escreveu que “os judeus mataram João o teólogo e Tiago seu irmão”.
Act. 12: 1 Naquela época, o rei Herodes começou a maltratar alguns da congregação. 2 Ele mandou matar à espada Tiago, irmão de João. 3 Ao ver que isso agradava aos judeus, prendeu também Pedro. (Isso aconteceu nos dia dos Pães Ázimos.)
Papías, en su segundo libro, dice que los judíos dieron muerte a Juan el Teólogo y a Jacobo su hermano. -- Felipe de Side (?), Hist. de Cristo.
Considerando a ordem da citação de Papias como paralela à temporal, João teria morrido antes de Tiago que nos Actos morre cedo também mas nem isto é inteiramente seguro como veremos.
O martírio pressupõe uma morte injusta a partir dum poder instituído com autoridade legítima. Na verdade, na época de Nerva já Jerusalém tinha sido destruída pelo que a possibilidade de este João ter sido martirizado por judeus é nula. Aquilo que a tradição veio a aceitar foi apenas a lenda que lhe convinha para justificar os que pensavam que estava escritos nos evangelhos!
John was a ”pillar” of the church in Jerusalem, and later moved to Ephesus. He served as the leading authority ("Elder,” lit.”presbyter,” in 2 John 1) of Ephesus for the remainder of his ministry.
Figura 2: A Mulher do Apocalipse numa ilustração em Hortus deliciarum (cerca de 1180 d.C.).
E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.
E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.
E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.
E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;
Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.
E foi precipitado o grande dragão, (a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo); ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.
Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.
E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem.
E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar.
E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo. Apocalipse 12:1-17
During the reign of the tyrannical Roman Emperor Domitian (A.D. 81-96), John was exiled to the nearby island of Patmos, where he wrote Revelation (also called the Apocalypse). Upon the emperor's death he returned to Ephesus to resume his episcopacy and to write his Gospel.[1]
É quase seguro que o Apocalipse foi escrito durante a primeira Guerra da Judeia como panfleto de apelo à guerra santa contra o Romanos na esperança da segunda vinda de Jesus para libertar Jerusalém e restaurar o templo profanado pelos saduceus. Existe mesmo a forte plausibilidade de os principais apóstolos residentes na Igreja de Jerusalém terem tido nesta guerra um papel destacado cabendo a João Boanerges o papel a que Josefo deu o nome de João de Giscala (também chamado Yohanan me-Gush Halav (Hebrew: יוחנן מגוש חלב) ou Johannes ben Levi (de data de nascimento incerta e de morte posterior ao ano 70 D. C.) e a Simão Barjona o de Barjoiras. [2]
Durante a Primeira Guerra judaico-romana, as cidades da Galileia caíram uma após outra, mas no início do assédio de Giscala, Jean conseguiu escapar através de um ardil e juntou-se aos defensores de Jerusalém com alguns dos seus apoiantes. Ele continuou a sua luta até à captura da cidade, que foi acompanhada pela destruição do Templo de Jerusalém e a da destruição pelo fogo de vários bairros. Feito prisioneiro pelos romanos, ele "foi condenado a prisão perpétua" depois de ter sido forçado a participar no triunfo de Vespasiano e Tito em Roma na companhia de Simon bar Giora e milhares de judeus prisioneiros. Não se sabe se ele morreu na prisão ou deportado em conjunto com milhares de judeus nas ilhas do Mediterrâneo. -- Wikipédia.
Obviamente que nos faltam provas criminais seguras para identificar o filho de Zebedeu com João de Giscala. Mas em grande medida isto deve-se ao facto de tanto os evangelhos quanto a tradição serem parcas ou pouco consistentes na forma como identificaram os primeiros cristãos.
CAP. 8 296. Restava então somente Giscala, única cidade da Galiléia que ainda não tinha sido tomada. Uma parte daqueles que lá estavam, desejava a paz, porque quase todos eram trabalhadores, cujos bens consistiam em tudo o que podiam tirar do seu emprego e trabalho. Havia, porém, outros, em muito grande número e mesmo dos habitantes do lugar, que haviam sido corrompidos pelas suas relações com os ladrões e assaltantes, e João, filho de Levi, os impelia à revolta. Era um homem muito mau, grande mentiroso, inconstante em seus afetos e que não punha limites às suas esperanças; tudo fazia para conseguir os seus fins, e ninguém duvidava de que assim procedia pelo desejo de se elevar em autoridade, incitando com tanto ardor esta guerra. Todos os revoltosos obedeciam-lhe; embora o povo estivesse bastante disposto a tratar com os romanos, não podia, porém, fazê-lo pelo temor que tinha dos revoltosos.
