terça-feira, 15 de junho de 2021

I SAGRADA FAMÍLIA 3.0. MARIA MADALENA, A ESPOSA OU AMANTE DE JESUS, por arturjotaef



Figura 1: Paolo Veronese, A conversão de Maria Madalena ou o julgamento da mulher adúltera.

A Sofia, que é chamada "a estéril," é a mãe (dos) anjos. E a companheira do (Senhor era) Maria Madalena. (Jesus amava-a) mais do que (todos) os discípulos (e costumava) beijá-la (frequentemente) em seus (lábios). Os demais (discípulos ficavam com ciúmes). Eles lhe disseram: "Por que a amas mais do que a todos nós?" O Salvador respondeu dizendo: "Por que não os amo como a ela? Quando um cego e uma pessoa normal estão juntos na escuridão, não são diferentes um do outro. Quando chega a luz, então, aquele que vê verá a luz, e o cego permanecerá na escuridão". – Evangelho de Filipe.

 

MADALENA OU MACARENA.. 2

MARIA, A IRMÃ DE MARTA.. 10

MADALENA ARREPENDIDA.. 14

A ESPOSA DE JESUS. 21

 

MADALENA OU MACARENA


Figura 2: St Magdalen, by Segna di BuonaventureWood, 44,2 x 29,1 cmAlte Pinakothek, Munich.

Marie, surnommée Magdeleine, du château de Magdalon, naquit des parents les plus illustres, puisqu'ils descendaient de la race royale. Son père se nommait Syrus et sa mère Eucharie. Marie possédait en commun avec Lazare, son frère et Marthe, sa sueur, le château de Magdalon, situé à deux milles de Génézareth, Béthanie qui est proche de Jérusalem, et une grande partie de Jérusalem. Ils se partagèrent cependant leurs biens de cette manière : Marie eut Magdalon d'où elle fut appelée Magdeleine, Lazare retint ce qui se trouvait à Jérusalem, et Marie posséda Béthanie. [1]

A vida de Maria Madalena e de Lázaro foi um mistério bem guardado desde o início da era cristã em volta do qual, muitas lendas e equívocos se desenvolveram.

Os nomes proposto na lenda Áurea para pais de Maria Madalena se não são inteiramente inventados, também não temos provas do contrário. Mesmo aceitando que Lázaro não era senão João Marcos ficamos apenas, a saber, que a mãe deste era Maria de Jerusalém. Como suspeitamos que o pai destes irmãos amados de Jesus era Simão de Sirene, da terra que foi também de Barnabé, podemos opinar que Sirus possa ter sido uma corruptela de Sirene. Quanto a Eucária, enfim, etimologicamente se repara que seria um dos muitos nomes da Virgem Mãe Primordial como foi a Virgem de Macarena enquanto verdadeira mãe dos kauroi, os guerreiros de sua mãe e protectores do Kha(u)rum!

                                   ó (Ma)-Kha(u)rum

Magdalum < Mag-tel-um < Mak-Ker-um > Grec. megaron.

Ø    Magi-Telus, Grande (da magia) Mãe Terra (Telus)!

Ø      Magi-Tela, lit.”a grande Tala”ou Talo, a”Sr.ª do Monte”> magthala> magdala!

Em hebreu Migdal (מגדל) significa "torre", "fortaleza"; no aramaico, "Magdala" significa "torre" ou "elevada, excelente, magnífica".

O Kharum foi um importante conceitona arqueologia da colonização da Anatólia pelos povos levantinos. Significava nos arquivos Caldeus o local de comércio da colónia e seria uma espécie de bazar e “centro comercial” da época de que o nome do fórum romano terá seguramente derivado. Magdalum seria assim um nome arcaico relacionado com o culto tutelar da deusa mãe protectora da feitoria aparentada com a Virgem de Macarena, seguramente também de origem levantina. A tradição do culto da virgem mãe de Melkart seria assim uma das razões do aparecimento de Maria Madalena nos cultos da Paixão o que deixa a suspeita de ter sido sempre e apenas um pseudónimo desta corajosa mulher que, de outro modo teria depressa desaparecido da cena política misógina do tempo! Assim, pode ser em vão que se procura a origem do seu nome que, contra a regra da época, não se refere nem ao nome do marido nem do pai e possivelmente também não ao da terra de nascimento ou habitação. De resto, mesmo a filiação de Maria Madalena deve ter sido inventada na idade média!

A ideia de que a personagem de Maria Madalena é também derivada de Míriam, a mítica mãe de Yeishu, é corroborado pelo facto de o estranho nome "Magdalena" se assemelhar claramente ao termo aramaico "mgadala nshaya", que significa "cabeleireira de mulheres". (...) acreditava-se que a mãe de Yeishu era "Míriam, a cabeleireira de mulheres". Porque os Cristãos não sabiam o que o nome "Magdalena" significava, mais tarde conjecturaram que isso significava que ela tinha vindo de um lugar chamado Magdala, a oeste do lago Kinneret. A ideia das duas Marias assentava bem na forma pagã de pensamento. A imagem de Jesus sendo seguido pelas duas Marias lembra bastante Dioniso sendo seguido por Deméter e Perséfone. (...) Os Cristãos também não aceitaram que Maria Magdalena estivesse ligada a Miriam, a alegada mãe de Yeishu no Talmude. Eles argumentaram que o nome "Magdalena" significa uma pessoa de Magdala e que os Judeus inventaram "Miriam, a cabeleireira de mulheres" (mgdala nshaya) ou para zombar dos Cristãos, ou porque eles próprios se equivocaram quanto ao nome "Magdalena". Este argumento também é falso. Primeiramente, ignora a gramática Grega: o Grego correcto para "de Magdala" é "Magdales", e o Grego correcto para uma pessoa de Magdala é "Magdalaios". A raiz Grega original para "Magdalena" é "Magdalen-", com um "n" distinto mostrando que a palavra não tem nada a ver com Magdala. Em segundo lugar, Magdala só obteve o seu nome após os Evangelhos terem sido escritos. Antes disso era chamada Magadan ou Dalmanutha (apesar de "Magadan" ter um "n", falta-lhe o "l", e portanto não pode ser a derivação de "Magdalena".) De facto, a comunidade Cristã alterou o nome para Magdala às ruínas desta área porque acreditavam que Maria Magdalena tinha vindo de lá. -- O MITO DO JESUS HISTÓRICO, Hayyim ben Yehoshua.

Notoriamente a historiografia engagê é sempre suspeita de parcialidade e o excesso de erudição pode fazer tropeçar os melhores exegetas! Será que as informações sobre o Talmude referidas na enciclopédia católica a seguir referidas são também inteiramente falsas?

Magdala (em árabe Magdal) é a Midgdal Nounaya do Talmud, a Tauquea dos gregos. Esta palavra designa o pescado em muito luxurioso, e essa reminiscência de Ikhthus é bastante curiosa. A cidade encontra-se a 5 quilômetros ao norte de Tiberíades; Flavio Josefo fazia dela seu quartel general e o centro da resistência judia contra as tropas de Vespasiano. A sua esquerda, sobre os escarpados, podem-se ver ainda as ruínas da fortaleza de Simão Bar-Kokhba, o chefe da última revolução do ano 132. Magdala deu lugar a nosso nome Madalena, Maguelone, que significa em grego «elevada, magnífica» (mégalon); em hebreu migédol significa «torre, cidadela», e ambos os sentidos estão muito próximos. Observemos, de passagem, que as litanias da Virgem Maria denominam-na «Torre de David» e «Torre de Marfim».-- JESUS OU O SEGREDO MORTAL DOS TEMPLÁRIOS, Robert Ambelain.


Magdala = (Hebr. Migdal = tower, fortress; Aramaic Magdala; Greek Magdala).

The existence of a Galilean Magdala, the birthplace or home of St. Mary Magdalen (i.e. of Magdala), is indicated by Luke, viii, 2; Mark, xvi, 9; Matt., xxvii, 56, 61; xxviii, 1, and in the parallel passages, John xx, 1, 18. The Talmud distinguishes between two Magdalas only. One was in the east, on the Yarmuk near Gadara (in the Middle Ages Jadar, now Mukes), thus acquiring the name of Magdala Gadar; (…) This Magdala, perhaps to distinguish it from the place similarly named east of the Jordan, is called Magdala Nunayya, ”Magdala of the Fishes", by which its situation near the lake and plentiful fisheries appear to be indicated. According to the Talmud, Magdala was a wealthy town, and was destroyed by the Romans because of the moral depravity of its inhabitants.-- The Catholic Encyclopedia, Volume IX.

