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Figura 1: Foi imposto por contrato com a Irmandade da Imaculada Conceição de Maria que Leonardo da Vinci pintasse um momento que só aparece nos evangelhos apócrifos da infância Cristo.
«O tema se referia a um acontecimento que não é mencionado nos Evangelhos, embora seja uma lenda cristã bastante conhecida. Era sobre a história de como, durante a fuga para o Egipto, José, Maria e Jesus, ainda um bebé, se abrigaram em uma caverna no deserto onde se encontraram com o menino João Batista, que era protegido pelo arcanjo Ariel. O ponto central dessa lenda é a de que ela permite evitar uma das questões mais óbvias e embaraçosas decorrentes do baptismo de Jesus, conforme relatado nos Evangelhos. Por que alguém supostamente sem pecados como o filho de Deus deveria ser submetido ao que, claramente, era um ato de autoridade por parte de João Baptista? (...)
De acordo com o estilo então vigente, os membros da Irmandade solicitaram especificamente uma obra sumptuosa, bastante ornamentada, arrematada com abundantes folhas douradas e uma profusão de querubins e espíritos dos profetas do Antigo Testamento para preencher os vazios. O que receberam, porém, foi algo bastante diferente, a tal ponto que as relações entre eles e o artista se tornaram bastante estremecidas, culminando em um processo jurídico que se arrastou por mais de 20 anos. Leonardo decidiu representar as cenas de forma tão realista quanto possível, sem personagens extras. Não haveria gorduchos querubins ou fantasmagóricos profetas do apocalipse. De fato, a dramatis personae talvez tenha sido reduzida de um modo um tanto excessivo, pois, embora tal cena supostamente retrate a fuga para o Egipto da Sagrada Família, José não aparece na pintura de forma alguma. A versão que está no Louvre, a primeira das duas, mostra a Virgem vestida com um manto azul protegendo uma criança e a outra criança sendo retratada em conjunto com Ariel. O curioso é que as duas crianças são idênticas, mas, mais estranho ainda, é a criança que está junto ao anjo estar abençoando a outra e a criança junto a Maria estar ajoelhada em subserviência. Isso fez com que os historiadores da arte presumissem que Leonardo escolheu, por qualquer razão que seja, colocar o menino João junto a Maria. Afinal, não há legendas identificando as pessoas e certamente a criança que tem a autoridade para abençoar deve ser Jesus. Existem, porém, outras maneiras de se interpretar essa obra, maneiras que não apenas sugerem uma forte mensagem subconsciente e de cunho não ortodoxo, mas que também reforçam os códigos utilizados por Leonardo em outros trabalhos. Talvez a semelhança entre as duas crianças sugira que Leonardo, deliberadamente e com propósitos particulares, camuflou suas identidades. E enquanto Maria está abraçando protectoramente a criança geralmente identificada como sendo João, ela estende sua mão esquerda acima da cabeça de 'Jesus' , no que parece ser um gesto de clara hostilidade. Serge Bramly, em sua recente biografia de Leonardo, descreveu esse gesto como 'reminiscências das garras de uma ave de rapina'. Ariel está apontando em direção à criança que está com Maria, mas está também, significativamente, olhando de forma enigmática para o observador, ou seja, olhando de forma resoluta para longe da Virgem e o menino. Embora possa ser mais fácil e aceitável interpretar tal gesto como sendo uma indicação de qual dos dois é o Messias, existem outras possibilidades de resposta.» – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.
Aparentemente assim parece ser apoiando-nos apenas nos objectos factuais que são as duas versões da Madona dos Rochedos saídas do atelier de Leonardo mas parece que o que realmente aconteceu foi que Leonardo da Vinci não recebeu o pagamento acordado. Houve processos legais durante 20 anos que concluíram que “a obra estava inacabada” e que por isso o artista ou alguém em seu lugar deveria terminar o trabalho. No entanto, não sabemos quais foram as desculpas da irmandade, se de mau pagador se de insatisfeitos com a qualidade da obra que os franceses rapidamente adoraram e tornaram célebre pois que em resultado do litígio, a primeira versão acabou vendida ao rei de França Luís XIII e a segunda versão foi executada por Ambrogio de Predis sob a supervisão de Leonardo. Não acreditamos que a Irmandade da Imaculada Conceição de Maria que Leonardo da Vinci se tivesse apercebido do conteúdo gnóstico da obra porque de outro modo o assunto teria acabado mais cedo com Leonardo nas masmorras dos tribunais da inquisição. Possivelmente Leonardo aceitou que a dramatis personae talvez tenha sido reduzida de um modo um tanto excessivo e que os frades encontrassem pouca sumptuosidade e clareza de leitura cristãs, na obra e, medindo os riscos que corria, de perder a acção ou ir mesmo parar aos calabouços da inquisição, lá se foi justificando com a possibilidade de que a obra estaria incompleta, quando a versão final é que acabaria por ser entregue realmente incompleta: sem a cruz típica de S. João e com a mão do anjo por acabar, o que pode revelar um acto falhado vingativo e castigador dum artista de fé catarina e maçónica.
João, o Precursor e o Batista?
«Cristo levanta os olhos, vê-me e seu olhar se turva, muda de cor, faz-me perguntas que lhe travam a língua, fala-me em todos os tons...» -- O Livro de João, texto sagrado mandeano [Mandeanos, chamados equivocadamente «cristãos de são João», são os descendentes dos discípulos de Batista. Suas escrituras implantam problemas no que se refere às verdadeiras relações entre Jesus e o tal Batista, porque são muito anti-cristãos.]
«A primeira lei da História consiste em não se atrever a mentir. A segunda em não temer expressar toda a verdade...» São palavras de Leão XIII.
Terá que acreditar que os escribas anónimos que, no século IV e V compuseram esse cristianismo simbólico, apoiado na vida metafísica de puros arquétipos, e que se converteu no cristianismo oficial, não sabiam exactamente a diferença entre a mentira e a verdade histórica. Se existir nos Evangelhos um momento em que a contradição é soberana, é na descrição das relações entre Jesus e João, chamado «o Precursor» ou também «o Batista». Por isso esperamos que o leitor nos perdoe o que lhe imponhamos o cotejo das passagens dos Evangelhos canónicos referentes às relações entre Jesus e João.
Vejamos em Mateus; fala o Batista: «Já está posta a tocha à raiz das árvores, e toda árvore que não dê bom fruto será talhada e arrojada ao fogo. Eu lhes batizo com água para lhes levar o arrependimento; mas o que vem detrás de mim é mais forte que eu, e não sou digno de levar suas sandálias. Ele lhes batizará no Espírito Santo e no Fogo. Tem já o mangual em sua mão, e limpará sua hera e recolherá seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em um fogo inextinguível.»
Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão, e se apresentou ao João, para ser batizado por ele. Mas João se opunha, dizendo: Sou eu quem deve ser batizado por si, e vem você a mim? Jesus lhe respondeu: deixe-me fazer agora, pois convém que cumpramos tudo o que é justo. E João não resistiu mais. Assim foi batizado. Jesus saiu da água. E eis aqui que se abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre ele, enquanto uma voz do céu dizia: "Este é meu filho bem amado, em quem tenho todas as minhas complacências".» (Mateus, 3, 10 a 17.) Marcos (1, 1 a 11) diz-nos o mesmo, embora com mais brevidade. Lucas (1, 5 a 80) conta-nos a concepção e o nascimento do futuro Batista, e nos precisa que Maria, futura mãe de Jesus, é familiar da Isabel, mãe do Batista. Depois (3, 1 a 22) dá, por sua vez, a história do batismo de Jesus por João. Não obstante, faz deter o João pelos esbirros de Herodes e o mete na prisão antes de nos mostrar ao Jesus batizando-se. O qual faz que ignoremos, na versão de Lucas, se foi João, ou um de seus discípulos quem batizou Jesus.
A versão de João (o evangelista) é mais precisa ainda. Julgue-se: «Ao dia seguinte João viu Jesus vindo para ele e disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu disse: "detrás de mim vem um que é antes de mim, porque era primeiro que eu. Eu não lhe conhecia, mas para que ele fosse manifestado à Israel vim eu batizá-lo em água". E João deu ainda este testemunho: "Eu vi o Espírito descer do Céu como pomba e posar-se sobre ele. [...] E eu o vi, e dou testemunho de que este é o Filho de Deus...".» (João, 1, 29 a 34.) Tudo isso está muito claro e diáfano. João viu Jesus e adivinhou que era o Messias, e que tinha recebido ao Espírito de Deus em seu batismo. Pois bem, consultemos novamente Mateus: «João, tendo ouvido no cárcere falar das obras de Cristo, mandou-lhe perguntar através de seus discípulos: É você o que tem que vir, ou temos que esperar a outro?» (Mateus, 11, 2 a 4.) Este versículo é muito claro: João desconfia de Jesus, duvida. O que é absolutamente contraditório. Como conciliar os dois relatos de Mateus. Simplesmente: consultando a versão de Lucas: «Aconteceu, pois, quando todo o povo se batizava, batizado também Jesus...» (Lucas, 3, 21.) Assim, João batizou Jesus, e este se limitou a fazer «como todo mundo». Interesse futuro? Curiosidade? Nunca saberemos. Mas João não identificou, em modo algum, ao Jesus como o Cordeiro de Deus, nem viu abrir os céus e descer nenhuma pomba sobre Jesus. Batizou-o como a todos outros, sem prestar-lhe mais atenção. E isso muda tudo. Afinal de contas eram primos, suas mães se conheciam, João recebeu o Apocalipse, redigido por Jesus no curso de sua longa estadia no Egito, e foi ao receber este texto quando se erigiu em precursor, pregando e batizando. «Revelação de Jesus, o Ungido, que Deus lhe confiou para manifestar a seus servos o que tem que sobrevir breve, e que ele deu a conhecer por mediação de um anjo dele que enviou a seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus, o Ungido, que é quanto viu...» (Apocalipse, Prólogo, 1,1 a 3.) Pois bem, mensagem e mensageiro se dizem, em grego, aggelos, e dessa palavra foram fazendo, pouco a pouco, de tradução em tradução, um ángelus, um anjo, um espírito puro. Estamos muito longe do prosaico sentido inicial. E a prova de que o João do Apocalipse é o Batista (e não o evangelista) encontra-se em suas próprias palavras: «Eu não lhe conhecia, mas o que me enviou a batizar em água me disse: "Sobre quem vir descer o Espírito e posar-se sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo...".» (João, 1, 33-34.) Quem lhe enviou a batizar em água, quem lhe deu o sinal de «ataque» messianista foi o «mensageiro» que lhe levou o texto do Apocalipse. E não se conheciam mais que de nome, porque Jesus se encontrava, desde fazia longo tempo, no Egito, e João no deserto jordano.