CAP. 43: 226. Enquanto Josefo procedia desse modo na Galiléia, João, filho de levitas, de Giscala, aparece em cena. Ele era muito mau, muito astuto, fingido e um grande mentiroso. A fraude para ele era uma virtude, dela usava mesmo com quem mantinha cordiais relações de amizade. Sua ambição não tinha limites; quanto mais crimes ele cometia, mais se fortalecia em suas esperanças. A miséria em que ele se via, então, tinha-o impedido durante certo tempo de mostrar até onde ia sua maldade. No começo, roubava sozinho, mas depois, outros se uniram a ele nesse infame mister; seu número crescia sempre e ele só recebia os que tinham tanta coragem quanto força física e experiência de guerra. Depois que ele reuniu uns quatrocentos, dos quais a maior parte eram tírios, fugitivos, começou a saquear a Galiléia; matou muitos aos quais o temor da guerra tinha levado a fugir. Como aspirava as coisas maiores, desejou comandar tropas organizadas e somente por falta de dinheiro não o fez. -- Flávio Josefo, HISTÓRIA dos HEBREUS de Abraão à queda de Jerusalém. Traduzido por Vicente Pedroso.
Bom, o que sabemos de João, filho de Zebedeu, pelos evangelhos não contrairia este retrato feito com as tintas acrimoniosas e também manhosas de Flábio Josefo (afinal, de todos os zelotas das revoltas judaicas foi o mais bem-sucedido!) Nem sequer a evangélica e antiga amizade entre Simão e João passaram ao lado da descrição de Flábio Josefo.
CAP. 3: 379. Para maior desgraça ainda tudo o que estava nas imediações do Templo foi queimado, com exceção de uma pequeníssima parte do trigo que tinha sido ajuntado, em tão grande quantidade, que teria sido suficiente para se sustentar o cerco durante vários anos e impedir a carestia que foi por fim, causa da queda da cidade. O mesmo incêndio reduziu a cinzas o que estava entre João e Simão, e o que se poderiam considerar como dois campos opostos tornou-se em um campo de batalha, sendo nossa pátria forçada a dar a culpa de tudo ao furor de seus filhos desnaturados, que eram a causa de sua ruína.
CAP. 26: Mas João e Simão puseram guardas nas portas com ordem de não deixar sair os judeus, bem como entrar os romanos; e ante a menor suspeita eram mortos os que se pensava estar dispostos a fugir. 417. Era igualmente perigoso para os ricos ficar ou fugir, porque era suficiente possuir bens para ser assassinado. –Flávio Josefo, HISTÓRIA dos HEBREUS de Abraão à queda de Jerusalém. Traduzido por Vicente Pedroso.
Outros pensam que o sinal de Daniel foi a tremenda profanação do ano 69 em que os zelotas de Simão bar Giora assassinaram no templo a Eleazar ben Simão, um moderado que se opunha tanto a Simão [que tinha às suas ordens 10 mil homens], como a João de Gíscala, com 6 mil homens à sua disposição. Efetivamente, na Páscoa do ano 70, o povo que se tinha reunido no Templo para purificar-se e oferecer sacrifícios, foi atacada pelos partidários de João de Gíscala os quais assassinaram a Eliezer. Tito tinha chegado e começava o sítio da cidade. Já Lucas aponta ao cerco das tropas romanas (21, 20) como sinal da abominação. O facto (???) é que os cristãos fugiram de Jerusalém e se refugiaram no outro lado do Jordão.
Probablemente, ben Simón murió durante la entrada de tropas romanas a Jerusalén, en el año 70.
Ao descrever esta espiral de violência, Flávio Josefo vai construindo uma situação tal que faz dos romanos a única salvação para os judeus. Uma mulher judia, Maria, filha de Eleazar, cozinhou e comeu o próprio filho (6,207).
Para negar esta evidência a tradição pia inventou que durante a guerra da Judeia fugiram de Jerusalém e se refugiaram no outro lado do Jordão.
No entanto, os cristãos de Jerusalém eram ebionitas, os proletários da época, nazorenos e zelotas e foram eles os principais obreiros das guerras judaicas.
