O que se espera do Messias? A Bíblia diz que ele:
- Construirá o Terceiro Templo (Ezequiel 37:26-28).
- Reunirá todos os Judeus de volta na Terra de Israel (Isaías 43:5-6).
- Trará uma era de paz mundial, fim do ódio, da opressão, do sofrimento e do mal-estar. Como está escrito: "Nação não levantará espada contra nação e o homem não aprenderá mais a fazer guerra." (Isaías 2:4)
- Espalhara conhecimento universal a respeito do Deus de Israel, unindo toda a raça humana numa só. Como está dito: "Deus será o Rei sobre todo o mundo e neste dia, Deus será único e Seu nome será único." (Zacarias 14:9).
Jewish Argument Against Jesus As Messiah (author unknown) quoted from John E. Remsberg The Christ, page 362
The prophet Isaiah declares that when the Messiah appears, peace, love, and union will be permanently established; and every candid man must admit that the world has not realized the accomplishment of this prophecy. Again, in the days of Messiah, all men, as Scripture saith, "are to serve God with one accord"; and yet it is very certain that since the appearance of him whom Christians believe to be Messiah, mankind has been split into more hostile divisions on the ground of religious belief, and more antagonistic sects have sprung up, than in any historic age before Christianity was preached.
O messias estava para os judeus como o D. Sebastião para os portugueses com a pequena diferença de que segundo o Padre António Vieira este já teria vindo com D. José e iria trazer o 5º império lusitano! O rei David luso terá sido D. joão II e o Salomão luso foi o venturoso rei D. Manuel. Por sua vez o Alcácer-Quibir do messianismo hebreu teria começado com invasão da Samaria pelos assírios e depois renovado em versão judaica com o cativeiro de Judá às mãos de Nabucodonosor, no ano 606 A. C. Obviamente que as analogias não acabam nem começam por aqui e todos os povos pequenos mas influentes que foram grandes alguma vez deixaram na sua história sagas de nostalgias de glórias perdidas que um dia iriam voltar de forma triunfal. A razão pela qual esta nostalgia efémero dum pequeno reino como Israel, que por altura do segundo templo já era apenas a Judeia, se transformou no mito do mundo ocidental durante vinte séculos é quase um milagre se não tivesse algo de cruel por ter sido o império romano o último a não deixar pedra sobre pedra na terra prometida dos hebreus. Não podemos demonstrar se outros povos terão tido os seus mitos de terras prometidas como Portugal teve a sua nostalgia dum império marítimo perdido com a própria independência mas algo no fanático monoteísmo judaico terá contribuído para a pertinácia da esperança judaica num maravilhoso Salvador que trará a paz ao mundo por mil anos e em que nenhuma "nação levantará espada contra outra nação e o homem não aprenderá mais a fazer guerra." (Isaías 2:4). Ironicamente os judeus tiveram o seu último holocausto às mãos dum império alemão que se pretendia também ser glorioso para um milénio e não consegui senão trazer a guerra mundial por meia dúzia de anos. É possível que algo de traumático tenha acontecido com a génese da nação hebraica ao ponto de ter feito dos judeus o povo cultural e religiosamente mais orgulhoso de todos os tempos e que foi também o mais humilhado da história. A história contada por Flávio Josefo de que o historiador Egípcio Maneto dizia que os judeus tinham sido expulsos do Egipto por serem leprosos terá o seu fundo de verdade pois quem alguma vez tratou este tipo de doentes bíblicos sabe o quanto estes têm de revolta contida, tenacidade e orgulho ético.
Ver: JUDEUS (***)
Com esta psicologia social de sobreviventes desenraizados e resistentes e um fundo cultural de teocracia imperial oriental o messianismo universal tinha todas as condições para nascer no solo árido, inóspito e cheio das miragens das margens do mar morto! Pelo menos tudo aponta para que a variante messiânica essénica, fruto duma atrocidade inaudita fraticida cometida pela última dinastia libertadora dos macabeus, tenha sido o berço do cristianismo.
O nome que os cristãos receberam em Antioquia supostamente decorre tão-somente da tradução para grego do epíteto messiânico de Jesus, considerado pelos essénicos de Quram o messias prometido pelos profetas. O facto de os cristãos sempre terem dado volta aos textos para lhes retirarem a componente realista que o messianismo sempre comportou, na ideia dos profetas e na realidade cultural e religiosa dos judeus, só comprova a natureza revisionista do cristianismo em face da tradição do velho testamento. Claro que a evidência é rebatida por toda a literatura beata que só vê nos evangelhos o que lhe convém.
Em primeiro lugar, conforme Mateus escreveu, no capítulo 22 e versículos 15 até 22, Jesus foi um cumpridor da legislação vigente que tratava do pagamento dos tributos. Não foi um sonegador de impostos nem um defensor da desobediência civil como alguns sugerem. Porque o princípio da desobediência civil, segundo um de seus idealizadores o teórico Henry Thoreau, está na máxima de que "o melhor governo é o que absolutamente não governa" . Jesus certamente não compartilhava dessa ideologia, pois não se colocou em oposição ao governo romano ou à liderança do Sinédrio que reunia as principais autoridades judaicas. Tampouco podemos deduzir que Jesus tenha incentivado qualquer golpe contra Roma visto sua posição firme em declarar a espiritualidade de Sua atuação. Conforme relato de Lucas, capítulo 17 e versículo 20, Ele mesmo afirmou: "o reino de Deus não vem com aparência visível". E perante Pilatos, de acordo com o registro de João no capítulo 18 e versículo 36, reafirma: "o meu reino não é deste mundo. Se fosse, os meus súditos combateriam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu reino não é daqui".
