domingo, 9 de dezembro de 2012

APOLO SEMINDEUS, por arturjotaef.

Smindeus significaria "mata ratos", mistério etimológico difícil de explicar!
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Figura 1: This is an interesting variant of Apollo Smintheus. It shows the cult statue as usual, but with the addition of a big fat mouse at Apollo's feet.
Apollo has numerous epithets, but in the Iliad, book 1, he is called Smintheus, the mouse god. Smintheus shrines have been found only in the northwest sector of Anatolia, one of the possible places of origin for the Philistines. "The chief shrine was at Chyrsa on the coast of the Troad in which temple mice were kept, and in which a mouse was carved at the foot of the statue of Apollo. There was also a temple dedicated to Apollo Smintheus on nearby Tenedos, and here as Smintheus he was the ruling divinity" (R. Miller 1939, 34-35; M. Wood 1986, 234 has similar information).
Apollo also had a temple on Chios, a large island south of Troy, and there were sites with Smintheus as part of their name on the Troad south of Troy (Cook 1974, 37-40) and on the island of Rhodes. The island of Chios is directly off the coast of Izmir/Smyrna near Mount Sipylus, which is the region where George Mendenhall matches the word Philistine (Peleset) with a Greek dedicatory inscription (Mendenhall 1974). The area around Mount Sipylus was probably part of Arzawa, with the Carians and Lycians to the south. The Greek geographer Strabo (late first century B.C. to early first century A.D.) quotes the Greek poet Kallinos, who claimed that Troy was colonized by Cretans. Smintheus may be a Cretan word, though it has also been identified as western Anatolian (Mysian) (Leaf 1923, 240; R. Miller 1939, 35; M. Wood 1986, 180). The nth sound of Smintheus, according to A. R. Burn, is characteristic of Cretan, Carian, and southern Aegean (1930, 89). Whether the movement of culture and language was from Crete to western Anatolia or vice versa cannot be determined, and places in both regions sharing similar names are common and widespread. For example, Mount Ida in the Troad shares its name with the sacred mountain in Crete. Thus, many ties have been demonstrated between the Troad and Crete.[1]
ΣΜΙΝΘΕΥΣ > Smin-theus = Deus | Smin < Ish-Min = Min-ush > Minos |.
Tudo aponta para a possibilidade de o culto anatólico a Apolo Semindeus ter sido de origem cretense e por isso, dedicado ao deus Minos da fertilidade minóica antes de ter sido hitita, e depois troiano na ilha de Tenedos.
Segundo Diodoro Sículo, Cicno era um rei de Colonê, na Tróade, que, acreditando em calúnias contra a sua esposa, colocou seu filho Tenes numa arca e lançou-o ao mar. A arca chegou à ilha de Leucofris onde Tenes chegou milagrosamente são e salvo tornando-se depois no rei da ilha.
Em Tenedos já se encontrava edificado no VII século AC um santuário de Apolo Semindeus, que segundo a fórmula homérica, era o "Deus Supremo de Tenedos" (Ilíada I).
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Figura 2: Those heads portrayed two characters from a local foundation legend: Tenes and, probably, his young step-mother and lover, Philonome. However, even in ancient times the combination of the janiform, male/female head and the double axe on the reverse gave rise to tales of the punishment for adultery (!), and by the end of the 5th century the head on the coins of Tenedos was transformed into one of Zeus and Hera.
Ao longo de todos os tempos a ignorância dos novos poderes relativamente ao passado costuma ser tão confrangedora quanto o pedantismo pretensioso dos novos-ricos. A simples associação nas mesmas moedas de prata da face dupla de Tenes e, provavelmente, da sua jovem madrasta e amante Philonome e no reverso “machado de duplo gume” de Tenedos não permite nenhuma ilação de que pretenderia significar a punição do adultério como pena capital porque tal seria contrário ao mito fundador da cidade que devia a sua origem precisamente ao resultado do adultério da mãe do herói lendário Tenes.
Pelo contrário, este “machado de duplo” gume representava o poder minóico. Por outro lado, enquanto mito fundador pode ser uma mera criação imaginativa tardia dos habitantes da cidade de Tenedos que se teriam esquecido de que este nome teria sido um dos epítetos do seu deus supremo, Tanatos, o senhor da vida e da morte.