O argumento etimológico é flagrantemente coxo! A língua portuguesa é um bom exemplo em como os «Éles» intervocálico tendem a cair facilmente! Pelo contrário, o argumento etimológico, reforça a informação dos que afirmam que Magadané que seria uma corruptela de Magdala/n[2]. Ora,investigando um pouco mais, chega-se à conclusão de que mais nenhum outro autor corrobora a existência duma bíblica Magadan. Por outro lado, é difícil duvidar da existência de Magdala quando tanto Josefo quanto Plínio se referiram a ela!

Qual o significado do nome dela? "Madalena" parece significar "de Magdala" - segundo se diz, uma referência à cidade pesqueira de el Mejdel, na Galiléia. Não existe, porém, nenhuma prova de que seja isso, ou de que a cidade fosse conhecida como Magdala na época de Jesus. (De fato, el Mejdel era chamada de Tarichea por Josefo.) Havia, entretanto, uma cidade de Magdolum no nordeste do Egito, próxima da fronteira com a Judéia - provavelmente a Migdol mencionada em Ezequiel. Em hebreu, o epíteto Magdala significa literalmente "torre" ou "elevado, grande, magnificente". -- A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.


Figura 3: Magdala em 1900.

A afirmação de que não “existe, porém, nenhuma prova de que seja isso, ou de que a cidade fosse conhecida como Magdala na época de Jesus. (De fato, el Mejdel era chamada de Tarichea por Josefo) é surpreendentemente pouco rigorosa porque é contrariada por outras fontes de informação.

When Pliny writes of Magdala, he places it at this location but speaks of the first, north of Tiberias. In Josephus, the village is correctly located as he had been there many times. As no history is attached to this second Magdala, there is no further information available. (…) The later Greeks called the village Taricheia, a word meaning pickling, again from the salted fish industry. In the Old Testament the village is rendered Migdal-el, and in the New Testament, apparently an error of translation, it is rendered Dalmanutha. Other variations are Magadan and el-Mejdel, the modern name.[3]

Entretanto, el rey Agripa envió gente, y por capitán de ella a Equo Modio, para que tomasen por fuerza el castillo de Magdala; pero no atreviéndose a ponerle cerco, teniendo los caminos tomados, hacían el mal que podían a Gamala; y Ebucio de Cardacho, que tuvo la gobernación del Campo Grande, oído que yo había venido a la villa de Simoníada, que está en los fines de Galilea, y de ella sesenta estadios, tomando de noche cien de a caballo que tenía consigo, y casi doscientos de a pie, y los gabenses que habían venido en su ayuda, caminando de noche, llegaron a aquella villa. – Las Guerras de los Judíos, Vida De Flavio Josefo, Flavio Josefo.

Tarichea deriva de um termo que significa "secagem" (de peixe), devido à indústria de salga de peixe de Magdala, um dos pilares da sua economia. Assim, não podemos garantir que seja Josefo que a nomeia assim porque deve ter sido a versão grega das suas obras que o obrigou a isso. É certo que Josefo não nos dá o nome hebreu de Taricheia mas também não é preciso porque o Talmude refere duas cidades com este nome: Magdala Gadar, perto de Gadara (na Idade Média "Jadar", agora Umm Qais) e outra perto de Tiberias, Magdala Nunayya ("Magdala dos peixes") que a colocaria na margem do Mar da Galileia onde de facto se situava Taricheia. De resto, a arqueologia moderna tem confirmado a sua existência pelo menos desde 2009.


Figura 4: Em 2009 um velho resort foi demolido, e quando se cavou a terra para colocar os alicerces, apareceram restos da cidade. Do ponto de vista arqueológico e histórico, a descoberta é relevante, pois não se conhecia ao certo o posicionamento de Magdala, (ou Migdal).

Em conclusão, Migdal deve ter existido, o que não quer dizer imediatamente que tenha sido esta a terra de Maria Madalena, e, como tal, a origem do seu sobrenome porque sendo esta irmã de Lázaro e de Marta todos estes seriam também magdalenos! Digamos que era uma das aldeias de onde vinham os rendimentos desta poderosa família, outra das quais seria Betânia. Marcos não terá feito confusão ao chamar-lhe Dalmanuta porque, grande parte dos equívocos neotestamentários resultam do secretismo com que, este evangelista, rodeou os seus relatos, em parte para ocultar a relação da sua família com o movimento messiânico de Jesus.  Outros autores menos preocupados com isto lhe chamaram Magdan, mas agora, sim, de forma equivocada com Magdala / Migdal por motivos semânticos ou por erros de tradução e cópia. Ora bem se Marcos fala em Dalmanuta é vez de Magadan é porque seriam ambos os termos a mesma coisa ou mais precisamente um anagrama de Magdala Nunayya:

Magdala Nunayya >Mah-Dal-Nuja > Dal-Ma-nuta!!!

Por sua vez, Magdala, a grande, seria *Magdalana com que Magdan / *Magdalnuna / Dalmanuta seria facilmente confundida.

Magdalen <*Magdalana > Magda(l)an > Magadan.

O significado de Magdala, por si só, abre-se a muitas interpretações possíveis, como "o local da pomba", "o local da torre" e "a torre-templo".

Pode ser até mesmo que o nome de Maria seja tanto uma referência a um lugar como a um título, pois no Antigo Testamento há uma espantosa profecia (Miquéias 4:8): E tu, torre do rebanho, fortaleza da filha de Sião, sobre ti cairá o primeiro poder; o reino da filha de Jerusalém virá. Pois, como cita Margaret Starbird em seu estudo sobre o culto a Madalena, de 1993, The Woman with the Alabaster Jar, as palavras traduzidas como "torre do rebanho" são Magdal-eder, e acrescenta: Em hebreu, o epíteto Magdala significa literalmente "torre" ou "elevado, grande, magnificente". -- A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.

No entanto, pelo menos a conotação com magtelum, lit.”o alto monte”, de quase todos os cultos marianos, se não permitiu construir o mito do castelo de magdalum, pelo menos reforçou a convicção de que este seria idêntico ao referido na Vulgata como sendo em Betânia, o castelo residencial (palácio acastelado) de Maria& Marta, e, por isso, mais um dos reforços de prova de que esta Maria era a mesma que Maria Madalena. Na verdade, a versão grega fala de κώμης, que significa apenas cidade ou aldeia.

Joan 11: 1 - Erat autem quidam languens Lazarus a Bethania, de castello Mariae et Marthae sororis eius.

Ἦν δέ τις ἀσθενῶν, Λάζαρος ἀπὸ Βηθανίας, ἐκ τῆς κώμης Μαρίας καὶ Μάρθας τῆς ἀδελφῆς αὐτῆς.

1 Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.

De facto, o nome de Madalena poderia ter sido um pseudónimo helenístico de Maria, a irmã de Marta, uma vez, sendo esta de Betânea, não teria sido o seu apelido locativo pelo que foi seguramente a sua alcunha, já que foi unânime a aceitação do seu nome nas escrituras! Quer então dizer que, não sendo o nome de Maria Madalena um pseudónimo helenista, a segunda parte do argumento do primeiro autor sionista pode ser aceitável mas não tanto por razões semânticas, uma vez que esta questão, a ser levantada deveria sê-lo em aramaico, a língua em que o nome desta santa teria começado acabando por aparecer literalmente em grego, quiçá depois de ter sido afeiçoado de molde a ter conotações com Magdala, mas agora por razões retóricas relacionadas com a liturgia pascal do deus caldeu Tamuz!


João. 11: 2 E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo.

A verdade é que outra Maria celebrada pelos evangelhos foi Maria, irmã de Lazaro e de Marta! Quer dizer que, inicialmente seria apenas Maria, a quem os discípulos puseram a alcunha de Maria da “Cabeleira” e, por escarninho, a “Cabeleireira”...por causa do papel que ela teve na cena da unção de Betânia. Seguramente que um dos papeis das cabeleireiras seria o da preparação dos mortos com unguentos, do mesmo modo que o dos barbeiros seria o de os tratar! De facto, existem fontes ortodoxas que pensam que só Maria Madalena poderia ser a santa do alabastro de óleo!

Por isso é que alguns intérpretes consideram que o nome Madalena se poderia referir a um “alto penteado”, volumoso e elaborado o que os levaria a concluir maldosamente que Maria Madalena seria «cabeleireira», quando, pelo contrário, sendo rica e poderosa teria uma criada cabeleireira privativa.

Esta tradição pejorativa decorre de certas passagens em versões não censuradas do Talmude, onde uma mulher, identificada de forma encriptada como mãe de Jesus, é chamada de "hamegadela se'ar nasha", que foi traduzida "Miriam, “a que trata do cabelo feminino”, possível eufemismo para "prostituta".

