Figura 1: Barrabás.Hermandad de la Humildad. Málaga.
Marcos, 14: 1 7 E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte. 8 E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito. 9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? 10 Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado.
11 Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás. 12 E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos judeus? 13 E eles tornaram a clamar: Crucifica-o. 14 Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o.
15 Então, Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado. | Mateus 27: 15 Ora, por ocasião da festa, 16 E tinham, então, um preso bem conhecido, chamado Barrabás. 17 Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo? 18 Porque sabia que por inveja o haviam entregado.
26 Então, soltou-lhes Barrabás e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser |
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Lucas, 23: 17 E era-lhe necessário soltar-lhes um detido por ocasião da festa. 18 Mas toda a multidão clamou à uma, dizendo: Fora daqui com este e solta-nos Barrabás. 19 Barrabás fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade e de um homicídio. 20 Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. 21 Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! | João, 19: 39 Mas vós tendes por costume que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40 Então, todos voltaram a gritar, dizendo: Este não, mas Barrabás! E Barrabás era um salteador. (Cena da flagelação)
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Lucas, 23: 22 Então, ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei. 23 Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos e os dos principais dos sacerdotes redobravam. 24 Então, Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam. 25 E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, que era o que pediam; mas entregou Jesus à vontade deles. | João, 19: 12 Desde então Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer que se faz rei é contra o César! 13 Ouvindo, pois, Pilatos esse dito, levou Jesus para fora e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em hebraico o nome é Gabatá. 14 E era a preparação da Páscoa e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei. 15 Mas eles bradaram: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão o César. 16 Então, entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus e o levaram. | ||
João 19: 6-12: Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus. E Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou. E entrou outra vez na audiência, e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.
O que era esta LEI?
Levítico 24:16: E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto.
Os Actos de Pilatos contêm versos em paralelo com João 19: 7 que pretendem provar que os judeus se referiam ao Deuteronómio 24: 16: Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos pais; cada um morrerá pelo seu próprio pecado, o que em rigor nada tem a ver para este caso e por isso, Pilatos não conseguiu ver nenhuma blasfémia no enunciado de Yeshua: "Se esta palavra é blasfémia, levem-no, e metam-no na vossa sinagoga e julguem-no de acordo com a vossa lei. Os judeus responderam a Pilatos: está contido na nossa lei, que se um homem pecar contra um homem, ele deve receber quarenta golpes menos um, mas aquele que blasfeme contra deus deve será apedrejado. Pilatos disse-lhes: Levem-no e façam-lhe como quiserem" (IV, 3-4). -- Actos de Pilatos.
Esta deve ser a razão por que os relatos talmúdicos referem que Jesus foi apedrejado antes de ser enforcado.
O Evangelho de Pedro sobre a paixão nada diz sobre este episódio que possivelmente se passou à porta fechada nos aposentos de Pilatos tendo como únicos interlocutores os altos dignatários do estado porque, de facto, dum grave assunto de alta política e de estado, se tratava.
Figura 2: Cristo ou Barabás? (de Hari Mitrushi).
IX 1. Y Pilatos, llamando a Nicodemo y a los doce hombres que decían que Jesús no había nacido de la fornicación, les habló así: ¿Qué debo hacer ante la sedición que ha estallado en el pueblo? Respondieron: Lo ignoramos. Véanlo ellos mismos. 2. Y Pilatos, convocando de nuevo a la muchedumbre, dijo a los judíos: Sabéis que, según costumbre, el día de los Ázimos os concedo la gracia de soltar a un preso. Encarcelado tengo a un famoso asesino, que se llama Barrabás, y no encuentro en Jesús nada que merezca la muerte. ¿A cuál de los dos queréis que os suelte? Y todos respondieron a voz en grito: ¡Suéltanos a Barrabás! 3. Pilatos repuso: ¿Qué haré, pues, de Jesús, llamado el Cristo? Y exclamaron todos: ¡Sea crucificado! 4. Y los judíos dijeron también: Demostrarás no ser amigo del César si pones en libertad al que se llama a sí mismo rey e hijo de Dios. Y aun quizá deseas que él sea rey en lugar del César. -- EL EVANGELIO DE NICODEMO, Hechos de Pilatos (Acta Pilati)
O único evangelho da paixão além dos canónicos é o evangelho de Nicodemos. É, seguramente, uma novela de construção copta tardia, e que, além dos erros dos canónicos, tenta inventar o que teria sido o julgamento de Jesus, mas duma forma tão delirantemente irrealista, que acaba por trazer pouca novidade sobre Barrabás.
Parece que o costume de os romanos libertarem prisioneiros em épocas festivas de províncias sob o seu domínio era desconhecido do próprio teólogo alexandrino, Orígenes que comentou esta passagem dos evangelhos vários séculos depois da morte de Jesus. Alguns autores, mais inclinados à crença na fidelidade literal dos evangelhos, pensam na plausibilidade de os judeus terem conservado algumas das suas regalias como João parece indiciar. Em tese, nem é mesmo importante provar se os actos de clemência pascal fariam parte dos costumes judaicos, porque a plausibilidade parece também óbvia.
| “O costume de libertar prisioneiros durante festas não é conhecido em qualquer lugar do império romano; ocasionalmente foram libertados prisioneiros em dias de festa mas como um ato de clemência específico, porém, como argumenta Crossan (1991, p390-1), os governadores romanos eram mais propensos a adiar a execução ou a autorizarem o enterro do corpo se fossem inclinados à clemência. De fato, Orígenes, escrevendo duzentos anos depois na mesma parte do mundo, ficou surpreso ao encontrar tal costume reivindicado nos Evangelhos. Pilatos não era conhecido por sua misericórdia (ver relatos em Philo ou Josefo), mas é verdade que nossos únicos relatos de seu governo pertencem a seus inimigos. |
Figura 3: Barrabas é libertado. (Livro de horas de Étienne Chevalier by Jean Fouquet.) |
Um Pilatos a libertar Barrabás a pedido de uma multidão judaica é improvável (Barrabás poderia ter sido o único prisioneiro a cair com dificuldade nas mãos de Pilatos, então por que libertar um bandido e assassino?), E, além disso, parece incrível que Pilatos liberte alguém que a multidão exija, quem é um conhecido rebelde e assassino anti-romano. Finalmente, o próprio Barrabás parece ser fictício. A plausibilidade histórica deste aspecto da cena é baixa.[1].”
De qualquer modo, a tendência para aceitar que uma história mal contada é fictícia não deve ser aceite como a melhor maneira de resolver os mistérios tecido pela boa-fé dos fazedores de histórias edificantes como são quase todos os ideólogos ao serviço das suas boas causas. Negar a historicidade dos evangelhos por andarem mal contados e conterem óbvias interpolações piedosas não deve ser motivo para um racionalismo pirrónico que usa a lógica dos advogados do diabo descredibilizando as testemunhas indesejáveis apanhando-as nas malhas das contradições que não interessam às que o império tece. A verdade científica é relativa e a verdade da história pode estar oculta debaixo da ganga dos relatos documentais deteriorados pela lenda e pelo mito a que o tempo e a irracionalidade humana os sujeitaram! E evidente que nesta parte todos os relatos evangélicos se inclinam para denegrir a impiedade dos judeus e ressalvarem a clemência de Pilatos e a história real até pode ter acontecido ao contrário mas é evidente que aqui tem que haver uma troca de história com aquilo que muito possivelmente foi um negócio de estado.
Assim, talvez tenha sido Lucas o único a aproximar-se da verdade oculta nos bastidores da intriga da Paixão de Jesus, quiçá por conhecer tão bem o direito romano quanto Orígenes. Soltar prisioneiros em seu poder a pedido dos dirigentes judaicos terá sido um “ato de clemência específico” por ser apenas uma questão de real política que até então Roma considerava ser a única forma de lidar com os turbulentos judeus, de estranhos costumes. Neste caso, a Pilatos era-lhe necessário soltar-lhes um detido por ocasião da festa (Lucas, 23: 17) principal dos judeus por ser esta a vontade dos principais dirigentes judaicos o que, possivelmente, não seria a primeira nem a última vez a acontecer!
Aceitando a prioridade de Marcos, podemos resumir a história canónica de Barrabás de forma simples pois os quatro evangelhos enrolam-se em repetições e paralelismo típicos de tradições orais que pouco terão a ver com o que realmente aconteceu e teria sido muito mal contado por alguém que esteve presente ao julgamento, se é que existiu tal coisa pois só a grande inexperiência do mundo medieval em que o culto dos mistérios da paixão se enraizou na tradição cristã pode ter permitido aceitar esta visão simplista e caricata dum julgamento que, de acordo com que hoje se sabe que seria um julgamento do sinédrio judaico, seria muito mais complexo do que já era no direito romano. A mesma regra, aliás servirá para apreciar muitos do contos lendários do martiriológio cristão. Na verdade o que terá acontecido terá sido mais um julgamento sumário feito por acordo político entre Jesus e Pilatos, mediado precisamente pelo sinédrio Judaico. Jesus saberia bem em que forças políticas se movimentava e, inteligentemente, tudo terá feito para que o seu julgamento fosse rápido, de acordo com o seu calendário apertado de escassos dias, senão horas.
Desde a sua entrega Judas secretamente terá untado as mãos a quem seria preciso para que tudo resultasse num acordo em que todos ficavam a ganhar. Jesus, a sua estratégia de ludibriar a cruz de forma a ganhar “o sinal de Jonas” que serviria de mito fundador dum sacerdócio novo de morte e ressurreição pascal de base judia. Os judeus porque se livrariam do incómodo dum candidato messiânico que nenhuma das correntes políticas judaicas tinha até então conseguido entender e controlar. Pilatos, que aumentaria o seu pecúlio pessoal sem cair em desgraça diante do imperador, que não desejava ter muitas ondas neste ninho de vespas que era a Judeia e, pelo caminho, conseguiria ainda as boas graças de Herodes o qual, por sua vez, se livrava de mais um adversário messiânico.
No entanto, o único ganhador incontestado e objectivo deste episódio foi Barrabás, um preso “bem conhecido, por crime de sangue de pena capital” que se via assim liberto a troco da morte dum inocente famoso! E obviamente que a multidão iria aplaudir a sua libertação porque afinal ele era nem mais nem menos do que o filho do seu mestre Jesus.
A história do acordo terá sido mais ou menos esta:
Logo ao amanhecer, os principais dos sacerdotes, e os anciãos, e os escribas, e todo o Sinédrio tiveram conselho e amarrando Jesus, o levaram e entregaram a Pilatos.
E, convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados (e ) do povo, disse-lhes:
“Haveis-me apresentado este homem como subversor do povo; eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem. Nem mesmo Herodes, quando vo-lo remeti a ele. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei.”
Depois de o ter flagelado disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus. E Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou. E entrou outra vez na audiência, e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.
Desde então Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamavam, dizendo: “Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer um que se faz rei é contra o César!” Ouvindo, pois, Pilatos esse dito, levou Jesus para fora e assentou-se no lugar que em hebraico é Gabatá. Pilatos perguntou-lhe:
“Tu és o Rei dos judeus?” E ele, respondendo, disse-lhe:
“Tu o dizes”. E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas, porém ele nada respondia. E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo:
“Não respondes nada? Vê quantas coisas testemunham contra ti”.
Mas Jesus não respondeu nada mais, de maneira que Pilatos se espantava.
(Como) tinham um preso famoso, chamado Barrabás, que havia sido preso com outros amotinadores, por causa de uma sedição feita na cidade e de um homicídio, (lembraram) a Pilatos que lhe era necessário mais uma vez soltar-lhes um detido por ocasião da Páscoa.
Portanto, estando (todos) eles reunidos, (e estranhando o desequilíbrio da proposta de acordo) disse-lhes Pilatos:
“Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, que se diz vosso rei”! Mas os principais dos sacerdotes incitaram a (pequena) multidão dos seus (seguidores) para que fosse solto antes Barrabás.
“Que quereis, pois, que faça daquele que acusais de se chamar Rei dos judeus? Não acho nele alguma culpa de morte. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei”. Responderam os principais dos sacerdotes (e os magistrados):
“Não temos outro rei senão César.
Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos e os dos principais dos sacerdotes redobravam. Então, Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam. 15 Então, Pilatos (já bem pago e não querendo meter-se em problemas) soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado.
Evidentemente que se Pilatos tivesse soltado Jesus não se teria dado a morte e a grande mistificação que foi o golpe final de teatro da ressurreição de Jesus não teria ocorrido e no mínimo a história acabaria por repetir-se noutra oportunidade mas o desastroso seria se Pilatos tivesse entregue Jesus para ser lapidado por blasfémia o que nunca iria acontecer porque se suspeita que Jesus tinha a protecção dos herodianos.
The gospel picture of Pilate as a kindly man is also nonsense. The Emperor Tiberius wanted to keep peace and order in a sensitive but politically important area of the empire. To get the confidence of some at least of the population he allowed the Jews religious privileges: they were free to pursue their own religion; they were exempt from military service; Roman soldiers were not allowed to insult the Jewish religion on pain of death and were subject to the Jewish enalty of death if they stepped beyond the court of the gentiles in the temple. -- The Trial of Jesus, © Dr M D Magee Contents Updated: 28 October 1998.
Assim, o lado ficcional de Barrabás pode ter sido apenas o nome deste estranho personagem pois os evangelistas, ou os posteriores copistas sobe a égide de exegetas meticulosos, tudo terão feito para encobrirem a verdade incómoda a respeito desta estranha personagem deixando gato escondido com rabo de fora. Que teria sido personagem importante para ser trocado pelo sinédrio não há dúvida, pois doutro modo esta história seria pouco mais do que um “conto da carochinha”!
Barabbas is from the Hebrew bar (son) and Abba (Father), which is to say "son of the Father" because the term Abba was a sacred name of God. Origen and other manuscripts refer to Jesus Barabbas and the translators of the Scholars Version now include Jesus Barabbas as "probably the original reading" of the biblical texts.[15] Later manuscripts drop "Jesus" from Barabbas perhaps to alleviate Origen's confusion over how a "sinner" could share the Son of God's name. Thus, Jesus "Son of God" who prays to God as Father[16] was imprisoned alongside Jesus "Son of the Father." Both men would have had much in common to talk about while languishing in prison. They had led nearly identical lives in their days leading up to their arrest; both were enemies of the Roman-controlled temple cultus and both were arrested and awaiting crucifixion, a punishment reserved for rebels alone. Indeed, it is possible to imagine that Jesus Barabbas and Jesus of Nazareth are actually one and the same man. -- The Absurd Life: Barabbas and Christ, James Still.
Há apenas duas maneiras de interpretar o episódio de Barrabás de forma realista. Ou havia mais do que um mestre de renome no tempo da paixão de Jesus e os evangelistas foram imparcialmente cegos em não terem dado por isso ou o mestre de momento em moda era de facto apenas Jesus e voltamos a ter de novo um dilema. Ou este era o próprio Jesus ou um filho deste. Na primeira hipótese teríamos um “Jesus, filho do mestre” o que nos reporta para o conceito essénico do mestre da justiça, uma possível variante do nome do messias essénico. O facto de os evangelhos canónicos nunca terem referido “Jesus como filho do mestre” é um óbice sério que poderia ser interpretado como o resultado das más traduções que já na altura eram fatalmente comuns. Esta terá sido uma das razões semânticas que veio a criar o mito de Jesus, filho de Deus, na medida em que sempre que este se referia a ser “filho do pai” não se referiria ao celeste mas ao seu pai natural ou, pelo menos e sobretudo mais plausivelmente, ao seu pai espiritual que seria o tal Mestre da Justiça de que tanto falam os rolos essénicos do mar morto. A hipótese de que Barrabás seria o próprio Jesus seria então não apenas plausível como até a mais simples de entender postulando que enquanto a multidão de Judeus pretendia libertar Jesus alguém com interesses contrários teimava na sua condenação à cruz. Esta tese resolveria a misteriosa contradição de o mesmo povo que dias antes aclamava a sua entrada em Jerusalém estar agora a exigir a sua condenação bem como a suspeita de que Jesus tria sido efectivamente preso por ter participado no recente motim ocorrido na cidade de Jerusalém. Mas só a ingenuidade política poderia esquecer que em todas as situações de luta política não existam manifestações e contra manifestações! Porém esta teses levantaria mais problemas do que aqueles que resolveria. Ficaríamos sem entender a súbita entrega voluntária de Jesus, a razão pela qual os canónicos não o identificaram desde sempre como Barrabás, para já não falar nas contorções a que teríamos que sujeitar o seguimento dos relatos da paixão para neles encaixar esta nova tese. Por alguma razão os que enveredam por ela acabam por desistir pela via mais simples da sua redução à pura ficção!
Obviamente que muito pior do que o que foi feito à história pela crendice beata dos cristãos, cuja benevolência depende muito dos humores e interesses políticos de ocasião, são os delírios esotéricos dos gnósticos que não desistem de fazer da história real de Jesus uma teia emaranhada de mistérios insolúveis contraditórios e racionalmente insustentáveis.
Les secrets de l’évangile du selon Jean sont nombreux: On y découvre que le disciple bien-aimé est à la fois Lazare ET l’auteur de l’évangile!
Lazare devenu Jean (comme Simon devenu Pierre, ou Lévi devenu Matthieu) explique son initiation (mort puis résurrection symboliques), certifie qu’il a revu Jésus bien plus tard à la fin de sa vie (confer début de Apocalypse), que Marie de Magdala est la mère de Jésus, qu’il est beau-frère de Jésus époux de Marie de Béthanie. Le Paraclet n’est autre que Menahem* fils aîné de Jésus qui le présente à ses disciples avant de partir dans le sud de la Gaule.
Il ressort de l’étude des scènes de l’arrestation de Jésus, qu’il s’agit de l’arrestation de deux personnages distincts en des lieux différents (Mont des oliviers et Temple) et d’une substitution, le vrai Christ (Nazoréen et roi) étant Jésus «bar abba» (fils du père) devenu Barabbas en grec, non crucifié et libéré par Pilate.
Quant au crucifié, c’est Simon qui porte la croix (en fait le Patibulum), l’adversaire, le rival , qui meurt et dont le corps fut volé et enterré en Samarie ; sa dépouille fut recherchée au quatrième siècle , puis détruite sur l’ordre de l’empereur Julien dit l’Apostat en 362. (…).
Le chiffre deux revêt une importance particulière pour les Templiers dont le sceau de l’Ordre représente deux hommes sur un même cheval.
1°- Il faut y voir selon nous l’expression du principe manichéen que l’on retrouve dans les sectes messianiques (fils de la Lumière contre les fils des Ténèbres chez les Esséniens, Apocalypse chez les Nazoréens), l’église de RLC, et le symbolisme du méridien zéro.
Nous comprenons mieux ainsi l’irréductible opposition de Rome et des Cathares, que ce soit sur la Terre ou dans le Ciel.
Sur la Terre, les Cathares sont horrifiés par la croix instrument du supplice et considèrent l’Eglise de Rome (Roma) comme le mal absolu opposé au principe d’amour (amor inverse de roma). Ceci est corroboré par les faits, puisque l’Eglise s’est trompée de Messie, adorant « Christ le tricheur » le sanguinaire Jésus Barabbas (« L’épée ») travesti en agneau, au lieu et place du vertueux Baptiste (« La paix ») ou son successeur, le rédempteur crucifié. Dans le Ciel, les Cathares croient en un Dieu supérieur et pur esprit, tandis qu’à leurs yeux, Rome et le monde matériel sont la création d’un démiurge, Prince de la matière et du Mal, l’ange préféré mais déchu.
2°- Il faut y voir aussi le dédoublement du nom de Jésus Barabbas, le Christ historique, en un Barabbas séditieux et brigand (nom donné par les Romains aux Sicaires et Zélotes) et un Jésus de la Foi (celui des évangiles) qui masque celui du crucifié et se pare des habits de vertu du Baptiste et de son successeur.(…)
C’est à partir d’indications laissées par Jésus Barabbas et trouvées dans son tombeau que les Templiers ont retrouvé l’Arche et l’ont ramenée, d’abord en forêt d’orient , puis dans le Razès, car symbole de la puissance des rois davidiques et de l’Alliance, et placée en gardien (cf Asmodée) du troisième Temple… -- P. Silvain, L’HISTOIRE [2].
Assim, segundo o esoterismo, e para complicar ainda mais as coisas haveria não apenas um Jesus de Barrabás mas vários um dos quais seria o João Baptista que afinal não teria sido decapitado por Herodes...ou se o foi teria sido ressuscitado pelo mago Jesus para o substituir na cruz. Mas alguém acredita em tanta divagação no estilo da literatura das teorias da conspiração?
