This passage is purely messianic. It states unequivocally that the king will ride into Jerusalem on a foal. For what purpose? It is worth quoting succeeding passages in Zechariah.
When I have bent Judah for me, filled the bow with Ephraim, and raised up thy sons, O Zion, against thy sons, O Greece, and made thee as the sword of a mighty man.
(Zechariah 9:13)
And they shall be as mighty men, which tread down their enemies in the mire of the streets in the battle: and they shall fight, because the Lord is with them, and the riders on horses shall be confounded.
(Zechariah 10:5)
These passages prove that Jesus’s intentions were not peaceful when he ordered a foal of an ass to enter Jerusalem. He intended to destroy the enemies of Israel and institute a Jewish kingdom to bring peace to the world. By deliberately entering Jerusalem on a foal, Jesus was declaring himself King of the Jews, and declaring his intention to follow the prophecy of Zechariah. No Jew could have mistaken the symbolism and they shouted, “Free us, Son of David” as he entered the city. -- The Trial of Jesus, © Dr M D Magee Contents Updated: 28 October 1998
Para compreendermos os acontecimentos do domingo de ramos bastar-nos-iam as referências de Marcos, uma vez que os restantes sinópticos o seguem de perto!
Mar. 11, 1 E, logo que se aproximaram de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos 2 e disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o e trazei-mo. 3 E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso?, dizei-lhe que o Senhor precisa dele, e logo o deixará trazer para aqui. 4 E foram, e encontraram o jumentinho preso fora da porta, entre dois caminhos, e o soltaram. 5 E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho? 6 Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado; e os deixaram ir. 7 E levaram o jumentinho a Jesus e lançaram sobre ele as suas vestes, e assentou-se sobre ele. 8 E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores e os espalhavam pelo caminho. 9 E aqueles que iam adiante e os que seguiam clamavam, dizendo: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10 Bendito o Reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! 11 E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo ao redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia, com os doze. | Mat: 21, 1 E, quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, enviou, então, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: 2 Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos. 3 E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles; e logo os enviará. 4 Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: 5 Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho, filho de animal de carga. 6 E, indo os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, 7 trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima. 8 E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho. 9 E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! 10 E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
| Luc: 19. 28 E, dito isso, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém. 29 E aconteceu que, chegando perto de Betfagé e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos, 30 dizendo: Ide à aldeia que está defronte e aí, ao entrardes, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o. 31 E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais?, assim lhe direis: Porque o Senhor precisa dele. 32 E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera. 33 E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho? 34 E eles responderam: O Senhor precisa dele. 35 E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima. 36 E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes. 37 E, quando já chegava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, 38 dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas! Luc: 19.
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11 E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galiléia. 12 E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 13 E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. 14 E foram ter com ele ao templo cegos e coxos, e curou-os. (...) 15 Vendo, então, os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia e os meninos clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se 16 e disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor? | 39 E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos. 40 E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão. |
Jon: 12.12 12 No dia seguinte, ouvindo uma grande multidão que viera à festa que Jesus vinha a Jerusalém, 13 tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor! 14 E achou Jesus um jumentinho e assentou-se sobre ele, como está escrito: 15 Não temas, ó filha de Sião! Eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta. 16 Os seus discípulos, porém, não entenderam isso no princípio; mas, quando Jesus foi glorificado, então, se lembraram de que isso estava escrito dele e que isso lhe fizeram. 17 A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura testificava que ele o ressuscitara dos mortos. 18 Pelo que a multidão lhe saiu ao encontro, porque tinham ouvido que ele fizera este sinal. 19 Disseram, pois, os fariseus entre si: Vedes que nada aproveitais? Eis que todos vão após ele. (...) 23 E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado. (...) 28 Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu que dizia: Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei. 29 Ora, a multidão que ali estava e que a tinha ouvido dizia que havia sido um trovão. Outros diziam: Um anjo lhe falou.
