domingo, 22 de setembro de 2013

MELKART, o senhor das cidades Fenícias. Por Artur Felisberto.

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Figura 1: Melkarte seria seguramente a variante Síria de Guilgamech e, por isso, o mesmo que o grego Hércules.

Este reinado foi marcado, sobretudo, pelo assassinato de um dos filhos do rei, Andrógeo. Para não deixar o assassino impune, Minos fez guerra aos Atenienses, e exigiu deles um tributo anual de sete rapazes e sete moças, que eram entregues ao Minotauro e devorados por este.

Andrógeo < Anthaur-gino, lit. “gerado pelo Sr. Touro

ou então uma inesperada forma pré-cristã de “filho do homem”

< An-taur-Kian.

Como kian era a Sr.ª Ki, a deusa mãe do céu podemos postular que:

An-taur-Kian º An-taur-ama = Ama-Antaur > Minotauro!

O mito encobre mal a realidade do culto fenício ao deus Moloque / Melkart, que aceitaria “sacrifícios humanos”, de preferência crianças e primogénitos. Digo: aceitaria, porque, por outro lado, existem mais evidências de que os “sacrifícios humanos” seriam uma reserva muito arcaica da Deusa Mãe das cobras cretenses, mas que já teria caído em desuso à época das invasões micénicas. Então, de forma abrupta e regressiva o culto dos “sacrifícios humanos” teria regressado mas agora já a contra corrente do progresso cultural e portanto condenado a gerar repulsa em locais que foram do império minóico com tradições mais humanistas, como seria o caso de Atenas.

No entanto, tudo são conjecturas porque, a respeito dos antigos cretenses, se conhecemos relativamente bem a sua tecnologia civilizacional, pouco ou nada sabemos da sua história nem das suas crenças mais profundas. E, no entanto, tudo aponta para que a civilização cretense tenha sido a mais importante das culturas mediterrâneas da antiguidade. Pelo menos em relação com a cultura clássica não restam dúvidas de que o germe mais antigo e significativo da cultura helénica começou em Creta.

A ideia de que os sacrifícios de criancinhas a Moloque seria um costume importado da Canaaneia fenícia não faz sentido quase nenhum porque este povo tinha a mesma cultura e, suspeita-se que tanta ou mais piedade, do povo judeu.

Ora o último sacrifício humano exigido por Deus nesta parte do mundo antigo foi o sacrifício falhado de Isaac, o primogénito de Abraão! Se a realidade de Abraão for de facto lendária estamos perante uma repercussão no corredor sírio dum movimento cultural a nível mundial que ia no sentido do fim dos “sacrifícios humanos”, movimento este tão natural e plausível em seu devido tempo e logar como o seriam mais tarde os movimentos contra a escravatura, os que põem em causa a pena de morte e a prisão perpétua e os futuristas movimentos em prol dos direitos dos animais (ainda que não reclamáveis pelos próprios)!

Ora, a época mais provável dos acontecimentos bíblicos relativos ao mito de Abraão devem ser situados numa fase de desenvolvimento cultural que apontam para perto do II milénio ª C. ou seja, talvez depois das invasões micénicas.

The Hebrew form of the word is invariably Molech, meaning “king” or “counsellor”. The first recorded instance of a worshipper of Jehovah who “burned his son as an offering” (that is, to Moloch) is that of Ahaz (see 2 Kings 16:3). The same story is told of Manasseh, eponymous ancestor of one of the 12 tribes of ancient Israel (see 2 Kings 21:6). The practice is also alluded to in the books of Jeremiah, Ezekiel, and Leviticus. The ritual of Moloch worship was probably borrowed by Judah from one of the surrounding nations; it was practised by the Moabites (see 2 Kings 3:27) and Ammonites.

Os casos referidos pelos profetas são tardios e nem sequer relacionados com os fenícios mas com os Amonitas e os Moabitas que, por serem inimigos figadais dos judeus teriam acabado por ter de carregarem culpas alheias!

Moab, ancient country on the hill plateau east of the Dead Sea, in what is now Jordan. The Moabites were closely related to the Hebrews and were subject to Israel during the reigns of David and Solomon (11th-10th century BC). [1]

Sobre o povo de Moabe[2] pouco mais poderemos acrescentar do que estranhar que se possa ter acabado por acusar de prática de “sacrifícios humanos” um povo que esteve tão intimamente associado ao povo eleito e que a que pertenceu a avó de David! De qualquer modo a etimologia do nome deste povo aponta para a possibilidade de este se ter sido matriarcal e então possivelmente originário de alguma cultura arcaica péri-mediterrânea.

