quarta-feira, 16 de junho de 2021

VI A PAIXÃO DE CRISTO 6 – CRUCIFICAÇÃO, por arturjotaef.


Figura 1: Andrea Mantegna Le Calvaire Entre 1457 et 1460....photo Erich Lessing ©[Louvre.edu].

Felipe, o apóstolo, disse: "José, o carpinteiro, plantou um jardim porque precisava de madeira para seu ofício. Foi ele que fez a cruz das árvores que plantou. Sua própria descendência ficou pendurada naquilo que ele plantou. Sua descendência foi Jesus, e o plantio foi a cruz." Mas a árvore da vida está no meio do jardim. Porém é da oliveira que recebemos a crisma, e do crisma a ressurreição. – Evangelho de Filipe.

O Talmude Sinédrio 43a, afirma que Yeshu ha Notzri foi apedrejado e pendurado em uma Árvore. Os textos do Evangelho ou quaisquer outros indicam de qualquer maneira que Jesus foi apedrejado e depois pendurado em uma Árvore?

Actos 5:30: João Ferreira de Almeida Actualizada: O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro [xulon]."

Actos 10:39: E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da Judéia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. [xulon]."

Actos 13:29: E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro [xulon], o puseram na sepultura;

Galatians 3:13: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro [xulon].

1 Peter 2:24: Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça;

Apocalipse 2:7: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore [xulon] da vida, que está no meio do paraíso de Deus.

De facto os textos do novo testamento apenas demonstram que Jesus foi pendurado num madeiro que de facto a cruz romana também é. No entanto fica por resolver a questão do boato judaico de que Jesus foi apedrejado e que não se confirma nos textos neotestamentários. No entanto sabemos que toda a mística da crucificação decorre em torno da realização profética da morte do messias de acordo com os termos do salmo 22.

Salmo 22:16-18:

Cães me rodearam!
Um bando de homens maus me cercou!
Perfuraram minhas mãos e meus pés.

17 Posso contar todos os meus ossos,
mas eles me encaram com desprezo.

18 Dividiram as minhas roupas entre si,
e lançaram sortes pelas minhas vestes.

Então a historiadora Nancy L. Kuehl escreve s respeito deste salmo: "A única maneira pela qual os ossos de uma pessoa podem ser vistos é se eles já não estiverem fechados na carne...há aqui uma discrepância muito importante nesta redacção que não tem tido um exame minucioso.

 A palavra «perfurar» no Salmo 22: 16-18 NÃO significa "perfurar". A palavra hebraica aqui é “aryeh” e é derivada da raiz arah. Essas palavras significam literalmente “esfolar” como um leão jovem pode moer e rasgar a carne de uma carcaça, expondo os ossos branqueados. Quem já estivesse golpeado por um gato sabe que a pele não é perfurada, mas literalmente puxada. Uma pedra, especialmente se afiada, teria o mesmo efeito que uma garra de leão. William Wilson dá o seguinte uso exacto da palavra: “arah”, como um leão.

Novamente, a crucificação não poderia “puxar” a carne e arrancá-la. Se a profecia tivesse sido sugerida para implicar uma punção de marcas de unhas, a palavra daqar (como usado em Zacarias 12:10), "esfaquear ou empurrar", teria sido preferida. A palavra "pés" [no Salmo 22: 16-18] é pudenda e indica as partes generativas do corpo de um homem, mas pode muito bem se referir à cavidade abdominal em geral. Certamente, quem fosse apedrejado receberia feridas em todo o corpo...

"Mas é a porção do Salmo [22: 16-18] que nos dá a melhor evidência de apedrejamento. Olhando para baixo em seu próprio corpo da árvore, o indivíduo falando no Salmo vê SEUS OSSOS, e CONTEMPLA-SE! A frase indicaria que não havia carne em seus ossos, e que a pele tinha sido removida deles. A redacção é usada para indicar que os ossos estão descobertos ao olhar para ele. De fato é a flagelação de qualquer das partes (do Sinédrio ou dos Romanos) teria sido prejudicial PARA AS SUAS COSTAS, não para a frente, onde ele poderia olhar para baixo e ver seus próprios ossos.

Figura 2: O Calvário de Abraham Janssens. (Anvers, 1576 – Id., 1632, église des Dominicains, Valenciennes).

Ele não poderia ter conseguido ver as costas enquanto pendia na árvore. A crucificação, de modo algum, faria com que os ossos fossem tão expostos que fossem vistos pela própria vítima"[1].

A análise engenhosa da semântica do salmo 22 feita pela historiadora Nancy L. Kuehl demonstra que este salmo não pode ser usado como imagem mística de um enforcamento judeu do tempo de Jesus nem de uma crucificação romana porque correspondia ao resultado de uma lapidação o que apenas demonstra que os delírios míticos dos primeiros cristãos decorriam no contexto de uma retórica feita à imagem do seu tempo e não da do tempo do rei Davide. O facto de a tradição talmúdica falar num apedrejamento que na tradição evangélica eles confessadamente já não podiam praticar só revela que à volta da paixão de Cristo todos mentiram e falaram de cor por razões de inteligência emocional políticas e religiosas.

Notar o quanto a tradição foi distorcida ao ponto de a Figura 1 colocar Jesus na posição mais torturada e de pior injustiça possível com único propósito: exaltar a magnitude trágica e fatalmente mortal do sacrifício divino de Cristo.

Esta lógica que, nada tem de racional, e deriva meramente dos delírios místicos que alimentaram as crenças mais bisaras no valor salvífico das mais variadas formas de sacrifício pretendem caucionar pelo argumento ad terrorem o paradoxo dum Deus que se quis rebaixar ao sofrimento e à humilhação suprema para remissão dos pecados da humanidade. Esta mística apenas entra na análise científica pela porta da exegese retórica dos ”mitos de morte e ressurreição”.

Whether in the former case their death had been the cruel and lingering torture of crucifixion is a point of importance only for those Talmudic scholars who argue that crucifixion was an utterly unknown mode of execution among the Jews. There was, they say, beheading, strangling, hanging, stoning and subsequent exposing of the body of the stoned on a post as a warning; moreover, to shorten the cruelty of the lingering death by stoning, the victim was first rendered unconscious by a soporific drink; but never crucifixion. In this connection, however, we must remember that it is said that Jannai remained a Jew in all things, and imposed Jewish customs on all conquered cities on pain of utter destruction, so that it may be doubted whether he 'hellenised' solely in the mode of execution of his domestic foes. -- Jesus in the Jewish Tradition, Extracts from, Did Jesus Live 100 B.C.? by G.R.S. Mead.

The gospel picture of Pilate as a kindly man is also nonsense. The Emperor Tiberius wanted to keep peace and order in a sensitive but politically important area of the empire. To get the confidence of some at least of the population he allowed the Jews religious privileges: they were free to pursue their own religion; they were exempt from military service; Roman soldiers were not allowed to insult the Jewish religion on pain of death and were subject to the Jewish penalty of death if they stepped beyond the court of the gentiles in the temple. -- The Trial of Jesus, clip_image005Dr M D Magee.


Figura 3: Variante gótica complexa da crucificação onde não há recurso a cravos e o alivio canhestro dos braços contrasta com a falta de apoio dos pés. (Master of Flémalle).

A causa da morte por crucificação era multifacetada e torturante. Estes factores incluem asfixia por exaustão, desidratação e falha congestiva do coração.[ [2]] Pensar que Jesus pudesse ter sobrevivido a tal agonia em uma cruz romana e depois ter se levantado de seu túmulo por suas próprias forças já é improvável o suficiente.

Ou seja, ou nunca aconteceu a ressurreição ou, se aconteceu, foi um caso raro de sucesso contra todas as probabilidades, coisa que acontece todos os dias nas salas de reanimação dos hospitais, já para não falar dos sobreviventes improváveis de acidentes incríveis!

De qualquer modo, o simples facto de ser improvável não é sinónimo de impossível!

Impossíveis são os milagres por definição metafísica e, mesmo assim, os crentes mais crédulos continuam a considera-los plausíveis no plano da realidade física. Enquanto a crença no miraculoso se limitar a factos quase improváveis mas ainda assim plausíveis até podemos aceitar que uma definição relativista do impossível metafísico possa coexistir com milagres no plano tanto do razoável quanto no da fé! No entanto, admitir impossibilidades metafísicas que pretendam subverter as constantes absolutas da ordem física como qualquer uma que, por exemplo, implicasse a possibilidade do “motor eterno”, é nem mais nem menos do que transformar o absurdo em critério de fé, e isso é lá para quem quiser padecer de loucura divina e acreditar em soluções sobrenaturais para as dificuldades da existência! Quem gostar de permanecer com os pés bem assentes no chão enquanto se tiver que viver neste mundo cão de impiedosas leis naturais o milagre absoluto deve ficar reservado para depois da morte...ou para quem acredita em bruxas e em histórias da carochinha! Na verdade, de todas as leis físicas conhecidas, a da “morte térmica por entropia termodinâmica” é a mais inexorável pelo que a crença numa ressurreição física literal implica muito mais loucura divina do que acreditar na transgressão da lei biológica da “omnia célula ex célula” perpetrado pelo dogma a virgindade perpétua de Maria!