Sempre que nos evangelhos intervêm homens santos ou anjos temos que suspeitar que se trata de monges essénicos. Neste caso tratava-se de facto da entronização dum candidato messiânico ao sumo-sarcerdócio sadoqueista apoiado pelos essénicos.
João, que contou esta história muito mais tarde interpolou, ou alguém o fez posteriormente por si, ensinamentos messiânicos que se adequariam mais com as pregações que se seguiram à tomada do templo descritas nos restantes sinópticos, ou mesmo a passagem relativas à predição da sua morte referidas nos sinópticos noutros contextos.
Mas não disse que a entrada triunfal de Jesus Cristo foi feita pelo vale de Cedron como seria esperado embora se suspeite que o tenha sido porque esta seria a expectativa messiânica que Jesus bem conheceria.
According to local tradition, the Kidron will be the site of the Last Judgement. This belief lead to the creation of cemeteries in the Kidron Valley for Christians, Muslims and Jews alike. The Jews believe that the Messiah will come from the East, pass over the Mount of Olives and through the Kidron Valley before arriving on the Temple Mount. This has influenced burial patterns. For centuries Jews have buried their dead in the Kidron Valley on up into the Mount of Olives.
Ora, quiçá por ironia metafórica, o evangelho fala no vale de Cedrom precisamente no final trágico desta tentativa messiânica falhada de tomar o templo de forma mais ou menos pacífica.
João, Cap. 18 1 Tendo Jesus dito isso, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou com os seus discípulos. 2 E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos.
Se a intenção de Jesus nunca foi a de vir a ser rei de Israel a muito se arriscou pois, era essa a expectativa messiânica dos que o seguiram nesta entrada triunfal em Jerusalém que ficou na liturgia religiosa conhecida como “domingo de ramos”.
Teria o domingo de Ramos ocorrido antes da Páscoa ou durante a festa dos Tabernáculos? A resposta a esta pergunta que, como muitas outras os católicos e outros zelosos cristãos têm sempre decorada e na ponta da língua, deveria ser dada por judeus. Na verdade, é inadmissível que os cristãos se tenham apropriado do Antigo Testamento como se sempre tivesse sido seu quando afinal estiveram a pontos de o abandonarem inteiramente no tempo de Marcião. Como, por birra pessoal contra este gnóstico, e porque ainda não tinham um Canon próprio acabaram por ficar com a bíblia no colo. Quando finalmente Eusébio consegui um Canon evangélico respeitável a Bíblia só lhe poderia trazer dissabores porque o povo corria o risco de não a saber ler devidamente. A sua leitura passou a ser limitada à vulgata e, na prática proibida ao povo que nem vernáculo sabia ler.
Quanto à leitura da Bíblia, observe-se quanto vai dito no artigo de PR 451/1999, págs. 547-549: [Ouve-se, por vezes, dizer que a Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia. A resposta há de ser deduzida de um percurso da história. Ora, está averiguado que, nos primeiros séculos, muito se recomendava a leitura do texto sagrado. Na Idade Média e em épocas posteriores (especialmente no século XVI) surgiram hereges (cátaros, valdenses, wycliff, reformadores protestantes) que traduziam a Bíblia do latim para o vernáculo instilando no livro sagrado idéias contrárias à reta fé. Daí proibições, formuladas por Concílios, de se utilizar a Bíblia em língua vernácula, a não ser que o leitor recebesse especial autorização para fazê-lo. As restrições foram impostas não ao texto latino, mas às traduções vernáculas, em virtude de fatores contingentes; a Igreja, como Mãe e Mestra, sente o dever de zelar pela conservação incólume da fé a Ela entregue por Cristo e ameaçada pelas interpretações pessoais dos inovadores da pregação; eis por que lhe pareceu oportuno reservar o uso da Bíblia a pessoas de sólida formação cristã nos séculos em que as heresias pretendiam apoiar no texto sagrado as suas proposições perturbadoras. Ainda no século XIX a Igreja via nas traduções vernáculas da Bíblia (patrocinadas pelas Sociedades Bíblicas protestantes) o canal de concepções heréticas. Todavia, a partir do papa S. Pio X (+1903), deu-se uma volta às fontes, que incluiu a recomendação da leitura da Bíblia, por parte de todos os fiéis, em língua vernácula. No momento presente, dado que existem boas edições da Escritura nas línguas vivas, a Igreja fomenta o recurso assíduo à Palavra de Deus escrita e lida no concerto da Tradição da Igreja.] -- Por Dom Estêvão Bettencourt, OSBFonte: Revista "Pergunte e Responderemos" nº 452
Enfim, ou os cristão foram sempre tolos de pouca fé ou a bíblia insuficientemente inspirada pelo Espírito Santo e pouco sagrada que da sua leitura não viesse a luz que ilumina o mundo mas antes o perigo da heresia e da discórdia! Obviamente que quem não é uma ovelha dócil do rebanho da Igreja se fica no que lhe parece, ou seja, que os católicos tiveram sempre pouca fé na Providência de Deus e muito menor confiança ainda na pouca clareza e coerência dos livros Sagrados.