Figura 5: Maria Madalena, retábulo em estilo gótico de Carlo Crivelli, renascença italiana (1480).

Na verdade, esta alcunha talmúdica pejorativa de “Maria Cabeleireira” bem poderia ter tido por origem uma leitura posterior dos evangelhos hebraicos que falam da longa cabeleira desgrenhada de Maria Madalena, a de longa cabeleira e por leitura subliminar alatinada, «Magda-lana» que em latim significa literalmente, a de grande lã, e logo a “cabeleireira” e prostituta, pois seria esta a ideia que os judeus fariam desta antiga profissão.

Mas é bem possível que a reputação medieval de Santa Maria Madalena como prostituta tenha também resultado de um cruzamento com o culto de Santa Maria Egípcia na medida em que ambas terão tido um lendário fim de vida parecido: ambas se terão retirado para o isolamento dos ermitérios, vivido nuas cobertas apenas pelos longos cabelos tendo tido ascensão miraculosa também nuas e cobertas apenas pela longa cabeleira.



Maria do Egipto ou Santa Maria Egipcíaca ou Santa Maria Egípcia (c. 344 – c. 421 ou 422) foi uma asceta dos séculos IV e V que se retirou para o deserto após uma vida de prostituição.

Figura 6: Ascensão de Santa Maria Madalena na Catedral gótica de S. João Batista em Toruń.

Figura 7: Rondel com Maria do Egito atravessando o Jordão, vidro pintado flamengo de 1525.

As lendas concordam que eles desembarcaram na cidade atualmente conhecida como Saintes-Mariesde- la-Mer, na Camargue. Uma vez lá, o grupo se dividiu e seguiu caminhos variados, com o intuito de difundir as palavras do Evangelho.A história diz que Madalena pregou por toda a região, convertendo o gentio, antes de se tornar reclusa e habitar uma caverna em Sainte-Baume.Algumas histórias dizem que ela viveu lá por implausíveis, mas bíblicos, quarenta anos, usando todo esse tempo para se arrepender de seus pecados e meditar sobre a figura de Jesus. Para colocar um pouco de tempero na história, acreditase que ela viveu todos esses anos nua em pelo, com exceção do cabelo, tão abundante que efetivamente a vestia, algo que lembra remotamente as peles de animais que João Batista usava. No final de sua vida, dizem, foi carregada por anjos à presença de São Maximiano (que era, então, o primeiro bispo da Provença), que lhe deu os últimos sacramentos, logo antes de sua morte. Seu corpo foi queimado na cidade que a homenageou com seu próprio nome.

 

Ver: LAZARO (***)

 

MARIA, A IRMÃ DE MARTA

Quem era esta Marta, afinal? Segundo o evangelho de João, pouco ficamos a saber, o que em parte se deve justificar por estas informações decorrerem de alguém que sabia bem demais do que estava a falar. Como o contexto da casa da Marta era opulento podemos perfeitamente aceitar que estamos na casa de Marta bate Baitos que aparece na Mishna, no Talmud da Babilônia e em Flavius Josefo como sendo uma das mulheres mais ricas de Jerusalém no período anterior ao da destruição do Templo de Jerusalém. O Talmud relata em vários lugares sua riqueza, nomeadamente dizendo que ela "foi a coroa de Jerusalém" ao ponto de o seu nome se ter tornado sinónimo de pessoa de enorme fortuna[4].

Assim sendo possivelmente, a designação cristã Marta de Betânia seria uma corruptela de Marta bat Baitos, exactamente o mesmo erro de informação redactorial que Maria da (longa) Cabeleira seria Maria Magdalena.

Esta Marta era uma rica viúva quando se casou com Jesus, filho do grande mestre Gamaliel, e Flávio Josefo indica que esta Marta teria pagado uma grande quantia de dinheiro a Agripa II para que Jesus de Gamala, seu noivo, pudesse ser nomeado Sumo-Sacerdote de Israel e assim passar de pois a ser seu marido.

Alguns, como Ralph Ellis[5], afirmam que Jesus de Nazaré foi Jesus ben Gamala, um líder da Galileia que liderou um movimento de cerca de 600 pessoas de oposição ao regime. Mas, neste caso, seria Marta a esposa de Jesus, e Maria Madalena seria a irmã desta e possivelmente discípula e secreta amante de Jesus como foi o seu sobrinho Lázaro, mais tarde João Marcos.

De facto, Frederick Baltz refere que em Sukkah 52b, Marta teve um filho chamado Eleazar (Lazarus) e então o mais provável e plausível é que o Lázaro dos Evangelhos, que era também o «jovem rico», não fosse o irmão de Marta, mas o seu filho do primeiro marido.

Simão, filho de Boetus de Alexandria, foi nomeado sumo-sacerdote nos anos 25 ou 24 a. C. BC, por Herodes o Grande, para que o seu casamento com Mariamne, a filha de Beto, não causasse mal-estar na esfera sacerdotal por se tratar de um casamento com uma pessoa inadequada ou de uma posição social mais baixa. Foi assim que este "sacerdote Alexandrino" (possivelmente um sadoquista do templo egípcio de Onanias) se viria a tornar num sumo-sacerdote, "sem que nada o fizesse prever". Ele fundou uma verdadeira dinastia, uma vez que esta família forneceu cinco outros sumos-sacerdotes no primeiro século. Um deles, à época de Jesus, poderá ter sido Simon Cantheras, filho de Beto e que nos evangelhos veio a ser Simão o Leproso e que afinal mais não seria do que Simão Zaqueu Beto. Por outro lado, confirmamos que Mariamne II, a putativa mãe de Jesus era da família de Marta, filha do rico e líder sacerdotal, Simão Zaqueu.

Antiquiities 20.3 015 Herod, the brother of the deceased Agrippa, who then ruled over Chalcis, also asked Claudius Caesar for authority over the temple and the money of the sacred treasure and over the choosing of the high priests, and obtained all that he asked for. 016 From then on, this authority passed on to his descendants until the end of the war. Accordingly, Herod removed the high priesthood from Cantheras, and in his place bestowed that dignity upon his successor, Joseph Cameus.

A hipótese da identificação dos boetosianos com os essénios baseia-se na divisão tripartida da sociedade judaica na época do Segundo Templo, como aparece em Flávio Josefo e outras fontes contemporâneas que mencionam uma divisão da sociedade judaica em três grupos: os saduceus, os fariseus e os essênios. Agora, enquanto as fontes rabínicas mencionam os saduceus e os fariseus, eles nunca citam os essênios. Por outro lado, eles se referem ao grupo dos Boetosianos, nunca mencionado por Josefo. Uma explicação já muito antiga é que "betosiano" é outro nome para "essenio". Esta hipótese foi formulada pela primeira vez por Azaria di Rossi no século XVI. Nesta hipótese, o nome "bethsin" seria a combinação dos dois termos "beth" e "[Es]sin" e significaria literalmente "casa de Essi[n]", isto é, "discípulos de Essi[n]". Esta expressão é análoga a "Beth Hillel" ou "Beth Shammaï". Essin seria o equivalente ao termo grego para os essênios, "Εσσήνοι (Essēnoi)" ou "Εσσαίοι (Essaioi)". As duas palavras, originalmente separadas, teriam sido contraídas em "beth-sin" e depois se juntaram em uma única palavra para formar "bethsin".

Seja como for, o facto de os betosianos poderem ser essénios explica as boas relações de Jesus com a família de Marta e de sua irmã Maria Madalena.

Todos os autores salientam a atitude submissa de Maria em contraste com a atitude de Marta. No entanto, Marta é que seria a mais velha, ou pelo menos a mais activa porque menos dependente afectivamente de Jesus. De facto, o nome Marta é uma transliteração do grego Μαρθα, que já é uma tradução do aramaico מַרְתָּא, com o significado de "mestra" ou "a senhora", de que derivará a tradição de Dagon Marna...e de Mitra. Sobre o resto da vida de Marta sabemos a tragédia do deus fim:

O Talmude relata a história de seu último dia durante o cerco de Jerusalém (70 dC). (Talmud Gittin 56a.) Naquela época, Martha enviou sua criada para lhe trazer um pouco de farinha fina, mas ela estava esgotada. Ele disse a ela que não havia farinha fina, mas havia farinha branca. Ela então a enviou para lhe trazer um pouco de farinha branca. Quando ela saiu já farinha branca estava esgotada. Ela disse que não havia farinha branca, mas havia farinha escura. Ela a enviou para lhe trazer um pouco de farinha escura. Quando ela saiu já farinha escura estava esgotada. Ele então lhe disse  que não havia farinha escura, mas havia farinha de cevada. Ela a enviou para lhe trazer um pouco de farinha de cevada. Quando ela saiu já farinha  de cevada também estava esgotada. Desesperada, sem mesmo calçar os sapatos, saiu para ver se conseguia encontrar algo para comer. Ela pisou em algum esterco e morreu de choque. Rabban Johanan ben Zakkai aplicou a ela o versículo bíblico: "A mulher terna e delicada entre vocês que não se aventuraria a pôr a planta do pé no chão". (Dt 28:56.)