Ammonites, ancient Semitic people who inhabited the region between the Syrian Desert and the Jordan River in present-day Jordan. According to Genesis 19:38, they were the descendants of Ben-ammi, the son of Lot, and close kin to the Moabites. The Ammonite civilization began in the 13th century BC and lasted until the 6th century BC. The capital city was Rabbah Ammon (now Amman, Jordan). [3]

Já a inopinada relação dos Amonitas com o irmão de Abraão nos deixa cheios de suspeita de que afinal se tratariam de colonos cretenses como vieram a ser os filisteus mas surgidos no corredor Sírio numa fase muito mais precoce da colonização da costa oriental do mediterrâneo, precisamente na época de Abraão, quem sabe se imediatamente depois da catástrofe da explosão do vulcão de Santorini, cerca de 1775, que iniciou o brusco colapso da civilização minóica e o fim da civilização Suméria de Ur. O encontro dramático no corredor sírio de povos outrora relacionados por rotas de comércio que iam das cem cidades estados de Creta às prósperas cidades estado da Suméria pode ter sido o pretexto para a criação semi-lendária, porque mais mítica do que histórica, do episódio de Sodoma e Gomorra.

19:24 igitur Dominus pluit super Sodomam et Gomorram sulphur et ignem a Domino de caelo 19:25 et subvertit civitates has et omnem circa regionem  universos habitatores urbium et cuncta terrae virentia

Claro que qualquer uma destas cinco cidades se poderia ter localizado num qualquer ponto da periferia próxima do epicentro da catástrofe que vitimou Thera e Kalisté mas a sua localização nas margens do «Mar morto» não deixa de ser uma bela figura de retórica! No entanto a revelação dos estranhos gostos de alguns dos homens de Sodoma permitem-nos algumas pistas para a localização preferencial destas cidades. Claro que existem algum exagero metafórico no autor bíblico quando este se refere a toda uma população de pervertidos e inveterados mas a intenção foi obvia! Como não seria fácil encontrar cidades inteiramente limpas de tais práticas o pecado que poderia justificar a chacina apocalíptica que se iria seguir teria que ser também um exagero de anormalidade!

19:4 prius autem quam irent cubitum viri civitatis vallaverunt domum a puero usque ad senem omnis populus simul

O interessante da questão reside no facto de que o povo antigo clássico que mais foi acusado de tais exagero foi a Grécia e a verdade é que estes não só deitavam as culpas de para os cretenses a quem responsabilizavam pela origem de tal vício como se atreviam a acusa-los de o praticarem num grau muito maior do que o deles o que dá para imaginar a metáfora de exagero que resulta daqui![4]

Pois bem no plano lendário a esposa de Lot poderia ter sido cretense razão pela qual não terá sido poupada ao castigo divino! No plano romanesco Lot seriam um comerciante sumério da mesma tribo de Abraão apanhado no rescaldo desta catástrofe e que tece de ser acolhido por seu irmão então de passagem pelo corredor sírio! Mas Lot poderia ter sido uma racionalização do divino esposo de Leto, mãe de Apolo e Artemisa.

The many variations on spellings that I've gathered are as follows: Melech, Molech, Milcom, Melkom, Moloch, Molek, Malec, Malik, Melek, Malkum, Melqart, Melkart, Milk, and Melqarth. In Islamic belief this deity is called Malec or Malik, and considered to be the principle angel in charge in Djahannam, their version of hell (Mercatante). The Jews say Malakh ha-Mavet is the Angel of Death, that "malak" means "angel" or "messenger," and that "melek" means "king" (The New Jewish Encyclopedia) [5]

M?l-Ki; M?l-Kima; M?l-kartu

=> M?l (Kar-kima-tu) > Sr.ª Karkemish = Artemisa.

M?lech ó M?loch < Mel | -Oco < Caco |.

Artemisa foi única deusa que na Guerra de Tróia ainda reclamou por “sacrifícios humanos” aos gregos!

A partícula mlk, do semita do noroeste, era o título dado aos soberanos das cidades-estado do Levante a partir do fim da Idade do Bronze. 

A forma usada no hebraico bíblico é מֶלֶךְ, melek.

