LAPI RO HUNT
A primeira etimologia da palavra “labirinto”, do Egípcio “lapi ro hunt”, significa “templo à entrada do lago" e faz referência a um imponente labirinto situado no sul do Cairo, próximo ao Lago Moeris que atualmente leva o nome de Birqkat Qarun (O estanque de Coré). -- Por Editor VOPUS
Figura 1: Hawara sitemap by R. Lepsius.
A teoria de que o labirinto deriva do antigo *lapi-ro-hunt não passa disto mesmo: uma teoria pois que anda de página em página pelo ciberespaço, quase exclusivamente em línguas latinas, ora como teoria ora como certeza mas sem referência a fontes nem a estudos que suportem como se não se soubesse que foi inventada pelo alemão Brugsch no seu livro “Egipto sob os Faraós”.
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Consultando o autor alemão Brugsch no seu livro “Egipto sob os Faraós” verificamos:
O nome do Moeris, que os autores gregos deram a este lago - um nome em que pensaram que poderiam reconhecer o nome de um rei - foi obtido a partir de expressões egípcias, Men ou Mi-uer, o que significa qualquer tipo de bacia ou lago. O nome árabe Faium, dada à província do antigo lago Moeris é explicado pelo nome antigo Pha-joom, ou seja, "país do lago." (...)
A provincial, que antigamente continha o Lago Moreis, não teve a sorte de ser frequentemente mencionada nos textos gravados nas paredes dos santuários egípcios. Eles a odiavam, bem como aos seus habitantes, por causa da adoração com que estes honraram o deus Sobeco, a divindade tutelar da região, e o crocodilo, seu animal sagrado. Este último é para os adoradores de Osíris, uma das formas do deus Set, o Satã da mitologia egípcia, o que pode muito bem explicar a circunstância singular que, na lista dos nomos, a província do Lago Moeris é eliminada como hostil a Osíris. Assim é que não sabemos nada do labirinto, ou da pirâmide, ou das cidades, nem dos cultos da zona do lago.
Esta carência foi felizmente preenchida com a descoberta de um papiro que diz respeito à geografia do Lago Moeris, embora, em certo sentido, esteja muito longe de uma instrução geográfica. O manuscrito, actualmente preservado no Museu de Boolak, representa o plano da bacia, com o seu canal. Em torno da bacia do autor do desenho marcou um certo número de cidades e santuários, acompanhado de textos explicativos, que contêm informações muito precioso para o conhecimento dos vários lugares, e o culto das divindades nas margens da bacia. Graças a estas indicações, estamos habilitados para verificar claramente os diferentes nomes do lago. É chamado às vezes She, ou seja, “a bacia ou lago”, por vezes, She-UER, “o grande lago da bacia”, às vezes Mi-uer (Moeris), “ O grande lago”. A partir do um nome mais universal, She, o país foi chamado de Ta-She, “a terra do lago”, do qual a palavra copta-árabe Faum é uma tradução precisa. Outra denominação do lago, incluindo os túmulos, é o seguinte: Hunt, “a represa”, uma expressão comum, que foi utilizada na lista de nomes para a grande bacia por trás de cada distrito. O lugar em que o canal, vindo do Nilo, entrou para o vale da grande cadeia de montanhas do Faum, foi chamado Ape-Tash, ou seja, o desfiladeiro do país do lago. Aqui ficava a abertura da eclusa do canal – Ra-hunt or La-hunt, palavra a partir do qual vem certamente o nome do moderno lugar Ellahun, com o artigo el Arab antes de Lahoont. A mesma palavra, sem dúvida, está escondida na denominação grega do labirinto, que pela boca dos egípcios teria sido pronunciada Rape-ro-hunt, or Lape-ro-hunt, isto é, “o templo da eclusa de controlo de cheias da represa”. - A HISTÓRIA DO EGITO EM faraós, por Henry Brusch-Bey, traduzido do alemão pelo falecido Henry Danby SEYMOUR.[1]
Ellahun is a place with a very small population in the state/region of Al Fayyum, Egypt. Cities, towns and places near Ellahun include Lahun, Al Lahun, Minshat Khalbus and Hawwarat `Adlan.The closest major cities include El Faiyum, Gizeh, Cairo and Suez.
Se já é difícil e de resultados foneticamente duvidosos traduzir o antigo egípcio para línguas modernas, porque além da complexidade e variantes na forma de transcrever os sons, além do mais, os egípcios tiveram a tradição que legaram aos semitas de não transcreverem as vogais, então passar de hipóteses em línguas modernas para depois as traduzir para uma suposta língua egípcia que em grande parte se desconhece como realidade com substância sonora é quase um salto no escuro!
De facto, as incertezas na tradução fonética redundam em variantes fonéticas que não são inteiramente explicáveis pela natural diversidade de dialectos e regionalismo e que só podem resultar da pouca eficácia do sistema ideográfico da escrita hieroglífica. De resto, parece que o «lê» inicial do labirinto nem fazia parte do alfabeto do antigo Egipto.
Depois nem sequer se tem bem a certeza do significado de que se parte porque ora se refere lago, ora tanque, ora mar ora apenas Meris, o grande lago…(como o mar) termo que terá dado nome ao mar das língua latinas.
Templo = Hwt-nTr, r-pr; => Au(t)ntre? Antro? palácio = pr-aA, uarkh-t, peru-maau, ma, maa, neteru peru, neter he-t, repa (< reper), hai-t, hau, hi-t.
Ao lado = r-a, r-gs.
Mar = WAD-wr < Guadur; merit, lum ( applied to Lake Moreis): Efiom, "mar", em copta.
Lago = Sha = khent, a-akh, a-tur, antch-t, sunu, SU-ten, sek, shenu, shti-t, gesh-t, Tchau, tchetku.
Pesquisas em dicionários sobre o antigo egípcio não dão grandes resultados.
Esta teoria apenas baseada no nome da localidade insignificante que é hoje Ellahun tem sido posta totalmente em causa pelas mais recentes referências em cerca de 62 papiros entre 292 a. C e 141 d. C onde a aldeia Hw.t-wr.t / Αὑῆρις (= grande templo) é atestada 119 vezes e onde o nome egípcio Hw.t wr.t corresponde a gregos Αὑῆριςin em vários documentos bilíngues.
Hawara is situated 90 km south of modern Cairo, at the entrance to the depression of the Faiyum oasis. The Egyptian name Hw.t-wr.t, “great temple”, refers to the labyrinth. The location is marked with the pyramid of Amenemhet III, the last great king of the 12th dynasty (about 1855-1808 Before Common Era). The pyramid he built at Hawara is believed to post-date the so called “Black Pyramid” built by the same ruler at Dahshur. It is this pyramid that is believed to have been Amenemhet’s final resting place. In common with the Middle Kingdom pyramids constructed after Amenemhet II, it was built of mudbrick round a core of limestone passages and burial chambers, and faced with limestone. Most of the facing stone was later pillaged for use in other buildings (a fate common to almost all of Egypt’s pyramids) and today the pyramid is little more than an eroded, vaguely pyramidal mountain of mud brick. (…)
According to Manetho’s Aegyptiaca, preserved in an epitome of the early 3rd century CE, the Labyrinth was the tomb of king Lachares. For Diodorus Siculus (1st century BCE) the enormous collective tomb of the twelve kings was built by Mendes, alias Marros. Following a different tradition he reports that king Menas built a square pyramid and the labyrinth. Strabo, who visited Egypt in 25-24 BCE, gives an accurate topographical description, locating the labyrinth and the pyramid in a trapezium shaped area. He also mentions a nearby village. (…
The village Hw.t-wr.t/Αὑῆρις (= great temple) is attested 119 times in 62 documents between 292 BC and 141 CE. The concentration of documents in the 1st century BCE is due to the Hawara undertakers archives. The Egyptian labyrinth (Λαβύρινθος) appears 18 times in 16 papyri between 258 BCE and the reign of Hadrian (117-138 CE). All texts but one are Ptolemaic. Though the names Hw.t-wr.t/Αὑῆρις and Λαβύρινθος disappear early from our records, archaeological finds show that the site was continuously occupied up to the 7th century CE. The Egyptian name Hw.t-wr.t corresponds to Greek Αὑῆριςin several bilingual documents, e.g. P. Hawara Lüdd. III (233 BCE), P. Ashm. I 14 and 15 (72/71 BCE) and P.Ashm. I 16 (69/68 BCE). The aspiration at the beginning of the word shows in the phi in ῾Αγουήρεως τῆς ῾Ηρακ[λείδου μερίδος] (where ῾Αγουήρεως stands for Αὑῆρις) in SB XIV 11303. Greek ἁ for Egyptian -- Mataha Expedition,Hawara 2008, NRIAG - Ghent University/Kunst-Zicht, A project funded by Louis De Cordier.
Diz-se deste labirinto “Αὑῆριςin / Havaricino” que era a maior proeza dos egípcios ao invés das pirâmides. É obra do Faraó Amenenhat III da XI Dinastia. O historiador grego Heródoto que o viu no século V a.C. diz dele:
"Quiseram também unir esforços para legar à posteridade um monumento digno de admiração. Fizeram, assim, construir um labirinto pouco acima do lago Méris, bem próximo à cidade dos Crocodilos. Tive oportunidade de ver essa obra e achei-a notável sob todos os aspectos. Nenhuma das construções, nenhum dos edifícios dos Gregos se lhe pode comparar, quer no que se refere ao trabalho, quer ao custo. Os templos de Éfeso e de Samos despertam, sem dúvida, admiração; as pirâmides são obras arrojadas e grandiosas, podendo, cada uma em particular, sofrer cortejo com as maiores construções da Grécia; mas o labirinto supera as próprias pirâmides. Compõe-se de doze pátios cobertos, cujas portas são contíguas e situadas frente a frente, seis ao norte e seis ao sul. Uma mesma cintura de muralhas envolve-as pelo lado de fora. O labirinto está construído em secções duplas, sendo mil e quinhentas subterrâneas e mil e quinhentas na superfície — três mil ao todo. Visitei algumas destas últimas, podendo, pois, delas falar com segurança. Quanto às subterrâneas, reproduzo apenas o que sobre elas me disseram. Os Egípcios que a elas montam guarda não permitem que se as vejam, por servirem de catacumbas aos crocodilos sagrados e aos reis aos quais se deve essa obra monumental. Os compartimentos de cima, que tive oportunidade de visitar, estão ligados entre si por amplas passagens e corredores que levam através dos vários pátios igualmente amplos e bem traçados. O teto de todas essas dependências é de pedra, bem como os muros, decorados todos com figuras em baixo-relevo. Em torno de cada pátio vêem-se colunatas de pedra branca simetricamente dispostas. No ângulo em que termina o labirinto ergue-se uma pirâmide de cinquenta braças de altura, na qual se acham esculpidas figuras amplificadas de animais de várias espécies.
Figura 2: Maquete da reconstrução virtual do labirinto *havaricino.
Manetho Aegyptiaca (2, frag. 34) (3rd century BCE): Short fragment from his list of Egyptian kings. “Fourth King. Lamares, eight years. He built the Labyrinth in the Arsinoite Nome as a tomb for himself.”
Diodorus Siculus (1st century BCE): Two passages in his history, Book I 61.1-2 and 66.3-6. “When the king died the government was recovered by Egyptians and they appointed a native king Mendes, whom some call Mares. Although he was responsible for no military achievements whatsoever, he did build himself what is called the Labyrinth as a tomb, an edifice which is wonderful not so much for its size as for the inimitable skill with which it was build; for once in, it is impossible to find one’s way out again without difficulty, unless one lights upon a guide who is perfectly acquainted with it. It is even said by some that Daedalus crossed over to Egypt and, in wonder at the skill shown in the building, built for Minos, King of Crete, a labyrinth like that in Egypt, in which, so the tales goes, the creature called the Minotaur was kept. Be that as it may, the Cretan Labyrinth has completely disappeared, either through the destruction wrought by some ruler or through the ravages of time; but the Egyptian Labyrinth remains absolutely perfect in its entire construction down to my time.”
A informação de que “o Labirinto de Creta desapareceu completamente, seja através da destruição causada por algum governante ou através dos estragos do tempo, mas o labirinto egípcio continua a ser absolutamente perfeito em toda a sua construção até ao meu tempo” parece confirmar o estilo fantasioso da Vida de Apolónio de Tiana de Filóstrato que diz: "(Apolonio de Tiana) navegou para Cnossos, onde um labirinto é mostrado, o que, acredito, conteve uma vez o Minotauro".[2] Filóstrato não confirma que o Labirinto de Cnossos existisse mas apenas que acreditava que Apolónio o tivera visto. Mas como a vida de Apolónio de Tiana está repleta de fantasias milagreiras nem esta plausibilidade parece credível.
Strabo (ca. 64 BCE - CE 19): (…) the name of the man buried there was Imandes. The reason for making the courts so many is said to be the fact that it was customary for all nomes to gather there according to rank with their own priests and priestesses, for the purpose of sacrifice, divine-offering, and judgement on the most important matters.”