Obviamente que, por definição, a existirem, os milagres deveriam ser absolutamente claros e clarividentes e nunca deveriam necessitar de crentes voluntariosos para os promoverem nem de truques lógicos para os defenderem. De facto, pensar que Deus possa necessitar da ajuda humana para se justificar é uma blasfémia contra a omnipotência divina!

Obviamente que quem precisa de se justificar são os charlatães e os vendilhões do Templo! Ignorar que, factos muito antigos e mal documentados serão, só por si, de historicidade controversa e que, em particular, a polémica crucificação de Jesus esteja acima de qualquer suspeita de incorrecção técnica é de facto dogmatismo pastoral de má-fé e jamais um saber de ciência feita! O erro principal da argumentação apostólica tradicional é o de esta utilizar a ciência e a lógica apenas enquanto esta poder apoiar os dogmas esquecendo a probidade intelectual e o amor `a verdade que impõem que se leve a racionalidade até às suas últimas consequências.

Sendo assim, há que começar por nos entendermos bem de que tipo de cruz romana se trata uma vez que a da estética cristã habitual é de uma notória falsidade histórica!

Depois, há que ser honesto e reparar que a probabilidade de sobreviver à cruz, o mais provável é que as 3 horas que Jesus esteve na cruz não terão sido suficientes para lhe provocarem a morte, que Cristo seria uma pessoa robusta como soía na rudeza do seu tempo e que este, sabedor como era da arte de curar se tivesse preparado com mezinhas naturais para a provação da paixão! A verdade é que temos nos Evangelhos provas bastantes de que isso aconteceu no “Getsêmani”!

 

Ver: GETSÊMANI (***)

 

Claro que Jesus as sabia que pelo caminho lhe seria permitido beber das mãos de mulheres piedosas de mistelas narcóticas em forma de vinagre, tal como era de tradição judaica. A verdade é que Jesus terá chegado à cruz sedado e anestesiado! O comportamento de Jesus no arremedo de julgamento que os evangelhos referem, de mutismo e humilhação, contraste duma forma tão flagrante com a sua loquacidade altiva de mestre judeus iluminado que só pode ser compreendida de forma positiva aceitando que Jesus estaria anestesiado com narcóticos. O evangelho de Pedro bate quase com a língua nos dentes desta verdade! Os que afirmam que Jesus “padeceu as agruras da morte para salvação da humanidade” terão sentido aqui o seu dogmas salvíficos em perigo, razão pela qual este evangelho foi rejeitado como herético.

IV - Crucifixión de Jesús 1.Y tomaron dos malhechores, y crucificaron al Señor entre ellos. Mas él se callaba, como aquel que no siente sufrimiento alguno. -- EL EVANGELIO DE PEDRO (Fragmento griego de Akhmin).

E é assim também que entendemos que as heresias começaram por ser divergências de opinião que, mesmo correndo o risco de serem as mais lógicas e verdadeiras, deixavam de o ser por porem em risco os dogmas absurdos em que a cristandade ia progressivamente a creditando!

 

Ver: ECCE HOMO (***) & GÓLGOTA (***)

 

Crucifixion Practices = Crucifixion probably first began among the Persians.(34) Alexander the Great introduced the practice to Egypt and Carthage, and the Romans appear to have learned of it from the Carthaginians.(11) Although the Romans did not invent crucifixion, they perfected it as a form of torture and capital punishment that was designed to produce a slow death with maximum pain and suffering.(10,17) It was one of the most disgraceful and cruel methods of execution and usually was reserved only for slaves, foreigners, revolutionaries, and the vilest of criminals.(3,25,28) Roman law usually protected Roman citizens from crucifixion,(5) except perhaps in the case of desertion by soldiers. In its earliest form in Persia, the victim was either tied to a tree or was tied to or impaled on an upright post, usually to keep the guilty victim's feet from touching holy ground.(8,11,30,34,38) Only later was a true cross used; it was characterized by an upright post (stipes) and a horizontal crossbar (patibulum), and it had several variations.(11) Although archaeological and historical evidence strongly indicates that the low Tau cross was preferred by the Romans in Palestine at the time of Christ,(2,7,11) crucifixion practices often varied in a given geographic region and in accordance with the imagination of the executioners, and the Latin cross and other forms also may have been used.(28) -- [3]

Mark gives us the time when Jesus was put on the cross as the third hour (9 a.m.).1 Therefore, according to these two, Jesus was on the cross for six hours. Luke fixes the sixth hour as the time when Jesus “gave up the ghost.” He also mentions that the darkness lasted from the sixth to the ninth hour.2 On the other hand, John says that it was about the sixth hour (12 noon) that Pilate sat in judgment over Jesus.3 Even if we assume that Jesus was put on the cross instantly after the sentence, Jesus could not have remained on the cross for more than three hours. Luke gives the same period: from the third hour (9 a.m.) to the sixth hour (12 noon). The peculiar atrocity of crucifixion was that one could live for days in this horrible state upon this instrument of torture.

William Hanna in his Life of Christ asserts that a victim almost always survived the first day, lived generally over the second day and occasionally even up to the fifth or sixth day. On the authority of Captain Clapperton, who had witnessed such occurrences in the Soudan, he says that “the wretches on the cross generally linger three days before death puts an end to their suffering.”5 Similarly Stroud, while speaking of many instances of those “who having been taken down in time and carefully treated, recovered and survived,” says that in many cases death was partly caused by hunger and thirst, the vicissitudes of heat and cold, or the attacks of ravenous birds and beasts and in others was designedly accelerated by burning, stoning or breaking the bones.

Na verdade, a própria complexidade causal da morte por crucificação já permite um leque variado de graus variáveis de probabilidade de ocorrência em função tanto do estado de robustez física do crucificado quanto do tempo de crucificação. Ora, quando se trata de compreender acontecimentos que ofendam em absoluto as leis da razão há que procurar até à exaustão explicações naturais antes de embarcar em soluções sobrenaturais!

Les seuls témoignages de la résurrection de Jésus sont ceux de gens ayant la foi, et pour cause... Notons ici que dans la crucifixion romaine, le condamné est debout, les bras attachés à une poutre horizontale (patibulum) soutenue par 2 pieux fourchus (crux) et qui, épuisé, meurt par étouffement. Ce n'est que sous Constantin, au IVe siècle que l'Église a adopté la croix: symbole égyptien, symbole de Mithra et de Tammouz pour augmenter l'impact de l'image du Christ. Notons aussi que quand on meurt par crucifixion, on meurt étouffé et le supplice dure plusieurs jours et non pas trois heures comme Jésus christ. Mais les auteurs des évangiles ont essayé de faire coïncider l'histoire avec les prophéties ce qui a engendré pas mal d'absurdités. Enfin, des expériences ont montré que si on cloue quelqu'un sur une croix par les mains, celles-ci se déchirent et ne peuvent pas supporter le poids du supplicié. -- Joseph Moingt. Le gros mensonge de la Bible et du Coran.

Porém, pior do que esta atitude tipicamente ingénua dos crédulos é a hipocrisia interessada dos vendilhões do templo que invertendo o ónus da prova racional vão tomando o impossível por mais do que provável e o pouco provável por impossível!

A series of experiments carried out by an American medical examiner and pathologist on college students who volunteered to be tied to crosses, showed that if the students were suspended from crosses with their arms outstretched in the traditional manner depicted in Christian art, they experienced no problems breathing.14 Thus the often quoted theory that death on the cross is the result of asphyxiation is no longer tenable if the arms are outstretched. According to the physiological response of the students, which was closely monitored by Zugibe, death in this manner is the result of the victim going into hypovolemic shock.1 Death is this manner can be in, a manner of hours, or days depending on the manner in which the victim is affixed to the cross. If the victim is crucified with a small seat, a sedile, affixed to the uptight for minimum support in the region of the buttocks, death can be prolonged for hours and days. In fact, Josephus reports that three friends of his were being crucified in Thecoa by the Romans who, upon intervention by Josephus to Titus were removed from the crosses and with medical care one survived.16

Quanto à argumentação pela regra das probabilidades com precedente temos várias:

Desde logo o facto de os dois ladrões terem resistido durante mais tempo do que Jesus sem que nada seja dito sobre a sua superioridade física nem sobre a particular simpatia com que os romanos os tenham tratado durante os precedentes da sua crucificação. Pelo contrário e como se viu, Jesus era, nesse dia o supliciado tratado com mais deferências.