Mas existe também a hipótese mais natural de Barrabás ter sido filho de Jesus, ou alguém que lhe era muito importante manter vivo. O mais provável é que nem tenha sido apenas este a ser trocado por Jesus mas todos os cabecilhas de tal rebelião que tinha acontecido meses antes na cidade de Jerusalém!
Donovan Joyceem “A Outra História De Jesus” refere que “Orígenes insiste de forma defensiva que vários manuscritos de Mateus não continham, no seu tempo, o ofensivo "Jesus" antes de "Barabbas"[3].
"Whom do you want me to release for you, Jesus Barabbas or Jesus who is called the Messiah?" (v. 17)
Many textual scholars believe the double name "Jesus Barabbas" was the original reading. They suggest that "Jesus" was omitted from several Greek manuscripts of Matthew out of reverence. The church father Origen (d. 254) said, "In the whole range of the scriptures we know that no one who is a sinner [is called] Jesus." * (…) The variant "Jesus Barabbas" in Matthew 27:16-17 occurs in only a few Greek and Syriac manuscripts. It is absent in the major 4th and 5th century uncials: Alef, Alpha, Beta, Delta, etc.[4]
Ora, Orígenes pode apenas estar a dizer meia verdade, ou seja, que o nome Jesus não vinha antes mas depois! Então o que ali teria sido escrito primitivamente em hebraico por Mateus seria algo mais inacreditável, que o tal insurrecto e homicida era um “filho do mestre Jesus”. Da meia verdade de Orígenes, Jerónimo salta para a meia falsidade que contradiz Orígenes. Na verdade, Jerónimo que foi um doutor canónico deu conta da ponta do rabo escondido tardiamente porque, sendo um pouco mais versado na linguística hebraica do que o comum dos copistas cristãos, reparou no que hoje vem em qualquer dicionário bíblico.
Barab'bas = (< Gk. barabbas, for Aram. bar'abba',” son of the father” or ”son of Abba").
De facto, com algum espanto, constata-se que na enciclopédia católica se refere o seguinte:
Abba é a palavra aramaica para "pai". Esta palavra aparece três vezes no Novo Testamento (Marcos 14:36; Romanos 8:15; Gálatas 4:6). Em cada caso tem adjacente a tradução grega de forma a ler-se “abba, ho pater” no texto grego; abba, pater no Vulgate latino, e "Abba, Father" na versão inglesa. [5]
Claro que ser filho do pai seria menos inutilmente redundante do que dum qualquer Abba se estes fossem frequentes no mundo bíblico, e pelos vistos não eram. Então Jerónimo pôs-se a investigar e descobriu novamente a meia verdade que Orígenes tentara esconder em vão!
15 Ora, por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. 16 Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Bar Rabá,439 que estava na prisão por causa da iniquidade do que havia feito, pois havia cometido assassinato.* Segundo Shem Tob e o Siríaco Antigo. Os demais manuscritos omitem esta última frase. -- Sefer Matitiyahu, Evangelho do Hebreus Traduzido por Sha’ul Bentsion.
Em relação a Matt. 27:16 cf. Evangelho dos Nazorenos (Comentário de Jerónimo a Matteus 27:16) -- No Evangelho de acordo com os hebreus Barrabás é interpretado como "filho do mestre deles (rabino?)". Ele tinha sido condenado por causa duma insurreição e dum assassinato.[6]
Assim, os evangelhos dos hebreus sabiam mais do que os tradutores gregos e latinos posteriores que acabaram por oficializar nos canónicos a tremenda asneira que foi a transformação da expressão “filho do mestre” num nome próprio. Na verdade, os copistas e tradutores helenistas dos primeiros tempos do evangelho, que não saberiam muito da linguagem judaica, deixaram passar a frase Bar-abas como sendo um nome banal, Barrabás. Neste cenário é obvio que tudo em volta de Barrabás teria que ser re-escrito porque na verdade nunca se terá tratado do que ali parece andar mas algo mais sério e secreto, possivelmente a troca, previamente negociado por Judas Iscariotes, de Jesus por alguns dos sicários importantes que o ajudaram na insurreição da expulsão dos vendilhões do templo e que teriam cometido crimes de sangue, quase seguramente os seus irmãos que, até ai, o respeitavam pouco e tratavam mesmo como sendo um louco e que depois da paixão o passaram a venerar por terem sido salvos da morte por este outrora estranho irmão e que subitamente passou a ser cordeiro pascal da família, o irmão de misericórdia e compaixão! O único óbice aparente é a questão da chamada “tripla previsão da paixão” de Marcos que só pode ser interpretada como estratégia pessoal de Jesus em saltar por cima do fracasso inevitável do messianismo judaico ludibriando, ao seu jeito de mago e prestidigitador, o caminho da cruz. No entanto o óbice é apenas aparente. Havia sempre presos importantes nestas sedições e muita sorte teve Jesus em não ter sido preso logo após a expulsão dos vendilhões do Templo, caso em que a sua estratégia teria que ter começado precipitadamente antes do seu próprio tempo!
Ver: TRIPLA PREVISÃO DA PAIXÃO (***)
Barabbas, literally "son of the father" is a probable doublet for Jesus himself (the Son of the Father). Indeed, there are manuscripts of Matthew that have "Jesus Barabbas" in this passage, and this must have been the case in the early days of Christianity, for Origen defensively insists that many manuscripts of Matthew in his time did not contain the offensive "Jesus" before "Barabbas". As a consequence some scholars have argued that this was the original usage in Mark (which Matthew copied) although this is a minority view. "Abba" was also a personal name in ancient Judaism, so the name may simply mean "Son of Abba." -- Michael A. Turton's, Historical Commentary on the Gospel of Mark.
Claro que alguma coisa escandalosa andou escrita no Evangelho hebraico de Mateus e que deve ter incomodado os primeiros cristãos helenistas ao ponto de ofender Orígenes. Como entre um “Jesus, filho do mestre” (deles, segundo o neo-revisionismo de Jerónimo), e “um filho do mestre Jesus”, que Orígenes nunca consegui negar inteiramente, viesse o diabo escolher, o nome Jesus foi pura e simplesmente censurado ab eternum passando o estranho personagem a ser simplesmente um qualquer Barrabás, salteador e homicida! O que os cristãos não poderiam prever é que mais tarde ou mais cedo se viria a retomar esta questão e, com um pouco de mais isenção, dar conta de que o lixo escondido debaixo do tapete acaba por cheirar a gato morto com rabo de fora! Assim, é quase certo que esta cena nunca se passou inteiramente como os canónicos contraditoriamente a descreveram.
Lucas, o gentio, que conhecia bem os costumes romanos, escreveu o que mais se aproximaria da verdade, ou seja, refere a proposta de troca de prisioneiros não como um costume mas como uma necessidade política, que obviamente seria mais no sentido dos interesses de Pilatos o qual, como hoje sabemos, primaria pouco pelos escrúpulos morais, como qualquer outro alto cargo administrativo (da época e não só)!
Lucas 23 17 E era-lhe necessário soltar-lhes um detido por ocasião da festa.
Assim, aceitamos que Pilatos teria também, como ainda hoje têm os governantes de estado, o poder da suprema generosidade política do indulto a contento das massas em ocasiões de grandes acontecimentos políticos e festividades fundadoras como era o caso da páscoa judia. Neste caso, Lucas transforma em necessidade o que era politicamente correcto e que os judeus da época bem conheceriam. O que não se compreenderia, sem tese conspirativa adequada, é como aconteceu que a escolha de Pilatos tenha sido tão politicamente incorrecta tendo recaído sobre um perigoso amotinado político e não sobre alguém como Jesus que se tinha entregado voluntariamente e que, de acordo com os canónicos, tudo levava a considerar inocente!
A este respeito o perfil de Barrabás nos canónicos é tão claro quanto plausível? O que não é claro é que perante um acontecimento da gravidade dum motim recente na cidade de Jerusalém os canónicos tenham referido pouco mais que nada da posição de Jesus sobre este assunto que andaria a encher a voz e as preocupações do comum do povo judeu de que o mestre Jesus pretendia ser o líder espiritual!
Marcos, 14: 7 E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte. | Mateus 27: 16 E tinham, então, um preso bem conhecido, chamado Barrabás. |
Lucas, 23: 19 Barrabás fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade e de um homicídio. (…) 25 E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, (…). | João, 19: E Barrabás era um salteador [estes]. |
Marcos, 14: 7 “E havia um chamado Barrabás, …
Mateus 27: 16 um preso [desmion] bem conhecido, …
Lucas, 23: 19 (que) fora lançado na prisão…
Marcos, 14: 7 com outros amotinadores [rebels; stasiates]…
Lucas, 23: 19 por causa de uma sedição [stasis] feita na cidade e de um homicídio [phonos].
Josephus uses the term as a synonym for the Sicarii, a group of Jewish radicals who would use a "sica" (Latin, a long dagger) to assassinate both Roman and Jewish leaders, whom they considered to be apostate. They often did this during the festivals when Jerusalem was filled with worshipers. They would "mingle" in the crowds, strike their victims, then blend in and disappear. He callled them "murderers" [War 2:254-255].[7]
Um Barrabás, bem conhecido e que fora lançado na prisão com outros amotinadores por causa de um homicídio ocorrido durante uma sedição feita na cidade só pode ser a peça que falta no mosaico deteriorado dos acontecimentos que ocorreram desde a “entrada triunfal em Jerusalém no domingo de ramos” até ao tão estranho quanto mal contados episódio da “expulsão dos vendilhões do templo”. Sejamos sérios! Se um qualquer bispo modernista quisesse fazer uma cena idêntica contra os interesses mundanos que se mexem em volta do Vaticano sozinho nunca conseguiria grande coisa! Lutero, que em 1517 teve uma postura deste género ao atentar contra uma das fontes de rendimento papal com as suas 95 teses, precisou da ajuda da recém inventada imprensa de Gutenberg para provocar escândalo no papado apenas no ano seguinte e só não saiu condenado à fogueira como João Huss, por ter a protecção particular do Príncepe-Eleitor Frederico da Saxónia.
Segundo a tradição, a 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. (...) Estas teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso, e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgênncias significavam. Para todos os efeitos, nelas ele não questionava directamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências. As 95 Teses (de Lutero) foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas haviam se espalhado por toda a Alemanha e em dois meses por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel primacial, pois facilitava uma distribuição simples e ampla de qualquer documento. -- Wikipédia, a enciclopédia livre.