Pliny the Elder (CE 23-79): One passage in his Natural History, Book 36, 84-89 “Let us speak also of labyrinths, quite the most extraordinary works on which men have spent their money, but not, as may be thought, figments of the imagination. There still exists even now in Egypt in the Heracleopolite Nome the one which was built first, according to tradition 3,600 years ago by king Petesuchis or Tithois, though Herodotus ascribes the whole work to Twelve Kings and Psammetichus, the latest of them. Various reasons are given for building it. Demoteles claims that it was the palace of Moteris, Lyceas the tomb of Moeris, but the majority of writers take the view that it was build as a temple to the Sun, and this is generally accepted. At any rate, that Daedalus used this as the model for the Labyrinth which he built in Crete is beyond doubt, (…)
Pomponius Mela (1st century CE): One passage in his chorographia, Book I, 9, 56. “The building of Psammetich, the Labyrinth, includes within the circuit of one unbroken wall 1000 houses and 12 palaces, and is built of marble as well as being roofed with the same material. (…)
É tal a variedade de nomes de faraós referidos pelas diversas fontes como tendo sido os autores do labirinto egípcio que qualquer teoria etimológica baseada neles perde a maior parte do crédito se não tiver mais nenhum suporte.
Escusado será dizer que o principal argumento contra a tese do alemão Brugsch é sobretudo o facto de nem *lapi-ro-hunt, nem algo parecido, aparecer em qualquer documento conhecido no local.
Seja como for a maioria dos autores anglo-saxões nunca deram grande crédito a esta teoria alemã a arriscam mesmo propor outras.
Labyrinthus (λαβύρινθος). This is by some set down as the corruption of an Egyptian word meaning “the building at the entrance of a reservoir” (Brugsch, Egypt under the Pharaohs), by others derived from a king Lamaris or Labaris (whose name, however, should perhaps be Maris or Moeris), (…) -- A Dictionary of Greek and Roman Antiquities. William Smith, LLD. William Wayte. G. E. Marindin. Albemarle
Claro que a estranha teoria etimologia de o labirinto derivar de uma corruptela do nome do faraó Lamaris por Labaris é pior emenda que o soneto.
The famous Labyrinth at Hawara which amazed Herodotus so much, and is described by Diodorus, Strabo, and Pliny, was a great funerary temple erected by Amenemhat III (Lamaris) in front of his pyramid at Hawara. Shining white stone, probably quartzite and alabaster, was largely used in its construction, probably for facing blocks, and this caused Pliny to describe its walls as of Parian marble. This fact, and the great number of its halls and corridors, caused the Greeks to compare it with the famous labyrinth of Minos at Knossos in Crete, and also, led no doubt by the king's name "Lamaris", to transfer to it the Cretan appellation of "labyrinth".
* Diodorus (i. 51, 52) transferred the name of the lake to the king, influenced no doubt by the fact that the prenomen of Amenemhat in, Ne-maat-Ra (correctly given by Manetho as "Lamaris"), had been misread as "Maa(t)-n-Ra," and hellenized as "Merres" by Manetho, and " Marros" by Diodorus. -- The Ancient History of the Near East from the Earliest Times to the Balle of Salamis.
Se parece incontestado que Lamaris seria uma corruptela de Ne-maat-ra que era um epíteto de Amenemhat III helenizado por Maneto para Merres e por Diodoro para Marros também parece evidente que é foneticamente difícil ir de Lamaris a Labaris e, de facto, a arqueologia também não acompanha esta tese labiríntica. O próprio nome do Lago Faium foi outrora Moreis menos por causa do sobrenome Ne-maat-Ra de Amenemhat III mas sobretudo por ser lago tão grande como um mar, Mi-uer.
O interessante na teoria do alemão Brugsch de que o labirinto seria a transcrição literal do egípcio *lapi-ro-hunt tem pelo menos um mérito do que “si no e vero e bem trovato” com a vantagem de nos reportar para a forte evidência de que a cultura egípcia no seu tradicionalismo conservador revela de forma inesperada uma forte ligação com as velhas culturas mediterrânicas neolíticas de quem herdou ou com quem partilhou as origens culturais e parte do génio linguístico.
Sabendo o quanto discutíveis são as leituras dos hieróglifos egípcios aceita-se, como sendo uma das leituras possíveis deste termo, a de um “templo (em sentido espacial) na garganta do mar” o que indiciaria um local de culto a Dagon, sobretudo depois de sabermos que este deus sobreviveu até muito tarde nas culturas sírias e caldaicas como deus dos mortos.
Ver: DAGON I (***)
Mas a conotação fonética que o étimo *lapi-ro veio ter em latim com labor, oris, não deve ser despicienda enquanto «labor-ioso», intricado meandro iniciático dos “doses trabalhos (zodiacais) de Hércules”, de Teseu…ou todo e qualquer trabalho místico iniciático ou alquímico.
Outro aspecto que ressalta da correlação do labirinto com o equivalente egípcio descrito por Heródoto é precisamente o facto de Plínio o Velho ter referido como “sendo geralmente aceite que este foi construído como um templo do Sol”.
Pliny the Elder (CE 23-79): Various reasons are given for building it. Demoteles claims that it was the palace of Moteris, Lyceas the tomb of Moeris, but the majority of writers take the view that it was build as a temple to the Sun, and this is generally accepted. At any rate, that Daedalus used this as the model for the Labyrinth which he built in Crete is beyond doubt, (…)
Na verdade, a teoria da etimologia *lapi-ro-hunt passa pela raiz *lapir- que seria a transcrição fonética para o grego do termo egípcio para templo.
Templo = Hwt-nTr => Au(t)ntre? Antro, r-pr; pr-aA, uarkh-t, peru-maau, ma, maa, neteru peru, neter he-t, repa (< reper), hai-t, hau, hi-t.
*Lapir- < rapir < r-pr < peru / repa < re-per < Re-Pher
= O que transporta Re, o sol
O único argumento que pareceria apontar a tese da origem egípcia do termo «labirinto» seria o facto de o termo gregos labyrinthos ter aparecido pela primeira vez em Heródoto nascido no século V a. C. (485?–420 a.C.) em Halicarnasso.
Λαβύρινθος = A. labirinto ou dédalo, um grande edifício constituído por salas numerosas, ligadas por corredores intrincados e tortuosos: no Egito, Hdt.2.148.
Mas também é verdade que nenhum dos autores clássicos que fala do labirinto egípcio lhe dá o nome próprio de labyrinthos ou sequer sugere que tenha tido nome parecido. Pelo contrário, todos descrevem o edifício como sendo de arquitectura propositadamente confusa e intricada capaz de fazer perder qualquer intruso o que seria uma herança arcaica da arquitectura defensiva neolíticas de origem cretense e anatólica antes do aparecimento das cidades amuralhadas da idade do bronze. Ora, esta natureza labiríntica do edifício parece ser a razão única de ser do termo labyrinthos regularmente correlacionada desde Diodoro de Siculo com equivalente cretense que ora é dado como modelo ora como cópia deste.
Se o nome do labirinto egípcio não era autóctone compreende-se mal que não apareça em grego antes de Heródoto o ter descrito no Egipto.
Na verdade, Homero não fala do labirinto nem sequer de Teseu.
Na Ilíada, Homero diz-nos no final do canto XVIII que Hefesto fabricou para o herói da Ilíada as melhores armas e no famoso “Escudo de Aquiles”…
Coreia ali gravou, qual na ampla Cnossos
Fez Dédalo à pulcrícoma Ariadna.
Moços e virgens palma a palma enlaçam.
A terra pulsam: tênue linha as veste,
Veste-os guapo tecido azeitonado;
Elas flóreas grinaldas, eles trazem
Áureos alfanjes em talins de prata.
-- Ilíada de Homero, Tradução de Manoel Odorico Mendes (1799-1864).
De facto não há referências escritas ao labirinto de Teseu anteriores ao século 3º a. C., sendo a mais antiga de Calímaco. As referências a Teseu e Ariadne são também escassas.
Prócris e Fedra vi, de Minos sábio
Ariadna filha, que Teseu de Creta
Para Atenas levava culta e fértil;
Mas de caminho lha embargou Diana,
De Baco a instâncias, na circúnflua Dia
Mera e Climene, Erifile odiosa,
Que traiu seu marido à força de ouro. (…)
Gostoso a muitos vira, e contemplara
Pirítoo e Teseu, divina prole;
Mas com harto ruído infinda chusma
Ávida concorrendo, enfim de medo
Que do imo a soberana me enviasse
A Gorgônia horrendíssima cabeça.
Homer, Odyssey 11. 320 ff (trans. Shewring) (Greek epic C8th B.C.): "Ariadne, that daughter of subtle Minos whom Theseus bore off from Krete (Crete) towards the hill of sacred Athens; yet he had no joy of her, since, before that could be, she was slain by Artemis in the isle of Dia [Naxos] because of the witness of Dionysos."
Hesiod, Theogony 947 ff (trans. Evelyn-White) (Greek epic C8th or C7th B.C.): "And golden-haired (khrysokomes) Dionysos made blonde-haired Ariadne, the daughter of Minos, his buxom wife: and [Zeus] the son of Kronos made her deathless and unageing for him."
As lendas de Teseu & Minotauro parecem ficções mal contadas por políticos que sentiram necessidade de mudar a casaca quando Creta caiu em desgraça com a catástrofe de Santorini, porque são fortes os indícios de que Atenas seria uma colónia aliada de Creta e a deusa Atena seria a Medusa de que recebe a força na égide e muitas vezes guarda no escudo, a deusa mãe das cobras cretenses e por isso uma das gorgónias.
Figura 3: KNOSI[ON] Minotaur running r., head facing with r. hand lowered and l. raised holding unidentified object. Rev. Labyrinth in the shape of counter-clockwise swastika with floral pattern in the centre; sunk squares in the four corners.
A relação do touro com o labirinto é mais do que meramente circunstancial que terá tido, nem por mero acaso, um mito sobejamente conhecido de aparecimento tardio criado pelos atenienses a modos que de mito fundador da democracia ática em contraponto com a oligarquia espartana.
Ver: MINOTAURO (***)
Mas Filócoro escreve que os de Cândia não confessam isso, antes dizem que êsse Labirinto era uma cadeia na qual não havia outro mal senão o de que não podiam dali sair os que ali eram encerrados; e que Minos, em memória de seu filho Andrógeo, instituíra festas e jogos de prendas, onde êle dava aos que obtinham a vitória êsses meninos Atenienses, os quais entretanto eram cuidadosamente guardados dentro da cadeia do Labirinto, sendo que, nos primeiros jogos, um dos capitães do rei, nomeado Tauro, que mais crédito tinha junto ao senhor, ganhou o prémio. Êsse Tauro foi homem revêsso e desgracioso de natura, que tratou muito dura e soberbamente êsses meninos de Atenas; e, quanto a ser isso verdadeiro, o próprio filósofo Aristóteles, falando da coisa pública dos Botieus, mostra não estimar que Minos tivesse jamais feito morrer as crianças Atenienses, antes diz que elas envelheceram em Cândia, ganhando a vida em servir pobremente. (…) Mas nisso pode-se ver quanto é perigoso incorrer na malevolência de uma cidade que sabe parlamentar e onde as letras e a eloquência florescem, pois desde esse tempo Minos tem sido sempre difamado e injuriado pelos teatros de Atenas, e de nada lhe serviu o testemunho de Hesíodo, ao chamar-lhe digníssimo rei, nem a recomendação de Homero, que o nomeia familiar amigo de Júpiter, porque os poetas trágicos ganharam não obstante o extremo oposto: e do catafalco onde se jogavam suas tragédias expandiram sempre diversas palavras injuriosas e ataques difamatórios contra êle, como contra um homem que teria sido cruel e inumano, embora comumente se considere que Minos seja o rei que estabeleceu as leis e Radamanto o juiz e conservador que as faz observar. -- Plutarco AS VIDAS DOS HOMENS ILUSTRES GREGOS E ROMANOS, TESEU, Baseado na versão francesa de Amyot. Tradução de Aristides Lobo. Fonte: Edameris. [3]
A tese de que o labirinto seria uma simples prisão há-de parecer-nos “pior emenda do que o soneto” porque entre pena de morte e prisão perpétua venha “o diabo que escolha” mas de facto os povos civilizados sempre entenderam esta ultima como sendo mais humana que aquela e então muito mais ainda do que a prisão temporária mas não do que a condenação à escravidão infantil na cidade de Creta de Heracliã / Cândia.
