terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MISTÉRIOS REVELADOS DA SUÁSTICA MÍSTICA V; A RODA SOLAR, por artur felisberto.

MISTÉRIOS REVELADOS DA SUÁSTICA MÍSTICA V;

A RODA SOLAR, por artur felisberto.

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Figura 1: Uma, das muitas, fina e laboriosamente rendilhada Roda gigante do carro do Sol no Templo de Surya em Konarak.

A observação directa do disco solar leva não menos directamente à ideia imagem do círculo perfeito que obviamente a descoberta do compasso supostamente por Talos, o sobrinho de Dédalo, iria permitir concretizar na civilização minóica Atlântida, com uma tal perfeição e minúcia que se poderá dizer que o rendilhado de pedra da Roda gigante do carro do Sol no Templo de Surya em Konarak se pode considerar uma homenagem ao compasso que os pedreiros livres têm como símbolo fundador não inteiramente por acaso.

Dédalo (…), que era um excelente arquitecto e o primeiro escultor, tinha fugido de Atenas por ter despenhado desde a Acrópole ao filho da sua irmã Perdix, Talos, que era seu discípulo, com medo que este o ultrapassasse com o seu talento; pois Talos, com uma mandíbula de serpente que tinha encontrado, serrara um delgado troço de madeira. Descoberto o cadáver, Dédalo foi julgado no Aerópago e, condenado, fugiu para junto de Minos. Apolodoro, ob. cit., III, 15, 8 (1985), p. 197.

Dele a Irmã entregou-lhe um tenro filho,

Que doze anos contava, desejando,

Que o Tio lhe ensinasse as subtis artes,

Pois mostrava par’elas vivo engenho.

Ele foi quem por ver de peixe o dorso

Espinoso, imitou em ferro a espinha,

Subtis dentes abrindo-lhe, e da cerra

Assim foi o Inventor. Deu igualmente

Às Artes os dois ferros, qu’um nó prende,

A fim de que distando iguais espaços,

Estando um deles fixo, e o outro em giro

Um círculo se forme. Inveja teve

Dédalo dos Inventos, e arrojou-o

Do Templo de Minerva, publicando

Ter sido acaso queda: mas a Deusa

Dos engenhos Patrona recebeu-o

Benéfica nos ares, e cobriu-o

De leves penas transformado em ave,

Que de Perdiz o nome inda conserva,

E não menos nos pés, e asas veloces

Do engenho a natural vivacidade.

Ave não é, que corte os altos ares,

Nem que construa em ramos o seu ninho:

Voa sempre rasteira, e choca em mato,

De alturas temerosa, inda lembrada

Do seu fatal, antigo precipício

Foi ele que, reparando na espinha central do peixe, a tomou como modelo e talhou ao longo de delgada lâmina de ferro uma fileira de dentes, inventando assim a serra e o seu uso. Foi também ele o primeiro a prender duas hastes de ferro por um só eixo, de modo a que, mantendo uma distância fixa, uma ficasse imóvel, a outra descrevesse um círculo. -- Ovídio, ob. cit., VIII, 6, 244-249 (2007), p. 203.

O compasso, delineador de círculos, instrumento chave para arquitectos, escultores e artífices, e símbolo dos traçados e da mensuração feitos com precisão, possibilitando ligar ou articular as diversas partes de uma obra num todo harmonioso, circular. E este parece ser o significado mais íntimo do Mito de Dédalo: o significado da Arquitectura e demais artes, como a Escultura, como transgressões de uma ordem natural que, no fim, acaba sempre por se impor, desligando e desarticulando aquilo que tão porfiada e compassadamente se intentou unir e articular em conjuntos harmoniosos, circulares, em que o princípio liga com o fim, não se descortinando bem onde sem posicionam um e outro, mas que, afinal, resultam ilusórios e capciosos, enganadores de bestas e homens. – As Transgressões e a Maldição de Dédalo, Construtor do Labirinto e Patrono dos Arquitectos, segundo Apolodoro, Ovídio, e outros, por J. M. Simões Ferreira.

Entretanto de Creta aborrecido

Dédalo estava, e do desterro acerbo

Impaciente, voltar à Pátria amada

Resolveu; mas as ondas o prendiam.

“Pois inda que me prenda o mar, a terra

(Disse ele então), o ar patente tenho;

Irei por ele, que é caminho aberto,

Que não pode fechar-me o cruel Minos,

Inda que o Mundo todo me fechasse.”

Disse; e meditou logo idéia ignota,

À Natureza estranha. Tomou penas, (…)

Começa a derreter. Já o infelice

Os braços nus bate em lugar das asas,

E como eles não eram hábeis remos,

Que nos ares pudessem sustentá-lo,

Eis que cai de cabeça, ao Pai chamando,

Na cerúlea Corrente, à qual dá o nome.

O Pai aflito (já não pai) os olhos

Solícitos girando, e não o vendo,

“Ó Ícaro, onde estás? (brada impaciente)

Onde te hei de buscar, infeliz Filho?”

E Ícaro repete: mas nas ondas

Eis vê boiando as asas. A sua arte

Sentido amaldiçoa; ao filho morto

Ergue sepulcro, e a terra memorável

Faz c’o nome fatal do Sepultado.

A gárrula perdiz num azinheiro

Pousada viu a Dédalo, que dava

Ao filho sepultura, e comprazeu-se,

Batendo as asas, e soltando Canto.