(...)
A seguinte passagem das Guerras da Judeia, de Flavio Josefo, em sua versão eslava, basta-nos como prova de que o Batista, igual a Jesus, era seguidor da doutrina de Judas da Gamala: «Havia então um homem que percorria a Judeia vestido de forma estranha, com cabelos de animais, enganchados a seu corpo, em pontos nos quais não estava coberto por seu próprio cabelo, e seu rosto parecia o de um selvagem. Abordava aos judeus e chamava-os à liberdade, dizendo-lhes: "Deus me enviou para lhes mostrar o caminho da lei, graças a qual lhes salvarão de ter vários amos, e não terão sobre vós nenhum amo mortal, a não ser tão somente ao Altíssimo, que me enviou..."» (Op. cit., 2, 2.) «Para ouvir estas palavras, o povo se sentia feliz, e toda a Judeia lhe seguia, assim como os arredores de Jerusalém. E não fazia outra coisa que os inundar nas águas do Jordão. Fazia-os partir, ensinando-lhes a deixar de fazer o mal; dizendo-lhes que lhes seria dado um rei que os liberaria; que submeteria a todos os insubmissos, e que ele mesmo não estaria submetido a ninguém. Uns se burlavam de suas palavras, outros acreditavam nelas...» (Op. cit., 2, 2.) -- JESUS OU O SEGREDO MORTAL DOS TEMPLÁRIOS, Robert Ambelain.
A família de Jesus pertenceria com João Baptista ao ramo sacerdotal dissidente sadoquista e os apoios políticos de Jesus eram, como os de João Baptista, essénios acrescentados de apoios estratégicos zelotas.
Supostamente seriam ambos filhos bastardos de Herodes o Grande porque eram ambos filhos de jovens donzelas casadas ou prometidas a sacerdotes ou piedosos judeus de avançada idade e de fertilidade duvidosa.
Este Zadoque (sacerdote sadoquista), que se chamava Yônâkîr, e Dinah, sua esposa, eram justos diante de Deus, e eram ricos em riquezas terrenas e em bens e bens móveis; mas eles não tinham fruto nem filhos como as outras pessoas. Eles foram criticados pelo povo por sua esterilidade, e não lhes permitiram oferecer a oferta, excepto depois de todos os outros, porque não tinham filhos entre o povo de Israel. E Yônâkîr saiu para o deserto, e montou sua tenda do lado de fora do acampamento, e orou diante de Deus com lágrimas tristes, e vestiu roupas de luto; também Dinah, sua esposa. E Deus ouviu suas orações e aceitou os sacrifícios de suas lágrimas. O anjo de Deus veio a eles e anunciou a eles a concepção de Maria, dizendo: 'Sua oração foi ouvida diante de Deus e eis que Ele lhe dará um fruto abençoado, uma filha que será um sinal e uma maravilha entre todos. as gerações do mundo; e todas as famílias serão abençoadas por ela. Então eles dois louvaram a Deus, e Zadoque voltou à sua habitação. [1].
Zadok + Yônâ-kîr > Za-kîr-dok + Yônâ
> Zakarias (pai de) João, o Batista!
Supostamente seriam ambos filhos bastardos de Herodes o Grande porque eram ambos filhos de jovens donzelas casadas ou prometidas a sacerdotes ou piedosos judeus de avançada idade e de fertilidade duvidosa.
Flávio Josefo, Livro Décimo Oitavo
CAPÍTULO 1 JUDAS E SADOQUE APROVEITAM A OCASIÃO DO INVENTÁRIO QUE SE FAZIA NA JUDÉIA PARA CONSTITUIR UMA QUARTA SEITA E SUSCITAM UMA GRANDE GUERRA CIVIL.
Cirênio, senador romano, homem de grandes méritos e que depois de haver passado por todos os degraus da honra fora elevado à dignidade de cônsul, foi, como dissemos, designado por Augusto para governar a Síria, com ordem de fazer o inventário do que havia em seu território. (...) Algum tempo depois, um certo Judas, gaulanita, da cidade de Gamala, ajudado por um fariseu de nome Sadoque, incitou o povo a se rebelar, dizendo ser o inventário um claro indício de que os queriam reduzir à escravidão e, para exortá-los a manter a sua liberdade, assegurou-lhes que, se o resultado de sua empresa fosse feliz, eles desfrutariam gloriosamente tanto o descanso quanto os seus bens, mas não deviam esperar que Deus lhes fosse favorável se eles não fizessem, nos que lhes concernia, tudo o que fosse possível. O povo ficou tão impressionado com essas palavras que imediatamente se preparou para a rebelião. É inacreditável a perturbação que esses dois homens suscitaram por todos os lados. Assassínios e latrocínios eram praticados. Saqueava-se e roubava-se, tanto a amigos quanto a inimigos, indiferentemente, sob o pretexto de se estar defendendo a liberdade pública. A raça desses sediciosos matava as pessoas mais ilustres e ricas pelo desejo de enriquecer, chegando a tal excesso de furor que uma grande carestia sobreveio, mas isso não impediu que eles atacassem as cidades e derramassem o sangue dos próprios compatriotas. Viu-se o fogo dessa cruel guerra civil levar as suas chamas até o Templo de Deus, tão perigoso é desejar subverter as leis e os costumes do próprio país. A vaidade que tiveram Judas e Sadoque de fundar uma quarta seita e atrair a eles todos os que queriam as perturbações e a agitação foi a causa desse grande mal, que não perturbou somente toda a Judéia, mas lançou a semente de muitos males pelos quais depois ela foi amargurada. (...)
Judas, de quem acabamos de falar, foi o fundador da quarta seita. Está em tudo de acordo com a dos fariseus, exceto que aqueles que fazem profissão para adotá-la afirmam que há um só Deus, ao qual se deve reconhecer por Senhor e Rei. Eles têm um amor tão ardente pela liberdade que não há tormentos que não sofram ou que não deixem sofrer as pessoas mais caras antes de atribuir a quem quer que seja o nome de senhor e mestre. A esse respeito não me delongarei mais, porque é coisa conhecida de tantas pessoas que, em vez de temer que não se preste fé ao que digo, tenho somente o receio de não poder expressar até que ponto vai a sua incrível paciência e o seu desprezo pela dor. Mas essa invencível firmeza aumentou ainda pela maneira ultrajosa como Géssio Floro, governador da Judéia, tratou a nossa nação e a levou por fim a se revoltar contra os romanos. (...)
Quando Fado era governador da judéia, um mago de nome Teudas convenceu uma grande multidão de povo a tomar os próprios bens e a segui-lo até o Jordão, dizendo que era profeta e que deteria, com uma única palavra, o curso do rio e os faria passar a pé enxuto. Ele assim enganou muita gente. Mas Fado castigou esse impostor e, por sua loucura, a todos os que se haviam deixado enganar. Enviou contra eles alguns soldados de cavalaria, que mataram uma parte deles de surpresa e fizeram vários prisioneiros, estando Teudas entre eles, a quem cortaram a cabeça, que foi levada a Jerusalém. Foi isso o que aconteceu de mais notável durante o governo de Cúspio Fado. (...)
Alexandre mandou crucificar Tiago e Simão, filhos de Judas, da Galiléia. Judas foi quem, na época em que Cirênio fazia o recenseamento dos judeus, incitou o povo a se revoltar contra os romanos. (...)
Os textos coptas e orientais manifestam estranhas divergências na onomástica sagrada mas isso tanto pode ser devido a ignorância como a uma manifestação de maior proximidade das fontes originais de que o cristianismo ocidental progressivamente se afastou com a queda do império romano do ocidente e as invasões árabes. Zacarias era afinal um sumo-sacerdote sadoquista que sofria a reprovação dos que esperavam dele um herdeiro messiânico!
Capítulo 3 1 E, no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, e Herodes, tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe, tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene, 2 sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.
Esta mística decorreria do próprio mito fundador do sacerdócio judaico desde os tempos de Moisés cujo poder sobre a lei judaica Jesus sempre sobrepôs ao de David.
Êxodo 24: 8 Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras. 9 E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel.
Exodus 24:8. Moses then took the blood, sprinkled it on the people and said, "This is the blood of the covenant that the Lord has made with you in accordance with all these words." (NIV) Some manuscripts of Mark add "new" before "covenant" but that is not generally accepted by scholars.
Marcos, 1: 2Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis que envio ante a tua face o meu mensageiro, que há-de preparar o teu caminho; 3voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas; 4assim apareceu João, o Batista, no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados. 5E saíam a ter com ele toda a terra da Judéia, e todos os moradores de Jerusalém; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.
As interpolações anti judaicas do evangelho de Mateus que se seguem tornam-se óbvias perante o silêncio clamoroso de Marcos do versículo 6-7 deste capítulo. A intenção foi precisamente a de as virar contra os ebionitas que faziam deste evangelho o seu pomo de discórdia contra a traição de Paulo.
7E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de, inclinando-me, desatar a correia das alparcas. 8Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo. | Mateus, 3: 1Enquanto viviam em Nazaré, João Baptista começou a pregar no deserto da Judeia: 2Arrependam-se! O reino dos céus está próximo! 3Já o profeta Isaías tinha anunciado este trabalho de João: Um brado se ouve no deserto: Preparem um caminho para o Senhor; endireitem a via por onde ele há-de andar.