O reino messiânico de Jesus só passou a não ser deste mundo, definitiva e pragmaticamente, depois de derrotado na tentativa de tomar o controlo do Templo. Depois disso, a Jesus, como bom político que seria, cabia-lhe transformar esta humilhação religiosa e política, ainda que previsível, numa vitória moral reportado o seu secreto e utópico desejo de restaurar o reino messiânico de Israel no seu ingénuo e evangélico “reino do céu”.
É verdade que Jesus nas suas triplas predições da paixão apenas prometeu (Lucas – 9: 22) “dizendo: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia.” Sempre recusou prometer o impossível que seria o seu sucesso messiânico como rei e sacerdote de Israel.
Marcos, 8: 38 Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.
9 1 Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder.
Mateus, 11: 23 Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem.
Mesmo na hora mais ingrata do seu julgamento manteve sempre a fé no triunfo do “filho do homem” mas este não aconteceu logo após a ressurreição.
Lucas, 22: Se tu és o Cristo, dize-nos. Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; 68 e também, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis. 69 Desde agora, o Filho do Homem se assentará à direita do poder de Deus.
Jesus nunca afirmou a utopia messiânica do povo de Israel lhe era indiferente mas desta escolheu apenas a vertente sacerdotal do “reino de Deus” que era sinónimo de reino “do céu” e não era portanto uma promessa de poder temporal nem a restauração literal do reino de Israel o que implica que, no momento em que tinha chegado a hora da sua retirada honrosa da cena político-religiosa tenha sentido o sabor amargo que ia deixar na boca dos seus ambiciosos seguidores pelo que resolveu deixar-lhes a esperança numa segunda vinda do “filho do Homem”.
Actos 1: 4 E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. 5 Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. 6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? 7 E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. (...)10 E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, 11 os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
Como Jesus não negou explicitamente a promessa do restauro do reino de messiânico do Israel os primeiros cristãos ou nazorenos que eram meros judeus essénicos criaram o mito da Parusia duma segunda vinda gloriosa de Jesus Cristo no final apocalíptico dos últimos dias da ressurreição final de toda a humanidade.
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16)
Mas a mitologia cristã tem toda ela sido construída sobre equívocos metafóricos e literalidades despropositadas a conveniência da política religiosa que os missionários da nova fé criada por Jesus iriam espalhar a seu pedido por todo o mundo. Na verdade não há remédios sem efeitos secundários e colaterais nem curas que não possam estar sujeitas a infecções oportunistas apanhadas no percurso. A fé arcaica no julgamento de Osíris haveria de acabar no credo do “juízo final” dos vivos e dos mortos e também na recorrência dos milenarismos! Porém, nada demonstra que tanto Jesus como sobretudo alguns dos seus seguidores mais lúcidos não se tenham ficado pelo mais sensato acreditando que depois de um messias outro virá nem que seja afinal numa segunda e última vinda! Os ebionistas eram o remanescente essénio destes primitivos cristãos nazorenos que não tinham perdido o senso comum das coisas nem um fundamental de perspectiva judaica que o próprio Jesus perfilhava.
How then did the original Ebionites view the person and teaching of Jesus? They regarded their leader as a wise man, a prophet, a Jonas, nay even a Solomon. Moreover, he was a manifestation of the Messiah, the Anointed, who was to come, but he had not yet appeared as the Messiah; that would only be at his second coming. In his birth as Jesus, he was a prophet simply. The New Dispensation was but the continuation of the Old Law; all was essentially Jewish. They therefore expected the coming of the Messiah as literally prophesied by their men of old. He was to come as king, and then all the nations would be subjected to the power of the Chosen People, and for a thousand years there would be peace and prosperity and plenty on earth.
Mateus, o mais clerical dos evangelhos, possivelmente porque sempre fiel à tradição levítica, refere explicitamente a preferência que Jesus tinha pela casa de Israel na visão limitada dos judeus tradicionalistas que excluía os samaritanos.
Mateus, 1 5 Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; 6 mas ide(, antes ou apenas?,) às ovelhas perdidas da casa de Israel;
A verdade é que poderemos por um lado admitir que uma componente espiritual do messianismo sempre existiu, na perspectiva duma monarquia teocrática liderada por sumos sacerdotes reis, particularmente entre os essénicos sadoquistas, mas encontramos nos canónicos provas suficientes da violência revolucionária de Jesus tanto a nível de propostas de acção moral revolucionarias face ao tradicionalismo da classe dominante liderada pelo Templo de Jerusalém, como indícios concretos de acção directa e incitamento à acção violenta.
O nascimento de Jesus foi anunciado com “Paz na Terra”, contudo, Jesus disse “Não penseis que vim trazer paz à Terra: não vim trazer paz, mas uma espada.” (Mateus 10:34) “Aquele que não tem espada, que venda sua capa e compre uma.” (Lucas 22:36) “Quanto, porém, a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença.” (Lucas 19:27. Em uma parábola, mas dito com aprovação.)
A queima de incrédulos durante a Inquisição foi baseada nas palavras de Jesus: “Se alguém não permanecer em mim, será jogado fora como um ramo de árvore, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” (João 15:6)
Jesus encarou suas críticas “com raiva” (Marcos 3:5), e atacou mercadores com um chicote (João 2:15). Ele mostrou seu respeito pela vida afogando animais inocentes (Mateus 8:32). Ele recusou-se a curar uma criança doente até ter sido pressionado pela mãe da mesma (Mateus 15:22-28).