Era única perdiz naquele tempo,

Nas passadas idades ave ignota,

Mudada pouco havia em tal figura;

Tu, Dédalo, tiveste a culpa toda.

Metamorfoses De Ovídio Traduzidas Por Francisco José Freire

A desgraça e vingança dos deuses consuma-se: Dédalo, que despenhara seu sobrinho, Talos, das alturas da Acróple, vê agora o seu filho, Ícaro, despenhando-se no mar. O primeiro, Talos, pagara as suas invenções (a serra e o compasso) com a vida; o segundo, Ícaro, pagaria, igualmente, com a vida, as invenções de seu pai. Todas as transgressões – e todas as invenções são, de certa maneira, uma forma de transgressão –, tinham de ser pagas, pois os gregos e romanos, que tão porfiadamente transformaram o mundo com as suas criações culturais, parecem ter mantido uma certa noção da artificialidade e facticidade dessas criações, além dos sentimentos de inutilidade e culpa que tal acarreta. -- As Transgressões e a Maldição de Dédalo, Construtor do Labirinto e Patrono dos Arquitectos, segundo Apolodoro, Ovídio, e OutrosJ. M. Simões Ferreir.

Obviamente que o mero “disco solar” como circunferência deve ter sido a forma mais intuitiva, simples e primitiva de representar o sol, signo que ficou remanescente no «O» da caligrafia romana e elipticamente no zero, 0, da aritmética árabe por se reportar à vazia que parece que na suméria era o significado de Anu.

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Figura 2: Signo cuneiforme da III dinastia de Ur para representar a Anu.

Anu ou An era o deus (dingir) do Céu, entre os Sumérios. (…) O seu nome parece significar precisamente céu, ou alternativamente, o zénite do Sol.

É quase seguro que antes de se tornar num deus do céu como Zeus, Anu foi o sol que teve múltiplas e variadas representações sobretudo no mar Egeu como disco cintilante dividido por 8.

A memória da natureza solitária de um primitivo deus solar na abóbada celeste encontra-se remanescente no nome do número um do lat. unus < aunush < Anu-ish e que ficou no algarismo árabe 1 na formas de um simples raio ou diâmetro como o I latino no nome do «ano» e do ânus enquanto orifício anatómico com a forma redonda de uma «anel»!

 

Ver: DÍGITOS (***)

 

A inversa também é verdadeira: A circunferência, o disco e a roda foram apreendidos pela humanidade por observação directa do disco solar e lunar.

Assim sendo, Talos era um deus solar de Creta e atribuir-lhe a invenção do compasso só pode ser uma homenagem ao uso deste instrumento como auxiliar de desenho de círculos perfeitos que terão sido inicialmente sugeridos de imediato pelo “disco solar” e depois por especulação astrológica com a abóbada celeste e com esfera armilar.

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Figura 3:Talos, nu, em pé de frente, de asas abertas, lançando uma pedra com a mão direita e segurando outra na esquerda[1]”.

Não podemos garantir se a pedra na mão esquerda não será uma ilusão de óptica provocada pelo desgaste do tempo sobre o dorso de um punho fechado. Neste caso, na mão direita Talos teria o disco solar e não uma pedra. O reverso desta medalha quase que nos obriga a relacionar Talos / Taro com o touro sagrado de Creta, o Minotauro.

No entanto, como o tema se repete com as mesmas dúvidas em variante desta moeda, somo obrigados a aceitar que se trata de uma versão do mito em que Talos defende Creta atacando com rochas gigantes as frotas inimigas. Isto não significa que não seja discutível esta versão helenística do mito de Talos que pode muito bem corresponder a uma distorção de variantes de anjos transportadores do sol que vamos encontrar em colónias cretenses trácio macedónicas e sírias.

 

Ver: TALOS (***)

 

Fliunte era uma cidade grega da Antiguidade, localizada no noroeste da Argólida, no Peloponeso. (…)

Segundo a lenda local relatada por Pausânias, o primeiro habitante da região se chamava Aras, e nasceu do solo (autóctone). Ele fundou uma cidade no lugar que passou a se chamar Monte Arantino, não muito distante do monte onde fica a cidadela de Fliunte e o santuário de Hebe. A cidade fundada por Aras, assim como a região, se chamavam então Arantia (Araithyrea).

De acordo com Estrabão a cidade foi inicialmente Araethyrea (Araithurea), mas os habitantes se mudaram para uma nova cidade que foi dito Flios. Pausanias não menciona essa mudança e diz que a cidade inicialmente era Arantes e foi fundada por Aras e depois Araethyrea, o nome da filha de Aras e, finalmente, Flios Phlias, Cesios filho e neto de Temenos.

Asopo Fliuncio era el nombre de un río cercano a la ciudad, que desagua en las proximidades de Sición, y también es la denominación del dios tutelar de este cauce.

El nombre Fliasia designa más comúnmente a la campiña que rodea a la ciudad.

Fliunte, a veces reseñada como Flius o Fliasia, (en griego antiguo: Φλιούς = Phlioús, gen.: Φλειοῦντος) fue una antigua ciudad-estado o polis griega emplazada en la región de la Argólida, en la península del Peloponeso, al sur de la polis de Sición y al suroeste de Corinto.

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Figura 4: Várias faces de moedas de Fliunte, Flius o Fliasia em que se manifesta a forma como os símbolos da cidade, que seria vinhateira, são glosados em torno da ideia da roda solar que se transforma no Φ do inicio do nome por transformação da roda de carro de cavalos de quatro eixos numa roda de caro de bois de dois eixos.