4-5O vestuário de João era feito de pêlo de camelo, e usava também um cinto de couro; o seu alimento consistia em gafanhotos e mel silvestre. Gente de Jerusalém e de todo o vale do Jordão, e até de todas as partes da Judeia, vinham ao deserto para o ouvir pregar. 6Confessavam os seus pecados, e João baptizava-os no rio Jordão. 7Mas, ao ver muitos fariseus e saduceus que queriam também ser baptizados, avisava-os: Vocês são como serpentes! Quem vos disse que podiam escapar à ira futura de Deus? 8Antes de serem baptizados, têm de provar que abandonaram o pecado, praticando obras que mostrem arrependimento. 9Não tentem escapar pensando que estão em segurança por serem judeus, descendentes de Abraão. Isso nada prova! Deus até pode transformar estas pedras em filhos de Abraão! 10E, agora mesmo, o machado do julgamento de Deus está erguido para derrubar pela raiz as árvores que não dão fruto. Serão derrubadas e queimadas. 11-12Eu baptizo com água quem se arrepende; mas vem aí outro, muito maior do que eu, tão grande que nem sou digno de lhe levar os sapatos! Ele vai baptizar-vos com o Espírito Santo e com fogo. Separará a palha do grão; queimará a palha com fogo que jamais se apagará, e arrecadará o grão. |
Lucas 3: Nesse tempo veio uma mensagem de Deus a João, filho de Zacarias, enquanto vivia longe, no deserto. 3João começou então a andar de terra em terra em ambas as margens do Jordão, pregando que as pessoas deviam baptizar-se, em sinal de se terem voltado para Deus e abandonado os seus pecados, a fim de serem perdoadas. 4-6Como tinha dito Isaías nas Escrituras, João era a voz de alguém gritando no deserto: 'Façam um caminho para o Senhor. Façam-lhe um caminho direito e plano. Encham os vales, nivelem os montes, tornem em rectas os caminhos ondeantes da montanha, limpem as veredas pedregosas e tapem-lhes as covas. A salvação do Senhor será vista por toda a raça humana. ' | João 1: 15João deu testemunho dele, e clamou, dizendo: Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele já existia. (…) 22Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? 23Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. A citação desnecessária do texto de Isaías em Mateus é mais uma prova de que se trata de uma interpolação pois as citações relativas ao antigo testamento costumam ser breves e indicativas por serem do domínio comum. 24E os que tinham sido enviados eram dos fariseus. |
Lucas 3: 7-9Era assim que João pregava às multidões que vinham para baptizar-se: Raça de víboras! Quem os avisou de fugir do julgamento de Deus que há-de vir? Tratem primeiro de mostrar o vosso arrependimento pela maneira como vivem. E não pensem que estão em segurança por descenderem de Abraão. Isso não basta; até destas pedras do deserto Deus pode fazer nascer filhos de Abraão! O machado do seu julgamento está suspenso sobre as vossas vidas, prestes a cortar-vos as raízes e a derrubar-vos. Sim, toda a árvore que não dá bom fruto será abatida e lançada no fogo. 10E a multidão perguntavam: Que devemos fazer? 11Se alguém tiver dois casacos, que dê um aos pobres. Quem tiver comida de sobra dê a quem tem fome. 12E até os cobradores de impostos, conhecidos pela sua falta de escrúpulos, vinham para serem baptizados e perguntavam: O que devemos fazer? 13Sejam honestos, não cobrando mais impostos do que o que é exigido. 14E nós, perguntavam uns soldados, como faremos? E João respondia: Não devem tirar dinheiro com ameaças ou pela força, nem acusar ninguém que sabem estar inocente. Contentem-se com o vosso soldo! | |
Lucas 3: 15-17 Todos aguardavam o breve aparecimento do Enviado de Deus e andavam impacientes por saber se João seria ou não o Messias. Notar que a fidedignidade desta impaciência em saber se o movimento de João Baptista era um novo levantamento messiânico anti-romano era verídica e está presente no 4º evangelho...e em Flábio Josefo. | João 1: 19E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? 20Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. 21Ao que lhe perguntaram: Pois quê? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. |
Lucas 3: A essa questão respondeu João: Eu baptizo apenas com água, mas em breve virá alguém com autoridade muito maior do que a minha e de quem não sou digno sequer de desatar as correias do calçado. Ele vos baptizará com o Espírito Santo e com fogo. Apartará a palha dos grãos, queimará aquela com fogo eterno, mas estes guardá-los-á. 18Ao anunciar estas boas novas ao povo, João fazia muitos avisos deste género. | João 1: 25Então lhe perguntaram: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26Respondeu-lhes João: Eu batizo em água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis. 27aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da alparcata. |
BAPTISMO DE JESUS
En el Evangelio según los Hebreos, que fue escrito en lengua caldea y siríaca, mas con caracteres hebreos, del que se sirven hasta hoy los nazarenos, según los apóstoles, o, como prefiere la mayor parte, según San Mateo, conservado en la bibliotea de Cesárea, se cuenta esta historia:
He aquí que la madre del Señor y sus hermanos le decían: Juan el bautista bautiza en remisión de los pecados; vayamos (también nosotros) y seamos bautizados por Él. Mas Él les dijo: ¿Qué pecados he cometido yo para que tenga que ir y ser bautizado? De no ser que esto que acabo de decir sea una ignorancia mía. (Contra Pelag. III 2)
Y el inventor de este bautismo adulterino, o mejor, mortífero, si algún otro es, sobre todo...aquel libro supositicio titulado Predicación de Pablo. En el cual podrás encontrar, contra el testimonio de todas las escrituras, a Cristo confesando su propio pecado (Él, que fue el único que no pecó lo más mínimo), e impelido, casi contra su voluntad, por María, su madre, a recibir el bautismo de Juan. Y que, mientras era bautizado, se vio fuego sobre el agua, cosa que no figura en evangelio alguno.
Figura 2: O Batismo de Cristo de Verrocchio, é o primeiro trabalho importante de Leonardo da Vinci como aprendiz. Fez a pintura junto com seu mestre Verrocchio.
28. Mas según el evangelio escrito en lengua hebrea, leído por los nazarenos, descenderá sobre él toda la fuente del Espíritu Santo. El Señor es espíritu; y donde el espíritu del Señor, allí está la libertad... Y a propósito, en el evangelio del que hace poco hicimos mención, encontramos escrito: Y sucedió que, cuando hubo subido el Señor del agua, descendió toda la fuente del Espíritu Santo, descansó sobre Él, y le dijo: Hijo mío, a través de todos los profetas te estaba esperando para que vinieras y pudiera descansar en ti. Pues tú eres mi descanso, mi Hijo primogénito, que reinas por siempre. (Comm. IV in Is. 11,2) - (De rebaptism. c.17) Ps. Cipriano.
Marcos 1: 9 E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão.
10 E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele. 11 E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo. | Mateus 3: 3-14Jesus veio da Galileia e foi até ao rio Jordão, para que João aí o baptizasse. João, contudo, não queria fazê-lo: Não está certo. Eu é que preciso de ser baptizado por ti. 15Aceita teres de me baptizar, porque convém que eu faça tudo o que a justiça de Deus manda. Então João baptizou-o. 16-17Depois do seu baptismo, logo que Jesus saiu da água, os céus abriram-se-lhe e viu o Espírito de Deus descendo sob a forma de uma pomba. E uma voz do céu disse: Este é o meu Filho amado, em quem tenho grande prazer. |
Lucas3: 21-22Um dia, o próprio Jesus juntou-se ao povo que ia ser baptizado por João.
E depois do seu baptismo, estando a orar, os céus abriram-se, o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba e uma voz do céu disse: Tu és o meu Filho muito amado. Em ti tenho grande prazer. | João1: 32E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. 33Eu não o conhecia; mas o que me enviou a baptizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que baptiza no Espírito Santo. 34Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus. |
Supostamente Lucas (3: 22) refere que a voz do Céu que proclamou a filiação divina do Messias disse:
“Tu és o Meu Filho amado. Em Ti me comprazo”.
Mas na Revised Standard Version, inglesa, quanto esta expressão apareçe no texto, a nota ao pé da página dá outra tradução: “Eu hoje Te gerei”, a mesma forma que aparece no Salmo 2:7.
Evidentemente, há boas razões para esta nota da R.S.V pois esta expressão encontra-se num dos manuscritos gregos, o Codex Bezae, e é citada por Justino Mártir. De resto, estas citações costumam ser ecos de textos bíblicos conhecidos.
| Figura 3: O baptismo de Jesus de El Greco. E depois de muito mais, continuou o seguinte: Depois que o povo foi baptizado, Jesus também veio e foi batizado por João; e quando Jesus entrou na água, os céus foram abertos e o Espírito Santo foi visto como uma pomba que descia e entrava nele. E então uma voz do céu disse: Você é meu Filho amado, estou muito satisfeito com você. Este dia eu te gerei. E imediatamente uma grande luz brilhou no local, e quando João a viu, perguntou a si mesmo: Quem é você, Senhor? E novamente uma voz do céu respondeu: Este é meu Filho amado, com quem estou muito satisfeito. E então João se curvou para ele (Jesus) dizendo: Eu pergunto; Senhor, me baptiza? Mas ele previu dizendo: Sofra, porque assim todas as coisas devem ser cumpridas. E nesse relato, eles dizem que Jesus foi gerado a partir da semente de um homem, escolhido pela decisão de Deus e chamado Filho de Deus ou Cristo, que entrou em Jesus como uma pomba. |
Eles negam que ele foi gerado por Deus Pai; mas eles afirmam que ele foi criado como um dos arcanjos. E ainda mais, porque ele é o Senhor dos anjos e de todas as coisas criadas pelo Todo-Poderoso. E que ele veio e ensinou o evangelho actual (como era chamado), no qual é indicado que “eu vim destruir os sacrifícios; e se você não deixar de sacrificar, a ira de Deus não cessará em você”. - Evangelho do Ebionitas.
Salmo 2: 6 Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.
7 Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.
Este Salmo tem sido chamado o canto da unção do Senhor pois há nele referências à unção de David como rei de Israel, e o propósito de Deus de exaltar a Cristo como rei de todas as coisas.
Figura 4: Batismo de Cristo 1481-1483. Por Perugino, na Capela Sistina, no Vaticano.
"Eu hoje Te gerei deve ser interpretado em sentido figurado. No dia de Sua entronização, o Rei foi gerado por Deus como Seu servo para dirigir os destinos de Seu povo. Quando o trono foi prometido a Salomão, Deus fez a asseveração: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por filho (II Samuel 7:14). A Cohen, The Psalms (Londres: Soucino Press, 1945.
A este respeito só nos resta acatar as interpretações do australiano Donovan Joice, como sendo as mais sábias, na medida em que simbolizam de forma ritual a entronização de Jesus na candidatura messiânica ao reino de Israel.
