Smindeus significaria "mata ratos", mistério etimológico difícil de explicar!
Figura 1: This
is an interesting variant of Apollo Smintheus. It shows the cult statue
as usual, but with the addition of a big fat mouse at Apollo's feet.
Apollo has numerous epithets, but in the Iliad, book 1, he is called Smintheus, the mouse god. Smintheus
shrines have been found only in the northwest sector of Anatolia, one
of the possible places of origin for the Philistines. "The chief shrine
was at Chyrsa on the coast of the Troad in which temple mice were kept,
and in which a mouse was carved at the foot of the statue of Apollo. There was also a temple dedicated to Apollo Smintheus on nearby Tenedos, and here as Smintheus he was the ruling divinity" (R. Miller 1939, 34-35; M. Wood 1986, 234 has similar information).
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Apollo
also had a temple on Chios, a large island south of Troy, and there
were sites with Smintheus as part of their name on the Troad south of
Troy (Cook 1974, 37-40) and on the island of Rhodes. The island of Chios
is directly off the coast of Izmir/Smyrna near Mount Sipylus, which is
the region where George Mendenhall matches the word Philistine
(Peleset) with a Greek dedicatory inscription (Mendenhall 1974). The
area around Mount Sipylus was probably part of Arzawa, with the Carians
and Lycians to the south. The
Greek geographer Strabo (late first century B.C. to early first century
A.D.) quotes the Greek poet Kallinos, who claimed that Troy was
colonized by Cretans. Smintheus may be a Cretan word, though it
has also been identified as western Anatolian (Mysian) (Leaf 1923, 240;
R. Miller 1939, 35; M. Wood 1986, 180). The nth
sound of Smintheus, according to A. R. Burn, is characteristic of
Cretan, Carian, and southern Aegean (1930, 89). Whether the movement of
culture and language was from Crete to western Anatolia or vice versa
cannot be determined, and places in both regions sharing similar names
are common and widespread. For
example, Mount Ida in the Troad shares its name with the sacred mountain
in Crete. Thus, many ties have been demonstrated between the Troad and
Crete.[1]
ΣΜΙΝΘΕΥΣ > Smin-theus = Deus | Smin < Ish-Min = Min-ush > Minos |.
Tudo aponta para a possibilidade de o culto anatólico a Apolo Semindeus
ter sido de origem cretense e por isso, dedicado ao deus Minos da
fertilidade minóica antes de ter sido hitita, e depois troiano na ilha
de Tenedos.
Segundo
Diodoro Sículo, Cicno era um rei de Colonê, na Tróade, que, acreditando
em calúnias contra a sua esposa, colocou seu filho Tenes numa arca e
lançou-o ao mar. A arca chegou à ilha de Leucofris onde Tenes chegou
milagrosamente são e salvo tornando-se depois no rei da ilha.
Em Tenedos já se encontrava edificado no VII século AC um santuário de Apolo Semindeus, que segundo a fórmula homérica, era o "Deus Supremo de Tenedos" (Ilíada I).
Figura 2: Those
heads portrayed two characters from a local foundation legend: Tenes
and, probably, his young step-mother and lover, Philonome. However, even
in ancient times the combination of the janiform, male/female head and
the double axe on the reverse gave rise to tales of the punishment for
adultery (!), and by the end of the 5th century the head on the coins of
Tenedos was transformed into one of Zeus and Hera.
Ao
longo de todos os tempos a ignorância dos novos poderes relativamente
ao passado costuma ser tão confrangedora quanto o pedantismo pretensioso
dos novos-ricos. A simples associação nas mesmas moedas de prata da
face dupla de Tenes e, provavelmente, da sua jovem madrasta e amante Philonome e no reverso “machado de duplo gume” de Tenedos não permite nenhuma ilação de que pretenderia significar a punição do adultério como
pena capital porque tal seria contrário ao mito fundador da cidade que
devia a sua origem precisamente ao resultado do adultério da mãe do
herói lendário Tenes.
Pelo contrário, este
“machado de duplo” gume representava o poder minóico. Por outro lado,
enquanto mito fundador pode ser uma mera criação imaginativa tardia dos
habitantes da cidade de Tenedos que se teriam esquecido de que este nome teria sido um dos epítetos do seu deus supremo, Tanatos, o senhor da vida e da morte.
Ver: TANATOS (***)
Na verdade, ten- é a raiz do verbo latino da posse, tenere, e um dos componentes de Neptuno que seria o deus supremo da cidade por ter sido o da talassocracia cretense, e por isso equivalente do grego don- do “deus menino” Dionísio e de Poseidon. A forma Tenedion
presente na moeda de figura anterior será assim uma espécie de
redundância relativa ao grande e poderoso deus e senhor da cidade de Tenedos que seria a cobra Ten- / Thon- / Dan-, o “deus menino” dos cretenses, que foi Zeus recém-nascido / Dionísio e Apolo adolescente e em adulto seria o deus supremo, Zeus / Neptuno. A cobra de água de Neptuno, o rato de Apolo Semindeus e o lagarto de Apolo Sauróctono seriam animais totémicos de Apolo enquanto tendo alguma relação com a cobra ou com os cultos telúricos e ctónicos.