«Fli-unte» seria de origem cretense como «Corinto» e por isso teria ficado ligada à Confederação do Peloponeso liderada por Esparta, cujos aspectos culturais matriarcais específicos se suspeita terem a mesma origem cretense e que não seria senão uma forma da arcaica cultura certo anatólica do mar Egeu. O infixo -into presente em Fliunte e Corinto reporta-nos para o sol tal como veremos na análise do nome de Zeus Monnitios.

«Fliunte» | < Phry < Pher < Phar < Kaur > Tal | -Unti > «Corinto», literalmente “o guerreiro solar, ou *Pher-into / Phalanthus, o anjo com «talento» que transporta o sol.

«Talento» < τάλαντον = «balança» < τάλας, τάλαινα, τάλαν

= sofrimento, miséria

< Taras > War- > βάρος,

              > «tara» < Ár. taraha, pôr de lado > «tarado»

< ταραχά = perturbação.

*Talantos < Ταράντινος < Τάραντας.

Quando analisamos a lingual grega verificamos que muitos étimos que poderiam lá estar foram seguramente perdidos durante a longa idade das trevas gregas porque são sugeridos noutros contextos extra gregos ou no próprio contexto global da cultura grega. De facto, se um «talento» era uma medida de massa arcaica equivalente a cerca de duas arrobas enquanto moeda nunca foi cunhada porque pesaria muito, logo, um talento era senão por definição pelo menos de facto, algo muito pesado. Assim sendo, é quase seguro que tanto τάλαντον = «balança», quanto talento, medida de massa, tivessem na origem a ver com peso precisamente por intermédio da raiz τάλ- para peso facto que nos reporta para as taulas minorquinas e para Tal-, o étimo telúrico arcaico da deusa mãe da Terra e dos taludes, Telus, Talia e Talassa.

 

Ver: TALÁBRIGA I / TALA / TALLA E A SEMÂNTICA DE TALÁBRIGA (***)

 

Só que esta linha étimica, que seria seguramente minóico, perdeu-se ficando dela apenas o que o povo pelágico, servil e trabalhador, entendia por pesado, como sendo o seu sofrimento diário numa vida de miséria. Mas parece que a «tara» remanescente ficou no submundo da cultura de influência cretense e foi seguramente usado pelos fenícios que o transmitiram ou ibéricos e…aos árabes porque a tendência dos eruditos para na falta de latim recorrerem a norte ao gótico e a sul ao árabe para explicarem a origem das palavras passa por cima do óbvio que é o facto de antes de terem sido culturalmente recentemente influenciados os povos já falavam antes e foram sempre mais ou menos influenciados pelas diversas culturas dominantes que conheceram, fenómenos que é válido tanto para as culturas dominantes como para as dominadas.

«Tara» < tare \a. F. tare (15th c. in Hatz.-Darm.) waste or deterioration in goods, deficiency, imperfection, also as in Eng., = med.L., It., Pr., Sp., Pg. tara, OSp. atara (Littré), ad. Arab. tarhah that which is thrown away, f. taraha to reject. => «tareco» < Ár. tarik, coisa inútil.

Claro que o Arab. Tarhah se reporta mais para o origem ainda pouco diferenciada de –Tala / -Talla mas o conceito de «tarear», enquanto acto de castigar com tareia (< Cast. tarea?), naturalmente pesada; • «tarar»; • equilibrar; indiciam a possibilidade de o termo árabe se ter afeiçoado a termo local que estaria relacionado com pesos e medida.

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Figura 5: Greek coins. Calabria, Tarentum. Rev. TARAS Dolphin rider l., holding wreath and trident.

Segundo Pausânias, a cidade (de Tarento) foi fundada por Taras, filho de Posidon e uma ninfa local, mas foi conquistada pelos lacedemônios, liderados por Phalanthus. Segundo outra versão, citada por Diodoro Sículo e Estrabão, a cidade foi fundada pelos partheniae de Esparta.

De acordo com Anton Boras da Associação Mythology of Chicago, Illinois Taras não é o filho de Poseidon.

Novas evidências foram encontradas numa escavação a norte de Atenas para provar que Taras é realmente o filho de Gaia e Leônidas de Esparta antiga.[2]

Não devemos rir-nos demasiado das pretensões de Anton Boras da Associação Mythology of Chicago em ter descoberto evidências arqueológicas a respeito da filiação de uma entidade mítica. De facto, filho de Gaia ou de Poseidon acaba por ir dar à mesma realidade mítica improvável porque sempre houve variantes das filiações dos deuses gregos. Anton Boras apenas fornece argumentos a Diodoro Sículo e Estrabão. Porém, quanto à origem de Tarento possivelmente nem Pausânias nem Diodoro Sículo e Estrabão terão razão pois é muito possível que a cidade já existisse desde o tempo da talassocracia minóica, como aliás toda a Magana Grécia. Creta teria continuado a manter ligações esporádicas com estas cidades italianas onde existiriam portanto tradições culturais bem conhecidas dos dórios, como por exemplo a da domesticação de golfinhos. Taras de Tarento seria afinal uma variante de Talos, que seria *Talantus enquanto anjo de transporte solar. Por sua vez Phalanthus seria ou teria o nome do mesmo anjo na variante Pher-Intu.