The Greek proconsul Aegeates sentences Andrew to be crucified after his wife refuses his sexual advances following her conversion to Christianity. Andrew survives on the cross for four days, all the while refusing the attempts by his followers to rescue him. Geoff Trowbridge's Introduction.

Depois temos o testemunho do próprio historiador Flávio Josefo.

Tito mandou-me em seguida com Cerealis e mil cavaleiros a Técua, para ver se aquele lugar seria próprio para um acampamento. Ao meu regresso, soube que tinham crucificado vários escravos, dentre os quais reconheci três amigos meus. Fiquei muito sentido e fui, banhado em lágrimas, dizer a Tito o motivo de minha aflição. Ele ordenou no mesmo instante que os tirassem da cruz e que os curassem com todo o cuidado. Dois deles morreram nas mãos dos médicos, mas o terceiro sobreviveu. -- Flávio Josefo.[4]

Underlying this and other survival hypotheses to be discussed is the knowledge that death on the cross was designed to be long in coming -- up to several days, while Jesus is said to have been taken down from the cross, with legs unbroken, relatively early on the same day. Further, it is often pointed out that Josephus has written of an instance in which he recognized three Jewish prisoners who had undergone crucifixion but had not yet died. He obtained permission from Titus to take them down from their crosses and administer aid; one of them survived.3 The Ahmadiyya literature also points out that the ”sign of Jonah" prophecy made by Jesus is better fulfilled if he had survived the entombment of three days and nights, since Jonah survived his experience within the interior of the”big fish."

The Ahmadiyyas' supposition that Essenes were involved in Jesus' recovery stems from their assumption that the ”angels in white" in Jn 20:12 or the men (or man) in white in Lk 24:4 (or Mt 28:3, Mk 16:5 or Jn 20:12) were Essenes due to the belief that Essenes wore white garments. Of course, this is not consistent with the reactions of the reported witnesses to having seen non-human

3. See, for example, David Friedrich Strauss, A New Life of Jesus, vol. 1, 2nd Ed. (London: Williams and Norgate, 1879) 410-411.

e, A Outra História De Jesus, Donovan Joyce.

Finalmente, se impone aquí una breve alusión, sobre la que volveremos luego en el capítulo de la muerte de Jesús, al hallazgo de los huesos de un joven crucificado del mismo periodo que Jesús, Yehohanan, encontrados en un osario descubierto hace algunos decenios cerca de Jerusalén. El hallazgo, además de confirmar los testimonios literarios sobre la práctica de la crucifixión en el suelo palestino por aquella época, nos dice que el condenado fue colgado con los brazos atados, no clavados, de un trozo de madera horizontal y hace pensar que estaba con las piernas cruzadas sobre el otro poste vertical, con cada uno de los pies clavados lateralmente en la cruz. La crucifixión se practicaba entonces de varias maneras. El mencionado descubrimiento nos ofrece el testimonio de una de ellas. Naturalmente, no nos dice de qué manera colgaron a Jesús. -- JESUS, HEBREO DE GALILEA, Giuseppe Barbaglio.

Uma coisa é certa, os salteadores estavam pendurados em madeiros e Cristo deveria estar também porque é esta a forma de crucificação que é maioritariamente descrita nos textos sagrados depois de devidamente revistos e actualizados. Existem mesmo seitas cristãs modernas que fazem disto questão dogmática fundamental apoiada numa lógica que faz sentido à luz das crenças judaicas que aceitariam que um judeu fosse privado do seu sangue sagrado em forma cruentas de mote com hemorragias externas.

              Figura 4: Ecce homo de Rouault.

De resto não faria grande sentido que Cristo, que teve a deferência de ter tido quem lhe levasse a cruz ao calvário, viesse a ter pior morte do que os seus correligionários zelotas. O exagero sádico com que os cristãos carregam nas tintas expressionistas da paixão tem por lógica subliminar a de exaltar o milagre da ressurreição física depois de terem sujeitado Cristo a humilhações e torturas brutais, a uma crucificação cruel, e impiedosa com técnicas cruentas e cruéis. No entanto, tudo isto não passa de encenação mística, seguramente tão bela e carregada de sentido religioso quanto meta histórica, mas seguramente frágil sob o ponto de vista da história científica.

Qualquer argumento anterior tendente a provar que Cristo não poderia ter resistido aos maus tratos físicos que antecederam e ocorreram durante a crucificação sem a morte inevitável, tem o óbice de, no limite, haver ainda a hipótese última de Cristo poder mesmo assim ter resistido por força da sua natureza divina a todo o stresse da paixão, e por isso, à falta do bisturi da autópsia, teria que haver um centurião que espetasse uma lança no coração de Jesus de que, segundo S. João, jorrou ”sangue aguado”.

But why the "Water and the Blood"? Dr. W.B. Primrose, a Senior Anaesthetist of the Glasgow Royal Infirmary, gave his expert opinion: In the "Thinkers Digest", London, Winter 1949 issue, he said that "THE WATER WAS A RESULT OF THE NERVOUS UPSET OF THE BLOOD VESSELS LOCALLY DUE TO THE OVER-STIMULATING EFFECT OF THE SCOURGING BY STAVES". This may be an extreme case, but so was his sweating, like "great drops of blood, falling down to the ground", when Jesus was in agony in the Garden of Gethsemane. Medical authorities also confirm the latter phenomenon.

E tudo porque o mito da”ressureição física literal” impõe logicamente uma morte física real inapelável! Ou seja, um assunto de fé a exigir argumentos racionais, eis algo tão absurdo que ressoa tanto a cana rachada como as provas científicas necessárias aos milagres das canonizações!

Luc. 23: 35 E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus. 36 E também os soldados escarneciam dele, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre, 37 e dizendo: Se tu és o Rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

A falta de sensatez de um taumaturgo não ser capaz escapar à morte era já uma evidência mesmo no momento da descrição da paixão.

Lucas, 24 39 E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. 40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? 41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. 42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino. 43 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.

Na maioria dos mitos de morte e ressurreição antigos a morte nunca se chega a efectivar porque a mensagem que se pretendia transmitir aos neófitos era a de que a fé das suas convicções, ou nas poções mágicas e talismãs fornecidos pelos seus líderes iniciáticos, lhes permitiam ludibriar a morte.

1ª Cor. 15: 54 E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. 55 Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte a tua vitória?”.

Os cristãos querem que o sacrifício de Jesus seja o mais sádico e bárbaro possível para que se cumpram as escrituras e seja suprema a vitória mística de Cristo sobre os seus inimigos ressuscitando e triunfando sobre a morte. Porém, isto não é ciência mas mística pura e disciplina de fé, feita de palavras de esperança e sonhos de salvação!

No entanto, a cena da lancetada do centurião é duvidosa por várias razões:

É apenas descrita no evangelho segundo João.

João 19: mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.

O significado de sangue aquoso por hemodiluição compensadora duma hipovolémia hemorrágica exigiria também uma agonia prolongada. Ora, as hemorragias intensas, internas ou externas, não estão provadas como tendo feito parte da causa de morte de Jesus e a agonia de Jesus, longe de ter sido prolongada, foi comprovada e excepcionalmente breve. Porém, ainda que todos estes óbices fossem demonstrados como inseguros resta a prova das ciências básicas da tanatologia forense.

A surgeon of the British Medical Association recently stated: 'Medically, the outflow of water is impossible to explain. Blood flowing from a stab wound is evidence of life, not death. It would take a large, gaping laceration for any drop of blood to flow from a dead body because there is no vascular action'. In the event, it is blatantly apparent that Jesus survived. This is explicitly maintained in non-canonical Gospels and even the Islamic Koran confirms the fact in no uncertain terms.

O morto nunca sangra fora do caso dos derrames de hipostase que só acontecem no início da putrefacção, o que não era obviamente o caso. Porém, na posição de suspensão em que Jesus se encontrava, todos o sangue teria ficado sequestrado nos membros inferiores e o coração estaria, por isso mesmo, livre de sangue logo após a morte.

Restaria então a remota hipótese do hemopericárdio formado durante a agonia!