Em todos os assuntos anteriores à passagem do cristianismo para o coração dos gentios os judeus deveriam ser os peritos mais abalizados para nos informarem sobre as interpretações a respeito das coisas judias. Infelizmente não tem sido assim e os judeus também não estariam muito disponíveis para facilitarem a vida aos exegetas cristãos e estes sempre propensos a desconfiarem dos pareceres daqueles. Enfim, os tempos que correm são outros e já temos opiniões judaicas que por vezes são mais papista que o papa!
The most obvious feature that points to autumn as the date of the Triumphal Entry is the palms which were in evidence on Palm Sunday. At Passover time, there are no palm branches in the region, and it is unlikely that Jesus's admirers would have greeted him with withered palm branches left over from the previous autumn. Furthermore, palm branches played (and still play today) an essential part in the rites of the Festival of Tabernacles. The "branches of trees" mentioned in the Triumphal Entry accounts are also important in these rites, being used in profusion to roof over the "tabernacles" or booths which give the festival its name, and to accompany the use of the palms (see Leviticus xxii. 40). (…) This leads us to an even more important point: that the Feast of Tabernacles was in a special sense a Royal festival. In general, the Jewish royal family had little part to play in the ceremonials of the Jewish religion; but the exception was the Feast of Tabernacles. In this festival, the King actually entered the Temple Court and read aloud "the paragraph of the King," i.e., the portion of the Mosaic Law relating to his duties (Deut. xvii. 14-20) -- Revolution in Judea: Jesus and the Jewish Resistance by Hyam Maccoby.
A entrada triunfal terá ocorrido no Outono?
Ano 29 Outubro Dia 11 João 7: 2 Ora, estava próxima a festa dos tabernáculos dos judeus. 3 Disseram-lhe, então, seus irmãos: Retira-te daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. 4 Porque ninguém faz coisa alguma em oculto, quando procura ser conhecido. Já que fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. 5 Pois nem seus irmãos criam nele. 6 Disse-lhes, então, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo; mas o vosso tempo sempre está presente. 7 O mundo não vos pode odiar; mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más. 8 Subi vós à festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda não é chegado o meu tempo. 9 E, havendo-lhes dito isto, ficou na Galiléia. 10 Mas quando seus irmãos já tinham subido à festa, então subiu ele também, não publicamente, mas como em secreto. 11 Ora, os judeus o procuravam na festa, e perguntavam: Onde está ele? 12 E era grande a murmuração a respeito dele entre as multidões. Diziam alguns: Ele é bom. Mas outros diziam: não, antes engana o povo. 13 Todavia ninguém falava dele abertamente, por medo dos judeus.
Curiosamente S. João é o único a colocar a cena dos “vendilhões do templo” no início do seu evangelho, logo a seguir ao seu primeiro milagre, o que é possivelmente ainda muito cedo mas indício bastante de que poderá ter sido, de facto, juntamente com o “domingo de ramos”, muito antes da Paixão, ou seja na festa dos tabernáculos também apenas descrita por João.