Quando o 4º evangelho difama Barrabás como um ladrão vulgar ou salteador está em completa contradição com os restantes canónicos sendo portanto altamente suspeito de interpolação justificativa posterior. Seguramente, o autor de João, que se supõe inspirado por Maria Madalena, sempre terá sabido da verdadeira identidade desta personagem, bem como das razões da sua prisão que terá omitido para não falar demais!
Marcos, seu irmão mais novo também não terá dito tudo, em parte porque não saberia das relações deste com Jesus e depois, porque o que sabia da participação deste no motim da “expulsão dos vendilhões do templo” poderia comprometer a causa do seu amado Jesus! De facto, as causas da prisão de Barrabás são demasiado incómodas para o senso comum de qualquer época pelo que, a mesma razão de política interna do grupo inicial de cristãos que fez de Judas Iscariotes, desde muito cedo, um traidor, neste mesmo 4º evangelho, iriam transformar mais tarde Barrabás num salteador. Ora, esta interpolação deve ter sido precoce e com justificações semânticas pois foi feita ainda antes da generalização dos canónicos, particularmente de Mateus, como evangelhos de referência, se é que não foi mesmo esta a opinião que parte da rica e influente família de Marta e Maria Madalena veio a ter deste estranho personagem, uma vez que o zelotismo explícito seria nesse tempo tão incómodo para os ricos e saduceus como hoje o radicalismo de esquerda aos conservadores de direita. De resto, Maria Madalena gostaria pouco deste súbito enteado que por sua vez gostaria pouco da madrasta e andaria até por isso com relações pouco amistosas com o pai. No entanto, parece que o autor do 4º evangelho nunca terá chamado salteador a esta personagem pois nem sequer se atreveu a tanto quando os sinópticos falam dos lendários dois ladrões que serviram de castiçais na cena da crucificação!
Marcos, 15: 27 E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. 28 E cumpriu-se a Escritura que diz: E com os malfeitores foi contado. | Mateus, 27: 38 E foram crucificados com ele dois salteadores, um, à direita, e outro, à esquerda. |
Lucas, 24 32 E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos. 33 E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram e aos malfeitores, um, à direita, e outro, à esquerda. (…) | João, 19: 18 onde o crucificaram, e, com ele, outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. (…) 32 Foram, pois, os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele fora crucificado. |
Por uma das primeiras vezes não é em Mateus mas em Marcos que aparece a interpolação pia: Marcos, 15: 28 E cumpriu-se a Escritura que diz: “E com os malfeitores foi contado”. A interpolação não foi obviamente muito precoce porque Mateus não a leu quando aqui copiou literalmente Marcos pois, seguramente que não teria desaproveitado esta oportunidade de dar um gosto ao dedo do clericalismo messiânico que procurava na vida de Jesus o cumprimento das escrituras. Notar que os salteadores de Marcos e Mateus, para cumprirem na íntegra as escrituras teriam que ser malfeitores nos termos exactos das escrituras como vem em Lucas mas, sejamos sérios, malfeitores, salteadores ou ladrões são muitas vezes sinónimos e o que importa é saber que os amotinadores e sediciosos muitas vezes passam como tal, conforme a perspectiva política de quem apoia ou não os motins!
Malfeitor = • (Lat. malefactore), s. m. aquele que comete crimes ou actos condenáveis; • facínora; • celerado; • adj. malfazejo; • s. m. criminoso.
Possivelmente o crime a que os cristãos primitivos estariam mais familiarizados seria o roubo e o homicídio que em todos os tempos andou também associado às actividades revolucionárias (e nem só, pois desde sempre que a soldadesca legítima se desvia da boa guerra para a pilhagem e para a morte de civis inocentes!)
Notar que um dos crimes de que Jesus foi acusado foi o de malfeitor, quanto mais não fosse por encorajar os seus discípulos a comerem espigas nas cearas alheias ao sábado...mas sobretudo por terem derrubado e seguramente pilhado as mesas dos cambistas durante a tomada do templo que veio a ser apelidada de expulsão dos vendilhões do Templo.
João, 19: 29 Então, Pilatos saiu e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos.
Obviamente que na óptica dos acusadores, judeus e romanos, Jesus era tão malfeitor como os restantes e, ainda que os canónicos o omitam para salvaguardar a imagem de integridade moral de Jesus, só por absurda ingenuidade se poderia recusar a suspeita de que o motim de todos estes malfeitores fosse o mesmo da “expulsão dos vendilhões do templo”!
Ver: VENDILHÕES DO TEMPLO (***)
Em boa verdade o que falta nas duas histórias mal contadas pelos canónicos (a “expulsão dos vendilhões do templo” e a de Barrabás) constitui um dos silêncios que costumam ser gritantes de significado implícito! Tratando-se a crucificação de Jesus duma autêntica tentativa de assassinato político estranho seria encontra-lo crucificado entre ladrões e não com outros amotinados que tinham sido presos com Barrabás. De facto, mais adiante, iremos ver o tratamento estranho que os evangelhos deram a este tema.
Se Pilatos não soltou Jesus duma forma politicamente correcta, apesar de o ter achado inocente, e soltou alguém com o perfil politicamente incorrecto de Barrabás é porque aqui andaram ou altos interesses de estado ou alta corrupção a que um elevado cargo administrativo, com ambições e com o perfil de oportunista impiedoso que a história deixou de Pilatos, jamais poderia resistir.
O mesmo perfil histórico de Pilatos diz-nos que, se bem que este gostasse de irritar os judeus, sempre acabou por ceder às chantagens dos saduceus. Assim, a vontade de soltar Jesus resultaria não de uma secreta simpatia pela ideologia ou pelo carisma de chefe de insurrectos, mas, ao facto de este também irritar os judeus. Jesus, em conluio secreto com os chefes judeus, também pretendia a libertação dos judeus sediciosos e por isso nada terá feito para colocar os romanos a seu favor como, se verá na cena do seu julgamento.
Por outro lado é bem possível que o motim, além dum fracasso desastrado, tenha feito poucos estragos ao poder do Templo e menos ainda ao poder romano! É até bem possível que não tenha havido senão uma morte neste motim e para desgraça do mestre Jesus, as culpas deste homicídio logo haviam de ter caído sobre Barrabás, também filho dum mestre Jesus.
Sejamos sérios! Os cristãos usam e abusam das coincidências de nomes e filiações para explicarem o inexplicável que é o mistério do “filho de Deus” feito homem com uma vida completamente à parte das leis naturais que deveriam gerir a vida pública dum candidato messiânico na província da Judeia, um dos recantos mais turbulentos do império romano. Como nunca chegou a ser julgado, nunca saberemos se este Barrabás seria apenas um pobre rapaz, zelota, tão violento quanto imprudente ou se, pela ingenuidade da idade e da educação, teria arcado com as responsabilidades de outros, precisamente com o propósito premeditado de servir de isco e refém para apanhar o cabecilha do motim que, pelo menos politicamente, seria o próprio pai e mestre Jesus.
ESTEVÃO, SIMEÃO OU ELIMAS, QUAL DELES SERIA BARRABÁS?
Aceitar que Barrabás era filho de Jesus tem o único demérito de este “filho do mestre Jesus” não ter aparecido a reivindicar o seu direito ao título de messias ou ao sumo sacerdócio essénico como Tiago, o justo (mestre de justiça em essénico), o irmão de Jesus que o veio a fazer por legítima sucessão. Ora este óbice é grande, primeiro porque Jesus, que sempre deus mostras de indiferença em relação à família dificilmente seria indiferente ao filho numa sociedade patriarcal como aquela em que viveu, e, sobretudo, com o seu sentido particular de moral caritativa jamais cometeria o escândalo exigir que deixassem ir a si as criancinhas e ignorar o seu próprio filho e, sobretudo, que o filho pagasse pelas imprudências políticas e revolucionárias do pai. Que os autores canónicos da personagem misógina de Jesus nunca refiram a progenitura deste candidato a messias judeu serve pouco como argumento porque, pelo contrário, os cristãos deveriam intrigar-se com o facto estranho de estes também nada referem da vida deste filho de Deus entre os 14 e os 30 anos, altura em que qualquer judeu teria a obrigação moral, cívica e religiosa (o judaísmo é afinal tudo isto em conjunto) de formar a sua prole. Os árabes, mais sensatos, porque menos comprometidos com a divindade de Jesus, nunca tiveram dúvidas a este respeito!
"He (Jesus) will live for forty years during which he will marry, have children, and perform Hajj (pilgrimage) " (Wali ad-Din, Miskat Al-Masabih, (tr. James Robson), Vol.II, p.1159; Sahih Muslim, Vol.1, p.92).
A prole de Jesus não seria numerosa, pois, teria dado nas vistas. O filho mais velho pode ter sido um pecadilho da juventude que Jesus manteve em segredo no seio da comunidade essénica, bem guardado entre fiéis zelotas.
O irrequieto e zeloso Barrabás não terá chegado a substituir o pai porque terá morrido antes do tempo. Na verdade, é possível que este fosse S. Estêvão, até porque a etimologia do nome assim o sugere.
Estêvão vem do grego Stephanós, o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa, o que tem levado a erudição cristã à alegoria da coroa de martírio da cristandade, visto Santo Estêvão ter sido o rei dos mártires por se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé.
| Figura 5: Santo Estêvão, primeiro mártir representado com a palma do martírio e com três gogos de calhaus rolados. As imagens mais antigas de Dionísio eram meros Ermes com o falo (Paus. ix. 12. § 3), ou apenas uma cabeça barbuda no topo dum pináculo. (Eustath. anúncio Hom. pág. 1964.) Se a maneira mais antiga de representar Dionísio foi um falo tal como Osíris foi um obelisco é quase seguro que a representação mais arcaica ainda presente em alguns locais dos Himalaias é um montículo de pedras. Sendo assim, qualquer monte de pedregulhos era uma imagem natural do “deus menino” e, por convenção natural, o mínimo de pedras para fazer um montículo dedicado ao “deus menino” seriam 3 gogos que no limite simbolizavam os dois testículos e o pénis que teriam restado do primeiro sacrifício divino. |
Que teria esta tradição dos ritos arcaicos de passagem nordestinos com Santo Estêvão? Primeiro a coincidência de o seu culto ser celebrado a 26 de Dezembro no Ocidente e a 27 de Dezembro no Oriente.
O seu nome vem do grego (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa - e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé - o protomártir.
O mais estranho da tradição cristã de Santo Estêvão não e tanto o seu nome ter significado em hebraico, coroa e por isso apelar para um descendente messiânico, mas o facto de ser celebrado no dia 26 de Dezembro, obviamente que por não poder ser no dia de Natal, o que nos reporta para o facto de este Santo ter sido confundido muito cedo com Barrabás, o filho do mestre Jesus, ou com uma variante ibérica de Dionísio.