Os Botieus eram atenienses de origem e descendentes, segundo Aristóteles, daquelas crianças que os Atenienses tinham enviado, como tributo, a Minos, em Creta. Estas crianças cresceram nesta ilha ganhando a vida com o trabalho de suas mãos. Os Cretenses, querendo cumprir um voto, enviaram a Delfos o melhor de seus cidadãos, aos quais se juntaram os descendentes destes Atenienses. Como não podiam viver neste lugar, foram para a Itália, e se estabeleceram nas cercanias do Iapígio; passaram em seguida para a Trácia, onde tomaram o nome de Botieus. Daí que em um sacrifício solene suas jovens cantavam o refrão: Vamos a Atenas.
O percurso descrito por Aristóteles para as crianças atenienses enviadas a Minos e que acabaram como Boiteus perto de Potideia parece ser a dos próprios cretenses ao longo das cotas da periferia do mar mediterrânico antes das grandes migrações dos povos do mar.
Ver: POSEIDON / POTIDEA (***)
E assim se começa a entender que as invasões dóricas não tenham mudado quase nada ao fundo cultural certo-micénico da Grécia nomeadamente em Creta onde estes invasores com quase tudo se identificaram ao ponto de se terem acreditado como correspondendo ao regresso dos heráclidas, à sua terra de origem no centro de Creta que seria a ainda hoje conhecida província de Heraclião.
Hércules seria afinal o nome do percurso do sol diurno na abóbada celeste desde a montanha oriental do Alvor à do ocaso.
«Labirinto» < Lat. labyrintu < Gr. labyrintho < La-Pir-Into < La-Wur-into
< Ra-Kur < Ura-Kur < kur-kur, a dupla montanha da Aurora ou as duas colunas de Hércules que suportam o mundo!
«Lavra» < la-wur ó sha-pher > «Safra».
(…) but it is more probably an older form of the word λαύρα, “a passage.” This older form became stereotyped as the proper name for a building with a maze of such passages, while the later form, λαῦραι, is particularly applied to the passages of a mine. Accordingly the labyrinth was a large and complicated subterranean building, with numerous chambers and intricate passages, like those of a mine. Hence the cavern near Nauplia was called a labyrinth (Strabo viii. p.369). And all the structures to which the ancients apply the name labyrinth are described as entirely or partially under ground. -- A Dictionary of Greek and Roman Antiquities. William Smith, LLD. William Wayte. G. E. Marindin. Albemarle.
Quanto ao termo λαύρα (= beco, pista, passajem) é quase seguro ser mais um derivado dos cultos labirínticos grotescos dos cretenses do que a raiz do termos grego λαβύρινθος. Poderá ser uma coincidência mas nos tempos da Segunda Grande guerra havia numa aldeia do Alto Douro uma mina de Volfrâmio que o povo designava por «Mina da Lavra» situada numa zona de amendoal e terra de semeadura e por isso regularmente lavrada o que pareceria dar nome lavradio a essa mina de Volfrâmio.
«Lavra» • (Gr. mod. laúra), o trabalho de extracção dos metais.
Segundo a engenharia brasileira de minas, os bens minerais podem ser considerados como “frutos da terra” que não dão duas «safras» e por isso, ao conjunto de operações bem coordenadas para aproveitamento máximo do material da jazida é denominado «lavra». Os gramáticos defensores dos preciosismos da língua entendem que se trata de dois falsos cognatos porque têm etimologia distinta.
«Lavra» < lavrar a terra < Lat. laborare ó Gr. mod. laúra, claustro
> «lavra» (brasileirismo) terreno de mineração.
Como pode a «lavra» ser um brasileirismo se apareceu em Portugal no Alto douro concelho de Fóz-Côa em meados do século XX?
A relação entre o acto de lavrar a terra e a prospecção mineral é intuitiva e tem ecos nas fábulas de busca de tesouros.
Um camponês tinha chegado ao fim de sua vida. Como queria que os filhos soubessem o que era cuidar da terra, chamou-os e lhes disse:
- Meus filhos, chegou a minha hora. Quanto a vocês, nada lhes faltará se procurarem o que escondi nas minhas vinhas.
Os filhos pensaram que ele estivesse falando de algum tesouro. Uma vez o pai morto, eles cavaram todo terreno, mas em vão. Nada de tesouro, mas a vinha bem lavrada deu-lhes uva em abundância.
Moral: O tesouro é o trabalho. -- Fábulas de Esopo.
Segundo Ziraldo Alves Pinto a palavra é “lavra e pá. A primeira é ouro, é pedra preciosa, é mina: lavra. A segunda é o instrumento, a ferramenta: pá. A palavra é, pois, mina e ferramenta ao mesmo tempo, pa-lavra!”
"O pedido de concessão para uma mina com uma certa dimensão deve ser acompanhado de dois elementos fundamentais: Estudo de Impacto Ambiental e o Plano de Mina, incluindo, este último, o plano de lavra, o plano de recuperação paisagística, o estudo de viabilidade económica e o plano de gestão de resíduos. Todos estes documentos têm de ser aprovados pelas entidades competentes", explica Luís Martins, da DGEG. – Correio da Manhã, A nova corrida ao ouro, 14 Agosto 2011.
A mina do Lousal encerrou os trabalhos em 31 de Maio de 1988 após menos de cem anos de laboração. (…) Com efeito, a mineração moderna e contemporânea começa a sua actividade muito antes do trabalho de lavra - na prospecção geológica que também ela deixa marcas. A Geologia é por isso outra área científica presente na Arqueologia e na Museologia mineiras. -- A arqueologia mineira: Território interdisciplinar, Alfredo Tinoco
Brasileirismo ou não o termo “lavra de minas” está de novo por cá…possivelmente porque sempre por esteve por aqui e de onde foi desde muito cedo em busca do “ouro do Brasil” território em que, por isso mesmo se desenvolveu muito mais do que em Portugal onde acabou meio esquecido.
Λαύρα = «galeria», um beco, travessa, passagem, Lat. angiportus (= uma rua estreita), Od, Hdt:.. um esgoto de drenagem, a par, Ar. Λαύρειον = montanha no S. da Ática, famosa pelas suas minas de prata de, Hdt., Thuc.
«Mina» < Cast. mina < Gaul. *meina, metal bruto < Meinus > Minos.
Como se vê não seria preciso ir ao grego moderno para encontrar a suposta etimologia da lavra de «minas», foneticamente derivada do nome de Minos, o deus touro e por isso Minotauro, porque já existia no grego clássico onde uma montanha cheia de minhas de prata era um *lourerião. E ficaria assim explicado o nome do «loureiro» se não fora dafne em grego (grec. δάφνη ó lafne?) pressupondo que as coroas fundidas na “montanha das minas de prata”, λαύρειον, seriam metaforicamente assim chamadas e assim ficando em latim quando foram substituídas por coroas de loureiro (lat. Laurus) fosse por carestia de prata, fosse por súbito aumento de jogos e vencedores! Obviamente que nem tudo fica registado nos livros e a maioria deste acabam perdidos pelo que se pode postular que a maior parte dos filões etimológicos são insondáveis como fluxos de rios subterrâneos!
No entanto, por vezes ficam aqui e acolá palavras soltas como fósseis vivos que nos permitem estabelecer elos de ligação perdidos entre fluxos etimológicos.
«Galeria» < M. Lat. galeria < γαλλερίας ??? < Gka + Grec. laureia < λαύρα
M. Gr. ορυχείο γκαλερί = galeria de minas <= γαλλερίας ???
«Galé» < M. Gr. γαλέα / galéa = antiga embarcação de vela e remos que tinha por principal ser um posto avançado ("apóstolo", "mensageiro") da frota bizantina para triagem e inspecções. < γαλεός = cação ó < γαλερός = alegre, de espírito elevado ó γαλήνη = mar calmo > γαλέρας > It. Galera < «galera» > «galião».
«Galilé» ó Lat. Galilaea < L. Galilaea < Gk. Galilaia
< Heb. Haggalil, lit. distrito.
Gallery = c.1500, from M.Fr. galerie "a long portico" (14c.), from M.L. galeria, of uncertain origin, perhaps an alteration of galilea "church porch," which is probably from L. Galilaea "Galilee," the northernmost region of Palestine (see Galilee); church porches sometimes were so called from being at the far end of the church.
«Galilé» é uma construção arquitectónica (em galeria) na entrada de um templo.
Já vimos que a “lavra de minas” abre «galerias» subterrâneas estreitas e labirínticas, seguramente idênticas às das cavernas naturais que em Creta foram espaços de culto desde a pré-história e que por isso terão estado na origem do nome do labirinto. A lavra foi trabalho “violento e furioso” de cava e escava com enxadas e sachos, seguramente de «seixo» inicialmente tal como os machados de mão de que o machado duplo cretense seria mera variante ritual.
Mas as minas mais comuns seriam talhadas em grutas calcárias.
«Caveira» < Caavaira < B. Lat. *Calavaria >
Lat. Calvaria, < *Kala-pher-ika, lit. “(os montes da aurora) que transportam Kar / Kal, o sol” < Kar-kur-isha, lit “o Srª que transporta (“o deus menino”) dos infernos do Kur”! Para Kur, montanha º Kian, “monte da aurora”
ó Kar-an-yan > Kauran-Kian => Grec. Kranion.
Heb. Golgotha < Kaulkau®ta
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The word Calvary (Lat. Calvaria) means "a skull". Calvaria and the Gr. Kranion are equivalents for the original Golgotha. The ingenious conjecture that Golgotha may be a contraction for Gol Goatha and may accordingly have signified "mount of execution", and been related to Goatha in Jer., xxi, 39, has found scarcely any supporters. The diminutive monticulus (little mount) was coupled with the name A.D. 333 by the "Pilgrim of Bordeaux".
A etimologia permite-nos suspeitar que o culto dos crânios esteve sempre relacionado com a semântica dos cultos da aurora tendo sempre feito parte, como no caso dos Bucrânios, dos ritos sagrados dos cultos de morte e ressurreição da mitologia arcaica precisamente praticada nas grutas calcárias de Creta onde se situariam os labirintos primitivos. Assim, termos como «calcário», «crânio», «caveira»; «calva»; «calvário» acabaram por se encontrar nos mesmos percursos iniciáticos mais ou menos laboriosos e penosos como o trabalho nas galerias das minas lavradas no calcário liso e glabro como os crânios dos antepassados ai enterrados.
«Galeria» < Lat. galeria < Grec. Ge + Laura > *Kalaura
> *calavaria > Lat. calvaria (> Cat. Calavera > Esp. des-calavrar
> Es-calavrar = ferir na cabeça) > Lat. Calva > Lat. calvu.
ó «Glabro» < • Lat. glabru, adj. que não tem pêlos; • «calvo»
A relação fonética do touro com os «curros» dos infernos por onde percorrem os difíceis e apertados trabalhos do sol durante a noite é óbvia quer por Talo, supostamente um deus solar, quer por bull, touro em inglês.
«Bull» = O. E. bula "a bull, a steer," or O. N. boli "bull," both from P. Gmc. *bullon- (cf. M. Du. bulle, Ger. Bulle), perhaps from a Germanic verbal stem meaning "to roar," which survives in some German dialects and perhaps in the first element of boulder (q.v.). The other possibility is that it is from PIE *bhln-, from root *bhel- (2) "to blow, inflate, swell"
É patente a falta de segurança da teoria do PIE a respeito da etimologia das línguas ocidentais.
No entanto, a relação do touro como “animal de transporte solar” é tão evidente como os “cornos do altar” de origem cretenses e a mitra tricorne dos deuses sumérios. Mas esta relação de transporte solar com a fonética do bull inglês aparece em termos tão comuns como a «bola» < Lat. bulla > «bolha»…e tão eruditos como o «discóbolo» e sem grande estranheza mantêm no latino am-bul-are o significado de andar.
«Bull» < O. E. bula < wura < ka-ur > tha-ur > Talo.
Ka-bul < <? Ka-Kur > Sakur > Saturno.
Horeus, Horites ou Horim (חרי) eram um povo mencionado na Torá que habitava em cavernas ao redor do Monte Seir. Eles foram identificados com referências egípcias à Khar (formalmente traduzido como Harri), que diz respeito a uma região do sul de Canaã. Apesar de ampla influência dos hurritas, um povo mais ao norte, estes não eram provavelmente os mesmos que os horeus.
Os touros hititas que seguravam o céu eram Seri & Hurri e carregavam às costas o deus das tempestades, Teshub, ou o seu carro ou ainda como, neste caso, o “disco solar alado” num andor. Notar de passagem a interessante interferência etimológica:
Jesus (Salvador) < Geshua (Salvador = libertador) < Teshub
> Tesuwa > Teseu (libertador)
Figura 4: Relief Depicting Gilgamesh Between Two Bull-Men Supporting a Winged Sun Disk, Fr. Tell-Halaf, Syria.
Viviam nas cidades abandonadas que destruíam com os tremores de terra. Não seriam, como se supões o dia e a noite mas a Aurora e o Sol-posto.
Na verdade, só assim se compreende a etimologia do «serão» que os latinos terão trocado pela aurora.