A função purificadora de Apolo,
nos ritos de passagem e de iniciação guerreira poderia estar
relacionadas com a protecção deste deus contra as pragas nomeadamente de
gafanhotos como o comprova o epíteto de Apolo Semindeus (mata-ratos), Apolo Parnopios (o mata-gafanhoto) e Apolo Eruthibios (do míldio). Os romanos também o chamavam Apolo Culicário ("dos mosquitos").[2]
Figura 3: Apolo “Sauroctono”.
(Copia romana de um original atribuído a Praxiteles, feita 350 antes de C. Mármore - altura : 1,49 m. Museu do Louvre). =>
También podría ser una parodia del mito en el que Apolo mató a la serpiente Pitón.
También
hay que señalar que entre los epítetos de Apolo se encontraban
Alexikakos, Epidourios y Peán, es decir, liberador de la enfermedad,
auxiliador y sanador. Es posible que el propósito de esta estatua, en la
que el lagarto simbolizaría la enfermedad, fuera representar estos
atributos de Apolo.
No dialeto eólico “smintha” significa rato. Assim Apolo Smintheus seria literalmente o deus rato.
El
tema de la representación de un dios como Apolo en un entretenimiento
infantil dentro de un templo es sorprendente y extraño. Apolo,
representado como un adolescente, se encontraba en actitud relajada y
pensativa antes de herir al pequeño lagarto con una flecha que debía
tener en una de sus manos.
La
postura de Apolo conserva la característica curva praxiteliana en la
cadera, compensada con el apoyo del peso sobre una de sus piernas y
sobre el árbol. Esta figura podría representar a Apolo en su condición
de pastor. Según la mitología griega, Apolo mató a los Cíclopes y por
ello fue sentenciado a servir como pastor del rey Admeto.
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Apolo Saurótono
parece fazer parte deste grupo de deus protector de zoonoses mas não se
entende muito bem como, até porque não faz parte dos títulos deste deus
mas do nome de uma das estátuas de Praxiteles que “sobrevive” no Louvre e que representam o deus na atitude infantil de caçar lagartos!
Na
verdade os lagartos sempre foram inofensivos. No entanto, pode ter
acontecido que nem sempre assim tenha sido, senão como uma praga de
facto pelo menos por aparência já que todo o excesso populacional de uma
espécie é sempre incómodo quanto mais não seja pelo desequilíbrio
ecológico que provoca ou de que é consequência.
Quer dizer que a alcunha de “mata-ratos” deste deus deve resultar dum qualquer equívoco com o mito homérico da cobra Píton,
que veio a ser confundida com o lagarto e depois com ratos conforme as
necessidades sanitárias da época e do lugar! O rato era antigamente um
símbolo de poderes proféticos porque estes roedores eram considerados
com capacidades particulares de sobrevivência, preveriam catástrofes e
por isso se pensava que estes animais eram inspirados pelas emanações
telúricas da terra. No entanto, estes argumentos são contraponto do
facto de que Apolo seria
literalmente o “mata-ratos” porque a cultura grega já teria
empiricamente reconhecido o rato como animal daninho responsável por
pragas que, quando atingiam os grandes celeiros públicos, poderia
provocar epidemias de fome.
Figura 4: Mosaico romano da Tunísia, século II d.C. onde se representa Apolo Sauróctono em postura báquica amansando as feras como Orfeu, manifestando-se o verdadeiro irmão de Potnia Teron.
Assim,
qualquer desenvolvimento populacional explosivo de espécies nefastas
era considerada uma praga pelos desequilíbrios ecológicos empíricos que
provocava, como no caso típico das pragas de gafanhotos e, por isso, Apolo, era adorado como protector contra as pragas em geral e dos ratos em particular.
O RATO, ANIMAL SOLAR
Figura 5:
Ce dieu, vêtu d'une tunique détachée de l'épaule droite comme celle de
Vulcain et portant au cou le torques national, se distingue
principalement par les cornes qui s'élèvent sur son front, et par le sac
placé sur son bras gauche, tandis que de la main droite il en fait
sortir une masse et comme un ruisseau de fruits, faînes ou glands, dont
viennent se nourrir un taureau et un cerf, représentés au-devant de la
plinthe carrée sur laquelle repose le corps du dieu. Le bas-relief qui renferme ces précieux détails a la forme d'une édicule, dans le fronton de laquelle on remarque un rat. Le nom qui, sans aucun doute, convient le mieux à cette divinité, est celui de Cernunnos, (...).
|
–
Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des
religions et des moeurs de l'antiquité (Band 2, pag. 326), Charles Lenormant & Jean Joseph Antoine Marie de Witte.