O termo Moloque ou Moloch foi interpretado tradicionamente como epíteto de um deus, conhecido como "o rei" assim como Baal recebia o epíteto de "o mestre" e Adon de "o senhor"; moloch, no entanto, era pronunciado propositalmente errado, como Molek no lugar de Melek, utilizando-se as vogais da palavra hebraica bosheth, "vergonha".

Sendo assim, é quase certo que de entre os vários dilúvios reconhecidos pela cultura clássica o de Deucalião reportar-se-á a uma grande e traumática confusão com as vagas de maremotos que destruíram por volta do sec. XVIII ª C. o império minóico! Assim, é pouco provável que tenha sido por esta altura que se tenha dado o grande dilúvio que as fontes caldeias colocam por volta do III milénio ª C e que ou nunca terá existido senão na forma genérica de todas as grandes catástrofes que, de serem tão intoleráveis se referenciam como únicas e devastadoras, ou pode bem ser ainda mais anterior do que o III milénio ª C podendo, como alguns autores acreditam, remontar ao VIII milénio ª C, ou seja no final da última grande era glaciar.

 

Ver: DILÙVIO (***)

 

Melkart = «senhor da cidade, ou senhor dos exércitos» < Mel-Karet

<= Ma + Her-Kaurish => Merkalish > Mercales > Mercaures

Ø    Esp. Miercoles ó Mercurio! Ou ...

Ø    Gilgameche < El-ka-mesh > Har-Ki-mesh => Hermes & Artemisa?

Ø    Har-Ki-mesh > Ma-ar-ki-at + Ur > Melkart.

Ø    Mehart > Marte.

 

Ver: GEMIOS (***)

 

Os eslavos afirmam que Vladimir significa «Sr. do mundo» o que nos reporta para um epíteto solar de Melkart. Na verdade:

Vladimir < Wilath- | < Wirat |- Imir, lit «o emir das vilas e dos vilões de todo o mundoJ»! < Kur-at-Mel º Mel-*Kartu!

Assim, embora pareça não haver grande aproximação fonética entre Vladimir e Melkart, de facto, comprovamos que estes nomes têm não apenas a mesma semântica como a mesma remota origem étmica. A semântica do conceito mítico do “Sr. do mundo”, que persistiu na cultura popular portuguesa no mitema de “S. Salvador do mundo”, seria própria dos cultos de Hércules e seus equivalentes bem como teria estado relacionado com outros cultos relacionados com o poder e a suserania das arcaicas teocracias.

                                        > Gr. Párocho(s) > Lat. parochu > «pároco». «Faraó» < Pharaoc < Phar-oco < Kar-aca > Phor-tu > Fortu(na).

                               «Parto» < Phartu ó Kur-Caco > *Kartu(m) > Kart.

                                          Caracas ó Karaco > «carago» ó «caralho»!!!

                                              «Curdos» < *Kertu > Kerta > «Creta».

                                                               > Lat. hirtu > «hirto».

                              «Bardo» ó -berto < Wer-tu > Virtus.

                                                               > «Bertões»!!! Etc, etc.

O facto de o nome da cidade de Caracas poder estar relacionado com o conceito das duas casas grandes dos faraós do alto e do baixo Egipto permite suspeitar que antes de esta cidade vir a ser capital da Venezuela já teria sido um centro de poder ameríndio. Por outro lado, tal relação semântica só ganha sentido à luz duma colonização arcaica, possivelmente esporádica mas continuada, do golfo do México por povos de marinheiros do mar Egeu. Esta civilização adoradora de *Kertu, a deusa do parto e das cobras, seria a talassocracia da ilha de Creta. O Egipto teria sido por sua vez colonizado por estes mesmos povos, o que esta comprovado na época tinita pré-dinástica, desde logo no nome minóico do primeiro faraó do Egipto, Menes.

Voltando às fontes bíblicas sobre moloque parece que a bíblia usou sobre este assunto a técnica muito comum em ciência política de atribuir publicamente aos nossos inimigos os nossos vícios privados!