Flávio Josefo refere-se à presença de indivíduos que propagavam falsas profecias na Palestina, segundo as quais Deus interviria no conflito em defesa do povo judeu, minando o poder romano, e conforme ele, estas idéias teriam impedido uma avaliação realista do conflito e da posição de desvantagem dos judeus, causando a morte de muitos deles. Os sacerdotes do templo ouviram na festa de Pentecostes uma voz que dizia: “Sairemos deste lugar” (metabainomen ententhen) como uma premonição da sua destruição pelos romanos. Cita-se outro sinal da destruição: quatro anos antes da guerra, um certo Jesus, filho de Ananias, proclamou no templo e pelas ruas da cidade o surgimento de “...uma voz do oriente, uma voz do ocidente, uma voz dos quatro ventos, uma voz contra Jerusalém e o templo...” Flávio Josefo analisa todas essas previsões como um cuidado que Deus tinha pelo seu povo, indicando-lhe um modo de se salvar. Porém continua: se tudo aconteceu é porque o homem não pode fugir ao seu destino mesmo quando o prevê.
Flávio Josefo atribui aos zelotas, e principalmente aos sicários (assim conhecidos por levarem uma «sica» = punhal na cintura) a responsabilidade pela catástrofe nacional gerada pelo confronto com os romanos. Chega a dizer que compreendia a sua aspiração à liberdade, mas não aceitava a sua obstinação em querer realizar uma proeza impossível como aquela de vencer militarmente os romanos. Enquanto os zelotas se mantiveram activos, mormente em Jerusalém, sob a liderança de Eleazar ben Simão, os sicários irão ter como principal meta a defesa de Massada, liderados por Eleazar ben Yair. O grupo de João de Giscala, principal inimigo de Flávio Josefo, era acusado de invadir a casa dos ricos, matar e estuprar. A revolta gerou, de fato, grupos de extremistas que extrapolaram os objectivos da luta contra os romanos e a aristocracia judaica. No entanto, o grupo mais violento era o de Simão, filho de Giora, que além dos saques e ataques aos ricos importunava outras pessoas de maneira despótica. Ele chegou a ser considerado pelo povo como um inimigo pior que os romanos. Os próprios zelotas tentaram prender Simão.
Ora, se Simão, filho de Giora, possível Simão Pedro, foi levado para Roma onde morreu num trunfo, João de Giscala, o suposto Teólogo, foi apenas exilado.
Mas Deus os castigou como eles mereciam. João, que se havia escondido num esgoto, com seus irmãos, foi atormentado de tal fome que, não podendo suportá-la, implorou a misericórdia dos romanos, que ele tinha tantas vezes insolentemente desprezado. Simão, depois de ter combatido contra a má sorte, entregou-se a eles como diremos em seguida. Foi reservado para o triunfo e João condenado à prisão perpétua. Os romanos queimaram o que restava da cidade e derribaram-lhe as muralhas. – Flávio Josefo, HISTÓRIA dos HEBREUS de Abraão à queda de Jerusalém. Traduzido por Vicente Pedroso.
Quase que seguramente esta prisão perpétua terá sido na ilha de Pátmos.
No sossego forçado da ilha de Patmos João transformou o panfleto anti-romano, que possivelmente já vinha do tempo do Criador da seita zelota Judas, o galileu, que liderou uma revolta contra a dominação Romana no ano 6 d.C., rejeitando o pagamento de impostos, numa teimosa previsão da futura vingança do messianismo milenarista. Não deve ter durado muito ali pois é provável que um judeu também preso no conflito mas que teria muitas contas a ajustar com este filho do trovão o terá assassinado e assim se cumpriu a profecia de Jesus de que teria também morte violenta.
Muitos estudiosos modernos acreditam que o João o Apóstolo, João o Evangelista, e o João de Patmos se refere a três indivíduos separados. Isto pode ser determinado por meios novos de investigação como crítica textual. Certas linhas de evidência sugerem que o João de Patmos escrevesse só o Apocalipse, não o Evangelho de João nem as Epístolas de João. Para um, o autor do apocalipse se identifica como " João" várias vezes, mas o autor do Evangelho de João nunca se identifica directamente. Enquanto ambos os trabalhos compararem o Jesus a um cordeiro, eles usam palavras diferentes constantemente para cordeiro quando recorrendo a ele - o Evangelho usa amnos, o Apocalipse usa arnion. Ultimamente, o Evangelho (de João) foi escrito em grego quase sem defeito, mas o Apocalipse contém erros gramaticais e anormalidades estilísticas que indicam que o seu autor pode não ter tido muita familiaridade com o idioma grego como teve o autor do Evangelho (de João). [[3]]
Por outra parte, nos diz que o apóstolo João o redigiu em grego, mas, e tal como observa são Dionisio de Alexandria: «...vejo que seu dialeto e sua língua não são exatamente gregos, mas sim emprega modismos bárbaros, e às vezes inclusive há solecismos!...». (Cf. Eusébio da Cesaréia, História eclesiástica, VII, XXV, 26.)