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«Serão» < Lat. *seranu < serum, tarde, ou sera noitinha
< Hit. Seri? Neste caso Seri seria o touro do sol-posto e não o dia.
OS DISCOBOLOS SOLARES ALADOS (***)
«Horeus» < «Horites» < «Hurritas» < Khurrites < Kur-rit < Kur
> Hurri, os «curros» cavernosos dos infernos onde habitavam os Horeus e também os hurritas e todos os povos pré históricos nos alvores do neolítico.
Gugalana (lit. "O grande touro do céu" < sumer. gu "touro", gal "grande", an "céu",-a "de") era o Grande Touro do Céu. Foi o deus da constelação do Touro, um dos doze signos do zodíaco, constelação que no Hemisfério Norte marcava desde 3.200 a. C. o Equinócio da Primavera e o começo das actividades agrícolas com o Festival de Akitu (á-ki-ti-še-gur10-ku5, = semeadura da cevada) do Ano Novo, um dia muito importante para a religião Mesopotâmica. O Touro marcou o ponto de vernal (equinócio) da primavera do Calcolítico à Idade do Bronze inicial (a "Era de Touro"), de cerca de 4000 a. C. a 1700 a. C. Como a cada 2150 anos em média se altera a posição das constelações que o sol tem como fundo formando assim as chamadas eras astrológicas, a precessão dos equinócios mudou para a actual em Áries. Assim, por volta de 1700 a. C. o Touro desapareceu deslumbrado pelo sol e a "morte" de Gugalanna, representa o estranho desaparecimento desta constelação. Gugalana foi o primeiro marido da deusa Ereshkigal, a deusa do Reino da Morte, um lugar triste e desprovido de luz, que Inanna criou para punir os pecados de Gilgamesh em ter rejeitado o seu assédio sexual. Gugalanna foi enviado pelos deuses pela morte de Humbaba, guardião da "floresta de cedros" que ambos desflorestaram. Gugalanna, cujos pés fazia a terra tremer, foi desmembrado por Gilgamesh e Enkidu. Inanna, do alto das paredes da cidade de Eresh, viu em baixo Enkidu apanhando as ancas do boi e lançá-laa ao alto contra a deusa ameaçando que faria o mesmo com ela. Por causa deste sacrilégio Enkidu acabará por morrer.
Touro era em sumério Gu, o deus que veio da península ibérica era o deus Gaudí do gado de Gerião e de que derivou o nome de Gu-gal-ana.
Ver: GUANCHES (***)
LABURINTO
Assim a segunda etimologia do labirinto provém de labrys nome cário para machado e que seria supostamente nome do machado duplo cretense.
Figura 5: Palácio labiríntico de Cnossos.
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O Palácio de Cnossos não é senão isso mesmo. De fato, Evans forçou a identificação através da noção de que a extraordinária quantidade de câmaras e corredores que compõem o Palácio faz dele uma estrutura labiríntica.
Porém, tecnicamente, o Palácio não é um labirinto – até porque não foi o próprio Evans quem forçou a hipótese. A primeira referência a um labirinto é de origem egípcia e aparece no século 5º quando Heródoto descreve o labirinto egípcio.
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A ligação entre essa estrutura e Creta foi feito nos séculos seguintes por Diodoro e Plínio, que afirmaram que Dédalo havia aprendido a planta do labirinto no Egipto. De fato, alguns pesquisadores postulam que a própria palavra "labirinto" se originou de Lapi-ro-hun-t, ou "Templo na boca do Mar" - que é egípcio.
(...) Embora o foco principal para tornar Cnosso num labirinto tenha sido a quantidade de salas dentro do palácio, alguns observaram que as vias de acesso para Cnosso tem várias curvas - não há uma linha recta que se aproxime do Palácio. Isso é mais importante do que pode parecer à primeira vista. Dizia-se que os espíritos seriam incapazes de caminhar em linha recta, como tal, as curvas - como as para se entrar Cnossos - garantiriam que os espíritos não podiam entrar ou sair de tais construções. Tendo em conta que os palácios de Creta estariam provavelmente ligados a um culto dos mortos, esta já é uma observação importante a fazer[4]. - A busca para o labirinto de Creta, Philip Coppens.
Se tecnicamente o palácio de Cnossos não é um labirinto por ser apenas um palácio então até mesmo este último conceito pode ser posto em causa na estrutura de Cnosos que era a reunião intrincada de mais de 1000 aposentos que se interligavam, alguns dos quais serviam como lojas de artesãos e centros de processamento de alimentos (como mel azeite e vinho).
Figura 6: Desenho reconstruído de Catal Huyuk, a cidade mais antiga do mundo.
Servia tanto como armazém central quanto como centro religioso e administrativo o que faria desta estrutura mais uma grande cidadela conventual neolítica como Catal Huyuk, no sul da Anatólia, do que um palácio no sentido moderno do termo. Por outro lado, se pouco se sabe sobre a etimologia do termo labirinto ainda menos se sabe sobre o que ele era tecnicamente pelo que será difícil decidir à partida se o palácio de Cnossos seria ou não um labirinto porque estruturalmente não será menos do que o suposto Lapi-ro-hun-t egípcio. A ideia de que os labirintos seriam sobretudo locais de expiação e aprisionamento das almas exige pouco de estrutural e nada terá a ver com os conceitos elaborados de geometrias ou matemáticas labirínticas mas é seguramente um dos lados da semântica do labirinto que torna este conceito mais difícil de encontrar.
Λαῦρος = λάβρος, furioso, turbulento.
Λάβρ-αξ = Labrax lúpus, um peixe do mar voraz, talvez o robalo.
Λάβρ-ος = Hom. de vento, chuva, rio; furioso, turbulento. Adv. ansiosamente, avidamente.
Λαβρ-όσυτος = correndo furiosamente.
Λαβρο-σύνη, Dor. λαβρό-να, ἡ, (λάβρος) A. violência, ganância, AP6.305 (Leon.), Opp.H.5.366: também em pl, ib.2.130.. 2. falando grosso, Tryph.423 (pl.).
Λαβρ-εύομαι = falar precipitadamente, vangloriar-se.
Λαβρο-ποσία, ἡ, A. beber sofregamente, Hip
piatr.8.
Λαβρ-όομαι, = A. apressar violentamente, χεῦμα. λαβρωθὲν σκότῳ selvagem e escuro, Lyc.705.
Λαβρ-ώνιος, ὁ, A. copo de grande largura, Men. 503, Diph.80.1: - também λαβρωνία, ἡ, Eust.1066.3; λαβρώνιον, τό, Men.24.4, Hsch. (.λαβρό bacalhau), cf. λαβρόνιον.
-- Perseus Digital Library
Da análise da maioria dos termos gregos em λάβρ- deduz-se uma raiz semântica de actividade violenta e apressada, particularmente relacionada com o acto de comer, beber e falar sofregamente e que inicialmente estaria relacionada em Homero com a turbulência dos deuses dos ventos e das águas, senhores “«manda chuvas” de grandes copos de água, λαβρ-ώνιος, (lat. labru = bacia) e que acabaria por definir a avidez «lambareira» do «lambão», pessoa rude, grosseira e labr-ega, a comer, beber e falar.
«La-mbão» < «lambarão» < «lambareiro» < «lamber» < Lat. lambere
«La-brego» < *B. Lat. labresco < Lat. labor + escu > Lat. labruscu, silvestre.
Então teríamos:
Λάβρ- ó Pt. Labr- < Lat. labor < La-Wer ó La(ma)-Wer > Lat. lambere.
> «lavrar».
Comparando a raiz λάβρ- com as vias etimológicas dos termos foneticamente mais correlativos portugueses fica-se com a impressão de «labrego» é o termo mais directamente relacionado com esta raiz mas que só fica com a plenitude da sua semântica se aceitarmos que «lambão» aparece como característica epitética de «labrego» o que nos deixa abertos para a possibilidade de ambos os termos lusitanos terem tido um passado arcaico comum com o termo grego, possivelmente de origem minóica. Notar que as características essenciais da avidez do «labrego» a comer, beber e falar nos reportam todas para as gárgulas de que deriva a «garganta» enquanto local anatómico de passagem alimentar apertado pelo cruzamento da laringe com a faringe, semântica que já aparece no postulado de *lapi-ro-hunt, enquanto “templo na garganta do mar” que estava lá como templo labiríntico de homenagem aos apertos da passagem do sol pelas «galerias» do submundo que eram as cavernas, particularmente as cretenses, acreditadas com sendo as entranhas míticas da Deusa Mãe terra por onde oa barca do sol descia ao por do sol para ser parido nas frotas felizes do céu que era a vagina da Aurora.
Labyr(s) < *Lawyr < Urawir < Ura-| Wer < Ker, “guerreira de Ker(tu)?”
(< Ra-pher, lit. “o rafeiro” que transporta o sol, Ra” (J!?)
< Huraphiro, «o que transporta Horus, o sol»!)
< *Urki-Urki, os crescentes lunares (enquanto fases serpentinas da lua)
=> Kur-a-kyris, «a guerreira do crescente lunar do duplo machado».
> *Kur-a-kur-ish, lit. «Hércules, o filho dos doze laborioso meses do ano lunar de *Kur-Kur, a Deusa Mãe da “dupla montanha” > por ter a forma de dupla «corcova», > e trabalhar com foices com lâminas com a forma de duas “meias luas”
=> «machado duplo» > Haura-Wur-(ish) => Labyr(s).
We observe a particular enthusiasm among West Europeans about the sources of their civilization. Each new discovery has led them to find a yet earlier date for their point of departure in history. Nowadays we see attempts being made to move this point of departure from Mesopotamia to the Neolithic Anatolia. In the early nineteenth century Western cultural roots were considered to be found in Greece, and Greece only, but as the important influence of Minoan Crete over the Aegean basin became better understood, the claim was later made that it was the Minoans who formed the basis of Western civilization.
However, the Minoan civilization in Crete, one of the most remarkable cultures of antiquity, was created by Anatolians. Between 2200 and 1750 Bc, which was the middle Minoan period, the first palaces were built, and numerous advances in technology and the arts were achieved. An early hieroglyphic writing came into use in the eastern basin of the Mediterranean.
Figura 7: Em Creta as mulheres eram as sacerdotisas supremas, de acordo com a tradição maltesa (expressa na decoração do altar da direita) das deusas mães do parto.
Between 1750 and 1580 BC towns razed by an earth-quake were rebuilt. Colonnades appeared, as did the art of fresco-painting and a new writing, Linear A. Minoan colonies were formed on nearby islands, and trading posts were maintained on distant Cyprus and at old Ugarit on the coast of Syria. The sacred symbols of the bull and the double axe (of Anatolian origin) were extensively revered in the Aegean during this period. -- Diese Web Seiten wurden vom Türkischen Generalkonsulat Mainz erstellt
= Ta Hera ó Tha Kyrie | < Ka kuara > *Kaphura | Hurawur-Inthu | <
< Kurawur < Kakur | Antu = Kakur Kakurantu = Cobra das cobras da deusa Mãe, Rituais ofídicos no Antro subterrâneo das cobras sagradas!
O facto de se terem encontrado vários destes machados nos palácios minoicos não prova mais do que isso, ou seja, que o nome labrys deste machado está relacionado com o mito do “Labirinto de Creta“.
«Labirinto» < Laburinto < Laburinmto
< Ra-Wer-min-tu < *Kur-Kur-| Min-tu < Ma-U(n)to.
I have summoned the ghosts of my ancestors to real and visible appearence on the tops of temples built to reach the stars, and built to touch the nethermost cavities of HADES. I have wrestled with the Black Magician, AZAG-THOTH, in vain, and fled to the Earth by calling upon INANNA and her brother MARDUK, Lord of the double-headed AXE. -- The Necronomicon.
| Marduk < Martu-(ki) < Ma-urtu | + Anu = Ma-Anu-urtu > Mean-tura
=> Minotauro
Se Marduque era um deus do machado duplo, tal como Dolicheno, é porque este machado era utilizado nos cultos taurinos da Deusa Mãe nas festas de morte e ressurreição do seu filho Minotauro! Marduque, o touro do sol, Uto, seria assim uma variante do Minotauro e outra forma de Tamuz.
Ora, o labirinto de Creta era provavelmente um «curro» onde se procedia às sagradas fainas e faenas do Minotauro.
Figura 8 : «Ta Hiera Laburinthou»[6]
«Faina» < Esp. Faena < • Cast. fahema < Lat. facienda, coisas que devem ser feitass), s. f. toda a espécie de serviço em que se emprega a guarnição de qualquer navio; • (por ext.) lida; azáfama. > Faena = lide de touros.
Figura 9: Carian Satraps, Pixadaros, c. 340 - 335 B.C. Head of Apollo facing slightly right; reverse ΠΙΞΩ∆ΑΡΟΥ, Zeus Labraundos standing right holding scepter and double-axe.