A medical doctor named Samuel Houghton, a great physiologist from the University of Dublin, wrote the following concerning the physical cause of Jesus’ death:

“When the soldier pierced with his spear the side of Christ, He was already dead; and the flow of blood and water that followed was either a natural phenomenon explicable by natural causes or it was a miracle. That St. John thought it, if not to be miraculous, at least to be unusual, appears plainly from the comment he makes upon it, and from the emphatic manner in which he solemnly declares his accuracy in narrating it. Repeated observations and experiments made upon men and animals have led me to the following results-When the left side is freely pierced after death by a large knife, comparable in size with a Roman spear, three distinct cases may be noted:

1st. No flow of any kind follows the wound, except a slight trickling of blood.

2nd. A copious flow of blood only follows the wound.

3rd. A flow of water only, succeeded by a few drops of blood, follows the wound.

Of these three cases, the first is that which usually occurs; the second is found in cases of death by drowning and by strychnia, and may be demonstrated by destroying an animal with that poison, and it can be proved to be the natural case of a crucified person; and the third is found in cases of death from pleurisy, pericarditis, and rupture of the heart. With the foregoing cases most anatomists who have devoted their attention to this subject are familiar; but the two following cases, although readily explicable on physiological principles, are not recorded in the books (except by St. John). Nor have I been fortunate enough to meet with them.

4th. A copious flow of water, succeeded by a copious flow of blood, follows the wound.

5th. A copious flow of blood, succeeded by a copious flow of water, follows the wound.

Death by crucifixion causes a condition of blood in the lungs similar to that produced by drowning and strychnia; the fourth case would occur in a crucified person who had previously to crucifixion suffered from pleuritic effusion; and the fifth case would occur in a crucified person, who had died upon the cross from rupture of the heart. The history of the days preceding our Lord's crucifixion effectually excludes the supposition of pleurisy, which is also out of the question if blood first and water afterwards followed the wound. There remains, therefore, no supposition possible to explain the recorded phenomenon except the combination of the crucifixion and rupture of the heart.

That rupture of the heart was the cause of the death of Christ is ably maintained by Dr. William Stroud; and that rupture of the heart actually occurred I firmly believe…

Bom, o problema das crenças é mesmo esta. Cada um acredita que a sua tese é a melhor explicação para factos que nem sequer são fidedignos! Ou seja, a tese do fisiologista Samuel Houghton assenta em duas pernas coxas. A primeira é a pouca fidedignidade do relato de João que por não ter sido relatado por mais nenhum evangelho tem a fragilidade de ter apenas ¼ de veracidade[5]. O ter ou não João apontado o lado milagroso do descrito é irrelevante porque muitos factos estranhos narrados nos evangelhos só são milagres precisamente enquanto são estranhos deixando de o ser quando as explicações naturais começam a tornar-se evidentes! Por definição, milagre nem é sequer sempre algo de sobrenatural, bastando que seja algo de pouco natural ou um mero acaso digno de espanto, como um terramoto coincidente com a morte de Jesus! A inveracidade histórica do evento que Josefo não relatou, pelo menos a respeito dos estragos nas cortinas do Templo que detalhadamente descreveu, é que podem converter o que os crentes têm considerado milagre por mera figura de retórica hiperbólica de alguns canónicos, numa mentira piedosa fraudulenta.

João 19: 35 E é quem viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós creiais.

Figura 5: Caravaggio faz uma sondagem com o indicador do ferimento de Jesus no flanco direito, ou seja no lado oposto ao coração e possivelmente na zona do fígado. (razão de ter jorrado sangue e agua de ascite por desnutrição endémica de asceta judeu?)

Como quem jura mais mente, e como a ciência não se faz por decisão jurídica estes versículos de João são seguramente interpolações. Na verdade, quem faz autópsias sabe que a expressão ”sangue e água” só poderiam fazer algum sentido num caso de grande derrame pericárdio ensanguentado e de este fazer parte da sintomatologia duma morte por asfixia mecânica como seria a resultante da morte na cruz. Ora não faz, logo haveria que postular que Jesus sofria de patologia cardíaca.

O estranho é que o coração costuma estar à esquerda do corpo e todos os pintores apontam o flanco direito! De resto, para se saber mais sobre o local anatómico desta ferida causada por Longino teríamos que ir aos relatos pós ressurreccionais de Jesus.

João 20: 24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. 26 E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! 27 Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.

Continuamos a não saber que lado era! Se os pintores apontam todos para o flanco direito é porque alguma tradição haveria nesse sentido, seguramente mais de tipo retórico do que factual. O lado direito sempre tem mais dignidade do que o esquerdo! No entanto o mito do coração trespassado de Jesus é uma alternativa mais recente derivada do culto do Sagrado Coração de Jesus baseada num culto sublimado de amor por um Jesus de divina misericórdia e que outros místicos posteriores em delírio resolveram coroar de espinhos como metáfora de uma divina paixão masoquista e mortificada!

 

 

O Sagrado Coração de Jesus é uma devoção praticada pela Igreja Católica que se comemora todas as primeiras Sextas-feiras de cada mês. Consiste na veneração do Coração de Jesus. A origem desta devoção deve-se a Santa Margarida Maria Alacoque, uma religiosa de uma Congregação conhecida como Ordem da Visitação. A Santa Margarida Maria teve extraordinárias revelações por parte de Jesus Cristo, que a incumbiu pessoalmente de divulgar e propagar no mundo esta piedosa devoção. Foram três as aparições de Jesus, de 27 de Dezembro de 1673 a 1675.

Assim sendo tudo aponta para que o discípulo amado de tanto jurar tenha acabado a mentir por erro grosseiro de observação comum em mentes angustiadas e apaixonadas!

Muito curiosamente, a maior parte das discussões que se levantaram acerca desse incidente da «esponja na cana» foi dedicada a «cana», aparentemente, o que estava na esponja foi ignorado. Mateus e Marcos chamam «cana» ao que quer que fosse no qual a esponja foi oferecida a Jesus; Lucas não diz como o «vinagre» foi oferecido, só diz que o foi, enquanto João diz que a esponja foi co1ocada na ponta de um «hissope». Ora bem, o «hissope» era uma planta de caule oco e fino, nem grande nem forte. Uma haste dela teria certamente cedido ao peso de uma esponja ensopada, espetada na sua extremidade. Por um acaso curioso, «espetado» pode ser a palavra que nos dará uma pista para a verdade na lenda evangélica de que um soldado trespassou o peito de Jesus para verificar se ele estava realmente morto ou se fingia. O guarda romano junto à cruz tinha o equipamento militar completo, incluindo a temível lança que, em hebreu, era chamada «hanit». Ora, esta língua tem uma palavra semelhante, «kaneth», que significa «cana», tal como «kana», a que a cidade Asmonita de Caná da Galileia deveu o nome, famosa pelas suas canas, as quais forneciam... cabos para lanças.

Parece provável, portanto, que o Hebreu coloquial desses tempos se referisse a lança como cana. Esta opinião e reforçada pelo facto de o Árabe. – uma língua estreitamente relacionada com o Hebreu – usar a mesma palavra«kana» para lança. Decerto uma esponja pesada, ensopada, faz mais sentido espetada na ponta de uma lança do que na de um frágil caniço ou hissope. – A Outra História De Jesus, Donovan Joyce.

Figura 6: Hecate numa cena da gigantomaquia usando canas como lanças contra um gigante.

Lucas 23, 36 Os soldados também o escarneciam, chegando-se a ele, oferecendo-lhe vinagre, 37 e dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.

Marcos 15: 36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo.37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.

Mateus 27: 48 E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. 50 De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.

Lat. arundini < arundo = calamus = canna.

Existem pequenos detalhes divergentes em cada um dos relatos evangélicos que, se tivessem uma função mística reconhecida, poderiam ser suspeitos de serem interpolações mas que, sendo inócuas teologicamente merecem ser tomadas a sério, não tanto porque sejam duma veracidade inquestionável (na verdade poderiam ser meras divagações de autor!) mas sobretudo porque, sendo ingénuas, indiciam aquela sinceridade jornalística da testemunha in loco que jamais esqueceu um pequeno detalhe sem importância aparente.

Marc: 15: 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o recebeu.

Mateus 27: 34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber.

Neste caso quem teria dado o vinho com fel a beber a Jesus? Como soube o evangelista deste pormenor sem o ter provado? Sabia o evangelista do que se tratava? Obviamente que sim, uma vez que Marcos, a fonte que estaria em contacto com as cumplicidades ocultas nas entrelinhas dos evangelhos, sabia que era mirra e não fel.

Afinal, era vinho com mirra ou com fel?

Jesus bebeu a mistela ou não?

Quando é que a bebeu?

The beverage was first given before crucifixion (Matt., 27 : 34; Mark, 15 : 23); the second time, after he was put on the cross, when the soldiers gave him posca (Luke, 23 : 36), and for the third time, on the cry of Jesus: "I thirst" (Matt., 27 : 48; Mark, 15 : 36; John, 19: 28-29).