De fato, trata-se provavelmente de um original redigido em armênio, traduzido pela primeira vez em hebreu, e logo em grego. As duas primeiras versões teriam desaparecido já na época em que apareceu a versão grega, no final do século I. Por outra parte, isso que conviemos em denominar «o Apocalipse» é uma ensambladura de vários textos, de autores inclusive diferentes, segundo certos exegetas. Há quem fala de três obras distintas, outros de duas, a maioria das vezes de origem judia, mal compiladas por um redator cristão em uma época bastante tardia. -- ROBERT AMBELAIN, Jesus Ou O Segredo Mortal Dos Templários.
Estas diferenças revelam-se ainda maiores comparando o Apocalipse com as epístolas de S. João. Em rigor, é difícil aceitar que o pinga-amor que escreveu uma carta com cerca de 3 mil palavras para glosar o tema fundamental da caridade cristã seja um filho do trovão.
1ª Joaõ: 2: 1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
(…) 8 Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz. 9 Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas.
(…) 18 Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora.
(…) 3:10 Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão.
(…) Todo o que odeia a seu irmão é homicida; e vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele.16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos.
(…) 23 Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou.
(…) 4: 7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
(…)11 Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus; e nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado.
(...) 20 Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu.
(…) 5 : 1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é o nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao que dele é nascido. 2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3 Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos;4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
A segunda carta, muito menor, mantém o mesmo mote sendo quase apenas dedicada ao mandamento da caridade cristã. Uma insistência tão firme e repetitiva no tema do amor e o tratamento por “filhinho” é timbre duma alma maternal. No entanto, o livro do Apocalipse é uma obra que verte zelo cristão como se fora o veneno de cobras e lagartos do anticristo e o ódio da abominação contra os que são titubeantes na fé.
Apocalipse 3:14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o pricípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! 16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.
O fanatismo e a intolerância poderiam encontrar aqui a confirmação da sua legitimidade sagrada. Não há nada mais contrario à caridade cristã do quê estes versículos e nada mais terrível nem aterrador contra a sensatez do meio-termo que Buda, e muitos clássicos, preconizavam como sendo a via do meio para chegar à virtude! Ora bem, esta teologia fanática e intolerante do Apocalipse parece decorrer mais dum temperamento contrastado e sem compromissos, quiçá duma alma cheia de zelo divino como João Baptista ou de um Paulo farisaico, mas muito longe do amor divino cheio de perdão e caridade, do evangelho e das epístolas de S. João! Só seria possível imaginar esta dupla personalidade num caso grave de esquizofrenia, o que não parece ter sido o caso.
«Eu, Jesus, enviei a meu anjo para lhes testemunhar estas coisas relativas às igrejas. Eu sou a raiz e a estirpe de David, a Estrela resplandecente da manhã. [...] que tenha sede, que venha; que queira, tire água de vida gratuitamente. [...] Diz o que atesta estas revelações: Sim, minha volta está próxima...» (Apocalipse, Epílogo, 22,16-20.)
Se admitirmos um Apocalipse redigido pelo apóstolo João em Patmos em 94, devemos admitir a falsidade de sua visão, já que a volta de Jesus não teve lugar jamais! E quanto ao anúncio do incêndio de Roma (citado sob o nome simbólico de Babilônia) e a destruição de Jerusalém, já se tinham produzido. A partir daí, podemos tirar conclusões. O João que recebe a mensagem de Jesus, depois de uma visão deste, em forma desse terrorífico apocalipse, é João, o Batista. Essa mensagem lhe chega do Egito, onde Jesus se encontra ainda, depois do fracasso da rebelião do Censo, as represálias romanas e a dispersão das tropas zelotes. E, efetivamente, a volta de Jesus está próxima, mas no sentido absolutamente material do termo. Já que logo aparecerá no vau do Jordão, no ano 28, para substituir ao Batista, que tinha completado já seu encargo.-- ROBERT AMBELAIN, Jesus Ou O Segredo Mortal Dos Templários.