Ver: TANATOS (***)

Na verdade, ten- é a raiz do verbo latino da posse, tenere, e um dos componentes de Neptuno que seria o deus supremo da cidade por ter sido o da talassocracia cretense, e por isso equivalente do grego don- do “deus menino” Dionísio e de Poseidon. A forma Tenedion presente na moeda de figura anterior será assim uma espécie de redundância relativa ao grande e poderoso deus e senhor da cidade de Tenedos que seria a cobra Ten- / Thon- / Dan-, o “deus menino” dos cretenses, que foi Zeus recém-nascido / Dionísio e Apolo adolescente e em adulto seria o deus supremo, Zeus / Neptuno. A cobra de água de Neptuno, o rato de Apolo Semindeus e o lagarto de Apolo Sauróctono seriam animais totémicos de Apolo enquanto tendo alguma relação com a cobra ou com os cultos telúricos e ctónicos.
A função purificadora de Apolo, nos ritos de passagem e de iniciação guerreira poderia estar relacionadas com a protecção deste deus contra as pragas nomeadamente de gafanhotos como o comprova o epíteto de Apolo Semindeus (mata-ratos), Apolo Parnopios (o mata-gafanhoto) e Apolo Eruthibios (do míldio). Os romanos também o chamavam Apolo Culicário ("dos mosquitos").[2]
Figura 3: Apolo “Sauroctono”.
(Copia romana de um original atribuído a Praxiteles, feita 350 antes de C. Mármore - altura : 1,49 m. Museu do Louvre). =>
También podría ser una parodia del mito en el que Apolo mató a la serpiente Pitón.
También hay que señalar que entre los epítetos de Apolo se encontraban Alexikakos, Epidourios y Peán, es decir, liberador de la enfermedad, auxiliador y sanador. Es posible que el propósito de esta estatua, en la que el lagarto simbolizaría la enfermedad, fuera representar estos atributos de Apolo.
No dialeto eólico “smintha” significa rato. Assim Apolo Smintheus seria literalmente o deus rato.
El tema de la representación de un dios como Apolo en un entretenimiento infantil dentro de un templo es sorprendente y extraño. Apolo, representado como un adolescente, se encontraba en actitud relajada y pensativa antes de herir al pequeño lagarto con una flecha que debía tener en una de sus manos. 
La postura de Apolo conserva la característica curva praxiteliana en la cadera, compensada con el apoyo del peso sobre una de sus piernas y sobre el árbol. Esta figura podría representar a Apolo en su condición de pastor. Según la mitología griega, Apolo mató a los Cíclopes y por ello fue sentenciado a servir como pastor del rey Admeto.
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Apolo Saurótono parece fazer parte deste grupo de deus protector de zoonoses mas não se entende muito bem como, até porque não faz parte dos títulos deste deus mas do nome de uma das estátuas de Praxiteles que “sobrevive” no Louvre e que representam o deus na atitude infantil de caçar lagartos!
Na verdade os lagartos sempre foram inofensivos. No entanto, pode ter acontecido que nem sempre assim tenha sido, senão como uma praga de facto pelo menos por aparência já que todo o excesso populacional de uma espécie é sempre incómodo quanto mais não seja pelo desequilíbrio ecológico que provoca ou de que é consequência.
Quer dizer que a alcunha de “mata-ratos” deste deus deve resultar dum qualquer equívoco com o mito homérico da cobra Píton, que veio a ser confundida com o lagarto e depois com ratos conforme as necessidades sanitárias da época e do lugar! O rato era antigamente um símbolo de poderes proféticos porque estes roedores eram considerados com capacidades particulares de sobrevivência, preveriam catástrofes e por isso se pensava que estes animais eram inspirados pelas emanações telúricas da terra. No entanto, estes argumentos são contraponto do facto de que Apolo seria literalmente o “mata-ratos” porque a cultura grega já teria empiricamente reconhecido o rato como animal daninho responsável por pragas que, quando atingiam os grandes celeiros públicos, poderia provocar epidemias de fome.
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Figura 4: Mosaico romano da Tunísia, século II d.C. onde se representa Apolo Sauróctono em postura báquica amansando as feras como Orfeu, manifestando-se o verdadeiro irmão de Potnia Teron.
Assim, qualquer desenvolvimento populacional explosivo de espécies nefastas era considerada uma praga pelos desequilíbrios ecológicos empíricos que provocava, como no caso típico das pragas de gafanhotos e, por isso, Apolo, era adorado como protector contra as pragas em geral e dos ratos em particular.