From the fact that the house into which Jesus was received belonged to Martha, and that she generally took the lead in action, it is inferred that she was the eider sister. Martha was one of those who gave hospitality to Jesus during His public ministry. -- The International Standard Bible Encyclopedia.

Is MM the same person as Mary of Bethany? This is a subject of much debate. Those interested in Mary Magdalene are usually split into two camps: those who believe she was Mary of Bethany, sister of Martha and Lazarus, and those who do not. -- [6]

Dividir o mal pelas aldeias é uma forma de evitar o risco do compromisso com a verdade deixando no ar as perguntas incómodas. Em parte tem sido esta forma capciosa de dizer nim (nem sim nem não!) às verdades incómodas, uma das estratégias da argumentação religiosa e uma das formas de fazer fortuna nos tribunais e, ainda mais, na política. Os textos coptas parecem reforçar a opinião dos que distinguem Maria Madalena de Maria de Betânia, mas a fidedignidade destes textos deixa muito a desejar, uma vez que chegam a confundir a Virgem Maria com Maria Madalena como faz o Talmud!

9 A respeito de quem nós testemunhamos que o Senhor é ele O que foi crucificado por Pôncio Pilatos e Arquelau entre dois ladrões (e com eles ele foi pegado na árvore da cruz, Eth.), e foi enterrado em um lugar que é chamado o lugar de um crânio (Kranion). E para lá foram três mulheres, Maria, que era da família de Marta, Maria Madalena (Sarrha, Marta, e Maria, Etc.), e levou unguentos para ungir o corpo, enquanto iam amurtalhando e lamentando aquele que veio para passar. E quando elas chegaram perto do sepulcro, elas olharam para dentro e não acharam o corpo (Eth. eles acharam a pedra rolada por fora e abriram a entrada). 10 E como eles lamentaram e carpiram, o Senhor mostrou-se a elas e lhes disse: Por quem vos me lamentais? Não me lamenteis mais que eu sou aquele a quem buscais aqui. Mas deixo que uma de vocês vá junto dos irmãos e diga: Venham cá, o Mestre levantou-se dos mortos. Marta (ou Mary, Etc.) veio e nos falou. Nós dissemos-lhe: O que temos nós a ver com isso, mulher? Ele está morto e enterrado, é lá possível que ele viva? E nós não acreditamos que o Salvador foi retirado dos mortos. Então ela voltou até ao Senhor e disse-lhe: Nenhum deles me quis acreditar, que tu estás vivo. Ele disse: Que outra de vós vá até eles e lhes fale novamente. Mary (Sarrha, Eth.) veio e nos falou novamente, e nós não a acreditamos; e ela retornou até ao Senhor e ela também lhe falou. 11 Então disse o Senhor a Maria e às suas irmãs: Vamos nós ter com eles. -- Epistula Apostolorum.[7]

No entanto, no campo santo dos dogmatismos a dúvida irritante da meia verdade é já uma porta aberta para os atoleiros do ateísmo ou da heresia. Estar de acordo com os que admitem a literalidade de todas as inconsistências dos textos sagrados, admitindo que Maria de Betânia, irmã de Marta e tia de Lazaro não era Maria Madalena porque esses textos assim o não afirmam explicitamente, é deixar a porta aberta para a suspeita de que as muitas mulheres pecadoras dos Evangelhos que acompanhavam Jesus faziam parte dum harém de sagrada prostituição. Na verdade, se Maria de Betânia não era Maria Madalena então Cristo era mesmo um mulherengo promíscuo coisa que, afinal nem era assim tão grave porque já Salomão o tinha sido e Herodes acabava de o ser ao ter morrido com pelo menos dez esposas oficiais contadas! No entanto, os escritos apócrifos coptas parecem não ter dúvidas a este respeito, particularmente nos Actos de Filipe. Aliás, este apócrifo é, sobretudo, interessante por levantar a suspeita de que Filipe não seria mais um dos herodianos porque seria irmão de Maria Madalena, e logo, tio de Lázaro. Então, o mosaico completa-se na medida em que se fica, a saber, que a família de Simão de Cirene seria numerosa.

Actos de Filipe: 94 E aconteceu que quando o Salvador dividiu os apóstolos e cada um foi adiante de acordo com o seu quinhão, o que calhou a Filipe foi de ir para o país dos gregos: e ele pensou que era tarefa dura, e lamentou-se. E sua irmã Mariamne (era ela a que preparava o pão e o sal na distribuição do pão, mas era Marta que o administrava às multidões e a que mais trabalhava) vendo isto, foi ter com Jesus e disse: Senhor, tu não viste como o meu irmão ficou vexado?[8]

A precipitação resultante da clarividência lógica que subitamente possui o espírito dos autores subversivos fá-los tropeçar em evidências que passam despercebidas por serem incómodas. Pois que, pela mesma lógica, o “discípulo amado” deveria ser alguém da série anterior, ou seja, Lázaro, e este amor teria que ser também carnal como os outros, ainda que menos heterodoxo!

Lucas 10: 38 E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. 39 E, esta, tinha uma irmã, chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. 40 Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importa que minha irmã me deixe servir só? Diz-lhe, pois, que me ajude. 41 E, respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, 42 mas (neste momento) uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.

Não é preciso muito esforço para provar que o comportamento de Jesus em relação a Marta & Maria era o de um amigo íntimo o que, numa moralidade de há dois mil anos teria que ser equivalente ao de um parentesco muito próximo, do tipo cunhada e esposa. Na verdade, se Marta fosse apenas uma “certa mulher” como refere Lucas, na sua habitual ignorância de gentio, como qualquer uma das que esporadicamente costumam receber em sua casa padres e pregadores, teria sido muito grosseria ao pedir a um ilustre desconhecido que não cortejasse a sua irmã! Pelo contrário, só uma profunda intimidade, familiar ou de concubinato, lhe permitiria a franqueza de pedir ao senhor (esposo ou mestre) e cunhada que ordenasse à sua irmã que se deixasse de lamechices e fosse ajuda-la a preparar a refeição! Também a resposta de Jesus roçaria a grosseria se entre eles não houvesses intimidade suficiente para o descaramento de afirmar que naquele momento Jesus, provavelmente exausto das habituais peregrinagens e cheio de saudades do lar, só necessitava de mimos e carinhos. A afirmação de que Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” além de conter indeléveis sugestões eróticas acarreta a implicação de que Marta poderia ter optado também por escolha igual, situação que para bem entendedor deixa no ar a suspeita de que Jesus era, à boa maneira semita, polígamo ou, no mínimo, malandrete. Não seria então por acaso que os seus detractores farisaicos o acusavam de ser polígamo e andar por tabernas e bordéis. Obviamente que Jesus também passava por estes locais, como ele próprio dizia, para pescar homens e pecadores, porque era essa a sua missão na terra, nesse momento, mas nada disso tem a ver com amizades íntimas com prostitutas que já extravasariam do contexto semântico da mera filantropia. Para não ir mais longe no esticar da corda do cinismo racionalista, em relação ao supremo direito que um ser divino tem de fazer o que bem lhe da na real e divina gana, tal como Dionísio fazia, ou de nada lhe valeria a pena a divindade, acabaremos por referir que não há verdadeira prostituição, nem promiscuidade pecaminosa, sem exploração económica de afectos. Ora, nada disto foi registado por nenhuma das fontes canónicas ou apócrifas conhecidas. A maioria das tradições gnósticas é mais puritana e catarina do que a Virgem Santíssima e as poucas que enveredaram pela licenciosidade ritual mais não seriam do que versões serôdias dum Dionísio cristianizado na Índia J!

 

MADALENA ARREPENDIDA,

Was Mary Magdalene a prostitute?


Figura 8: Jesus e a mulher adúltera.