Não podemos garantir se Cernuno seria uma variante de Apolo Carneios
mas quase seguramente que assim seria. De qualquer modo verificamos que
a tradição celta, em muitos aspectos muito mais arcaica e
orientalizante do que a greco-romana, demonstra aqui a inegável relação
que existiu entre o cultos de dos deuses da fauna e da flora abundante
como era na Grécia Pótinia Teron / Artemisa, irmã de Apolo que entre os celtas gauleses seria Cernuno,
e os cultos da Fartura e da Fortuna considerados ctónicos por estarem
obviamente relacionados com a Deus Mãe da Natureza. O rato aparece a
encimar este culto porque por qualquer motivo este pequeno animal
estaria relacionado com a abundância fosse porque teria como o coelho
uma fecundidade proverbial, fosse porque este animal estaria relacionado
com a abundância dois celeiros para os quais seria uma ameaça que só os
deuses da fartura como Cernuno / Apolo Carneios protegiam.
A relação do rato com a fecundidade da terra parece ser uma ideia do senso comum erudito antigo como conta
Ils essaient de démontrer la fertilité de leur sol en racontant que l'on voit encore aujourd'hui dans la Thébaïde
une contrée où naissent spontanément, dans de certains temps, des rats
si prodigieux par leur grosseur et leur nombre que le spectateur en
reste frappé de surprise, et que plusieurs de ces animaux, formés
seulement jusqu'à la poitrine et les pattes de devant, se débattent,
tandis que le reste du corps, encore informe et rudimentaire, demeure
engagé dans le limon fécondant. -- DIODORE DE SICILE. BIBLIOTHÈQUE HISTORIQUE. TOME PREMIER : LIVRE I. Traduction française : FERD. HOEFER
Ver: APOLO KARNEIOS (***)
English mouse < O. E. mus "small rodent," also "muscle," < P. Gmc. *mus
(cf. O.N., O. Fris., M. Du. mus, Ger. Maus "mouse"), < PIE
*muHs- (cf. Skt. mus "mouse, rat," O. Pers. mush "mouse," O.C.S. mysu,
L. mus, Lith. muse "mouse," Gk. mys "mouse, muscle").
O
nome do «rato» lusitano parece ser uma excepção à constância
indo-europeia do nome deste pequeno animal silvestre, de pouca ou nula
utilidade doméstica e que já era responsável por pragas.
Ora,
possivelmente não por mero acaso o “rato” luso parece ter etimologia
desconhecida mas agora possível de relacionar com Apolo Latoano por meio de sua mãe Leto.
Latoano < Rato-An < Urash-An
< «Rato» < Lat. ratu, confirmado (?) ≠ Lat. mus, muris
muris < Ma-ur > Urash
> ὕραξ [rato ou musaranho Nic.Al.37. (ó Lat. so-rex
ó Ζε-γέ-ρι-ες, a Libyan word for mouse, Hdt.] > Urat > Ratu > Leto.
ἐχι-νέ-ες = kind of mouse with rough bristling hair
< Σμίνθο-ς (a Cretan word) for mouse > Sminth > Ish-Min = Min-ush
(> Minos) > Mnus > Lat. mus ó Grec. mys (μῦς)
Lat. Nom. mus < Gen. muris = Mur-ish < PIE *mu®-his-
Se o rato latino era um diminutivo de muris o seu deus seria Murino ou Murano e seguramente Marão / Marano em português.
O
rato sendo o primeiro a abandonar os naufrágios faria jus às suas
qualidades proféticas e comprovava a sua relação particular com Marano.
Secondo la tradizione, il toponimo Murano deriverebbe da Ammuriana, una delle porte della città madre.
Uma
destas figuras é Marânus, um “ser perfeito e livre, isento e virgem”, o
ente que vagueava, solitário, pelo mundo. Por isso, ele ia andando
neste encanto da paisagem que «paira, magoado, sobre as cousas, / Onde,
em silêncio, jaz divino canto...» (Pascoaes 1990a:5)
Obviamente que tanto o Marão português como o Marano venesiano seriam um deus arcaico casado com a deusa Ammuriana, a mesma que viria a ser Amorca, a deusa da porca de Murça. Obviamente que de pouco parece servir tanto saber para chegar dos ratos latinos a Apolo Smindeus mas indirectamente o entenderemos se aceitarmos que estas deidades arcaicas seriam variantes de Artemisa, Potnia Teron irmã gémea e esposa de Apolo e a deusa mãe dos animais e da Natureza.