O RATO, ANIMAL SOLAR
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Figura 5: Ce dieu, vêtu d'une tunique détachée de l'épaule droite comme celle de Vulcain et portant au cou le torques national, se distingue principalement par les cornes qui s'élèvent sur son front, et par le sac placé sur son bras gauche, tandis que de la main droite il en fait sortir une masse et comme un ruisseau de fruits, faînes ou glands, dont viennent se nourrir un taureau et un cerf, représentés au-devant de la plinthe carrée sur laquelle repose le corps du dieu. Le bas-relief qui renferme ces précieux détails a la forme d'une édicule, dans le fronton de laquelle on remarque un rat. Le nom qui, sans aucun doute, convient le mieux à cette divinité, est celui de Cernunnos, (...).
– Élite des monuments céramographiques: matériaux pour l'histoire des religions et des moeurs de l'antiquité (Band 2, pag. 326), Charles Lenormant & Jean Joseph Antoine Marie de Witte.
Não podemos garantir se Cernuno seria uma variante de Apolo Carneios mas quase seguramente que assim seria. De qualquer modo verificamos que a tradição celta, em muitos aspectos muito mais arcaica e orientalizante do que a greco-romana, demonstra aqui a inegável relação que existiu entre o cultos de dos deuses da fauna e da flora abundante como era na Grécia Pótinia Teron / Artemisa, irmã de Apolo que entre os celtas gauleses seria Cernuno, e os cultos da Fartura e da Fortuna considerados ctónicos por estarem obviamente relacionados com a Deus Mãe da Natureza. O rato aparece a encimar este culto porque por qualquer motivo este pequeno animal estaria relacionado com a abundância fosse porque teria como o coelho uma fecundidade proverbial, fosse porque este animal estaria relacionado com a abundância dois celeiros para os quais seria uma ameaça que só os deuses da fartura como Cernuno / Apolo Carneios protegiam.
A relação do rato com a fecundidade da terra parece ser uma ideia do senso comum erudito antigo como conta
Ils essaient de démontrer la fertilité de leur sol en racontant que l'on voit encore aujourd'hui dans la Thébaïde une contrée où naissent spontanément, dans de certains temps, des rats si prodigieux par leur grosseur et leur nombre que le spectateur en reste frappé de surprise, et que plusieurs de ces animaux, formés seulement jusqu'à la poitrine et les pattes de devant, se débattent, tandis que le reste du corps, encore informe et rudimentaire, demeure engagé dans le limon fécondant. -- DIODORE DE SICILE. BIBLIOTHÈQUE HISTORIQUE. TOME PREMIER : LIVRE I. Traduction française : FERD. HOEFER

Ver: APOLO KARNEIOS (***)

