Figura 2: Gestina Um dos aspectos mais interessantes desta representação de uma deusa oriental que segura cachos de uvas, como símbolo redundante da sua exposta fertilidade primaveril é o estranho «par duplo» de asas que mais se assemelham a asas de díptero do que de ave. Quiçá por se tratar duma clara referências aos insectos da fecundação das palmeiras se tenha confundido premeditadamente com uma abelha ou mais seguramente, e por uma relação mítica com a metamorfose das lagartas, com as «borboletas»! |
Pour alléger son sort, la déesse Inanna autorisa Geshtinanna, la soeur de Dumuzi, déesse du vin à prendre sa place tous les six mois par alternance. Inanna la Reine du ciel, devient elle aussi un symbole de la résurrection, comparable aux pouvoirs de légende détenus par la déesse égyptienne Isis qui a fait revivre son époux Osiris assassiné et déchiqueté par son méchant frère Seth et s'est même fait féconder post-mortem par l'esprit de son époux d'un fils qu'elle nommera Horus.
Geshtinanna < Kiast Innana, Innana enquanto deusa do fogo.
A ingenuidade mítica chega a atingir as raias da desatenção infantil. Sendo intuitivo que o primeiro casal divino só poderia ter sido formado por dois irmãos, na mesma lógica do poder solitário que obrigava os faraós a casarem com as irmãs, Damuz deveria ser irmão de Inana pelo que Gestinana ou era literalmente Inana enquanto Vesta, Hestia ou a «gesta» que alimenta o fogo celeste ou era também irmã de Inana o que já faria irmandade e compromissos familiares a mais, mesmo entre deuses!
Ĝeš [penis] wr. ĝeš3; mu "penis; macho" Akk. išaru; zikaru
Ĝeš [sessenta] wr. geš2; mu-nos "60"
Ĝeš [árvore] wr. GES; mu; u5 "árvore; madeira; uma descrição dos animais" Akk. işu .[1]
GES-bala [vender] wr. GES bala " passar algo sobre uma vara de madeira (bitola)", “concluir uma venda".
Ĝeš < Ge-Ish, filho da terra = Ish-Ge Ξ ish-Kur > ish-karu
> Akk. zikaru > išaru; Ξ Kar-Ish ó «carralium».
A análise sumária dos termos compostos por Ĝeš sugere-nos a mesma metáfora que ainda hoje é usada em português para o órgão da cópula animal, a «verga».
«Verga» = vara flexível e delgada; • vime, junco com que se fabricam cestas, cadeiras, mesas, etc.; • fasquia flexível; (…) (Anat.) o órgão copulador do boi e do cavalo < Lat. virga ó virgo / virginis = alguém ou algo que ainda não teve relações sexuais.
Assim o étimo latino virg- derivaria de *Vir-Gis < *Wer-Ĝeš, literalmente a verga do deus Ver.
Assim a etimologia do sumério Ĝeš passaria pela semântica metafórica da «verga» enquanto vergônteas ou filhos novos de árvore que se esgarçavas para libertar a seiva das árvores para os frutos e com elas fazer lenha para as fogueiras. De facto, nos ainda recentes tempos da ruralidade mediterrânica uma boa fogueira começava por um amontoado de «giestas», vergônteas de oliveira e amendoeira, e vides bem secas.
«Giesta» < ??? Lat. genesta < genista, s. f. género de plantas ornamentais leguminosas; • vassoura de giesta.
Sendo assim, o mais provável é que tenha sido o nome das uvas a derivar do nome da deusa do vinho, e não a inversa colocando-se então a hipótese de o nome comum desta deusa te sido abreviadamente *Gestina, ou seja, a Sr.ª *Giesta!
De facto:
*Gestina < Geinesta > Lat. genesta / genista
«Gesta» < geesta ó geista > «giesta»!
O termo «giesta» português seria assim um sobrevivente de uma termo arcaico mediterrânico que seria sobretudo usado para as vides, precisamente por ser usado em conjunto com estas para fazer as utilitárias fogueiras.