O aspecto mais revelador de seu carácter foi sua promoção do tormento eterno.”Mandará o Filho do homem (o próprio Jesus) os seus anjos que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade; e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mateus 13:41-42) “E se a tua mão te ofende, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível.” (Marcos 9:43)
Isto é amável? É exemplar argumentar com ameaças de violência? O inferno é uma idéia bondosa e pacífica?“Se alguém vem a mim, e não odeia seu pai, mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e ainda sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26)
“Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai, entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. E assim os piores inimigos de um homem serão os seus próprios parentes.” (Mateus 10:35-36)
Julgais que eu tenha vindo trazer paz à Terra? Não, eu vos afirmo; ao contrário, vim trazer a guerra; - pois, doravante, se se acharem numa casa cinco pessoas, estarão elas divididas umas contra as outras: três contra duas e duas contra três. - O pai estará em divisão com o filho e o filho com o pai, a mãe com a filha e a filha com a mãe, a sogra com a nora e a nora com a sogra. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 49 a 53.)
Desde os dias de João Baptista até agora, o reino dos céus é objecto de violência, e são os violentos que se apoderam dele (Mt 11,12).
Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; - porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; - e o homem terá por inimigos os de sua própria casa. (S. MATEUS, cap. X, vv. 34 a 36.)
Lucas 17: 30 Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar. 31 Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo os seus utensílios em casa, não desça a tomá-los; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás. 32 Lembrai-vos da mulher de Ló. 33 Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la -á, e qualquer que a perder salvá-la -á. 34 Digo-vos que, naquela noite, estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. 35 Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. 36 Dois estarão no campo; um será tomado, e outro será deixado. 37 E, respondendo, disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias.
Lucas 22: 36 Disse-lhes, pois: Mas, agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua veste e compre-a; 37 porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. 38 E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta.
Mateus 22 11 E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial. 12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. 13 Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.
Many scholars have documented the fact that Jesus was supported by political zealots who wished to overthrow the Romans and put a Son of David on the throne in Jerusalem. (Numerous Biblical passages also suggest this.) In fact, it is much more likely that Jesus was crucified, not for blasphemy (which was no offense to the Romans), but for sedition. Crucification was the common punishment for insurrectionists, hence the title over his cross,”Jesus Christ, King of the Jews". -- [1]
Depois de se ter ouvido por toda a cidade de Jerusalém uma pequena multidão de manifestantes monárquicos aos gritos de “Hosanas nas alturas para o filho de David! Bendito o rei de Israel que vem em nome do Senhor!”
Mat 21: E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!
Luke 19: 38 dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!
João 3 tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor. 23 E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado. (...) 28 Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei. 29 Ora, a multidão que ali estava e que a tinha ouvido dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.![2]
Ver: DOMINGO DE RAMOS (***)
Os motivos tradicionalmente invocados pela teologia para justificarem a condenação de Jesus à morte na cruz pelos romanos, nunca foram convincentes! Que os tribunais sacerdotais judaicos teriam muitas querelas doutrinarias a resolver com o estranho mestre doutrinário que era Jesus já o sabemos uma vez que Jesus se apresentava não apenas como um dissidente políticos mas sobretudo como um rabino rebelde em ruptura flagrante com muitos aspectos da tradição. No entanto, é duvidoso que estas divergências fossem tantas quantas as igrejas cristãs hoje enumeram uma vez que muitas destas resultam da evolução natural do cristianismo que só teria entrado em ruptura irreversível com o judaísmo tradicional depois da queda do templo durante o governo de Tito.
Como o poder legitima o exercício da violência autoritária, só assim se explica que se encontrem indícios dum confronte de autoridades na passagem Marc. 11: 27-33.
Marc.11 27 E tornaram a Jerusalém; e, andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos se aproximaram dele 28 e lhe disseram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas? 29 Mas Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma coisa, e respondei-me; e, então, vos direi com que autoridade faço estas coisas. 30 O batismo de João era do céu ou dos homens? Respondei-me. 31 E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então, por que o não crestes? 32 Se, porém, dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos sustentavam que João, verdadeiramente, era profeta. 33 E, respondendo, disseram a Jesus: Não sabemos. E Jesus lhes replicou: Também eu vos não direi com que autoridade faço estas coisas. [3]
Quando os dirigentes judeus pedem credenciais de autoridade a Jesus significa que a questão da sua legitimidade sobre o Templo lhe foi colocada!
Esta querela era já antiga pois João refere que já na festa da dedicação Jesus tinha sido confrontado com ela (ou então descreve a mesma cena deslocada no tempo de “expulsão dos vendilhões do templo”, de forma equivocada):
João, 10: 22 E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno. 23 E Jesus passeava no templo, no alpendre de Salomão. 24 Rodearam-no, pois, os judeus e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, diz-no-lo abertamente. 25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim. 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; 28 e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. 29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai. 30 Eu e o Pai somos um. 31 Os judeus pegaram, então, outra vez, em pedras para o apedrejarem.[4]
A resposta de Jesus está longe de ser convincente no plano da legalidade convencional da época!
It is inappropriate to speak of a Jewish expectation of "the Messiah" at this point because few of the extant late prophecies that shaped Jewish hopes even use the term anointed. The focus on the new David or a descendant of David, moreover, was by no means the only image of Jewish hopes for a revived or eschatological kingship. Some of the scriptural texts most important to the hopes of later generations of Judeans contained no explicit language of "anointed" or "branch (shoot, horn, son) of David." There was rather, for example, a focus on "the scepter" or "a star," as in Gen. 49.10 and Num 24.17 respectively. -- Messianic Expectations in 1st Century Judaism, --Documentation From Non-Christian Sources. [5]
Em boa verdade Jesus bem saberia que os ramos messiânicos em disputa pela glória da soberania de Israel seriam à época múltiplos e nem sempre de legitimidade reconhecida.