English mouse < O. E. mus "small rodent," also "muscle," < P. Gmc. *mus (cf. O.N., O. Fris., M. Du. mus, Ger. Maus "mouse"), < PIE *muHs- (cf. Skt. mus "mouse, rat," O. Pers. mush "mouse," O.C.S. mysu, L. mus, Lith. muse "mouse," Gk. mys "mouse, muscle").
O nome do «rato» lusitano parece ser uma excepção à constância indo-europeia do nome deste pequeno animal silvestre, de pouca ou nula utilidade doméstica e que já era responsável por pragas.
Ora, possivelmente não por mero acaso o “rato” luso parece ter etimologia desconhecida mas agora possível de relacionar com Apolo Latoano por meio de sua mãe Leto.
Latoano < Rato-An < Urash-An
                           < «Rato» < Lat. ratu, confirmado (?) ≠ Lat. mus, muris
muris < Ma-ur > Urash
> ὕραξ [rato ou musaranho Nic.Al.37. (ó Lat. so-rex
ó Ζε-γέ-ρι-ες, a Libyan word for mouse, Hdt.] > Urat > Ratu > Leto.
ἐχι-νέ-ες = kind of mouse with rough bristling hair
< Σμίνθο-ς (a Cretan word) for mouse > Sminth > Ish-Min = Min-ush
(> Minos) > Mnus > Lat. mus ó Grec. mys (μῦς)
Lat. Nom. mus < Gen. muris = Mur-ish < PIE *mu®-his-
Se o rato latino era um diminutivo de muris o seu deus seria Murino ou Murano e seguramente Marão / Marano em português.
O rato sendo o primeiro a abandonar os naufrágios faria jus às suas qualidades proféticas e comprovava a sua relação particular com Marano.
Secondo la tradizione, il toponimo Murano deriverebbe da Ammuriana, una delle porte della città madre.
Uma destas figuras é Marânus, um “ser perfeito e livre, isento e virgem”, o ente que vagueava, solitário, pelo mundo. Por isso, ele ia andando neste encanto da paisagem que «paira, magoado, sobre as cousas, / Onde, em silêncio, jaz divino canto...» (Pascoaes 1990a:5)
Obviamente que tanto o Marão português como o Marano venesiano seriam um deus arcaico casado com a deusa Ammuriana, a mesma que viria a ser Amorca, a deusa da porca de Murça. Obviamente que de pouco parece servir tanto saber para chegar dos ratos latinos a Apolo Smindeus mas indirectamente o entenderemos se aceitarmos que estas deidades arcaicas seriam variantes de Artemisa, Potnia Teron irmã gémea e esposa de Apolo e a deusa mãe dos animais e da Natureza.
Os gregos não tinham obviamente a noção clara de que os ratos propagavam a peste e estamos portanto perante uma mera coincidência entre um deus da peste e os ratos que a propagam. No entanto, nada prova de que não existisse a suspeita intuitiva de que pudesse ser assim ou que pelo menos existia a dupla evidência de que, quando os ratos morriam à fome mal iam os povos e que por outro lado o excesso de ratos em cidades atulhadas de lixo eram uma praga que punha os celeiros em perigo!
No entanto é possível que já existisse a percepção subconsciente duma relação latente dos ratos com a peste, particularmente com o tipo murino. Na verdade a Bíblia parece ter já essa intuição em 1 Samuel 5 e 1 Samuel 6.
1 Samuel 5: 6Entretanto a mão do Senhor se agravou sobre os de Asdode, e os assolou, e os feriu com tumores, a Asdode e aos seus termos. (…) 9E desde que a levaram para lá, a mão do Senhor veio contra aquela cidade, causando grande pânico; pois feriu aos homens daquela cidade, desde o pequeno até o grande, e nasceram-lhes tumores. (…)  12Pois os homens que não morriam eram feridos com tumores; de modo que o clamor da cidade subia até o céu.
1 Samuel 6: 4-5Mas que oferta de culpa vamos nós mandar? Mandem cinco modelos, em ouro, do tumor causado pela praga e cinco outros modelos, em ouro, dos ratos que devastaram a terra toda - as cidades principais e as outras povoações. Se assim fizerem e depois derem louvores ao Deus de Israel, é possível que ele faça parar de vos perseguir, a vocês e aos vossos deuses. 6Mas não sejam teimosos e rebeldes, como o foram o Faraó e os egípcios, que não deixaram partir Israel sem que Deus os tivesse destruído com pragas tremendas.
Aquilo que poderemos inferir é que se tratou de um caso de peste bubónica porque teve o rato como vector mas suspeita-se que, tal como este livro da bíblia descreve esta epidemia, os judeus deste tempo não associaram uma coisa à outra mas antes as entenderam como duas pragas distintas.
A cidade alemã de Hamelin que, segundo a lenda, foi um dia libertada de uma praga de ratos por um flautista, está novamente inundada de roedores. De acordo com as autoridades municipais, o número de ratos já começou a invadir os jardins desta cidade. Um depósito de lixo nesta cidade alemã está a atrair um número significativo de ratos. -- 19 de Novembro de 2008.
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A cidade de Hamelin foi vítima de uma praga de ratos. As autoridades não sabiam mais o que fazer. Surgiu na cidade um sujeito que se apresentou como pegador-de-ratos (“Rattenfänger”), que era uma profissão informal muito comum na época. Tocando numa flauta, ele atraiu os ratos da cidade até o rio, onde todos se afogaram. Ao tentar receber o pagamento combinado, o prefeito recusou-se a pagar. Ele pegou a flauta, tocou outra música e atraiu todas as crianças da cidade, levando-as até uma montanha próxima, onde uma caverna misteriosa se abriu para que todas entrassem. E nunca mais ninguém teve notícias do Flautista ou das crianças. As crônicas históricas dizem que o episódio original envolveu apenas as crianças, e o extermínio dos ratos só foi anexado ao enredo alguns séculos depois. (…) Mas Hamelin não é a única. Brandenburgo conta a história de um tocador de realejo que levou as crianças da cidade para dentro de uma montanha; parece ser uma mera transposição de local, e não uma nova lenda. Outra lenda diz que na cidade de Erfurt, em 1257, cerca de mil crianças se agruparam no centro da cidade, cantando e dançando, e partiram assim de estrada afora, até chegarem em Arnstadt, onde foram recolhidas até que seus pais as trouxessem de volta. História parecida com a de Hamelin é contada em Korneuburg, na Áustria, onde as crianças foram levadas num navio e vendidas como escravos em Constantinopla. Algumas versões dizem que a montanha onde as crianças sumiram (o monte Poppenberg) tinha um túnel que ia dar na Transilvânia, e elas passaram o resto da vida lá. Episódios reais (pragas de ratos, a “Cruzada das Crianças”) podem ter servido de origem para a lenda, mas sua longevidade se deve sem dúvida a sua lição moral nítida (castigo pelo não-pagamento de um acordo), ao cruel nivelamento entre ratos e crianças, ao poder mágico da música, à figura arlequinal e enigmática do Flautista (que geralmente é descrito como vestindo uma roupa de faixas vermelhas e amarelas). O final em suspenso, com uma pergunta que não é respondida ao longo dos séculos (para onde foram as crianças?) garante à lenda um mistério inesgotável. -- Mundo Fantasma, artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba".