Ora bem, basta pensar que os touros de morte eram abatidos com estes machados em honra das festividades da Deusa Mãe para ficar explicado o mistério da relação fonética do nome Labrys do “machado duplo” com o nome do labirinto visto terem ambos em comum uma relação com os cultos da *Kafura, a cobra fêmea dos cultos da deusa mãe! Por outro lado não nos podemos esquecer que existiu sempre uma relação muito forte entre os poderosos deuses sumérios, urritas a hititas e o touro.
Em conclusão, existe semântica suficiente no nome do “machado duplo” para suspeitar que Labyr(s) & labor têm a mesma conotação de árduo trabalho da terra!
Assim, o conceito do “duplo machado” deve derivar do conceito formal muito mais arcaicos da “montanha dupla” da deusa mãe do parto, Kur-Kur, de que iria derivar o nome do campeão taurino da deusa mãe Hera, Hércules.
Se quem descobriu algures num arcaico falar mediterrânico o termo Labrys, para este tipo de machado tivesse reparado que o termo latino lavor/laboris não soa de modo muito deferente e poderia explicar porque é que o machado, enquanto instrumento muito arcaico de trabalho, poderia ser um dos elos étmicos desta relação semântica que, se nos faz dar uma parte da razão a quem chamou à atenção para a relação entre o labirinto de Creta e o machado duplo, nos impede de lha dar inteiramente porque afinal o que deu o nome ao machado foi o seu uso sagrado e frequente no palácio labiríntico onde se abatiam os touros sacrificiais nos ritos «Ta Hiera Laburinthou» da deusa mãe das cobras cretenses e não a inversa.
Ver: MINOTAURO (***) & TAMUZ (***) & HÉRCULES (***)
Figura 12: Pormenores do túmulo de Hágya Trigia. Potinijas diante das duas colunas dos duplos machados rituais de «sacrifícios humanos» ou taurinos? A figura anterior aponta para que fossem touros malhados, os sacrificados mas seria sempre assim? O mito de Teseu corresponde a um relato de vencedores atenienses o que não deixa de ser suspeito dado o mau hábito dos vencedores tecerem lenda desumanas sobre os seus antecessores vencidos!
A propósito da língua de Creta pré micénica a fórmula usada pelos médicos egípcios para curarem habitantes de Creta era a seguinte:
«Saantakapapiuaia-aiamaantarakukara»
ó | Santa < Sha Anta < kapha phiwaja < Ki/Antu-Kaka-Kikaka, lit. «a trindade original da Grande Deusa Terra, Ki/Antu, seu esposo deus do fogo, Kaka, e o deus menino Kikaka».
ó | Ajama antaura Kukura < (K)akima-Ankura-Kikura, lit. a deusa mãe Kima, seu esposo Enki/Kauran e a cobra solar, a *Kuphura.
Será mera coincidência, um grande logro de manipulação etimológica ou a descoberta da mais arcaica das ladainhas em nome da deusa mãe!
Afinal esta fórmula, tida pelos antigos egípcios que a recolheram como uma acumulação bárbara de sílabas, seria magicamente eficaz por corresponder a manifestação da fé cretense na Deusa das cobras, numa língua cuja fonética não seria muito afastada daquela que viria a ser considerada como micénica no linera-b.
Figura 10: Corpus of the Minoan and Mycenaean Seals: CMS-XI-052-1.
Então, será bem possível que o linear-b revele um micénico que era tanto proto-grego como o terá sido já a língua ainda não decifrada do linear-a, ou seja a arcaica linguagem autóctone das costas péri mediterrânico! Por outro lado, fica a saber-se que, como seria de esperar, à época do início da história, a proto-linguagem já não era a língua falada tanto em Creta como na Suméria mas ainda estava muito próxima destes primeiros falares da época histórica.
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Por outro lado, confirma-se que à época do linear-a em Creta o “machado duplo” já não era usado para sacrificar touros e seria por isso um mero símbolo do poder da Deusa Mãe.
DABURINTO
Pasiteoi meri AMPHORA 1
Daburinthojo potnia meri AMPHORA 1
Pansi theoi’i meli AMPHIPHOREUS 1
Daburinthoio Potniai meli AMPHIPHOREUS 1
“A tutti gli dèi, un’anfora di miele.
Alla Signora della procreazione, un’anfora di miele.”
Il termine daburinthojo, sembrerebbe il Labirinto (l/d, N infisso), ma rivelato attraverso le varianze della forma, attraverso *taFuliNtas(ja) vi possiamo leggere con sicurezza il tirs. thu-F-l-thas < *thuWule(N)thas ‘del sesso femminile’, gr. thelútes, -etos. -- Angelo DI MÁRIO, ISCRIZIONI TIRSENE E VELSINIE (etrusche) A CONFRONTO.
There are some instances of variation between dentals (including n) and liquids (l, r ), and between liquids. These variations are incidental. We find: 1. d, t, q, n/l; 2. d, n/r and also 3. l/r
1. Exx. (Fur. 387f.). d/l: a.blaroj/bdaroi/ (330 n. 27); da/fnh / la/fnh; 'Odusseu/j / 'Olusseu/j. Cf. Myc. gen. dapu2ritoj /daburinthojo / - labu/rinqoj; kala/minqa / Myc. kadamita. [d/l and the fact that Mycenaean has signs for la , le , li etc., which Lejeune explained by assuming a specific, unusual sound d, might point to a dental fricative, .] q/l: qa/pta / la/tta; n/l: ni/tron / li/tron.
2. d/r: si/bda / xi/mbrai. n/r: blh~cnon / blh~cron.
3. l/r: a’zhri/j / a’zhli\j, kri/banoj / kli/banoj, krw~max / klw~max. -- R.S.P. BEEKES, PRE-GREEK. A LANGUAGE RECONSTRUCTED
Até prova em contrário a teoria de que a frase em linear-b micénico “dapu2ritoj potnia meri” significaria uma referência à senhora do labirinto tem quase a mesma plausibilidade duvidosa da teoria alemã do *la-piro-hinto egípcio. Na verdade, se as “variação entre dentais (incluindo a N) e líquidas (l, r) (…) são incidentais…então são tão raras quanto o são os acidentes por exemplo ortográficos. Seja em micénico ou noutra língua qualquer a regra mais geral é a de os falantes raramente confundirem consoantes de grupos diferentes e só se deve postular etimologia baseadas em saltos fonéticos entre grupos muito afastados depois de ponderadas todas as outras hipóteses e apenas perante provas contextuais adequadas. As labiais e as nasais podem ensurdecer (lenição) mas raramente permutam com outras consoantes e a tendência evolutiva é para que as palavras se simplifiquem perdendo sons e não o inverso pressuposto na passagem da-pur-ito-jo ó labu/rinqoj.
Por exemplo o salto mortal em metaplasmo entre a dental «t» e a labial «l» nas supostas variantes do nome Tabarna / Labarna são talvez uma das principais razões pela qual é discutível que tenha sido sempre nome próprio e não um mero epíteto com variantes fonética e semanticamente próximas.
O prestígio de Labarna fez com que o seu nome se tornasse um título ostentado pelo Grande Rei dos Hatti, como aconteceu com o de César entre os romanos. O consenso entre os estudiosos, no entanto, consideram que Labarna é, na verdade, um epíteto relacionado com o adjectivo luvita “tapar”, que significa poderoso, pelo que o seu significado seria o “Senhor poderoso” ou Rei e governante. Isto implica que Labarna seria, desde início, um epíteto real antes de se tornar num nome pessoal. Dada a falta de referências contemporâneas e o fato de que seu neto e sucessor Hattusil também carregar o mesmo título, foi proposto que Labarna I e aquele fossem o mesmo monarca que mais tarde os historiadores hititas confundiram. A já mencionada variante do nome, Tabarna, aparece também nos textos hititas, hurritas e acádios. – Wikipédia.[7]
«Taberna» < Lat. taberna, tenda, barraca => Tabernáculo.
Claro que, tal como César deu nome aos Kaiser alemães e foi por antonomásia um epíteto dos imperadores romanos Césares seria tentador fazer derivar o hitita Ta-barna de um dos seus primeiros reis, um tal La-barna. Mas a verdade é que o império hitita não era cesaro-papista pois era mais uma oligarquia guerreira que dependia sobretudo dum concelho de anciãos que possivelmente se reuniriam em palacianas «tabernas» que teriam sido «cavernas» labirínticas noutros tempos.
“Se soubessem o que custa mandar, preferiam obedecer toda a vida”, já dizia Salazar e os hititas concordariam que para se suportar o fardo da governação teria que se ser forte e poderoso como os deuses alados de transporte solar.
A que transporta o Ka, vida, do Sr. (sol)
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< C/K/Cha-
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-Wer < Kur-
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Na >
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«caverna»
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A De(a mãe) que transporta o Sr. (sol)
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< D/Th/Ta-
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-Wer < Kur-
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Na >
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«taberna»
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< Ga(u)/J-
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-Wer < Kur-
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Na >
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«governo»
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Zeus Labranio
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< La/RA
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-Wer < Kur-
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Na >
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«laborão»
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«Inverno»
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< Nin-
|
-Wer < Kur-
|
Na >
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«Inferno»
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A análise das combinações possíveis em volta do nome hitita / hurrita Tabarna permitem algumas conclusões interessantes que nos reportam para deuses dos infernos que viviam nas estreitas «cavernas» labirínticas às costas dos quais teria que passar o sol durante a noite facto hercúleo que os tornaria só por isso poderosíssimos senhores de bom juízo e melhor «governo». Claro que se pode postular que o nome de César teria remotamente etimologia semelhante por *Kai-Kar mas acontece que sobre a existência política de Júlio César não existem dúvidas como as muitas que existem a respeito de Tabarna / Labarna I. Se aceitarmos então que Labarna seria mero epíteto real então a possibilidade de este título ser ora tabarna ora labarna parecem aceitáveis sem o postulado de serem meras variantes fonéticas do mesmo termo porque seriam apenas sinónimos foneticamente muito semelhantes.
Pois bem, o estranho metaplasmo Tabarna / Labarna deixa-nos a convicção de que o nome nuclear teria sido War(a)na, paralelo do nome do deus hindu Varuna, de que derivou o latino virus e o luso «varão», que teriam variantes Ta-barna / La-barna conforme o contexto determinante usado: ta (< tea) ou la (< ra < urash).
El término Anax es una palabra del griego antiguo para el término "rey". Este es uno de los dos títulos griegos que tradicionalmente se traducen de esta forma, el otro es basileo βασιλεύς, que se traduce como soberano. Anax se traduce más acertadamente como "Rey Supremo".
La palabra anax deriva de wanakt-' (ϜΑΝΑΞ, ϜΑΝΑΚΤΟΣ), y aparece en griego micénico, escrito en Lineal B como wa-na-ka.
Este mesmo emudecimento súbito do «erre», frequente em linguística, teria sido responsável pelo nome da soberania micénica, o Wa®nax, que pode ter sido anteriormente *Waran-aco.
O problema é que alguma regras linguísticas são apertadas e dificilmente o prefixo «la» se transformaria em «ta». De facto, se no mar Egeu o rei era *Warna-co na Anatólia poderia ser Barna e o mais provável então é ter havido como que um feliz compromisso para que o nome de La-Barna fosse já um epíteto real por antonomásia. A soberania de Ta-Wer-Na estaria implícita na arcaica soberania da deusa mãe primordial que no Egipto foi Tavaret.
O micénico Wanax seria então um derivado deste antigo conceito anatólico War-ana no caso nominativo < genitivo. Já o termo Anax, pode ter resultado da lenição de Wanaka mas não necessariamente porque pode e deve ter tido origem mais arcaica no nome do anatólico e sumério Anu, deus do céu, de que deriva o nome judeu da cristianíssima dupla Anaz & Caifás. Ora, Kar significava transportar em sumério, conceito paralelo à raiz –pher seguramente derivada dos conceitos de transporte solar para o Kur. O hitita Bar- derivaria de War < Wer (< Ker) > Ber > Bel.
Wer: Also Mer, Ber, and Iwer, a storm-god, Humbaba's patron god, identified with Amurru and with Adad. One of his cult centers was Afis, 45 km. SW of Aleppo.
Micen. Wanax < wa®-na-ka (> ϜΑΝΑΞ) < War-na(u)-ash.
O mesmo estranho metaplasmo Mer, Ber / Mel, Bel obriga-nos a suspeitar que o termo nuclear tenha sido o nome da deusa Mãe ora como Virgem Maria, Mer, Mel de Ma-ur, a mãe selvagem tão terrível como a Medusa / Artemisa do mar primordial ou tão doce como Melissa ou a deusa assíria do amor Mulita, ora como deusa mãe das cobras cretenses da vida e da morte, Ker, a mãe de Kertu (Deméter mãe de Corê).
Ver: SUÁSTICA, A RODA SOLAR (***)
& SUÁSTICA, A CÓPULA SEXUAL (***)
Da-pur-ito-jo potnia pode perfeitamente significar “senhora mãe do coreto”, o tolos labiríntico onde o coros de Ariadne dançava a «coreia».