O culto solar tem implicações na investigação sobre o significado da suástica porque nos reporta para o conceito universal do movimento que começa com o do sol ao longo do dia na abóbada celeste!

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Figura 6: On an early silver coin of the Thraco-Macedonian region a disk is borne through the sky by a winged and long-haired figure in the attitude of Knielauf* or speedy flight (fig. 219). This figure is best interpreted as that of the local sun-god. – Arthur Bernard Cook - Zeus - A Study in Ancient Religion - Vol 1.

Figura 7: The Prospero Collection of Ancient Greek Coins. CILICIA. Mallos (c.425-385 B.C.), Silver Stater, 10.43g,. Aramaic legend, winged male figure, a plume on his head, kneeling to right, holding before him a disk decorated with a star.

Ora, não apenas foi comum a ideia de que era o sol que andava à volta da terra como a de que mesmo enquanto deus se tratava de um disco sagrado que carecia de ser transportado cuidadosamente no céu como uma hóstia consagrada por um deus alado! Claro que em rigor uma ideia deste tipo devolve o poder de divindade sobretudo para o Ser que transporta o disco solar. A variedade de opiniões e de formas como o movimento do sol foi interpretado mostra o quão próximo da mente humana esteve sempre este astro e ainda assim o quanto distante, escaldante e sempre difícil de interpretar foi a ideia solar.

Tanto quanto tenho sido capaz de localizar ou conectar as diversas manifestações deste emblema, que todos e cada um se resolve na concepção primitiva do movimento solar, que foi intuitivamente associada com o rolamento ou do sol como projecção duma roda através da cúpula ou arco visível dos céus, tal como é entendida e aceita na rude astronomia dos antigos -- [3]

Obviamente que são ideias simples como esta de que o sol é objectivamente um disco luminoso que alguém “com pernas para andar” deve deslocar no céu em torno da terra que se torna arrepiante pensar o quanto a mente humana tem sido afinal infantil e ingénua na sua objectividade empírica primária. É que, de facto, sem bastante teoria e imaginação não é possível ver outra coisa no céu no lugar do disco solar.

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Figura 8: Greek CILICIA, Mallos. Winged figure advancing left, holding solar disk. Figura 9: Idem, from Arthur Bernard Cook - Zeus - A Study in Ancient Religion - Vol 1, pag. 298.

Assim, antes de a ideia de um “sol alado” ter “pernas para andar” o disco sol teria que ser transportado por algum deus que no caso das moedas de Malos na Cilícia começaram por ser um jovem anjo e acabaram num deus barbudo janiforme e tetra alado de tipo assírio.

Pode muito bem ser alegado que estas moedas vão no sentido de ligar o deus Ciliciano com o Minotauro. F. Imhoof-Blumer veria nele Kronos, cuja cabeça (janiforme) identificou numa moeda de prata de Mallos. E certamente esta explicação serve a cabeça do touro suportada pela figura Janiforme; pois Kronos aparece em outro lugar com esse atributo (Num altar octogonal encontrado em Havange em 1825 e agora no museu em Metz). Mas não precisamos, portanto, de desfazer-nos da comparação com Talos e o Minotauro. Kronos está essencialmente ligado a ambos. Talvez possamos ousar a encarar o velho transportador do disco solar como Kronos e o jovem como um Zeus solar. Além disso, tem sido defendido por Svoronos JN que Mallos na Cilícia era uma colónia de Malla em Creta, onde o culto principal era a de Zeus Monnitios. Se Svoronos estiver certo, temos justificação para forçar a analogia das divindades solares de Creta. -- [4]

Zeus Monnitios é uma das muitas apropriações identificativas com que o helenismo absorveu velhos cultos.

Monniti(os) < Mon-Inti (Minos, o sol dos incas) < Mean-Intu.

Monnitios reporta-nos para um deus da unidade monótona e solitária como o sol diurno e de forma estranha para o deus Inti, do sol dos Incas, mais uma das formas indirectas de comprovar a origem minóica da civilização ameríndia. Pois bem, se Zeus Monnitios era cretense seria uma variante de Marnas e por isso identificado com Cronos / Dagon entre os fenícios e com o jovem Zeus Velchanos em Gaza.

É patente a similaridade formal do deus de transporte solar das moedas janiformes da Cilícia, com os génios alados Assírios o que demonstra que apesar da sua origem cretense sofrereu uma forte influência oriental por ficar na zona de influência da Síria.

E terá sido assim que desde a primitiva ideia de um disco solar transportado por um anjo se chega à ideia de uma “disco solar alado” como foi o deus supremo dos assírios, Ashur que na pérsia veio a ser Aura-Mazda.

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Figura 10: CILICIA. Soloi, Tiribazos (386-380 B.C.) Ahura-Mazda, body terminated by solar disk, holding wreath and lotus blossom / Baal standing half-left, holding eagle and sceptre. SNG Levante 49; SNG France -. Toned, good VF, struck with worn obverse die.

O mitema do disco solar alado que nos reporta para a cobra emplumada do novo mundo é na verdade uma das mais belas e ingénuas teorias astrológicas como forma de imaginar e explicar o movimento do sol na abóbada celeste. Mas existiram muitas outras como os deuses psicopompos relacionados com animais totémicos de transporte das almas, os trenós e a barcas solares do Egipto e os carros de cavalos solares das civilizações indo europeias.