É evidente de que o poder da flauta para atrair os ratos da cidade até o rio, onde todos se afogaram” nos reporta para os poderes órficos da música se bem que Apolo preferisse a cítara deixando a flauta a Pan que seria a personagem oculta na história da “flauta mágica” medieval.
A ideia apressada de que o conto do “flautista mágico” seria um mito apolíneo relacionado com a peste negra é errónea. Primeiro porque não é sequer seguro que todas as epidemias antigas fossem provocadas pela peste moderna a não ser a peste negra que foi claramente bubónica. Depois porque o primeiro investigador a considerar a peste negra como uma doença infecciosa foi o médico árabe Rhases, no século X, o que levou à criação da quarentena marítima. Finalmente só se identificou a peste bubónica com uma zoonose provocada por pulgas de roedores em finais do século XIX a quando da Terceira Pandemia em que começou a investigação científica mais séria sobre a doença, por investigadores que trabalhavam na Ásia onde a peste era endémica. Assim, resta apenas concluir que os ratos seriam vistos não tanto como um vector da peste mas penas como uma prega porque enquanto roedores domésticos punham os celeiros em risco de fome abrindo assim as portas à peste. Se antes do século XIX a peste nunca esteve claramente associada com os ratos esteve sempre associada com a fome e deve ter sido sempre suspeito o facto de os ratos morrerem quando havia pestes na medida em que havia também a ideia do senso comum de que quando os ratos morriam de fome seria porque os celeiros estavam vazios.
Entre as mentes mais esclarecidas já havia uma relação empírica dos ratos com a pestilência.
Estos conocimientos, modernamente adquiridos, los poseían ya los antiguos españoles. Sabían éstos que los roedores en abundancia eran peligrosos y tal vez más peligrosos cuando emigraban en gran cantidad. Al describir las costumbres de los españoles, dice Estrabón: «No les es peculiar la abundancia de ratones a la que ha seguido muchas veces una epidemia pestífera. En la Cantabria ocurrió esto a los romanos, los emúes llevaron, mediante salario, a quienes cazasen ratones en gran número y de este modo desapareció la enfermedad con dificultad y lentamente; porque había escasez de sal y de trigo, pues por las dificultades de las distancias los traían con dificultad de la Aquitania.»
La rareza del texto y el deseo de conocer si la traducción del griego al latín estaba bien hecha, me decidieron a consultar, como ya dije en otro lugar, al distinguido helenista D. Mateo Rioja. Cuando leí la traducción literal y directa que hizo del griego mi buen amigo, tuve la satisfacción de ver que la que yo había hecho del latín no variaba en su esencia. --- NUMANCIA - (La Medicina en la Antigua Ibéria, por el Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz.
Na verdade o texto é estranhíssimo sobretudo perante a realidade da ausência duma efectiva de relação epidemiológica entre a peste e os ratos na literatura médica hipocrática dos autores greco-romanos.
O problema é que quando se quer comprovar uma tese nacionalista há sempre um bom amigo ainda mais arrivista! Porém a tradução de Antonio García y Bellido não é inteiramente coincidente com a do Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz comprovando-se assim que a maioria dos mitos e lendas de conveniência resultam de traduções e interpretações tendenciosas.
18. No es costumbre privativa de los íberes la de montar dos en un mismo caballo, de los cuales uno, llegado el momento del combate, lucha como peón. Ni tampoco es cosa exclusiva de ellos la plaga de ratas y las enfermedades epidémicas que por lo regular las siguen. Esto fue lo que advino a los rhomaíoi en Kantabría; hasta tal punto, que hubieron de dar a aquellos que las capturasen una prima a tenor del número de ratas presentadas, y aun así escaparon del peligro difícilmente. Ocurrióles también escasez de otras cosas, principalmente de trigo, teniendo que proveerse del de la Akyitanía (…), lo que se hacía penosamente por las dificultades del terreno. -- ESPAÑA Y LOS ESPAÑOLES HACE DOS MIL AÑOS (Antonio García y Bellido). Libro III de la "Geografía" de Estrabón.[3]
18. Un autre usage des Ibères, mais qui ne leur est pas particulier non plus, c'est de monter à deux le même cheval, l'un des deux cavaliers mettant pied à terre au moment du combat.
De même l'Ibérie n'est pas seule à avoir souffert des invasions de rats et des maladies épidémiques qui en sont le  plus souvent la suite.
Les Romains éprouvèrent par eux-mêmes en Cantabrie les effets de ce fléau, et durent, pour s'en délivrer, organiser une chasse en règle, avec promesse publique d'une prime par tant de rats tués; même ainsi, ils eurent de la peine à échapper à la contagion, d'autant que la disette était venue aggraver leur position: réduits à tirer d'Aquitaine leur blé et leurs autres approvisionnements, ils ne les recevaient qu'à grand-peine, vu l'extrême difficulté des chemins.[4]Les Ibères, Strabon, Livre III, Chapitre III. Traduction française: Amédée TARDIEU.
18. Nor yet is the following custom peculiar to the Iberians alone: they ride double on horseback, though in the time of battle one of the two fights on foot;