The Pre-Christian Nasoraeans, The Mandaeans = From about 200 AD to 400 BC there existed a variety of baptizing sects located from Palestine to the other side of the Jordan, on up into Syria and east into Northern Iraq areas. These baptizing groups were known by a variety of names: Essenes (Ossaeans) Samataritans, Hermobaptists (Daily Bathers), Masbuthaeans (Bamothaeans), Nazoraeans (Nasoraeans, Nasaraeans, Naassenes) Ebonite’s, Sampsaeans (Sabaeans) Elchasaites are among the better known names. In addition each one of the sects mentioned above also had many variations that existed at the same time. These sects were similar one to another in terms of theology or appearance.
Jesus era um nazoreno e de nazarenos (motivo equivoco que levou à criação posterior da cidade de Nazaré que de mítica passou, com o poder económico das peregrinações milenares a cidade real) foram chamados os primeiros cristãos mas, parece que a sua legitimidade sacerdotal derivava de dissidências no ramo sacerdotal essénio sadoquista.
The Testament of Levi, however, which is regarded by Father Milik as the prototype of the entire collection, is represented in both the first and the fourth caves, and also in the Cairo geniza materials; it is a different and longer recension than the Greek text current in the Middle Ages, and contains one entire section (a "prayer of Levi"), which is otherwise found in only a single tenth-century Greek manuscript. The document serves to underline the priestly interests of the community of Qumran, who called themselves, among other things, the "Sons of Sadoc" (the high priest under David). It accords with a series of blessing formulas among the discoveries, in which a priestly element is prominent; also with the leading place assigned to the priests in the apocalyptic "War" scroll; with the "Mishmarot" texts giving a rotating order of priestly families for temple service (cf. Luke 1:8); and with a "Testimony" document bearing on the messianic beliefs of the sect, to be described below. Future glories of the Levitical priesthood are seen also in other apocalyptic texts. -- Very Rev. Msgr. Patrick W. Shekan, S.T.D. The Catholic University of America Washington, D.C.
Por isso, Jesus poderia ter sido mais directo e ter respondido simplesmente:
“Eu sou o Cristo, o filho de Davi e filho de Deus!”
Se ouve altura oportuna para Jesus se ter manifestado nestes termos esta teria sido uma delas. Ora, ainda em Marcos, a discussão parece, mais adiante, ter-se centrado precisamente sobre a questão da descendência de David!
Marc: 12 35 E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é Filho de Davi? 36 O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. 37 Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.[6]
Ao tentar demonstrar que o Messias não precisava de ser filho de David, ou seja, da sua legítima descendência, Jesus estava a secundarizar a questão da pureza da legitimidade dinástica e implicitamente a aceitar que a sua genealogia era precária ou que não reunia condições de legitimidade suficientes para permitirem um consenso unânime, que de facto não existia até então, nem parece ter passado a existir depois deste confronto directo e violento com os poderes judaicos instituídos sob o protectorado romano!
XVIII. Mi espíritu es cual un desecho por razón de la Cruz, que es una piedra de tropiezo para los que no creen, pero para nosotros salvación y vida eterna. ¿Dónde está el sabio? ¿Dónde está el que disputa? ¿En qué se glorían los que son llamados prudentes?, Porque nuestro Dios, Jesús el Cristo, fue concebido en la matriz de María según una dispensación de la simiente de David, pero también del Espíritu Santo; y nació y fue bautizado para que por su pasión pudiera purificar el agua. (…) XX. Congregaos en común, cada uno de vosotros por su parte, hombre por hombre, en gracia, en una fe y en Jesucristo, el cual según la carne fue del linaje de David, que es el Hijo del Hombre y el Hijo de Dios, con miras a que podáis obedecer al obispo y al presbiterio sin distracción de mente; partiendo el pan, que es la medicina de la inmortalidad y el antídoto para que no tengamos que morir, sino vivir para siempre en Jesucristo. -- EPÍSTOLAS DE IGNACIO, 1 A LOS EFESIOS
E a verdade é que este não aconteceu, os judeus não lhe deram o poder e limitaram-se a não o prenderem de imediato esperando por uma melhor oportunidade para o fazerem.
Jesus limitou-se a fugir à questão com uma judiaria capciosa, mas agora sobre a legitimidade messiânica de João, porventura não apenas para desviar as atenções mas quiçá para dar a entender que a legitimidade dele era igual ou superior à de seu primo carnal!
João era primo de Jesus por parte da mãe e a legitimidade de ambos seria do mesmo tipo: essénica e sodoquista e logo anti-herodiana e macabeia e, por isso mesmo, aparentemente fora da linha davídica porque decorrente da linha sacerdotal de Aaron.
Twenty years later, Jonathan Maccabeus (brother of Judas Maccabeus) became both chief priest and political leader of the Jews (a practice which would continue throughout the rest of the Hasmonean rule). Jonathan was not in the line of the Zadokite priests (which dated back to the time of David and Solomon). Thus, Jonathan’s assumption to the office of Chief Priest interrupted a line of succession that had lasted (more or less) for hundreds of years. As a result, some Zadokite priests broke away from the Temple), and started their own sect (or joined with the remnants of the Hasideans), to create the Essene sect that would be spoken of so enthusiastically 200 years later by the 1st century historians. -- The Essenes, Written by Robert Jones
CD (Damascus Document), col XII, 23: "Those who walk in them, in the time of wickedness until there arises the messiah of Aaron" and col XX, 1: "of the unique Teacher until there arises the messiah of Aaron and Israel".
CD (Damascus Document), col XIV, 19: "until there arises the messiah of Aaron and Israel. He shall atone for their sins..."