We are told that Jesus was offered some wine mixed with gall, or myrrh, a narcotic, so that he would not feel as much pain. Probably the wealthy women of Jerusalem provided it to crucifixion victims as a charitable activity. There were instruction in the Talmud that when a man was led to execution, he was given a goblet of wine containing a grain of frankincense in order to benumb his senses, because it says in Proverbs 31:6 to give strong drink to those who are ready to perish and wine to those who are bitter in soul. But Jesus refused to drink the stupefying concoction. He would experience the pain and shame of crucifixion to its fullest extent with an alert mind. -- We are told that Jesus was offered some wine mixed with gall, or myrrh, a Christ Crucified Matthew 27:32-56 By P. G. Mathew, M.A., M.Div., Th.M.

O mais provável é que fosse um composto complexo de que a mirra seria um dos componentes activos, como adiante se verá, de que fariam também parte alcalóides que dariam ao vinho o sabor amargo! Vinho com fel pode ser apenas uma metáfora de ”vinho amargo como o fel” que seria o sabor mais provável dum vinho envenenado, preparado premeditadamente para induzir a próxima morte aparente de Jesus. Sendo este o terapeuta especialista neste tipo de poções aprendidas no Egipto durante o seu tirocínio como terapeuta ou com os essénicos, Jesus limitou-se a provar o vinho com a droga que lhe iria ser dado em seu devido tempo num dos breves encontros com elementos da população que ia encontrado no caminho para o calvário. Um relator meramente testemunhal teria apenas dito que teriam dado qualquer coisa a beber a Jesus que este apenas provou e logo rejeitou! Pois bem, para que o evangelista tenha sabido que se tratava de vinho”amargo como fel” teria que o ter sabido directamente a partir de quem lho deu, porque logicamente não o teria sabido do próprio Jesus, que foi sob prisão até ao local da execução e que, por isso, deixou de ter contacto com os seus discípulos a partir deste momento.

A razão pela qual o ”vinho amargo”, do princípio dos passos da paixão se transformou retoricamente no vinagre que iria preceder a morte de Jesus, pode ter sido simples. Nesta altura do ano e nas condições da enologia do primeiro século, o mais provável seria mesmo que o vinho corrente já andasse todo envinagrado! Sendo os relatos evangélicos dos primeiros tempos de oralidade exclusiva, os ouvintes apreendiam melhor o que mais bem entendiam e, de facto, dar vinho envinagrado a beber a um condenado era mais plausível do que essa malandrice de vinho com fel.

Muito mais estranho é que Lucas, que se suspeita ter sido médico, não se tenha apercebido dos mistérios de farmacopeia que se escondiam por detrás dum vinho amargo! Talvez, por não estar já a par dos segredos ocultos na conspiração da morte aparente de Jesus, ou talvez por disso saber demais e ter pretendido guardar o segredo médico, resolveu omitir a referência ao pormenor do”vinho amargo” antes que alguém resolvesse pretender saber demais. Porém, o mais provável é que a versão do”vinho amargo” que lhe chegou às mãos já não levava mirra mas apenas fel e por a ter considerado um absurdo terapêutico circunstancialmente resolveu omiti-lo!

João 10: 28 Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede. 29 Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois, numa cana de hissopo uma esponja ensopada de vinagre, e lha chegaram ã boca. 30 Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

Que tenha havido confusão entre cana e lança ou vice-versa é indiferente porque existem sempre muitas maneiras técnicas de levar a água ao moinho. Quanto ao hissope, sendo uma erva medicinal, não seria obviamente idóneo para ser o vector de transporte do vinagre. Ainda que apenas referido no relato de João, tal pode não ter sido inocente porque os livros de farmacopeia vegetal consideram o hissope uma erva feiticeira com poder efectivo para aromatizar licores e aperitivos, ou seja estaria ali para ”adoçar a pílula” da mistela venenosa e amarga que Jesus iria beber para acelerar a sua morte aparente! Ora, destes truque de curandeiro experimentado sabia Jesus, o mestre das curas milagrosas e, sobretudo no que interessa agora, das ressurreições de pessoa em morte aparente. A morte de Lázaro pode ter sido uma forma de morte aparente iniciática deste tipo, quem sabe se já então uma forma de preparação por experiência empírica do que viria a acontecer e ficar célebre, mais tarde no Calvário.

 

Ver: LAZARO (***)

 

Por outro lado, que tenha sido o objecto «cana» que tenha levado à confusão como o termo hebreu hanit que tenha provocado a confusão com lança já a simples possibilidade de alguma coisa deste tipo ter acontecido terá forçosamente que explicar a razão pela qual só o evangelho de S. João, o gnóstico, pretendeu exaltar a ressureição física de Cristo condenando Jesus à morte efectiva como que a descontamina-lo da realidade material para o poder transformar num ser puro e imaterial, liberto de toda a corrupção da humanidade de que resultava o pecado e a impossibilidade de ascender como Eon à ressurreição eterna.

Dito de outro modo, os gnósticos, crentes num Jesus angelical, pretendiam um ressureição literal para poderem libertar Cristo da materialidade da sua humanidade corrupta. A verdade é que o cristianismo cede se libertou destas fantasias metafísicas dos gnósticos mas foi incapaz de se libertar do potencial de promoção doutrinária que o mistério da ressureição física acarretava ao tornar imperiosa a divinização de Cristo. Num império como o de Constantino onde os imperadores eram divinizados em vida um Jesus que fosse um mero profeta faria má figura perante o imperador e corria o risco de colocar a igreja numa posição secundária em relação ao poder secular. Assim, se Jesus não morreu na cruz teria que morrer no túmulo. Vivo é que Ele não poderia ficar, não porque que os crentes cristãos sejam amigos da onça, desejosos de verem o incómodo mestre pelas costas, mas porque o dogma da morte e ressurreição de Cristo não faria sentido literal sem um morte autêntica. Enfim, a quanto a fé obriga, bem mais do que o que só com ela se alcança!

Outro argumento contra a narrativa da ressurreição sobreviveu em múltiplas variações por quase 2.000 anos e foi ansiosamente abraçada por estudiosos racionalistas alemães do final do século 18 e 19. Cristo, afirmam eles, na verdade não morreu na cruz mas foi retirado e colocado vivo no túmulo. Ele escapou para convencer seus discípulos de que Ele ressuscitou dos mortos.

Mesmo Friedrich D. E. Schleiermacher, o pai da teologia moderna, abraçou essa teoria em que já nenhum erudito sério acredita. Craig coloca dois argumentos contra isso:

1. Teria sido praticamente impossível, por razões médicas, que Jesus tivesse sobrevivido aos rigores de sua tortura e crucificação, muito menos para não ter morrido de exposição no túmulo.

2. Um Jesus meio-morto, desesperadamente que precisava de atenção médica, não teria suscitado seus discípulos adorando a ele como o exaltado Senhor ressuscitado e conquistador da morte ".[6]

Afirmar que “já nenhum erudito sério acredita” é um argumento que de sério nada tem por ser uma falácia ad homine e os argumentos de Craig não resistem a duas penadas de contra argumentação!

O problema é que por mais argumentação falaciosas deste tipo que se tentem e inventem esta questão nunca terá solução científica categórica porque nunca teria sido possível fazer uma autópsia ao corpo de Jesus, pela simples razão de que estávamos em tempos de obscuridade pré-científica pelo que também não seria possível pensar sequer num electroencefalograma sem o qual nem é possível fazer o diagnóstico de certeza da morte cerebral.

Primeiro, as realidades médicas de hoje não seriam as desses tempos tanto mais que não nos estamos a referir a recursos terapêuticos tecnologicamente complexos contra doenças graves mas apenas a uma questão de resistência física e psicológica aos rigores da vida que nesses tempos eram seguramente muitíssimo mais difícil do que são hoje. A luta pela sobrevivência era uma disciplina cultivada quotidianamente. Para quem vivia à beira do deserto e nos limites da fome e duma vida impossível resistir aos suplícios dos romanos seria apenas mais uma das provações da vida. As impossibilidades de sobrevivência dos tempos actuais nada têm a ver com a resistência física que os homens comuns dos tempos antigos teriam que ter para sobreviverem às adversidades sociais da época e aos rigores climáticos da palestina. Basta ver ainda hoje as vantagens acrescidas que os atletas do terceiro mundo revelam em modalidades que relevem dum contacto intenso e íntimo com as dificuldades de sobrevivência em ambientes primitivos, rigorosos ou de natureza selvagem.