Cependant en 1921, l’archéologue Otto Eissfeldt a découvert sur le site de Carthage une nécropole contenant des restes d’animaux et de jeunes enfants, utilisée du VIIIe siècle av. J.-C. à 146 av. J.-C. avec des inscriptions mlk qui ne pouvaient s’interpréter ni comme roi, ni comme le nom d’un dieu. Ces découvertes lui ont suggéré l’idée que moloch pourrait être le nom du sacrifice par le feu et non celui d’un dieu. Depuis, le mot molk est reconnu comme un mot sémitique désignant un sacrifice humain, dont la victime est parfois remplacée par un animal. Là où la Bible lit pour faire passer leurs fils et leurs filles par le feu à Moloc, il conviendrait sans doute mieux de lire pour faire passer leurs fils et leurs filles par le feu de molk, le feu du sacrifice.

Mas a verdade é sempre circular, fugidia, tão inefável quanto imponderável! A verdade é que em assuntos de mitologia e religião os nomes comuns decorrem quase sempre do rito a que se encontra associado e o nome deste do nome do deus a que é votado o rito. Obviamente que o único deus que hoje pode ser confirmado como estando relacionado com estes ritos arcaicos seria Mel-Keret, adorado em Sidónia, que por sua vez seria filho de Mer-Ki, a Virgem Maria do Mar Primordial.

Le molk désigne dans le monde sémitique et carthaginois le sacrifice sanglant constitué par l'offrande des prémices qu'il s'agisse de nouveau-nés des troupeaux, des premiers fruits de la récolte ou de l'enfant premier-né. Ce sacrifice peut être offert à Ba'al Hammon, ou à sa parèdre Tanit, puis, par substitution, à Saturne dit africain.

Ba®-al Hamon seria uma variante do nome do filho da Virgem Mãe, o Senhor Amon, deus de Tebas onde já era seguramente uma variante de Montu / Mendes / Min e que quase seguramente seria pronunciado na península ibérica nos tempos cartagineses como Ramom ou Amom-Rá.

“Les Phéniciens, lors des grandes calamités que sont les guerres, les épidémies ou les sécheresses, sacrifiaient une victime prise parmi les êtres qu’ils chérissaient le plus et qu’ils désignaient par un vote comme victime offerte à Cronos.” -- # Porphyre de Tyr, De l’abstinence, II, 56, 1.

O mais estranho e bem pouco interessante destes ritos de sacrifícios cruentos, primaciais e saturninos, era o serem realizados num local que tinha o nome semita de Tofete. Pois bem, se mais nenhum resultado positivo veio desta prática duma humanidade arcaica, cega de saber em relação ao passado e ao futuro e por isso apaixonada de piedade e apavorada de medo e insegurança, veio pelo menos a etimologia, via fenícia, do efeito de estufa reportando-nos para um arcaico culto do fogo telúrico, vulcânico e infernal da deusa Caca.

 

Ver: DEUSES DO FOGO (***)

 

«Estufa» • (< Lat. stufa), s. f. espécie de braseira portátil, em caixa fechada; (> estufeta => escalfeta) • fogão para aquecer as casas;

«Estufa» < Lat. stufa < Ish-| Tufat > Tauf | Kauphi < Kaki | -et > Tofete.

Sendo cada vez mais comprovado que a fenícia era a herdeira continental asiática do império minóico podemos postular que os cultos saturninos dos fenícios e dos azetecas eram de origem cretense e que todas a culturas ocidentais mais arcaicas tiveram esta mesma origem minóica onde os cultos de sacrifícios humanos primaciais eram prática corrente e faziam parte duma mitologia arcaica de ritos pascais e de passagem que chegou até ao México pré-colombiano baseada numa teoria política simples de que o “deus menino” do solstício de inverno poderia morrer ou nem sequer renascer na Páscoa se não lhe fosse dado sangue vivo teoria cósmica esta que tinha como corolário político a ideia mimética de poder só era concedido pelos deuses infernais e saturninos a quem estivesse disposto a pagar por ele o respectivo preço em sacrifício pessoal ou colectivo.



[1]"Moab," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. © 1993-1998 Microsoft Corporation. All rights reserved.

[2] Moabe < Mauawi < Ma-Kauki < Makaki > Amish???)

[3]"Ammonites," Microsoft® Encarta® 99 Encyclopedia. © 1993-1998 Microsoft Corporation. All rights reserved.

[4] Ver Bernard Sergent, L`HOMOSEXUALITÉ INICIATIQUE DANS L´EUROPE ANCIENNE.

[5] From: Gwen Saylor <gwen@wave.park.wy.us To: Christopher B Siren <cbsiren@hopper.unh.edu Subject: Re: Helel.

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