There is no textual evidence to be found that supports the idea that Mary Magdalene (hereafter refered to as”MM") was a prostitute. The leading theory is that her identity was intentionally changed by Pope Gregory the Great. The person of MM was mixed with those of Mary of Bethany and the sinner-woman who annointed Jesus' feet. With that in mind, it is often assumed that the ”sinner” who annointed Jesus' feet was a prostitute, and the connection is made. -- [9]

A Igreja Ortodoxa Oriental nunca aceitou a identificação de Maria Madalena com a mulher pecadora feita pelo papa Gregório o Grande.[10]

No entanto, os fumos de venalidade rodearam sempre a Santa Maria Madalena que a tradição popular católica sempre considerou como a patrona das prostitutas arrependidas, razão pela qual o seu culto, inicialmente primordial, acabou progressivamente por se degradar acabando nos tempos moderno por nem sequer ter no calendário católico um dia particular de devoção o que é uma das maiores injustiças que a misoginia clerical fez à amada cunhada de Jesus... E, à mulher em geral.

Claro que os protestantes, ao pretenderem demarcar-se do catolicismo, rejeitaram a tradição com a qual os papas torneavam as escrituras de acordo com as conveniências políticas de momento. O resultado foi este tipo de argumentação fundamentalista baseado apenas nos textos lidos de forma pouco rigorosa. A verdade é que os versículos do texto de João sobre este assunto são adições apócrifas que faltam nas versões mais antigas conhecidas há mais de um século. Isso não quer dizer que o texto não fosse conhecido antes.

João. 8: 1-16 1 Porém Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 E, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. 3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. 4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, 5 e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? 6 Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. 7 E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. 8 E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. 9 Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio. 10 E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.

PAPIAS DE HIERÁPOLIS - FRAGMENTOS DE EUSÉBIO DE CESARÉIA: Papias também testemunha a primeira epístola de João e, igualmente, a de Pedro. Fora isso, conta outra história a respeito de uma mulher acusada de muitos pecados na frente do Senhor, história essa contida no Evangelho segundo os Hebreus. É preciso que acrescentemos isso ao que já foi dito:

E cada um foi para sua própria casa; mas Jesus foi ao Monte das Oliveiras. E de manhã cedo, ele voltou ao templo [e todo o povo veio a ele; e Ele se sentou e os ensinou]. E os escribas e fariseus trazem uma mulher apanhada em adultério; e, colocando-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em adultério, no mesmo ato. Agora, na lei de Moisés [somos] ordenados a apedrejar tais; então o que você diz? [E eles disseram isso para tentá-lo, ter algo para acusá-lo.] Mas Jesus se curvou e, com o dedo, escreveu no solo. Mas, quando eles perguntaram a Ele, Ele se levantou e disse: Quem está sem pecado entre vós, lança a primeira pedra. E novamente ele se inclinou e escreveu no chão. E eles, quando ouviram, foram embora um a um, começando pelo mais velho; E ele foi deixado sozinho, e a mulher onde ela estava, no meio. E Jesus levantou-se e disse-lhe: "Mulher, onde estão eles?" Ninguém te condena? E ela disse: Nenhum, Senhor. E Jesus lhe disse: Nem eu também te condeno; Siga seu caminho; a partir de agora não peques mais.--[11]

A curiosidade humana natural tem levado os ouvintes cristãos deste perícope a interrogarem-se sobre o que estaria Jesus a escrever no chão e a maioria acredita que seriam os pecados mal escondidos de cada um dos acusadores.

Como natural seria pensar que o humano Jesus ainda não teria o divino dom de ler os pensamentos das pessoas, Robert Ambelain, esotérico escritor maçónico, como seria de esperar escreve a este respeito o seguinte:

No episódio da mulher adúltera parece utilizar um procedimento mágico, bem de adivinhação, ou de purificação: «Jesus, inclinando-se, escrevia com seu dedo na terra. Como eles insistissem em lhe perguntar, ele, incorporando-se, disse-lhes: "O que de vós outros esteja sem pecado, seja o primeiro que a apedreje..." (subentendia-se a pena da lapidação, castigo que se aplicava às mulheres adúlteras segundo a lei)». (João, 8, 6-7.) Aqui tratava-se, provavelmente, de uma consulta geomântica. Ainda em nossa época, em Marrocos, Tunísia e todo o Próximo Oriente alguns adivinhos praticam consultas mediante o procedimento adivinhatório denominado darb-el-remel, ou «arte da areia». Com ajuda de pontos ou de raias riscadas sobre a areia se obtêm figuras com valor de oráculo, cujo número é invariavelmente de dezesseis, e que dão a resposta à pergunta formulada.

Podia tratar-se também de um procedimento de «desprendimento» psíquico particular. Riscam-se sobre a areia, ou sobre a terra determinados diagramas mágicos, faz-se passar o sujeito em questão por cima, e este se encontra liberado, já que o espírito mau, autor do mal, não pode suportar a passagem por cima dos caracteres sagrados. Este é, do mesmo modo, a origem das tatuagens protectoras. A indulgência de Jesus para com as mulheres adúlteras, ou prostitutas, vem justificada pela presença de várias delas em sua genealogia ancestral[12].

"A história da mulher apanhada em adultério é uma inserção posterior, faltando em todos os manuscritos gregos mais antigos. É uma inserção ocidental de texto-tipo, atestada principalmente em Velhas traduções latinas e que aparece em lugares diferentes em manuscritos diferentes: aqui, ou depois dos 7: 36 ou ao término deste evangelho, ou depois de Lucas 21:38 ou ao término deste evangelho" [13]

"The New Commentary on the Whole Bible" asserts that its earliest appearance was in a 5th century CE manuscript which they do not define.

It was present in the version of John that St. Augustine (354-430 CE) used when he wrote his "Tractates on the Gospel of John" on or after 416 CE.

An important recent discovery was the discussion of a form of this pericope by Didymus the Blind (c. 313 – 398) in his Commentary on Ecclesiastes. (The commentary was discovered in 1941 and this pasage discussed by Ehrman in NTS 34 (1988) 24-44.) Didymus says We find therefore in certain Gospels. A woman it says was condemned by the Jews for a sin and was being sent to be stoned in the place where that was customary to happen. The saviour it says when he saw her and observed that they were ready to stone her said to those who were about to cast stones 'He who has not sinned let him take a stone and cast it' If anyone is conscious in himself not to have sinned let him take up a stone and smite her. And no one dared. Since they knew in themselves and perceived that they themselves were guilty in some things they did not dare to strike her.

Didascalia Apostolorum: But if you do not receive him who repents because you are without mercy you shall sin against the Lord God. For you do not obey our Saviour and our God to do as even He did with her who had sinned whom the elders placed before him leaving the judgement in His hands and departed. But He, the searcher of hearts, asked her and said to her 'Have the elders condemned you my Daughter?' She says to him 'Nay Lord' And he said unto her 'Go neither do I condemn you'.

EL PROTOEVANGELIO DE SANTIAGO -- 3. Y el Gran Sacerdote dijo: Puesto que el Señor Dios no ha hecho aparecer la falta de que se os acusa, yo tampoco quiero condenarlos. Y los dejó marchar absueltos.

A possibilidade de se tratar duma interpolação, inspirada na opinião de S. Gregório Magno sobre esta santa que fora uma grande pecadora arrependida, não invalida, porém, que não existisse já uma tradição oral neste sentido na primitiva cristandade ocidental, aparentemente bem informada sobre a vida desta santa ao ponto de, como se verá, a terem suposto emigrante na diáspora da Gália.