Quanto à exposição no túmulo, eis qualquer coisa que adiante se provará como não tendo ocorrido sem falta dos melhores cuidados médicos que eram possíveis à época! Para que a segunda parte da argumentação fizesse sentido teria sido necessária o que os discípulos tivessem sabido do que realmente aconteceu! Pelo contrário, o mito da morte e ressurreição de Cristo surgiu reforçado pelo facto de a sobrevivência de Jesus ter ocorrido em circunstâncias misteriosas e nunca inteiramente esclarecidas. Claro que Jesus poderia ter contado a verdade aos seus discípulos se o seu caso se tratasse duma mera sobrevivência à cruz! Porém, a sua ressurreição envolveria segredos de estado que não ficaria bem ao político perspicaz que Jesus era, revelar!

E depois temos o próprio testemunho do mais antigo dos autores sagrados:

Marcos 15: 44 Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido.

Se um homem astuto e experimentado como Pilatos se admirou do facto de Jesus já estar morto é porque o caso dava para desconfiar e se o centurião foi chamado à pedra é porque as desconfianças eram seriamente fundadas no carácter inesperado da morte de Jesus. Que este centurião estaria comprado já o sabemos porque os evangelhos dão disso alguns indícios indirectos:

Marcus 15: 39 Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus.

Esta inesperada manifestação de simpatia por Jesus revelada por parte deste centurião é mais suspeita dum acto falhado na forma duma ingénua justificação psicanalítica da venalidade da sua alma do que uma súbita e primeira conversão dum romano ao cristianismo.

“In the apocryphal Acta Pilata he is called Longinus and presented as the captain who supervised the Crucifixion. According to a tradition testified to by Gregory of Nyssa, Longinus was said to have later become a bishop in his Cappadocian homeland. This change of heart may mean that he had some connection with Jesus and his followers before the Crucifixion, or was even a secret follower of Jesus. This would make many of the problems about the events during the Crucifixion understandable. Joseph of Arimathea, Nicodemus and the centurion Longinus were among the secret followers of Jesus. Since they held influential positions, they were informed well enough in advance about what the revolutionary exposure of Jesus was leading to.

Todas as argumentações que se teçam agora sobre dramatizações de probabilidade inconfirmável, feitas além do mais à luz de padrões de conforto ambiental modernos, têm que esbarrar neste elemento de prova que está nos textos sem objectivo místico conhecido. E está lá porque Marcos sabia disso possivelmente porque era filho de um dos ricos anciões que foram recolher o corpo de Jesus.

Let’s examine the issue of the lance that was “thrust” into Jesus’ side and the question of the vinegar that was given to him, after which he “gave up the ghost.” Kersten (p. 249) points out that the original Greek word for the thrust by the soldier is nyssein. That word does not suggest a forceful thrust. The word means a light scratch, or a light puncture of the skin. This was considered a test designed to determine if the victim was actually dead. If the victim showed no reaction to this light stabbing, then it was assumed that the victim had died. The second issue has to do with the vinegar given to Jesus by the Centurion:

Depois, a classificação da sobrevivência às angústias da cruz como virtualmente impossível relativamente a uma entidade mítica como Cristo, para quem tudo era possível, não faz qualquer sentido argumentativo. Como questão dogmática de fé que é, o melhor é evitar discuti-la na praça pública ou então admitir que no plano da racionalidade talvez a verdade tenha sido outra. O maior absurdo dogmático do cristianismo é a crença num deus mortal pelo que, se alguém com autoridade tivesse, em devido tempo, pensado bem nisto talvez hoje estivéssemos a discutir o problema ao contrário: em vez de ter que aceitar os argumentos dos cristão para reforçar as poucas probabilidades que Jesus teria tido para resistir à morte, senão durante a crucificação por suspensão na cruz que foi de modo anómalo breve, pelo menos depois durante o tempo em que esteve no túmulo, estaríamos a demonstrar que Cristo nunca morreu, porque um Deus feito homem pode incarnar e nascer, nas não poderia nunca morrer porque mesmo a morte dum divino filho de Deus feito homem não pode passar de mera aparência! Ora os gnósticos sabiam bem a lógica irrefutável desta teologia!

Commented William Lane Craig: ”The resurrection of Jesus is the best explanation for the origin of the Christian faith."

A falta de credibilidade das teses que implicam a ressurreição literal de Jesus deriva do facto de, por estas decorrerem duma incorrecta interpretação literal de S. Paulo, esta se ter transformado no dogma fundamental da fé cristã e, portanto, num argumento que tem contra si todo o peso mitológico de milénios de parcialidade militante de toda a cristandade ocidental. Dito de outro modo, na tese paulina a fé no cristianismo sem ressurreição seria vã e como ressurreição sem morte real seria uma contradição nos termos logo Cristo teve mesmo que morrer porque de outro modo a fé cristã seria vã.

Por mais estranho que parece, já o cepticismo de Maomé nada tem de condenável sob o ponto de vista da razoabilidade geral das coisas nem de suspeito de parcialidade porque nessa altura ainda não era previsível a animosidade que, não necessariamente por este facto mas por inevitável rivalidade de grandes e poderosas culturas vizinhas, ou, se preferirmos, pela manifestação da rivalidade recorrente entre o oriente próximo e a Europa ocidental, se viria a tornar numa das mais longas guerras frias ocidentais que iria terminar apenas com o advento das descobertas ibéricas.

A única argumentação que temos em favor do milagre da ressurreição de Jesus é precisamente a pouca probabilidade que este teve de resistir à morte e o facto de ter existido desde muito cedo a crença na sua ressurreição, o que só pode ter resultado deste facto altamente improvável.

Pretender mais milagres do que estes é já puro materialismo e superstição!

Crucifixion was the common mode of eliminating political prisoners, murderers and insurgents. Long before the birth of Jesus, the Phoenecians had experimented with various methods to get rid of their anti-social characters. They had tried hanging, impaling, stoning, drowning, etc. But all these were too quick in their effects; the culprits expired too soon for their liking. So they invented the crucifixion, a system which produced a slow L-I-N-G-E-R-I-N-G death.

The two crucified with Jesus, however, did not die so quickly--could this have been because they had not been previously tortured, or because they had been crucified in another manner? Perhaps it is logical to assume that because Jesus had been the centre of attention for at least the preceding week he might have received more of the executioners' attention prior to the final acts of crucifixion. Especially would this be the situation if the other two were crucified because they had been judged to be robbers or criminals (cf. Km 15, Mt 27, and Lk 23) but Jesus condemned for insurrection against Rome. These speculations are not wild but they do extend beyond all the available data: we can only wonder why Jehohanan was crucified, why his legs were broken, and if there were a particularly torturous crucifixion for one charged with insurrection. As we search for these answers we must remember Jesus' particular circumstance: the torture could not last more than seven hours because the approaching Sabbath must not be violated, especially near conservative Jerusalem. -- © Appeared in the Expository Times February 1973 volume IXXXIV No. 6. The Expository Times is published by:

 

DATA DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS

Marcos 15: 33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.

Mateus 27: 45 E houve trevas sobre toda a terra, do meio-dia às três horas da tarde.

Lucas 23:44 E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; (...).

Lucas 3:1-2. (sobre o início das actividades proféticas e dos baptismos de João Baptista) No décimo quinto ano do império de Tibério César, sendo governador da Judeia Poncio Pilatos, tetrarca da Galileia Herodes e Felipe, seu irmão, tetrarca da Ituréia e da Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, sob o pontificado de Anás e Caifás...Lucas 3:23 (sobre o início da vida pública de Jesus) Ao iniciar o ministério Jesus tinha cerca de trinta (???) anos.

João 2:20 (sobre o início da vida pública de Jesus) Replicaram os judeus: quarenta e seis anos levou a construção deste templo e tu vais levantá-lo em três dias?(...)

João 8:57 Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão?

Nas Antiguidade Judaicas de Flávio Josefo, volume XV (11:2), o início da reconstrução do templo de Jerusalém foi no ano de 19 a.C. Calculando quarenta e seis anos, chega-se ao ano 27.

O festival de Pesach começa no dia 15º do mês de Nisan, que geralmente cai no mês de Abril do calendário gregoriano. Pesach é o festival da primavera, então Nissan 15 começa na noite da lua cheia após o equinócio vernal. Para garantir que a Páscoa não comece antes da primavera, a tradição judaica indica que o primeiro dia de Nisan não poderia começar até que a cevada estivesse madura, sendo este o indicador do início da primavera.