Na verdade, nem sequer a personalidade de S. João, descrita pelos sinópticos, parece ter sido a do apóstolo mariquinhas do “discípulo amado” do Senhor. Senão vejamos o retrato de João, tecido pelos sinópticos:
Marcos 3: 17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão;
Marcos 5: 35 Estando ele ainda falando, chegaram alguns do principal da sinagoga, a quem disseram: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? 36 E Jesus, tendo ouvido essas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente. 37 E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago.
Marcos 9: 1 Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder. 2 E, seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte, e transfigurou-se diante deles.
Marcos 9: 38 E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. 39 Jesus, porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim. 40 Porque quem não é contra nós é por nós.
Lucas 9: 52 E mandou mensageiros diante da sua face; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada. 53 Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. 54 E os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? 55 Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. 56 Porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.
Marcos 10: 35 E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos. 36 E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? 37 E eles lhe disseram: Concede-nos que, na tua glória, nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda.
E agora retracto idêntico descrito por James Iverach:
IV. The Character of John: The general character of this great apostle is already sufficiently apparent. While we recall the illustrative facts found in the Synoptics, that James and John were the two who wished to call down fire from heaven on the inhospitable village, that John was one of those who desired one of the chief places in the kingdom, that he it was who forbade the man to cast out demons in the name of Jesus because he followed not with them, we do not forget that on each of these occasions he was corrected and rebuked by the Master, and he was not the kind of man who could not profit by the rebuke of Jesus. So that vehemence of disposition was held in check, and, while still in existence, was under control, and allowed to have vent only on occasions when it was permissible, and even necessary. So in his writings, and in the reflections in the Gospel, we note the vehemence displayed, but now directed only against those who refused to believe in, and to acknowledge, Jesus. (…) Then it is not without significance that, in the three narratives which are cited from the Gospels to prove the overbearing temper of John, we are expressly told that Jesus corrected him. Are we to suppose that these rebukes made no impression?
Mateus apenas refere João no seu chamamento, na lista dos doze e no episódio da transfiguração.
Mateus, 4: 21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes e chamou-os. (...) 17: 1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte.
Assim, parece evidente que este João o Apóstolo, filho de Zebedeu, não era o discípulo que Jesus amava. Aliás, não deixa de ser estranho que só o 4.º evangelho é que fale neste ainda mais estranho “discípulo amado”, sem que este seja jamais explicitamente denominado como João.
A inferência de que este era o apóstolo João foi feita a posteriori na base de que o evangelho era de João e na evidência de que este “discípulo amado” se confessa como sendo o autor deste evangelho por correlação entre o penúltimo e o antepenúltimo versículo do evangelho segundo S. João.
João 21: 23 Divulgou-se, pois, entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? 24 Este é o discípulo que atesta essas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Assim, se provarmos que o autor deste evangelho não era João não há nada que ligue o ”discípulo amado” ao nome do Apostolo João, o filho de Zebedeu! De resto, a própria personalidade ambiciosa, violenta e zelosa dos filhos de Zebedeu fez com que estes tenham sido os primeiros a sofrer o martírio cumprindo-se assim à posteriori profecia de Jesus de que estes beberiam o mesmo cálice que Jesus iria beber na Paixão.
The fate of John. In contrast to his brother, the fate of John was unknown and therefore there developed two opposing type of traditions about his end something like what happened in case of Jesus. According to one type of traditions he was martyred while according to the other he died a natural death and was buried; sometimes he is said to be assumed into heaven from the grave. The following quotations are from R. Alan Culpepper, John the Son of Zebedee, pp. 171-174: In Church History by Philip of Side, written between 434 and 439 C.E., we read:
Papias says in the second [of his five books] that John the Evangelist and his brother James were slain by the Jews.
In one manuscript of the Chronicle of George the Sinner (ca 840 C.E.), we read:
John has been deemed worthy of martyrdom. For Papias, the Bishop of Hierapolis, having been an eyewitness of his (or of it?), says in the second book of his 'Dominical Oracles,' that he was killed by the Jews, having evidently fulfilled, with his brother the prediction of Christ concerning them."