Por outro lado, Donovan Joice considera que a Pomba do divino Espírito Santo mais não serrai do que uma tatuagem que Jesus manifestou ter no peito quando Jesus de despiu e que seria a letra «tau» em forma de cruz ou de pomba estilizada e que foi usada na Gematria judaica como amuleto de protecção. É possível que sendo semelhante ao martelo da ira zelosa dos Macabeus fosse também a marca dos zelotas tanto mais que tinha a forma de uma cruz contra a qual lutavam.
Em um período muito precoce, alguns zelotas, tomando literalmente as palavras de S. Paulo: "De agora em diante ninguém me perturbe, pois levo no meu corpo as marcas do Senhor Jesus" (Gál. VI, 17), impressas na testa e em outras partes do corpo, a cruz e, em algumas posições, provavelmente o monograma de Cristo. Os jacobitas heréticos, que rejeitaram a água, substituíram o batismo de fogo, marcando com ferro vermelho uma cruz nas bochechas ou na testa de seus prosélitos. Esta não era uma invenção nova. Entre os antigos sírios, gregos e outras nações tatuagens indeléveis foram feitas no rosto, ou em outro lugar, denotando a posição do portador[2]. - A cruz na tradição, história e arte de Seymour, William Wood.
Ora, não teria sido preciso que os zelotas esperassem por S. Paulo para o levarem à letra, até porque lutariam contra ele por este não ser genuinamente judeu, porque já andariam tatuados com um tau muito antes da morte de Jesus Cristo. O espantoso é que a marca do zelotas poderia ser uma pomba estilizada que Jesus também tinha no peito e que foi imediatamente reconhecida por João Batista como sendo a marca do zelotismo iniciado por Judas o Galileu ou Judas o Gaulanite, ou ainda Judas de Gamala ou Judas ben Hizkiya, filho de Esequias. Este Judas que alguns pressupõem pai de Jesus sem grandes fundamentos poderia ser o próprio João Batista reaparecido como se verificou antes.
Estudiosos contemporâneos do Novo Testamento reconhecem que o relacionamento entre João e Jesus não pode ser precisamente definido. Muitos deles assinalam a demasiada ênfase dada ao papel de João como mero precursor de Jesus, sugerindo que ele “protestava demais”. É significativo que o Evangelho de Marcos - provavelmente o mais antigo e no qual Mateus e Lucas se basearam - seja menos insistente que esses dois outros textos no que tange ao papel secundário de João. Isso levou muitos estudiosos a concluir que a subserviência de João a Jesus, que é repetida ad nauseam, na verdade era uma forma de encobrir uma rivalidade entre os dois e entre seus respectivos grupos de discípulos.
Marcos 6: O guarda foi e decapitou-o na prisão; 28depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe. 29Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.
Um exame escrupuloso dos Evangelhos dá pistas dessa rivalidade. Para começar, uma leitura sem vieses revela que muitos dos primeiros discípulos de Jesus, e os mais famosos, saíram na verdade das fileiras dos seguidores de João. Por exemplo, muitos admitem que o jovem João, "o Amado" (que, como vimos, era figura central em muitas crenças "heréticas"), fora um dos acólitos do Batista, de quem inclusive adoptara o nome em sinal de respeito. Os discípulos de João continuaram após a decapitação de seu líder como um grupo separado: dizem-nos que alguns deles foram buscar o corpo de João, e existem passagens no Novo Testamento nas quais os seguidores de Jesus debatem com os de João sobre seus respectivos estilos de vida. – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.
Ainda mais revelador, no entanto, é o registo de que João teria dúvidas sobre Jesus ser realmente o Messias - em uma passagem sobre a qual a Igreja pouco se manifesta -, o que não chega a surpreender. Quando João é encarcerado na prisão de Herodes, envia dois de seus discípulos para perguntar a Jesus: "És tu o que hás-de vir, ou devemos esperar por outro?"' Esse episódio é particularmente embaraçoso para os teólogos. Por um lado, vêm João Batista como aquele que fora designado por Deus para preparar o caminho para o Messias e mostrá-lo como tal aos povos, reconhecendo assim nele alguma orientação divina - porém, o "precursor" então questiona se fez ou não a escolha certa! – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.
Na verdade, mandar emissários do cárcere a perguntar se Jesus era o Messias esperado (o Cristo) ou se seria necessário esperar outro é uma forma de impaciente preocupação por parte de alguém que estava ainda indeciso quanto à disponibilidade para se lançar na mesma corrida messiânica e sobretudo contraria as constantes afirmações anteriores dos evangelistas de que João Baptista tinha assumido o seu papel de “precursor” e que proclamava às multidões que “em breve virá alguém com autoridade muito maior do que a minha e de quem não sou digno sequer de desatar as correias das alparcatas”.
De fato, o grande estudioso inglês da Bíblia C. H. Dodds traduz a frase do Evangelho de João, "aquele que vem depois de mim" (ho opiso mou erchomenos), como "aquele que me segue". Isso poderia significar "discípulo", dado que a ambiguidade é a mesma do inglês. Dodds achava que era exatamente isso. (…)
Como veremos, os últimos seguidores de João, que Paulo encontrou em Éfeso e Corinto quando fazia seu trabalho missionário, nada sabiam sobre a suposta declaração de João proclamando que alguém maior viria depois dele.
(...) Uma das evidências mais fortes a indicar que o Batista nunca declarou que Jesus era o Messias esperado é a de que os próprios discípulos de Jesus não o reconheciam como tal, pelo menos no começo de seu ministério. Ele era seu líder e professor, mas não há qualquer sugestão de que o seguiram de início porque acreditavam que ele era o tão esperado Messias dos judeus. A identificação de Jesus como o Messias parece ter-se espalhado pouco a pouco entre os discípulos, à medida que seu ministério se desenvolvia. – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett& Clive Prince.
Mateus 11: 01-15 E aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, a dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim. E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis.
Mas, então que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. | Lucas 7: 19-31 E João, chamando dois dos seus discípulos, enviou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? E, quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João o Batista enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus, e deu vista a muitos cegos. Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho. E bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar. E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? Uma cana abalada pelo vento? Mas que saístes a ver? Um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com preciosas vestiduras, e em delícias, estão nos paços reais. Mas que saístes a ver? Um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo diante da tua face, O qual preparará diante de ti o teu caminho. E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele. E todo o povo que o ouviu e os publicanos, tendo sido batizados com o batismo de João, justificaram a Deus. |
Não deixa de ser estranho que o evangelho em que os restantes sinópticos se inspiraram omita esta passagem ou perícope. Mas, como se suspeita, por outro lado, que o “discípulo amado” teria sido inicialmente discípulo de João Baptista, na companhia de sua irmã Maria Madalena, é então compreensível que não tenha registado esta cena pela simples razão de que, ao ouvi-la de Pedro, Marcos não a terá considerado credível. De resto, a flagrante interpolação final no evangelho de Mateus reforça essa suspeita.
Existem alguns outros sinais menos óbvios, mas igualmente reveladores, da rivalidade entre os dois homens até mesmo nas palavras registadas de Jesus. O primeiro está na bem conhecida passagem na qual Jesus parece glorificar João perante a multidão, dizendo que "entre os nascidos das mulheres, não veio ao mundo outro maior que João Batista." Entretanto, ele em seguida acrescenta a confusa ressalva de que "o que é menor no reino dos céus, é maior do que ele". O significado exacto dessa passagem tem sido objecto de intenso debate. O eminente estudioso do Novo Testamento, Geza Vermes, comparouesse uso da frase "menor no reino dos céus" com outros exemplos e concluiu que se tratava de um circunlóquio - uma frase impessoal e formal - que também se referia ao próprio orador." Em outras palavras, Jesus estava dizendo à multidão que "João pode ter sido um grande homem, mas eu sou maior."
Entretanto, há uma outra interpretação muito mais óbvia que nunca vimos ser discutida por nenhum estudioso da Bíblia. É o reconhecimento de que a frase "nascidos das mulheres" pode ser tomada como um insulto, pois sugeria fraqueza," - nesse caso, toda a passagem ganha um matiz completamente diferente. Talvez a declaração de Jesus "entre os nascidos das mulheres, não veio ao mundo outro maior que João Batista" possa ser tomada como um insulto directo. – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.
Na verdade, existe algo de estranho, quase a roçar o absurdo, neste conceito contido na frase: “nascidos das mulheres”, usado por Jesus porque não há os nascidos dos homens mas, quanto muito, os nascidos do homem enquanto género humano. De resto Jesus usava para si mesmo o termo filho do homem no sentido de fidalgo ou, até o de filho do Pai e para João Baptista usou o termo de “filho da mãe” que é o mesmo que bastardo ou filho de pai incógnito...coisa ainda mais estranha porque Jesus era acusado pelos judeus mais legalistas de ser também um filho ilegítimo dum carpinteiro.
De facto, o mais intrigante na morte de João Baptista é precisamente a forma como foi executada coisa que Flábio Josefo omite precisamente por até mesmo ele ter ficado confuso. A morte por decapitação estava reservada aos romanos e os evangelistas se o sabiam calaram-se! Pois bem, João Baptista deveria ser filho bastardo de Herodes como Jesus mas de uma prima da mãe de Jesus casada com o sacerdote Zacarias enquanto Jesus era filho de Herodes e de sua esposa Miriam II que Herodes repudiou e que voltou a juntar-se com o seu pai adoptivo que o tinha criado desde que Mariana se casou com Herodes quando Jesus tinha cerca de três anos.
Esse insulto parece ser reforçado pelo comentário seguinte "o que é o menor no reino dos céus, é maior do que ele." Se Geza Vermes estiver correcto, ou seja, que Jesus estava dizendo que ele era maior, então dificilmente isso poderia ser um elogio a João. No entanto, pode ter sido um tremendo insulto, significando que "mesmo o menor dos meus seguidores é maior do que ele."
Foi sugerido que há também uma outra desfeita levemente velada a João - que teria sido óbvia para os judeus do primeiro século - nos comentários de Jesus durante a discussão entre seus discípulos e os de João: “Ninguém deita vinho novo em odre velho". Naquela época e lugar o vinho era muitas vezes carregado em "garrafas" feitas com pele de animais, e João vestia peles de animais... No contextodessa discussão em particular, é muito provável que esse comentário fosse uma referência a João. – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.