TOLOS
In Greece, the vaulted tholoi are a monumental Late Bronze Age development. Their origin is a matter of considerable debate: were they inspired by the tholoi of Crete which were first used in the Early Minoan period or were they a natural development of tumulus burials dating to the Middle Bronze Age? In concept, they are similar to the much more numerous Mycenaean chamber tombs which seem to have emerged at about the same time. Both have chamber, doorway stomion and entrance passage dromos but tholoi are largely built while chamber tombs are rock-cut.
Finalmente, tholos designa principalmente a un templo de estilo clásico, generalmente griego, de planta circular rodeado de una columnata. El más conocido es el tholos de Delfos.
Seguramente que os factos arqueológicos mais as opiniões dos escólios reforçam a ideia de que o Tolos clássico seria uma evolução formalmente diversificada de um espaço arquitectónica que estranhamente teria tido uma enorme tenacidade de nome e na forma circular e que teria estado na origem ligado a cultos de morte e ressurreição solar surgidos a partir das grutas labirínticas cretenses onde haveria sempre um espaço circular para dançar em ritos iniciáticos de passagem (pascais).
É a explicação mais simples neste caso não parece ser a mais óbvia porque para que o tolos clássico fosse uma construção funerária seria de tipo fundacional e logo política pelo que alusões aos heróis ali enterrados teria deixado rasto na vasta literatura clássica nomeadamente nos escólios como ficou célebre o mausoléu de Helicarnasso. A
Lo cierto es que el Tholos destaca sobre el resto de construcciones, tanto por su forma peculiar como por su monumentalidad. En realidad es una construcción bastante atípica, aunque durante el Siglo IV a.c. se construyeron en Grecia varios recintos sagrados de planta circular, conocidos con el nombre de Thóloi.
Entre ellos son famosos los de Epidauro, Olimpia y Delfos, siendo éste último sin duda el más conocido. Su función no es del todo conocida, en ninguno de los tres casos y parece claro que no se trataba de templos, aunque tenían una función religiosa que algunos relacionan con el culto dedicado a los espíritus del inframundo, los que se conocen como divinidades ctónicas.
Figura 13: Reconstrução do Tolos de Delfos.
Una explicación más simple lo relacionaría con una construcción de tipo funerario, lo que se relacionaría con la propia forma de tholos, equivalente a la tipología de las tumbas de época micénica, y también a la utilización en la cella del capitel de orden corintio, que en base a la leyenda de su origen, se suele relacionar con cultos funerarios.
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Recordemos en este sentido que la tradición atribuye el invento del capitel corintio a Calímaco, que había visto como las hojas de acanto envolvían una cesta de ofrendas sobre la tumba de una joven, que se elevaba con la fuerza de la planta.
relação passada com mausoléus parece inegável mas começa a ser cada vez mais provável que o uso das construções megalíticas antigas como túmulos individuais ou colectivos seria secundária e quando exclusiva, como, se calhar, as pirâmides egípcias nunca o foram, seria uma mais que provável distorção da sua vocação original polivalente ainda inegável nas estruturas megalíticas de Malta, que incluiriam também e sobretudo locais de parto nas culturas matriarcais mediterrânicas conhecidas desde Malta a Chipre a orientes e da Sicília às Baleares a ocidente. Também começa a ser claro que Creta não tem destas estruturas porque especulativamente todas as estruturas megalíticas seriam mais ou menos derivadas ou inspiradas pelas grutas labirínticas de Creta.
«Tolos» < Tholos < Taulas baleares > Talos, o deus cretense do sol
Ver: TALOS (***) & TALASSA (***) & TALABRIGA (***)
Assim sendo parece poder concluir-se que os Tolos clássicos seriam locais de cultos ctónicos relacionados com a iniciação guerreira particularmente «coretos» onde se dançava a «coreia» labiríntica de que os «coretos» minhotos seriam uma réplica temporária e em ponto pequeno.
Nicolas Howarth, an Oxford University geographer, said: ‘Going into the Labyrinthos Caves at Gortyn it’s easy to feel this is a dark and dangerous place where it is easy to get lost. ‘Evans’s hypothesis that the palace of Knossos is also the Labyrinth must be treated skeptically. The fact that this idea prevails so strongly in the popular imagination seems more to do with our romantic yearning to believe in the stories of the past, coupled with the power of Evans’s personality and privileged position.’ -- Maze of underground caves could be the original site of the Labyrinth.
O padrão mais arcaico e troglodita do labirinto de Creta seria possivelmente a «gruta» de Gortina e não o palácio de Knosos como se tem pensado. No entanto, este palácio teria sido desenhado de acordo com o padrão das grutas cretenses e seria, por isso, defensivamente tão labiríntico como era o labirinto de Havara e foram as cidadelas neolíticas antes da invenção das muralhas da idade do bronze.
Figura 14: Planta do Labirinto de Gortina de 1821.
En el mito celta el laberinto llegó a significar la tumba regia (Diosa Blanca, p. 105); y que así sucedía también entre los griegos primitivos lo indica su definición en el Etymologicum Magnum como «una cueva montañesa» y por Eustacio (Sobre la Odisea de Homero xi p.1688) como «una cueva subterránea». El etrusco Lars Porsena hizo un laberinto para su propia tumba (Varrón, citado por Plinio: Historia natural xxxvi.91-3), y había laberintos en las cuevas «ciclópeas», es decir, pre-helenas, de las cercanías de Nauplia (Estrabón: viii.6.2), en Samos (Plinio: Historia natural xxxiv.83) y en Lemnos (Plinio: Historia natural xxxvi. 90). Salir del laberinto es, por tanto, reencarnarse. -- Robert Graves.
Dédalo não terá construído nada especificamente como Homero o atesta porque a realidade a que alude seria natural ou seja, um dos espaços das grutas de Gortina que seriam miticamente o Kur como local onde Zeus nasceu enquanto Phanes, a montanha no meio do mar primordial.
In hindsight, it seems that the term labyrinth was applied to two distinct structures. One was a design, unicursal and concentric, while the other was a structure. Both, however, were linked with the spirits of the deceased, and it is likely that some confusion arose over time, leading to the current problems in identifying the “real” Cretan labyrinth. However, if the Palace of Knossos was indeed the residence of the infamous Minotaur, than its cell is still to be discovered, or identified. Until that moment in time, speculation and discussion will continue. -- The quest for the Cretan labyrinth, Philip Coppens.
Gortina < Gortuna < Kaurtumna < Ker | < Kur| tu- Min.
O labirinto de Creta teria tido outros nomes que justifiquem o facto de ter apenas aparecido como labirinto com Heródoto?
Seguramente que sim desde logo «gruta», «caverna», “cafurnas dos infernos”, e seguramente que um dos mais usados terá sido “meandro”.
La palabra meandro proviene del griego (Μαίανδρος), nombre de un río de Anatolia hoy llamado Büyük Menderes. Parece ser que el Meandro asombró siempre a los griegos por su forma de avanzar serpenteando. Así el nombre propio se hizo nombre común: el meandro de un río. “Su curso es tan extremadamente sinuoso que todo lo sinuoso es llamado meándrico”. -- Estrabón
Ver: IXIÃO / ESCAMANDRO (***)
Outro seria um mero adjectivo derivado do nome de Dédalo tal como o sugerido por Homero que neste caso não seria senão um grande e cerimonioso salão de baile apropriado para as danças de roda labirínticas das festas eléusicas ou dionisíacas.
A relação do labirinto como espaço coreografado para danças orgiásticas claudicantes parece incontornável e relacionada a uma tradição que teria sido tão universal quanto arcaica.
4- A dança do labirinto. O labirinto nem sempre assumiu o sentido de prisão na Grécia. Verifica-se, por intermédio de diversos relatos, a presença de uma dança na ilha de Delos. A narrativa mítica nos conta que Teseu, depois de sua vitória sobre o Minotauro, fez uma escala nesta ilha. Após oferecer um sacrifício e consagrar uma estátua a Afrodite, Teseu fez uma dança com os jovens que ele havia libertado da morte. Ao que se sabe, essa dança é, até hoje, conhecida pelos délios. Alguns autores descrevem a dança como sendo formada por uma fileira de jovens que se seguram uns aos outros nos punhos, formando uma corrente. Cada uma das pontas do grupo representa Teseu e Ariadne. As extremidades da corrente desenham movimentos ondulados, formando espirais, em sentidos alternados, para a esquerda e para a direita, para dentro e para fora. No final, as duas pontas se unem, representando a união entre os pares complementares, inicio-fim.
Segundo pesquisas do historiador das religiões, Mircea Eliade (1988), todas as danças eram, originariamente, sagradas e seu modelo advinha de uma revelação. Devido a essa origem extra-humana e seus movimentos repetitivos as danças promoviam uma reactualização de um tempo sagrado.
Através dos movimentos reproduzidos, era possível incorporar o homem ao animal. Como exemplo, Eliade (1988:43) cita as danças armadas de Atena e a dança do labirinto de Teseu.
Esse género de dança também é chamado de dança do grou ou da cegonha. Ave pernalta, migradora, a cegonha passa o Inverno no sul da África e na Índia e o verso na Europa Central. -- O labirinto da hipermídia, Por Lucia Leão.
Ver: SUASTICA II, CÓPULA SEXUAL (***) & DÉDALO (***)
LABIRINTO
A terceira origem etimológica do labirinto alude a Isidoro de Sevilha que, na Idade Média, onde apareceram labirintos nas catedrais, o deriva de “labor” (trabalho) e “Intus” (interior ou lugar fechado).
Esta etimologia é uma típica forma de etimologia folclórica das que “si no é vero e ben trovato” sobretudo quando estão de acordo com grande parte da tradição semântica.
A mais antiga representação de um labirinto foi encontrada num túmulo da Sibéria que data do Paleolítico: é um labirinto de sete circunvoluções, rodeado por quatro espirais duplas, todas gravadas em um pedaço de marfim de mamute.
Há também labirintos do período neolítico, no Danúbio, perto do Mar Egeu, na Savoia, na Irlanda, na Sardenha, em Portugal, na Itália (Val Camonina, há 4000 anos), em Malta ou Ainda em Belgrado, em figurinhas que datam de há 7000 anos. (...)
Tamanha frequência de labirintos sugere que os povos primitivos tenham sentido a imperiosa necessidade de esboçarem os primeiros mapas que os orientassem em locais sagrados labirínticos como seriam as cavernas de iniciação primitiva.
Além da lenda do Minotauro, o labirinto como símbolo de uma longa e difícil jornada de iniciação, é conhecido por muitas civilizações antigas, para que se possa falar de arquétipo universal: o homem pré-histórico, os mesopotâmios, escandinavos, Hopi, índios Navajo, os aborígines australianos, os tuaregues, os judeus da Palestina, os Maia...têm atraído labirintos. Na Índia, a mandala é uma figura labiríntica: é um círculo sagrado, dentro da qual existem divindades budistas.
Do mesmo modo, na China, existem labirintos entalhados na caverna T'ung Ting, sob a forma de caminhos de incenso cuja consumação é usado para medir a passagem do tempo.
(...) No quarto século, exactamente em 324, já se encontrava um labirinto no chão da basílica cristã em El San Reparatus Asnam na Argélia.
Figura 15: Labirinto da catedral de Chartes.
É preciso esperar pelo século VI para ver labirintos nas igrejas da Europa: o mais antigo é da Basílica de San Vitale em Ravenna, Itália. Mas o símbolo altamente pagão do labirinto é deixado durante a Idade Média, para ser retomado apenas no século XII. Essa característica tornou-se comum a muitas igrejas e à maioria das grandes catedrais da Europa. Os maiores são encontrados em catedrais francesas: Poitiers, Amiens, Arras, Auxerre, Reims, Bayeux, Chartres, Mirepoix, Saint Omer, Saint-Quentin, Toulouse. O labirinto está sempre localizado no lado oeste, na direcção de onde vêm os demónios (oeste onde o sol desaparece, representando a direcção da morte).
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Incapazes de se moverem em linha recta, os demónios ficavam presos antes de chegar ao coro.
O preconceito mítico de que as almas dos mortos caminhavam em círculos ou em esperais é uma crença tão generalizada e arcaica quanto intuitiva e fácil de explicar bastando para isso recorrer ao desenho de um relevo maia de um dos lintéis da cidade palácio de Yaxchilan, que vale mais que mil palavras porque os maias levavam as metáforas tão à letra que se sacrificavam e morriam por elas.
No lintel 15 do palácio de Yaxchilan uma das esposas de Pássaro Jaguar IV invoca a visão do deus cobra emplumada Kukulkan / Quetzalcoatl, representado no fumo serpentino saído de papéis em fogo depois de ensopados em sangue de um rito de sangria de auto-sacrifício por perfuração da língua.
Figura 11: Reprodução do Lintel 15, agora no Museu Britânico, retratando a Visão da Serpente.