QUERELLES DE CALENDRIER, QUERELLES DE RELIGION

D’après les fragments découverts dans la grotte n° 4, on est maintenant sûr que les esséniens ne suivaient pas le calendrier légal des autorités de Jérusalem mais bien plutôt l’ancien calendrier (sacerdotal). Selon ce comput, les fêtes liturgiques tombent toujours, d’année en année, le même jour de la semaine  :


Comme on peut le constater sur ce tableau, les jours de la semaine mis en relief par le calendrier essénien sont mercredi, vendredi, dimanche, avec prépondérance du mercredi comme étant le jour de la Pâque.

Or le plus étonnant et ce qui va mettre Annie Jaubert sur la piste d’une vérité voilée depuis des siècles, c’est que cette dualité de calendriers se retrouve aussi aux origines du christianisme lui-même  : dans la grande querelle qui agita l’Église pendant la seconde moitié du IIe siècle au sujet de la date de Pâques, entre les «  quartodécimans  » et l’Église romaine. Les premiers étaient ainsi appelés parce qu’ils célébraient Pâques le quatorzième jour du mois de Nisân, comme les juifs, quel que fût le jour de la semaine où il tombait. Tandis que les autres Églises célébraient Pâques le dimanche après le 14 Nisân. Grâce à l’intervention de saint Irénée, l’Église évita le schisme et l’usage romain prévalut. (...)

Après la découverte et l’étude des manuscrits de Qumrân, nous savons en effet que c’est dans ce milieu essénien ou de sensibilité essénienne que Jésus vécu, qu’il recruta ses disciples. Il suivait donc le calendrier essénien, et c’est ce comput que relatèrent les Évangiles synoptiques. Jésus mangea donc la pâque le mardi soir (mercredi pour les juifs), fut arrêté tout aussitôt après puis après un douloureux labeur de prison il fut crucifié le Vendredi saint, à l’heure même où dans le Temple les prêtres qui suivaient le calendrier légal immolaient l’agneau pascal. C’est cette dernière correspondance qui émut saint Jean et qu’il transcrivit dans son évangile en utilisant le calendrier légal pour trame de son récit. -- frère Bruno Bonnet-Eymard Extraits de Bible, Archéologie, Histoire, Tome 1 et 3

Todos os evangelhos são bastante claros de que Jesus foi crucificado numa sexta-feira (Mt 27:62; Mc 15:42; Luc 23:54; Jo 19:31). A sua deposição da cruz foi antecipada e a sua sepultura foi apressada por causa da Páscoa dos judeus que começou no fim da tarde desse dia, ou seja no “grande” sábado (por ser um sábado de Pascoa) do dia seguinte.

João 19: 31 Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.

Utilizado um calculador astronómico,[7] verificamos que, durante o tempo em que Pôncio Pilatos foi governador da Judeia entre os anos 26 e 36 d.C., apenas nos anos 27[8] e 34[9] a Páscoa do dia Nisan 15 coincidiu com um sábado. Porém estas datas pressupõem que o calendário judaico seria rigoroso sob o ponto de vista astronómico o que se duvida na medida em que dependia sobretudo das condições climatéricas de maturação da cevada.

Quer dizer que o ano do incidente relatado em João 2:20 teria sido no ano 27, ou seja, cerca de um ano antes do ano 28 o que volta a dar razão aos gnósticos contra Ireneu de que a vida pública de Jesus teria sido de cerda de um ano!

We also know that in the early 1st century there were 2 solar eclipses visible from Jerusalem; one on November 24th, 29 A.D. and another one on March 19th 33 A.D. (…)

Traditionally John’s death is believed to be around 27-28 with his arrest in 27 A.D, but this means that Antipas divorced Phaselis in order to marry Herodias by 27 A.D. at the latest; meaning that Aretas IV was preparing for war and held the grudge for his daughter’s dishonor for 9 full years. [10]

Como Pôncio Pilatos não intervém em nenhum momento dos Actos dos Apóstolos é possível que já tivesse sido exonerado o que nos reporta para 34 como sendo a data limite superior da morte de Jesus. Jesus foi condenado à morte quando era sumo-sacerdote José, filho de Caifás nomeado pelos romanos de 0018 a 0037. Se Jesus tinha perto de 50 anos quando morreu e cerca de 18 no ano zero então o ano mais provável da sua morte foi mesmo o ano 27 depois de Cristo, ou seja praticamente no mesmo ano em que S. João Baptista morreu.

Se deste modo o eclipse solar visível em Jerusalém ocorreu dois anos depois da morte de Jesus isso significa que foi incluído na narrativa da paixão porque o impacto de ambos os eventos dramáticos se sobrepôs à posteriori na memória do evangelista.

En relación con el año en que murió Jesús, la información presente en el Evangelio es aún más vaga. Sólo se nos dice que Juan el Bautista comenzó su predicación en el año 15 de Tiberio César, el cual corresponde al año 29 de nuestra era. Por otra parte, Pablo de Tarso en una de sus epístolas nos da indicios de que su conversión no fue posterior al año 36. Dentro de este intervalo de casi 8 años, la ciencia histórica no puede aportar más que conjeturas. No hay forma de saber el tiempo que transcurrió entre el comienzo de la predicación de Juan y el inicio de la vida pública de Jesús, ni tampoco hay consenso en cuanto a la duración de ésta última. (...) Como no hay duda de que Jesús fue crucificado un día viernes, estamos hablando de un año en que el 15 de Nisan cayó en sábado o, según la interpretación minoritaria, en viernes. En el calendario hebreo, al igual que en el nuestro, una determinada fecha no cae todos los años en el mismo día de la semana. Por lo tanto la información anterior podría usarse en principio para acotar más el año que nos interesa. (…) Las filas que nos interesan son aquellas en las que la Pascua cayó en sábado o en viernes. según creamos que la crucifixión fue la víspera o el mismo día de la Pascua. En el primer supuesto los candidatos son los años 30 y 33, estando todos los demás años absolutamente excluidos. (…) Entre los dos años posible, el 30 y el 33, hay fuertes razones históricas a favor del segundo. De lo contrario habría comprimir las predicaciones de Juan el Bautista (quien murió antes) y del mismo Jesús a unos cuantos meses de duración. Entre el 33 y el 34, preferimos seguir la tradición mayoritaria que coloca la muerte en la víspera de la Pascua. -- CUANDO MURIO JESUCRISTO? Eduardo Vila-Echagüe

A confrontação da existência de três datas altamente prováveis obriga-nos a rever muitos dos preconceitos relativos ao catolicismo.

Eisenman também nos lembra que sabemos menos do que supomos sobre a cronologia de Jesus. De acordo com evidências em Josefo devemos posicionar a execução de João Batista o mais tardar em 35-36 CE. E Epifânio afirma que o espiscopado de Tiago durou 24 anos após a partida de Jesus; partindo da data informada por Josefo para a morte de Tiago, a morte de Jesus seria colocada cerca de 38 CE. E, os Atos de Pilatos, substituídos pelo Evangelho Cristão de Nicodemus, datam a execução de Jesus em 21 CE. Irineu imagina Jesus morrendo aos 50 anos, sob Cláudio, enquanto o Talmude o tem crucificado sob Alexandre Janeau! E teria o Credo se importado em afirmar que Pilatos executou Jesus a não ser que alguém estivesse negando isso? -- Eisenman, Robert, James The Brother of Jesus, Robert Price.

Josefo descreveu em manuscritos existentes de Antiguidades como o sumo-sacerdote Anano aproveitou a morte de Festo em 62 d. C. para organizar um motim e apedrejar Tiago.

14,5 Este Tiago, irmão do Senhor e filho de José, morreu em Jerusalém, depois de viver por cerca de 24 anos após a assunção do Salvador.48 Pois, com a idade de 96 ele foi atingido na cabeça com uma tranca, foi jogado do pináculo do templo (6) e caiu sem ferimentos, mas se ajoelhou em oração por aqueles que o tinham empurrado e disse: "Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem -. Panarion de Epifânio de Salamina: Seitas VII.[11]

Se Tiago reinou 24 anos e morreu com 96 anos quer dizer que teria assumido o sumo sacerdócio sadoquista com 72 anos. Se Tiago era mais novo que Jesus então a assunção teria ocorrido quando Jesus tinha mais de 72 anos pelo que voltamos a ficar sem uma data segura da idade da morte de Jesus calculada a partir da data da morte de Tiago fornecida por Josefo. As fontes tradicionais referem que a prisão de João ocorreu na Pereia, a mando do Rei Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 d. C. A probabilidade de este ter estado preso 10 anos é pouca ou nenhuma pelo que alguém se enganou ao referir que “de acordo com evidências em Josefo devemos posicionar a execução de João Batista o mais tardar em 35-36 CE”.