 

Ver: OS DEUSES DO SOL-POSTO (***)

        & DEUSES PSICOPOMPOS (***)

 

O PODER ORIENTADOR DOS GOLFINHOS

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Figura 11: Minoan Dolphins Fresco Art. "Precision Restoration". Late Bronze Age (LBA). Late Minoan I (LM I). Period Knossos, Crete, Greece.

Parece no entanto que estes mitemas são variantes recorrentes de outros de origem cretense para os quais o céu era uma continuidade do mar profundo que seria Mare ó Mel-an-ia, a Deusa Mãe da Noite primordial e como tal navegável por barco…ou a cavalo de golfinhos que para os cretenses eram a representação do seu deus dos mares.

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Figura 12: Dança de acasalamento de golfinhos ao por do sol.

De acordo com a mitologia grega, os golfinhos são os anjos do mar.

A intereção alquímica entre medicina (particularmente, a psiquiatria) e psicologia ocupa o centro de uma estrutura elíptica e mandálica, portanto, íntegra e completa em si mesma, delineada dinamicamente pela perene dança de quatro golfinhos

, símbolos por excelência do mundo inconsciente, que giram em sentido anti-horário, a potencializar o carácter introspectivo e espontâneo de seu movimento. -- PSICOTERAPIA do ENCANTAMENTO, seu símbolo e seus arquétipos, Texto de Paulo Urban, publicado na Revista Medicina Atual, edição nº 5, outubro/2003

Pseudo-Hyginus, Astronomica 2. 17 (trad. Grant) (mitógrafo Roman C2nd AD): "Constelation do Delfim. Eratóstenes e outros dão o seguinte motivo para o golfinho estar entre as estrelas., Quando Neptuno [Poseidon] se desejava casar com Anfitrite ela preferiu manter sua virgindade e fugiu para o Atlas. Neptuno mandou procurá-la, entre eles a um certo Delfim, que, vagueando entre as ilhas, encontrou a jovem e a convenceu a casar-se com Neptuno, e ele mesmo se encarregou da boda. Em troca desse serviço, Neptuno colocou a forma de um golfinho entre as constelações."[5]

Acontece que o golfinho além de ser uma constelação que orientava os marinheiros no céu também os orientava no mar pois é sabido que estes animais têm particulares capacidades de orientação em grandes distâncias tendo sensores do magnetismo terrestre e possui o extraordinário sentido da eco-localização, pois consegue produzir sons de alta frequência sob a forma de cliques ou estalidos.

Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente no alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à frente através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o Melão, que dirige as ondas sonoras em feixe à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na água cinco vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para comunicações e é diferente para cada espécie.

Quando o som atinge um objecto ou presa, parte é reflectida de volta na forma de eco e é captado por um grande órgão adiposo ou tecido especial no seu maxilar inferior ou mandíbula, sendo os sons transmitidos ao ouvido interno ou médio e daí para o cérebro. Grande parte do cérebro está envolvida no processamento e na interpretação dessas informações acústicas geradas pela ecolocalização.

É fácil de imaginar que a cultura minóica que tinha Dagon / Poseidon como deus supremo tenha tido o golfinho como animal totémicos porque seria de certo modo um sonar natural para impedir o naufrágio de frágeis embarcações navegação em regime de costa à vista como era a maioria da navegação mercantil e piscatória neolítica ou em dias de nevoeiro. Assim a relação do golfinho com a orientação marítima seria inevitável e acabar por se confundir com a forma maior de orientação que era a solar e acabar por gerar o mito de que os golfinhos adoravam o sol pelo qual se orientavam dançando em danças de acasalamento ao por do sol. Nalgumas moedas gregas antigas a relação orientadora do golfinho aparece relacionada com o labirinto como mitema geral da necessidade estratégica da orientação.

Noutra aparece relacionada com a orientação para prosseguir viagem e por isso relacionada com a roda solar de quatro eixos já próxima da rosa-dos-ventos, noutras com a suástica ou com a forma trinaria do trisquel.

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Figura 13: Várias moedas gregas de diversas origens, seguramente antigas colónias minóicas, onde o golfinho aparece relacionado com a roda-solar, a suástica, a rosa-dos-ventos e o trisquel.

A mais fascinante das moedas relativas ao poder orientados dos golfinhos aparece em moedas de Siracusa onde vemos a representação da Deusa Mãe da Noite primordial ladeada por quatro golfinhos foi levada por Poseidon para Siracusa onde se transformou na iconografia representativa da identidade local.

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Figura 14: A heavy silver coin of some 43 grams, minted by the tyrant of Syracuse, Gelon. Apparently a portrait of a woman named Demarete, hence the name Demareteion. Rev. ΣVRA(koppa)ΟΣΙΟΝ Rev. ΣVR – AK – ΟΣΙΟΝ

Demareteion, or Damareteion = Queen Demarete [de-ma-ree-tee] was the wife of Gelon, tyrant (absolute ruler) of Syracuse from 487 to 478 B.C. In 480 B.C., Gelon defeated a Carthaginian attempt to dominate Sicily at the battle of Himera, thus laying the foundation for Syracusan preeminence on the island. According to legend, the Queen interceded on behalf of the Carthaginians and secured a relatively lenient peace agreement. In gratitude, the Carthaginians presented her with a golden crown of 100 talents (an ancient measure of weight). The Queen used the proceeds from this gift to produce a special series of silver decadrachms to commemorate the victory. The coins were nicknamed "Demareteions" in her honor.