Tuchulcha = an Etruscan demoness of the underworld. It is a horrible, winged creature with snake-hair and the beak of a bird. Foul Demon of Death, a Beast with writhing snakes and vulture's beak, he drags his terrified Victims into EITA.
Tuculcha recorda-nos e sugere uma relação etimológica com o deus maia Ku-kul-kan que seria uma variante de Dagon pela sua relação com ritos fúnebres de de macabra expiação e auto-sacrifício. Além da experiência empírica e física serpentinos dos fluidos vaporosos do fumo e do vento, assim como dos fluxos líquidos dos rios e dos cursos de água, devemos acrescentar a experiência psíquica dos fumos inebriantes das ervas fumadas com poderes psico-modificadores.
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Tuchulcha < Thu Chur Ka < *Ki-Kur-Ka > *Kaphurka
> Kur-kika => Harpias.
Ø *Tugur-ika > Lat. Tuguriu > «tugúrio».
(...) No final da Idade Média, o labirinto se torna sinónimo de mal: é o lugar amaldiçoado da luxúria, o pecado, da perdição e do erro.
The Middle Ages showed a renewed interest in labyrinths and a design more complex than the classical seven-circuit labyrinth became popular.
Há relatos registados de danças nas catedrais de Auxerre e Sens, onde o bispo (ou diácono) e membros da congregação realizaram tal actividade ao redor dos respectivos labirintos no domingo de Páscoa. O capítulo de Sens diz que, em 1413, de acordo com a tradição, o labirinto deveria ser usado durante o serviço da época. Supostamente o que deveria estar em acção aqui seria um jogo de bola enquanto os demais realizavam a dança, o que foi proibido por um decreto datado de 1538, embora tenha continuado a ser feito em Auxerre até pelo menos 1690, quando o labirinto foi destruído.
Uma descrição das regras para o tal jogo de bola (num documento com o título ordinatio de pila facienda) datado de 1396 sobreviveu até os dias de hoje, guardado no capítulo de Auxerre. A cerimónia começava com um recém-iniciado cónego fornecendo a bola, que deveria ser (de acordo com uma resolução de 1412) grande o bastante para que não pudesse ser segurada com uma mão. Isto era levado a sério e sabemos hoje sobre uma disputa que aconteceu em 1471 na qual um cónego chamado Gerard Rotarius inicialmente se recusou a fornecer a bola. Quando falou a respeito ele se justificou dizendo que havia recomendações do reitor da Universidade de Paris, John Beleth, escritas num documento datado de 1165, de que o jogo não deveria acontecer. Apesar disso, ele terminou por fornecer a bola que foi usada no ano anterior.
Para começar a tal celebração, o último cânone ordenado que deveria, como os demais participantes, levantar seu capuz (chamado de almutia), dava a bola para o diácono, que começava a cantar uma peça chamada Victimae paschali laudes, de um monge de 1048 chamado Wipo da Burgúndia. Enquanto segurava a bola com a mão esquerda (provavelmente segurava-a de baixo para cima, visto o tamanho da pelota) realizava um ritual: uma dança de três passos no ritmo da música. Ao mesmo tempo, os outros participantes davam-se as mãos e realizavam uma dança circular ao redor do labirinto, chamada de circa daedalum. O diácono então segurava a bola ou a atirava nos dançarinos, o que implicava que tinham que se mover para trás e para frente no círculo (que, no caso, representa o labirinto).
Mais comum em civilizações antigas, principalmente entre os minoicos, poucos sabem que os meandros da morada do mítico Minotauro também foram adotados no ambiente religioso como maneira de peregrinação do fiel em busca da Jerusalém celeste. (…)
É realmente passível de ser notado que os labirintos de jardim da Era Medieval francesa recebiam o mesmo nome, o que sugere que não apenas compartilhavam o nome e a área de disseminação como também eram similares no formato e no conteúdo
"É uma opinião minha que eles foram os precursores do 'labirinto do amor'. Estas formações de cercas vivas foram claramente influenciadas pelos labirintos de igrejas, tanto no tamanho quanto no layout. Nossa compreensão dos labirintos de igreja seria sem dúvida mais perfeita se mais conhecêssemos sobre o jogo do labirinto (provavelmente uma dança) que supostamente aconteceu em 1491 na tal Casa de Dédalo". -- SÉRGIO PEREIRA COUTO é jornalista formado com passagem por revistas como discovery magazine e ciência criminal.
E a história religiosa como a secular também se repete. Se os profetas Judeus tinham lutados contra as danças claudicantes da Páscoa copiadas dos cultos orgiásticos dos cananeus os católicos, que foram sempre ambivalente em relação ao passado greco-romano e pagão, que sempre tentaram assimilar simbolicamente pelo menos sempre que puderam numa das muitas reacções puritanas extremistas e fundamentalistas, de que a inquisição foi sempre a forma mais violenta e expressiva, acabaram por virar as costas ao diabo aprisionando-o nos labirintos para todo o sempre, destruindo ambos.
A partir do século XIV, os homens de igrejas vão prosseguir com a exclusão de labirintos desenhados no chão. Aqueles que não podem ser destruídos são desviados para jogos totalmente ridículos ou estão escondidos debaixo de tapetes. Em 1538, um decreto do Parlamento de Paris proibiu ainda esses desenhos. No século XVIII, foram destruídos os das catedrais de Sens, Poitiers, do Auxerre, Arras e Amiens (1825). Um labirinto foi encontrada nas ruínas da abadia de São Bertin em St. Omer.
O Labirinto da Catedral de Reims é, assim, destruído em 1779 por causa do barulho gerado pelos jovens fiéis que se divertiam com os labirintos durante os serviços. (...). Este movimento de destruição em massa é seguido em todos os outros países cristãos, porque os labirintos eram uma concessão imperdoável ao paganismo. Apenas aqueles que ainda existem hoje em Saint-Quentin, Bayeux e Chartres (os outros foram reconstruídos depois).[8]
Ver: TALA/TALLA E A SEMÂNTICA DE TALÁBRIGA (***)
A forma clássica do labirinto parece-se por demais com uma estilização dos círculos concêntricos que rodeavam a capital da Atlântida descrita por Platão para que tal aspecto seja mera coincidência do que pode não ter passado dum mero jogo de crianças do neolítico, do tipo da macaca!
The labyrinths were used for ritual walking and spiritual contemplation. Often called “city of turns” labyrinths were equated with Holy cities such as Troy, Jericho, and Jerusalem.
Labyrinths have been potent symbols in many cultures for thousands of years. The early Greek circuit was known as the labyrinth of the Cretan Minotaur. In mythology, the engineering genius Daedalus is credited with having contrived the labyrinthine floor in Cnossus as a dancing floor for the king Minos' daughter Ariadne. (…) Sometimes this eleven-circuit labyrinth would serve as a substitute for an actual pilgrimage to Jerusalem and as a result came to be called the "Chemin de Jerusalem" or Road of Jerusalem.-- Awakenings
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LABIRINTO DE JERICÓ
12 Josué levantou-se de madrugada, e os sacerdotes tomaram a arca do Senhor. 13 Os sete sacerdotes que levavam as sete trombetas de chifres de carneiros adiante da arca da Senhor iam andando, tocando as trombetas; os homens armados iam adiante deles, e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor, os sacerdotes sempre tocando as trombetas. 14 E rodearam a cidade uma vez no segundo dia, e voltaram ao arraial. Assim fizeram por seis dias. 15 No sétimo dia levantaram-se bem de madrugada, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam-na sete vezes. 16 E quando os sacerdotes pela sétima vez tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade. 20 Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade.
Figura 17: Map of Jericho in 14c Farhi Bible by Elisha ben Avraham Crescas.
“Medieval Jews who looked at the Jericho story imagined that Jericho was not just a walled city, but a seven-circuit labyrinth: that God had in fact asked the Israelites to walk the labyrinth to penetrate into the city and into the good land beyond it. Thus was born the ‘Jericho Labyrinth,’ a decorative motif found in medieval manuscripts of a seven-looped labyrinth, usually illustrated as a walled city, always labeled ‘Jericho.’ -- Rabbi Geoffrey Dennis, 972.539.1938, rabbi@kolami-tx.org.
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The oldest extant manuscript labyrinth is the 7 circuit Jericho found in Monastery in Abruzzi, and dates from 822 AD.
Acredita-se que Jericó seja uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo, com evidência de assentamentos datados de antes de 9000 a. C (…).
Evidências arqueológicas indicam que na metade final do Bronze Médio (c.e 1700 a. C), a cidade desfrutou alguma prosperidade, seus muros tinham sido reforçados e expandidos. A cidade canaanita (Jericho City IV) foi destruída c.e 1550 a. C, e o sítio remanescente ficou desabitado até que a cidade fosse refundada no século IX a.C. – Wikipédia. Muchas de las ciudades canáneas fueron destruidas durante el siglo XVI a. C., a finales del Bronce Medio de la Edad de Bronce y tales rastros han sido encontrados en Jericó en tres distintas excavaciones. Hay también muestras arqueológicas de una pared alrededor de la ciudad con un revestimiento externo de piedra pero construida sobre adobe, que fue destruida en ese período.
É sempre tarefa difícil tentar reconstruir a história a partir de lendas e mais ainda de mitos mas por vezes é possível reconstruir alguns ornamentos usando o apoio da arqueologia. A ideia medieval que perdurou pelo menos até ao século 14º de que Jericó era um labirinto teria que ter alguma razão de ser. Sendo Jericó uma das cidades mais antigas do mundo, seguramente por ficar num oásis do rio Jordão um dos pontos de passagem do corredor sírio, das rotas das sedas e das especiarias, teria necessariamente que ser uma cidade de estrutura arcaica como a sua congénere mais antiga do mundo, Çatal Huyuk.
Suspeita-se que o episódio bíblico de Sodoma e Gomorra se reporte ao cataclismo que destrui Santorini e a civilização minóica com a qual estariam relacionadas cultural e comercialmente, como Ugarit. Assim a queda miraculosa das muralhas de Jericó, tal como descrita na Bíblia, seria tão improvável na altura como quando era lida por judeus inteligentes da idade de ouro judaica, peninsular.
El nombre de Jericó deriva de la palabra hebrea ירח (Iareaj), que significa "luna".1 Los habitantes de Jericho adoraban a la luna, al dios "Ieraj".
Nome de Jericó, em hebraico, Yeriẖo, é pensado para derivar cananeus palavra Reah, embora uma teoria alternativa afirma que ele é derivado da palavra que significa "lua" (Yareaẖ), em Cananéia, desde que a cidade era um centro inicial do culto de divindades lunares.
Nome árabe de Jericho, Ariha, significa "perfumado" e deriva da mesma palavra cananeu Reah, de o mesmo significado que em hebraico.
No entanto, se uma solução completamente racionalista de tipo helenista seria ousadia impiedosa demais, outras alternativas de tipo cabalístico poderiam ter sido imaginadas antes da opção por uma solução de tipo labiríntico que parece complicar ainda mais a questão. Significa isto que sempre teria existido a tradição judaica de que Jericó seria tão labiríntica como parece que teria sido também a cidade de Tróia, pois diz a lenda que as muralhas de Tróia foram construídas de maneira a dificultar a entrada dos inimigos formando labirintos tal como ainda são hoje as medinas árabes e muitas das mais antigas cidades pedidas nos oásis sarianos e do médio oriente.
Ver: TRÓIA (***)
Sendo assim, este mitema seria a mera sobrevivência ocidental do mito da mandala a oriente e então já se compreende porque foi também chamada a «cidade das voltas» (e reviravoltas do destino!).
A verdade é que bem poder ser as duas coisas ou seja a corruptela dum plano ideal da cidade minóica macaqueado pelos estudantes do labirinto.
Ver: MADALENA (***) & ATLÂNTIDA (***) & MANDALA (***)
Santo Agostinho chama a esta cidade ideal a cidade de Deus. Jericó ou Jerusalém eram para os cristãos medievais cidades santas tão inacessíveis que poderiam ser equiparadas com cidades lendárias como Troia, ou Babel.
As medinas muçulmanas reproduzem o padrão labiríntico da cidade santa de Meca ou são a continuação da arquitectura tradicional anatólica herdade dos primórdios do neolítico?
«Medina» < Methi-ana, a senhora Metis, a deusa das leis < Ma-at-na
=> Me-na > Minos. > Monotauro.
ó Ma-at < Ama-at + Ana + Ur > Me-ana-tur > Min-thala > Mandala.
ó kur Ama, lit. “montanha-mãe” > Kharum.
Quer dizer que também os árabes herdaram o nome da cidade dos labirintos minóicos onde se encontravam os fóruns (< Lat. Fórum < Phauraum < acadic. Kharum) e os «palácios da justiça».