nor the especially great number of the mice, from which pestilential diseases have often ensued.

This was so much the case for the Romans in Cantabria that, although a proclamation was made that mice-catchers would gain bounties graded in proportion to the number caught, the Romans could barely come through with their lives;

and, besides the plague, there was a scarcity, not only of other stuffs, but of grain too;
and only with difficulty could they supplies out of Aquitania on account of the rough roads. --- The Geography of Strabo published in Vol. II of the Loeb Classical Library edition, 1923. [5]
Οὐδὲ = Nem, τὸ = o/a τῶν = de eles/elas, μυῶν = de ratos, πλῆθος = praga, ἴδιον = dos mesmos, ἀφ' = depois, οὗ = onde, καὶ = e, λοιμικαὶ = pestilentos, νόσοι = doenças, πολλάκις = frequentemente, ἠκολούθησα = eclodem.
Οὐδὲ τὸ τῶν μυῶν πλῆθος ἴδιον, ἀφ' οὗ καὶ λοιμικαὶ νόσοι πολλάκις ἠκολούθησαν.
Tradução literal livre: Nem (só) deles próprios (é) a praga de ratos, dos quais as doenças pestilentas frequentemente eclodem.
Traduzir línguas antigas tem muito de quebra-cabeças charadístico porque a reconstrução do contexto estilístico depende menos da gramática e mais do conhecimento do etilo e do contexto histórico do autor o que é obviamente tarefa de especialistas.
Ainda que todos as traduções comparadas deste trecho da Geografia de Estrabão relativa aos costumes cantábricos difiram na forma todas concordam no essencial da informação que está longe de ser a que Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz desejaria que fosse:
E l estudio de ese texto pone fuera de duda lo siguiente:
1.° Los españoles procuraban librarse de la abundancia de ratones y ratas y se ponían en guardia cuando aumentaba su número ordinario, tal vez por la emigración de estos animales.
2.° Sabían los españoles que a esta abundancia de ratas y ratones seguía muchas veces una epidemia, una lúes pestífera, peste de bubas y úlceras hoy llamada peste bubónica.
A verdade é que Estrabão apenas disse que as pragas de ratos não eram um exclusivo dos cantábricos, o que parece ser quase uma verdade de Lapalice com dois mil anos de existência. Também não diz que os cantábricos sabiam que as pragas de ratos fossem causa de peste porque é ele próprio que opina essa possibilidade o que nos deixa a pensar que alguns génios podem ter razão antes do tempo sem que ninguém lhes preste muito crédito. O resto do texto do Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz é uma completa mistificação nacionalista bacoca!
(...) Los romanos, es decir, el ejército romano padeció a juzgar por lo que dice Estrabón, una epidemia de peste en la Cantabria, y desesperados porque sus remedios resultarían ineficaces, debieron aceptar los buenos consejos de los bárbaros y transigieron con ellos como se transige con esos remedios caseros que si no hacen bien, no pueden causar daño. A este fin contrataron, mediante estipendio o soldada a individuos que exterminaran los ratones, viendo desaparecer la enfermedad aunque con dificultad y lentitud.
Aunque los romanos transigieron con los consejos de los iberos y procedieron a practicar el muricidio, no debieron creer que esta medida fuese eficaz y que a ella se debiese la disminución de la enfermedad. Para ellos, como se dice en el pasaje de Estrabón, la causa de la epidemia era la escasez de sal y de trigo que no podía llegar de Aquitania. Si a mayor abundamiento coincidió la dismi nución de la epidemia con la llegada de grandes convoyes de víveres se fortalecerían más en su opinión. Hay que reconocer que también en eso tenían los romanos algo de razón, pues el hambre y el miedo se hermanan muy bien con los microbios para producir las epidemias.
No es de extrañar este desvío de los romanos por la práctica española de destruir ratas y ratones para prevenir la peste. Su orgullo de vencedores y la creencia en su superioridad, no les dejaría ver con buenos ojos la lección que les daban los pobres vencidos y no es extraño por tanto que olvidasen el consejo. (???)
E l pueblo romano no creyó nunca en esta relación de causa a efecto entre las ratas y la peste; en su literatura se encuentran algunas indicaciones de que otros pueblos conocieron el azote de los ratones; pero Plinio y otros autores refieren estos hechos vagamente, como una curiosidad, y atribuyendo el azote a la voracidad de los animales. Rutilio Rufo, dice en dos versos:
Dicuntur cives quondam migrare coacti
Muribus infectos deseruise lares.
(Se dice que los ciudadanos, obligados a emigrar en cierta
época, abandonaron sus hogares infectados por los ratones).
(...) Herodoto recogió en Egipto, doscientos cincuenta años después, una tradición, según la cual, Senacherib, rey de los asirlos y árabes, habla avanzado para invadir el país del Nilo; pero el piadoso rey egipcio imploró el favor de los dioses, y aquella misma noche, un ejército de ratones fué enviado al campamento enemigo y destruyó los carcajes de cordobán, las cuerdas de los arcos y los escudos de cuero. Los enemigos, así desarmados, pudieron ser fácilmente derrotados y muertos. --- NUMANCIA - (La Medicina en la Antigua Ibéria, por el Dr. Mariano Iñiguez y Ortiz.
A relação objectiva já andava por lá só que não era minimamente entendida como relação de causa e efeito mas percebida como acontecimentos distintos que ocorriam em paralelo sendo sempre a praga em si o perigo mais temido por causa da voracidade natural dos ratos multiplicada por miríades.
De facto, Estrabão ao falar dos costumes dos cantábricos espantosamente parece ter tido debaixo da língua a verdade sobre a pestilência dos ratos mas como deu com a língua nos dentes o segredo da forma como os romanos se livram do perigo (não explicitamente da peste) da praga de ratos cantábricas perdeu-se num vago eco de praga de ratos misturada com carestia de víveres que teve que ser penosamente superado com trigo da Aquitânia!