This legendary attribution would place thecreation date for the decadrachm at or near 480 B.C., a date that has been challenged in recent years. The currently accepted date for this coin is about 465 B.C., which throws into doubt the whole Demarete connection to these coins, and would suggest that the Demareteion was created in commemoration of some other event, possibly the expulsion of the tyrants in 465 B.C., or one of several possible victories during the 460s B.C.

Another possible connection to Demarete is the device of the lion, the presence of which has remained enigmatic, particularly in conjunction with Syracuse. The lion is associated with Apollo, the patron divinity of Leontinoi, as well as being a pun on the city name and thus was used as a traditional symbol there. However, the lion is unknown at Syracuse before and after its' use on these coins. One view is that the lion, a symbol for Carthage, is shown running to symbolize the Carthaginian defeat. Another suggests that the lion was the family crest of the Emmenid clan, which traced its roots back to the hero Polyneikes of Thebes, and of which Demarete was a member. We will never know for sure. -- National Numismatic Collections.

Pois poderá parecer uma mera coincidência que as mais célebres moedas de Siracusa com o mitema da face de Aredusa coroadas de louros e cercada por quatro golfinhos se chamem Demareteion em homenagem a Damarete, esposa de Gelo, vencedor dos Cartagineses em Hemera. Em mitologia não há coincidências que não sejam significativas e o termo Demareteion está envolto em tantas lendas que pode ter sido influenciado pelo nome da esposa do general que venceu os cartagineses e que assim recebeu destes um fabuloso restaste de guerra em talentos mas esta moeda já tinha cunhagens anteriores neste formato de efígie de Korê, filha de Deméter.

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Figura 15: Ca. 465 B.C.E, 17.17 g. Attributed to the Demareteion Master. Athena, being crowned by Nike, driving a quadriga; in exergue, a lion./ΛEO-NTIN-O-N Stylized head of Apollo right encircled by three barley grains; below, a lion.

Na moeda Leontina em que aparece Apolo em vez de Aredusa os golfinhos são substituídos por espigas de cevada que mais parecem folhas de loureiro reforçando-se a ligação mítica com o culto de Deméter de que o leão é mais o animal de transporte do que de Apolo.

Como noutra moeda Leontina vamos encontrar o mesmo motivo onde as espigas de cevada são agora bem definidas como grãos de cevada começamos a ter a quase certeza de que estamos perante imagens de culto a Deméter.

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Figura 16: SICILY, Leontini. Circa 466-460 BC. Tetradrachm (Silver, 17.25 g 2). Rev. ΛΕ ΟΝ ΤΙΝ ΟΝ (retrograde from lower right) Laureate head of Artemis to right, her hair bound up at the back, wearing pendant earring and pearl necklace; around, four barley grains.

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Figura 17: Tetradrachm circa 350-320, AR 17.06 g. Fast quadriga driven l. by charioteer, holding reins and kentron, about to be crowned by Nike flying towards him; above outer horse’s head, eight-rayed star. In exergue, sis in Punic characters. Rev. Head of Kore-Persephone l., wearing wreath of barley leaves, earring and beaded necklace; under chin, swastika. Around, four dolphins.

Jenkins notes that the star before the chariot has no apparent precursor at Syracuse or elsewhere, but we can suggest that the swastika before the goddess' head is derived from the ‘cross’ that appears behind her head on one decadrachm die (Gallatin J.VIIa). This is especially plausible since one of the four Panormus reverse dies that successfully copies Euainetos’ decadrachm portrait (Jenkins 55) shows a scallop shell in front of the goddess' head, whereas it appears behind it on the Syracusan originals. Before the series at Panormus closes there occurs a transformation that favours the ‘modernistic’ style of the Artemis-Arethusa/chariot tetradrachms of the tyrant Agathocles. The affinity is unmistakable, and is principally visible in the treatment of Artemis-Arethusa. But there was a limit to the degree of reproduction, for on the issues of Panormus the chariot remains on the obverse, whereas on the Agathoclean coinage the chariot had been relegated to the reverse.

Ninguém sabe ao certo afinal porque aparece uma suástica numa das moedas mais recentes da cidade de Siracusa. Porém, os motivos relacionados com o golfinho reportam-nos para Dagon cujo símbolo seria a suástica.

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Por outro lado, a efígie feminina da «cara» destas dracmas de Siracusa ora são identificadas com Damarete, ora com Aredusa, ora com Artemisa, ora com Corê / Perséfona.

Συράκουσαι, variantes dóricas: Συράκοσαι, Συρακόσσα, Συράκουσσα.

Συρακόσσα < *Ku-ra-Kauska > Kaure-Thussa > Harethusa > Arethusa.

                                                                              > Coret-usha > Core.

Em conclusão, a deusa de Siracusa fazia parte dum culto a Deméter, de que Artemisa era uma variante arcaica, e que por ser de origem minóica estaria também ligada a cultos solares neptunianos

Na mitologia grega Aretusa era uma nereida filha de Nereu que fez voto de castidade e passou a fazer parte do grupo de deusas caçadoras de Artemisa.

Um dia, após uma caçada extenuante, decidiu banhar-se em um rio límpido. Enquanto nadava sozinha, ouviu uma voz vinda das águas. Era Alfeu, o deus do rio, que se apaixonara pela bela ninfa. Aretusa fugiu assustada, com o deus-rio em seu encalço. Este, abandonando seu leito, perseguiu-a até que esta, sem forças, suplicou a Artémis que a salvasse. A deusa, diante das poderosas águas de Alfeu, envolveu a náiade em uma nuvem, transformando-a em uma fonte. Em seguida, a terra abriu-se, e a ninfa, assim transformada, percorreu seus subterrâneos e chegou a Siracusa, brotando na ilha de Ortígia, lugar consagrado a Artémis.