I would put the episode in a specific historical context. Jesus had declared that a woman whose husband had divorced her and who remarried committed adultery (Matt 5, 31-32; 19,3-9; Mark 10,2-9.) The woman brought to Jesus was, I suggest, a remarried divorcée. By Jesus’ own claim she was thus an adulteress, but not for the Pharisees. Moses allowed divorce, Jesus forbade it. The trap of the Pharisees for Jesus was this: the law of Moses demanded death by stoning for an adulteress; Jesus claimed remarried divorcées were adulteresses though Moses did not, and neither did the Pharisees. Would Jesus follow his argument to its logical conclusion and impose death on a remarried divorcée? The scribes and Pharisees brought the woman to Jesus very precisely to test him. (…) The trap set for Jesus by the question did contain a very particular danger. King Herod had married Herodias who was a divorcée, having been married to Herod’s half-brother. Jesus’ response to the adulteress would be interpreted as his response to Herodias. John the Baptist preached repentance for the remission of sin. The account in Mark 6, 17-29 is instructive. Herod, we are told, imprisoned John "for Herodias’ sake". John then specifically told Herod that it was not lawful for him to have his brother’s wife, and Herodias hated John as a result. Consequently she had him beheaded. Jesus, who had been baptized by John would be seen as his follower, and would arouse the same suspicions in Herodias. Indeed, it appears from Mark 3,6 that the supporters of Herod were deeply hostile to Jesus even before the Pharisees were. -- [14]

O episódio da ”mulher adúltera”, por definição (nos termos da vulgata: mulierem in adultério), não se refere a uma forma degradada de prostituição, sagrada ou venal, de Maria Madalena, mas a uma mera história de infidelidade que, à época, bastaria resultar do simples facto duma mulher se juntara com um homem sem o consentimento dos pais, por exemplo, ou a um simples divorcio à margem da lei mosaica, a este respeito bem menos rígida do que a inovadora moralidade de Jesus sobre o casamento mas com que a Igreja viria a controlar a política de alianças das casas reinantes da Europa até que Henrique VIII de Inglaterra, cansado de esperar por um herdeiro, sucumbiu aos enredos da estouvada Ana Bolena que o rei considerou valer mais do que uma missa anglicana. Assim, esta história tem todo o cariz de ter sido inventada, ou exagerada a partir de uma infidelidade banal com o propósito de desacreditar Maria Madalena retirando-lhe o ascendente que ela naturalmente teria enquanto “discípula dos discípulos” e primeira-dama porque seria amante ou esposa de Jesus! Mas também é plausível que este episódio tenha sido incluído nos evangelhos apenas depois da sua reconstrução no fim da Grande Perseguição de Diocleciano que ordenou que fossem destruídas as Igrejas e que fossem queimados todos os livros cristãos e que todos os romanos oferecessem sacrifícios aos deuses romanos ou seriam mortos. Neste período tivemos muitos lapsi e relapsos. Os cristãos mais fanáticos da glória do martírio liderados por Novaciano consideravam que nenhum relapso poderia voltar a ser readmitido na Igreja comparando a apostasia com uma forma de adultério. Precisamente para desculpabilizar os clérigos, que se tinham prostituído moralmente, cometendo apostasia, é que este episódio foi incluído nos novos evangelhos pelos relapsos, restauradores das escrituras, porque lhe garantia, por analogia, a absolvição total.

Such a blurring may appear in Eusebius, Historia Ecclesiae 3.39.17, when he cites Papias (who was bishop of Hierapolis in the first half of the second century) as having "expounded another story about a woman who was accused before the Lord of many sins, which the Gospel according to the Hebrews contains".[15]

Esta referência de Papias se não acrescenta muita a respeito da natureza do adultério de episódio “da mulher adúltera” pelo menos permite inferir que os muitos demónios que teriam sido retirados de várias mulheres que acompanhavam Jesus seriam de natureza próxima do adultério!

De qualquer modo, não deixa de ser coisa estranha que a história da “mulher adúltera” que Papias referia aparecer nos evangelhos de Mateus, que seria irmão de Maria Madalena, apareça hoje no Evangelho de João, supostamente inspirado por Maria Madalena. Não porque o episódio tenha grande gravidade moral mas porque seria pouco plausível que mesmo uma Madalena arrependida gostasse de o recordar com tamanha crueza. A autobiografia confessional, que em Santo Agostinho seria quase uma vanglória de machismo, seria uma humilhação difícil de suportar para uma mulher do princípio da cristandade, tanto mais que o moralismo implícito no «vade et amplius iam noli peccare», se introduzia alguma tolerância na moral cristão, pouco mais longe iria do que a rejeição radical da lei mosaica!

The account of the woman caught in adultery (John 7:53-8:11) has a textual history that makes heads spin. Michaels in her commentary on John [146] offers the details: It is not in the earliest manuscripts (with one exception); in those manuscripts where we do find it, it is not found in one place. Some have it at the end of John. Some put it after our John 7:36; one puts it after 7:44. Some have it in Luke, after Luke 21:38. (An excellent, detailed account of the textual issues can be found here.) So what's happening here? Do we maybe have a bit of an otherwise rejected gospel, or an inauthentic story of Jesus, in our canon? -- On a Misplaced Pericope James Patrick Holding

Na verdade, tudo aponta para que este episódio devesse aparecer originariamente em Lucas o que levanta desde logo a suspeição de que os evangelhos originais deveriam andar impressos por fascículos que poderiam facilmente saltar de capítulo ou mesmo de evangelho. Neste caso terão saltado para João, quem sabe se por lapso freudiano de algum teólogo descontente com o “discípulo amado”, a partir de capítulo incerto de Lucas, porque este evangelho tem outros episódios relativos a Maria Madalena fora do lugar em que os sinópticos restantes os colocam, como é o caso da “unção de Betânia”. Então, o mais lógico seria supor que o episódio da ”mulher adúltera” de João 8:1-12 deveria passar para o lugar do episódio da ”pecadora que ungiu Jesus” de Lucas 7: 36-50e, este, passar para posição adequada.

Pois bem, de acordo com uma teoria conspirativa de Donovan Joyce, em“a Outra História De Jesus”, o episódio da “unção de Betânia” não foi mais do que uma singela cerimónia, carregada de grande simbolismo, que iria marcar a consagração de Jesus como Messias, o candidato a ”rei dos judeus”! Como, de facto, tudo aponta para que assim tenha sido, esta cerimónia privada teria precedido a consagração pública que vieram a ser os hossanas do Domingo de Ramos! Sendo assim, este episódio não deve ser colocado logo antes da ”última ceia” (de acordo com os restantes sinópticos), mas imediatamente antes da ”entrada triunfal em Jerusalém”, precisamente de acordo com a única testemunha fidedigna que participou nele, ou seja, seguindo a cronologia do evangelho de João, supostamente inspirado por Maria Madalena. Então, o episódio de Lucas (7: 36-50)deveria passar para posição que melhor se lhe adequa que é a de o inserir no banquete em casa de Zaqueu o publicano, porque precisamente se entende noutro ponto deste estudo que este era o mesmo que “Simão, o leproso,” e porque este episódio precede a ”entrada triunfal em Jerusalém”!

 

Ver: ALFEU, o pai adoptivo de Jesus (***)

 

A tradição legendária parece ser menos impiedosa que, de forma estranha, parece ser mais rica de mistério e mais escandalosa na tradição católica do que na ortodoxa.

The Orthodox Church also rejects a number of legends concerning the life of St. Mary that mainly originate from the Western medieval cult of the saints. One legend suggests that she was in love with St. John, the Theologian, and became a prostitute when he rejected her to follow Jesus (this may have developed from the earlier misidentification of Mary with the sinful woman or from Mary's later work with John in Ephesus). (…) For the Orthodox Church, little more is known of her life beyond the Gospel accounts. After Christ's ascension, she is believed to have gone to Ephesus and evangelized with St. John the Theologian. [16]

Nos limites da história sagrada a lenda vale quase tanto quanto a credibilidade dos textos canónicos. Uma vez que os textos sagrados nada dizem em concreto sobre os pecados de Maria Madalena, é mais fácil acreditar na vingança sentimental de Maria Madalena do que na Imaculada Conceição de Maria, até porque a feminina reacção vingativa à rejeição tem fama bíblica desde Putifar, passando por Herodíade, a amante de Herodes e esposa do seu irmão Filipe.

St John was a fisherman by trade, the son of Zebedee (i.e.,”the son of thunder") and Salome, the daughter of Joseph the betrothed of Mary the Theotokos; hence, he was a step-cousin of the Saviour. When the Lord Jesus called him and his brother James to follow him, they left their father Zebedee with the fishing nets. From that time on he followed Christ wherever he went. He was present with Peter and James at the raising of Jairus' daughter and at our Lord's Transfiguration, and he laid his head upon the breast of Christ at the Last Supper. At the crucifixion, John stayed with Christ when all the other disciples had fled, and Jesus entrusted him with taking care of his Mother; the gospel of St John tells us that he cared for her until her falling asleep. [17]

Uma coisa parece coincidir nas duas tradições. Uma particular relação,pós-mortem Iesu, entre Madalena e João. Como se verá, entretanto a história de S. João é das mais controversas de entre todos os evangelistas o que deixa, suspensas na dúvida nebulosa, muitas das afirmações que foram feitas acima sobre João o teólogo!

 

Ver: EVANGELHO DE JOÃO SEGUNDO SANTA MADALENA (***)

 

Por agora, atendamos ao aspecto de ser bem possível que a história humana verdadeira de Cristo tenha sido bem mais humana do que a que é descrita angelicalmente pelos evangelhos. Nos tempos helenísticos um Jesus mulherengo e uma mulher pecadora seriam coisa comum na mediania das divindades. Madalena não teria sido mais leviana do que Afrodite e Jesus, menos atiradiço do que Dionísio ou, mesmo, do que o próprio Zeus. Se, é aceitável, pensar que Maria Madalena não teria a coragem de se colocar no papel de prostituta arrependida, existe, no entanto, nos evangelhos de S. João (supostamente por inspirado esta!) nos versículos 4: 6-36 o episódio da “Samaritana” que permite imaginar que tipo de pecados seriam os de Madalena.