Jesus nunca se afirmou explicitamente como descendente de David. As genealogias posteriores que o fazem descendente deste rei, também mais lendário do que real pois, como Jesus, carece de fontes extra bíblicas, foram seguramente forjadas em Mateus e Lucas com a mera intenção de transformar Jesus no messias judaico, esquecendo que este messias era explicitamente monárquico e temporal e com tal inépcia que poucas coincidências encontramos nelas. Parece que os nazorenos teriam descoberto a pedra filosofal da restauração do reino de Israel pela via do messianismo entendida como a união do poder real de David com o poder sacerdotal de Arão num único descendente e candidato messiânico.
Tiago, o Justo, foi Bispo de Jerusalém e havia sido estabelecido como um sumo sacerdote oficial pelos Zelotes em direta oposição aos sumo sacerdotes saduceus e boetusianos pró-romanos.
É nos demonstrado no registro fornecido nos capítulos 66 e 70 dos Reconhecimentos Clementinos que Tiago realizou uma palestra pública no Templo a respeito da verdadeira doutrina de seu irmão Jesus, onde os famosos rabino Gamaliel e Caifás o questionavam. A eloqüência e a lógica de Tiago foram ganhando o total apoio da audiência convidada quando um inimigo (acreditado por muitos estudiosos como sendo Paulo) causou uma grande confusão que resultou no lançamento de Tiago escada a baixo e em sua morte.
Eusébio, um historiador da Igreja do terceiro século, fornece-nos um registro da morte de Tiago que provem uma versão muito mais compreensiva do que o breve relato registrado por Josephus. Tiago é descrito como um asceta de grande popularidade que possuí algumas curiosas práticas religiosas e que é detido no Templo por Ananias que convence o Sinédrio de que Tiago havia quebrado a Lei. Lá lhe é feita uma estranha questão que nenhum estudioso conseguiu entender:
Ó Justo, a quem todos nós somos obrigados a confiar, anuncia-nos o que é o portão da salvação. (Sha'ar há-yeshu'ah).
Esta faria perfeitamente sentido se Ananias tivesse ouvido os rumores a respeito do paradigma dos dois pilares gêmeos, que era tão importante para os Nazoreanos, estes os membros mais antigos da Igreja de Jerusalém, e desse modo pedisse a Tiago para explicá-lo. Os pilares gêmeos Boaz e Jachin eram aqueles que se encontravam lado a lado na entrada do 'Santo dos Santos' - o santuário interior do Templo de Yahweh - e representavam os messias monárquico e sacerdotal de Israel. A salvação para o povo judeu somente seria estabelecida quando ambos os pilares estivessem no lugar - o que seria requerido para remover a ocupação romana e o controle de suas marionetes, os Saduceus.
Tiago não poderia explicar suas crenças a estes judeus inferiores e sendo assim, respondeu com uma declaração que aparentemente não fazia sentido para seus inquisidores. Eles então atiraram Tiago pela muralha do Templo, apedrejaram-no e finalmente executaram-no com um golpe de espada diante do Templo.
A liderança da Igreja de Jerusalém era mais monárquica que eclesiástica, pois logo após o assassinato de Tiago, em 62 d.C., um primo de Jesus, Simão, filho de Cleofás, tornou-se o novo líder da Igreja. Ele também foi mais tarde assassinado; executado pelos romanos como um pretendente ao trono de David. O fato de ter Jesus assumido a liderança completa após o assassínio de seu primo João Batista, seguido por ser irmão Tiago e então pelo próximo membro homem da família, tem conduzido muitos analistas a observar que a Igreja de Jerusalém era estruturada como uma monarquia hereditária. Exatamente como se poderia esperar da linhagem real de David. -- O SEGUNDO MESSIAS, Christopher Knight & Robert Lomas, Tradução: Fábio Rogério Pedra Cyrino, 1997.
Assim, a solução encontrada pelos nazorenos teria sido quase que fabricada em laboratório pelos essénicos através da recolha meticulosa do sémen de Herodes no cálice uterino de duas descendentes legítimas da linha sacerdotal sadoquista que teria sito Isabel, e Mariana II, mãe de Jesus.
Assim, o messianismo sadoquista, não seria Davídico por ser herodiano e macabeu mas seria de pura linha sacerdotal e portanto apto a ser aceite pela nova casta sacerdotal baseada tanto em João como em Jesus Cristo.
Claro que, até S. Paulo como fariseu sabedor suspeitava da legitimidade sacerdotal de Jesus que julgava judeu comum pela carne e filho de Deus pela sua própria ressurreição pois que o não reconhecia nem como levita e muito menos saberia da sua secreta descendência dum sumo sacerdote dissidente sadoquista. Por isso, Paulo não seria um verdadeiro nazareno e terá decidido romper com Tiago e virar-se para as correntes messiânicas helenísticas que se limitavam a ver em Jesus o chefe duma nova casta sacerdotal judaica aberta aos prosélitos e gentios.
Possivelmente, Paulo terá começado a pensar assim quando assistiu ao martírio de S. Estêvão e ficado com profundos remorsos pela forma corajosa como este possível filho de Jesus e suposto cristão do grupo dos sete helenista terá morrido.
Hebreus: 14 visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. 15 E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro sacerdote, 16 que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. 17 Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. 18 Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (...) 24 mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. 25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. 26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, 27 que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. 28 Porque a lei constitui sumos-sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. S. Paulo.
A veracidade da existência dum acesso debate levado a cabo no templo no, ou nos dias seguintes à sedição da ”expulsão dos vendilhões do templo” pode ainda ser atestada por inferências indirectas dos evangelistas relativas aos temas discutidos no lapso de tempo que foi da sedição à unção de Betânia.