Em seu trajecto subterrânio viu Perséfone, que havia sido raptada por Hades, deus dos Infernos, e mais tarde deu esta informação a Deméter, mãe da jovem raptada e que a procurava sem sucesso.

A passagem de Aretusa pelos infernos faz dela variante de Medusa e como tal uma Corete, tal como Artemisa foi uma variante de Deméter pelo que se compreende enfim a relação dos golfinhos das moedas Demareteion de Siracusa como fazendo parte de arcaicos cultos solares cretenses.

Porém Alfeu, sem desistir de sua amada, internou-se também na terra, vindo brotar junto à fonte de Aretusa. Assim o deus-rio uniu suas águas às da ninfa em um eterno enlace amoroso.

Alfeu < Αλφειός < Ar-ki-jus < *Kar-kikus

                                               > Arguivos lit “marinheiros de Ares!

A parte final do mito pode ser mais romantismo que resquício mítico porque Alfeu pode ser uma variante aquática e cretense dos cultos guerreiros a Ares, uma deus solar e guerreiro.

 

TRISQUEL LÍCIO

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Figura 18_ LYCIA. Dynasts of Lycia, Kuprlli

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Figura 19: vários tipos de moedas lícias relativas ao disco solar e ao trisquel.

As mais antigas imagens do trisquel lício ainda apelam para o golfinho como evolução estilizada de 3 ou 4 golfinhos em volta do sol. Nas variantes mais explícitas uma das pernas do trisquel acaba na cabeça de uma cobra e noutros casos acaba em cabeças de pássaro.

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Figura 20: três gravuras de moedas lícias extraídas do livro Zeus - A Study in Ancient Religion - Vol 1, Arthur Bernard Cook.

Monsieur Babelon, after passing in review the various hypotheses that have been put forward, concludes in favour of the solar explanation advanced by L. Muller and Mr E. Thomas. L. Muller, comparing analogous symbols throughout the west of Europe, and Mr Thomas, doing the same for India and the east, arrived independently at substantially similar results. -- Zeus - A Study in Ancient Religion - Vol 1, Arthur Bernard Cook.

Em boa verdade e de acordo com outros contextos as cabeças de pássaros apontam primeiro e objectivamente para o cata-vento ou para a roda dos ventos porque o estudo dos ventos terá sido uma forma de prever o tempo e os ventos favoráveis na época em que a navegação marítima deles dependia:

 

Ver: SUÁSTICA 4 (***)

 

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Figura 21: Greek. Pisidia, Selge. Nestas moedas o trisquel começa a ser um pictograma relativo à ideia de força na luta do pancrácio e impulso para o movimento da funda.

This verdict, for Lykia at least, is confirmed by the fact that on Lycian coinage after the time of Alexander the Great the radiate head of Helios is a constant type. But, when we seek to define the deity to whom the Lycian wheel originally belonged, we are deserted by the evidence. -- Mr. Edward Thomas, in his work entitled "The Indian Swastika and its Western Counterparts.

Figura 22: Desenho de Vaso grego relativo a treinos de atletismo onde aparece uma suástica num disco ou numa bola de lançamentos de pesos.

Tal como na moeda anterior esta suástica pode ser um símbolo solar de força e impulso que aparece muito frequentemente associada à marcha dos estafetas que transportam a mensagem da luz solar.

Parece que o símbolo solar  era também o de Marnas, o grande senhor dos mares e filho e esposo da noite escura, a Afrodite Melânia ou a assíria Milita. Neste caso poderíamos ter a explicação da «marcha» da Maratona se esta não fizesse apenas parte dos jogos olímpicos da modernidade sendo assim um verdadeiro falso cognato da «marcha».

O funcho, também conhecido por anis-doce, erva-doce, maratro, finóquio, fiuncho ou fiolho, (…) na Grécia Antiga era designado por μάραθον (marathon), estando na origem do nome de Maratona (que afinal, em português seria Funchal), o local da mítica batalha de Maratona travada em 490 a.C. entre gregos e persas. A mitologia grega diz que Prometeu usou um talo de funcho para roubar fogo dos deuses.

Dans la civilisation grecque le fenouil sauvage était associé à la claire vision. Dans la civilisation romaine, c'était la plante sacrée de Bacchus. Un grand pied de fenouil, représentant un symbole phallique, fut son emblème durant les bacchanales.

Castellano y otras lenguas españolas: acinojo, anís, anís bravo, anís de Florencia, anises, anisete, anisete silvestre, arinojo, cañiguera, cenojo, cenoyo, cinoho, cinojo, cinoyo, enojo, enoyo, esmeldo, fanoyo, fenículo, fenojo, fenol, fenollo, fenoyo, fenullo, finojo, fiollo, fioyo, fiúncho, fiúncho bravo, fiúncho ordinario, fiúncho silvestre, hacinojo, hierba santa, hinojo, hinojo amargo, hinojo común, hinojo doméstico, hinojo hortense, hinojo salvaje, hinojo vulgar, inojo, jenoyo, jinojo, linojo, mellu, millu, millua, milu, perejil de gitano, perejilón, tenojo, tinojo, zenojo, zenoll, zenollo, zenullo, zinojo.