O nome Apolo Sminteu seria o mesmo que Apolo de Sminte, cidade da Troade onde Apollo era adorado desde tempos pré-helenos porque teria acabado com uma prega de ratos que assolava a cidade.
Com mais rigor ainda, Apolo Seminteu seria o mesmo que deus de Sminte ou outra coisa qualquer porque esta etimologia aprece mais causa do que efeito. Mesmo que Apolo fosse ali adorado desde tempos hititas o nome mais próximo da raiz tanto da cidade como do título do deus seria Esménio nome próximo do fenício Esmun, deus medicinal de mistérios iniciáticos e de morte e ressurreição e ambos reportados para um filho do poderoso deus Min.
Esta associação de ideias de Apolo Smindeus com Apolo Saurótono permite-nos divagar um pouco a respeito da estranha origem Grega do nome de S. Paulo, o santo que, na sua qualidade de grande ideólogo do cristianismo, veio, em parte, a substituir o papel do deus da sabedoria que era Apolo. Na verdade, «Paulo» em italiano é Paolo, um trocadilho de Apolo. Ora, supunha-se que o nome original do Santo tenha sido Saulo, o helenista.
Apolo ó Paulo ó Saulo ó Sauro + Ktonos
=> Sauroctono! O mata-lagartos? = O “mata-ratos”.
Eshmoun < Eshu-| Mon < Min | > Eshu > Xu.
               ó At-moun > Atman > *Atumnus => Atum ó Adónis, etc.
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Figura 6: Statue of the orisha Eshu, Oyo, Nigeria, c1920.
In Yoruba mythology, Eshu is an Orisha, and one of the most respected deities of the tradition. He has a wide range of responsibilities: the protector of travelers,god of roads, particularly crossroads, the deity with the power over fortune and misfortune, and the personification of death, a psychopomp.
A menos que da grande sorte que é a vontade divina nos fiquemos pela terminação o ourixá Eshu seria Hermes.
A similitude das funções de Eshu com as de Hermes lançam as suspeita de que a origem mítica das civilizações citadinas congolesas seriam cretenses, ou pelo menos egeias, e depois fenícias.
Nos textos das placas micénicas de Pilos encontra-se o nome micénico U-PO-JO nome que parece ter ligações com o Udjat, o olho solar de Hórus.
Nas mesmas placas micénicas encontra-se o nome de DI-WO-NU-SO-JO que tem sido traduzido por Dioniso.
Será que Dioniso, enquanto sol nascente teria sido em tempos arcaicos um epíteto de Apolo “deus menino”?
U(r)pojo? < Hurphojo < Kau(r)phojo < *Kurkullo?
                                        Kau(r)phojo > Haurphayo > Urphio > Urfeu?
                                        Kau(r)phojo > Hauphaullo > Au-Phôlho > Apollo?
DI-WO-NU-SO-JO = (DI-WO) + (NU-SO-JO);
ð    (A)NU + SO-JO.
=> Sôlho < «Saulo» An (> «Solon») < Anu Saurio º Apolo Saurio > Phôllio An > (A)polon
Chemosh = The national god of the Moabites; human sacrifices were made to him.
Eshmun = Sumer God of medicine.
Smindeus < Shem-anu | < Sham-(an) | theos > lit. “deus Shem” ou <
*Ashmash > Shamash / Chemosh, o deus acádico do «sol»!
*Kakime-An -ian > *Ash-Min-i-an > Ismenian (Apolo).
                             > *Ash-Min > Eshmun.
Ora, do mesmo étimo derivaria o epíteto Ismeniano de Apolo, aliás relacionado com Eshmun também um deus da medicina como Apolo.
Conta o mito que Eshmoun era um jovem de Beirute amante da caça. A deusa Astarte apaixonou-se por ele, mas este para escapar aos avanços da deusa emasculou-se e morreu. Astarte devolveu-o a vida na forma de um deus. A lenda diz também que a aldeia de Qabr Shmoun, perto de Beirute, ainda preserva a memória do túmulo do jovem deus. Conhecido principalmente como um deus de curas, a morte e ressurreição de Eshmoun também lhe deram o papel de deus de fertilidade que morre e anualmente ressuscita.[6]
É óbvio que Apolo Esménio seria uma variante grega deste deus Paião e sobretudo do arcaico deus menino solar cretense *Atmino / Ashmino precursor etimológico de todos os deuses de morte e ressurreição solar.
Estes cultos arcaicos e animalescos a deuses pascais e de iniciação guerreira estão na origem do xamanismo de que os pajé brasileiros são herdeiros.
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Figura 7: Postal russo baseado em uma foto tirada em 1908 por S.I. Borisov, mostrando uma mulher xamã provavelmente da etnia Khakas.
O xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas (animista, primitiva) e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contato direto entre corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos, etc. (…) A palavra xamã vem do russo, tungue saman corresponde à práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas e árticas especialmente a Sibéria (região centro norte da Ásia). Outros nomes para sua tradução seriam feiticeiros, bentos, magos, curandeiros e pajés. (…) As variações "culturais" são muitas mas, em geral, o xamã pode ser homem ou mulher, a depender da cultura, e muitas vezes há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamado, uma vocação.
Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrole.
Esta forma de religiosidade seria a mais natural e comum do homem paleolítico e depois do neolítico rural antes das influências especulativas uniformizadoras dos grandes templos neolíticos. O facto de os xamãs serem mulheres e usarem o tambor de Cibele nas suas danças de encantamento sugere a possibilidade, mais do que provável, de terem acabado nos da deusa mãe anatólica que já seriam os mesmos de Creta. Assim o xamã não seria o homem do chá medicinal mas aquele que estaria próximos dos espíritos curativos dos animais psicopompos, do fumo e do vento.
Semindeus < Eshmun < *Ash-Min > Ashman > «Xamã».