Os
gregos não tinham obviamente a noção clara de que os ratos propagavam a
peste e estamos portanto perante uma mera coincidência entre um deus da
peste e os ratos que a propagam. No entanto, nada prova de que não
existisse a suspeita intuitiva de que pudesse ser assim ou que pelo
menos existia a dupla evidência de que, quando os ratos morriam à fome
mal iam os povos e que por outro lado o excesso de ratos em cidades
atulhadas de lixo eram uma praga que punha os celeiros em perigo!
No
entanto é possível que já existisse a percepção subconsciente duma
relação latente dos ratos com a peste, particularmente com o tipo
murino. Na verdade a Bíblia parece ter já essa intuição em 1 Samuel 5 e 1
Samuel 6.
1 Samuel 5: 6Entretanto a mão do Senhor se agravou sobre os de Asdode, e os assolou, e os feriu com tumores, a Asdode e aos seus termos. (…) 9E
desde que a levaram para lá, a mão do Senhor veio contra aquela cidade,
causando grande pânico; pois feriu aos homens daquela cidade, desde o
pequeno até o grande, e nasceram-lhes tumores. (…) 12Pois os homens que não morriam eram feridos com tumores; de modo que o clamor da cidade subia até o céu.
1 Samuel 6: 4-5Mas que oferta de culpa vamos nós mandar? Mandem cinco modelos, em ouro, do tumor causado pela praga e cinco outros modelos, em ouro, dos ratos que devastaram a terra toda - as cidades principais e as outras povoações.
Se assim fizerem e depois derem louvores ao Deus de Israel, é possível
que ele faça parar de vos perseguir, a vocês e aos vossos deuses. 6Mas
não sejam teimosos e rebeldes, como o foram o Faraó e os egípcios, que
não deixaram partir Israel sem que Deus os tivesse destruído com pragas
tremendas.
Aquilo
que poderemos inferir é que se tratou de um caso de peste bubónica
porque teve o rato como vector mas suspeita-se que, tal como este livro
da bíblia descreve esta epidemia, os judeus deste tempo não associaram
uma coisa à outra mas antes as entenderam como duas pragas distintas.
A
cidade alemã de Hamelin que, segundo a lenda, foi um dia libertada de
uma praga de ratos por um flautista, está novamente inundada de
roedores. De acordo com as autoridades municipais, o número de ratos já
começou a invadir os jardins desta cidade. Um depósito de lixo nesta
cidade alemã está a atrair um número significativo de ratos. -- 19 de Novembro de 2008.
A
cidade de Hamelin foi vítima de uma praga de ratos. As autoridades não
sabiam mais o que fazer. Surgiu na cidade um sujeito que se apresentou
como pegador-de-ratos (“Rattenfänger”), que era uma profissão informal
muito comum na época. Tocando numa flauta, ele atraiu os ratos da cidade até o rio, onde todos se afogaram.
Ao tentar receber o pagamento combinado, o prefeito recusou-se a pagar.
Ele pegou a flauta, tocou outra música e atraiu todas as crianças da
cidade, levando-as até uma montanha próxima, onde uma caverna misteriosa
se abriu para que todas entrassem. E nunca mais ninguém teve notícias
do Flautista ou das crianças. As crônicas históricas dizem que o
episódio original envolveu apenas as crianças, e o extermínio dos ratos
só foi anexado ao enredo alguns séculos depois. (…) Mas Hamelin não é
a única. Brandenburgo conta a história de um tocador de realejo que
levou as crianças da cidade para dentro de uma montanha; parece ser uma
mera transposição de local, e não uma nova lenda. Outra lenda diz que na
cidade de Erfurt, em 1257, cerca de mil crianças se agruparam no centro
da cidade, cantando e dançando, e partiram assim de estrada afora, até
chegarem em Arnstadt, onde foram recolhidas até que seus pais as
trouxessem de volta. História parecida com a de Hamelin é contada em
Korneuburg, na Áustria, onde as crianças foram levadas num navio e
vendidas como escravos em Constantinopla. Algumas versões dizem que a
montanha onde as crianças sumiram (o monte Poppenberg) tinha um túnel
que ia dar na Transilvânia, e elas passaram o resto da vida lá.
Episódios reais (pragas de ratos, a “Cruzada das Crianças”) podem ter
servido de origem para a lenda, mas sua longevidade se deve sem dúvida a
sua lição moral nítida (castigo pelo não-pagamento de um acordo), ao
cruel nivelamento entre ratos e crianças, ao poder mágico da música, à
figura arlequinal e enigmática do Flautista (que geralmente é descrito
como vestindo uma roupa de faixas vermelhas e amarelas). O final em
suspenso, com uma pergunta que não é respondida ao longo dos séculos
(para onde foram as crianças?) garante à lenda um mistério inesgotável.
-- Mundo Fantasma, artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba".
É evidente de que o poder da flauta para atrair “os ratos da cidade até o rio, onde todos se afogaram” nos reporta para os poderes órficos da música se bem que Apolo preferisse a cítara deixando a flauta a Pan que seria a personagem oculta na história da “flauta mágica” medieval.