A parábola dos vinhateiros é uma metáfora evidente relativa aos resultados das sedições levadas a cabo até então por todos os zelotes revoltosos anteriores à de Jesus. A última seria referida pelo evangelho de Lucas:
Luc: 13. 1 E, naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. 2 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? 3 Não, vos digo; antes, se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis.[7]
A descrição de João sobre o que teria acontecido nos tempos que se seguiram ao domingo de ramos é muito sumária, o que pode ser explicada pelo facto de não ter sido do conhecimento directo do ”discípulo amado”, o que se compreenderá aceitando a tese de que o nome de João evangelista seria uma cobertura para Maria Madalena. Neste caso, e tendo os acontecimentos da sedição do templo sido violentos é possível que Maria Madalena tenha sido poupada ao seu conhecimento!
João: 12.23 23 E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do Homem há-de ser glorificado. 24 Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. 25 Quem ama a sua vida perdê-la -á, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida, guardá-la -á para a vida eterna. 26 Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. 27 Agora, a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isso vim a esta hora. 28 Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.[8]
Além de serem dados aqui indícios de que Cristo recebia apoios de judeus emigrados de diversos lados, seguramente descontentes com o tradicionalismo imobilista da casta dirigente local, a verdade é que Jesus expressa neste trecho o evidente manifesto político de tomada do poder ao afirmar:
1 – Que tinha chegado a hora do «filho do homem», ou seja dum fidalgo que se não era da linha de Davi era pelo menos da linha sacerdotal essénica.
2 – Que esta hora era de perigos e reservada a homens de coragem que não receiam perder a vida neste mundo para a ganharem no outro.
Este apelo virá a ser recorrente em todas as guerras santas desde as cruzadas às jiades do Islão! Jesus ao dizer no dia da entrada triunfal em Jerusalém que: ”If any one serves me, he must follow me; and where I am, there shall my servant be also; if any one serves me, the Father will honor him” está obviamente a fazer um apelo a um confronto violento eminente! Claro que o evangelho de João nada refere a este respeito, mas o silêncio deste evangelista é a este respeito dourado porque o que disserem os sinópticos foi bastante!
3 – A manifestação pública de fraqueza, Now is my soul troubled. And what shall I say? 'Father, save me from this hour', antecipada de Jesus, o pacifista anarquista, deve ter sido a causa principal do insucesso da insurreição que se seguiu!
A ocupação do templo deve ter durado alguns dias durante os quais Jesus ia e vinha pregava e era interpelado pelos dirigentes judeus numa evidente demonstração de instabilidade de poder. Nem Jesus consegui dos dirigentes judeus a transferência de poder que esperava nem estes conseguiam prendê-lo por medo da multidão amotinada, particularmente emigrada, que se movimentava a coberto das festas da Páscoa!
João: 12.37 E, ainda que tivesse feito tantos sinais diante deles, não criam nele, (...). 42 Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. 43 Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus. [9]
Como se pode inferir do restante deste capítulo, a divindade messiânica de Jesus era meramente retórica baseada numa interpretação mística da comunhão dos crentes com a divindade. Quanto muito decorria também da interpretação essénias da teoria mística do messianismo judaico, um pouco na linha das crenças teocráticas egípcias com as quais os judeus sempre andaram ligados!
Jesus limitou-se a fugir à questão com uma resposta Judia, ou seja com outra pergunta capciosa, mas agora sobre a legitimidade messiânica de João!
CD (Damascus Document), col XII, 23: "Those who walk in them, in the time of wickedness until there arises the messiah of Aaron" and col XX, 1: "of the unique Teacher until there arises the messiah of Aaron and Israel".
CD (Damascus Document), col XIV, 19: "until there arises the messiah of Aaron and Israel. He shall atone for their sins..."
João era primo de Jesus por parte da mãe e a legitimidade de ambos seria do mesmo tipo: essénica e sodoquista e logo anti-herodiana e macabeia e, por isso fora da linha davídica porque decorrente da linha sacerdotal de Aaron.
João: 44 E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou. 45 E quem me vê a mim vê aquele que me enviou. 46 Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47 E, se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo, porque eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. 48 Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia.
No entanto o discurso de Jesus deve ter sido politicamente melodramático e apaixonante sempre centrado na ideia fundamental de que falava em nome de seu pai, de quem derivava a sua legitimidade e que, portanto, seria menos o pai do céu e sobretudo o seu pai espiritual, um sumo-sacerdote essénio sadoquista.
Ver: FAMILIA DE JESUS (***)
João: 44 49 Porque eu não tenho falado de mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar. 50 E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.[10]
Desfasado no tempo e na geografia esta mensagem pode parecer hoje meramente mística, mas pouco mais do que isso foram sempre os discursos dos grandes demagogos da história!
Ora, não nos podemos esquecer disso, a forma de fazer política, na palestina daquele tempo, era teocrática, simultaneamente civil e religiosa.
The Jewish God, the creator of Heaven and Earth, could not submit to such annexation.... When the Jews were in fact defeated it meant not that God had been defeated but that God's people had failed in their mission and must re-dedicate themselves by repentance. This is the meaning of the campaigns of repentance ... which accompanied a Messianic movement.... Monotheism began as the religion of a band of runaway slaves; and it expressed their determination not to submit to any oppressive individual or class again.
Os debates desses dias envolveram questões de política emergente como a velha querela do tributo de César que pode muito bem ter sido resolvida nos termos matreiros em que Jesus os colocou!
Mas centrou-se também em volta de temas teológicos e morais como seria de esperar no tempo e no lugar em que estes confrontos se desenrolavam.