No entanto, a intenção de ser rei de Judá não ficou expressa nos evangelhos canónicos nem nos apócrifos, seguramente porque tal não veio a acontecer! De facto, os único evangelistas a dizer que Jesus foi ovacionado por “uma grande multidão” de gente que vinha à festa da Páscoa foi João que mais adiante corrige dizendo apenas “multidão” que bem pouco mais seria do que aquela antes referida como tendo estado “com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura”. Marcos fala dos “muitos estendiam as suas vestes e (...) daqueles “que iam adiante”. Mateus de “muitíssima gente” que pode não chegar a ser uma multidão e Lucas, de “toda a multidão dos discípulos”! Pelo menos no fim da manifestação já só as crianças gritariam hosanas, seguramente por acharem divertida a brincadeira dionisíaca em que a manifestação do domingo de ramos se tornara.
De resto, parece que Jesus era mesmo mal conhecido pois o mesmo Mateus que refere a “muitíssima gente estendia as suas vestes” refere também: “E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?”
Em boa verdade, não se pode considerar que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém tenha sido um grande e retumbante sucesso político mas ela foi mesmo assim não descrita como a dum profeta nem ou a dum líder religioso em moda mas a de um verdadeiro rei de Israel! Obviamente que, mesmo ignorando as regras de protocolo das grandes manifestações sociais da época, podemos aceitar que hosanas, no sentido de exaltação nos céus e regozijo de Deus e dos anjos com a glória daquele de quem se festejava o triunfo, poderiam ser, como nos triunfos romanos, dispensadas a qualquer figura publica de sucesso! Porém, esta cena de triunfo público foi descrita por todos os evangelista como tendo sido dispensada àquele que vinha em nome do Senhor como rei (João e Lucas), ou como filho de Davi (Marco e Mateus), o que vai dar ao mesmo. É certo que a expressão de Marcos “Benedictum, quod venit regnum patris nostri David” = “Bendito o reino que vem de nosso pai David” faz pouco sentido e deve ter sido mal traduzida do original que por ventura teria o mesmo sentido expresso em todos os outros evangelistas. “Bendito o que vem restaurar o reino de nosso pai Davi”! Ora, este facto não pode ter acontecido por mera metáfora mas porque realmente assim era a vocação política e religiosa do messias judaico e estas eram as expectativas do povo que aclamava Jesus como o rei ansiado que lhes iria restaurar a independência real. Com razão ou sem ela, ou seja, tivesse Jesus ou não legitimidade para ser um pretendente ao trono de Israel, a verdade é que ele aparece aqui aclamado como um Messias judeu, no sentido literal do termo, ou seja, um candidato messiânico com a intenção de reinar no templo de Jerusalém como rei e sumo-sacerdote.
Marcos, 12: 35 E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é Filho de Davi? 36 O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. 37 Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade. | Mateus, 22 41 E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, 42 dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. 43 Disse-lhes ele: Como é, então, que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: 44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. 45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho? | Lucas, 20: 41 E ele lhes disse: Como dizem que o Cristo é Filho de Davi? 42 Visto como o mesmo Davi diz no livro dos Salmos: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, 43 até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. 44 Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho? |
João 7: 40 Então alguns dentre o povo, ouvindo essas palavras, diziam: Verdadeiramente este é o profeta. 41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas outros replicavam: Vem, pois, o Cristo da Galiléia? 42 Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, a aldeia donde era Davi? 43 Assim houve uma dissensão entre o povo por causa dele. 44 Alguns deles queriam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs as mãos. |
Jesus deveria saber que a sua ascendência real seria questionável por a esta altura já saber que era bastardo, razão pela qual andaria de mal com a família que, possivelmente encontraria em Tiago o candidato mais adequado. Assim, Jesus, que seria adepto da pretensão sadoquista de que candidato messiânico poderia vir da linha sacerdotal de Arão, teria que demonstrar biblicamente a sujeição da realeza temporal de David ao poder divino do sumo-sarcerdócio sadoquista que, por peripécias da história, viria a ser herdado pelo papado romano.