Dos muitos nomes ibéricos que o funcho que teve, um pode ter sido *maradona, herdado directamente do grego como o lusitano maratro e de que derivou o patronímico Maradona do célebre jogador argentino. Como erva-doce que é, explica as variantes espanholas esmeldo, mellu, millu, millua, milu.

Maratona < *Maradona < Μαρα-θώνας < Μαρα-θών-(ik)ας

< Μαρα-θών < Mera-Thion ó Mel-antius > «melancia».

E chagados aqui nunca saberemos se a erva-doce ou «maratro» deve o nome a *Maradona por Mel-antius, o deus minóico do pote de mel aonde caiu Galauco e que também seria Marnas deus dos mares como Dagon senhor da «melancia» e uma variante do deus menino por ter sido Baco, o deus da erva-doce e das doçuras do vinho ou aos deuses do Mel, do mar…e das zonas costeiras de «marachão». De qualquer modo parece ser seguro que o nome da «maratona» não tem nada a ver com a suástica nem esta com a «marcha».

 

Ver: NINANA (***) & DAGON (***)

 

Figura 23: A Suástica grega pode teoricamente reconstruída a partir do trisquel formado literalmente por três pernas. Este era frequente em escudos de hoplitas gregos mas é difícil de encontrar como tal. Figura 24: Atena artemisina entre Hércules e Hermes com escudo onde o trisquel apresenta no lugar do sol a cabeça da gorgona.

Já a marcha pode muito bem ter algo a ver com a suástica quanto mais não seja porque formalmente nos reporta para a marcha do sol na esfera celeste em trisquel ou a quatro pés.

«Marcha» < M. Fr. mar-cher < O. Fr. mar-chier

March = "to walk with regular tread," early 15c., from M. Fr. marcher "to march, walk," from O. Fr. marchier "to stride, march," originally "to trample, tread underfoot," perhaps from Frankish *markon or some other Germanic source related to obsolete M. E. march (n.) "borderland", Or possibly from Gallo-Roman *marcare, from L. marcus "hammer," via notion of "tramping the feet."

Obviamente que os eruditos apenas sabem que a «marcha» era desconhecida dos latinos mas apareceu entre os franceses não se sabendo muito bem como. Assim, até prova em contrário, apareceu como forma de «marcar» terreno fronteiriço marchando e contando as marcas dos pés e dos passos na areia da praia ao longo da costa, ou serviço de Marnas / Dagon / Pantano…e só depois na borda dos campos e talvez no Egipto e na Caldeia depois de inundações e «marachões».

«Marachão» < marés => pântano Cast. pantanu < b. Lat. *pantanu.

ó Fr. marais > maraîchage = lezíria

< Ta-lassa-ira.

O termo "pântano" originou-se do nome de um lago da Apúlia, na Itália, chamado Pan-tanu (actualmente, o lago chama-se Lesina).

A nomine antiquo huius lacus, olim sane paludosi insalubrisque, viri docti vocabulum "pantano" derivant, quod in linguis Italica et Hispanica "paludem" sonat.



[1] Talos, nude, standing facing, wings spread, hurling stone in his right hand, holding another in his left. Svoronos, Numismatique 67 -- http://coinproject.com

[2] According to Anton Boras of the Mythology Association of Chicago, Illinois Taras is not the son of Poseidon. New evidence has been found in an excavation site north of Athens to prove that Taras is actually the son of Gaia and Leonidas of ancient Sparta.

[3] As far as I have been able to trace or connect the various manifestations of this emblem, they one and all resolve themselves into the primitive conception of solar motion, which was intuitively associated with the rolling or wheel-like projection of the sun through the upper or visible arc of the heavens, as understood and accepted in the crude astronomy of the ancients. – -- Mr. Edward Thomas, in his work entitled "The Indian Swastika and its Western Counterparts

[4] It may fairly be claimed that these coins go some way towards connecting the Cilician god with the Minotaur. F. Imhoof-Blumer would see in him Kronos, whose head he identified on a later silver coin of Mallos. And certainly this explanation suits the bull's head borne by the Janiform figure; for Kronos appears elsewhere with that attribute (On an octagonal altar found at Havange in 1825 and now in the museum at Metz). But we need not therefore disallow the comparison with Talos and the Minotaur. Kronos is essentially connected with both. Perhaps we may venture to regard the older disk-bearer as a solar Kronos, the younger as a solar Zeus. Further, it has been argued by J. N. Svoronos that Mallos in Kilikia was a colony of Malla in Crete, where the principal cult was that of Zeus Monnitios If Svoronos is right, we are justified in pressing the analogy of the Cretan solar deities. -- Arthur Bernard Cook - Zeus - A Study in Ancient Religion - Vol 1, pag. 298.

[5] Pseudo-Hyginus, Astronomica 2. 17 (trans. Grant) (Roman mythographer C2nd A.D.): "Constellation Delphin. Eratosthenes and others give the following reason for the dolphin’s being among the stars. Amphitrite, when Neptunus [Poseidon] desired to wed her and she preferred to keep her virginity, fled to Atlas. Neptunus sent many to seek her out, among them a certain Delphin, who, in his wandering s among the islands, came at last to the maiden, persuaded her to marry Neptunus, and himself took charge of the wedding. In return for this service, Neptunus put the form of a dolphin among the constellations."

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