Taking them along, he went into the place of purification itself and wandered around in the temple. Then a certain high priest of the Pharisees named Levi came toward them and said to the savior, "Who permitted you to wander in this place of purification and to see these holy vessels, even though you have not bathed and the feet of your disciples have not been washed? And now that you have defiled it, you walk around in this pure area of the temple where only a person who has bathed and changed his clothes can walk, and even such a person does not dare to look upon these holy vessels." Standing nearby with his disciples, the savior replied, "Since you are here in the temple too, are you clean?" The Pharisee said to him, "I am clean. For I bathed in the pool of David. I went down into the pool by one set of stairs and came back out by another. Then I put on white clothes and they were clean. And then I came and looked at these holy vessels." Replying to him, the savior said, "Woe to blind people who do not see! You have washed in the gushing waters that dogs and pigs are thrown into day and night. And when you washed yourself, you scrubbed the outer layer of skin, the layer of skin that prostitutes and flute-girls anoint and wash and scrub when they put on make up to become the desire of the men. But inside they are filled with scorpions and all unrighteousness. But my disciples and I, whom you say have not washed, we have washed in waters of eternal life that come from the God of heaven. -- Papyrus Oxyrhynchus 840.
Os discursos escatológicos e apocalípticos relativos à queda de Jerusalém podem ser interpolações posteriores ao reinado de Tito, mas é bem possível que estes tenham sido motivados por palavras autênticas de Jesus porque era tradição profética judaica desde Isaías e Jeremias, de invectivar os corações duros dos políticos judeus com vaticínios plausíveis, que mais não eram do que análises políticas pessimistas baseadas na percepção empírica de que políticas incorrectas de subserviência a deuses estrangeiros só poderiam trazer desgraças ao povo de Israel! Este profetismo fez moda em Portugal no tempo da ocupação espanhola com as célebres profecias do Bandarra! De qualquer modo, a ingrata posição de Israel no corredor Sírio e no cruzamento de importantes rotas comerciais com o extremo oriente foram sempre tanto a fonte de prosperidade invejada deste povo e a sua constante desgraça no confronto geopolítico dos impérios antigos.
Ver: UNÇÃO DE BETÂNIA (***)
Messias do tempo de Jesus.
O partido dos zelotes, descrito por Josefo como a ‘quarta filosofia’ entre os judeus, foi fundado por Judas, o Galileu, que liderou uma revolta contra os romanos, em 6 d.C.
Eles se opunham ao pagamento de tributo dos israelitas a um imperador pagão, fundamentados na alegação que isso era uma traição contra Deus, o verdadeiro Rei de Israel.
Foram apelidados de zelotas por haverem seguido o exemplo de Matatias e seus filhos e seguidores que manifestaram seu zelo pela a lei de Deus, quando Antíoco IV tentou suprimir a religião judaíca, bem como a exemplo de Finéias, que exibiu um zelo comparável em um período de apostasia por parte de alguns, no deserto (Nm 25:11; Sl 106:30). E, quando a revolta de 6 d.C. foi esmagada, os seguidores conservaram vivo o seu espírito contrário aos romanos durante sessenta anos.
Os membros da família de Judas eram os líderes dos zelotes; dois de seus filhos foram crucificados pelo procurador Alexandre, em cerca de 46 d. C. enquanto que um terceiro, Manaém, procurou tomar a liderança da revolta anti-romana de 66 d. C. Os zelotes mostraram-se ativos durante toda a guerra de 66-73 d.C.; o último baluarte dos zelotes, Massada, caiu em maio de 73 d.C., mas mesmo depois disso o espírito dos zelotes não ficou completamente enterrado.
Capítulo 13 1 Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo.
Em grego chamado o "syntrophos" de Herodes o tetrarca, isto é, de Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande. A palavra pode significar que Manaém foi "criado" com ele de forma geral ou mais especificamente que era seu irmão de leite.
O estranho é que segundo Josefo o Manaém nestas condições era essénico de ascendência edomita e nesta altura teria idade para ser pai de Jesus!
Menahem (ou Menachem), dito o essénio, teria sido um líder dos Essénios ao tempo do Rei Herodes I o Grande. O conhecimento que nos chega dele advém de várias fontes. Flávio Josefo refere-se a ele. A Mishna e o Talmud de Jerusalém também se referem a um Menahem. Alguns investigadores, entre os quais Azaria De Rossi, sugeriram que eles sejam a mesma pessoa. Segundo as fontes rabínicas, Menahem era membro da corte do Rei Herodes, o que vai ao encontro com o que diz Flávio Josefo.
O académico Israel Knohl avançou a hipótese de este Menahem ser um messias anterior a Jesus, que tentou iniciar uma revolta contra Roma após a morte do Rei Herodes e ter sido morto pelos romanos, que deixaram o seu cadáver jazer no chão 3 dias na rua.
Após a morte do Rei Herodes há uma grande revolta e turbulência política. Segundo Talmud de Jerusalém, foi então que Menahem foi excomungado. O Talmud reprova a acção do tal Menahem, dizendo que saiu da boa linha. Isto também joga bem com a hipótese de Israel Knohl. No Midrash do cântico dos cânticos consta que Menahem terá tido uma discussão com Hillel, líder dos fariseus, e que Hillel foi um dos sábios que excomungaram Menahem.
Seria Manahem o próprio Jesus que por isso foi chamado de Emanuel, sendo o posterior nome Jesus o nome que os cristãos lhe deram por ser também, enquanto messias, o Salvador / Soter que os cultos de mistérios gregos prometiam e que em hebreu era Jeshuá?
«Salvador» < Lat. Salu-tor > Sau-ter > Grec. Soter.
O mitema helénico das religiões de mistério que era o conceito de deus Soter / Salvado seria linguisticamente traduzível por Jeshuá mas teria o equivalente místico no culto do messias o ungido o equivalente que em grego era traduzido por Cristos.