Gestin [VIDEIRA] wr. Gestin; ĝešĝeštin; mu-estanho; mu-ti-in "videira, vinho" Akk. karānu; ĝeštinaha [RAISIN] wr. ĝesĝeštin-AH3-a "raisin" Akk. muzīqu; ĝeštinbil [UVA] wr. ĝešĝeštin-bil2 "uma uva" Akk. pillu; ĝeštinguruma [VIDEIRA] wr. ĝešĝeštin-gurum-ma "estoque da videira" Akk. Karan Lani; kippat Karani; tillat Karani; ĝeštinka'a [UVA] wr. Gestin-KA5-a "uma uva" Akk. Karan Selebi; ĝeštinkira [bago] wr. ĝešĝeštin-kir4-ra; ĝešĝeštin-gir2-ra; ĝešĝeštin-kir4; ĝešĝeštin-gir2 "uma baga" Akk. amurdinnu; ĝeštinzug [UVA] wr. ĝešĝeštin-zug2 "uma uva" Akk. pillu[2]
Geshtinana = Gestinana lit, “Sr.ª das uvas” | < Gest- < Ki-ast | Inana
= Vesta + Inana
A prolixidade de termos relativos ao culto da vinha demonstra que esta começou com a cultura neolítica suméria a para da cerveja. A relação do vinho com a inteligência que ele parece dar, quando a tira de facto, deve resultar sobretudo da ilusão inebriante e de língua solta que coloca os semi embriagados que começam a falar pelos cotovelos ou então do complexo saber agrícola e astúcia que o cultivo da vinha pressupunha nas épocas rurais.
En mitología acadia y sumeria, Geshtu-E (también Geshtu, Gestu) fue un dios menor de la inteligencia. La leyenda relatada en el poema Atrahasis, cuenta que fue sacrificado por los dioses superiores y su sangre usada para crear a la humanidad.
Geshtu-E seria literalmente a casa do «gesto» de beber Gestu enquanto sinal superior de inteligência ou processo de acesso aparente ao saber inspirado pela embriagues. Ges-tu seria literalmente o nascido de Ĝeš
Ĝešu, de significado indeterminado < Ges-tu < Geshtu < Ĝeš-utu < Gi-Xu-tu, o deus menino filho e esposo da Deusa Mãe Terra…que possivelmente seria Geshtinana.
Na verdade, dizer-se que Geshtinana era a “deusa da vinha” sendo este papel reservado aos deusas da água doce e do fogo das estâncias termais, em virtude da relação do vinho e das bebida alcoólicas com a aguardente, é já suspeito de estarmos diante duma das facetas de Inana, Nim-me-sar-ra "a Senhora de uma miríade de ofícios" que teria roubado Enki precisamente depois de o ter embebedado com cerveja, seguramente que do próprio Enki uma vez que entre os mesh desses ofícios estaria o do fabrico de bebidas fermentadas que na suméria seria a cerveja, por ser ali mais popular do que o vinho.
Porém, como se viu antes na equação de derivação do nome de Gestinana, tudo apontaria para que se tratasse de um nome construído a partir do nome sumério das uvas nada tempo portanto a ver com o nome de Inana, a não ser por mera e contingente aparência secundária.
Geshtinanna - The sister of Dumuzi the sheperd god, she interprets dreams as one of her mediums, along with being a demigoddess of the grape harvest used in the making of wine, every year she descends into the underworld to replace her brother to allow him to cause the Earth to be fertile again. Gestin = Grape. Geshtu-Bad = Wisdom (to give). Bad = Reveal
Conjugando a semântica do mitema desta deusa com a língua suméria ficamos a saber que afinal a relação entre o mitema bíblico da “árvore do bem e do mal” era correlativo com o mitema da “árvore da vida eterna” ou, se quisermos dizer o mesmo em termos de lógica aristotélica, um caso particular desta. Não valerá a pena explicar a razão pela qual o vinho teria acabado por se ter associado com ritos xamânicos de interpretação de sonhos uma vez que este seria apenas um caso particular das “poções mágicas” do mesmo modo que a videira teria sido apenas uma das muitas “árvores da vida”. De facto o vinho, como qualquer outra bebida alcoólica, destrava as línguas, alegra o coração dos homens e pões os néscios a falar como sábios! Geshtu pode ter sido um termo sumério que adquiriu semântica a partir do nome da deusa mãe do fogo Gesta / Vesta, por forma metafórica elementar na medida em que estas deusas do fogo iluminavam os espíritos despertos quando a noite convidava ao sono e revelavam os sonhos aos adormecidos por poções mágicas!