Se a Mandala era a *tala (< taula < taura) de Minos, obviamente que era também o templo do Minotauro que na região anatólica se chamava o bazar ou kharum. Uma da razões pelas quais as cidades neolíticas seriam labirínticas, como é o de mais antigas que se foram reveladas pela moderna arqueologia, como é Katal-Hiuça na Anatólia e muitas cidades do Vale do hindu, Harapa e Muenja Dário, era a de que não tendo ainda sido inventados os sistemas de fortificação por muralhas externas as cidades defendiam-se, sobretudo dos grupos de salteadores, sendo psicologicamente labirínticas, ou seja locais de onde era difícil sair sem ser pacificamente, ou seja, sem a colaboração activa dos moradores. Esta característica das cidades arcaicas irá marcar a arquitectura labiríntica dos palácios cretenses e também de muitas construções e palácios maias o que só vem reforçar a tese de que a arquitectura urbana e militar dos maias foi herdada dos minóicos.
Figura 18: O labirinto de Oxkintok < Aush-Intauki < Kiush-Intu-ki, lit. “terra de Zeus / Kius, o deus Enki / Inti.
Ver: MEGALITOS (***)
Other ancient labyrinths date back to early Egypt, Peru, India, and even the Native American nations of the Southwest.
En el Satunsat, desde el mismo instante en que se entra al laberinto por su única puerta, al poniente, uno puede sentir el temor de perderse. Después de adentrarse por sus intrincados pasadizos y niveles, los arqueólogos localizaron una cámara mortuoria con los restos de uno de los grandes señores de Oxkintok. El Grupo May es el más restaurado del sitio. La estructura de su pirámide es otro laberinto, con paredes pintadas y decoradas que, en épocas posteriores, fue rellenada con grandes bloques para construir encima sus fases.[9]
[1] The name of Moeris, which the Greek authors gave to this lake — a name in which they thought they could recognise the name of a king — was derived from the Egyptian appellation Men, or Mi-uer, which means every kind of basin or lake. The Arab name Fayoom, given to the province of the ancient lake Moeris is explained by the older name Pha-joom, i.e. 'lake country.' (…)
The province which anciently contained Lake Moeris has not had the good luck to be frequently mentioned in the texts engraved on the walls of the Egyptian sanctuaries. They hated it, and they hated its inhabitants, because of the worship with which they honoured the god Sebek, the tutelary divinity of this region, and the crocodile, his sacred animal. This last being for the adorers of Osiris, one of the forms of the god Set, the Satan of the Egyptian mythology, we can very well explain the singular circumstance that, in the list of nomes, the province of Lake Moeris is struck out as hostile to Osiris. Thus it is that we know nothing of the Labyrinth, or the pyramid, or the towns, nor the worship of the neighbourhood of this lake. This want is very happily filled up by the discovery of a papyrus which relates to the geography of Lake Moeris, although in one sense it is far removed from geographical instruction. The manuscript, at present preserved in the Museum of Boolak, represents the plan of the basin, with its canal. Around the basin the author of the drawing has marked a certain number of towns and sanctuaries, accompanied by explanatory texts, which contain very precious information for a knowledge of the various places, and the worship of the divinities on the borders of the basin. Thanks to these indications, we are enabled clearly to ascertain the different names of the lake. It is sometimes called She, i.e. 'the basin or lake;' sometimes She-uer, 'the large lake basin;' sometimes Mi-uer (Moeris I), 'the great lake.' From the most universal name, She, the country was called Ta-She, 'the country of the lake,' of which the arab-copt word Fayoom is an accurate translation. Another appellation of the lake, including the tombs, is the following: Hunt, 'the water-dam,' a common expression, which was used in the list of names for the great basin in the back part of each district. The place at which the canal, coming from the Nile, entered into the valley of the great chain of mountains of the Fayoom, was called Ape-tash, i.e. the defile of the country of the lake. Here was the opening of the sluice of the canal — the Ra-hunt or La-hunt, from which word certainly comes the modem name of the place Ellahoon, with the Arab article el before Lahoont. The same word is no doubt hidden in the Greek appellation of Labyrinth, which by the mouth of the Egyptians would have been pronounced Rape-ro-hunt, or Lape-ro-hunt, that is, 'the temple at the flood-gate of the canal.' – A HISTORY OF EGYPT UNDER THE PHARAOHS, BY HENRY BRUSCH-BEY, TRANSLATED FROM THE GERMAN By the Late HENRY DANBY SEYMOUR.
[2] Philostratus, Life of Apollonius of Tyana 4. 34 (trans. Conybeare) (Greek biography C1st to C2nd A.D.): "[Apollonios of Tyana] sailed to Knossos, where a labyrinth is shown, which, I believe, once on a time, contained the Minotauros."
[3] XVI. Philochorus, however, says that the Cretans do not admit this, but declare that the Labyrinth was a dungeon, with no other inconvenience than that its prisoners could not escape; and that Minos instituted funeral games in honor of Androgeos, and as prizes for the victors, gave these Athenian youth, who were in the meantime imprisoned in the Labyrinth and that the victor in the first games was the man who had the greatest power at that time under Minos, and was his general, Taurus by name, who was not reasonable and gentle in his disposition, but treated the Athenian youth with arrogance and cruelty. And Aristotle himself also, in his Constitution of Bottiaea, clearly does not think that these youths were put to death by Minos, but that they spent the rest of their lives as slaves in Crete. And he says that the Cretans once, in fulfillment of an ancient vow, sent an offering of their first-born to Delphi, and that some descendants of those Athenians were among the victims, and went forth with them; and that when they were unable to support themselves there, they first crossed over into Italy and dwelt in that country round about Iapygia, and from there journeyed again into Thrace and were called Bottiaeans; and that this was the reason why the maidens of Bottiaea, in performing a certain sacrifice, sing as an accompaniment “To Athens let us go!”
And verily it seems to be a grievous thing for a man to be at enmity with a city which has a language and a literature. For Minos was always abused and reviled in the Attic theaters, and it did not avail him either that Hesiod called him “most royal,” or that Homer styled him “a confidant of Zeus,” but the tragic poets prevailed, and from platform and stage showered obloquy down upon him, as a man of cruelty and violence. And yet they say that Minos was a king and lawgiver, and that Rhadamanthus was a judge under him, and a guardian of the principles of justice defined by him. -- PLUTARCH, LIFE OF THESEUS, Plutarch. Lives Vol. I. Translated by Perrin, Bernadotte. Loeb Classical Library Volume 46. Cambridge, MA. Harvard University Press. London. William Heinemann Ltd. 1914.
[4] The Palace of Knossos is anything but. Indeed, Evans pushed the identification through on the notion that the extraordinary amount of chambers and corridors that made up the Palace made it a labyrinthine structure. Technically, the Palace is therefore not a labyrinth – though Evans himself was not the one who forced the evidence. The earliest reference to a labyrinth was Egyptian in origin and appears in the 5th century by Herodotus, describing the Egyptian labyrinth. The link between that structure and Crete was done in the following centuries by Diodorus and Pliny, who stated that Daidalos had learned of the labyrinth design in Egypt. Indeed, some researchers posit that the very word “labyrinth” originates from lapi-ro-hun-t, or “Temple on the Mouth of the Sea” – which is Egyptian. (…) Though the chief focus for Knossos being the labyrinth has been the amount of rooms within the palace, some have observed that the access routes to Knossos had several bends – never is there a straight line in approaching the Palace. This is more important than it might appear to be at first. Spirits were said to be able to travel only in straight lines; as such, bends – like those for entering Knossos – guaranteed that spirits could not enter or leave such constructions. Seeing that the palaces of Crete were likely linked with a cult of the dead, this is a significant observation to make.
[5] > Sulfuris reporta-nos para cultos infernais relativos à deusa mãe do fogo das sulfarolas vulcânicas das antigas regiões napolitanas!
[6] The Ritual of the Labyrinth. Ta Hiera Laburinthou ©1997, John Opsopaus V. Preparation
[7] El prestigio de Labarna hizo que su nombre, a semejanza de lo que sucedería con el de César entre los romanos, se convirtiese en un título ostentado por el Gran Rey de Hatti.4 El consenso académico, no obstante, considera que Labarna es, en realidad, un epíteto relacionado con el adjetivo luvita tapar “poderoso”, por lo cual su significado sería El que es poderoso, o El Gobernante. Esto implica que Labarna sería, ya entonces, un nombre real antes que uno personal. Dada la falta de referencias contemporáneas, y el hecho de que su nieto y sucesor Hattusil también porte el título, se ha propuesto que Labarna I y él fuesen el mismo monarca y que los historiadores hititas posteriores los confudieron.5 La ya mencionada variante del nombre; Tabarna, aparece también en textos hatti, hurritas y acadios. –Wikipedia.
[8] La plus ancienne représentation d'un labyrinthe a été trouvée dans une tombe sibérienne datant du paléolithique: il s'agit d'un dédale de sept circonvolutions, entouré de quatre doubles spirales, le tout gravé sur un morceau d'ivoire de mammouth2. On trouve aussi des labyrinthes au temps du néolithique, au bord du Danube, près de la mer Égée, en Savoie, en Irlande, en Sardaigne, au Portugal, en Italie (au Val Camonina, il y a 4 000 ans), à Malte ou encore à Belgrade, sur des figurines datant de 7 000 ans. (…)
En dehors de la légende du Minotaure, le labyrinthe, en tant que symbole d'un cheminement initiatique long et difficile, est connu de nombreuses civilisations anciennes, au point que l'on peut parler d'archétype universel : les hommes préhistoriques, les Mésopotamiens, les Scandinaves, les Hopis, les Navajos, les Indiens, les aborigènes d'Australie, les Touaregs, les juifs de Palestine, les Mayas... ont dessiné des labyrinthes. En Inde, le mandala est une figure labyrinthique: il s'agit d'un cercle sacré, au sein duquel on trouve des divinités bouddhiques.
De même, en Chine, on trouve des labyrinthes gravés dans la grotte de T'ong T'ing, sous la forme de chemins d'encens dont la consumation sert à mesurer le passage du temps. (…)
Dans ces différentes cultures, les labyrinthes de pierre ou de gazon présentent toujours un parcours unique avec sortie rapide. Parcourir le labyrinthe, seul ou avec l'ensemble de la communauté, est alors l'occasion d'une introspection. Les méandres symbolisent le cours de la destinée humaine, ses pièges et ses tourments. (…)
Au IVe siècle, en 324 exactement, on rencontre déjà un labyrinthe creusé dans le sol de la basilique chrétienne San Reparatus à El-Asnam en Algérie. Il faut attendre le VIe siècle pour voir apparaître des labyrinthes d'églises en Europe : le plus ancien se trouve à la basilique San Vitale de Ravenne en Italie. Mais le symbole hautement païen du labyrinthe est abandonné durant tout le Haut Moyen Âge, pour n'être repris qu'au XIIe siècle. Ce trait est devenu commun à bon nombre d'églises et à la plupart des grandes cathédrales d'Europe. Les plus vastes se trouvent dans les cathédrales françaises : Poitiers, Amiens, Arras, Auxerre, Reims, Bayeux, Chartres, Mirepoix, Saint-Omer, Saint-Quentin, Toulouse. Le labyrinthe y est toujours situé du côté ouest, la direction d'où viennent les démons (l'ouest, où le soleil disparaît, représentant la direction de la mort). Ne pouvant se déplacer qu'en ligne droite, les démons étaient ainsi piégés avant d'arriver au chœur. (…)
À la fin du Moyen Âge, le labyrinthe devient synonyme de mal : il est le lieu maudit de la luxure, du péché, de la perdition et de l'errance. À partir du XIVe siècle, les hommes d'églises vont procéder à l'effacement des labyrinthes dessinés sur le sol. Ceux qui ne peuvent être détruits sont détournés en jeux totalement dérisoires ou sont cachés sous des tapis. En 1538, un arrêt du Parlement de Paris interdit encore ces dessins. Au XVIIIe siècle, on détruit ceux de la cathédrale de Sens, de Poitiers, d'Auxerre, d'Arras et d'Amiens (en 1825). Un labyrinthe se trouve dans les ruines de l'abbaye Saint-Bertin, à Saint-Omer.
Le labyrinthe de la cathédrale de Reims est ainsi détruit en 1779 à cause du bruit généré par les jeunes fidèles qui s'amusaient de ces dédales pendant les offices. (…). Ce mouvement de destruction massive est suivi dans tous les autres pays chrétiens, car les labyrinthes représentaient une concession impardonnable au paganisme. Seuls subsistent encore aujourd'hui ceux de Saint-Quentin, Bayeux et Chartres (d'autres ont été reconstruits par la suite).
[9] http://www.yucatan.com.mx/especiales/arqueologia/oxkintok.asp. Compañía Tipográfica Yucateca, S.A. de C.V..
Nomância!!!
ResponderEliminarNumêãncia < Numantia < Numen + tea
ResponderEliminar> Nomen + tea > Nomância, porque não?
http://bunkerboxrs.blogspot.com.br
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