As religiões são afinal um mundo cultural de equívocos e de erros e de más traduções.
22 THE CONFLICT OF CHURCH AND SYNAGOGUE
society. In Palestine itself, outside Jerusalem, rose magnifi-
cent Roman buildings of all kinds dedicated to the emperor.
The Jewish upper classes cultivated Roman friendship and
the Roman way of life. The future seemed secure. And yet
within twenty years the whole picture changed, and Rome
and Judaea were engaged in a war which taxed the resources
of the empire itself. To understand this change we must pass
from the life and ambitions of the Romanised Jewish
aristocracy to the preoccupations and longings of the rank
and file and the religious leaders of the Jewish people.
Whatever was the opinion of the politicians and priests,
neither the Pharisees nor the ordinary people felt anything
but hatred for the Roman rule. The Pharisees acquiesced
because under that rule they were allowed the privileges
essential for the continuation of Judaism, but they only
acquiesced so long as that condition was observed. A threat
to their law, and they were ready to take up the national
cause at once. In fact the peace was a very brittle one. It
depended on a great deal of tact on both sides, and tact was
not a conspicuous characteristic either of the Jews or of the
Roman governors. The New Testament records several
' incidents ', and it is probable that a multiplication of these
would in the end have led to war. But it was precipitated by
the flood of Messiahs who sprang up in the first half of the
first century A.D. The causes of the emergence of so much
Messianic unrest have often been missed. It was not merely
a reaction against the loss of national sovereignty. It was
brought about by the fact that according to the calendar in
use among the Jews at that time, the coming of the Messianic
age was expected about the middle of the first century 1 .
One essential factor of that age would inevitably be the
disappearance of the Roman authority in Palestine. Many of
the followers of Jesus expected Him to lead them against
Rome, and both before and after His time there were many
attempted risings which were crushed by the Romans with
increasing severity. Under such circumstances, it is amazing
that outside Palestine the Romans showed the moderation
to leave Jewish privileges untouched, especially as the
troubles in Palestine were spasmodically accompanied by
1 See Messianic Speculation in Israel, by Dr A. H. Silver. Macmillan,.
1927, especially p. 16 ff.
THE JEWS IN THE ROMAN WORLD 23
serious troubles in various other eastern provinces of the
empire.
[1] http://www.thewhitemoon.com/mary/main.html
[2] John 12:13 "Hosanna! Blessed is he who comes in the name of the Lord, even the King of Israel!"
Luke 19: 38 "Blessed is the King who comes in the name of the Lord! Peace in heaven and glory in the highest!"
Mat 21: 9 "Hosanna to the Son of David! Blessed is he who comes in the name of the Lord! Hosanna in the highes
[3] .27And they came again to Jerusalem. And as he was walking in the temple, the chief priests and the scribes and the elders came to him, 11.28and they said to him,”By what authority are you doing these things, or who gave you this authority to do them?”11.29Jesus said to them,”I will ask you a question; answer me, and I will tell you by what authority I do these things. 11.30 Was the baptism of John from heaven or from men? Answer me.”11.31And they argued with one another,”If we say, 'From heaven,' he will say, 'Why then did you not believe him?' 11.32But shall we say, 'From men'?”--they were afraid of the people, for all held that John was a real prophet. 11.33So they answered Jesus,”We do not know.”And Jesus said to them,”Neither will I tell you by what authority I do these things."
[4] 10.22 It was the feast of the Dedication at Jerusalem; 10.23 it was winter, and Jesus was walking in the temple, in the portico of Solomon. 10.24 So the Jews gathered round him and said to him,” How long will you keep us in suspense? If you are the Christ, tell us plainly.”10.25 Jesus answered them,”I told you, and you do not believe. The works that I do in my Father's name, they bear witness to me; 10.26 but you do not believe, because you do not belong to my sheep. (…)
[5] http://christianthinktank.com/messiah.html
[6] And after that no one dared to ask him any question. 12.35And as Jesus taught in the temple, he said,”How can the scribes say that the Christ is the son of David? 12.36David himself, inspired by the Holy Spirit, declared, 'The Lord said to my Lord, Sit at my right hand, till I put thy enemies under thy feet.' 12.37David himself calls him Lord; so how is he his son?”And the great throng heard him gladly.
[7] Luc: 13.1 There were some present at that very time who told him of the Galileans whose blood Pilate had mingled with their sacrifices. 13.2 And he answered them,”Do you think that these Galileans were worse sinners than all the other Galileans, because they suffered thus? 13.3 I tell you, No; but unless you repent you will all likewise perish.
[8] Jon: 12.23 And Jesus answered them,”The hour has come for the Son of man to be glorified. 12.24 Truly, truly, I say to you, unless a grain of wheat falls into the earth and dies, it remains alone; but if it dies, it bears much fruit. 12.25 He who loves his life loses it, and he who hates his life in this world will keep it for eternal life. 12.26 If any one serves me, he must follow me; and where I am, there shall my servant be also; if any one serves me, the Father will honor him. 12.27”Now is my soul troubled. And what shall I say? 'Father, save me from this hour'? No, for this purpose I have come to this hour. 12.28 Father, glorify thy name.”Then a voice came from heaven,”I have glorified it, and I will glorify it again."
[9] Jon: 12.37 Though he had done so many signs before them, yet they did not believe in him; (…) 12.42 Nevertheless many even of the authorities believed in him, but for fear of the Pharisees they did not confess it, lest they should be put out of the synagogue: 12.43 for they loved the praise of men more than the praise of God.
[10] Jon: 12.49 For I have not spoken on my own authority; the Father who sent me has himself given me commandment what to say and what to speak.
Sem comentários:
Enviar um comentário