Grec. stephan-ê = qualquer coisa que rodeia ou cerca a cabeça para defesa ou ornamento, coroa ou elmo < auréola de luz < disco solar < Ish-Te-Phan, lit. “do deus da luz”, o Sol, que em hitita era Istanu.
Not only is this ‘Nazirite’ ideology sometimes expressed as ‘Nazoraean’, but one should note the play on it represented by the Hebrew term ‘Nezer’, ‘the Crown’ or ‘diadem’ worn by High Priests, which bore a plate inscribed with the words, ‘Holy to God’. Both ‘the diadem’ and these words will have special import for notices recorded in early Church tradition about James. In Hebrew, ‘Nezer’ also has the secondary meaning of the unshorn locks of the Nazirite - his ‘Crown’, so to speak - which tradition also says was worn by James. The symbolism inherent in this will have particular relevance for Acts’ substitution of the stoning of Stephen, a name also bearing the meaning of ‘Crown’ in Greek, for the attack on or stoning of James. -- Eisenman, James the Brother of Jesus.
Não se sabe muito bem como funcionava a lógica dos primeiros cristãos visto que nem hoje se entendem sempre muito bem, uma vez que nem sequer se entende porque é que um nome grego dum judeu teria que ser traduzido para o aramaico e não ao inverso. No entanto, se este já fosse o nome do jovem proto mártir de que não é apresentado o nome judeu é porque o nome Stephanós era grego e significava “o coroado” o que não poderia apelar para a coroa do martírio porque ao ser antes e primeiramente nomeado assim ainda não se saberia muito mais tarde de como morreria. A maior parte das vezes o mais óbvio é o que tem passado ao lado do pensamento beato e alegórico da tradição cristã. Stefanos seria uma espécie de nome de guerra dum judeu nazoreno que teria acabado de ser nomeado e coroado pela família de Jesus como o novo candidato messiânico em substituição de Jesus...precisamente depois da morte deste. Na verdade, embora Jesus tenha ressuscitado a verdade é que para isso teria que ter morrido na cruz como rei dos judeus, porque, em face do direito sucessório natural ressuscitado ou não já tinha perdido direito ao título porque o direito não aceita milagres. Como “rei morto rei posto”, o novo rei seria o filho do mestre Jesus, Barrabás, que era agora Santo Estêvão, “o coroado”. Depois, porque o contexto dos acontecimentos dos primeiros tempos do cristianismo, assim o indicia.
Lucas, 6: 1 Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério quotidiano. 2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. 3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4 Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5 E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6 e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. 8 E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
Obviamente que Lucas, o gentio, nada entendeu desta eleição dum “coroado”, feita no seio dos negócios messiânicos judaicos, onde obviamente os restantes seis elementos eram os ajudantes de campo do nome rei dos judeus, com notória preponderância helenista porque o jovem rei assim o quis porque era um jovem do seu tempo e modernista. E Estêvão era mesmo um digno representante da família de Jesus porque sabia da arte de curar as almas e desta vez teria mesmo grande parte dos sacerdotes mais jovens do seu lado.
O radicalismo da sua juventude deve ter deixado os discípulos de Jesus com pouco interesse em apoiar este jovem lançado nas lutas messiânica sem qualquer preparação se é que a facção de Pedro e de João não colaborou na cilada que inevitavelmente lhe iria ser montada. Na verdade, já o mesmo tinha acontecido entre Jesus e João Baptista. Assim, parece que desta vez foram os judeus da diáspora que se voltaram contra este novo messias, precisamente porque seria no seio dos interesses destes que este novo messias melhor se mexia.
Lucas, 6: 9 E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. 10 E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. 11 Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. 12 E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo com ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. 13 Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; 14 porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há-de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu. 15 Então, todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo.
Não sabemos se o angelismo de Estêvão resultava do seu aspecto de nazoneno essénio se da sua tenra idade e deslumbramento fanático na nova fé messiânica. A história do julgamento de Jesus parece repetir-se só que, desta vez, a imprudência do jovem parece não ter podido ser travada por nenhuma forma de mediação. Este, já uma vez teria servido de moeda de troca para Jesus e desta vez não haveria mais recursos políticos para Jesus, ressurrecto e bem vivo e ainda activo em Damasco na casa de Ananias, como Paulo virá a saber.
Então, a história que os talmudistas irão contar mais tarde sobre um apedrejamento de Jesus seria relativo a este filho de Jesus, e não ao próprio.
5. El Talmud, un libro sagrado judío, en Sanedrín 43a se refiere: "En la víspera de la pascua Yeshu [Jesús] fue colgado. Durante 40 días antes de que se realizara la ejecución, un heraldo proclamó: ‘Él va a ser apedreado porque ha practicado la brujería y ha incitado a Israel a que apostatara. Cualquiera que pueda decir algo a su favor, que pase adelante en su defensa’. Pero en vista de que nada se presentó en su favor, fue colgado en la víspera de la pascua".
Os acontecimentos dos primeiros tempos do cristianismo podem ter sido muito romanceados posteriormente e as fontes fidedignas que os poderiam ter relatado com mais verdade foram seguramente piedosamente censuradas mas alguma coisa terá acontecido porque não costuma haver fumo sem fogo.
58 E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. 59 E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. 60 E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.
Claro que a testemunha destes factos, que terá sido Paulo, não se apercebeu que Estêvão seguiu um padrão retórico que Lucas já tinha usado no evangelho.
Lucas 23: 34 E dizia (o filho de) Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (...) 46 E, clamando (o filho de) Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.
Mais nenhum evangelho refere que Jesus se entregou ao pai pelo que não seria de espantar se Lucas tivesse feito confusão pois sendo Estêvão, como se supõe, o Barrabás filho de Jesus poderia ter usado as expressões dos evangelhos com muito mais propriedade. Mas Jesus teria mais filhos e, depois do insucesso do motim da “expulsão dos vendilhões do templo” Jesus prudentemente terá entendido que seria demasiado precioso envolver os mais novos nas perigosas intrigas do messianismo judaico e tê-los-á enviado, no mesmo dia da sua libertação, para lugar seguro e fora do alcance dos poderes do Templo Judaico. Mas para onde?
Descobrir o paradeiro destes preciosos zelotas clandestinos no cu duma agulha da precariedade do palheiro mais vezes remexido, queimado e destruído que foi a Judeia e do mais do que calcorreado corredor sírio é confirmar que o espanto de conseguir encontrar rastos claros nas fontes históricas de Jesus, velhas de dois mil anos, na ganga de misticismo dos textos neo-testamentários é um dos maiores milagres deste homem de fervorosa e tamanha utopia messiânica que lhe sobreviveu na história ocidental muito para além dos limites do seu sonho de salvador dos filhos perdidos da casa de Israel. E é então que vamos encontrar em Pafos um estranho Barjesus, autêntico burgesso na história sagrada.
Actos, 13: 6 E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu, mágico, falso profeta, chamado Barjesus, 7 o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, varão prudente.
Pafos, por se situar na ilha de Chipre, seria tanto um local de diáspora como o refúgio de muitos judeus perseguidos pelas autoridades judaicas desde os tempos turbulentos do reino dos Macabeu. Marcos esteve lá antes de aparecer nos actos dos apóstolos e esta seria a terra de seu tio Barnabé, possivelmente irmã de Maria, a mãe do mesmoMarcos e então, supostamente de Maria Madalena, de Mateus e de Judas Iscariotes, tudo gente rica e poderosa, possivelmente com fortuna alcançada nas rotas do comércio marítimo feito por navegação à vista da costa do mar mediterrânico e de que Chipre era um dos locais de grandes portos de reabastecimento e ligação.
Mais uma vez, poderá parecer estranho que a continuação desta passagem nos actos dos apóstolos aponte para a evidência de que o tio de Marcos, Barnabé, e por isso íntimo da família de Jesus, desconhecia a existência do filho de Jesus. Pois bem, todos os evangelhos desconheceram o facto mesmo quando descreveram o estranho episódio da troca de prisioneiros que envolveu Barrabás. Jesus, por algum motivo pessoal, manteve a existência do seu filho primogénito oculta do domínio público tanto quanto a sua vida privada anterior à sua súbita aparição quando João Baptista começou a pregar no deserto.
E aonde e como? Obviamente que de igual modo e no mesmo local onde Jesus andou oculto dos esbirros de Heródes antes dos 30 anos, ou seja, no deserto junto da comunidade dos essénicos que o criaram e protegeram desde que a sua família o perdeu no Templo discutindo com os doutores da lei! Jesus terá pensado que, para casar com a rica Maria Madalena, lhe conviria manter em segredo o seu primeiro filho de uma qualquer Maria sem recursos morta precocemente como muitas mulheres desse tempo. Como poderia Jesus, o divino taumaturgo, justificar ter deixado morrer a sua própria mulher? Que pecados teria ele cometido para ter merecido tamanho castigo divino? A omissão da verdade não é necessariamente uma mentira no mundo da política onde a verdade é aquilo que parece e aos olhos dos messianistas a verdade era o Messias Jesus!
Não sabemos a idade deste filhote, como também não sabemos a de Barrabás, mas ambos poderiam ser já de maior idade. Porém, este seria também um destemido e sábio nazoreno como seu pai e terá aparecido em cena com a tentativa falhada de restauro do poder sadoquista sobre o Templo, mas a fogosidade da idade terá sido a causa de ter sido preso com o irmão e outros zelotas neste motim.
Então Donovan Joyce parece ter descoberto o óbvio na “Outra História De Jesus” ao postular que a causa da súbita mudança de estratégia de Jesus, que até ai tinha sempre saído incólume das tentativas dos judeus, ao ter decidido entregar-se pacificamente às autoridades judaicas, sem qualquer justificação patente, terá sido a prisão do seu filho por crime de sangue, em troca do qual a sua assim se justificou! Ora bem, o resto da história, referida nos actos, pode ser menos romanesco do que parece, precisamente por isso mesmo.
Actos, 13: Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. 8 Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul. 9 Todavia, Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo e fixando os olhos nele, disse: 10 Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os rectos caminhos do Senhor? 11 Eis aí, pois, agora, contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. No mesmo instante, a escuridão e as trevas caíram sobre ele, e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão. 12 Então, o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor.