 

Ver: SAMARITANA DE SICÁ (***)

 

A ESPOSA DE JESUS

In Jesus day, a single man, wandering the countryside in the company of a group of other men, would have been viewed with some suspicion. He certainly would not have had much credibility as a Rabbi. So far as I know, amongst conservative Jewish communities in the ancient world (and to this day) a Rabbi is expected to be a married man, by definition. -- [18]

Were Jesus and MM married? Although it is a tempting legend to accept, there is no direct evidence that they were married or had any kind of conjugal relationship. There is, however, circumstantial evidence that points toward that conclusion. It is generally accepted that Jesus and MM *did* have some sort of deep, meaningful relationship beyond those relationships Jesus had with his other disciples. Regardless of whether or not they were married, we can assume that they were indeed quite close.

Na mitologia cristã o hierogamos ficou mascarado na ”última ceia pascal”.

I want to make clear that many Albigensians believed that Jesus was married to Mary Magdalene -- that is clearly stated in at least two of their testaments that I know of. But there is nothing about them coming to Provence or establishing a bloodline.[19]

Referências indirectas ao hierogamos encontram-se ainda na ”parábola do grande banquete” (Luc 14, 15-25) e na parábola da ”boda do filho do rei” (Mt. 22, 1-15).

Herod Antipas became ruler of the land through the ancient ”Sacred Marriage” with the High Queen Mariamne, a priestess of the Triple Goddess Mari-Anna-Ishtar who was popularly worshiped at the time of Christ (B,C,D,E *). This Goddess was noted for her triple-towered temple or ”magdala.” It is important to note that much of the imagery in the Gospels, especially regarding the Marys, corresponds to the worship of this Goddess Mari-Anna-Ishtar (B,C,D,E *). This will be explored in more detail in the following sections.

Enfim, se Jesus e Maria Madalena não eram casados eram noivos muito apaixonados ou meramente amantizados o que seria pouco aceitável para a moralidade vigente. Seria esta uma das razões da má fama de Cristo entre os judeus da época[20]? Se Cristo não estivesse com uma das muitas mulheres que o acompanhavam viveria à margem da lei judaica vigente que Jesus afirmava não ter vindo para alterar, mas para cumprir até ao último til!

For no one who is under the Law will be able to look up to the truth, for they will not be able to serve two masters. For the defilement of the Law is manifest; but undefilement belongs to the light. The Law commands (one) to take a husband (or) to take a wife, and to beget, to multiply like the sand of the sea. But passion, which is a delight to them, constrains the souls of those who are begotten in this place, those who defile and those who are defiled, in order that the Law might be fulfilled through them. And they show that they are assisting the world; and they turn away from the light, who are unable to pass by the archon of darkness until they pay the last penny. --- The Testimony of Truth, Translated by Søren Giversen and Birger A. Pearson

As fontes que provam as relações íntimas e particulares entre Jesus e Madalena são muitas.

Pedro disse a Maria: "Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que qualquer outra mulher. Conta-nos as palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas que só tu sabes e nós nem ouvimos." (...) Pedro respondeu e falou sobre as mesmas coisas. Ele os inquiriu sobre o Salvador: "Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não abertamente connosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos a ela? Ele a preferiu a nós?" Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: "Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no meu coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi respondeu a Pedro: "Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou." -- Evangelho de Maria.

Havia três que sempre caminhavam com o Senhor: sua mãe, Maria, sua irmã e Madalena, que era chamada sua companheira. Sua irmã, sua mãe e sua companheira, todas se chamavam Maria. (...) A Sofia, que é chamada de "a estéril," é a mão (dos) anjos. E a companheira do ( Sr. era ) Maria Madalena. ( Jesus amava-a) mais do que (todos) os discípulos (e costumava) beijá-la (frequentemente) em seus ( lábios ). Os demais (discípulos ... ). Eles lhe disseram: "Por que a amas mais do que a todos nós?" O Salvador respondeu dizendo: "Por que não os amo como a ela? Quando um cego e uma pessoa normal estão juntos na escuridão, não são diferentes um do outro. Quando chega a luz, então, aquele que vê verá a luz, e o cego permanecerá na escuridão". (...) Existe o Filho do Homem e o filho do Filho do Homem. O Senhor é o Filho do Homem, e o filho do Filho do Homem é aquele que cria por meio do Filho do Homem. O Filho do Homem recebe de Deus a capacidade para criar. Ele também tem a capacidade para gerar. Aquele que recebeu a habilidade para criar é uma criatura. Aquele que recebeu a habilidade para gerar é um descendente. Aquele que cria não pode gerar. Aquele que gera não tem o poder de criar. É dito, no entanto, "Aquele que cria gera." Mas, a sua denominada "prole" é meramente uma criatura. – Evangelho de Filipe.

Wife of Jesus? An extra-biblical and Gnostic tradition about Mary Magdalene holds that she was in fact the wife of Jesus, a fact which was omitted by later revisionist editors of the Gospels. There is some grounds to support this claim. Bachelorhood was very rare for Jewish males of Jesus's time, being in fact generally regarded as a transgression of the first mitzvah (divine commandment): "Be fruitful and multiply". Mary Magdalene appears with some frequency (especially as compared with other women in the Gospels) and is shown as being a close follower of Jesus. In the scene of the wedding at Cana, the names of the nuptial couple are not mentioned, but Jesus acts as a groom at such a wedding would be expected to act, for example by giving instructions to the servants (in fact, those servants had to be told by Mary his mother to obey his instructions). Finally, Mary's presence at the Crucifixion and Jesus's tomb, while hardly conclusive, is at least consonant with a role as grieving wife and widow, although if that were the case Jesus might have been expected to make provision for her care as well as for his mother Mary. Given the existing record, this scenario is possible but cannot be proven. (…)[21]

After Miryai's conversion, the Jews plotted the death of her beloved Yeshu by crucifixion, leaving little doubt that Yeshu was the object of her affections:

"Thereon he (Miryai's father) cried: "Come everyone, look on Miryai, who has left Jewry and gone to make love with her lord. Came, look on Miryai, who has left off colored raiment and gone to make love with her lord. She forsook gold and silver and went to make love with her lord. She forsook the phylacteries and went to make love with the man with the head-band." Then Miryai makes answer onto him: Far lies it from me to love him whom I hare hated. Far lies it from me to hate him whom I hare loved. Nay, far from me lies it to hate my Lord, the Life's Gnosis, who is for me in the world a support, a support is he in the world for me and a helper in the Light's region." "All the Jews gathered together, the teachers, the great and the little; they came together and spake of Miryai: " She ran away from the (Jewish) priests, fell in love with a man, and they took hold of each other's hands.Hold of each other's hands they took, went forth and settled at the mouth of Frash (Siah stream on Mt. Carmel). We will slay them and make Miryai scorned in Jerusalem. A cross will we set up for the man who has ruined Miryai and led her away." -- Mandæans

Como quase seguramente foi Marta a primeira esposa que Jesus desposou nas bodas de Caná, Maria Madalena, seria então a última amante do seu numeroso harém, na medida em que Jesus participaria dos melhores genes procriativos de Herodes.

One of the earliest references to Jesus by a non-Christian was that of Aurelius Cornelius Celsus, a Philosopher and Physician, who lived until AD 178, who recorded that: "The grand reason why the gentiles and philosophers of his school persecuted Jesus Christ was because he had so many wives; there were Elizabeth and Mary and a host of others that followed him."

"Now Jesus loved Martha, and her sister (Mary) and Lazarus", was the simple statement made by one of his biographers, John, known later as the "beloved disciple". What meant that love? Was it not an affection reaching the innermost precincts of the heart? -- DID JESUS MARRY, AND DID HE LIVE THE PATRIARCHAL LAW, Joseph W. Musser, in September 1932.