Marcos 2: 18 Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? 19 E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar; 20 Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias. 21 Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha; doutra sorte o mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica maior. 22 E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.
| Mateus 9: Então os discípulos de João, dirigindo-se a ele, perguntaram: "Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?" Jesus respondeu: Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles?
Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão. Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam.
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33 Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?
34 E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles?
35 Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão.
36 E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha.
37 E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão;
38 Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão.
39 E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.
Aparentemente Jesus apenas pretendeu dar uma lição de bom senso a respeito do jejum. No entanto, como se tratava de comparar o jejum dos discípulos de João Baptista com o não jejum dos de Jesus é possível que se possa encontrar algum remoque irónico na sua resposta embora seja rebuscado demais encontrar nos odres de vinho uma analogia com as vestes velhas e remendadas de pele de cabra de João Baptista tanto mais que Marcos, supostamente seu antigo discípulo refere que “João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em volta dos lombos”. O camelo de uma corcova, que é o dromedário, vive em climas desérticos quentes, como a Arábia e o Saara, e tem pelo curto e portanto não seria muito comum a lã abundante quente e macia do camelo bactriano na bacia do Jordão pelo que alguém terá traduzido ou copiado mal o original que diria pele e não pêlo pois que então o correcto seria lã de camelo. Quanto à pele de camelo que ainda hoje é cara ou nos revela que S. João Baptista não seria assim tão franciscano podendo ser um sacerdote essénio vestido de elegantes casacas de peles de camelo ou então foi a tradição que fez a melhor tradução porque as peles de cabra eram usadas pelos pobres o que, e ao longo da Bíblia, representa pobreza extrema.
Juan tenía un vestuario de pelo de camello y un cinturón de cuero sobre sus espaldas. Y su piel lucía como una silvestre miel, cuyo aroma sabía a maná, igual a un pastel sumergido en aceite. De seguro, ellos pueden pervertir la palabra de la verdad en una mentira como las langostas poner un pastel, dentro de la miel (sic). Los Ebionitas eran vegetarianos, y objetaban la idea de comer langostas. Una langosta en griego es akris, y la palabra que ellos usaron para el pastel es enkris, siendo la diferencia imperceptible; por lo que de nuevo, nos encontraremos con tal tendencia.
Quanto ao comentário de Lucas de que “ninguém tendo bebido o (vinho) velho quer logo o novo, porque diz: melhor é o (vinho) velho” tanto pode ser um acrescento pessoal neste conjunto de aforismos de sabedoria popular fenícia, de que os anexins portugueses podem ser herança, como um remoque subliminar de Lucas que não poderia concordar que a velhice fosse sempre um defeito porque os sábios são como o vinho do porto: os melhores são sempre os mais velhos!
TENTAÇÃO
Se "o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente" (Dalberg-Acton), então Jesus acabaria por sentir a tentação do seu poder messiânico.
Marc. 1: 12 E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
Lucas 4: 1 E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. 2 E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome. 3 E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. 4 E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus. 5 E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. 6 E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. 7 Portanto, se tu me adorares, tudo será teu. 8 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás. 9 Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, 10 porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem 11 e que te sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. 12 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus. 13 E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo. | Mat. 4: 1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 e, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 8 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás. 11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram. 5 Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. |
É interessante notar que nem Marcos nem João digam nada sobre o conteúdo da tentação que terá sido uma invenção piedosa dos beatos que reformataram o evangelho original de Mateus ao gosto explicativo duma religião de estado que deveria ter explicações cabais para as suas óbvias contradições dogmáticas. Na verdade, um deus perdido no deserto e tentado por Satanás faria pouco sentido. No entanto a invenção saiu pior emenda que a dum soneto porque coloca um filho de Deus a confessar-se primeiro um humano que não precisava apenas de pão mas também da palavra de Deus e depois a confessar o monoteísmo do primeiro mandamento da Tora e por fim para não desfazer a dúvida se seria ele o verdadeiro messias volta a invocar o monoteísmo judaico com uma referência ao Deuteronómio 6: 16Não tentarás o Senhor, teu Deus, como o tentaste em Massá.
Na verdade a verdadeira tentação de Jesus seria Maria Madalena e a maneira de a ter por esposa que passaria pela morte de João.
Lucas 1: 35-37: O anjo respondeu: O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Deus altíssimo cobrir-te-á como uma sombra; por isso, o menino que de ti vai nascer será santo, e será chamado o Filho de Deus. Além disso, também há seis meses Isabel, a tua parente, que toda a gente considerava estéril, ficou grávida, apesar da sua velhice! Porque nada é impossível para Deus.
Figura 5: Duccio's Temptation on the Mount from his Maestà (1308-1311).
Assim, Jesus terá sido tentado a denunciar João a Herodes o que veio a fazer por intermédio dos seus contactos na corte de Herodes onde sua tia Salomé acabaria mais adiante por obter a cabeça de João Baptista, com grande tristeza de Herodes porque via nele uma aliado contra os fariseus, com a qual poderia alcançar o acesso ao poder messiânico que este então possuía por ser mais velho do que Ele uma vez que os próprios evangelhos confirmam que quando a Virgem Maria concebeu de Herodes disfarçado anjo Gabriel já Isabel sua prima, estava grávida de seis meses.
Há, entretanto, um outro lado nessa história. Como já vimos, circulava o boato de que Jesus praticara magia negra com o Batista morto. A obra de Carl Kraeling e Morton Smith demonstrou que Herodes Antipas acreditava que Jesus escravizara a alma (ou consciência) de João a fim de obter poderes mágicos, pois acreditava-se entre os magos egípcios e gregos que o espírito de um homem assassinado era uma presa fácil para os feiticeiros, especialmente se possuíssem uma parte do corpo da vítima. Se Jesus realizou ou não alguma cerimónia mágica de tal tipo, um boato de que a alma de João estava sob o controle de seu antigo rival não teria causado qualquer prejuízo ao movimento de Jesus. Numa época como aquela, de mentalidade voltada para a magia, seria praticamente garantido que os discípulos de João passariam para o lado de Jesus, sobretudo porque este parecia ter poderes miraculosos. E como Jesus já dissera a seus seguidores que João era o profeta Elias reencarnado, todos provavelmente atribuíam a ele uma autoridade maior. Contudo, apesar da noção peculiar de um Jesus que, segundo se acreditava, tinha o controle sobre as almas de pelo menos dois outros profetas, o segredo da tradição secreta não tem qualquer relação com ele. De fato, mesmo que venerem João e Madalena como indivíduos históricos reais, os hereges sempre os viram como representantes de um antigo sistema de crença. O mais importante era aquilo que eles representavam - a Suprema Sacerdotisa e o Supremo Sacerdote do Reino da Luz. -- A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett &Clive Prince.
PRISÃO DE JOÃO BAPTISTA.
E foi assim a prisão de João Baptista segundo Josefo:
781. Vários judeus julgaram a derrota do exército de Herodes um castigo de Deus, por causa de João, cognominado Batista. Era um homem de grande piedade que exortava os judeus a abraçar a virtude, a praticar a justiça e a receber o batismo, para se tornarem agradáveis a Deus, não se contentando em evitar o pecado, mas unindo a pureza do corpo à da alma. Como uma grande multidão o seguia para ouvir a sua doutrina, Herodes, temendo que ele, pela influência que exercia sobre eles, viesse a suscitar alguma rebelião, porque o povo estava sempre pronto a fazer o que João ordenasse, julgou que devia prevenir o mal, para depois não ter motivo de se arrepender por haver esperado muito para remediá-lo. Por esse motivo, mandou prendê-lo numa fortaleza em Maquera, de que acabamos de falar, e os judeus atribuíram a derrota de seu exército a um castigo de Deus, devido a esse ato tão injusto. -- Capítulo 7 das Antiguidades Judaicas.
Depois da prisão de João Batista Jesus fugiu para a Galileia e começou a recrutar os seus primeiros adeptos escolhendo então os seus discípulos.
Ir para: A VIDA PÚBLICA MESSIÂNICA DE JESUS (***)
MORTE DE JOÃO BAPTISTA.
Há, entretanto, um outro lado nessa história. Como já vimos, circulava o boato de que Jesus praticara magia negra com o Batista morto. A obra de Carl Kraeling e Morton Smith demonstrou que Herodes Antipas acreditava que Jesus escravizara a alma (ou consciência) de João a fim de obter poderes mágicos, pois acreditava-se entre os magos egípcios e gregos que o espírito de um homem assassinado era uma presa fácil para os feiticeiros, especialmente se possuíssem uma parte do corpo da vítima. Se Jesus realizou ou não alguma cerimónia mágica de tal tipo, um boato de que a alma de João estava sob o controle de seu antigo rival não teria causado qualquer prejuízo ao movimento de Jesus. Numa época como aquela, de mentalidade voltada para a magia, seria praticamente garantido que os discípulos de João passariam para o lado de Jesus, sobretudo porque este parecia ter poderes miraculosos. E como Jesus já dissera a seus seguidores que João era o profeta Elias reencarnado, todos provavelmente atribuíam a ele uma autoridade maior. Contudo, apesar da noção peculiar de um Jesus que, segundo se acreditava, tinha o controle sobre as almas de pelo menos dois outros profetas, o segredo da tradição secreta não tem qualquer relação com ele. De fato, mesmo que venerem João e Madalena como indivíduos históricos reais, os hereges sempre os viram como representantes de um antigo sistema de crença. O mais importante era aquilo que eles representavam - a Suprema Sacerdotisa e o Supremo Sacerdote do Reino da Luz. -- A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett &Clive Prince.
Marcos 6: 14 Chegou isto aos ouvidos do rei Herodes, porque o nome de Jesus já se tornara notório; e alguns diziam: João Batista ressuscitou dentre os mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas. 16 Herodes, porém, ouvindo isto, disse: É João, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu. 17 Porque o mesmo Herodes, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe 21 E, chegando um dia favorável, em que Herodes no seu aniversário natalício dera um banquete aos seus dignitários, aos oficiais militares e aos principais da Galiléia, 22 entrou a filha de Herodias e, dançando, agradou a Herodes e aos seus convivas. Então, disse o rei à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23 E jurou-lhe: Se pedires mesmo que seja a metade do meu reino, eu ta darei. 24 Saindo ela, perguntou a sua mãe: Que pedirei? Esta respondeu: A cabeça de João Batista. 25 No mesmo instante, voltando apressadamente para junto do rei, disse: Quero que, | Mateus 14: 1 Naquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus, 2 E disse aos seus criados: Este é João o Batista; ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. 3 Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; 4 Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la.