De facto as referências exactas de Josefo sofre a morte de João Baptista não são nenhumas. Tal como acontece com outras passagens de Josefo relacionados com temas cristãos, permanecem dúvidas sobre se a passagem fazia parte do texto original de Josefo, ou, em vez disso, de uma adição posterior - que pode ser datado não mais do que no início do século 3, quando ele é citado por Orígenes emContra Celsum”. De acordo com esta passagem, a execução de João foi responsável por uma derrota que Herodes sofreu em 36 d. C. Assim, em bom rigor apenas poderemos dizer que a morte de João Baptista teria sempre que ser anterior a esta data nada impedindo que pudesse, de facto, ter ocorrido 10 anos antes. De facto a memória dos povos é curta mas o tempo histórico é sempre relativamente proporcional à importância emocional dos factos. De qualquer modo haveria sempre a hipótese de ter ocorrido algures um lapso redactorial de dez anos.

Assim, tudo aponta para que Jesus tenha emergido na senda messiânica por volta do ano 26 com a idade de cerca de 45 anos tendo vindo a ser crucificado por volta do ano 27 da era actual, data em que a pascoa Judaica calhou a um Sábado e cerca da data do eclipse solar visível em Jerusalém no ano 29, se aceitarmos que as correlações astronómicas são sempre um referencial mais rigoroso do que qualquer outro argumento conjectural. Apostar no ano 33 seria alargar a vida pública de Jesus a cerca de meia dúzia de anos o que seria altamente improvável com a instabilidade política que a sua pregação provocava e tanto tempo teria deixado marcas bastantes para nem Josefo nem os talmudistas as ignorarem.

Sendo assim, temos que dar razão à tradição que refere três anos de vida pública de Jesus mas com uma pequena ressalva: Jesus começou como raboni no ano 26 mas a sua vida messiânica começou com o baptismo por João no ano 27 e só se tornou pública e notória depois da morte deste e só foi oficializada com a Unção de Betânia o que significa que os acontecimentos que ficaram registados nos evangelhos são uma mistura confusa destes dois períodos da missão de Jesus. João, ao colocar a expulsão dos vendilhões do templo no início desta missão dá-nos a entender que a sua vida pública foi curta e fugaz o que em parte explica o rasto quase nulo que deixou na história da época.

Por outro lado a conjectura de que a Assenção de Jesus terá ocorrido com mais de 72 anos é compatível com as teses de Ireneu.

"For how could He have had disciples, if He did not teach? And how could He have taught, unless He had reached the age of a Master? For when He came to be baptized, He had not yet completed His thirtieth year, but was beginning to be about thirty years of age (for thus Luke, who has mentioned His years, has expressed it: Now Jesus was, as it were, beginning to be thirty years old, when He came to receive baptism); and, [according to these men,] He preached only one year reckoning from His baptism. On completing His thirtieth year He suffered, being in fact still a young man, and who had by no means attained to advanced age. Now, that the first stage of early life embraces thirty years, and that this extends onwards to the fortieth year, every one will admit; but from the fortieth and fiftieth year a man begins to decline towards old age, which our Lord possessed while He still fulfilled the office of a Teacher, even as the Gospel and all the elders testify; those who were conversant in Asia with John, the disciple of the Lord, [affirming] that John conveyed to them that information. And he remained among them up to the times of Trajan. Some of them, moreover, saw not only John, but the other apostles also, and heard the very same account from them, and bear testimony as to the [validity of] the statement. Whom then should we rather believe? Whether such men as these, or Ptolemaeus, who never saw the apostles, and who never even in his dreams attained to the slightest trace of an apostle?"

Como o imperador Trajano (98-117 dC) começou seu reinado no ano 98 d. C. Jesus teria tido, no mínimo, 98 anos de idade, no começo do reinado de Trajano, isto significa que Jesus renunciou ao trono messiânico para o seu irmão Tiago por volta dos 75 anos depois da morte de seu filho Barrabás ou seja Elimas Barjesus mais conhecido por Santo Estêvão.

Assim, aquilo que parecia uma incongruência de João com os sinópticos é, afinal, a explicação cabal da tradição gnóstica dum único ano de missão como messias, o Cristo!

Por outro lado, Lucas confundiu a idade de Jesus na altura da vida pública com 30 anos, porque tal lhe parecia formalmente ideal e porque havia também a tradição de que esta teria começado 30 anos depois do senso de Quirino, ano em que quiçá se deu o verdadeiro baptismo de fogo de Jesus!



[1] Historian Nancy L. Kuehl writes: "The only manner in which a man's bones might view him is if they were no longer enclosed in flesh...there is a very important discrepancy in wording here that has failed to receive close scrutiny. The word 'PIERCED' [in Psalm 22:16-18] does NOT mean 'to pierce through.' The Hebrew word here is 'aryeh and is derived from the root 'arah. Those words literally mean 'to pluck away skin' as a young lion might maul and tear the flesh of a carcass, exposing the whitened bones. Anyone who has ever been slapped by a cat knows that the skin is not pierced through but literally pulled away. A stone, especially if sharp, would have the same effect as a lion's claw. William Wilson gives the following exact usage of the word: 'arah, 'like a lion.'

"Again, crucifixion could NOT 'pluck' into the flesh and tear it away. Had the prophecy been meant to imply a puncturing of nail marks, the word daqar (as used in Zech. 12:10), 'to stab or thrust through,' would have been used instead. The word for 'feet' [in Psalm 22:16-18] is pudenda and indicates the generative parts of a man's body, but might well refer to the abdominal cavity in general. Certainly, anyone who was stoned would receive wounds all over the body... "But it is the portion of the Psalm [22:16-18] that gives us the best evidence of stoning. Looking down upon his own body from the tree, the individual speaking in the Psalm SEES HIS BONES, and THEY BEHOLD HIM! The phrase would indicate that there is no flesh on his bones, that the skin had been removed from them. The wording is used to indicate that the bones are bared and stare back at him. The fact is the scourging by either party (either the Sanhedrin or the Romans) would have been injurious TO HIS BACK, not the front, where he might look down and view his own bones. He would NOT have been able to see his back while hanging on the tree. Crucifixion, in no way, would cause bones to be so exposed as to be viewed by the victim himself" (A Book of Evidence: The Trials and Execution of Jesus, p. 195).

[2] William Edwards, M.D., et.al., "On the Physical Death of Jesus Christ," Journal of the American Medical Association (26 de março de 1986), pp. 1455-1463.

[3] On the Physical Death of Jesus Christ. by William D. Edwards, MD; Wesley J. Gabel, MDiv; Floyd E. Hosmer, MS, AMI Reprinted from the JAMA Journal of the American Medical Association. March 21, 1986, Volume 255 Copyright 1986, American Medical Association. By permission of Mayo Foundation.

[4] I was sent by Titus Caesar with Ceralius and a thousand riders to a certain town by the name of Thecoa to find out whether a camp could be set up at this place. On my return I saw many prisoners who had been crucified, and recognized three of them as my former companions. I was inwardly very sad about this and went with tears in my eyes to Titus and told him about them. He at once gave the order that they should be taken down and given the best treatment so they could get better. However two of them died while being attended to by the doctor; the third recovered.”

[5] The “blood and water” incident is also mentioned in one of the Epistles.

[6] Another argument against the Resurrection narrative survived in multiple variations for almost 2,000 years and was eagerly picked up by rationalist German scholars of the late 18th and 19th centuries.

Christ, they averred, did not actually die on the cross, but was taken down and placed alive in the tomb. He escaped to convince his disciples that He had risen from the dead.

Even Friedrich D. E. Schleiermacher, the father of modern theology, embraced this theory no serious scholar believes anymore. Craig fields two arguments against it:

1. It would have been virtually impossible medically for Jesus to have survived the rigors of his torture and crucifixion, much less not to have died of exposure in the tomb.

2. A half-dead Jesus desperately in need of medical attention would not have elicited in his disciples worship of him as the exalted Risen Lord and Conqueror of death." EVIDENCE FOR THE RESURRECTION, By Josh McDowell.

[7] http://www.abdicate.net/cal.aspx

[8] http://www.abdicate.net/print.aspx?sdn=357698

[9] http://www.abdicate.net/print.aspx?sdn=360239

[10] Squeezing the Jesus of the Gospels into History by Evan T

[11] 14,5 This James, the Lord's brother and Joseph's son, died in Jerusalem, after living for about twenty-four years after the assumption of the Savior.48 For at the age of ninety-six he was struck on the head with a fuller's rod, was thrown from the pinnacle of the temple (6) and fell without injury, but knelt in prayer for those who had thrown him down and said, "Forgive them, for they know not what they do. -- The Panarion of Epiphanius of Salamis: Sects VII.

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