Jesus aparece montado num jumento como Dionísio! Para os judeus helenistas esta metáfora seria perfeitamente entendida como uma referência às festas de Adónis e, por isso, motivo suficiente para uma reprovação geral.
Todos os sinópticos se referem apenas a gente que seguia Jesus, ou seja, os partidários mais chegados. Lucas chega mesmo a dizer que seriam apenas os discípulos. Nenhum evangelista chega a transparecer uma entrada triunfal esfuziante. Em termo de política moderna podemos suspeitar que esta manifestação foi um fiasco político, o que, em termos preparatórios da insurreição que se lhe seguirá, como tentativa para tomar o poder duma cidade fortemente controlada por Roma, será um fracasso total.
Marc: 11, 11 E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo ao redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia, com os doze.
Marcos, ao reconhecer que já era tarde, dá a entender que Jesus não encontrou no templo as condições de apoio que esperava para ficar ali e tomar o poder pela força!
Marc: 11, 12 E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. 13 Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. 14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isso.
A maldição da figueira é um dos episódios mais estranhos dos evangelhos. Sob o ponto de vista ecológico seria hoje considerado como politicamente pouco correcto. Ora o evangelista, na sua ingenuidade, confirma mesmo que não era tempo de figos, porque a Páscoa é primavera e os figos aparecem na vindima, deixando a suspeita de que Jesus só poderia estar louco de raiva. Se Jesus era um milagreiro tão poderoso, não poderia ter preferido fazer com que a figueira desse figos fora de época em vez de a ter amaldiçoado? Mas pode ter acontecido tudo isto em tempos de Outono e neste caso o facto de uma figueira não dar figos em tempo próprio era um mau augúrio já que os tempos messiânicos seriam de fartura primaveril e de paz eterna.
Claro que existe uma parábola de contornos semelhantes relativos à inutilidade moral dos que não produzem boas obras mas então noutro contexto:
Mat: 24, 32 Aprendei, pois, esta parábola da figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.
Lucas 21, 29 E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira e para todas as árvores. 30 Quando já começam a brotar, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão.
A utilidade metafórica da figueira mediterrânea foi aqui exaltada com toda a justiça. A figueira era um dos suportes económicos da alimentação básica das populações mediterrâneas e amaldiçoa-la tem o seu que de crime cultural e antieconómico! Se o exemplo de secar figueiras que não dessem fruto fora de tempo, tivesse pegado depois de dois mil anos de pregação dos mistérios da paixão, hoje não haveria figueiras. Felizmente que nunca ninguém entendeu à letra este misterioso descontrolo emocional dum Jesus desesperado com os acontecimentos da véspera.
Nesta parábola estamos perante uma figueira estéril por não dar fruto no tempo devido mas o tratamento condescendente do vinhateiro contrasta com o do patrão severo que aqui a atitude anterior de Jesus.
Luc: “6 E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi procurar nela fruto, não o achando. 7 E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não o acho; corta-a. Por que ela ocupa ainda a terra inutilmente? 8 E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; 9 e, se der fruto, ficará; e, se não, depois a mandarás cortar. ”.
Obviamente que estamos perante um episódio que, pela pouca teologia mística que pode ser extraída desta cena há que acreditar que se trata dum episódio anedótico verídico pelo seu lado vivido e psicanalítico revelando todo o desespero político que ia na alma de Jesus. Como a intentona tinha falhado, e Jesus não podia chamar “um figo” ao reino messiânico, a figueira é que acabaria por ”pagar as favas”.
A injustiça moral deste episódio e tanta que obviamente envergonharia qualquer cristão que passa por ele como cão por vinha vindimada. No entanto, existe um apócrifo, pouco credível por sinal, que notou tanto a inoportunidade exemplar da cena que resolveu atribui-la a Pedro.