5 E, querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta.
6 Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes.
7 Por isso prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse; 8 E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João o Batista. 9 E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento, 10 E mandou degolar João no cárcere. 11 E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. 12 E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus. (Mt 14,1-12). |
Logo no início do relato, encontramos um erro. Marcos afirma que Herodíade, a esposa de Herodes, tinha estado casada antes com um irmão deste, chamado «Filipe» (6,17). É certo que Herodíade tinha estado casada antes com um meio-irmão do seu marido, mas chamava-se Herodes, como o seu actual marido, e não Filipe. Alguns comentadores da Bíblia, para salvar o erro de Marcos, dizem que o primeiro marido de Herodíade se teria chamado Herodes Filipe (unindo os dois nomes: o correcto, Herodes, e o erróneo Filipe dado por Marcos). Mas, nunca existiu um personagem com o nome de “Herodes Filipe”, a não ser na mente desses comentadores. [3]
| Herodíade. era filha de Berenice e de Aristóbulo IV (filho de Herodes). Teve como primeiro marido Herodes Filipe, filho de Herodes com Mariana, filha do sumo-sacerdote Simão. Herodíade e Herodes Filipe tiveram uma filha, Salomé. Contudo, Herodíade separou-se deste marido para casar com outro meio-tio, Herodes Antipas; este para poder casar com Herodíade, teve que se divorciar da sua primeira esposa, Fasélia, filha do rei nabateu Aretas IV. A união foi condenada por João Baptista e gerou animosidade entre o povo, que acusou o casal de incesto. |
Figura 6: Herodias com a cabeça de São João Batista - Paul Delaroche (Museu Wallraf-Richartz - Colónia - Alemanha.) |
(...)O historiador judeu Flávio Josefo refere-se à morte de João Baptista, mas nada diz sobre o episódio do banquete nem sobre a actuação conjunta de Herodíade e Salomé, fazendo de Antipas responsável pela morte de João.
Parece que a Igreja Católica passou de 8 ao 80 no seu criticismo evangélico porque, na verdade, afirmar com certeza que nunca existiu um personagem com o nome de “Herodes Filipe”, a não ser na mente desses comentadores...e na de alguns historiadores que seguem esta teoria é arriscado porque estamos a falar de nomes e não de pessoas e se há algo que na história é inseguro são os nomes. Na verdade, referir o nome de Herodes na família dos herodianos devia ser uma confusão porque pelo menos neste caso estamos a falar de dois meios-irmãos do Grande Herodes, ambos com o nome do pai, um o tetrarca Herodes Antipas que matou João Baptista e o outro o Herodes que vivia em Roma e a que até Flávio Josefo se viu obrigado a chamar Herodes Beto. Ora, tal como hoje é pouco provável que os príncipes herodianos tivessem apenas um nome como o comum dos mortais e quase que apostava que Marcos sabia o que dizia quando o tratava por Filipe porque quem pode garantir que o seu nome completo Filipe Herodes Beto? De facto o hipercriticismo pode ser tão deletério como o hipercorrectivismo dogmático, aliás fases do mesmo processo de castração mental.
Quando Herodíade e o poderoso Antipas se conheceram, ateou-se a vaidade dela e a paixão dele; e ambos concordaram em ela abandonar o seu marido em Roma e partir com o seu cunhado; e que este, mal chegasse à Galileia, despediria a sua mulher.
Este segundo casamento do tetrarca deve ter produzido grande escândalo e indignação na Galileia, por violar abertamente a Lei de Moisés (de Lv 20,21) que proibia o casamento com dois irmãos. Segundo Marcos, João Baptista atreveu-se a denunciar publicamente semelhante imoralidade, e por isso foi parar com os ossos à cadeia. [4]
780. Nesse mesmo tempo, aconteceu, pelo motivo que passo a descrever, uma grande guerra entre Herodes, o tetrarca, e Aretas, rei de Petra. Herodes, que havia desposado a filha de Aretas e vivera muito tempo com ela, passou, numa viagem a Roma, pela casa de Herodes, seu irmão por parte de pai, filho da filha de Simão, sumo-sacerdote, e concebeu tal paixão pela mulher dele, Herodias — filha de Aristóbulo, irmão de ambos e irmã de Agripa, que depois foi rei —, que propôs desposá-la logo que estivesse de volta de Roma e repudiasse a filha de Aretas. (...)
Herodias, sua irmã, desposou Herodes, o tetrarca, filho de Herodes, o Grande, e de Mariana, filha de Simão, o sumo sacerdote, do qual teve Salomé. Depois desse nascimento, Herodias não teve vergonha de desrespeitar as nossas leis, abandonando o marido para desposar Herodes, irmão dele e tetrarca da Galiléia. -- Antiguidades de Flávio Josefo, Livro 18, capítulo 3.
Como se comprova, não foi apenas Marcos a fazer confusões com os nomes dos filhos do Grande Herodes porque no relato de Flávio Josefo também fica confuso qual dos dois meios-irmãos com o nome de Herodes, o tetrarca, foi o primeiro marido de Herodias ou com qual é que esta não “teve vergonha de desrespeitar as leis (judaicas), abandonando o marido para desposar Herodes, irmão dele e tetrarca da Galileia”. Pois bem se até mesmo Flávio Josefo achou ignominiosa esta união incestuosa como poderia João Batista não falar disso se era este o seu dever religioso, moral...e político?
Assim, segundo Marcos, o motivo da prisão do Baptista foram as suas críticas ao segundo casamento do governante; segundo Flávio Josefo, foi o receio de Antipas de que houvesse uma rebelião.
A versão de Josefo parece mais exacta porque, embora João pudesse ter criticado Herodes pela sua situação matrimonial ilícita, como afirma Marcos, o tetrarca deve ter tido motivos muito mais graves para mandar prender alguém tão popular e estimado pelo povo, dado o risco implicado nesse acto. [5]
Bom, em boa verdade tanto as causas das epidemias como das desgraças históricas são multi-factoriais e não é rigoroso pensar que a causalidade histórica seja exactamente aquela que os documentos fazem registo, mas a que mais se adequa à racionalidade do contexto dos factos. Neste caso parece que para aos franciscanos pós Vaticano II é preferível fazer fé histórica na versão de Josefo do que fazer fé religiosa na versão evangélica de S. Marcos o que constitui uma forma estranha de falta de convicções religiosas.
Os motivos imputados a Herodes - medo da influência política de João (Josefo) e raiva por sua crítica ao casamento do governante (Evangelhos), não são mutuamente excludentes. Os arranjos conjugais de Herodes Antipas tiveram, realmente, implicações políticas, mas não por causa da mulher com quem ele se casara. A questão era a mulher de quem ele teve que se divorciar para se casar novamente. Sua primeira esposa era uma princesa do reino árabe de Nabatéia, e o insulto que a separação representou para essa família real deflagrara uma guerra entre os dois reinos. Nabatéia fazia fronteira com o território de Peréia, governado por Herodes e onde João fazia suas pregações. Portanto, a censura de João ao casamento de Herodes efetivamente o colocou do lado do rei inimigo, Aretas, com a ameaça implícita de que, se a população concordasse com João, poderia acabar apoiando Aretas contra Antipas. – [6]
Além disso, o próprio Marcos diz que Herodes visitava o prisioneiro para o ouvir, e que o escutava com agrado (Mc 6,20). Como podia Herodes escutar com agrado, alguém que o tratava por imoral e perverso? E como condescendia João em falar afavelmente com ele? [7]
Os argumentos de coerência emocional, como prova de certeza histórica, são, no mínimo, estranhos na mente caritativa de um cristão convicto. Tão estranhos como o seguinte:
Um quarto elemento duvidoso do relato evangélico é o estranho procedimento de Herodes. De facto, no v.17 lemos que o tetrarca mandou prender o Baptista sem qualquer consideração; e que não só o encarcerou, como também o tinha posto «a ferros na prisão».
Mas, a partir do v.19, o quadro muda. Agora diz que era Herodíade quem perseguia João e o queria matar, ao passo que Herodes o “admirava”, o considerava “justo y santo”, o “respeitava”, e até o “protegia” y defendia dos ataques da sua mulher (o verbo synetêrei significa, literalmente, “defender alguém de ofensas e morte”). O próprio encarceramento, no relato de Marcos, parece mais uma custódia, protectora para João, do que um suplício. Como podia Herodes ter um comportamento tão ambíguo? É evidente que Marcos, com o seu relato, não está a fazer uma crónica rigorosamente histórica.
Obviamente que S. Marcos não era um historiador nem tinha o fôlego intelectual de Flávio Josefo, mas também não existe nada extra bíblico que demonstre que Herodes não pudesse ter uma personalidade estranha e ambivalente tanto mais que tudo aponta, no que Flávio Josefo registou, para que o tetrarca da Galileia fosse um homem tão facilmente manipulável pelas mulheres quanto mais depressa caia nas armadilhas destas e dos seus inimigos. Ora dizer que “o tetrarca mandou prender o Baptista sem qualquer consideração” é querer ler nos evangelhos o que o evangelista não quis, não soube ou não teve tempo de escrever porque a verdade é que logo de seguida este escreve que “o mesmo Herodes, por causa de Herodias (...) mandara prender a João”. As grilhetas podem ser uma interpolação tardia. De resto, existe o precedente de Herodes que tinha boas relações com os essénios por intermédio de Menahem apesar da animosidade que não deixou de existir entre aqueles e os herodianos. Ora bem, de facto Marcos parece dar a entender que tinha o João Baptista preso, para o proteger, não se entendendo muito bem de quê mas é bem possível que não fosse para o proteger da sua moralidade radical e por falar demais mas de uma conspiração de que Herodes já teria conhecimento e que partiria do primo de João Baptista, Jesus o Nazareno, e teria como intermediários o seu circulo de amizades herodianas que começava em Cleópatra de Jerusalém, passava por Salomé e acabava em Herodias.