O irrequieto Paulo, fanático ambicioso e de grandes ideais, sempre se preocupou pouco com a vida pessoal de Jesus. Por isso mesmo jamais lhe passaria pela cabeça que estava a entrar desastradamente na toca onde este mesmo Jesus havia escondido com a maior das cautelas o seu filhote. Será assim tão estranho que Jesus tenha escolhido a casa do procônsul Sérgio Paulo para esconder o seu filho? Porque Jesus e os essénicos, seus secretos mentores, tinham boas relações com centuriões romanos os quais tinham também a níveis mais altos as suas respectivas influências.
Em pelo menos um é referido pelos canónicos.
Mateus 8: 5 E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe 6 e dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico e violentamente atormentado. 7 E Jesus lhe disse: Eu irei e lhe darei saúde. 8 E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará, 9 pois também eu sou homem sob autoridade e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faze isto, e ele o faz. 10 E maravilhou-se Jesus, ouvindo isso, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. 11 Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no Reino dos céus; 12 E os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 13 Então, disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E, naquela mesma hora, o seu criado sarou. | Lucas 7: 1 E, depois de concluir todos esses discursos perante o povo, entrou em Cafarnaum. 2 E o servo de um certo centurião, a quem este muito estimava, estava doente e moribundo. 3 E, quando ouviu falar de Jesus, enviou-lhe uns anciãos dos judeus, rogando-lhe que viesse curar o seu servo. 4 E, chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: É digno de que lhe concedas isso. 5 Porque ama a nossa nação e ele mesmo nos edificou a sinagoga. 6 E foi Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou-lhe o centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; 7 e, por isso, nem ainda me julguei digno de ir ter contigo; dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. 8 Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: vai; e ele vai; e a outro: vem; e ele vem; e ao meu servo: faze isto; e ele o faz. 9 E, ouvindo isso, Jesus maravilhou-se dele e, voltando-se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé. 10 E, voltando para casa os que foram enviados, acharam são o servo enfermo. |
Actos 10 1 E havia em Cesaréia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, 2 piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. 3 Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio! 4 Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. 5 Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. 6 Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer. 7 E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. 8 E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope. 9 E, no dia seguinte, indo eles seu caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. 10 E, tendo fome, quis comer; e, enquanto lhe preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos, 11 e viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra, 12 no qual havia de todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. 13 E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro! Mata e come. 14 Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. 15 E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou. 16 E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se no céu. 17 E, estando Pedro duvidando entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto, eis que os varões que foram enviados por Cornélio pararam à porta, perguntando pela casa de Simão. 18 E, chamando, perguntaram se Simão, que tinha por sobrenome Pedro, morava ali. 19 E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. 20 Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei. 21 E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui? 22 E eles disseram: Cornélio, o centurião, varão justo e temente a Deus e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras. 23 Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. No dia seguinte, foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope. 24 E, no dia imediato, chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos. 25 E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo e, prostrando-se a seus pés, o adorou. 26 Mas Pedro levantou o, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.
Figura 6: Elimas, o mago, é cegado perante Sérgio Paulo Por Rafael Sanzio, atualmente no Victoria and Albert Museum em Londres.
Para transformar todas estas inferências relativas à identidade de Barrabás como filho de Jesus em evidências históricas seria preciso apenas que a crença religiosa a isso se não opusesse pois, fora o caso duma qualquer figura história e nada mais seria preciso para reconstruir a história omissa de Jesus. Porém, a arqueologia moderna parece ter dado uma achega à veracidade da existência dum filho adulto de Jesus cujo nome seria mesmo Judas.
Ver: SAGRADA FAMÍLIA (***)
Ora, parece que Elimas é um nome de origem semita que significa “sábio”, o que etimologicamente está próximo de «iluminado» enquanto aquele que deslumbra as almas com as suas magias.
Assim sendo, Elimas seria mesmo um continuador dos dons de seu pai Jesus, pelo menos no nome, e por tanto, a história andará mal contada porque terá sido este Elimas a cegar os apóstolos para que não o reconhecessem nem contassem ao procônsul Sérgio Paulo o que tinha acontecido a seu pai pondo assim tanto o disfarce de Elimas como o de Jesus.
The catalogue calls this interesting autograph deed “The ‘Alma’ Scroll,” offering the curious, but hardly scientific, explanation that it is of special interest to Mormons because one of the names mentioned in it is “Alma son of Judah,” which is “the oldestknown occurrence of this name that is also found in the Book of Mormon.” While Yigael Yadin spelled the name this way in a 1962 publication, the scientific edition of the Nahal Hever papyri (Jerusalem 2002, p. 45) transcribes the term as Allima, indicating (p. 47) that while the vocalization is uncertain, the name may reflect the Aramaic term meaning “the strong one.”
Claro que não sabemos quantos anos se tinham passado desde a suposta morte de Jesus mas até este com 12 anos espantou os sábios do templo quando a mãe ali o perdeu! E como quem sai aos seus não degenera, este filho de Jesus seria já um sábio por volta dos 20 anos, ou seja, apenas 4 anos depois da Paixão, e tão versado em magia como seu pai pois terão tido os mesmos mestres!
Como Jesus sempre mantivera este filho em segredo é natural que nem Paulo nem Barnabé o não tenham reconhecido quando o encontraram em Chipre e logo na casa do procônsul Sérgio Paulo onde mais dificilmente ainda seria de esperar encontrar um filhote desconhecido de Jesus. Elimas, filho de Jesus tão pouco conhecia estes discípulos de seu pai ou, pelo contrário, tê-lo-á reconhecido e ficado aterrado, senão mesmo cego de raiva pois Saulo tinha sido até há bem pouco um esbirro dos fariseu que teria espiado Jesus e os seus apoiantes secretos...e morto o seu irmão Estêvão.
The existence of the sect of Simonians called after Simon and related to the other Samaritan sect called after Dositheus, certainly proves the historicity of his existence against the critics who declare him to be a fictitious person and "Simon" to be the pseudonym of Paul.
It is remarkable, moreover, that a magician by the name of Simon is mentioned by Josephus as having lived at the very same time as Simon Magus of the Church literature. Felix, appointed governor of Judea by the emperor Claudius between the years 52 and 60, had fallen in love with Drusilla, sister of King Agrippa and wife of King Azizus of Emesa; and he sent Simon, a Jew born in Cyprus and a friend of his who was known for his magical skill, to use incantations (compare the love incantation in Deissman's "Bibelstudien," 1895, p. 21, and Blau, "Das Altjüdische Zauberwesen," 1898, pp. 96-117) to alienate her affection from her husband and to turn it to Felix. In this way the governor succeeded in obtaining Drusilla's consent to marry him ("Ant." xx. 7, § 2). The only difficulty in identifying this Simon with the other lies in the statement of Josephus that the magician was born in Cyprus. The charges brought against the sect of the Simonians are of such a nature as would point to seductions brought about by witchcraft as well as by Gnostic teachings leading to sexual impurity. Simon Magus (Greek Σίμων ό μάγος), also known as Simon the Sorcerer and Simon of Gitta, is the name used by early Christian writers to refer to a person identified as a Samaritan proto-Gnostic. The name was also used generically by early Christian writers to refer to a person who founded his own religious sect.
Seria este Simão Mago, Elimas por nome helenista e Barjesus por filiação ou seria mais um dos vários filhos de Jesus que as fontes islâmicas referem. O facto de ter aparecido primeiro na Samaria não invalida que entretanto Jesus tivesse considerado mais prudente que este passasse a uma clandestinidade mais segura.
Actos 8: 9 E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; 10 ao qual todos atendiam, desde o menor ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. 11 E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas. 12 Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se baptizavam, tanto homens como mulheres. 13 E creu até o próprio Simão; e, sendo baptizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atónito. 14 Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, 15 os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. 16 (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram baptizados em nome do Senhor Jesus.) 17 Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. 18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, 19 dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. 20 Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. 21 Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é recto diante de Deus. 22 Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração; 23 pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de iniquidade. 24 Respondendo, porém, Simão disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim. 25 Tendo eles, pois, testemunhado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e, em muitas aldeias dos samaritanos, anunciaram o evangelho.
Mas ainda existe uma relação próxima que Eisenman não teve a oportunidade de notar. Qualquer um pode ver que Lucas criou o episódio Saulo / Paulo argumentando contra Elimas o vidente (Atos 13:8 e seguintes) como uma contrapartida paulina para a competição de Pedro com Simão Mago em Atos 8:9 (na verdade, o patronímico de Elimas "bar-Jesus", provavelmente, reflete a alegação que Simão fez de ter aparecido recentemente na Judéia como Jesus). Assim Elimas é simplesmente Simão Mago. E o que você sabe, o texto ocidental dos Atos dá nomes como Etoimas ou Etomas ao invés de Elimas! Assim, Simão Mago = Elimas = Átomos = José de Simão = Simão Mago[8].
Não sabemos nem a idade nem há quanto tempo andaria na Samaria mas se era Barrabás refugiado na Samaria bem poderia considerar-se “uma grande personagem” porque na verdade, sendo filho de Jesus, o rei dos Judeus que tinha sido morto e ressuscitado em Jerusalém fazia pouco tempo, enquanto sucessor seria ele agora a nova “grande virtude de Deus”!
Já o facto de Saulo nada saber da vida pessoal de Jesus não é espanto algum pois as suas epístolas comprovam isso mesmo, o que costuma ser um dos argumentos para negar a historicidade de Jesus.
10. Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, primo de Barnabé, a respeito do qual já recebestes instruções. (Se este for ter convosco, acolhei-o bem.) 11. Também Jesus, chamado o Justo, vos saúda. São os únicos da circuncisão que trabalham comigo no Reino de Deus. Eles se têm tornado a minha consolação. (Colossenses 4:10)
É óbvio que S. Paulo não era papa e, ainda que inspirado pelo Espírito Santo, não estava a coberto pelo dogma da infalibilidade!
O epíteto de Justo foi aplicado a Tiago, a José, e a um tal Jesus. Muito possivelmente este epíteto referia-se a uma prática rigorosa da lei religiosa do que da justiça social e seria assim um equivalente dum membro da seita essénia dos nazorenos. Como Jesus, chamado o Cristo, era também um nazoreno seria pouco provável que existissem dois Jesus nasorenos no mesmo grupo essénio! Assim, o mais provável é que Paulo se referisse a José o Justo, e neste caso este não seria Barnabé. Ou este Jesus, o Justo, logo sadoquista, corresponde a uma dupla confusão e seria Judas, tão nazoreno quanto o seu irmão José. O seu nome original seria Judas bar abas Jesus (Jesus, filho do mestre Jesus) e daí a confusão de Paulo.