A
ideia apressada de que o conto do “flautista mágico” seria um mito
apolíneo relacionado com a peste negra é errónea. Primeiro porque não é
sequer seguro que todas as epidemias antigas fossem provocadas pela
peste moderna a não ser a peste negra que foi claramente bubónica.
Depois porque o primeiro investigador a considerar a peste negra como
uma doença infecciosa foi o médico árabe Rhases, no século X, o que
levou à criação da quarentena marítima. Finalmente só se identificou a
peste bubónica com uma zoonose provocada por pulgas de roedores em
finais do século XIX a quando da Terceira Pandemia em que começou a
investigação científica mais séria sobre a doença, por investigadores
que trabalhavam na Ásia onde a peste era endémica. Assim, resta apenas
concluir que os ratos seriam vistos não tanto como um vector da peste
mas penas como uma prega porque enquanto roedores domésticos punham os
celeiros em risco de fome abrindo assim as portas à peste. Se antes do
século XIX a peste nunca esteve claramente associada com os ratos esteve
sempre associada com a fome e deve ter sido sempre suspeito o facto de
os ratos morrerem quando havia pestes na medida em que havia também a
ideia do senso comum de que quando os ratos morriam de fome seria porque
os celeiros estavam vazios.
Entre as mentes mais esclarecidas já havia uma relação empírica dos ratos com a pestilência.
Estos
conocimientos, modernamente adquiridos, los poseían ya los antiguos
españoles. Sabían éstos que los roedores en abundancia eran peligrosos y
tal vez más peligrosos cuando emigraban en gran cantidad. Al describir
las costumbres de los españoles, dice Estrabón: «No les es peculiar la
abundancia de ratones a la que ha seguido muchas veces una epidemia
pestífera. En la Cantabria ocurrió esto a los romanos, los emúes
llevaron, mediante salario, a quienes cazasen ratones en gran número y
de este modo desapareció la enfermedad con dificultad y lentamente;
porque había escasez de sal y de trigo, pues por las dificultades de las
distancias los traían con dificultad de la Aquitania.»
La
rareza del texto y el deseo de conocer si la traducción del griego al
latín estaba bien hecha, me decidieron a consultar, como ya dije en otro
lugar, al distinguido helenista D. Mateo Rioja. Cuando leí la
traducción literal y directa que hizo del griego mi buen amigo, tuve la
satisfacción de ver que la que yo había hecho del latín no variaba en su
esencia. --- NUMANCIA - (La Medicina en la Antigua Ibéria, por el Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz.
Na
verdade o texto é estranhíssimo sobretudo perante a realidade da
ausência duma efectiva de relação epidemiológica entre a peste e os
ratos na literatura médica hipocrática dos autores greco-romanos.
O
problema é que quando se quer comprovar uma tese nacionalista há sempre
um bom amigo ainda mais arrivista! Porém a tradução de Antonio
García y Bellido não é inteiramente coincidente com a do Dr. Mariano
Iñiguez y Ortiz comprovando-se assim que a maioria dos mitos e lendas de
conveniência resultam de traduções e interpretações tendenciosas.
18.
No es costumbre privativa de los íberes la de montar dos en un mismo
caballo, de los cuales uno, llegado el momento del combate, lucha como
peón. Ni tampoco es cosa exclusiva de ellos la plaga de ratas y las enfermedades epidémicas que por lo regular las siguen.
Esto fue lo que advino a los rhomaíoi en Kantabría; hasta tal punto,
que hubieron de dar a aquellos que las capturasen una prima a tenor del
número de ratas presentadas, y aun así escaparon del peligro difícilmente. Ocurrióles también escasez de otras cosas, principalmente de trigo, teniendo que proveerse del de la Akyitanía (…), lo que se hacía penosamente por las dificultades del terreno. -- ESPAÑA Y LOS ESPAÑOLES HACE DOS MIL AÑOS (Antonio García y Bellido). Libro III de la "Geografía" de Estrabón.[3]
18.
Un autre usage des Ibères, mais qui ne leur est pas particulier non
plus, c'est de monter à deux le même cheval, l'un des deux cavaliers
mettant pied à terre au moment du combat.
De même l'Ibérie n'est pas seule à avoir souffert des invasions de rats et des maladies épidémiques qui en sont le plus souvent la suite.
Les
Romains éprouvèrent par eux-mêmes en Cantabrie les effets de ce fléau,
et durent, pour s'en délivrer, organiser une chasse en règle, avec
promesse publique d'une prime par tant de rats tués; même ainsi, ils
eurent de la peine à échapper à la contagion, d'autant que la
disette était venue aggraver leur position: réduits à tirer d'Aquitaine
leur blé et leurs autres approvisionnements, ils ne les recevaient qu'à
grand-peine, vu l'extrême difficulté des chemins.[4] – Les Ibères, Strabon, Livre III, Chapitre III. Traduction française: Amédée TARDIEU.