On 7 AUG 1853 in the Tabernacle in Salt Lake City, Jedediah M Grant delivered a discourse in which he quoted Celsus as saying, "The grand reason why the Gentiles and philosophers of his school persecuted Jesus Christ was because he had so many wives; there were Elizabeth, and Mary, and a host of others that followed him." The source of this quote has never been found and therefore it is controversial, to say the least. Aurelius (or Aulus) Cornelius Celsus is sometimes identified as the source; he was presumed born at Narbonne in south Gaul and wrote during the time of emperor Tiberius (14–37 AD) and was thus contemporaneous with Jesus. His only known surviving work is a treatise on medicine which does not contain the quote nor address the issue. Most historians would more likely attribute the quote (if it could be found) to an Alexandrian (one of several 2nd century anti-Christian authors named Celsus) who published The True Word circa 178 A.D. Some 60 years later the Christian scholar and theologian Origen wrote, Against Celsus, an extensive work which contains (via rebutted quotes) all that survives of the writings of this Celsus. But once again, the mysterious quote is not found.[22]

De qualquer modo, muitas terão sido as que reclamaram a sua herança construindo variantes gnósticas do cristianismo que se reportavam a mulheres que foram discípulas de Jesus.

Origen, Contra Celsum ("Against Celsus"): "While some of the Christians proclaim [that] they have the same god as do the Jews, others insist that there is another god higher than the creator-god and opposed to him. And some Christians teach that the Son came from this higher god. Still others admit of a third god - those, that is to say, who call themselves gnostics - and still others, though calling themselves Christians, want to live according to the laws of the Jews. I could also mention those who call themselves Simonians after Simon, and those naming themselves Helenians after Helen, his consort. There are Christian sects named after Marcellina, Harpocratian Christians who trace themselves to Salome, and some who follow Mariamne and others who follow Martha, and still others who call themselves Marcionites after their leader, Marcion."



[1] La Légende Dorée, De Jacques De Voragine Nouvellement Traduite En Français (13th century).

[2] Both Gospel writers, however, record a different place to which Jesus and the disciples come, Mtw 15:39 noting that they came to ‘...the region of Magadan’ while Mark 8:10 ‘...to the district of Dalmanutha’ where the footnote of the latter observes that there’s some variation of reading between Dalmanutha, Magadan and Magdala in manuscripts (commentators also note variations with the Matthean passage which the RSV takes as fixed). Mattask also notes that the oldest manuscripts of Matthew’s Gospel record the place name as ‘Magada’ (the RSV’s Magadan) even though the town of Magdala eventually came to be substituted for the textual record because it was a more popular place name, one that was instantly recognisable. – The gospel of Matheus, Old doctrines new light.

[3] © 2002, Rodney R. Baird.

[4] 'Refira-se ainda que, em Portugal, «Beto» e o diminutivo betinho podem significar também «relativo a pessoa ou pessoa, normalmente jovem, que pertence às classes abastadas ou que pretende imitá-las na maneira de falar, vestir e actuar». Note-se que estas palavras são usadas em tom depreciativo. A respeito de origens, não há dados que permitam traçar o aparecimento destas palavras. Virão do diminutivo de Alberto, Beto? Terão origem no diminutivo de Elisabete, Beta?' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/etimologia-da-forma-beto/20978 [consultado em 12-05-2020]. Ora parece que as dúvidas ficaram por tirar porque o mais provável será que a sua origem seja judia pois que além deste serem quase sempre ricos mercadores teriam entre si a tradição de chamar «beto» a quem era muito rico precisamente por tradição talmúdica relativo à casta sacerdotal dos betusianos.

[5] Este autor faz outras afirmações arrojadas, mas mais difíceis se seguir porque baseadas em analogias anedóticas e circunstanciais. Ellis diz que está convencido "além de qualquer dúvida razoável" de que o mesmo homem foi postumamente referido por dois nomes - o líder guerreiro 'Rei Izas Manu' e '(Rei) Jesus Emmanuel'. No entanto, no reino arménio de Edessa não existiu nenhum rei Izas Manu mas um rei Manu bar Ezad  que reinou de 123 a 139 e que seria então filho de Ezad e não propriamente Izas. É possível uma confusão com rei Izates de Adiabene, referido por Flábio Josefo como filho da rainha Helena que supostamente se teria convertido ao judaísmo em anos muito anteriores ao nascimento de Jesus. Para poder correlacionar as duas linhagens reais assírias Ellis resolve reduzir ao pó de inventada mitologia a lenda de Josefo que a historiografia moderna demonstra e documenta com alguma saciedade. Foi este nome com que Plínio, o Velho designou a região onde o antigo Império Assírio havia nascido entre o rio Tigre e os rios Lico (Grande Zab) e Capro (Pequeno Zab) e onde os sumérios fundaram Urbilum que veio a ser a grande cidade de Arabela da aguerrida Istar.

[6] by lesa whyte, 02/24/99

[7] From”The Apocryphal New Testament", M.R. James-Translation and Notes, Oxford: Clarendon Press, 1924.

[8] 94 It came to pass when the Saviour divided the apostles and each went forth according to his lot, that it fell to Philip to go to the country of the Greeks: and he thought it hard, and wept. And Mariamne his sister (it was she that made ready the bread and salt at the breaking of bread, but Martha was she that ministered to the multitudes and laboured much) seeing it, went to Jesus and said: Lord, seest thou not how my brother is vexed.

[9] by lesa whyte, 02/24/99.

[10] Sermon on Mary Magdalene  In a sermon whose text is given in Patrologia Latina, 76:1238-1246, Gregory stated that he believed "that the woman Luke called a sinner and John called Mary was the Mary out of whom Mark declared that seven demons were cast" (Hanc vero quam Lucas peccatricem mulierem, Joannes Mariam nominat, illam else Mariam credimus de qua Marcus septem damonia ejecta fuisse testatur), thus identifying the sinner of Luke 7:37, the Mary of John 11:2 and 12:3 (the sister of Lazarus and Martha of Bethany), and Mary Magdalene, from whom Jesus had cast out seven demons (Mark 16:9). 

While most Western writers shared this view, it was not seen as a Church teaching, but as an opinion, the pros and cons of which were discussed (see, for instance, the 1910 article on St. Mary Magdalen in The Catholic Encyclopedia). With the liturgical changes made in 1969, there is no longer mention of Mary Magdalene as a sinner in Roman Catholic liturgical materials.[4] 

The Eastern Orthodox Church has never accepted Gregory's identification of Mary Magdalene with the sinful woman.

[11] IV. Pericope Adulterae; ver Westcott y Hort: The New Testament in the Original Greek, 1. p. 241, II. pp. 82 ss. 91; Lightfoot: Essays on Supernatural Religion, p. 203 ss.

[12] Em primeiro lugar está Tamar, quem na Gênesis (38, 12 a 19) se prostitui a seu sogro em uma encruzilhada de caminhos, sem que ele a reconheça, para conseguir casar-se depois. Logo está Rahab, a prostituta oficial de Jericó, que oculta aos espiões enviados por Josué, antes da destruição da cidade, e por isso salva sua vida (Josué, 2, 1 e ss.; 6, 17 e ss.); depois se casa com Salmon, filho de Naasson, príncipe de Judá, e será mãe de Booz (Mateus, 1, 5). Temos a seguir Ruth, esposa de Maalon, e logo mulher de Booz; esta era de origem moabita, raça originada pelo incesto entre Lot, bêbado, e suas duas filhas, origem que deveria proibir a Ruth o acesso a uma família judia tradicionalista. (Ruth, 1, 4 e ss.; 2, 2 e ss.; 3, 9 e ss.; 4, 5 e ss., e Mateus, 1, 5.) Está, por último, Betsabé, mulher de Urias, oficial de David, a quem este rei mandara assassinar para conservar à esposa daquele, de quem fez sua amante, sem que esta protestasse. De tal adultério nascera Salomão (II Samuel, 11, e Mateus, 1, 6). -- JESUS OU O SEGREDO MORTAL DOS TEMPLÁRIOS, Robert Ambelain.

[13]The "Precise Parallel New Testament" states in a footnote: 3 "The story of the woman caught in adultery is a later insertion here, missing from all early Greek manuscripts. A Western text-type insertion, attested mainly in Old Latin translations, it is found in different places in different manuscripts.: here, or after 7:36 or at the end of this gospel, or after Luke 21:38 or at the end of that gospel".

[14] Jesus and the Adulteress, WATSON, A. Biblica 80 (1999) 10

[15] Jesus and the Adulteress, WATSON, A. Biblica 80 (1999) 10

[16] On the Life of Mary Magdalene, Karen Rae Keck.

[17] Idem.

[18] Nigel B. Mitchell nbm@echidna.id.au

[19] text © 2000 Robert V. O'Neill

[20] Nos tempos modernos seriam hippis alegres, gente fixe e numa boa!

[21] The Hidden History of Jesus and the Holy Grail

[22] The Greer Way West, the web page of the Nathaniel Hunt Greer Family Organization — This page was last updated on June 15, 2008.

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