Actos 15: 22 Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a congregação, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos. 23 E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde. 24 Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma [dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei,] (não lhes tendo nós dado mandamento), 25 pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, 26 homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. 27 Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo. 28 Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá. 30 Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. 31 E, quando a leram, alegraram-se pela exortação. 32 Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. 33 E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos, 34 mas pareceu bem a Silas ficar ali. todavia, Judas partiu sozinho para Jerusalém (Códice Ephraemi e o Códice Bezae).
Alguns comentadores sugeriram que Judas, chamado Barsabás, era o irmão de "José, chamado Barsabás", discípulo proposto para tomar o lugar de Judas Iscariotes. (Atos 1:23) Mas não há nenhuma evidência bíblica em apoio disso, exceto a mera similaridade do nome. Judas não é novamente mencionado na Bíblia depois de ter voltado a Jerusalém.
9. Que el apóstol Felipe vivió en Hierápolis junto con sus hijas ya se expuso anteriormente, pero ahora hemos de señalar cómo Papías, que vivía por aquel tiempo, menciona que recibió de ellas una narración sorprendente. Cuenta que en su tiempo tuvo lugar la resurrección de un muerto y, aún más, otro portento acerca de Justo, de sobrenombre Barsabás, el cual bebió un preparado mortal pero, por la gracia del Señor, ningún mal sufrió. -- Papias
23 E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. – Actos 1
Barnabé foi um dos primeiros cristãos mencionados no Novo Testamento. Seus pais, Judeus helenicos lhe deram o nome de José (em lingua Bizantinica Ιὠσης), mas quando ele vendeu todos os seus bens e dá o dinheiro aos apóstolos em Jerusalém, eles lhe deram um novo nome: Barnabé. Este parece ser de origem Aramaica בר נביא, que significa (o filho do) profeta. No entanto, o texto grego do Atos dos Apóstolos 4:36 explica o nome como υἱός παρακλήσεως, hyios paraklēseōs, que significa "filho da exortação / Consolação". Ele nasceu de pais judeus, da tribo de Levi. Sua tia foi a mãe de João Marcos.
É certo que Saba era um nome semita e por isso foi fácil aceitar o nome Barsaba. No entanto ser filho de Saba e nazoreno exigiria da parte dos escritores sagrados uma melhor clareza na identificação do pai destes distintos nasorenos. A verdade é que nem o fizeram nem se esforçaram para isso primeiro porque esse tal Saba não existiria e depois porque esclarecer o pai destes Barsabas poderia por a Virgindade de Jesus em risco, quando esta passou a ser um requisito de suprema divindade, já que nenhum dos deuses pagãos necessitava de tal qualidade!
Uma coisa é certa, o ser Barnabi filho do profeta quando à época do movimento cristão nascente só Jesus o era, é já comprometedor. Assim é quase seguro que Barnabé era filho de Jesus e só não foi Barrabás porque seria muito confuso para os cristãos que começaram a ouvir este nome nos cultos dos mistérios da Paixão como sendo um salteador. Assim de Barnabé, continuando a deixar o rabo do gato de fora passou a ser um nome mais aceitável.
Mas como começaria a ser estranho haver vários santos com o nome de Barnabé, sobretudo depois da importância que este veio a ter junto do apostolato de Paulo os restantes passaram a ser escritos como Filhos de Sabas.
Mas no caso de Judas Barsabas o erro é também quase evidente porque se era também tido como um profeta dentro do mesmo grupo de nazorenos é porque quase de certeza o seu nome começou por ser Judas Barnabi.
Começamos assim a identificar os filhos de Jesus como sendo, Judas Barrabás, o mais velho e José Barnabé e Ilimas Barjesus, o mais novo.
Assim, podemos colocar-nos ao lado dos que admitiram que Barnabé era também José, o nazoreno. O mais grave disto tudo é que Barnabé seria filho de Jesus e nunca ninguém foi mais longe do que isso mas talvez fique assim explicado o mistério do apostolado de Barnabé, que assim o teria recebido directamente do pai, Jesus.
In Acts 14.14, he is listed ahead of Paul, "Barnabas and Paul", instead of the usual reverse ordering of their names, and both are called ἀπόστολοι, apostoloi, 'apostles'. Whether Barnabas was an apostle became an important political issue, which was debated in the Middle Ages (see below).
Mas sendo filho de Jesus qual seria o parentesco deste com Marcos?
Marcos era judeu e tinha tomado um nome romano, achando-se identificado com ‘João, cognominado Marcos’ (At 12.12,25) - era sobrinho (ou primo) de Barnabé (Cl 4.10), e filho não de Maria, como os actos referem e que residia em Jerusalém (At 12.12), mas da rica viuva Marta de Jerusalém, filha de Simão Beto. Poderia ser primo de Barnabé se Marta, mãe de Marcos e Maria Madalena, fosse tia de Jesus e a seu tempo veremos como. Mas sendo Marcos irmão da esposa de Jesus, Maria Madalena, então era também cunhado de Barnabé e é bem possível que em manuscritos mais primitivos fossem considerados apenas parentes.
Porque não reconheceu Barnabé o seu irmão ou sobrinho Elimas Barjesus? Muito possivelmente para não descobrir o segredo que seu pai queria ocultar. Paulo, que desconhecia esta relação acabou arriscando o disfarce do filhote de Jesus. Se Barnabé, já familiarizado com a política de clandestinidade do zelotismo, não se descompôs o mesmo não terá acontecido a Lázaro / Marcos que acabava de sair duma situação semelhante. Assim, terá sido este, o motivo pelo qual Marcos abandonou Paulo e Barnabé inopinadamente. Possivelmente terá sabido deste filho de Jesus que o seu amado mestre estava vivo algures em Damasco e não queria ser recebido nem reconhecido.
Numa recente descoberta do evangelho de Judas este tem a visão de que viria a ser morto à pedrada pelos discípulos.
Judas le dijo, “En la visión vi como los doce discípulos me apedreaban [45] y me perseguían [severamente]. Y también vine al lugar donde [...] después de ti. Vi [una casa...], y mis ojos no pudieron [comprender] su tamaño. Grandes personas la rodeaban, y aquella casa ― tenía ― un techo de verdor, y en medio de la casa estaba [una multitud ― dos líneas perdidas ― ], diciendo, “Maestro, albérgame junto con estas personas”.
[Jesús] respondió y dijo, “Judas, tu estrella te ha extraviado”. Y continuó, “Ningún mortal es digno de entrar en la casa que has visto, pues esse lugar está reservado para los santos.
Afinal seria Elimas Barrabás tão mal visto quanto Judas Iscariotes, alcunha secreto ou helenístico de Judas Barrabás? O primeiro por ter sido trocado por Jesus e o segundo por supostamente ter traído Jesus que apenas queria salvar o filho para que o projecto sadoqueista hereditário pudesse continuar como única forma terrena de perenidade da mensagem eterna da divina sabedoria.
Outro iluminado sodoquista vai aparecer na história da guerra da Judeia com o nome de Simon ben Kosiba (130-136 CE) que quer dizer filho da estrela (de David) e por isso detentor dum símbolo messiânico. Na verdade este nome esconde mal uma relação deste pretendente messiânico com a família de Jesus que parece que teria um estatuto especial e seria natural de Cochaba.
A few of the careful, however, having obtained private records of their own, either by remembering the names or by getting them in some other way from the registers, pride themselves on preserving the memory of their noble extraction. Among these are those already mentioned, called, Desposyni on account of their connection with the family of the Saviour. Coming from Nazaraeth and Cochaba, villages of Judea, into other parts of the world, they drew the aforesaid genealogy from memory and from the book of Chronicles as faithfully as possible. (…)
The Georae are defined as small ‘land holders’, such as we find below with the two descendants of David.
Pela idade do seu aparecimento na conturbada rampa final do estado judaico bem poderia ser filho ou neto deste iluminado e, por isso, tetraneto de Jesus.
At this time, the Jews started a war because they were forbidden to mutilate their genitals. [Historia Augusta, Hadrian 14.2] To make things worse for the Romans, the Jews found a national leader, Simon, the son of a man named Kosiba. Some of his letters survive, making clear that he was firmly in charge on the first day of the month iyar of the first year of the revolt (3 April 132); he was still able to write on the fourteenth marhesvan of the fourth year (6 November 135). The opening phrases of a Jewish letter from this period deserves to be quoted. It runs 'On the twenty-eighth marhesvan of the third year of Simon ben Kosiba, prince of Israel...' and this style of writing indicates that Simon was seen as the lawful ruler.
Eusebius, História da Igreja 4.6.1-4, A rebelião dos judeus progrediu mais uma vez em caráter e extensão, e Rufus, o governador de Judaea, quando ajuda militar tinha o sido enviada pelo imperador, se mudado contra eles, enquanto tratando a loucura deles/delas sem clemência. Ele destruiu em milhares de montões de homens, mulheres e crianças, e, debaixo da lei de guerra, escravizou a terra deles/delas.
Os judeus estavam àquele tempo conduzido por um certo Barchochebas que quer dizer ' star' [1], um homem que era assassino e bandido, mas confiou no nome dele, como se lidando com escravos, e reivindicou ser um luminary venha de céu e era magically que ilumina esses que estavam em miséria.
Not everybody agreed to Aqiba's view that Simon was the Messiah. The Jewish Christians refused to accept this claim; the Christian author Justin Martyr tells that Simon commanded Christians 'to be lead away to terrible punishment,' unless they denied Jesus of Nazareth was the Messiah and cursed the man from Nazareth (First Apology 31.6).
Bom, se Barjesus tinha por nome próprio Elimas não poderia então ser o messias que se seguiu com o nome de Simon bar Giora (69-70 CE)
Bar Gio-ra = Bar-Joi-ra < Bar-r | Joua < Joshua.
Mas supúnhamos que quem registou este nome se enganou e queria dizer Barejoshua ou Barjesus? A hipótese seria demasiado arriscada porque este papel tem mais cabimento em Simão (Pedro?) Barjoinas.
A principal causa das dúvidas, mistérios, mistificações e mitos que decorreram da vida de Jesus resulta precisamente do secretismo inicial da vida de Jesus que Marcos registou. Por um lado a vida de Jesus era um segredo de estado herodiano e essénico. Por outro, a ressurreição escandalosa de Jesus e o aproveitamento político-religioso que os primeiros cristãos e depois sobretudo Paulo fizeram deste enfureceram os saduceus que além de considerarem a ressurreição como uma heresia consideravam os cristãos que nela acreditavam como uma perigosa seita subversiva.