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18.
Nor yet is the following custom peculiar to the Iberians alone: they
ride double on horseback, though in the time of battle one of the two
fights on foot;
nor the especially great number of the mice, from which pestilential diseases have often ensued.
This
was so much the case for the Romans in Cantabria that, although a
proclamation was made that mice-catchers would gain bounties graded in
proportion to the number caught, the Romans could barely come through with their lives;
and, besides the plague, there was a scarcity, not only of other stuffs, but of grain too;
and only with difficulty could they supplies out of Aquitania on account of the rough roads. --- The Geography of Strabo published in Vol. II of the Loeb Classical Library edition, 1923. [5]
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Οὐδὲ
= Nem, τὸ = o/a τῶν = de eles/elas, μυῶν = de ratos, πλῆθος = praga,
ἴδιον = dos mesmos, ἀφ' = depois, οὗ = onde, καὶ = e, λοιμικαὶ =
pestilentos, νόσοι = doenças, πολλάκις = frequentemente, ἠκολούθησα =
eclodem.
Οὐδὲ τὸ τῶν μυῶν πλῆθος ἴδιον, ἀφ' οὗ καὶ λοιμικαὶ νόσοι πολλάκις ἠκολούθησαν.
Tradução literal livre: Nem (só) deles próprios (é) a praga de ratos, dos quais as doenças pestilentas frequentemente eclodem.
Traduzir
línguas antigas tem muito de quebra-cabeças charadístico porque a
reconstrução do contexto estilístico depende menos da gramática e mais
do conhecimento do etilo e do contexto histórico do autor o que é
obviamente tarefa de especialistas.
Ainda
que todos as traduções comparadas deste trecho da Geografia de Estrabão
relativa aos costumes cantábricos difiram na forma todas concordam no
essencial da informação que está longe de ser a que Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz desejaria que fosse:
E l estudio de ese texto pone fuera de duda lo siguiente:
1.°
Los españoles procuraban librarse de la abundancia de ratones y ratas y
se ponían en guardia cuando aumentaba su número ordinario, tal vez por
la emigración de estos animales.
2.°
Sabían los españoles que a esta abundancia de ratas y ratones seguía
muchas veces una epidemia, una lúes pestífera, peste de bubas y úlceras
hoy llamada peste bubónica.
A
verdade é que Estrabão apenas disse que as pragas de ratos não eram um
exclusivo dos cantábricos, o que parece ser quase uma verdade de
Lapalice com dois mil anos de existência. Também não diz que os
cantábricos sabiam que as pragas de ratos fossem causa de peste porque é
ele próprio que opina essa possibilidade o que nos deixa a pensar que
alguns génios podem ter razão antes do tempo sem que ninguém lhes preste
muito crédito. O resto do texto do Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz é uma completa mistificação nacionalista bacoca!
(...)
Los romanos, es decir, el ejército romano padeció a juzgar por lo que
dice Estrabón, una epidemia de peste en la Cantabria, y desesperados
porque sus remedios resultarían ineficaces, debieron aceptar los buenos
consejos de los bárbaros y transigieron con ellos como se transige con
esos remedios caseros que si no hacen bien, no pueden causar daño. A
este fin contrataron, mediante estipendio o soldada a individuos que
exterminaran los ratones, viendo desaparecer la enfermedad aunque con
dificultad y lentitud.
Aunque
los romanos transigieron con los consejos de los iberos y procedieron a
practicar el muricidio, no debieron creer que esta medida fuese eficaz y
que a ella se debiese la disminución de la enfermedad. Para ellos, como
se dice en el pasaje de Estrabón, la causa de la epidemia era la
escasez de sal y de trigo que no podía llegar de Aquitania. Si a mayor
abundamiento coincidió la dismi nución de la epidemia con la llegada de
grandes convoyes de víveres se fortalecerían más en su opinión. Hay que
reconocer que también en eso tenían los romanos algo de razón, pues el
hambre y el miedo se hermanan muy bien con los microbios para producir
las epidemias.
No es de extrañar este desvío de los romanos por la práctica española de destruir ratas y ratones para prevenir la peste. Su
orgullo de vencedores y la creencia en su superioridad, no les dejaría
ver con buenos ojos la lección que les daban los pobres vencidos y no es
extraño por tanto que olvidasen el consejo. (???)
E
l pueblo romano no creyó nunca en esta relación de causa a efecto entre
las ratas y la peste; en su literatura se encuentran algunas
indicaciones de que otros pueblos conocieron el azote de los ratones; pero
Plinio y otros autores refieren estos hechos vagamente, como una
curiosidad, y atribuyendo el azote a la voracidad de los animales. Rutilio Rufo, dice en dos versos:
Dicuntur cives quondam migrare coacti
Muribus infectos deseruise lares.