George also says that Origen corroborated this report in his Commentary on Matthew, but concerning Matthew 20:23, Origen says only that Herod killed James and that John was sent into exile by the emperor.
A homily (343 or 344 C.E.) from the Syrian church father Aphraates claims:
Great and excellent is the martyrdom of Jesus ... to him followed the faithful martyr Stephen whom Jews stoned. Simon also and Paul were perfect martyrs. James and John trod in the footsteps of their Master Christ. Also other of the Apostles thereafter in divers places confessed, and proved themselves true martyrs.
Also, notice the instruction that Jesus gave to those three disciples (Mt. 17:9, Mk. 9:9). They were not supposed to keep silent about the transfiguration after Jesus had risen from the dead. If John wrote this Gospel, then his silence on this event would seem contrary to Jesus’ instructions on this matter! -- The Disciple Whom Jesus Loved, de J. Phillips.
Em rigor, Jesus apenas proibiu a revelaçãodo episódio da“transfiguração” antes da sua “ressurreição” não impondo de modo algum a obrigação da sua revelação posterior nem sequer se infere logicamente tal coisa dos dois únicos textos que referem esta imposição.
Marcos, 9: E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos.
Mateus 17: 9 E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos.
Porém, dada a importância dramática deste evento será sempre oportuno estranhar o facto de um pressuposto João evangelista não o ter referido quando Mateus e Marcos o referiram sem que tivessem estado presentes. Obviamente que também é verdade que qualquer outro redactor deste mesmo evangelho poderia ter ouvido falar deste miraculoso evento (no sentido literal do termo por ter sido tão maravilhoso de ver que deixou S. Pedro estupidificado de espanto) depois da ressurreição, ainda que, neste caso, a sua omissão já não teria tanto significado, aceitando-se facilmente que um relato em segunda mão teria retirado a esta cena parte do seu dramatismo inicial.
Nesta mesma linha de raciocínio se deveria estranhar que um discípulo que fazia parte, com Pedro e Tiago, do trio de eleitos de Jesus ignorasse o nome de todos as Apóstolos, colocasse a cena da expulsão dos “vendilhões do templo” no inicio da vida messiânica de Jesus e revelasse muitas outras omissões relativas aos apóstolos tais como o chamamento de Mateus, da doença da sogra de Pedro, a cena relativa aos irmãos de Jesus, a da filha do chefe da sinagoga ou da filha de Jairo, etc. Sobretudo, S. João deveria ter orgulho do alcunha de Boanerges que Jesus lhe deu segundo o evangelhos de S. Marcos e de referir que Jesus lhe encomendou a ele e S. Pedro a preparação da “última ceia”. Claro que seria demais pedir a S. João que referisse a cena embaraçante em que os filhos de Zebedeu se puseram em bicos de pés para obterem os melhores lugares no reino dos céus, facto que comprova bem que as expectativas messiânicas destes discípulos eram ambiciosas e de natureza política, de acordo com as espetavas ideológicas da época.
Marcos, 10 35 E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que pedirmos. 36 E Ele lhes disse: Que quereis que vos faça? 37 E eles lhe disseram: Concede-nos que, na tua glória, nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. 38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo e ser baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado? 39 E eles lhe disseram: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade vós bebereis o cálice que eu beber e sereis baptizados com o baptismo com que eu sou baptizado, 40 mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo, mas isso é para aqueles a quem está reservado.
[1] Reference: The Orthodox Study Bible. Copyright © 1993 by St. Athanasius Orthodox Academy, Nelson ISBN 0-8407-8391-4
[2] Não serei o primeiro a pensar isto já que: In some recent italian studies (see external links) you can read this John could be the author of the Book of Revelation.
[3] Many modern scholars believe that John the Apostle, John the Evangelist, and John of Patmos refer to three separate individuals. This can be determined via new means of inquiry such as textual criticism. Certain lines of evidence suggest that John of Patmos wrote only Revelation, not the Gospel of John nor the Epistles of John. For one, the author of Revelation identifies himself as "John" several times, but the author of the Gospel of John never identifies himself directly. While both works liken Jesus to a lamb, they consistently use different words for lamb when referring to him-the Gospel uses amnos, Revelation uses arnion.[8] Lastly, the Gospel is written in nearly flawless Greek, but Revelation contains grammatical errors and stylistic abnormalities which indicate its author may not have been as familiar with the Greek language as the Gospel's author.
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