Siduri (Siduru, Sabatu): Goddess of brewing and of wisdom. Word "alewife", "sabitum", may also mean "woman from the land of Sabum." - the barmaid, the Babylonian equivalent of Hebe, the goddess of divine wine, who is depicted as seated in heaven in the shade of her vineyard - the barmaid, is a manifestation of Ishtar who dwells at the lip of the sea, beyond which is the Land of Life, where Utnapishtim lives. She speaks with Gilgamesh. She wears a veil."
Ver: HEBE (***) & DAMUZ (***)
De facto, seria improvável a existência de duas “deusas do vinho” em contextos semânticos tão ambíguos como este em que Gestinana se manifesta com «gestos» fonéticos de Inana!
Sendo assim, é legítima a suspeita de que Gestinana não seria mais do que um epíteto de Siduri que seria, por sua vez, uma forma de Inana / Ishtar autonomizada por artifício mítico, fosse para exaltar doutrinariamente Inana dispensando-a de funções que se começavam a perfilhar como subalternas, fosse para a libertar da incongruência de mortes sazonais que lhe eram astrologicamente imprópria uma vez que a lua as manifestava de forma mensal!
Mas terão existido indícios de que esta divindade das uvas e da vinha tenha sido a evolução duma deusa *Gestina que seria apenas uma deusa do fogo e do madeiro de lenha, possivelmente a mesma deusa da “árvore da vida”? Sabemos que existiu uma mitologia específica destas deidades que teve o máximo de representatividade na deusa canaanita Ashera e em cultos arcaicos de Hera. Ashera era seguramente uma deusa aparentada com Istar o que continuaria a fazer desta *Gestina uma deusa do grupo de Istar. Como não existe fumo sem fogo nem crime perfeito a verdade é que vamos encontrar indícios dum arcaico culto de deidades do fogo e do madeiro de lenha precisamente no nome do irmão e seguramente amante desta deusa, Ninguiszida!
Gest-Inana era a deusa da “árvore da vida” e uma mera manifestação de Inana. Gestinanna = Inana irmã gémea de Damuz = Nin-Giszida.
[1] ĝeš [PENIS] wr. ĝeš3; mu "penis; male" Akk. išaru; zikaru
ĝeš [SIXTY] wr. geš2; mu-uš "sixty"
ĝeš [TREE] wr. ĝeš; mu; u5 "tree; wood; a description of animals" Akk. işu
[2] ĝeštin [VINE] wr. ĝeštin; ĝešĝeštin; mu-tin; mu-ti-in "vine; wine" Akk. karānu
ĝeštinaha [RAISIN] wr. ĝesĝeštin-ah3-a "raisin" Akk. muzīqu
ĝeštinbil [GRAPE] wr. ĝešĝeštin-bil2 "a grape" Akk. pillu
ĝeštinguruma [VINE] wr. ĝešĝeštin-gurum-ma "stock of the vine" Akk. karān lāni; kippat karāni; tillat
ĝeštinka'a [GRAPE] wr. ĝeštin-ka5-a "a grape" Akk. karān šēlebi
ĝeštinkira [BERRY] wr. ĝešĝeštin-kir4-ra; ĝešĝeštin-gir2-ra; ĝešĝeštin-kir4; ĝešĝeštin-gir2 "a berry" Akk. amurdinnu
ĝeštinzug [GRAPE] wr. ĝešĝeštin-zug2 "a grape" Akk. pillu.
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