(Se dice que los ciudadanos, obligados a emigrar en cierta
época, abandonaron sus hogares infectados por los ratones).
(...)
Herodoto recogió en Egipto, doscientos cincuenta años después, una
tradición, según la cual, Senacherib, rey de los asirlos y árabes, habla
avanzado para invadir el país del Nilo; pero el piadoso rey egipcio
imploró el favor de los dioses, y aquella misma noche, un ejército de
ratones fué enviado al campamento enemigo y destruyó los carcajes de
cordobán, las cuerdas de los arcos y los escudos de cuero. Los enemigos, así desarmados, pudieron ser fácilmente derrotados y muertos. --- NUMANCIA - (La Medicina en la Antigua Ibéria, por el Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz.
A
relação objectiva já andava por lá só que não era minimamente entendida
como relação de causa e efeito mas percebida como acontecimentos
distintos que ocorriam em paralelo sendo sempre a praga em si o perigo
mais temido por causa da voracidade natural dos ratos multiplicada por
miríades.
De
facto, Estrabão ao falar dos costumes dos cantábricos espantosamente
parece ter tido debaixo da língua a verdade sobre a pestilência dos
ratos mas como deu com a língua nos dentes o segredo da forma como os
romanos se livram do perigo (não explicitamente da peste) da praga de
ratos cantábricas perdeu-se num vago eco de praga de ratos misturada com
carestia de víveres que teve que ser penosamente superado com trigo da
Aquitânia!
O nome Apolo Sminteu seria o mesmo que Apolo de Sminte,
cidade da Troade onde Apollo era adorado desde tempos pré-helenos
porque teria acabado com uma prega de ratos que assolava a cidade.
Com mais rigor ainda, Apolo Seminteu seria o mesmo que deus de Sminte ou outra coisa qualquer porque esta etimologia aprece mais causa do que efeito. Mesmo que Apolo fosse ali adorado desde tempos hititas o nome mais próximo da raiz tanto da cidade como do título do deus seria Esménio nome próximo do fenício Esmun, deus medicinal de mistérios iniciáticos e de morte e ressurreição e ambos reportados para um filho do poderoso deus Min.
Esta associação de ideias de Apolo Smindeus com Apolo Saurótono permite-nos divagar um pouco a respeito da estranha origem Grega do nome de S. Paulo, o
santo que, na sua qualidade de grande ideólogo do cristianismo, veio,
em parte, a substituir o papel do deus da sabedoria que era Apolo. Na verdade, «Paulo» em italiano é Paolo, um trocadilho de Apolo. Ora, supunha-se que o nome original do Santo tenha sido Saulo, o helenista.
Apolo ó Paulo ó Saulo ó Sauro + Ktonos
=> Sauroctono! O mata-lagartos? = O “mata-ratos”.
Eshmoun < Eshu-| Mon < Min | > Eshu > Xu.
ó At-moun > Atman > *Atumnus => Atum ó Adónis, etc.
Figura 6: Statue of the orisha Eshu, Oyo, Nigeria, c1920.
In Yoruba mythology, Eshu is
an Orisha, and one of the most respected deities of the tradition. He
has a wide range of responsibilities: the protector of travelers,god of
roads, particularly crossroads, the deity with the power over fortune
and misfortune, and the personification of death, a psychopomp.
A menos que da grande sorte que é a vontade divina nos fiquemos pela terminação o ourixá Eshu seria Hermes.
A similitude das funções de Eshu com
as de Hermes lançam as suspeita de que a origem mítica das civilizações
citadinas congolesas seriam cretenses, ou pelo menos egeias, e depois
fenícias.
Nos textos das placas micénicas de Pilos encontra-se o nome micénico U-PO-JO nome que parece ter ligações com o Udjat, o olho solar de Hórus.
Nas mesmas placas micénicas encontra-se o nome de DI-WO-NU-SO-JO que tem sido traduzido por Dioniso.
Será que Dioniso, enquanto sol nascente teria sido em tempos arcaicos um epíteto de Apolo “deus menino”?
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U(r)pojo? < Hurphojo < Kau(r)phojo < *Kurkullo?
Kau(r)phojo > Haurphayo > Urphio > Urfeu?
Kau(r)phojo > Hauphaullo > Au-Phôlho > Apollo?
DI-WO-NU-SO-JO = (DI-WO) + (NU-SO-JO);
ð (A)NU + SO-JO.
=> Sôlho < «Saulo» An (> «Solon») < Anu Saurio º Apolo Saurio > Phôllio An > (A)polon
Chemosh = The national god of the Moabites; human sacrifices were made to him.
Eshmun = Sumer God of medicine.