Enquanto suporte político dos operacionais que eram os zelotas e sicários os primeiros nazorenos foram obrigados a uma vida de semi-clandestinidade. Assim, quando Simon bar Giora foi levado para morrer num triunfo em Roma, os cristãos locais terão pensado que era Simão Barjonas quando, se calhar, era o filho de Jesus, Simão Bar Jesus.
3. Mais une autre guerre menaçait maintenant Jérusalem. Il y avait un certain Simon, fils de Cioras, natif de Gérasa. Cet adolescent, inférieur en ruse à Jean, qui dominait déjà dans la cité, le surpassait par la vigueur et l'audace; chassé pour cette raison même par le grand-prêtre Ananos de la toparchie de l'Acrabatène (44) qu'il administrait, il s'était joint aux brigands qui occupaient Masada. Tout d'abord il leur fut suspect ; ils lui permirent seulement de s'établir à l'étage inférieur de la forteresse, avec les femmes qu'il avait amenées, tandis qu'eux-mêmes occupaient l'étage supérieur. Ensuite, la ressemblance de son caractère avec le leur et la confiance qu'il leur inspirait le firent associer à leurs incursions de pillage : il sortit avec eux et ravagea en leur compagnie les environs de Masada. Toutefois, malgré ses exhortations, il ne pouvait les entraîner à de plus grandes entreprises; car les brigands, accoutumés à vivre dans la forteresse, n'osaient s'éloigner longtemps de leur tanière. Mais lui, qui aspirait à la tyrannie et rêvait de grands desseins, dès qu'il eut appris la mort d'Ananos, s'enfuit dans la montagne, annonçant par la voix du héraut que les esclaves seraient libres et que les hommes libres recevraient des récompenses. Ainsi il réunit autour de lui tous les malfaiteurs de la région. 4. Quand ses troupes devinrent nombreuses, il fit des courses parmi les bourgs de la montagne ; puis, de nouveaux partisans affluant sans cesse, il s'enhardit jusqu'à descendre dans la plaine. Comme il devenait redoutable aux cités, de nombreux Juifs de qualité furent séduits, pour leur malheur, par sa puissance et par la facilité de ses succès. Bientôt ce ne fut plus seulement une armée d'esclaves et de brigands, mais on y vit un nombre assez considérable de citoyens qui lui obéissaient comme à un roi. -- FLAVIUS JOSÈPHE Guerre des juifs. Livre IV.
6. Le cortège triomphal se terminait au temple de Jupiter Capitolin ; arrivé là, on fit halte, car c'était un usage ancien et traditionnel d'attendre qu'on annonçât la mort du général ennemi. C'était Simon, fils de Gioras ; il avait figuré parmi les prisonniers ; on l'entraîna, la corde au cou, vers le lieu qui domine le Forum, parmi les sévices de ceux qui le conduisaient ; car c'est une coutume, chez les Romains, de tuer à cet endroit ceux qui sont condamnés à mort pour leurs crimes. Quand on eut annoncé sa mort, tous poussèrent des acclamations de joie ; les princes commencèrent alors les sacrifices et après les avoir célébrés avec les prières accoutumées, ils se retirèrent vers le palais. Quelques assistants furent admis par eux à leur table ; tous les autres trouvèrent chez eux un beau repas tout préparé. Ainsi la ville de Rome fêtait à la fois en ce jour la victoire remportée dans cette campagne contre les ennemis, la fin des malheurs civils et ses espérances naissantes pour un avenir de félicité.
Mas os equívocos da cristandade não iriam ficar por aqui. Afinal a tradição da cadeira de Pedro poder ter começado por um erro a respeito de informações cruzadas e premeditadamente mal interpretadas a respeito dos primeiros chefes da igreja emergente.
In the course of this book, it will become clear that James was the true heir and successor of his more famous brother Jesus and the leader at the time of whatever the movement was we now call ‘Christianity’, not the more Hellenized character we know through his Greek cognomen Peter, the ‘Rock’ of, in any event, the Roman Church. Though Peter’s name has now become proverbial, he may not be as historical as we think he is, and the role we attribute to him may possibly be an amalgam of that of several individuals by the same name, one a martyred ‘cousin’ of both Jesus and James and their reputed successor in Palestine, Simeon bar Cleophas.
(…) We shall see that Simeon bar Cleophas is very likely the second brother of Jesus, Simon, as presented in Gospel Apostle lists, Christianity in Palestine developing in something of the manner of an Islamic Caliphate (and a Shi‘ite one at that), that is, one centred on the family of Jesus. -- Eisenman, James the Brother of Jesus.
Após o martírio de Tiago e da conquista de Jerusalém que se seguiu imediatamente, diz-se que os apóstolos e discípulos do Senhor que ainda estavam vivos vieram de todas as partes e se juntaram com os que tinham relação carnal com o Senhor (pois a maioria deles também estava viva) para se aconselharem sobre quem seria digno de suceder a Tiago. Eles todos pronunciaram em uníssono Simeão, o filho de Cleofas, de quem o Evangelho também faz menção, para ser digno do trono episcopal daquela paróquia. Ele era um primo, como se diz, do Senhor. Pois Hegésipo relata que este Cleofas era irmão de José — História Eclesiástica, Eusébio de Cesareia.
There are other interesting and unique traditions in this work (Refutation of All Heresies, attributed to Hippolytus, an early third-century Church writer in Rome) attributed to Hippolytus. One, for instance, identifies Jesus’ second brother Simon with the Simon called ‘the Zealot’ in the Apostle lists of Luke and Acts. This cognomen, ‘Zealot’, is garbled somewhat or purposefully misconstrued in Mark and Matthew into the ‘Cananaean’ or ‘Canaanite’. It is impossible to know where Hippolytus obtained these traditions, but that ‘Simon the Zealot’ was Jesus’ second brother we would have been able to deduce even without recourse to Hippolytus, though this is useful in verifying such an analysis. It will also have a bearing on the problem of Simeon bar Cleophas, Jesus’ and James’ purported ‘first cousin’.
Eventually we will be able to make sense of all these confusions relating to Jesus’ mother, father, uncle and close cousins but, for the moment, suffice it to say that, with the destruction of the Jerusalem centre and its traditions in the wake of the Uprising against Rome in 70 CE, the resultant vacuum was inevitably filled by Gentile Christianity overseas. This resulted in the downplaying of Jesus’ brothers and close family members, including so-called ‘uncles’ and ‘cousins’, until they were finally all but eliminated from the tradition. (…)
The Talmud does refer to ‘Zealots’ as Kanna’im (‘those jealous of’ or ‘zealous for’), but not really as a group – rather simply as avenging priests in the Temple. This will have relevance to the way James’ death is portrayedin early Church sources James. (…)
Here in two previously unknown Apocalypses attributed to the person of James - that is, James Jesus’ brother not the other James - an individual named ‘Addai’, again obviously linked etymologically to the name of ‘Thaddaeus’, is referred to, as well as another, ‘Theuda’, paralleling him and referred to as ‘the father’ or ‘brother of the Just One’, that is, Jesus or even possibly In the way the reference presently stands, Jesus ‘appeared to Cephas, then to the Twelve’, Cephas does not appear to be one of the Aposties. All this is very puzzling. The answer again may relate to problems surrounding Jesus’ brothers in Scripture. It is possible that the Cephas being referred to in between the references to ‘Peter’ in Paul’s letters is another ‘Simon’ or ‘Simeon’ — the Simeon bar Cleophas mentioned above as Jesus’ first cousin. Just as Simon Peter in Scripture is represented as being the successor to Jesus, this Simon or Simeon is represented by early Church tradition as being the successor to James. He is also of the family of Jesus, Cleophas being specifically denoted as the uncle of Jesus. As we proceed, it will probably transpire that this Cleophas is not the uncle of Jesus, but rather his father, and there are traditions that to some degree represent him as such. In John 19:25, for instance, he is represented as the husband of Mary and this is probably true. For Origen, who was exiled to Palestine from Egypt for a time in the third century, when discussing the passage from the Josephus he knew ascribing the fall of Jerusalem to the death of James not Jesus, this Cleophas was actually the father of James, Simon, Jude, and Joses - those brothers represented as being the brothers of Jesus in Scripture - but these now by a previous mother, not Mary. Again, the reasons for all these transmutations and circumlocutions should be growing clearer. They are twofold: one, to protect the divine sonship of Jesus; and, two, the emerging doctrine of the perpetual virginity of Mary. These post-resurrection appearances by or -- Eisenman, James the Brother of Jesus.
[1] The custom of releasing prisoners for feasts is not known anywhere in the Roman empire; occasionally prisoners were released on feast days as a specific act of clemency, but, as Crossan argues (1991, p390-1), Roman governors were more likely to postpone the execution or allow the family to bury the body, if they were inclined to clemency. Indeed, Origen, writing two hundred years later in the same part of the world, was surprised to find such a custom claimed in the Gospels. Pilate was not known for his mercy (see accounts in Philo or Josephus) but it is true that our only accounts of his governship come from his enemies. Pilate releasing Barabbas to a Jewish crowd is unlikely (Barabbas could hardly have been the only prisoner in Pilate's hands, so why release a bandit and murderer?), and further, it seems incredible that Pilate would release someone the crowd demanded, who is a known anti-Roman rebel and murderer. Finally, Barabbas himself appears to be fictional. The historical plausibility of this aspect of the scene is low. -- Michael A. Turton's, Historical Commentary on the Gospel of Mark.
[2] http://www.rennes-le-chateau-la-revelation.com/histoire2.htm
[3] Origen defensively insists that many manuscripts of Matthew in his time did not contain the offensive "Jesus" before " Barabbas".
[4] Yeshua bar Abba by Paul Sumner
[5] Abba is the Aramaic word for "father." The word occurs three times in the New Testament (Mark 14:36; Romans 8:15; Galatians 4:6). In each case it has its Greek translation subjoined to it, reading abba ho pater in the Greek text; abba, pater in the Latin Vulgate, and "Abba, Father" in the English version. -- Catholic Encyclopedia
[6] To Matt. 27:16 cf. Gospel of the Nazaraeans (in Jerome, Commentary on Matthew 27:16) -- In the Gospel according to the Hebrews Barabbas is interpreted as "son of their master (teacher?)." He had been condemned because of insurrection and murder.
[7] Yeshua bar Abba by Paul Sumner
[8] Resenha do livro de Robert Eisenman, James The Brother of Jesus de Mário Porto.
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