Um quinto pormenor problemático do evangelho é o lugar da morte de João. Marcos não indica onde ocorreu; só diz que foi durante a festa de aniversário de Herodes Antipas. Mas, pelo contexto do seu relato, podemos deduzir que foi na Galileia. De facto, o evangelho diz que Antipas ofereceu o banquete da sua festa de anos «aos nobres, aos oficiais e aos principais da Galileia» (6,21). O qual resulta lógico, pois a cidade de Tiberíades, na Galileia, era a capital onde Antipas vivia, onde tinha o seu palácio, e portanto o lugar mais adequado para imaginar o festejo do seu aniversário.[9]
781. 2. Algunos judíos creyeron que el ejército de Herodes había perecido por la ira de Dios, sufriendo el condigno castigo por haber muerto (ποινὴν = punido) a Juan, llamado el Bautista. Herodes lo hizo matar (κτείνω), a pesar de ser un hombre justo que predicaba la práctica de la virtud, incitando a vivir con justicia mutua y con piedad hacia Dios, para así poder recibir el bautismo 2. Era con esta condición que Dios consideraba agradable el bautismo; se servían de él no para hacerse perdonar ciertas faltas, sino para purificar el cuerpo,. con tal que previamente el alma hubiera sido purificada por la rectitud. Hombres de todos lados se habían reunido con él, pues se entusiasmaban al oírlo hablar. Sin embargo, Herodes, temeroso de que su gran autoridad indujera a los súbditos a rebelarse, pues el pueblo parecía estar dispuesto a seguir sus consejos, consideró más seguro, antes de que surgiera alguna novedad, quitarlo de en medio, de lo contrario quizá tendría que arrepentirse más tarde, si se produjera alguna conjuración. Es así como por estas sospechas de Herodes fué encarcelado y enviado a la fortaleza de Maquero, de la que hemos hablado antes, y allí fué muerto (κτίννυται). Los judíos creían que en venganza de su muerte, fué derrotado el ejército de Herodes, queriendo Dios castigarlo.-- Antiguedades de los Judíos Tomo III de Flávio Josefo, Livro 18, capítulo 3.
Uma das funções dos soberanos antigos, reis ou tetrarcas, era a de juízes, particularmente para a aplicação da lei penal bem como para a regulação dos conflitos civis de interesse comum como eram as mercês administrativas. No caso de João Baptista tratava-se de prendê-lo para evitar uma rebelião como se sabia que tinha ocorrido recentemente com Judas o galileu, que liderou uma revolta contra a dominação Romana no ano 6 d. C, e tinha fundado a seita dos zelotas a que João Baptista pertencia seguramente. Na verdade, a sua pregação no deserto e baptismo não seriam senão uma forma de recrutamento de futuros combatentes messiânicos e portanto a sua prisão preventiva não era mais do que uma forma de administração sensata e prudente como o próprio Josefo o refere.
O que se pode questionar é que, estando no banquete a nata da aristocracia local, Josefo não tenha sabido o que se passou e João Marcos o tenha sabido e escrito e por este o tenha sabido e mal escrito Mateus e mais nenhum evangelista suspeitando-se que o autor do quarto evangelho o tenha sabido também mas não o tenha registado por o ter considerado um acontecimento indecoroso...ou comprometedor para o seu amado Jesus. Assim, suspeita-se que o juramento de Herodes não tenha sido feito em presença “dos que estavam com ele à mesa”, sendo esta frase uma interpolação tardia de tipo de prova testemunhal retórica da fidelidade do relato de que, só João sabia, possivelmente da boca do próprio Jesus que de tudo esteve a par.
Contudo, Flávio Josefo conta que João o Baptista não morreu na província da Galileia, mas na província de Pereia, numa fortaleza chamada Maqueronte. É que Herodes Antipas governava sobre duas províncias: a Galileia, ao norte do país (onde estava a capital, Tiberíades), e Pereia, a sudeste (onde estava a fortaleza de Maqueronte). A sua jurisdição era, pois, bastante incómoda, pois governava duas províncias separadas entre si. [10]
Em boa verdade, Flávio Josefo não diz nem onde nem como João Batista morreu mas apenas onde foi preso mas não durante quanto tempo o que para quem está a corrigir Marcos não é coisa de somenos.
Ora bem, como João Baptista pregava e baptizava na província de Pereia, é lógico pensar que os soldados de Antipas, quando o prenderam, conduziram-no para a fortaleza de Maqueronte, que ficava na província de Pereia. O qual, uma vez mais, vem dar razão a Flávio Josefo.
Mas, não é possível que a festa se tenha celebrado na Galileia (como diz Marcos), e que dali Antipas tenha ordenado que matassem o Baptista em Maqueronte (como diz Josefo)? Segundo o evangelho, tal não é possível, uma vez que a prisão e a festa parecem encontrar-se no mesmo lugar. Pois vemos que a jovem, mal acabou de bailar, pede ao tetrarca que lhe tragam “agora mesmo” a cabeça de João Baptista; e ela espera que o verdugo vá, execute a ordem, e volte. Ora Maqueronte está a 175 quilómetros de Tiberíades! Quantos dias não teria que esperar a filha de Herodíade, até que lhe trouxessem a sua prenda macabra? [11]
Agora sim estamos perante argumentos meramente circunstanciais. Como nem tudo o que parece é, de facto, nada prova no relato de Marcos que a festa tenha sido no mesmo lugar da decapitação de João Baptista e o “agora mesmo” pode ser um erro de tradução ou de cópia ou mesmo uma interpolação infeliz porque não aparece em Mateus e não era Salomé, a filha de Herodías que tinha que esperar mas a sua mãe que embora impaciente já tinha esperado demais por este momento para que lhe fosse de todo impossível esperar mais alguns dias porque os cavalos romanos eram velozes porque a espécie cavalar depende da velocidade para sobreviver e escapar aos predadores podendo alcançar mais de 50 Km hora e os escritores latinos informam que se colocavam estafetas ao longo das estradas romanas, com estações postais, onde os viajantes substituíam os cavalos por outros folgados. A velocidade média do correio romano era de 80 quilómetros por dia pelo que Herodias terá tido a cabeça de João Batista em menos de uma semana o que para a época era quase na hora.
Agora vejamos o espantoso da argumentação teológica:
Também aqui, pois, Marcos deu uma informação histórica inexacta. Mas, não é que o evangelista se engane. Não; ele não procurou a precisão histórica no seu relato, mas a mensagem teológica. E por isso, situa de propósito a morte de João na Galileia, a região onde Jesus vivia e pregava: para mostrar que o martírio do Baptista já ia pressagiando o trágico fim de Jesus da Galileia.
João, pois, não foi preso por ofensas morais, mas por questões políticas; e não morreu na Galileia, mas em Pereia. [12]
Até parece que em teologia os fins justificam os meios e umas mentirolas são coisa de somenos para “mostrar que o martírio do Baptista já ia pressagiando o trágico fim de Jesus da Galileia”. Obviamente que as razões morais de Herodias foram um mero pretexto de que se serviu a intriga palaciana herodiana se ajustar à agenda política de Jesus Nazareno.
O historiador FLÁVIO JOSEFO, a quem seguimos até agora, nem o afirma, nem o nega. Só diz que “foi levado para a fortaleza de Maqueronte, e ali foi executado”, sem especificar as circunstâncias. Pôde, pois, ter sido durante um banquete celebrado na fortaleza de Maqueronte. Contudo, muitos biblistas opinam que os pormenores da festa, relatada por MARCOS, não são históricos mas inspirados numa obra do Antigo Testamento: o livro de Ester.
De facto, este escrito conta que um rei organiza um opulento banquete para os nobres, os oficiais e a gente importante do seu reino (Est 1,1-3). E que, ao alegrar-se por causa do vinho, o rei faz vir a rainha à sua presença, para que todos a admirem (Est 1, 9-11). E que, durante o banquete, o rei pergunta à rainha: “Qual é o teu pedido, rainha Ester? Pois ele te será concedido. Que é o que desejas? Mesmo que fosse metade do meu reino, seria satisfeito” (Est 7,2). Tudo como na versão de Marcos. Com uma diferença: enquanto Herodíade pede a morte (de João), a rainha Ester pede a vida (dos judeus do país, que estavam em perigo: Est 7,3-4).
É possível, portanto, que João tenha morrido durante um banquete, como relata MARCOS. Mas os pormenores desse banquete parecem ter uma origem popular e lendária, donde teriam sido recolhidos pelo evangelista. Trata-se de um relato surgido dentre as pessoas, que estavam doridas pela morte do seu querido pregador, e que por meio desse relato tentavam mostrar a diferença entre a rainha Ester (exemplo de mulher judia), e a “rainha” Herodíade (exemplo de mulher perversa e fatal). [13]
Todos os escritores, particularmente os que usam a dialéctica como arma de propaganda, usam a retórica como um recurso estilístico decorativo. Isso não invalida que o fundo do relato seja verdadeiro tanto mais que neste caso os autores franciscanos o aceitam mas na versão clerical de Mateus, vá-se lá saber porquê, na medida em que se sabe que Mateus copiou e que o alterou não porque tenha tido fundadas razões para isso mas porque é assim que acontece quando há variantes orais da mesma a informação.
Quais as alterações de MATEUS, ao texto de Marcos?
Antes de mais, não lhe pareceu lógico uma pessoa tão imoral como Antipas poder sentir respeito por João, nem ter qualquer tipo de conversa com ele. Por isso, em vez de dizer, como Marcos, que Antipas não o matava porque o admirava, diz que «teve medo do povo, que o considerava um profeta» (v. 5).
Também elimina a consulta que a bailarina vai fazer à sua mãe. Segundo este evangelista, quando o tetrarca pergunta à jovem o que queria, ela, «induzida pela mãe, respondeu…». Como se mãe e filha já tivessem acordado, previamente, pedir o tétrico presente.
Enfim, acrescentou no fim do seu relato que os discípulos de João, após terem enterrado o cadáver, «foram dar a notícia a Jesus». Deste modo, quis sublinhar o entendimento e as boas relações existentes entre João e Jesus, e entre os seus discípulos e Jesus. [14]
Na verdade, se alguma se provou até aqui é que “as boas relações existentes entre João e Jesus, e entre os seus discípulos e Jesus” eram falsas ou no mínimo desequilibradas para o lado de João que sempre se mostrou leal para com o primo. Mas parece que a seita dos Madianitas ou Mandaenos se revela um registo fóssil antropológico e religioso que demonstra precisamente o contrário daquilo que em que os cristãos acreditam.