Ver: APOLO PAIÃO (***)
Mas, como suspeitamos que os deuses Apolo & Hermes seriam irmãos gémeos primordiais janiformes, possivelmente os dezes que fariam parte das moedas de Tenedos referidos no início, então Apolo Esménio seria possivelmente uma sobrevivência dum culto arcaico a estes divinos gémeos! De qualquer modo e óbvio que o culto pascal dos deuses mortos esteve espalhado por todo o mundo como um mito de fertilidade agrícola (Min era, no Egipto, um deus fálico como Eshu) herdado de mitos de caça paleolíticos como se pode inferir do mito do Miniaturo e de Mitra.

Ver: DEUSES MORTOS (***) & MINOTAURO (***) & MITRA (***)

Foi Dioniso a evolução mítica de Apolo “deus menino”? Enfim, Apolo mata-ratos ou mata lagartos seria apenas um deus “seminarista” dado a brincadeiras e ritos de passagem “nas festas dos rapazes” que eram o tirocínio juvenil de futuros archeiros e caçadores, os kauroi, «caretos» e curetas!


[1] http://www.phoenixdatasystems.com/goliath/
[2] Da confusão, ou não, entre mata ratos e mata mosquitos terá surgido o deus Murcon de Porto Cale!
[3] http://libroiiiestrabon.galeon.com/capituloiv2.html
[4] http://remacle.org/bloodwolf/textes/iberes.htm
[5] http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Strabo/3D*.html
[6] Legend has it that Eshmoun was a young man from Beirut who loved to hunt. The goddess Astarte fell in love with him, but to escape her advances he mutilated himself and died. Not to be outdone, Astarte brought him back to life in the form of a god. It is also said that the village of Qabr Shmoun, near Beirut, still preserves the memory of the young god's tomb. Known primarily as a god of healing, Eshmoun's death and resurrection also gave him the role of a fertility god who dies and is reborn annually.

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