Smindeus < Shem-anu | < Sham-(an) | theos > lit. “deus Shem” ou <
*Ashmash > Shamash / Chemosh, o deus acádico do «sol»!
*Kakime-An -ian > *Ash-Min-i-an > Ismenian (Apolo).
> *Ash-Min > Eshmun.
Ora, do mesmo étimo derivaria o epíteto Ismeniano de Apolo, aliás relacionado com Eshmun também um deus da medicina como Apolo.
Conta o mito que Eshmoun
era um jovem de Beirute amante da caça. A deusa Astarte apaixonou-se
por ele, mas este para escapar aos avanços da deusa emasculou-se e
morreu. Astarte devolveu-o a vida na forma de um deus. A lenda diz
também que a aldeia de Qabr Shmoun, perto de Beirute, ainda preserva a
memória do túmulo do jovem deus. Conhecido principalmente como um deus
de curas, a morte e ressurreição de Eshmoun também lhe deram o papel de
deus de fertilidade que morre e anualmente ressuscita.[6]
É óbvio que Apolo Esménio seria uma variante grega deste deus Paião e sobretudo do arcaico deus menino solar cretense *Atmino / Ashmino precursor etimológico de todos os deuses de morte e ressurreição solar.
Estes
cultos arcaicos e animalescos a deuses pascais e de iniciação guerreira
estão na origem do xamanismo de que os pajé brasileiros são herdeiros.
Figura 7: Postal russo baseado em uma foto tirada em 1908 por S.I. Borisov, mostrando uma mulher xamã provavelmente da etnia Khakas.
O
xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas
etnomédicas, mágicas, religiosas (animista, primitiva) e filosóficas
(metafísica), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contato
direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de
animais, dos mortos, etc. (…) A palavra xamã vem do russo, tungue saman
corresponde à práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas e
árticas especialmente a Sibéria (região centro norte da Ásia). Outros
nomes para sua tradução seriam feiticeiros, bentos, magos, curandeiros e
pajés. (…) As variações "culturais" são muitas mas, em geral, o xamã
pode ser homem ou mulher, a depender da cultura, e muitas vezes há na
história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou
mental, que se configura como um chamado, uma vocação.
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Depois
disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e
outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado
de consciência e formas de se proteger contra o descontrole.
Esta
forma de religiosidade seria a mais natural e comum do homem
paleolítico e depois do neolítico rural antes das influências
especulativas uniformizadoras dos grandes templos neolíticos. O facto de
os xamãs serem mulheres e usarem o tambor de Cibele nas suas danças de
encantamento sugere a possibilidade, mais do que provável, de terem
acabado nos da deusa mãe anatólica que já seriam os mesmos de Creta.
Assim o xamã não seria o homem do chá medicinal mas aquele que estaria
próximos dos espíritos curativos dos animais psicopompos, do fumo e do
vento.
Semindeus < Eshmun < *Ash-Min > Ashman > «Xamã».
Ver: APOLO PAIÃO (***)
Mas, como suspeitamos que os deuses Apolo & Hermes seriam
irmãos gémeos primordiais janiformes, possivelmente os dezes que fariam
parte das moedas de Tenedos referidos no início, então Apolo Esménio
seria possivelmente uma sobrevivência dum culto arcaico a estes divinos
gémeos! De qualquer modo e óbvio que o culto pascal dos deuses mortos
esteve espalhado por todo o mundo como um mito de fertilidade agrícola (Min era, no Egipto, um deus fálico como Eshu) herdado de mitos de caça paleolíticos como se pode inferir do mito do Miniaturo e de Mitra.
Ver: DEUSES MORTOS (***) & MINOTAURO (***) & MITRA (***)
Foi Dioniso a evolução mítica de Apolo “deus menino”? Enfim, Apolo
mata-ratos ou mata lagartos seria apenas um deus “seminarista” dado a
brincadeiras e ritos de passagem “nas festas dos rapazes” que eram o
tirocínio juvenil de futuros archeiros e caçadores, os kauroi, «caretos»
e curetas!
[1] http://www.phoenixdatasystems.com/goliath/
[2] Da confusão, ou não, entre mata ratos e mata mosquitos terá surgido o deus Murcon de Porto Cale!
[3] http://libroiiiestrabon.galeon.com/capituloiv2.html
[4] http://remacle.org/bloodwolf/textes/iberes.htm
[5] http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Strabo/3D*.html
[6]
Legend has it that Eshmoun was a young man from Beirut who loved to
hunt. The goddess Astarte fell in love with him, but to escape her
advances he mutilated himself and died. Not to be outdone, Astarte
brought him back to life in the form of a god. It is also said that the
village of Qabr Shmoun, near Beirut, still preserves the memory of the
young god's tomb. Known primarily as a god of healing, Eshmoun's death
and resurrection also gave him the role of a fertility god who dies and
is reborn annually.
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