O nome madianitas literalmente significa gnóstico (de manda, gnose) e na verdade refere-se apenas aos leigos, embora seja com freqüência aplicado à comunidade como um todo. Seus sacerdotes chamam-se nazoreanos. Os árabes referem-se a eles como subbas, e aparecem no Alcorão com o nome de sabeítas. (...) A religião dos madianitas é uma completa e retumbante mixórdia: diversos fragmentos do judaísmo do Antigo Testamento, formas gnósticas heréticas do cristianismo e crenças dualistas iranianas estão todas misturadas em sua teologia e cosmologia. O problema está em separar o que era sua crença original do que foi incorporado posteriormente. Parece que os próprios madianitas esqueceram grande parte do significado inicial de sua religião. No entanto, é possível fazer algumas generalizações a respeito, e uma análise apurada permitiu que os estudiosos chegassem a certas conclusões sobre suas crenças remotas. Foi essa análise que nos forneceu algumas pistas interessantes sobre a importância de João Batista e seu verdadeiro relacionamento com Jesus. (...) Uma coisa sobre os madianitas que sempre intrigou os estudiosos é sua insistência em que suas origens remontam ao Egito. De fato, nas palavras de Lady Drower, eles se consideram, de alguma forma, "correligionários" dos antigos egípcios, pois um de seus textos sagrados diz que "o povo do Egito era da nossa religião". A misteriosa região montanhosa de Tura d'Madai, que afirmam ser sua terra natal, foi onde a religião surgiu - entre as pessoas, dizem eles, que vieram do Egito. O nome de seu semi-deus, que governa mundo, Ptahil, tem uma semelhança incrivelmente próxima com o deus Ptah dos egípcios e, como vimos, suas cerimônias fúnebres parecem dever muito às dos antigos egípcios.
(...) O Livro de João conta a história de João e Jesus. O nascimento de João é profetizado em um sonho e uma estrela aparece sobre Enishbai (Isabel). Seu pai é Zakhria (Zacarias), e os dois genitores, como na história dos Evangelhos, são idosos e sem filhos. Após o nascimento, os judeus conspiram contra o menino, que é levado por Anosh (Enoch) para sua proteção e escondido em uma montanha sagrada, da qual retorna com a idade de 22 anos. Ele então torna-se o líder dos madianitas, e, o que é interessante, é representado como alguém que tem o dom da cura. (...) E o que faz Jesus no Livro de João? Ele aparece com os nomes de Yeshu Messiah e Messiah Paulis (acredita-se que este último derive de uma palavra persa que significa "impostor") e, algumas vezes, como "Cristo, o Romano". Ele aparece pela primeira vez na história se apresentando para tornar-se um discípulo de João; o texto é pouco claro, mas sugere que Jesus não era membro da seita, mas um forasteiro. Quando ele pela primeira vez vai até o Jordão e pede para ser batizado, João mostra-se céptico quanto a seus reais motivos e merecimento e recusa, mas Jesus finalmente o persuade. Ao ser batizado, Ruha, a deusa das trevas, aparece na forma de uma pomba e lança uma cruz de luz sobre o Jordão. (...) Os madianitas, com sua confusa cronologia, aguardam a chegada de um personagem chamado Anosh- Uthra (Enoch) que irá "acusar Cristo, o Romano, o mentiroso, filho de uma mulher, que não vem da luz" e irá "desmascarar Cristo, o Romano, como um mentiroso, e ele será amarrado pelas mãos dos judeus, seus devotos irão amarrá-lo, e seu corpo será assassinado".
(...) As implicações desse plágio das escrituras são enormes. Seria possível que grande parte desse material tão estimado por gerações de cristãos - por conter ou representar as verdadeiras palavras de Jesus - estivesse totalmente relacionado a outro homem? E que esse outro fosse seu ferrenho rival, o profeta que não profetizou a vinda de Jesus, mas que era reverenciado como o próprio Messias - João Batista? Investigações contínuas revelam mais e mais evidências de que os madianitas representam uma linha direta que remonta aos seguidores originais de João. De fato, a mais antiga referência aos madianitas data de 792, quando o teólogo sírio Theodore bar Konai, citando o Ginza, explicitamente afirma que eles derivavam dos dositeanos. E, como já vimos, os dositeanos eram uma seita herética formada por um dos primeiros discípulos de João, paralelamente ao grupo de Simão Mago. E há mais. Vimos que Jesus era chamado de "nazoreano" ou "nazareno", que era também um título aplicado aos primeiros cristãos, embora não tivesse sido cunhado com a intenção de descrevê-los. Esse termo já existia e era utilizado por um grupo de seitas correlatas das regiões heréticas da Samaria e da Galiléia, cujos membros se consideravam os guardiões da verdadeira religião de Israel. Quando usado para designar Jesus, o termo "nazoreano" identifica-o como um membro regular de um culto que, a partir de outra evidência, parece ter existido desde pelo menos 200 anos antes de seu nascimento. Mas lembre que os madianitas também chamavam seus adeptos de "Nasurai": isso não é coincidência. Hugh Schonfield, ao discutir os nazoreanos pré-cristãos, afirma: Há uma boa razão para acreditar que os herdeiros desses nazarenos... são os atuais nazoreanos (também conhecidos como madianitas) do baixo Eufrates. O grande estudioso da Bíblia C. H. Dodds concluiu que os nazoreanos eram a seita à qual João pertencia - ou , mais corretamente, que ele liderava -, e que Jesus começou sua carreira como discípulo de João, mas deu início a seu próprio culto e levou o nome consigo.
(...) Os madianitas afirmam que os precursores de sua seita vieram do antigo Egito, embora a seita seja originária da Palestina. Eles não eram judeus, mas viviam lado a lado com estes. Sua seita, conhecida então como nazoreanos, era liderada por João Batista, mas já existia desde muito tempo antes. Eles o veneram, mas não o consideram nada além de um grande líder e profeta. Sofreram perseguições, primeiro por parte dos judeus, depois dos cristãos, e foram expulsos da Palestina, cada vez mais para leste, até chegarem a sua terra atual. Os madianitas viam em Jesus um mentiroso, um embusteiro, um feiticeiro do mal, o que corresponde com a visão dos judeus expressa no Talmude, onde se diz que Cristo foi acusado de "desencaminhar" os judeus e que sua sentença de morte lhe foi imputada por ter sido condenado como ocultista. – A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett& Clive Prince.
Quanto ao argumentário católico dê a voltas que dê vai ter sempre ao mesmo lado errado do texto que é o da sua interpretação alegórica teológica de acordo com o seu próprio exoterismo litúrgico. Que o novo testamento seja verdadeiro mesmo tomado à letra ao estilo beato hipercorrecto pré conciliar ou que seja criticável ao estilo modernaço pós conciliar o importante é que se salve a mesma fé irracional num divino Jesus Cristo que morreu e ressuscitou para salvação da humanidade.
Fosse qual fosse o motivo da morte do Baptista, Marcos incluiu-a no seu evangelho com uma clara intenção: mostrar que João não somente preparou os caminhos de Jesus, mas também preparou o seu desenlace; que a morte de João, aparentemente sem sentido, teve um significado importante: preparar a morte de Jesus. Por isso Marcos a conta antes de Jesus anunciar pela primeira vez a sua futura paixão.
O austero profeta precursor, mais que «uma voz que grita», como ele próprio se definiu (Jo 1,23), tinha sido um trovão que retumbou, com estridência, perante a corrupção do tetrarca que manejava o poder arbitrariamente, sem se importar com o sofrimento das pessoas nem as dores do povo humilde. Por isso perdeu a cabeça: por denunciar as injustiças. [15]
Ora bem, tal como Einestein concluiu a sua teoria da relatividade revelando a substancialidade do espaço-tempo que acaba por ocupar o lugar do éter que tinha negado para começo da sua teoria, também neste caso se começa por negar que Marcos tenha sido historicamente exacto porque Flávio Josefo o contradisse ao afirmar que o Batista tinha morrido por razões políticas, depois de muitas voltas e contradições este texto teológico franciscano acaba na reviravolta de se renegar afirmando que “o austero profeta precursor perdeu a cabeça: por denunciar as injustiças”, ou seja, pelas mesmíssimas razões morais criticadas a Marcos.
[1] THIS Zadok, who was called Yônâkîr, and Dinah his wife were righteous before God, and were rich in earthly riches and in goods and chattels; but they had neither fruit nor offspring like other people. They were reproached by the people for their barrenness, and they did not allow them to offer up the offering except after every one else, because they had no children among the people of Israel. And Yônâkîr went out into the desert, and pitched his tent outside the encampment, and he prayed before God with mournful tears, and put on garments of mourning; so also did Dinah his wife. And God heard their prayers and accepted the sacrifices of their tears. The angel of God came to them, and announced to them the conception of Mary, saying, 'Your prayer has been heard before God, and behold, He will give you blessed fruit, a daughter who shall be a sign and a wonder among all the generations of the world; and all families shall be blessed through her.' Then they two praised God, and Zadok returned to his habitation.--CHAPTER XXXIV, OF THE ANNUNCIATlON OF THE ANGEL TO YÔNÂKÎR (JOACHIM) IN RESPECT OF MARY. -- The Book of the Bee edited and translated by Earnest A. Wallis Budge, M.A.
[2] At a very early period, some zealots, taking the words of S. Paul literally, "From now on let no one trouble me, for I bear in my body the marks of the Lord Jesus" (Gal. VI, 17), imprinted upon their foreheads, and other parts of their bodies the Cross, and, in some in stances, probably, the monogram of Christ. The heretical Jacobites, who rejected water, substituted a baptism of fire, branding with a redhot iron a cross upon the cheeks or foreheads of their proselytes. This was no new invention. Among the ancient Syrians, Greeks, and other nations indelible marks were made on the face, or elsewhere, denoting the standing of the bearer. -- The Cross in Tradition, History, and Art by Seymour, William Wood.
[3] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[4] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[5] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[6] A GRANDE HERESIA, O Segredo da Identidade do Cristo, Lynn Picknett & Clive Prince.
[7] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[8] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[9] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[10] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[11] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[12] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[13] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[14] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
[15] http://www.capuchinhos.org/biblia2/a-biblia-responde/528-porque-mataram-joao-baptista
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