Now the next day as they were coming from Bethany, Peter was hungry, and perceiving a fig tree far off with leaves. He approached hoping he might find fruit on the tree, and when he came he found nothing but leaves, because it wasn't time for figs yet." And Peter was angry and said to it, "Accursed tree, no man eat fruit from you hereafter for ever." And some of the disciples heard of it. And the next day as Jesus and his disciples passed by, Peter said to Jesus, "Master, behold, the fig tree which I cursed is green and flourishing/ Why didn't my curse take hold?" -- The Gospel of the Holy Twelve.
Mesmo assim, existe um aspecto nos relatos evangélicos que deve ser realçado. Mateus, com este mesmo episódio, constrói um pretexto para exaltar o poder miraculoso de Jesus, mesmo que este fosse utilizado para fazer mal, como foi o caso da legião de demónios que foi expulsa dum possesso e entrou numa manada de porcos que se precipitou no mar lesando economicamente o seu dono!
Mat: 21. 18 E, de manhã, voltando para a cidade, teve fome. 19 E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.[1]
Que uma figueira seque por mera maldição eis algo de miraculosamente aterrador! Porém, em vês da indignação sensata vemos os tolos dos discípulos maravilhados com a proeza mesquinha e malabarística de Jesus.
Mat: 20 E os discípulos, vendo isso, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira? 21 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito.
No entanto, analisando o mesmo episódio em Marcos, que deve ter sido o mais adulto e mais fiel relator deste episódio verificamos que a patifaria milagrosa de Jesus pode ter sido feito à socapa da noite por alguém que sabe que Deus só ajuda quem faz por isso e que ninguém deixa de correr atrás dos seus objectivos, por mais ocultos que sejam, só por ter fé na virgindade de Maria! As figueiras, típicas de climas mediterrâneos semiáridos, tão facilmente secam quanto despontam, e se não forem muito grandes, podem secar se forem regadas perto do tronco com água ferver de modo a lhe cozer as raízes.
Marcos 11, 12 E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. 13 Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. 14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isso.
Entretanto Jesus foi descarregar os nervos expulsando os vendilhões do tempo e, já mais calmo, aproveitou o suposto milagre da figueira para incitar aumentar o moral mais dos que com ele se tinham comprometido na tomada do templo, do que com os seus discípulos.
Marcos 11, 19 E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. 20 E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. 21 E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira que tu amaldiçoaste se secou. 22 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus, 23 porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. 24 Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis. [2]
Como um bom treinador deve preparar a sua equipa para todas as eventualidades lá foi apelando ao perdão como condição para a aceitação da retaliação que inevitavelmente se iria seguir.
Marcos 11, 25 E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. 26 Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas.
Uma ”fé que move montanhas” se não passasse duma metáfora de treinador de futebol seria mais poderosa do que a magia negra! No entanto, se são os próprios evangelhos que por vezes permitem desfazer certos equívocos a respeito da interpretação do poder miraculoso de Cristo, porque razão a igreja não o fez sistematicamente? E quantos equívocos destes não seriam assim desfeitos se tivessem sobrevivido as múltiplas variantes dos evangelhos que teriam existido antes do sec. IV!
Ir para: A EXPULSÃO DOS VENDILHÕES DO TEMPLO (***)
[1] Mat: 21.18 In the morning, as he was returning to the city, he was hungry. 21.19 And seeing a fig tree by the wayside he went to it, and found nothing on it but leaves only. And he said to it,”May no fruit ever come from you again!” And the fig tree withered at once.
[2] 11.12 On the following day, when they came from Bethany, he was hungry. 11.13 And seeing in the distance a fig tree in leaf, he went to see if he could find anything on it. When he came to it, he found nothing but leaves, for it was not the season for figs. 11.14 And he said to it,” May no one ever eat fruit from you again.” And his disciples heard it. (…) 11.20 As they passed by in the morning, they saw the fig tree withered away to its roots. 11.21 And Peter remembered and said to him, ”Master, look! The fig tree which you cursed has withered.”11.22 And Jesus answered them, ”Have faith in God. 11.23 Truly, I say to you, whoever says to this mountain, 'Be taken up and cast into the sea,' and does not doubt in his heart, but believes that what he says will come to pass, it will be done for him.
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